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A REFORMA DO IMPOSTO DE RENDA. discussão do PL e providências que podem ser adotadas

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Academic year: 2021

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(1)

A REFORMA DO IMPOSTO DE RENDA

discussão do PL e providências que podem ser adotadas

(2)

A quem se aplica a proposta de reforma do IR?

 Redução das alíquotas de IRPJ e de CSLL:

 Lucro real, presumido e arbitrado;

× Simples Nacional.

 Reinstituição da tributação de dividendos:

 Lucro real e arbitrado;

 Lucro presumido: receita > BRL 4,8M/ano;

× Lucro presumido: receita de até BRL 4,8M/ano;

× Simples Nacional.

* Fonte: Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal. Informações Tributárias, Sociais e de Setores Econômicos das PJs – 2016 a 2018

Consequências do PL para as PJs:

Lucro real; arbitrado; e presumido com receita de até BRL 4,8M/ano = provável redução da carga tributária na maior parte dos casos, mesmo com os dividendos tributados;

× Lucro presumido com receita > BRL 4,8M/ano = provável aumento da carga tributária;

× RET = aumento da carga tributária;

‐ Simples Nacional = não será afetado.

(3)

Redução condicionada de IRPJ e CSLL vs tributação imediata de dividendos

Alterações condicionadas

• Versão aprovada: reduções condicionadas à aprovação de adicional de 1,5% da CFEM e extinção de outros benefícios fiscais (produtos farmacêuticos, hospitalares, químicos; gás natural; carvão mineral):

 IRPJ-base: reduzida de 15% para 8% +

 CSLL: reduzida de 9% para até 8%.

(4)

O break even nos casos em que os dividendos passarão a ser tributados

 Redução das alíquotas de IRPJ/CSLL + tributação de dividendos terá impactos distintos para as PJs e seus sócios a depender do regime de tributação da PJ.

*Cálculos ex CBS. C/ PIS/Cofins de 3,65% e de 9,25%, respectivamente

(5)

Tributação de dividendos: as regras de isenção do IRRF

IRRF de 15% “A partir de 1° de janeiro de 2022, os lucros ou dividendos pagos ou creditados sob qualquer forma (...)”;

Isenções condicionadas: aumento de complexidade, necessidade de fiscalização, aumento de sonegação;

i. TOTAL se recebidos de PJs tributadas pelo Simples;

ii. A PJs domiciliadas no país: (a) controladora; (b) sob controle societário comum; (c) coligada (10% ou mais do capital votante) que avalie esse investimento por MEP; ou (d) recebam de PJ incorporadora imobiliária no RET (90%+ da receita);

iii. A PFs residentes no país: TOTAL se recebidos de MEs e EPPs no lucro presumido (desde que não incorram em hipóteses de exclusão do Simples – art. 3º, §4º, LC nº 123/01);

iv. Fundos de investimento autorizados pela CVM: de valores mobiliários de suas carteiras.

IRRF de 30% se apurado sem base em escrituração mercantil.

• Retroatividade da tributação de dividendos;

• Alinhamento internacional? Comparação de alíquotas deve incluir PIS/Cofins.

PROBLEMAS

(6)

Novas hipóteses de distribuição disfarçada de lucros (DDL)

Reforço das regras de DDL:

Exclusão do termo “notoriamente” ao tratar de valores superiores ou inferiores aos de mercado;

Novas hipóteses de DDL, como, por exemplo:

i. Realização de empréstimos se há lucros acumulados ou reserva de lucros;

ii. Perdão de dívida;

Prevê requisitos do laudo que avalie o valor de mercado do bem ou direito;

 Impactos tributários:

 Indedutibilidade dos valores pagos ou perdidos;

 Valor distribuído será considerado líquido do IR “quando a PJ não proceder à

retenção da parcela dos lucros e dividendos correspondente ao imposto ou por

outra forma assumir o seu ônus” gross up.

(7)

Isenção de dividendos: como interpretar a remissão às vedações ao Simples?

 Art. 3º, §4º da LC nº 123/01 11 hipóteses de vedação à adesão ao Simples.

Destacamos as vedações a PJ:

De cujo capital participe outra PJ;

De cujo capital participe PF inscrita como empresário ou sócia de outra PJ no Simples*;

Cujo sócio detenha mais de 10% do capital de outra PJ não tributada pelo Simples*;

Que participe do capital de outra PJ (holding);

Resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento de PJ ocorrido nos 5 anos anteriores;

Constituídas como S/Astransformar em Ltda.?

*Desde que a receita global ultrapasse BRL 4,8M/ano

Remissão às hipóteses deve ser interpretada:

1. Literalmente? ou

2. No contexto e propósito do art. 10-A, §5º, que trata apenas da isenção de dividendos pagos por PJs no lucro presumido e com receita de até BRL 4,8M/ano?

DÚVIDA

Isenção também se aplicará às PFs

que detiverem 2 ou mais EPPs no

lucro presumido, mas cuja receita

global supere BRL 4,8M/ano?

(8)

Isenção de dividendos: como interpretar a remissão às vedações ao Simples?

 Relator Dep. Federal Celso Sabino:

“Os sócios dessas empresas que faturam até 4,8 milhões por ano (...) terão isenção dos dividendos quando receberem de suas empresas”.

 Benefício é em relação a cada empresa com receita bruta anual de até BRL 4,8M/ano – e não vinculado à pessoa física do empreendedor;

 Empresários podem legitima a legalmente ter

mais de 1 empresa.

(9)

Isento

Fim ou reinício das holdings ?

Holdings estão listadas nas vedações da Lei do Simples (art. 3º, §4º, VII);

Consequência: dividendos a PFs tributados, mesmo que a holding tenha receita menor que BRL 4,8M/ano;

Alternativa? Redução de capital da holding até 31.12.21 com devolução das participações que detém às PFs Devolução de bens a valor contábil em 2021 + dividendos isentos a partir de 2022/

Alternativa: Doações?

ATUALMENTE PÓS REFORMA ALTERNATIVA 1: nossa posição (mesma PF poderá ter 2+ PJs)

HOLDING

Isento

Isento Isento

Empresa A

Empresa B

HOLDING

15%

Isento Isento

Empresa A

Empresa B

HOLDING

Isento

Empresa A

Empresa B

HOLDING

15%

Empresa A

Empresa B

15%

ALTERNATIVA 2

(mesma PF só poderá ter 1 PJ)

(10)

Redação atual: IRRF de 15% sobre lucros ou dividendos pagos ou creditados a partir de 01.01.2022;

Efeito: permite tributar lucros passados não distribuídos ou creditados até 31.12.21.

Solução à retrospectividade do PL:

Zerar a reserva de lucros e o lucro corrente de 2021 antes de 2022!

A retrospectividade na tributação dos dividendos

 Diversas alternativas de implementação até 31.12.2021:

1. Deliberação e creditamento sem efetivo pagamento?

2. Desembolso de recursos e efetivo pagamento?

3. Capitalização dos lucros?

4. Distribuição de dividendos antecipados?

(11)

Deliberação de distribuição de reserva de lucros e creditamento do valor aos sócios

Necessário ter liquidez;

• Tomada de empréstimo a mercado para evitar que a distribuição descapitalize a PJ;

Vincular distribuição com posterior empréstimo de valores do sócio à PJ para evitar a sua descapitalização;

Juros pagos a mercado e/ou aos sócios são dedutíveis do lucro real.

A retrospectividade na tributação dos dividendos

• Reserva de lucro  conta de passivo;

Prescinde de liquidez imediata;

Eventuais juros, se pagos, são dedutíveis no lucro real;

• Efeito negativo: impacta o balanço da PJ e os seus índices de investimentos e crédito;

Risco de incidir IRRF no efetivo pagamento?

Deliberação e efetiva distribuição de lucros aos sócios

(12)

Capitalização de lucros

Lucro corrente de 2021 = possibilidade de antecipar o pagamento de dividendos?

Levanta-se balanço intermediário antes de 31.12.21 para fundamentar os dividendos antecipados;

• Doutrina societária majoritária: dividendos intermediários e intercalares são definitivos;

Risco de a RFB questionar e tributar esses dividendos?

A retrospectividade na tributação dos dividendos

• A capitalização de lucros acumulados é isenta;

Posterior devolução do capital aos sócios só será isenta se ocorrer após 5 anos da capitalização;

• Se restituído antes, será tributado a 15%.

Distribuição de dividendos antecipados em relação ao lucro de 2021

(13)

A retrospectividade na tributação dos dividendos: redução de capital em 2021

Tempo 2021

Evento

2022 2023

Redução de capital

Passa a valer regra do art.10-A, §7º, I.

1º ano sem capitalização

2º ano sem capitalização

3º ano sem capitalização Nova

Lei

O aumento de capital social ficará sujeito à tributação se:

i. A partir de 01.01.22, “nos 5 anos anteriores à data da incorporação dos lucros ou das reservas, a pessoa jurídica restituir capital ao titular, sócio ou acionista”;

2024 2025

4º ano sem capitalização

2026

A partir de 01.01.2022 novas capitalizações serão tributadas a 15% como dividendo até o limite do montante de capital reduzido nos 5 anos anteriores

...

Respeito à retrospectividade: regra não se aplica para o capital reduzido até 31.12.2021

...

Redução de capital

Redução de capital 2

5º ano sem capitalização

2027

...

Alternativa: “proclamas” e redução de capital até 31.12.2021!

(14)

RET vs lucro presumido vs FII

Manutenção parcial do RET = 4% + dividendos isentos quando pagos para PJs;

 Dividendos quando pagos a PFs serão tributados à 15%;

Incorporadora lucro presumido = benéfico apenas se tem receita inferior a BRL 4,8M/ano;

FII pulverizado com mais de 50 cotistas = isenção no recebimento do rendimento.

(15)

Fim do JCP

Propostas:

Manter a norma atual inalterada;

Inserir elementos benéficos dos ACEs (dedução sem pagamento / dedução com prejuízo).

Problema:

 Empresas com PL grande e lucratividade baixa conseguem reduzir lucro tributável à metade (se lucratividade = 2x TJLP).

Eliminação do JCP não resolve o problema, pois as empresas podem se endividar e deduzir os juros do mesmo modo.

 JCP não é favor fiscal, mas sim instrumento de neutralidade entre capital próprio e de terceiros.

Iniciativa brasileira enaltecida copiada por outros países (ACE – allowance for corporate equity e afins).

 Recomendação da EC: ausência de JCP estimula o endividamento e aumenta a vulnerabilidade

das empresas.

(16)

Impacto sobre as offshores : instituição de regras CFC para pessoas físicas?

Proposta de tributação de offhsores foi excluída pelo relator;

Argumentou-se que a retirada das medidas antielisão e antidiferimento se deu para a sua inclusão em “posterior projeto de combate à sonegação”;

 Institui regime especial opcional de tributação de “recursos, bens ou direitos de origem lícita mantidos no exterior e informados na DIRPF 2020/21”  opção até 29.04.22;

Tributação definitiva de 6%;

Dúvida sobre a base de cálculo: apenas variação positiva a partir do custo informado ou valor de mercado “cheio”?

Compensará atualizar os ativos em todas as situações?

1. RFB: redução de capital de offshore é rendimento (até 27,5%);

2. Nossa posição: devolução de capital está sujeito ao ganho de capital (15% a 22,5%);

3. Regime opcional de atualização: 6%.

(17)

Programa de atualização do valor de bens imóveis de pessoas físicas

 Regime especial opcional (adesão: jan.22 a abr.22);

 Apenas para PFs imóveis adquiridos até

31.12.20 e desde que regularmente informados na DIRPF;

 Valor atualizado é o informado pelo declarante;

Acréscimo patrimonial: tributação definitiva de 4%;

 Sem aproveitamento de fatores de redução.

Após a atualização:

 Data da atualização = “nova” data de aquisição.

GCap 15% a 22,5% na venda sobre o que exceder o valor

atualizado Logo, a atualização tem pouco impacto para imóveis detidos

há muito tempo

(18)

Substitutivo: tema foi substancialmente excluído pelo relator;

Manutenção de quase todas as regras atuais (IR regressivo de 22,5% a 15%);

“Come cotas” anual: último dia útil de novembro (aumento de liquidez).

Uniformização do IRRF de 15% para fundos abertos?

EXCEÇÕES do substitutivo ao come-cotas anual:

i. FIAs até 31.12.23 (a partir de 01.01.24 serão tributados normalmente);

ii. Fundos e clubes de invest. em ações (75% de ações em mercado à vista de bolsa de valores ou ativos equiparados);

iii. FIIMs (95% do PL em ativos que componham o índice de referência);

iv. FICs (95% do PL em cotas de FIAs);

v. FIDCs (75% do PL em dir. cred. + um mesmo cotista não poderá ter mais do que 25% do total das cotas emitidas ou dos rendimentos auferidos pelo fundo) e FIC-FIDCs (95% do PL em cotas de FIDCs);

Tributação apenas no resgate.

(19)

Propostas de reforma:

Fim do diferimento: a partir de 01.01.22 “come cotas” anual em novembro;

IRRF à alíquota única de 15% (vale para “come cotas” e liquidação/resgate);

Substitutivo “só” amplia a lista de exceções: FIIs; FI-Agro; fundos exclusivos de investidores estrangeiros; FIPs, FIC-FIPs e FI-EEs qualificados como entidade de investimento; FIP-IE; FIP-PD&I; FIAs; FIC-FIAs; FIDCs; FIC-FIDCs; FIIMs; e FIs e FICs com prazo de encerramento improrrogável até 31.12.22.

Tributação dos fundos fechados por come cotas anual de 15%

RETROSPECTIVIDADE DA LEI?

 Ganhos acumulados de fundos fechados deverão ser apurados em 01.01.22 e tributados por IRRF de 15%;

 Prazo para recolhimento: 31.05.22;

 IRRF reduzido à 6% se for pago (i) em alíquota única até 31.05.22; ou (ii)

em até 24 vezes, com atualização pela SELIC + 1% relativo ao mês do

pagamento.

(20)

Obrigado!

Ricardo Lacaz Martins

lacaz@lacazmartins.com.br

Luís Eduardo Schoueri

schoueri@lacazmartins.com.br

Eduardo Santos Arruda Madeira

emadeira@lacazmartins.com.br

Rafael Cunha Procópio

rafael.procopio@lacazmartins.com.br

Bruno Fulco Campilongo

bruno.campilongo@lacazmartins.com.br

Referências

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