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A República da Colômbia

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Academic year: 2022

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COLÔMBIA

Almiro Petry

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(2008)

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A República da Colômbia

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situa-se no noroeste da América do Sul, sendo banhada pelo Oceano Pacífico e pelo Mar do Caribe, ligando o istmo da América Central, no território do Panamá. Mede uma superfície de 1,141 milhão de km

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, de montanhas, planícies e florestas.

Tem ao leste a Venezuela como vizinho; ao sudeste, o Brasil; ao sul, o Peru; e ao sudoeste, o Equador. A cordilheira dos Andes domina a metade ocidental da Colômbia e se divide em três: a ocidental, a central e a oriental. Entre as cordilheiras fluem os rios Magdalena e Cauca que deságuam na costa caribenha. Nas partes mais elevadas encontram-se os vulcões, alguns ainda ativos, com destaque para o pico Cristóbal Colón na Sierra Nevada de Santa Marta, com 5.775m de altitude. A parte oriental caracteriza pelas planícies e as florestas, com destaque para os rios Putumayo, o Caquetá, o Meta e o Guaviare que fluem para o Orinoco ou o Amazonas. O rio Atrato é considerado o mais caudaloso do mundo. As regiões sudeste e sul do país integram a bacia amazônica. O clima é quente e úmido nas planícies costeiras, temperado e frio nas montanhas. A principal cidade é Santa Fé de Bogotá, a capital (7,3 milhões de habitantes), seguida de Cáli, de Medellín, de Barranquilla e de Cartagena (no litoral caribenho, patrimônio da humanidade por sua arquitetura colonial). A cidade de Villavicencio é a que mais cresce e é a mais industrializada.

O nome Colômbia é uma homenagem a Cristóvão Colombo, uma especial referência ao “novo mundo”, denominação que abarcava os territórios colonizados pelos espanhóis e portugueses. Após várias títulos, a República da Colômbia (1819) sucedeu à Gran Colombia que se desmembrou nos territórios da Colômbia, da Venezuela, do Equador e do Panamá. Em 1830, a Venezuela e o Equador de separam da República da Colômbia que passa a chamar-se

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Mestre em Sociologia Rural (UFRGS) e Doutor em Ciências Sociais (Unisinos); Professor do Curso de Ciências Sociais da Unisinos e do Departamento de Sociologia da UFRGS (almiro.petry@gmail.com).

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Versão ataulizada da publicada em 2007.

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1) SADER, Emir (Coord). Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe. São Paulo:

BoiTempo, 2006. Verbete: Colômbia.

2) ALMANAQUE ABRIL: Enciclopédia de Atualidades 2008. São Paulo: Ed. Abril, 2008. Verbete:

Colômbia.

3) ) CIA: The World Factbook https://www.cia.gov/cia/publications/factbook/geos/co.html

UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS

FORMAÇÃO HUMANÍSTICA

EIXO: AMÉRICA LATINA

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Nueva Granada. Em 1863 troca para Estados Unidos de Colômbia e, em 1886, volta para República da Colômbia.

Neste território vivem 47 milhões de pessoas (2007), sendo 58% eurameríndios; 20%

de europeus ibéricos; 14% afrodescendentes; 4% negros; 1% indígenas; e, 3% outras etnias.

Com uma estrutura etária de: 29,4% na faixa de zero a 14 anos; 65,1% entre 15 e 65; e 5,5%

acima de 65 anos de idade. Portanto, uma população acentuadamente jovem. A expectativa de vida é de 72,5 anos, sendo 68,7 para os homens e 76,5, para as mulheres (diferença de 7,8 anos). A mortalidade infantil ainda é de 22/1000 nascidos vivos e 7,1% são analfabetos. 73%

da população vive em cidades. A renda per capita é de US$ 3.990 (ou US$ 7.200 pelo método PPP

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). Ainda 49,2% da população está abaixo da linha da pobreza. O desemprego atinge a 10,8% da força de trabalho, que soma 20,6 milhões de trabalhadores. A estrutura ocupacional tem a seguinte configuração: 22,7% estão trabalhando no setor primário; 18,7% no setor industrial; e, 58,6% no setor serviços. O IDH é 0,791 (12º da América Latina e o 75º do mundo).

O PIB soma US$ 171 bilhões (por eqüivalência cambial) ou US$ 320 bilhões (PPP), sendo formado a partir de 11,5% do setor primário; 36% do setor industrial; e, 52,4% do setor serviços. As exportações (2007) atingem a US$ 28,4 bilhões destinando-se 35,8% para os EUA; 11,4% para a Venezuela; 5,4% para o Equador (os principais). As importações somam US$ 30,8 bilhões, tendo a origem de 26,8% dos EUA; 8,6% do Brasil; 8,5% do México; 6%

da China; 5,6% da Venezuela e 4,1% do Japão (os principais). A dívida pública atinge aos 53,9% do PIB e a dívida externa ultrapassa os US$ 43,3 bilhões (25,3% do PIB; US$ 921 de dívida externa per capita). Os 10% mais pobres usufruem 7,9% da riqueza nacional e os 10%

mais ricos, 34,3% o que eleva o índice de Gini a 0,53 (o do Brasil é 0,57).

Quando os colonizadores aportaram, este território era habitado pelos índios caraíbas e pelos chibchas, que logo foram subjugados para trabalharem nas minas. A cidade de Cartagena, fundada em 1533, torna-se uma das principais bases do império espanhol na América, como porto exportador de ouro e prata. Com a introdução da agricultura – café, banana, algodão e tabaco – os espanhóis passam a utilizar mão-de-obra escrava africana. Em 1717, Nova Granada torna-se Vice-Reino, tendo Santa Fé como capital (hoje Bogotá). Em 1781 começa a revolta dos Comuneros, uma revolta popular contra os altos impostos cobrados pela metrópole, considerado o início do movimento da independência. Com os

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Purchasing Power Party (PPP), o padrão de “paridade do poder de compra” adotado pelo Fundo Monetário

Internacional (FMI).

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desdobramentos populares e os movimentos militares, Simón Bolívar assume, em 1821, a presidência da recém formada Gran Colombia, seguindo-se a separação da Venezuela, do Equador e, em 1903, do Panamá.

O século XX é marcado por guerras civis entre liberais e conservadores que obrigam o caudilho Rafael Reyes – após um governo exitoso – a renunciar. Seguem-se reformas constitucionais e a reforma de 1910 proíbe as forças armadas de participar na política, estabilizando-se a política até a interrupção militar de 1953 a 1957. Os confrontos políticos entre liberais e conservadores marcaram este período, que teve seu ápice com o assassinato de Jorge Gaitán, em 1948. Este crime desencadeia sucessivos distúrbios que culminam com o Bogotazo causando milhares de mortes. Entretanto, um pacto (Pacto de Sitges

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) pôs fim às escaramuças e o regime eleitoral volta a vigorar a partir de 1958, formando-se a Frente Nacional pela qual liberais e conservadores se alternaram no poder durante 16 anos, fechando as possibilidades de as esquerdas chegarem ao poder. Esta restrição ensejou a formação de vários grupos guerrilheiros, vinculados ao narcotráfico (os cartéis de Cáli e de Medellín) e a reação paramilitar, acentuaram o quadro de violência na Colômbia. Apesar de a constituição de 1991 pretender mudar o quadro político, dando espaço político às esquerdas, debilitando o tradicional bipartidarismo, a violência guerrilheira e antiguerrilheira vinha aumentando.

Em 1964, ex-combatentes liberais, liderados por Pedro Antonio Marin – conhecido por Manuel Marulanda ou Tirofijo - criam as forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), ligadas ao Partido Comunista. Mais tarde surge o Exército de Libertação Nacional (ELN), de inspiração castrista, ao qual se vinculou o sacerdote Camilo Torres Restrepo

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; em 1967 organiza-se o Exército Popular de Libertação (EPL), de inspiração maoísta; e, em 1973, emerge o grupo insurgente o Movimento Revolucionário 19 de abril (M-19), desencadeando a guerra civil no país. A década de 1970 inicia com a controvertida eleição de Missael Pastrana Borrero (1970-1973), presumivelmente fraudulenta, pois a vontade popular era pelo general Rojas Pinilla, que se ocupa com a reforma agrária

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, sem mexer na estrutura distributiva das terras, torna-se uma contra-reforma, com políticas restritivas aos pobres. Afastada a Frente

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Francisco Sitges, empresário da mineração de zinco.

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Pertencente à classe média alta da Colômbia estuda Direito e, atraído pela função social da Igreja, entra no Seminário para estudar Teologia, ordenando-se sacerdote em 1957. Estuda Sociologia em Louvain (Bélgica) e se torna professor da Universidade Nacional da Colômbia. Trabalha em projetos de reforma agrária e, sob a inspiração da revolução cubana, envolve-se em práticas políticas o que desagrada a hierarquia eclesiástica. Opta por se dedicar aos oprimidos e entra no ELN, participando das guerrilhas. Morre em combate e seu nome passa para a história como símbolo do religioso que aderiu à militância revolucionária na América Latina. Sua prática é uma referência posterior na Teologia da Libertação.

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Desde então, de 3% a 4% dos donos de terras superiores a 100 há ocupam entre 55% e 60% das propriedades

rurais, enquanto 80% dos proprietários com menos de 20 há de área, possuem entre 16% e 18% do total de

terras.

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Nacional do poder com a eleição de Alfonso López Michelsen (1974-1978) e de seu sucessor, Julio César Turbay Ayala (1979-1982), passa-se a dar mais ênfase à problemática do desequlíbrio urbano-regional.

Neste período ocorre uma intensa e caótica urbanização, provocando grandes problemas de desemprego urbano e de habitação. A política agrária anterior é abandonada e dá-se apoio à produção camponesa não só para a produção de alimentos, mas também para reter os fluxos migratórios do campo para as cidades. Aí entra em discussão a reforma do Estado que ocorre com a reforma constitucional de 1979, aspectos que são retomados na constituição de 1991. Na década de 1980, a Colômbia enfrenta uma crise econômico- financeira de significativas proporções, associada à brusca queda do preço do café, à corrupção interna e à recessão mundial em decorr6encia da crise energética. O país recorre ao FMI para fazer um drástico programa de ajustes, debilitando a capacidade de intervenção do Estado e estimulando o livre funcionamento do mercado. Foi também nesta década que o tráfico de cocaína atingiu um nível sem precedentes, aumentando a violência nas regiões atingidas, com a formação de bandos urbanos de assassinos, a criação de milícias paramilitares e o início do financiamento das organizações guerrilheiras com o dinheiro do tráfico. O sistema de justiça torna-se cada vez mais ineficaz, radicalizam-se as posições, desencadeiam-se os seqüestros e a corrupção se espalha pela nação. Isto leva os governos de Belisario Betancourt (1982-1986) e de Virgilio Barco (1986-1990) a confrontações repressivas. Nestes governos renascem os movimentos camponeses e indígenas com as práticas de invasões de terras, grandes marchas e êxodos em massa. Forma-se a Organização Nacional Indígena da Colômbia (ONIC), com apoio político da Frente Popular e da A Luchar.

Houve repressões, mas se retomou uma política de reforma agrária para contemplar os sem- terras e preservar os direitos indígenas.

Neste contexto, em 1985, o exército reprime a invasão do palácio da Justiça pelo M-

19, matando mais de 100 pessoas. No ano seguinte, o M-19 transforma-se em partido político,

sob a denominação de Aliança Democrática M-19. Estes movimentos estão vinculados ao

narcotráfico, que nos anos de 1980, viram nisso um grande negócio, exportando para os EUA

e os dois grandes cartéis se tornam os maiores produtores de cocaína do mundo. São

combatidos pelo governo, com reduzidos êxitos. Em 1991, os chefes do cartel de Medellín –

Fabio Ochoa Vasquez e Pablo Escobar – são presos; em 1993, são presos Gilberto e Miguel

Orejuella, chefes do cartel de Cáli. Apesar destas prisões, o tráfico não é vencido. Novos

líderes emergem e mantêm este “rico negócio”.

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No início do século XXI, a Colômbia respondia por 79% da produção mundial de cocaína

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. As guerrilhas passam a obter recursos com “impostos” cobrados dos cocaleros e narcotraficantes das áreas por eles controladas. Com as eleições de 1990 se convoca uma Assembléia Nacional Constituinte para encontrar os caminhos da paz. Disso resultou a nova Carta Constitucional, em 1991, que consagra “uma ampla e profícua declaração de direitos fundamentais e direitos de todas as gerações, a continuidade do processo de descentralização territorial, a minimização da organização do Estado, e a nova ideologia da participação comunitária e cidadã em lugar da democracia representativa” (Sader, 2006, p. 328). No entanto, foi o caminho para aderir aos princípios regentes do Consenso de Washington e o Presidente César Gaviria (1990-1994) abriu o mercado doméstico à concorrência internacional. Seu sucessor, Ernesto Samper Pizano (1994-1998) não conseguiu deter o endividamento externo, a recessão econômica e o poder dos monopólios e dos oligopólios reforçaram o desemprego e a crise interna. No final da década vivia-se a mais grave recessão econômica do país.

Em 1998, o conservador Andrés Pastrana (1998-2002) vence as eleições com um plano de pacificação nacional. Não consegue aproximar as diferentes facções, então, com apoio dos EUA lança, em 2000, o Plano Colômbia, cujo objetivo é acabar com a produção da droga. Os EUA apóiam com tropas e helicópteros para “fumigar” as plantações de coca com herbicidas desfolhantes. Em 2002, as FARC seqüestram um avião com o Presidente da Comissão de Paz do Senado – Jorge Gechem Turbay - e Pastrana rompe com o acordo e retoma a luta armada contra os guerrilheiros.

No mesmo ano, o direitista (dissidente do partido Liberal) Álvaro Uribe Vélez (2002- 2006, reeleito para o mandato de 2006-2010) vence as eleições presidenciais, que continua com o Plano Colômbia, com o apoio do governo norte-americano. O governo se torna autoritário movido pelo agravamento da violência à qual o país está submetido há décadas. O governo argumenta com o estado de guerra civil, a guerra contra o Estado e a ameaça do terrorismo para salvar a ameaçada democracia, optando pela confrontação armada movido pela “política de segurança democrática”.

Desvinculadas da problemática econômico-social e das reivindicações e conflitos nas dimensões urbana e rural e aferradas ao fato de que a negociação pudesse ser forçada pela

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Em 2006, representava em torno de 80% da fabricação global e a produção colombiana estava estimada em 400 toneladas anuais. O valor desta produção equivalia a 6% do PIB. Entre 2000 e 2005, o governo norte-americano injetou, dentro do Plano Colômbia, US$ 4 bilhões no combate à plantação de coca e de maconha. Foram erradicados, anulamente, mais de 100 mil ha e, em 2006, a área plantada ainda era estimada em 144 mil ha.

“Extermina-se de um lado e planta-se de outro”.

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pressão violenta, qualquer que fosse, essas organizações apelaram a fontes de financiamento socialmente inadmissíveis como o seqüestro, a extorsão e o narcotráfico. Assim, avançaram de maneira progressiva pelo caminho terrorista, comprometendo indiscriminadamente a população civil e perdendo com isso suas bases de apoio (Sader, 2006, 331).

O governo, por sua vez, declara o “estado de comoção interna” para adotar a força contra as organizações guerrilheiras e paramilitares. Uribe

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, com o apoio das forças conservadoras e grupos econômicos, submete às suas decisões o Congresso e o Judiciário, ampliando o poder presidencial. Em 2004, Ricardo Palmera, então o principal líder das FARC, é preso. Em seguida, a facção Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), de extrema direita, inicia negociações de paz com o governo, desmobilizando mais de 10 mil miliciantes.

Em 2005, a Colômbia e a Venezuela vivem um conflito diplomático porque militares colombianos prenderam e seqüestraram líderes das FARC em território Venezuela, sem comunicar, por vias diplomáticas o governo venezuelano. O impasse termina (um mês depois) com um encontro com os dois presidentes. Em 2006, Álvaro Uribe (2006-2010) reelege-se presidente, em primeiro turno, com 62% dos votos válidos, como a maior votação do país.

Assim, se converteu no primeiro presidente reeleito, de forma imediata e por voto popular, na história da Colômbia. Além disso, aumentou o número de votos obtidos na sua primeira candidatura, quando ganhou, também no primeiro turno, com 54% dos votos. O presidente

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Uribe chegou ao poder em maio de 2002 com a promessa de combater as guerrilhas que há 40 anos mantêm o país em guerra civil. A linha dura adotada por Uribe rendeu frutos. Ele expulsou os rebeldes das cidades e os confinou aos meios rurais, trazendo paz para a maior parte dos colombianos. A luta implacável contra os rebeldes manteve seu índice de aprovação na casa dos 70% por grande parte do tempo, e sua reeleição já no primeiro turno em maio de 2006 mostrou que os colombianos querem mais do mesmo. Seus críticos, no entanto, afirmam que o processo de paz tem progredido mas também tem regredido, e houve protestos contra o crescente desemprego e o plano de Uribe de aumentar os impostos para combater o déficit fiscal.

Pouco mais de um ano após ter sido eleito para o primeiro mandato, Uribe colocou sua popularidade em risco ao pedir aos colombianos que aprovassem um referendo que, segundo ele, salvaria o país do desastre econômico, melhoraria a segurança e combateria a corrupção endêmica. Mas o resultado foi um fracasso, com os eleitores aprovando apenas uma das medidas: a que proibia políticos processados por corrupção de concorrer a cargos públicos. O resultado sinalizou o fim da lua-de-mel de Uribe com os eleitores, enfraqueceu sua influência sobre o Congresso e marcou sua posição. Mas Uribe obteve uma importante vitória em dezembro de 2004, quando, depois de meses de intenso debate, o Congresso aprovou a emenda constitucional que permitiria a reeleição do presidente. A emenda depois foi aprovada pela corte constitucional do país. No entanto, Uribe foi acusado de ter permitido que a questão o desviasse dos crescentes problemas sociais do país, inclusive o alto índice de pobreza, o aumento da desigualdade entre ricos e pobres e outros efeitos da guerra civil.

Em junho de 2003, Uribe revelou a esperada política para pôr fim ao conflito. Sua política de "segurança de defesa e democrática" conseguiu, até certo ponto, conter as guerrilhas, mas segundo críticos, ela também abriu as portas para que fossem cometidos abusos contra os direitos humanos. Em abril de 2004, o Plano Patriota - segundo a ONU, a maior operação militar da história moderna da Colômbia - foi colocado em prática contra o reduto das guerrilhas no sul do país. Houve poucos progressos nas conversações de paz com as guerrilhas marxistas, que continuam a cometer atentados, mas em outubro de 2004, os paramilitares de direita anunciaram um cessar-fogo e desmobilizaram cerca de 3.000 guerrilheiros até o fim do ano. Mas há informações de que os paramilitares aproveitaram o processo de paz para consolidar suas forças. Eles são acusados de violar continuamente o cessar-fogo, inclusive de cometer massacres. As relações de Uribe com as Farc - o principal grupo guerrilheiro do país - datam de longa data - em 1983, seu pai foi assassinado pelas Farc no rancho da família, em Antioquia. "Não trago mágoas", disse ele antes de ser eleito presidente. "Quero apenas servir a Colômbia".

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2006/05/060529_uribeperfilba.shtml

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confirmou que dará garantias à oposição na hora de governar. “Nossas decisões políticas não são excludentes, são construtoras de consenso”, disse Uribe. O principal candidato da oposição, Carlos Gaviria, do Pólo Democrático Alternativo, obteve 22% dos votos, contra os 19% de 2002. Foi a maior votação da esquerda na história colombiana. Seus integrantes acreditam que foi o grande passo para as eleições de 2010. Em seu discurso de posse afirmou: “o Pólo Democrático, de Gaviria, não é nosso inimigo. É nosso competidor na democracia". Pediu ajuda aos “santos” para que a decisão democrática, resultado da eleição, seja “útil à Colômbia”. Solicita, ainda “maior relação cristã” entre os colombianos - maioria católica praticante - e agradeceu quatro vezes aos soldados e policiais "que têm ajudado o país a reconquistar a liberdade". O exército é o “braço-forte” da estratégia adotada por Uribe no combate à guerrilha. "Queremos uma democracia moderna e com respeito às instituições que formam o Estado” disse.

No entanto, em 2007, o governo Uribe enfrenta a sua pior crise interna quando se evidenciam ligações espúrias entre as facções paramilitares e políticos governistas, alguns próximos ao presidente. Esta crise é relevada quando, em setembro, o principal narcotraficante do país – Diego Montoya Sánchez – é preso. A esta crise interna sucedem as novas escaramuças com a Venezuela, a propósito da libertação de reféns das FARC, em especial a franco-colombiana Ingrid Betancourt e o conflito com o Equador, onde o exérctio colombiano caçou Reyes, o segundo líder na hierarquia das FARC, o que significou a quebra da soberania trerritorial do Equador. Transitoriamente, estes conflitos estão aparentemente ajustados, até a próxima desavença política. As repercussões internacionais não foram positivas, transmitindo uma imagem que sempre é esteriotipada lá fora em relação à América Latina.

Visitar:

1 https://www.cia.gov/cia/publications/factbook/geos/co.html 2 http://www.ibge.gov.br/paisesat/

3 http://www.cimm.ucr.ac.cr/universalizacion/indice.html

Referências

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