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I PANORAMA DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS: UM DIAGNÓSTICO A PARTIR DE REPORTAGENS COLETADAS NO GOOGLE SEARCH ( )

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I-059 - PANORAMA DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS:

UM DIAGNÓSTICO A PARTIR DE REPORTAGENS COLETADAS NO GOOGLE SEARCH (2015-2016)

Bruna Ferreira Freire(1)

Graduanda em Engenharia Ambiental pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP) Joyce Elanne Mateus Celestino(2)

Doutoranda em Ciências da Engenharia Ambiental pela EESC/USP, Bióloga e Tecnóloga em Meio Ambiente Endereço(1): Rua Vicente Aparecido da Silva, 183 - Jardim Acapulco - São Carlos - SP - CEP: 13563-707 - Brasil - Tel: (16) 997884958 - e-mail: brunaffr@usp.br

RESUMO

A Lei 12.305/2010 proporcionou ao cenário brasileiro inovação no tocante ao planejamento do setor de resíduos sólidos ao sancionar uma política nacional, a qual tem sido alvo de investigações científicas. Apesar disso, há um déficit de informações quantitativas e qualitativas que retratem a realidade de implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) no país. Nesse âmbito este artigo propõe obter um panorama da PNRS, quanto aos tipos de resíduos abordados, abrangência territorial, regional, temática e institucional que caracterizam o processo de implementação da Lei no Brasil. Para tanto, utilizou-se como método de coleta, o Google Search para a captura de reportagens no período de março de 2015 a fevereiro de 2016 e para triagem e análise dos dados por categorização foi usado o software NVivo, a fim de facilitar a interpretação dos dados qualitativos. Das 252 reportagens coletadas, a maioria das reportagens nas esferas territoriais se sobressaem no âmbito nacional, quanto à cobertura por regiões destacam-se a região sudeste em relação à reportagens positivas e a região nordeste no que concerne à reportagens de caráter negativo. A dimensão institucional apresentou o Poder Público como o mais apontado em todas as reportagens, cuja ênfase nas reportagens positivas foi do Poder Público associado ao setor Privado e nas negativas do Poder Público com a Sociedade Civil. No que concerne ao tipo de resíduo despontou o Resíduo Sólido Urbano e a abrangência temática apontou “destinação e disposição final” como principal tema das reportagens de caráter negativo e as de caráter positivo: plano de gestão integrado de resíduos. Este trabalho possibilitou inferir que já existem esforços consideráveis em diferentes esferas, porém há a necessidade de focalizar na implantação de acordos setoriais, na aplicação de políticas públicas congruentes aos instrumentos da PNRS, bem como nos esforços governamentais e da sociedade, a fim de obter êxito nos objetivos preconizados pela PNRS.

PALAVRAS-CHAVE: Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei 12.305/2010, Implementação.

INTRODUÇÃO

De acordo com o relatório de riscos globais, do Fórum Mundial de Economia (2015), o segundo maior risco global, em termo de probabilidade, consiste em “eventos climáticos extremos”, e os dois primeiros maiores riscos globais, em termos de impacto, consistem em “crise da água” e “disseminação de doenças infectocontagiosas”, os quais conectam-se diretamente com temas, como “degradação ambiental”, “mudanças climáticas”, “perda e colapso de ecossistemas”e “falência de governança nacional”. Através destes dados, temos que assuntos enquadrados como “ambientais” e de “saúde pública”, os quais abrangem as duas áreas da definição de saneamento, possuem consequências de impacto significativo na manutenção da ordem socioeconômica e ambiental vigentes no século XXI.

No Brasil, para alinhar-se à tendência de preocupação global em atenção aos riscos mencionados, de modo a preservar os recursos naturais e melhorar as condições de saúde pública para a população foi sancionada em agosto e regulamentada em dezembro de 2010, pela Presidência da República, a Lei n° 12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a qual reúne o conjunto de diretrizes e ações a ser adotado com vistas à gestão integrada e ao gerenciamento adequado dos resíduos sólidos.

Apesar da existência da Lei nº 11.445/07, a qual estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico, a magnitude da importância e impacto do tema dos resíduos sólidos ainda não era efetivamente regulamentado, de modo a instituir diretrizes específicas para a

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implementação de práticas mitigadoras. Desta forma, a promulgação da Lei n° 12305/2010 veio sanar a lacuna legislativa existente, evidenciando sua importância ao congregar as disposições relativas à gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos, disciplinando as atividades técnicas e administrativas, definindo as responsabilidades e corresponsabilidades, bem como contribuindo no avanço das questões legais e no aprimoramento da gestão ambiental como um todo. (MAROTTI et.al, 2017)

De maneira específica e categórica, a Política Nacional de Resíduos Sólidos define três requisitos básicos a serem abordados: 1) a elaboração de planos de tratamento de resíduos sólidos; 2) o princípio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos entre governo, empresas e consumidores; e 3) a participação dos catadores de recicláveis e de materiais reutilizáveis no sistema de logística reversa. Desse modo, a lei possui duas grandes dimensões de abrangência: a gestão dos resíduos industriais, que deverá ser articulada entre as câmaras setoriais, por meio de regulamentações específicas, e a gestão municipal de resíduos sólidos, com a elaboração dos planos integrados para o seu gerenciamento ‒ dimensão analisada por esta pesquisa. (GOMES et al., 2014).

No entanto, a legislação ainda é muito recente, suas metas, ambiciosas, e a mudança de perspectiva estatal perante os resíduos sólidos e consequente atuação para implementação de objetivos e diretrizes estabelecidos pela PNRS, de acordo com revisão bibliográfica realizada por Feddersen (2015), ainda é escassa.

Apesar de apontamentos por artigos científicos como morosidade na implementação da PNRS e desta legislação ser recente (De Souza Jabbour et al. 2013), surgiu a necessidade de análise desses fatos, todavia, mediante a perspectiva jornalística, a qual possui maior aproximação temporal com os fatos, devido à publicação imediata, e a proximidade com relatos da sociedade civil, permitindo a obtenção de um panorama diferenciado e amplo quanto à implementação da Lei 12.305/2010.

OBJETIVO

Obter um panorama da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), quanto aos tipos de resíduos abordados, abrangência territorial, regional, temática e institucional, além de tendências e caráter de abordagem que caracterizam o processo de implementação da Lei no Brasil diante de informações rápidas presentes em reportagens/artigos, em sua maioria jornalísticos, coletados no Google Search, entre os anos de 2015 e 2016.

METODOLOGIA UTILIZADA

Esse panorama procurou identificar dados em relação à tramitação e implementação da PNRS, visto que foram encontradas publicações sobre abordagens específicas de gestão/tratamento de resíduos e poucas se referiram a dados relacionados ao desenvolvimento/implantação da PNRS em si.

Foram coletadas reportagens com a ferramenta de pesquisa Google Search, a partir da chave de busca:

“Política Nacional” + “Resíduos Sólidos”. Na aba ferramentas selecionou-se um intervalo personalizado no qual colocaram-se as datas que compunham cada semana, e selecionaram-se os 10 primeiros resultados que apareciam em cada busca (figura 1). Em seguida, coletou-se o website da reportagem/notícia, o título (e o subtítulo quando havia), bem como as informações contidas na reportagem em uma planilha Google.

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Figura 01: Exemplo de uma consulta realizada no Google Search com a chave de busca utilizada nesta pesquisa. Fonte: Imagem capturada por um dos autores deste artigo

No total, foram analisadas 252 reportagens, em 43 semanas, de março de 2015 a março de 2016. De posse dessas reportagens, foi efetuada uma categorização em notícias que possuíam caráter e aspectos negativo, positivo ou neutro, a fim de se verificar o teor central do conteúdo e reconhecer a relação existente com os diferentes abrangências das mesmas (territorial, institucional, temática e regional).

A classificação das notícias ocorreu levando-se em consideração os objetivos (Art. 7°) e os instrumentos (Art.

8°) da Política Nacional de Resíduos Sólidos, estabelecidos pela Lei nº 12.305, de 2010 e de que forma o assunto abordado na notícia se relacionava com estes objetivos e/ou instrumentos.

A caracterização das notícias em relação ao aspecto “abrangência territorial” realizou-se em torno das opções:

“nacional”, “estadual”, “municipal”, “regional” e “distrito federal”, sendo o último uma classificação à parte dos demais, por ser um caso peculiar e não encaixar nas outras opções; A caracterização em relação ao aspecto

“abrangência institucional” realizou-se em:: “Sociedade Civil1”, “Educação”, “Evento / Educação”, “Evento”,

“Privado”, “Poder Público”, “Poder Público e Privado”, “Poder Público e Sociedade Civil”, “Privado e Sociedade Civil”, “Sociedade Civil Organizada1”, “Poder Público e Sociedade Civil Organizada”, “Poder Público, Privado e Sociedade Civil” e a caracterização em relação à “abrangência regional” realizou-se em:

“Norte”, “Nordeste”, “Sul”, “Sudeste” e “Centro Oeste”.

Enquanto isso, a “abrangência temática” teve sua categorização levando-se em consideração a auto codificação temática realizada pelo Software QSR Nvivo 11, versão plus. Como a auto codificação só deve ser usada depois que uma palavra ou frase é considerada suficientemente relevante quanto a frequência e consistência (HUGHES et al., 2010), foram separados os temas com maior relevância.

Nesse processo, uso do software serviu para facilitar a organização e a análise dos dados, bem como a elaboração dos resultados de pesquisa, dependendo da capacidade analítica do pesquisador e da forma como utiliza esse software. (Nunes et al., 2017), uma vez que o software não realiza o trabalho intelectual de codificação, mas concede suporte ao processo (Hoover et al., 2009). Desta forma, a codificação dos temas realizou-se posteriormente, no Excel 2013, manualmente pelo autor e considerando-se, ademais, os temas abordados pela Lei 12.305/10 em seus instrumentos, objetivos e diretrizes.

Além disso, a categorização por tipo de resíduo abordado em cada reportagem também foi realizada, levando- se em consideração o que era citado em cada reportagem e o Art 13° da Lei 12305/10, que disserta acerca da classificação dos resíduos.

O tratamento dessas informações realizou-se através do software QSR Nvivo 11, o qual possibilitou a realização de uma busca por frequência de palavras através do agrupamento de palavras derivadas, que retorna como resultado as 1000 palavras mais frequentes. Essa metodologia foi aplicada ao agrupamento de todas as notícias, retornando-se as palavras mais frequentes de cada categoria. Para gerar uma tabela de análise dos dados, foram separadas as palavras com percentual de frequência acima de 0,13% e excluíram-se preposições, pronomes, conjunções e palavras fora de contexto: "meio", "foi", "são", "ser", "anos", "feira", "formas",

1 Neste texto compreende-se sociedade civil como as pessoas que compõem uma comunidade, um bairro, um município, uma região, estado ou país. Sociedade civil organizada consiste em grupos representativos e ordenados (associações comunitárias, Organizações Não Governamentais, grupos por gênero, credo ou religião, etc.) por determinados interesses e/ou regras em comum.

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"será", "dias", "estão". O programa pode expandir, modificar e realocar as categorias (códigos) dos próprios dados que aumentam a flexibilidade para trabalhar com estes e conseguir contrastar modelos pelo conteúdo dos documentos analizados (ZAPATA-SEPÚLVEDA, LÓPEZ-SÁNCHEZ, SÁNCHEZ-GÓMEZ, 2012).

Além do “percentual ponderado de frequência (%)” e a palavra correspondente a esse percentual, em outra coluna da tabela de análise das palavras mais frequentes, também se colocou o resultado da diferença de hierarquia, subtraindo-se o número da linha (posição da palavra) da planilha de palavras mais frequentes positiva/negativa do número da linha da planilha de palavras mais frequentes negativa/positiva. Ambos os cálculos foram realizados de modo a destacar quais eram as palavras específicas a cada uma das categorias de notícias.

A posição hierárquica da palavra na planilha é alcançada através da ordenação decrescente dada pelo NVivo, levando-se em consideração a contagem da palavra no agrupamento de notícias analisadas, desconsiderando as palavras que foram excluídas, como dito anteriormente. Com estes dados, gerou-se um gráfico, demonstrando, para cada parâmetro, quais são as palavras que se destacam por categoria de notícia: positivas e negativas.

RESULTADOS DA CATEGORIZAÇÃO MANUAL

Através da categorização em reportagens de caráter positivo (+), negativo (-), e neutro (0) em relação à implementação da PNRS, obteve-se: 117 reportagens (+), 95 (-), 20 (0) e 21 reportagens foram impossibilitadas de serem analisadas, devido à invalidade do link da reportagem, no período da análise.

Como resultado desta categorização qualitativa, obtiveram-se os seguintes dados quantitativos:

Figura 02: Categorização em abrangência territorial. Fonte: elaboração própria.

Observa-se, a partir da figura 2, que, em termos de quantidade, a abrangência nacional se sobressai ante os outros. No entanto, em termos de porcentagem, a quantidade de reportagens (+) com amplitude estadual corresponde à 76,9% do total (-).

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Figura 03: Categorização em abrangência regional. Fonte: elaboração própria.

No tocante à abrangência regional, a partir da figura 3, verifica-se uma predominância de reportagens (+) concentradas na região sudeste do país e o contrário, na região Nordeste, tanto em termos quantitativos, quanto percentuais.

Figura 04: Categorização em abrangência institucional. Fonte: elaboração própria.

Tem-se, a partir da figura 04, uma predominância da relação de caráter positivo entre o poder público e o privado, enquanto o oposto ocorre entre o poder público e a sociedade civil, sendo este poder público o responsável pelo maior número de reportagens, cuja maioria é de caráter positivo.

Figura 05: Categorização por tipo de resíduo abordado. Fonte: elaboração própria.

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A figura 5 demonstra a caracterização por tipo de resíduos de 71 reportagens. No caso das outras 181 reportagens, não houve especificação acerca do tipo de resíduo citado. No entanto, através disso, pode-se perceber o enfoque das reportagens sobre os Resíduos Sólidos Urbanos e a defasagem no foco destas em relação aos outros resíduos estabelecidos pelo Art. 13°, explanados na legenda do gráfico.

Para a categorização temática manual, levou-se em consideração os temas autocodificados de maior relevância pelo software QSR NVivo 11 versão plus, sendo estes: “Educação Ambiental”, “Aterro Sanitário”, “Meio ambiente”, “Ambientalmente adequada”, “Coleta Seletiva”, “Cumprimento da Lei”, “Cumprimento da PNRS”, “Implementação da PNRS”, “Destinação adequada”, “Destinação correta”, “Destinação final”,

“Disposição final”, “Gestão integrada”, “Governo Federal”, “Logística reversa”, “Municípios”, “Política Nacional”, “Prazo” , “Poder Público”, “Responsabilidade compartilhada”, “Saneamento básico”, “Setor empresarial”, “Setor privado”, “Sociedade civil” e “Sólidos Urbanos”. Estes temas auxiliaram a codificação manual, cujo resultado após análise de mais de 50% dos dados, foi a predominância do tema “Destinação Final de Resíduos”. Através deste resultado e sua relação com os instrumentos e objetivos da PNRS, realizou-se a codificação manual dos temas presentes em cada reportagem, podendo uma mesma reportagem possuir mais de 1 tema, gerando o seguinte resultado:

Figura 06: Categorização por abrangência temática. Fonte: elaboração própria.

O gráfico na figura 06 demonstra que, em termos de porcentagem ponderal, 82% dos temas codificados nas reportagens, abordam “destinação e disposição final de resíduos sólidos”, tema que destaca-se em termos de reportagens de caráter negativo, classificando essa destinação como ambientalmente inadequada.

Outros temas mais abordados concentram-se sobre os “Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos”,,

“educação ambiental e conscientização”, “logística reversa”, “inclusão social”, “coleta seletiva” e “gestão”

como temas predominantes de reportagens positivas (+). No caso das reportagens negativas (-) sobressaíram assuntos que mencionaram: “prazos”, “responsabilidade compartilhada” e “consórcios”.

RESULTADOS DA CATEGORIZAÇÃO NO SOFTWARE QSR NVIVO 11

Analisando a frequência de palavras e a diferença hierárquica de cada palavra nas planilhas descritas no método, foi possível identificar palavras que possuem maior associação a cada caráter de reportagem.

Por via de exemplificação, apesar de a palavra “resíduos” ter possuído maior frequência no conjunto de palavras positivas, como esta também teve maior frequência no conjunto de palavras positivas, o número de frequência de hierarquização dela é 0 e, portanto, não possui associação com o conjunto de palavras positivas.

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Figura 07: Hierarquização das palavras mais frequentes das reportagens de caráter negativo. Fonte:

elaboração própria.

A partir deste resultado, pôde-se construir a nuvem de palavras abaixo:

Figura 08: Palavras de maior frequência hierárquica, associadas diretamente ao caráter negativo.

Fonte: elaboração própria.

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Figura 09: Hierarquização das palavras mais frequentes das reportagens de caráter positivo. Fonte:

elaboração própria.

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A partir deste resultado, pôde-se construir a nuvem de palavras abaixo:

Figura 10: Palavras de maior frequência hierárquica, associadas diretamente ao caráter positivo. Fonte:

elaboração própria.

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A predominância de reportagens (+) pode fundamentar-se nos dados da ABRELPE (2015), os quais ressaltam sinais de evolução e aprimoramento na disposição final de RSU, com 58,7% dos resíduos encaminhados para aterros sanitários. A quantidade de RSU coletados em 2015 cresceu em todas as regiões, em comparação a 2014 e, quanto à logística reversa, tanto para defensivos agrícolas, óleos lubrificantes e pneus inservíveis houve um aumento considerável, quanto na reciclagem de papéis (ABRELPE, 2015).

Entretanto, a geração de RS é o indicador mais importante para dimensionar a escala que terão os diferentes serviços de sua gestão, além de prever as dificuldades a serem encontradas nos processos. (ESPINOZA et. al., 2011). Conforme dados da geração de RSU no Brasil desde 2010, emitidos pela ABRELPE, houve um crescimento linear na geração, mesmo que um dos objetivos da PNRS seja atender a hierarquia: “não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos”, evidenciando a dificuldade em atender ao menos três (I, II e V, art.7) dos objetivos estabelecidos pela política.

Nesse cenário, o Sudeste possui maior número de reportagens (+) e responde por quase 53% do total de coleta de RSU no país (ABRELPE, 2015), sendo que o estado de São Paulo encontra-se em fase bastante adiantada em relação aos demais estados brasileiros, apesar deste progresso não se traduzir em todo o seu território (CARDOSO GOMES et al., 2014).

Quanto ao território, a União, por atuar como uma coordenação intergovernamental que direciona os mecanismos de gestão e de implementação de políticas públicas relativos aos demais entes federativos, é a fonte majoritária das reportagens. No entanto, 54% delas (-), exemplificam o descolamento das políticas nacionais das realidades locais e regionais (CARDOSO GOMES et al., 2014). Ademais, a União acaba também apresentando muitas notícias (-), principalmente tratando-se de prorrogação de prazo para a implementação da PNRS, de modo a atender às pressões dos municípios, como demonstra o trecho retirado de uma reportagem publicada no site da AMVALE (Associação dos Municípios do Vale do Rio Grande):

“Confederação Nacional dos Municípios (CNM) mantém articulações para prorrogar prazo de cumprimento da Lei de Resíduos Sólidos”.

Já no âmbito estadual, verificou-se predomínio de reportagens (+), com iniciativas dos Estados em elaborar seus planos, de modo a englobar os municípios que o compõem, como exemplificado no excerto de uma reportagem publicada em 2015: “O Ministério Público (MP) de Contas do Estado do Paraná assinou, com o MP do Trabalho (MPT-PR) e o MP do Estado do Paraná (MP-PR), um Ato de Colaboração para reunir esforços pela manutenção e implementação das Políticas Estadual e Nacional de Resíduos Sólidos e de Saneamento Básico”.(MPT, 2015). Abrucio, (2005) discute que os Estados vêm procurando aprofundar suas estratégias de regionalização, com maior descentralização das políticas, aumento das parcerias com os municípios e a criação de instrumentos que melhorem a ação em seu território.

No entanto, apesar desta tentativa estatal ser evidenciada pela grande quantidade de notícias positivas para esta abrangência institucional, a codificação temática aponta uma grande quantidade de notícias negativas acerca

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de “Gestão Associada” e “Consorciamento”, os quais, apesar de serem citados nas reportagens e estarem em temática durante o processo de implementação da PNRS, acabam por vezes não sendo efetivamente organizados e gerenciados, o que demonstra a não integração das diretrizes políticas de cada governo (municipal, estadual e federal), sendo pouco partilhadas com os demais parceiros, por vezes com influências diretas do quadro político-partidário do País, e evidenciando que o processo de planejamento não é parte integrante da mentalidade/cultura de grande parte dos políticos gestores no Brasil . Desta forma, tem-se um aspecto cultural que afeta de maneira significativa o processo gerencial dos resíduos sólidos na esfera pública e que afeta de maneira significativa a implementação do inciso VI, do Art 6° dos princípios presentes no Capítulo II da Lei 12.305/2010, que estabelece a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade (Brasil, 2010).

A palavra mais frequente entre as reportagens (-): falta, pode ser exemplificada por uma reportagem do site oficial do Senado Federal, a qual disserta acerca dos elementos que impedem o poder público de, efetivamente, implementar a PNRS: “faltam dinheiro e técnicos para acabar com lixões: Responsáveis pelo serviço, prefeituras, alegam falta de recursos para iniciar reciclagem e acabar com lixões, que deveriam ter sido fechados em agosto de 2014”. (VOLPE, 2014). Isto demonstra um descompasso perceptível entre prazos de cumprimento das ações propostas e liberação de verbas (CARDOSO GOMES et al., 2014).

A falta de capacitação técnica também é um agravante, como reportado pelo secretário de Meio Ambiente de Tabatinga (AM), José Borges, o qual aponta as exigências para implementação do aterro sanitário como um obstáculo de sua implementação. Além das regras impostas, o custo dos aterros e a falta de técnicos preparados também causam entraves para o cumprimento da Política Nacional, como destaca a diretora de Ambiente Urbano, do Ministério do Meio Ambiente, Zilda Veloso. (BEZERRA, 2015). O aspecto financeiro é reiterado por Ferri, Chaves e Ribeiro (2015), bem como por Trois & Couth (2010) e Basen, Ribeiro, Günther e Jacobi, (2014),que, além de afirmarem a falta de recursos técnicos e econômicos para a implantação da coleta seletiva em municípios, ainda afirmam a falta de prioridade destes assuntos na agenda pública.

Quanto às resoluções para este tipo de problema, Para Dante Ragazzi Pauli, presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária, o país tem que elaborar um desenho novo para o saneamento, considerando a criação de consórcios, sendo que, além da responsabilidade do Governo Federal, estados e municípios também têm que trabalhar juntos para buscar soluções. (ABES, 2015).

No entanto, em 82,1% dos municípios (IBGE, 2017), onde há um plano de resíduos sólidos, ele só envolve a cidade estudada, ou seja, a soluções intermunicipais que auxiliariam neste processo, acabam não sendo priorizadas pelos municípios.

De acordo com o Decreto no 6.017/2007, que regulamenta a Lei no 11.107/2005, o consórcio público é a pessoa jurídica formada somente por entes federativos “para estabelecer relações de cooperação federativa, inclusive a realização de objetivos de interesse comum, constituída como associação pública, com personalidade jurídica de direito público e natureza autárquica, ou como pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos”. Assim, os consórcios públicos são instrumentos formais de cooperação entre entes federativos para a solução de problemas de interesse coletivo, mediante ações conjuntas entre os entes consorciados.

Apesar de um aspecto da solução estar em defasagem, a codificação temática aponta avanços em termos de capacitação técnica, uma vez que a porcentagem deste tema encontrado nas reportagens de caráter positivo é maior do que os encontrados nas de caráter negativo, demonstrando uma execução positiva da Lei 12.305/2010, através do inciso IX, do Art 7° dos objetivos presentes no Capítulo II da Lei 12.305/2010, que estabelece a capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos (Brasil, 2010).

Quanto ao sistema gerencial de resíduos sólidos e a obtenção de um Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos como um documento norteador e de apoio para este processo, estabelecido pelo inciso I, do Art 8° de instrumentos presentes no capítulo III da Lei 12.305/2010, apesar de Perfil dos Municípios Brasileiros (IBGE, 2017), demonstrar que apenas 54,8% dos municípios brasileiros possuírem PMGIRS, a codificação temática aponta um avanço, demonstrando um assunto que encontra-se em pauta e que seu caráter de reportagem é, em maioria, positivo. Um Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos (GIRS)) representa uma solicitação real e um grande desafio ao mesmo tempo. GIRS envolve uma série de decisões estratégicas, táticas e operacionais,

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as futuras estratégias de expansão de capacidade dos locais, alocação de fluxo de resíduos para instalações de processamento e aterros, divisão em distritos, seleção de dias de coleta para cada distrito e para cada tipo de resíduo, determinação da composição da frota e roteamento e programação de veículos de coleta. (Ghiani, et al., 2016).

Assim, apesar do não cumprimento do prazo de apresentação dos planos por todos os municípios brasileiros e da não inserção da questão dos resíduos sólidos nos planos apresentados por alguns, houve avanços principalmente no diagnóstico situacional dos municípios que atenderam à meta e na busca de soluções de destinação ambientalmente adequada. É a partir desta exigência dos planos municipais que muitos municípios tomam ciência da situação da gestão de seus resíduos sólidos urbanos e empreendem esforços no sentido de minimizá-los e dispô-los de forma mais adequada com minimização dos impactos ambientais e efeitos à saúde da população. (Besen et al., 2014).

Entretanto, os planos apresentam-se com um instrumento inicial para atingir um objetivo que deve estar presente neles: a destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos, objetivo este que foi o tema de maior predominância na codificação das reportagens, apresentando majoritariamente aspecto negativo, uma vez que sempre tratavam da existência predominante de lixões e do prazo não cumprido para a implantação de aterros sanitários nas cidades. Conforme VOLPE, 2014, mais de 40% do lixo gerado no país ainda vai para lixões, sendo esta uma prática arcaica e condenável de disposição final, sendo os resíduos lançados ao solo em área tal destinada, sem qualquer estudo prévio, monitoramento ou tratamento. O impacto ambiental, nesses casos, geralmente consiste em contaminação do solo por chorume – líquido percolado oriundo da decomposição de matéria orgânica -, podendo atingir o lençol freático e cursos de água, e supressão da vegetação. (Milaré, 2004).

De acordo com o inciso VII, do Art 3° de definições presente no Capítulo II da Lei 12.305/2010, a destinação final ambientalmente adequada consiste na destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos. Além disso, este aspecto, em ordem de prioridade, classifica-se como última instância no processo gerencial de destino ao resíduo, estabelecido pelo § 2o do art. 7°, consiste na não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Ou seja, adequadamente, apenas o rejeito possui como destino um aterro sanitário, sendo os outros passíveis de destinos como coleta seletiva, logística reversa, reaproveitamento energético e compostagem, mas o que vêm sendo analisado é o enfoque nos aterros como prioridade, demonstrando um caminho de avanço na temática dos resíduos que vai contra um dos princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Quanto à educação e conscientização ambiental, estabelecida como importante instrumento da PNRS, pelo § 8° do art. 8° , presentes no Capítulo III da Lei 12.305/2010, as reportagens demonstram avanços em sua implementação, uma vez que caracteriza-se como tema de abordagem predominantemente positiva e caracteriza-se como o segundo tema mais abordado.

Apesar disso, temas importantes como estes não podem limitar-se à debates, como maior parte das reportagens analisadas, mas colocado em prática. Assim, de maneira contrário ao excerto, observou-se uma relação predominante de notícias (-) entre a sociedade civil e o poder público, tratando-se de implementação da PNRS, possivelmente pela falta de implementação efetiva de políticas de educação ambiental. Como exemplo, na região do ABC, os projetos municipais de coleta seletiva em alguns municípios tiveram suas ações interrompidas por má aceitação da comunidade (CARDOSO GOMES et al., 2014). Um provável motivo, segundo Marotti; Pereira; Pugliesi, (2017), é a pouca ênfase dada ao princípio da cooperação na PNRS, devido à sua baixa correlação com os objetivos, e a falta de objetivos que contemplem a definição das responsabilidades nas distintas fases produtivas e reversa. Isto foi discutido em uma das reportagens analisadas: “a Política de resíduos sólidos, no aspecto da responsabilidade compartilhada e da logística reversa, foi extremamente inovadora, mas não acarretou mudanças nas leis de responsabilidade fiscal e civil, de defesa do consumidor, de incentivos econômicos e financeiros, entre outras, argumenta a coordenadora do Ministério do Meio Ambiente, Zilda Veloso” (KLEIN, 2015). Esta relação afeta de maneira significativa a atuação da sociedade civil na implementação da PNRS,, ao assumir sua responsabilidade compartilhada pelos resíduos, principalmente na atuação da “redução e não geração”, um dos principais princípios da Lei.

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Já a implementação do princípio da responsabilidade compartilhada entre poder público e privado mostrou-se predominantemente positiva, e isto é consequência da influência de casos de empresas que potencializaram seu lucros e competitividade no mercado, e acabaram por auxiliar municípios em sua adequação à PNRS, especialmente no que tange à logística reversa (LAI; WONG, 2012, FERRI; DINIZ CHAVES; RIBEIRO, 2015), uma vez que os temas de “logística reversa” e “acordo setoriais” foram codificados com predominantemente positivos, levando ao avanço de implementação do inciso VI, do Art 8° acerca de instrumentos presentes no capítulo III da Lei 12.305/2010, o qual estabelece a cooperação técnica e financeira entre os setores público e privado para o desenvolvimento de pesquisas de novos produtos, métodos, processos e tecnologias de gestão, reciclagem, reutilização, tratamento de resíduos e disposição final ambientalmente adequada de rejeitos”.

Os acordos setoriais para logística reversa, apesar de não contemplarem outros resíduos em grande quantidade, deixando os RSU com enfoque, abordaram questões importantes entre a relação público-privada, como Resíduos Industriais, Resíduos de Mineração, Resíduos de Construção Civil, Embalagens de Resíduos não perigosos e Óleos Lubrificantes. Ainda assim, as citações foram pouco significativas em relação ao número total de reportagens, demonstrando menos de 5%, o que demonstra a necessidade de ampliação na discussão e implementação de ações para melhoria na gestão de resíduos, no que tange os outros tipos de resíduos definidos pelo Art 13° do Capítulo I da PNRS, como por exemplo a redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos, disposto como objetivo da PNRs, pelo inciso V, Art 7° do Capítulo III da Lei 12.305, tipo de resíduo estes que não foi abordado entre as 252 reportagens analisadas.

Quanto à predominância de abordagem dos resíduos sólidos urbanos, ainda existem diversos problemas ambientais relacionados a eles no Brasil e o grande problema neste processo encontra-se na reciclagem dos materiais que não são economicamente viáveis e no tratamento da matéria orgânica, que recebe pouca atenção mesmo sendo predominante na composição dos RSU no Brasil. (Nascimento et. al, 2015) A matéria orgânica possui como destino ambientalmente adequado, estabelecido por definição pela PNRS, a compostagem, a qual não demanda altos recursos técnico-financeiros, e não necessariamente necessita de implementação em larga escala. Apesar disso, nenhuma reportagem possuiu abordagem especificamente focada neste tema, o qual demanda grande engajamento conjunto da sociedade civil, poder público e poder privado para efetivação.

Por fim, o princípio no art. 6º, VIII afirma ter o resíduo sólido, reutilizável e reciclável, valor econômico, do ponto de vista da promoção do trabalho e como fator de cidadania, a PNRS prevê a integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. (art. 7º, XII) (MACHADO, 2012). Assim, ainda que a existência de lixões seja uma situação crítica, no qual estão presente diversas pessoas em situação de vulnerabilidade social, econômica e possuem sua saúde afetada pela disseminação de doenças infectocontagiosas, as palavras “social” a

“catadores”, apresentaram um dos maiores índices de frequência hierárquica, com relação Às reportagens de caráter positivo e, além disso, os temas “coleta seletiva” e “inclusão social” possuíram também altos índices na codificação de temas abordados nas notícias de caráter positivo, demonstrando avanços na implementação da PNRS neste aspecto.

Por via de exemplificação, tem-se o crescimento da valorização do aspecto social envolvido no gerenciamento de resíduos, no qual os catadores de material reciclável são protagonistas, como mostrado nos títulos de reportagens analisadas: “Governo de Rondônia debate política de resíduos sólidos e inclusão social de catadores” (RONDONIAAOVIVO, 2015) e “Programa vai treinar 1.080 trabalhadores em gestão de resíduos sólidos: Curso do Pró-Catador começa em agosto” (ARAÚJO, 2015).

CONCLUSÃO

A análise das 252 reportagens coletadas pelo Google Search entre os anos de 2015 e 2016 permitiu a obtenção de um panorama perante a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos no Brasil, considerando temas abordados e aspectos tratados.

Primeiramente, pode-se destacar um avanço na implementação da Lei 12.305/2010 e esforços, principalmente do poder público e privado, sendo executados entre os anos de 2015 e 2016, evidenciados pela predominância de reportagens positivas, com concentração dominante na região sudeste do país.

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abordado em termos de relação da sociedade civil e poder público, aponta indícios de baixa efetividade no foco de ações. Entretanto, no que se refere à relação poder público e poder privado, houve uma concentração de notícias positivas, especialmente dentro do princípio da logística reversa, presente na PNRS. Além disso, o mesmo assunto, quando abordado entre diferentes esferas do poder público e a associação entre os poderes para a proposição de soluções compartilhadas, também teve um resultado negativo de efetiva execução.

Com isso, pôde-se observar uma dificuldade de comunicação entre as unidades da federação para implementação da PNRS - causa em grande parte por burocracia -, falta de comprometimento dos agentes públicos e administrativos, falta de técnicos e repasses financeiros para os municípios. Como também de campanhas educativas que aproximem o poder público da sociedade civil, visando disseminação da ideia da responsabilidade compartilhada.

Apesar disso, ficou evidente o avanço da valorização do resíduo como um fator de cidadania e provedor de inclusão socioeconômica, assuntos estes de extrema importância, presentes na PNRS. Como fator complementar, avanços na implementação da coleta seletiva também puderam ser observados, através das reportagens de caráter positivo, as quais enalteceram o atendimento da hierarquia dos resíduos proposto pela política.

Como temas centrais abordados, destaca-se a destinação indevida de resíduos sólidos urbanos com a persistência de lixões e, portanto, disposição final ambientalmente inadequada no território brasileiro. No entanto, tem-se a valorização do aterro sanitário como enfoque da destinação final dos resíduos, como forma de substituição aos lixões/aterros controlados.

Por fim, observou-se a discrepância na abordagem pelas reportagens de assuntos como reciclagem e compostagem, a prioridade aos assuntos de redução e reutilização dos resíduos, além dos outros tipos de resíduos descritos pela PNRS, que não os urbanos, como resíduos perigosos, resíduos de construção civil, resíduos de serviços de saúde, entre outros.

Os resultados desta investigação demonstraram que há um longo caminho a ser percorrido por todos os envolvidos no planejamento de resíduos sólidos no Brasil, cujos temas merecem maior atenção e enfoque na implantação de acordos setoriais, na aplicação de políticas públicas, nos esforços governamentais e da sociedade, a fim de que possa de fato alcançar os objetivos preconizados na PNRS.

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