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VI EDUCAÇÃO PARA GESTÃO AMBIENTAL NAS INSTITUIÇÕES DA EDUCAÇÃO BÁSICA

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23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

VI-030 - EDUCAÇÃO PARA GESTÃO AMBIENTAL NAS INSTITUIÇÕES DA

EDUCAÇÃO BÁSICA

Monica Maria Pereira da Silva(1)

Bióloga. Especialista em Educação Ambiental. Mestra em Desenvolvimento e Meio Ambiente /PRODEMA /UFPB/UEPB. Doutoranda em Recursos Naturais / UFCG. Professora do Departamento de Biologia UEPB

Ana Nívea Batista Aurino

Graduanda em Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas/UEPB

Danielle Araújo de Sousa

Graduada em Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas/UEPB

Josileide Marques Benício Franco

Graduada em Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas/UEPB

Ângela Carolina de Medeiros

Graduanda em Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas/UEPB

Endereço(1): Rua. Maria Barbosa de Albuquerque. 690. Bodocongó II. Cep. 58108320. Campina Grande/PB.

Fone: 83 333 1436. email. monicaea@terra.com.br

RESUMO

Educação Ambiental apresenta papel indispensável para mudança de percepção, de valores e de atitudes, por motivar um novo olhar, haja vista que a maioria dos problemas ambientais é decorrente da percepção ambiental inadequada. Todavia, requer a inserção da dimensão ambiental no currículo escolar. Logo, os objetivos deste trabalho consistiram em avaliar a realização de Educação Ambiental, enquanto instrumento de gestão ambiental na escola e averiguar as possíveis mudanças ocorridas a partir do processo de Gestão e Educação Ambiental. O trabalho retrata uma pesquisa participante realizada no período de março de 1998 a abril de 2005 na Escola Municipal Lafayete Cavalcanti, em Campina Grande/PB. Os dados foram coletados através do MEDICC- Modelo Dinâmico de Construção e Reconstrução do saber voltado para as questões ambientais durante a realização de encontros semanais e/ou mensais. Este compreende um conjunto de estratégias metodológicas que permite a realização do processo educativo para meio ambiente de forma dinâmica, criativa, crítica e coleta dos dados simultaneamente ao processo de sensibilização. Os dados revelaram mudança de percepção ambiental da maioria das educadoras, educandos e educandas, pois atualmente a maioria compreende que meio ambiente não se limita à natureza e que o ser humano também a constitui. A escola conta com a gestão integrada de resíduos sólidos, o qual consiste em um conjunto de alternativas que visam reduzir e /ou eliminar os impactos ambientais decorrentes da falta de gestão: coleta seletiva, compostagem, horta escolar e Educação Ambiental. Fatos que possibilitaram a inserção da dimensão ambiental no currículo escolar, mudanças de atitudes e de valores e melhoria da qualidade de vida do ambiente, escola e contribuíram para o alcance dos 5 Rs: Reduzir a produção de resíduos, conseqüentemente os impactos ambientais negativos; Reutilizar e/ou Reciclar; Repensar as atitudes que promovem a degradação ambiental e social e Realizar Educação Ambiental de forma contínua e permanente. Portanto, a realização de Educação Ambiental de forma permanente e contínua e distante da pedagogia tradicional permite mudanças de percepção ambiental, a inserção da dimensão ambiental no currículo escolar e representa instrumento indispensável à gestão ambiental na escola. Iniciá-la através dos resíduos sólidos permite a redução de diversos impactos ambientais negativos, uma vez que os resíduos estão relacionados com vários recursos ambientais. Além de promover mudanças de atitudes e de valores e o cuidado com o meio ambiente, escola, o qual se estende ao entorno, à família e ao bairro.

PALAVRA-CHAVE: Gestão ambiental; Educação Ambiental e resíduos sólidos.

INTRODUÇÃO

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Na compreensão de Romeiro (2003) “a magnitude da escala atual das atividades humanas, levanta o problema do limite da capacidade de suporte do planeta Terra”, uma vez que os sistemas naturais são organizados de modo que os subsistemas respondam por suas necessidades e objetivos específicos, mas simultaneamente sirvam as necessidades do sistema maior ao qual estão interligados. Este equilíbrio entre os subsistemas e o sistema total cria estabilidade, flexibilidade e conseqüentemente eficiência no aproveitamento energético e na ciclagem da matéria.

No entanto, os sistemas podem funcionar mal se o equilíbrio entre o bem estar do subsistema e do sistema total for perturbado. Porquanto, todo sistema natural apresenta um âmbito de resistência e/ou elasticidade, dentro do qual a vida permanece estável e além do qual ela não resiste esfacelando-se, o que é denominado de capacidade de suporte.

Apesar dos sistemas naturais possuírem uma quase infinita capacidade de auto-regulação, o que lhe permite resistir e se adaptar a grandes variações ambientais, não conseguem neutralizar os impactos ambientais negativos provocados pela espécie Homo sapiens. Uma vez que os sistemas artificiais, como as cidades, são planejados e organizados desconsiderando as leis naturais, as interconexões existentes no planeta Terra e a capacidade de suporte; pois a relação ser humano – meio ambiente tem sido influenciada pelo paradigma cartesiano-newtoniano, economia neoclássica e keynesiana, antropocentrismo e percepção ambiental inadequada. Todavia, tomando por base a Hipótese de Gaia, compreendemos que a Terra enquanto ser vivo em evolução é capaz de tirar de circulação aquela espécie que ameaça a sua continuidade. Desse modo, corroborar para manutenção da capacidade de suporte do planeta Terra, significa manter a sustentabilidade das várias formas de vida, inclusive da Homo sapiens.

Repensar o sistema educacional é um dos pontos de partida para a transformação. Destacamos, porém, que a educação sozinha não será capaz de fomentar mudanças.

Entendendo que a educação deve ter como ponto de partida, a realidade do educando e educanda, e que esta realidade compreende o meio ambiente, toda educação deve ser Ambiental e portanto, todo conhecimento deve ser construído a partir do ambiente e para ele deve retornar.

Compreendemos educação, enquanto processo em que o ser humano é motivado a crescer em todos os seus aspectos, construindo conceitos, reformulando pensamentos e percepções, criando e recriando e acima de tudo intervindo em sua realidade.

Os autores Demo (1996), Freire (1983), Silva A (2000), Morin (2001), comungam da afirmativa que a educação promove mudanças, todavia, fora do processo educacional tradicional, porque a educação bancária vê o educando e a educanda apenas como um depósito de informações e o educador e educadora donos do saber acabado e empacotado. Todavia, é preciso que o ser humano se reencontre com a natureza, sentindo-se parte integrante.

Para Silva D (1998) Educação Ambiental é a estratégia de capacitação das pessoas para o desenvolvimento sustentável. Pedrini (1997) aponta Educação Ambiental como uma das possibilidades de reconstrução multifacetada não cartesiana do saber humano. Medina (1997), por sua vez afirma que o aprofundamento dos processos educativos ambientais é uma condição para uma nova racionalidade ambiental, a qual possibilita modalidades de relações entre a sociedade e a natureza, entre o conhecimento científico e as intervenções técnicas no mundo, nas relações entre os grupos sociais diversos e entre os diferentes países em novo modelo ético, centrado no respeito e no direito à vida em todos os aspectos. E por fim, Silva A (2000) assinala que “ Educação Ambiental é um dos poucos instrumentos de mudanças, mas requer aplicação de estratégias e mudanças na formação de educadores ambientais nos seus diversos níveis: técnico, superior e na formação continuada”.

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METODOLOGIA

Este trabalho retrata uma pesquisa participante de acordo com Thiollent (1998), realizada no período de março de 1998 a abril de 2005 na Escola Municipal Lafayete Cavalcanti, no Bairro das Malvinas, em Campina Grande/PB.

A cidade de Campina Grande está situada a 120 km da capital do Estado da Paraíba, João Pessoa (7°13’11”sul, 35°52’31”oeste, a 550m acima do nível do mar), na Serra da Borborema, o que lhe confere um clima agradável durante todo o ano. Apresenta área urbana de 140 km2. Sua população corresponde a 360 mil habitantes. Atualmente, dispõe de amplas, diversificadas e sólidas bases em suas atividades econômicas, agropecuárias, industriais e comerciais, sendo um dos mais importantes pólos comerciais das cidades de porte médio da região Nordeste do país. E possui um pioneiro e sofisticado parque educacional e tecnológico. Conta com cinco universidades, destacando-se como principal centro educacional do interior do Nordeste. O bairro das Malvinas apresenta uma população de 40 mil habitantes, cerca de 12% da população do município e a média salarial encontra-se em torno de um a cinco salários mínimos nacional. Conta com apenas duas escolas públicas municipais, uma das quais foi selecionada como campo de pesquisa para a realização desse trabalho. A escola escolhida para a realização do nosso trabalho conta com uma estrutura formada por 11 salas de aula, cantina, sala de vídeo e de leitura, secretaria, sala de professores, oito sanitários, centro odontológico, sala de computação, sala de dispensa, jardim e ampla área de recreação. Conta com um quadro profissional de 40 educadores, cerca de 12 funcionários e cerca 700 educandos nos três turnos. A amostragem utilizada neste trabalho correspondeu as educadoras, educandos e educandas do 1° e 2º ciclos do Ensino Fundamental. O 3º ciclo só foi instituído em 2003.

Os dados foram coletados através do MEDICC- Modelo Dinâmico de Construção e Reconstrução do saber voltado para as questões ambientais (SILVA, 2000; 2001; 2002) durante a realização de encontros semanais e/ou mensais com a comunidade escolar. O MEDICC compreende um conjunto de estratégias metodológicas que permite a realização do processo educativo para meio ambiente de forma dinâmica, criativa, crítica e que os dados sejam coletados simultaneamente ao processo de sensibilização.

A partir do MEDICC, os instrumentos de pesquisa utilizados possibilitam a realização de pesquisa simultaneamente ao processo de sensibilização (SILVA M, 2002a).

Destacamos que os dados à medida que foram coletados, foram apresentados ao grupo envolvido, servindo de base para o delineamento de novas estratégias.

Os dados foram analisados de forma quantitativa e qualitativa, utilizando-se da triangulação (THIOLLENT, 1998).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através da técnica de produção de desenho foi possível investigar a compreensão de meio ambiente das educadoras, tanto no início, como no final do trabalho. Inicialmente, 81% das educadoras representaram o meio ambiente natural e deste total apenas 42% inseriram o ser humano. A partir do processo de sensibilização esta concepção foi evoluindo, de modo que atualmente 100% das educadoras vêem o meio ambiente construído, expresso através de casa, antena parabólica, carro, barco, fábrica, escola, estrada, igreja e praça. Todavia, nestas representações predominam os elementos naturais, ressaltando um ambiente construído em harmonia com os elementos naturais. Enunciando um ambiente em equilíbrio, distante da realidade do grupo em estudo. O que confirma a pesquisa de Silva (2002), a qual detectou que a percepção ambiental envolve acima de tudo o imaginário, os sonhos, as necessidades individuais e coletivas.

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Além dos problemas citados no começo do trabalho: desmatamento, poluição e lixo, elas apontaram saúde, comportamento do ser humano, irresponsabilidade política e falta de educação, número de educando por sala de aula, falta de espaço adequado para a recreação das crianças, falhas na estrutura física da escola. Verificamos que aquela compreensão de problemas ambientais, centrada na vertente ecológica, foi ampliada, incorporando as vertentes políticas, sociais, econômicas e de saúde.

Em relação ao conceito de Educação Ambiental: 76% apresentavam uma abordagem ecológica preservacionista e fora do contexto educacional (SILVA, 2000). Atualmente, há o entendimento que Educação Ambiental é um processo educativo e que meio ambiente deve ser um tema transversal e não disciplina. Conforme determina a Lei 9795/99 no Artigo 10: “a educação ambiental não deve ser implantada como disciplina específica no currículo de ensino e sim integrada a todas as disciplinas”. Compreensão já apresentada na Conferência de Tbilisi em 1977. O que também é previsto nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2001). A Agenda 21 aponta que a questão ambiental jamais deverá ser tratada como algo separado das dimensões sócio-econômicas, não devendo ser limitada apenas as questões ecológicas.

O tema meio ambiente não pode ser considerado como um objeto de uma disciplina, isolado de outros fatores. Ele deve ser trazido à tona, em uma dimensão que sustenta todas as atividades e impulsiona os aspectos físicos, biológicos, sociais, éticos e culturais dos seres humanos. Deve permear em todas as disciplinas do currículo escolar, gerando uma rede entrelaçada, na qual todas as áreas do conhecimento são imprescindíveis para promover a compreensão das leis naturais, da relação sociedade-natureza e sociedade-sociedade. Na realidade, é a necessidade de olhar o mundo através da visão sistêmica. Afinal, já sabemos que os sistemas vivos compreendem sistemas complexos, que estão interconectados.

No que diz respeito à compreensão de resíduos sólidos, a princípio as educadoras concebiam como aquilo que não presta mais (93%). No momento, a maioria entende resíduos sólidos como materiais que podem ser reutilizados e/ou reciclados e que esta problemática decorre principalmente do crescimento populacional, consumismo, falta de saneamento, e da falta de educação. Mas, o entendimento da gravidade desta problemática ainda é incipiente, pois não relacionam resíduos sólidos com recursos ambientais e as conseqüências apontadas limitam-se à saúde humana. Para as soluções a maioria aponta que os resíduos devem receber acondicionamento e destino corretos (81%). Citam: coleta seletiva, reciclagem e reutilização, conscientização e educação. Estas sugestões, assim como as causas que promovem a problemática dos resíduos sólidos estão de acordo com a literatura, o que reflete o conhecimento do grupo estudado e a importância de investir na formação do educador e educadora.

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23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

FIGURA 02: 2° logotipo elaborado pelas crianças da Escola Municipal Lafayete Cavalcanti, em Campina Grande/PB, no decorrer do processo de sensibilização.

FIGURA 01: 1º logotipo elaborado pelas crianças da Escola Municipal Lafayete Cavalcanti, em Campina Grande/PB

Conhecendo os vários impactos negativos provocados pela falta de gestão dos resíduos sólidos; compreendendo que a escola objeto de estudo contribuía para esta problemática, encaminhando mensalmente ao lixão da cidade 166 Kg de resíduos, sendo que deste total 56% correspondia a matéria orgânica, 16% a resíduos de papel, 13% de plástico e apenas 15% de resíduos não recicláveis; entendendo que o tema resíduo sólido poderia ser inserido no processo ensino-aprendizagem e dessa forma, facilitaria a inserção da dimensão ambiental no currículo escolar e ainda com a convicção que a coleta seletiva é uma alternativa viável, foi implantada a gestão integrada de resíduos sólidos na escola, seguindo as etapas: formação dos educadores e educadoras; envolvimento de toda comunidade escolar; identificação da percepção ambiental; realização do diagnóstico da escola e do entorno; verificação dos conceitos referentes aos resíduos sólidos; inserção da dimensão ambiental no currículo escolar; delineamento de estratégias para implantação do modelo de gestão de resíduos sólidos; destinação correta dos resíduos selecionados; amplo processo de sensibilização e Educação Ambiental realizada de forma permanente, contínua, criativa, crítica e dinâmica.

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Os resíduos selecionados apresentam quatro destinos: compostagem, oficina de reciclagem e/ou reutilização, comercialização e lixão da cidade.

Os resíduos orgânicos selecionados são encaminhados a composteira para serem submetidos ao processo de compostagem. A composteira foi construída com tijolos e cimento formando oito unidades de compostagem com 0,5 m2 cada, as quais são organizadas de forma a originar duas longas cadeias, por meio das quais os resíduos são tratados e transformados em adubo. O processo de compostagem ocorre pelo método aeróbio, através do qual a matéria orgânica é disposta em pilhas e a aeração necessária para o desenvolvimento do processo de decomposição biológica ocorre por meio de reviramentos periódicos, de três em três dias e os resíduos orgânicos são transferidos mensalmente para o compartimento subseqüente, de forma que no quarto compartimento, os resíduos já estão transformados em adubo e pronto para sua utilização na horta.

Parte dos resíduos de papel e de plástico é usada em oficinas de reciclagem e de reutilização, outra parte é armazenada para a comercialização. Os resíduos de madeira, aqueles decorrentes do ato do estudante de fazer a ponta do lápis, e os fósforos utilizados na cantina são aproveitados como recursos técnico-pedagógicos. Por quanto, através do processo de Educação Ambiental, a comunidade escolar mudou a percepção ambiental, tornando-se sensível às questões ambientais e buscando solucionar os problemas ambientais locais. No entanto, a preocupação ainda não se estendeu para o entorno. Dentre os problemas solucionados, destaca-se a falta de gestão de resíduos sólidos. A qual foi resolvida a partir da implantação da gestão integrada de resíduos de resíduos, propiciando a assim, o alcance dos cinco Rs propostos por Silva et (2004): Reduzir a produção de resíduos; Reutilizar e/ou Reciclar; Repensar as atitudes que promovem a degradação ambiental e social e

Realizar Educação Ambiental de forma contínua e permanente

A concretização dos 5Rs proporcionou a obtenção de vários benefícios: diminuição da quantidade de resíduos que chega ao lixão da cidade; redução dos impactos ambientais e sociais negativos; sensibilização da comunidade escolar para necessidade de mudanças de postura e de hábitos em relação ao meio ambiente; motivação para a incorporação da temática ambiental em todas as disciplinas e conteúdos; elaboração de estratégias de ensino e recursos técnico-pedagógicos; incentivo ao desenvolvimento de múltiplas inteligências; fomento à organização do jardim; futura construção da farmácia viva e concretização do projeto de horta escolar; contribuição ao Programa Letramento, adotado pela Secretaria Municipal de Educação; produção de recursos técnicos metodológicos que possibilitam utilizar o tema gerador Meio Ambiente e Saúde nas várias áreas do conhecimento; fomento à participação dos pais e mães na escola; geração de recursos financeiros para as escolas; estímulo a mudanças na prática pedagógica.

Em virtude destes benefícios, a gestão de resíduos sólidos na Escola Municipal Lafayete Cavalcanti, é vista atualmente como modelo para as demais escolas do município e permitiu a incorporação de outros aspectos ambientais à gestão, tais como: redução do consumo de água, arborização da escola, cuidado com os livros, diminuição do consumo de energia e melhor relação entre os constituintes da comunidade escolar. Motivou ainda o desejo de ampliar a gestão integrada de resíduos sólidos para as demais escolas da cidade de Campina Grande, o que contribuirá para sua extensão aos demais segmentos da sociedade, uma vez que segundo Silva (1995) a gestão de resíduos deve ter inicio nas instituições de ensino, para posteriormente atingir os demais segmentos da sociedade.

A implantação da Gestão Integrada de Resíduos sólidos nas escolas do município permitirá a concretização de um sonho de todos aqueles que apresentam preocupação com as gerações atuais e futuras e que desejam que a cidade de Campina Grande tenha no futuro, um cenário diferenciado do atual, haja vista que a falta de gestão dos resíduos sólidos nas escolas e nos demais segmentos da cidade, é refletida através dos lixões formados nos arredores das escolas, nos terrenos baldios e no próprio lixão de Campina Grande, que inclusive já não tem mais espaço para receber tanto resíduos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto, a realização de Educação Ambiental de forma permanente e contínua e distante da pedagogia tradicional permite mudanças de percepção ambiental, a inserção da dimensão ambiental no currículo escolar e representa instrumento indispensável à gestão ambiental na escola. Iniciá-la através dos resíduos sólidos permite a redução de diversos impactos ambientais negativos , uma vez que os resíduos estão relacionados com vários recursos ambientais. Além de promover mudanças de atitudes e de valores e o cuidado com o meio ambiente, escola, o qual se estende ao entorno, a família e ao bairro.

Ressaltamos que ao longo deste trabalho vários graduandos e pós-graduandos participaram deste processo, mas previamente foram sensibilizados para as questões ambientais, através do curso de agentes multiplicadores em Educação Ambiental, o qual compreende três etapas, cada uma de 40 horas, além de seminários, encontros, congressos, trilhas e fóruns. O que demonstra a importância de investir na formação inicial e continuada e que sem sensibilização não há Educação Ambiental

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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horta escolar como laboratório de estudo das ciências naturais na escola municipal Lafayete Cavalcante, em Campina Grande/PB. Relatório Final. 2004. Iniciação Científica (Programa

Institucional de Bolsas de Iniciação Científica- PROINCI/CNPq/UEPB).Campina Grande: UEPB

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Referências

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