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ORIENTAÇÕES LITÚRGICAS PARA AS CELEBRAÇÕES DO CICLO DO NATAL

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Academic year: 2022

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ARQUIDIOCESE DE POUSO ALEGRE – MG CALCOMISSÃO ARQUIDIOCESANA PARA A LITURGIA _____________________________________________

ORIENTAÇÕES LITÚRGICAS PARA AS CELEBRAÇÕES DO CICLO DO NATAL

Caros irmãos Presbíteros, Religiosos (as), Consagrados (as), Seminaristas, e todos os Animadores da vida litúrgica de nossas comunidades da Arquidiocese de Pouso Alegre!

Aproxima-se o final de mais um ano litúrgico! Como comunidades de fé, rendemos graças ao Senhor, nosso Deus que, com sabedoria, conduziu nossos passos e nossa história, revelando-nos seu infinito amor. Ao Cristo, Rei e Senhor do universo, entregamos os frutos colhidos em meio a tantas lutas e esforços, bem como suplicamos sua proteção para iniciarmos o novo ano com alegria e compromisso como o projeto do Reino. A Liturgia nos convida a celebrar o tempo. Ela nos permite parar, sentir, refletir, meditar, rezar, viver e atualizar o Mistério! Por meio da Liturgia, nós entramos no ‘Tempo de Deus’ que, por sua vez, entra no ‘nosso tempo’ e na ‘nossa história’, e nos santifica!

1. As motivações

O novo ano litúrgico, ano C, nos proporciona a oportunidade de aprofundamento da fé e da espiritualidade litúrgica, auxiliados sobretudo pelo evangelho de São Lucas. Desde as primeiras páginas desse evangelho, Jesus é proclamado o Salvador enviado por Deus (cf. Lc 1,46b-47). É tempo de renovar a esperança e a fé na presença de Deus que visita o seu povo. Lucas apresenta uma releitura da vida e da prática de Jesus com a intenção de ajudar as comunidades cristãs a retomar o seguimento de Jesus.

Acompanhando os passos de Jesus nesse evangelho, descobrimos a presença de um Deus amoroso e compassivo. O evangelho de Lucas é conhecido como o evangelho do caminho. No caminho, Jesus transmite seus principais ensinamentos a seus seguidores e seguidoras. Seguir Jesus exige deixar-se mover pela compaixão e aproximar-se das pessoas marginalizadas e excluídas. Esse foi o caminho de Jesus, e o da pessoa cristã não pode ser diferente. Neste evangelho encontramos algumas das mais memoráveis histórias de misericórdia divina. Ao dar ênfase na misericórdia de Jesus para com pecadores e renegados, encontramos em Lucas a “docilidade de Cristo”.

Motivados pela sensibilidade de nosso querido papa Francisco, teremos a graça de celebrar o Ano Santo da Misericórdia, a ser aberto no dia 08 de dezembro de 2015, Solenidade da Imaculada Conceição, e no terceiro domingo do Advento o papa abrir-nos-á a Porta Santa. Conforme ele mesmo diz, “será, portanto, um Ano Santo extraordinário para viver, na existência de cada dia, a misericórdia que o Pai, desde sempre, estende sobre nós. Neste Jubileu, deixemo-nos surpreender por Deus. Ele nunca se cansa de escancarar a porta do seu coração, para repetir que nos ama e deseja partilhar conosco a sua vida”

(Misericordiae Vultus, 25). Abriremos a Porta da Misericórdia na nossa Catedral Metropolitana em Pouso Alegre neste terceiro domingo do advento, às 10h30.

Mas as graças de Deus não param por aí. Teremos também a alegria de vivenciar, em comunhão, a nossa 9ª Assembleia do Povo de Deus, com o lema: “À mesa da Palavra e do Pão, somos alimentados e enviados em missão”, com forte apelo litúrgico, orante e compromisso com a “Igreja em saída”. Some-se a isto

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todo o avivamento da fé e da devoção de nosso povo, que acolherá em cada paróquia a imagem peregrina de nossa Padroeira, Nossa Senhora Aparecida!

2. O ciclo do Natal

Celebrando o mistério pascal de Cristo em suas primeiras manifestações, o ciclo do Natal engloba o tempo do Advento, como preparação, as festas do Natal que inclui a Epifania, como chegada e realização, e o tempo do Natal, como prolongamento com as festas da Sagrada Família, de Maria, Mãe de Deus, encerrando com a festa do Batismo do Senhor. Nele fazemos memória da vinda salvífica do Senhor, da sua manifestação na fragilidade de nossa carne, na contingência e contradições de nossa história, enquanto aguardamos seu novo Natal, seu Reino, sua vinda definitiva e gloriosa no fim dos tempos.

2.1. Advento

A palavra “advento” quer dizer “que está para vir”. O tempo do Advento é, para toda a Igreja, momento de forte mergulho na liturgia e na mística cristã. É tempo de espera e esperança, de estarmos atentos e vigilantes, preparando-nos alegremente para a vinda do Senhor, como uma noiva que se enfeita, se prepara para a chegada de seu noivo, seu amado. Esse tempo possui duas características: As duas últimas semanas, dos dias 17 a 24 de dezembro, visam em especial, a preparação para a celebração do Natal, a primeira vinda de Jesus entre nós. Nas duas primeiras semanas, a nossa expectativa se volta para a segunda vinda definitiva e gloriosa de Jesus Cristo, Salvador e Senhor da história, no final dos tempos. Por isso, o tempo do Advento é um tempo de piedosa e alegre expectativa, conforme lembram as Normas para o Ano Litúrgico e o Calendário Romano (cf. NALC 39). É de fundamental importância deixar que o Advento seja Advento e não Natal. Para isso, fica bem evitarem-se os enfeites luminosos, festões, bolas, brilhos, etc... Nossas igrejas não são shopping centers. Enfeitar a igreja para o Natal às vésperas da grande festa acentua bem a passagem, a chegada do Esperado com tanta expectativa!

2.1.1. Orientações litúrgicas

Alguns símbolos, gestos e ações simbólico-rituais expressam mais intensamente a verdade dessa espera em nossas celebrações.

a) O elemento principal é a própria Eucaristia, o sacramento da espera: "até que ele venha".

b) A Palavra (o VERBO!). Advento é tempo especial de escuta, de atenção, de "gravidez" da Palavra:

que o Verbo se faça carne em nós! Todo o rito da Palavra merece destaque: a valorização do Lecionário e da mesa da Palavra; o cuidado de preparar bem a proclamação dos vários textos bíblicos, o canto do salmo, tornando-os vivos, bem compreendidos para serem bem acolhidos pela comunidade; o silêncio após cada leitura, após o canto do salmo e também após a homilia, para

"guardar no coração" a boa notícia e o apelo amoroso de Deus.

c) A comunidade reunida para a oração, para a escuta da Palavra e para a ação de graças é sinal sacramental da espera e da chegada do Senhor. O Advento é tempo oportuno de aprofundar e melhorar nossas relações e nossa convivência na família, na comunidade, na vizinhança, como sinal visível da chegada do Reino entre nós. A esperança se reacende quando relações novas e fraternas se estabelecem entre as pessoas. Valorize-se, portanto, a acolhida das assembleias litúrgicas, com gestos mais afetuosos e fraternos.

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d) "Cantar o Advento"! Os cantos e as músicas têm papel importante, evocando os temas bíblicos aprofundados, as experiências vividas, os sentimentos de espera, de expectativa pela vinda do Reino. Reafirma-se, aqui, a importância da escolha dos cantos de entrada e de comunhão em sintonia com a Palavra de Deus de cada celebração. O canto do Glória, antigo hino natalino, é omitido, ficando reservado para o tempo do Natal.

e) O diretório litúrgico indica o roxo (ou rosáceo) como cor litúrgica deste tempo, mas o sentido não é o mesmo da quaresma. De modo especial, no terceiro domingo, o “domingo da alegria”, preferência seja dada à cor rosa.

f) A coroa do Advento, feita com ramos verdes (esperança, brotos, novo que vem surgindo), de forma circular (aliança, realeza de Cristo, coroa dos eleitos, eternidade, parusia, etc.), com as quatro velas (não há normas específicas para cores das velas) que progressivamente se acendem, com um rito apropriado, de preferência sempre na ambientação(antes da celebração), retoma o costume judaico de celebrar a vinda da luz à humanidade dispersa pelos quatro pontos

cardeais, expressa nossa prontidão e abertura ao Senhor que vem e quer nos encontrar acordados e com nossas lâmpadas acesas. Deve ser de material natural (não de festão ou outro material artificial), sem enfeites de bolas nem brilhos, colocada ao lado do altar (nunca em cima) ou da Mesa da Palavra.

No primeiro domingo do Advento, fica bem abençoar a coroa do Advento. Pode ser no início da celebração, logo depois da saudação, antes do Ato Penitencial, com a seguinte oração: “Senhor, nosso Deus, a terra se alegra nestes dias, e vossa Igreja exulta diante do vosso Filho que vem como Luz esplendorosa para iluminar os que jazem nas trevas da ignorância, da dor e do pecado. Cheio de esperança em sua vinda, o vosso povo preparou esta coroa com ramos verdes e a adornou com luzes. À medida que as velas desta coroa forem sendo acesas, iluminai-nos, Senhor, com esplendor daquele que, por ser Luz do mundo, iluminará toda a escuridão. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém!”.

Nos domingos seguintes, na ambientação da celebração pode-se realizar o acendimento de cada uma das velas da coroa. Sugere-se que uma pessoa assentada no meio da assembleia se levante, com uma velinha acesa, e acenda a vela da coroa, fazendo uma breve oração: “A luz de Cristo que esperamos neste Advento enxugue todas as lágrimas, acabe com todas as trevas, console quem está triste e encha nossos corações da alegria de preparar sua vinda!” (2º domingo); “Bendito sejas, Deus bondoso, pela luz de Cristo, sol de nossas vidas, a quem esperamos com toda a ternura do coração” ou “Preparemos um caminho para o Senhor! Endireitemos nossas estradas! Para que todas as pessoas vejam a salvação de Deus”(3º domingo); ou “Deus Pai de Bondade, vós enviastes vosso Filho ao mundo por meio de Maria, vossa serva. Vossas promessas se cumpriram naquela que é a imagem da Igreja e sua maternidade nos inspira no discipulado, na esperança e na alegria da proximidade do Natal. Por ela brilhou para nós a luz da salvação, Jesus, nosso irmão. Bendito sejais, Senhor! (4º Domingo) A vela poderá ser acesa por uma mãe grávida nesse último domingo.

A comunidade pode cantar um refrão apropriado.

g) Entre os textos eucológicos (orações, prefácios...) deste tempo, a aclamação litúrgica “Vem, Senhor Jesus!" torna-se a grande súplica, o forte clamor das comunidades, em preces, refrãos e antífonas. O Missal Romano, p. 519, propõe uma bênção própria para o Advento.

h) A novena de Natal, feita em grupos, há anos realizada em todo o Brasil, é uma maneira de intensificar a espera e alimentar a esperança da libertação com cantos, orações, meditação da

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Palavra, gestos de solidariedade e compromisso com os mais pobres, montagem do presépio e momentos de confraternização.

i) As celebrações de reconciliação e penitência durante o tempo do advento possibilitam às comunidades um caminho de conversão e retomada do projeto de Jesus. Estamos no Ano Santo da Misericórdia. Os números 17,18 e 19 da Misericordiae Vultus são como que um apelo à prática do perdão e do sacramento da misericórdia, através do sacramento da Reconciliação.

j) Destacar a figura de Maria com alguma imagem ou ícone de Nossa Senhora dentro do espaço celebrativo, principalmente a partir do dia 17 de dezembro. Nunca, porém, colocar a imagem sobre o altar. O melhor seria perto da coroa do Advento. Ao final de cada celebração cantar um hino mariano. Celebrar bem as duas festas marianas que ocorrem no Advento: dia 08 de dezembro (Imaculada Conceição de Nossa Senhora), com flores, alfaias brancas, Glória, incensação da imagem de Nossa Senhora nos ritos iniciais e talvez uma breve homenagem à Mãe do Senhor ao final da celebração, e dia 12 de dezembro (Nossa Senhora de Guadalupe). No Quarto Domingo seria bom valorizar a imagem de Maria, com uma vela acesa ou arranjo discreto (poucas flores), para não ferir a reserva simbólica própria do tempo. Outra sugestão é colocar a imagem de Maria em lugar apropriado com uma lamparina a sua frente (sinal de vigília e espera).

k) O presépio poderá ser montado aos poucos, a cada semana, até o quarto domingo, ou então, a partir do dia 17 de dezembro (início da Novena de Natal). Que a cada domingo a comunidade visualize sinais da aproximação da chegada do Senhor, também por meio da arrumação do presépio. Que seja, o quanto possível, expressão de nossa fé cristã e de nossa cultura. É muito significativo construir o presépio em mutirão. Se houver árvore de Natal, colocar nela frutos de nossa terra e outros símbolos que expressem nossos sonhos e esperanças. O presépio deve ser simples, bonito e de bom gosto, como foi simples e pobre a manjedoura onde Jesus nasceu.

l) Para se preservar o sentido do Advento, e ajudar melhor nossas comunidades a celebrar esse tempo de espera e preparação para o Natal, é importante que as missas de formatura e primeira Eucaristia que ocorrem neste período não sejam “apêndices” à sua espiritualidade litúrgica.

Sugere-se que essas celebrações sejam preparadas por pessoas que conhecem a liturgia, salvaguardando a sobriedade e os textos litúrgicos e bíblicos do Advento, bem como os cantos e demais expressões próprias desse tempo.

2.2. As festas natalinas: Natal e Epifania

Natal é o Mistério, sacramento da humanização de Deus e da divinização humana.

Não simples aniversário, mas expressão e cultivo de nossa identidade humana plena/divina. Reconhecimento do rosto de Deus no outro, nos pequenos, nos pobres - todos filhos e filhas de Deus a quem Deus ama e quer amados e salvos... No Natal celebramos a manifestação de Deus em nossa humanidade, partilhando sua vida e ternura conosco e revelando seu jeito de ser humano. A salvação entra definitivamente em nossa história pela porta dos pequenos, e a contemplamos na singeleza do menino de Belém, na visita dos pastores e dos magos ao presépio, no Batismo de Jesus no Jordão, quando o Pai o proclama: Filho amado a quem devemos ouvir. Contemplamos o nascimento do Senhor, não como um acontecimento isolado, mas plenamente conjugado com o mistério de sua páscoa e da parusia. A manifestação que se iniciou com seu nascimento segundo a carne, só será plena com sua morte- ressurreição-ascensão e efusão do Espírito Santo, tendo sua culminância na sua segunda vinda no final

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dos tempos. Sendo assim, a Epifania é para o Natal, o que Pentecostes é para a Páscoa: seu desenvolvimento e proclamação ao mundo. É o desfecho radiante do Natal!

2.2.1. Orientações litúrgicas

Alguns sinais podem ajudar a evidenciar a grandeza desse Mistério:

a) O ponto alto das festas do Natal-Epifania é a celebração da Eucaristia. A ceia do Senhor é o sacramento de sua presença entre nós. É o momento em que o Verbo se faz carne, torna-se corpo nos sinais do pão e do vinho e da comunidade reunida. Na eucaristia se dá a epifania da Igreja, que unida a Cristo torna-se sinal e instrumento de salvação para o mundo (cf. SC 2).

b) As leituras bíblicas: O Verbo se faz carne na comunidade reunida que ouve atenta e adere à Palavra -

"o povo que andava nas trevas viu uma grande luz!"... "Hoje, um Filho nos foi dado"... Seu nascimento é "manifestação" é Palavra que dá sentido à história. Dar ênfase ao Evangeliário, levando-o na procissão de entrada (à frente do ministro ordenado e não após a cruz!), colocando-o sobre o altar, incensando-o na aclamação, cantando o Evangelho, etc. Na noite e dia natalinos, fica bem colocá-lo na manjedoura após a proclamação, evidenciando o Mistério do Verbo que se fez carne.

c) Luz: Natal, festa das luzes, que já anunciam as luzes da noite pascal (cf.l° prefácio da festa)- 'o sol invictus' que vence a noite, somos filhos no Filho -a vida nova que brota da Páscoa: dimensão pascal do natal e epifania: importância da presença do Círio pascal, de flores e uso do incenso nas celebrações deste tempo. Na epifania, o tema da luz está ligado à estrela que guia os magos;

portanto, a luz é a fé que nos guia entre as trevas e nos faz contemplar o mistério de Deus em nossa realidade.

d) Cor branca: diversidade das cores, sinal da paz que cobre a terra com a chegada do Príncipe da paz...

a estrela que conduz ao Menino.

e) Presépio: Menino, Maria e José, os pastores, os magos - Deus se manifestando nos pequenos e nos que se abrem ao seu projeto.

f) Partilha de bens: É bastante significativo o costume de propor à comunidade uma oferta natalina, como doação de alimentos, roupas, fraldas, etc, à alguma instituição beneficente ou à famílias mais carentes da comunidade. São sinais que evidenciam a melhor compreensão da generosidade de Deus, que se solidariza à humanidade carente.

g) Os Reizados e Folias, tão presentes entre o povo, expressam a busca das pessoas, a reverência pelo Menino Deus e a alegria da festa onde todos são chamados a partilhar e celebrar a vida. Seria importante integrar essas expressões culturais e devocionais à Festa da Epifania.

h) Merece uma atenção especial a consideração que a Liturgia faz às possibilidades de celebrações da véspera e dia de Natal:

Missa da Vigília - caso se celebre, é na tardezinha do dia 24 ou até às 19h, se houver outra mais tarde.

Missa da noite: de acordo com o costume local, facilitando o afluxo de fieis, mas considerando o seu caráter de missa do “galo”, isto é, em horário mais avançado na noite. Vale lembrar a

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importância da “Proclamação do Natal” nesta missa, semelhante à proclamação do Exultet Pascal.

O “Anúncio Natalino” vocês encontram no Diretório da Liturgia – CNBB - 2015, p. 40.

Missa da aurora: as que forem celebradas na parte da manhã do dia 25, até o meio dia.

Missa do dia de Natal: as que se celebram após meio dia, inclusive às 19h do dia 25.

i) Importante motivar toda a comunidade para as celebrações festivas da oitava do Natal, aproveitando a riqueza das orações e textos bíblicos e litúrgicos que nos ajudam a aprofundar toda a riqueza do Mistério da Encarnação do Senhor.

j) Há o costume, de anunciar liturgicamente na festa da Epifania as principais datas litúrgicas do ano, como a data da Páscoa, Pentecostes, etc., incluindo algumas datas da própria arquidiocese ou da comunidade local, o que nos parece bastante significativo. (Conferir Diretório da Liturgia – CNBB – 2016, o Anúncio das solenidades móveis de 2016).

2.3. O tempo do Natal

Pertencem ao ciclo da Natal as festas de Maria, Mãe de Deus (1º de janeiro), da Sagrada Família e do Batismo do Senhor. Outras festas estão na semana dentro da oitava do Natal: Santo Estevão, o primeiro mártir (dia 26); São João apóstolo e evangelista, o discípulo amado (dia 27) e os Santos Inocentes, mortos por Herodes (dia 28).

2.3.1. Maria, Mãe de Deus

A festa do Natal põe em realce dois aspectos complementares do mesmo mistério: a encarnação do Filho eterno de Deus Pai, e a maternidade divina de Maria, que decorre da divindade de Jesus de Nazaré, de quem ela é a Mãe.

Celebramos também o dia mundial da Paz; Deus, ao vir à terra, instaura um tempo em que a paz se torna possível porque a reconciliação também. Também celebramos o início de mais um ano civil. Todos queremos um ano novo abençoado. E bênção é Deus mostrando-nos sua face, vivendo conosco. Mas, a bênção maior é Deus em Jesus, “nascendo de mulher”, tornar-se um de nós, e assim nos introduzir em sua família divina, como filhos adotivos de seu mesmo Pai. Essa bênção os pastores viveram em Belém e saíram anunciando a todos: a alegria do nascimento de nosso Salvador. Dessa bênção vem também a desejada paz: paz nos corações, nas famílias, na sociedade... fermento da paz e fraternidade universais!

Sugere-se, para destacar o Mistério celebrado:

a) Na procissão de entrada, além da cruz processional, velas e Evangeliário, pode-se levar também uma bandeira branca (bandeira da paz), bem como flores e frutas da terra.

b) Na recordação da vida, dependendo das circunstâncias, seria muito bom lembrar (ou levar a assembleia a lembrar-se) pessoas, grupos, instituições ou movimentos que estão lutando pela paz, integrando-os na grande ação de graças, memorial do mistério pascal.

c) Dar destaque ao abraço da paz.

d) Para a bênção final, como alternativa à bênção solene prevista no Missal Romano (n. 3), sugerimos usar a bênção solene do Tempo Comum I (n. 10).

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2.3.2. Sagrada Família

O sentido teológico desta festa afina-se com o sentido teológico do Natal/Epifania, ou seja, é manifestação do Senhor na realidade familiar, como consequência de sua encarnação: veio para fazer parte da família humana, vivendo na obediência e no trabalho de uma família concreta, com todas as suas contingências. A família de Nazaré, única e irrepetível, é indicada como modelo para qualquer família cristã. Importante salientar o plano de Deus para a família e os valores importantes a serem vividos nas relações domésticas. É preciso ter o cuidado, no entanto, para não excluir, com posturas moralizantes, as famílias que não conseguem estar inclusas nesse modelo perfeito da família de Nazaré. Sugere-se valorizar os personagens do presépio (Maria, José e o Menino), dar uma bênção especial ou fazer uma oração de envio a todas as famílias, para que possam dar seu testemunho de amor na sociedade.

2.3.3. Batismo do Senhor

No domingo depois da Solenidade da Epifania, celebra-se a Festa do Batismo de Jesus, que conclui o tempo litúrgico do Natal. O batismo de Jesus no rio Jordão nos revela a identidade do Nazareno, filho de Maria: ele é o Filho de Deus, o Messias esperado para "anunciar a Boa Notícia aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação dos presos, e dos cegos a recuperação da vista, para libertar os oprimidos e para proclamar um ano de graça do Senhor” (Lc 4,18-19). Nesta festa, somos convidados a celebrar e renovar nosso batismo, no qual cada um/a de nós recebeu a identidade de filhos/as adotivos/as de Deus e por isso também missionários/as.

Sugestões litúrgicas:

a) Dar um destaque especial à pia batismal, enfeitando-a com flores. Junto dela, deixar preparada uma vasilha para fazer o rito de aspersão.

b) A procissão de entrada seja feita como de costume. Neste dia, o círio Pascal pode ser conduzido na procissão de entrada e ficar aceso ao lado da pia batismal.

c) Renovação dos compromissos batismais, com renúncia, credo dialogado e aspersão batismal (não substitui o ato penitencial da celebração).

d) As preces sejam feitas de acordo com realidade da comunidade, e trazendo presente as necessidades da Igreja. De modo especial, rezar pelos catequistas da Pastoral Batismal.

Como o ciclo do Natal encerra-se com a celebração do Batismo do Senhor, parece-nos mais catequético retirar os enfeites de Natal, incluindo o Presépio, após essa celebração, e não no “dia de reis”, como se faz costumeiramente.

Desse modo, esperamos contribuir para que todos vivenciem com profundidade o ciclo natalino, e iniciem o ano litúrgico compreendendo-o como um itinerário teológico, pedagógico e espiritual de fé. Sugere-se que o(s) padre(s) da comunidade reúna-se com bastante antecedência com os animadores da liturgia, para que tudo seja preparado com carinho e esse tempo seja vivido com expectativa, alegria e compromisso com o Deus-conosco!

Pouso Alegre, 28 de outubro de 2015

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