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Impacto da Geração Distribuída no Sistema Elétrico de Distribuição da RGE

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Academic year: 2021

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Impacto da Geração Distribuída no Sistema

Elétrico de Distribuição da RGE

I. L. Holsbach, R. D. Ruaro, D. O. Lima, N. A. Cabral RGE – Rio Grande Energia S.A.

J. A. B. Falleiros, M. A. A. Melo, M. A. Silva, P. Shinzato, W. Maurício, Y. M. B. M. Oliveira,

S. T. Maurício, K. Kestel, R. F. N. Vasconcelos Universidade Presbiteriana Mackenzie

Resumo – Este artigo tem como objetivo mostrar o estudo

feito, sobre o impacto da geração distribuída no Sistema Elétrico da RGE, com ênfase no que diz respeito à qualidade do Sistema Elétrico de Distribuição, contemplando: Desenvolvimento de um sistema computacional para avaliação do impacto da Geração Distribuida do tipo PCH, na qualidade do fornecimento de energia pelo sistema elétrico da RGE, Capacitação do pessoal da RGE, participante deste projeto, para utilização do Sistema Computacional desenvolvido, pesquisa das características de parâmetros dos Sistemas de Proteção e Controle, limitando-se, neste projeto, apenas à fontes de geração, para uso no modelo do Sistema Elétrico de Distribuição da RGE.

Palavras-chave – Geração Distribuída, Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH's), Modelamento de Geração Distribuída, Simulações Dinâmicas .

I. INTRODUÇÃO

Após o racionamento de energia, os Clientes passaram a dispor da capacidade de geração ociosa em suas instalações.

Por outro lado, há situações onde pode ocorrer cogeração associada à oferta de outras fontes de energia, como, por exemplo: gás natural, biomassa, eólica, células combustíveis, e outros.

Tudo isso, associado a outros fatores, como incentivos governamentais, faz com que se considere a hipótese de oferta da geração própria desses consumidores, às Concessionárias. Para tanto, será necessário um conhecimento prévio e aprofundado dos impactos da conexão de geradores distribuídos ao Sistema Elétrico de Distribuição. Obviamente, para a análise desses impactos (qualidade do fornecimento e comportamento dinâmico) é fundamental que se definam metodologias que considerem, detalhadamente, os parâmetros desses geradores e de seus sistemas de controle, bem como a configuração do Sistema de Distribuição, em termos da topologia e do estado elétrico (carregamento) para estudos de avaliação da qualidade de fornecimento, comportamento dinâmico.

O objetivo final é garantir aos responsáveis da Concessionária RGE , uma análise quantitativa da proposta

de conexão de PCH’s, tendo como base as informações do proponente da conexão de geradores distribuídos ao Sistema de Distribuição da Concessionária, de modo que não provoque perda de confiabilidade e nem deterioração da qualidade do fornecimento.

Tais procedimentos de análise, aplicados em conjunto com as ferramentas computacionais desenvolvidas nesta pesquisa, permitem a avaliação do Impacto da Geração

Distribuída no Sistema Elétrico de Distribuição da RGE.

Durante todo o desenvolvimento da pesquisa, houve a participação efetiva de profissionais da RGE, garantindo-se, assim da capacitação dos mesmos, para a utilização da metodologia desenvolvida. A pesquisa foi iniciada por uma revisão da literatura técnica e da legislação brasileira e internacional pertinentes, destacando-se a pesquisa de normas de operação, além da legislação relativa à conexão ao Sistema Elétrico de Potência. Foram definidos modelos de simulação do sistema elétrico de distribuição, em regime normal e transitório, com foco principal no comportamento dinâmico dos geradores quando submetidos à variações de carga e suas perturbações.

Através de uma análise do sistema elétrico real da RGE, S/E Vacaria, foi definido um circuito típico, eleito para estudo da alocação de várias fontes geradoras (geração distribuída).

A seguir, foi simulada matematicamente a conexão de geradores, utilizando-se, para tanto, o modelo matemático desenvolvido e os parâmetros do sistema de controle desses geradores, obtidos através de levantamentos, realizados em parceria com fabricantes, A equipe Mackenzie atuou, assim, de forma coordenada com a equipe da RGE, e contou com o apoio de empresas fabricantes de equipamentos, para possibilitar o levantamento das características dos parâmetros do sistema de controle.

Através de reuniões mensais foram avaliados o andamento e os resultados até então obtidos, além de propiciar a capacitação da equipe da RGE, participante dos trabalhos, para a utilização do sistema computacional desenvolvido nos estudos de sistema elétrico. Deste modo, os trabalhos de P&D se iniciaram em maio de 2006 e se prolongaram, sem interrupção, até maio de 2007.

(2)

QUADRO I

CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Etapas Meses Produto

Revisão da literatura atual, e análise de modelos para estudo de

comportamento dinâmico e análise da proteção. 1 Relatório 1: Relatório sobre a revisão da literatura. Relatório 2: Relatório sobre modelos de estudo de comportamento dinâmico. Relatório 3: Análise do Sistema de Proteção da RGE considerando a Geração Aspectos legais e Conceituação e Desenvolvimento de equacionamento matemático 2 Relatório 1: Conceituação da modelagem matemática para estudos dinâmicos. Relatório 2: Pesquisa dos parâmetros do sistema de controle". e do comportamento da proteção em diferentes estágios da utilização da geração distribuída. Relatório 3: Pesquisa da Legislação brasileira pertinente Relatório 4: Pesquisa das exigências do sistema elétrico para

que a geração distribuída não degrade

a qualidade do fornecimento de energia

elétrica.

Pesquisa de circuito típico para uso na

simulação com aplicação de GD 3 Relatório 1: Diretrizes e exigências do sistema elétrico quanto à qualidade. Relatório 2: Pesquisa dos requisitos da proteção e controle da GD; Relatório 3: Consolidação de metodologia para aceitação da GD, sob o ponto de vista da qualidade de fornecimento de energia elétrica. Pesquisa de campo

para obtenção dos parâmetros dos reguladores de velocidade e tensão de conjunto de geração 4 Relatório: Parâmetros de reguladores de velocidade e tensão de conjunto de geração. Transferência de Tecnologia e Capacitação dos Profissionais da RGE para utilização da Metodologia e do Sistema Computacional desenvolvido. 5 Relatório da Jornada Técnica - Conclusões e Recomendações. Workshop - Capacitação dos profissionais da RGE, para utilização dos

recursos então disponíveis, resultantes dessa pesquisa. Relatório Final e Disponibilização do Sistema Computacional

para uso na simulação da GD no Sistema Elétrico RGE. 6 Relatório final - Metodologia e Recomendações. Sistema Computacional contendo o modelo para uso na simulação da Geração Distribuída no Sistema Elétrico da RGE. Relatório Final a ser

encaminhado a ANEEL. Artigo Técnico.

II. MODELAGEM MATEMÁTICA DO SISTEMA.

A modelagem adequada de todos os componentes é fundamental para as simulações destinadas à avaliação do comportamento das unidades geradoras em sua interação com a rede elétrica à qual as mesmas estão conectadas, sendo também uma importante ferramenta para a determinação dos parâmetros e ajustes dos sistemas de controle.

No caso específico das pequenas centrais hidrelétricas, objeto do presente estudo, o porte de cada unidade geradora não é suficiente para que a mesma afete consideravelmente o sistema elétrico como um todo. Entretanto, condições locais da rede podem, sim, ser afetadas, principalmente em situações de redes frágeis e/ou nas quais diversas gerações estejam conectadas. Neste caso, tornam-se mais importantes os cuidados que se deve tomar nas especificações e nos ajustes das unidades geradoras, sendo as simulações ferramentas úteis para este fim. O primeiro passo é o estabelecimento de modelagem adequada.

Nos itens que se seguem, são apresentados os subsídios básicos para esta modelagem, cujo detalhamento e aplicação nos processamentos é mostrado a seguir neste trabalho. O modelamento foi baseado nas referências [2] [4], [6], [7].

A. Modelo do Sistema Gerador com Carga

O modelo Gerador com Carga é baseado no esquema é mostrado na figura 1.

Figura 1. Esquema de um gerador alimentando uma carga isolada. [2].

Onde:

Tm = Torque mecânico Pm = Potência mecânica Pe = Potência elétrica PL = Potência da carga

(3)

Figura 2. Modelo do Gerador mais Carga.[2].

Onde:

M = Constante de inércia do Gerador D = Constante de amortecimento de carga Δωr = Taxa de variação de freqüência ΔPm = Variação de potência mecânica ΔPL = Variação de potência da carga

O uso do símbolo Δ é para indicar pequenas variações da grandeza física.

Rearranjando o modelo do gerador mais carga mostrado na figura 2, obtemos o sistema equivalente mostrado na figura 3, com a respectiva função de transferência do gerador mais carga.

Figura 3. Modelo do Gerador mais Carga equivalente a figura 2.[2].

A Função de Transferência do Gerador mais Carga é mostrada abaixo.

)

(

1

D

Ms

G

rg

+

=

(1) Onde: rg

G

= Gerador mais carga

Em geral, as cargas de sistema de potência são dependentes da diversidade dos equipamentos elétricos. Para cargas passivas (impedância constante, por exemplo), a potência elétrica independe da freqüência. No caso de motores, a potência elétrica muda com a freqüência de acordo com a velocidade do motor. A característica da dependência de freqüência de um arranjo de carga pode ser expressa por: r L e

P

D

P

=

Δ

+

Δ

ω

Δ

(2) Onde:

ΔPe = Mudança de carga não sensível à freqüência DΔωr = Mudança de carga sensível à freqüência

A constante de amortecimento é expressa como uma mudança percentual em carga para 1% na mudança de freqüência. Valores típico de D são de 1% até 2%.

Um valor de D=2 significa que 1% na variação da freqüência pode causar uma variação de 2% na carga.

B. Modelo da Turbina

O modelo mecânico da Turbina é baseado no esquema de uma usina Hidroelétrica mostrada abaixo.

Figura 4. Esquema de uma usina Hidroelétrica [2].

Onde:

H = Altura da Coluna da Água U = Velocidade da Água L = Comprimento do Duto

A potência mecânica da Turbina é proporcional ao produto da pressão e Fluxo, sendo calculado como

KpHU

Pm

=

(3) Onde:

Kp = Constante de proporcionalidade

A Função de Transferência da turbina é mostrada abaixo e está na referência [2].

s

T

s

T

G

P

W W m

2

1

1

1

+

=

Δ

Δ

(4) Onde:

Tw = Tempo de partida da água ΔG = Variação de abertura do Gate

s

T

s

T

Gt

W W

2

1

1

1

+

=

(5) Onde: Gt =

G

P

m

Δ

Δ

Sendo Tw calculado como mostrado pela equação 6.

(4)

C. Modelamento do Controlador para Turbinas Hidráulicas

A função básica de um controlador para Turbinas Hidráulicas é controlar a velocidade e/ou carga. Os princípios gerais de controle de carga/freqüência estão nas referências [2], [1] [3]. São tratados aqui os requisitos

especiais de controle de turbinas hidráulicas, suas realizações físicas e estudos de modelagem no sistema.

A primeira função de controle de velocidade/carga envolve feedback do erro de velocidade para controlar a posição de gate.

Para uma qualificação satisfatória e operação paralela estável de múltiplas unidades, o controlador de velocidade é provido com uma característica de perda (“droop”=estatismo).

O propósito do droop é assegurar o compartilhamento de cargas entre unidades geradoras. Tipicamente a perda ou de estado estacionário é aproximadamente de 5%. Isso significa que um desvio de velocidade de 5% causa 100% de mudança na posição do gate. A posição do gate está diretamente relacionada com a potência de saída. Para um estável desempenho de controle, na presença de grandes transitórios temporários, um compensador tem que ser incorporado ao controlador.

O esquema completo do controlador para abertura do

gate (g) é mostrado na figura na figura 5 abaixo.

Figura 5. Controlador com compensador de Droop. [2].

Onde:

R p = estatismo (droop) permanente R t = estatismo temporário

T r = tempo de reset g = abertura do gate

Cálculo de droop permanente

Para um droop (queda) de 5% em estado estacionário o parâmetro Rp vale 0,05

Cálculo do droop temporário M W W

T

T

T

Rt

=

[

2

,

3

(

1

)

0

,

15

]

(7) W W r

T

T

T

=

[

5

(

1

)

0

,

5

]

(8) Onde:

TM = Tempo de partida mecânica TM = 2Hg

Hg = constante de inércia do Gerador

Obs: Usa-se o símbolo M ao invés de TM

O resultado obtido por este controlador é de desvios rápidos de velocidade, e um normal low droop em resposta de estado estacionário. Em geral os controladores apresentam uma constante de tempo (resultando em um atraso na resposta) que é representada pela função Função de Transferência mostrada abaixo.

s

T

G

G ct

=

+

1

1

(9) Onde:

Gct = Função de tranferência do atraso do controlador TG = Constante de Tempo do controlador

D. Modelo completo: Turbina, Gerador e Controlador

O modelo completo do sistema formado por turbina - controlador - gerador , é mostrado na figura abaixo.

Figura 6. Diagrama de Blocos da unidade Hidráulica PCH. [4].

E. Modelo do Escitador

Há uma variedade de tipos diferentes de modelos de excitação. Entretanto, os sistemas modernos de excitação usam a fonte de potência C.A. através dos retificadores de estado sólido tais como o SCR. A tensão da saída do excitador é uma função não-linear da tensão do campo por causa dos efeitos de saturação do circuito magnético, assim, não há nenhum relacionamento simples entre a tensão terminal e a tensão do campo do excitador.

Muitos modelos com vários graus de sofisticação foram desenvolvidos e estão disponíveis nas publicações de recomendações do IEEE. Um modelo razoável de um excitador moderno é um modelo liberalizado, que ignore a saturação ou outros efeitos não lineares.

De uma forma mais simples, a função de transferência de um excitador moderno pode ser representada por uma única constante do tempo TE e um ganho KE, isto é:

(5)

Onde:

VF = Tensão de campo VR = Tensão de regulação KE = Ganho de exitação

TE = Constante de tempo do exitador

A constante do tempo de excitadores modernos é muito pequena. A tensão de excitação é detectada através de um transformador de potencial e retificada através de um retificador tipo ponte. O sensor é modelado por uma função de transferência simples de primeira ordem, dada por:

s

T

K

s

Vt

s

V

R R S

+

=

1

)

(

)

(

(11)

O valor de

T

R varia entre 0.01 a 0.06. Onde:

VS = Tensão do sensor

VT = Tensão terminal do gerador KR = Ganho do sensor

TR = Constante de tempo do sensor

A figura 7, abaixo, mostra o diagrama de blocos do sistema completo de excitação operando em malha fechada, objetivo é manter a tensão proveniente do gerador Vt(s) regulada a partir da tensão de referência Vref(s), onde o sinal de erro Ve(s) é aplicado no amplificador de tensão do excitador, produzindo a tensão de regulação Vr(s) do excitador.

Figura 7. Diagrama de Bloco do sistema exitador da PCH. [4].

A função de transferência em malha aberta, é definida por: ) 1 )( 1 )( 1 )( 1 ( ) ( ) ( s T s T s T s T K K K K s H s KG R G E A R G E A + + + + = (12)

A função de transferência em malha fechada que relaciona a tensão do terminal do gerador Vt(s) à tensão da referência Vref(s) é: R G E A R G E A R R G E A K K K K s T s T s T s T s T K K K K s H s KG + + + + + + = ) 1 )( 1 )( 1 )( 1 ( ) 1 ( ) ( ) ( (13)

III. PESQUISA EM CAMPO PARA CONFIRMAÇÃO DOS PARÂMETROS DA MÁQUINA

Esta atividade teve um redirecionamento, no sentido de que a pesquisa em campo fez parte de entendimentos técnicos com fabricante, sendo que em várias reuniões realizadas durante o período de realização do estudo, foram obtidos parâmetros e resultados de ensaios previamente realizados. Os modelos obtidos foram então implantados diretamente no Matlab/Simulink. [5]

IV. SIMULAÇÃO DO SISTEMA

Além dos modelos mencionados, foram utilizados modelos já contidos no pacote do Simulink, cujos detalhes e resultados de simulações efetuadas estão expostos em outros tópicos do presente trabalho.

A. Simulações para Definição dos Parâmetros para Proteção e Controle do Conjunto Gerador-turbina

Como já mencionado, as simulações aqui apresentadas não pretendem, e nem devem, esgotar o assunto da definição de parâmetros, já que cada situação futura deverá ser estudada “de per si”. O objetivo deste estudo foi, na verdade, traçar diretrizes de procedimentos para tratar as solicitações de conexão de novas unidades de PCH no sistema da RGE.

Assim sendo, tomou-se como caso base um sistema montado a partir de dados do alimentador VAC-201 – 23 kV, ao qual está conectada a PCH Saltinho, de 1 MVA.

Foram necessárias, entretanto, várias modificações, para que fosse possível efetuar as simulações com os modelos disponíveis, resultando numa rede de 13,8 kV (ao invés de 23 kV), à qual se conectou uma unidade geradora de 9 MVA, cujos dados foram obtidos junto ao fabricante.

Devido à grande extensão do alimentador, foi necessário adotar uma representação simplificada do mesmo, reduzindo-o a quatro trechos interligados radialmente, com cargas na extremidade de cada um, calculadas pela concentração, em blocos, das cargas originais.

Com isto, foram mantidas as distâncias elétricas principais, modelo este considerado suficiente para as simulações efetuadas.

Neste sistema, foram simuladas ocorrências de alívio de carga e de seccionamento do alimentador, gerando assim várias perturbações que permitiram uma avaliação do comportamento das máquinas, inclusive em situações de ilhamento, e para as hipóteses de uma ou duas PCH’s conectada(s) ao alimentador.

Cabe aqui salientar que em todos os estudos desta natureza o objetivo principal é evitar ao máximo o desligamento da PCH como conseqüência de uma perturbação. Isto porque pelas normas atualmente vigentes este desligamento é feito de forma automática em todas as situações anormais.

(6)

B.Diretrizes para as Simulações e Consolidação da Metodologia

Procurou-se, nesta etapa, selecionar e processar um “estudo de caso” que mostre de forma clara o contexto técnico do processo de aceitação de uma PCH.

De modo geral, o roteiro é iniciado pela análise dos dados e informações recebidos do cliente e prossegue com análises das várias condições de regime permanente e simulações das ocorrências que possam por em risco a confiabilidade do sistema e que requeiram eventuais providências preventivas visando assegurar o comportamento adequado das unidades geradoras bem como a segurança operativa delas próprias.

C . Simulações em Regime Permanente

O fluxo de potência das condições iniciais (antes da perturbação) é obtido a partir de processamentos feitos regularmente na RGE. Nesta situação, a PCH estaria a plena carga, gerando 9 MW, dos quais 8 MW são

consumidos localmente e 1 MW excedente supre as cargas do alimentador, havendo ainda um excedente que alimenta o sistema a montante, via SE Vacaria.

Visando gerar uma situação em que um ilhamento resultaria em sobrecarga da PCH, foi reduzida a geração da PCH para o valor de 1 MW, mais próximo à efetiva geração de Saltinho. Entretanto, foi mantida a carga de 8 MW junto à PCH.

D. Simulações de Comportamento Dinâmico

Para estas simulações, foi utilizado o modelo completo, formado por turbina, controlador, gerador, (modelo este mostrado na figura 6), juntamente com os modelos de máquina e reguladores. O modelo completo, implementado no Simulink, é mostrado na figura 8.

Quanto a possíveis situações pós perturbação, inúmeras hipóteses poderiam ser formuladas, das quais foram selecionadas as seguintes:

Alívio de carga sem ilhamento (Disjuntor da SE sempre fechado); Alívio de carga com ilhamento (Abertura do disjuntor da SE, seguida de alívio de carga).

(7)

A esta mesma rede, foi também acrescentada uma segunda PCH, para se verificar a interação entre as duas fontes, numa situação de ilhamento.

Os resultados, tanto para os casos de ilhamento com uma única PCH como com duas PCH’s são mostrados nas figuras 9, 10 e 11, havendo indicação de tendências de perda de sincronismo. Neste caso, a manutenção do sincronismo pode ser tentada recorrendo-se a ajustes nos sistemas de controle. Caso isto não seja possível, a solução é o desligamento temporário da(s) PCH(’s), seguido de ressincronização da(s) mesma(s). Mesmo nesta última hipótese, poderá haver algum ganho em termos de confiabilidade, caso a ocorrência que causou o desligamento do alimentador tenha ocasionado um impedimento parcial do mesmo por um tempo razoavelmente longo.

Esta e outras situações poderão ser passíveis de serem analisadas, dependendo das características do sistema ao qual se fará a conexão da PCH.

Figura 9. Velocidade do rotor – Ilhamento de uma PCH.

Figura 10. Velocidade do rotor – PCH-1.

Figura 11. Velocidade do rotor – PCH-2.

Observamos que as operações de alívio de carga, com e sem ilhamento bem como o acréscimo de uma outra PCH na linha afeta a resposta do sistema, sendo necessário o uso de controladores com mencionados anteriormente neste trabalho, para obter a resposta desejada. Foi feita a sintonia destes controladores de modo a corrigir os problemas.

O tipo de controlador encontrado nos equipamentos reais instalados em campo é do tipo PID (Controlador Proporcional Integral e Derivativo). Alterando o controlador PID do sistema, podemos alterar a velocidade de resposta do sistema, bem como a estabilidade do mesmo. As figuras 12 e 13 abaixo, mostram as respostas de velocidade em pu para um degrau de velocidade na entrada. Nestas simulações o PID foi sintonizado a partir dos dados fornecidos pelo fabricante.

A figura 12 mostra uma resposta lenta do controle de velocidade, porém estável e pouco acima dos limites permitidos, observamos na figura a velocidade do rotor de 1.08 pu. Já na figura 13 observamos uma resposta rápida do controle de velocidade, porém estável e dentro dos limites permitidos.

(8)

Figura 13. Resposta rápida da velocidade do rotor (servo do Gate com Controlador PID, ligados a turbina).

V. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS. Com o contido no presente trabalho e demais resultados obtidos no estudo realizado, foram estabelecidas as bases necessárias à metodologia para a análise expedita necessária à aceitação de novas conexões de PCH’s.

Cabe ressaltar que sempre que esta análise não for suficientemente conclusiva quanto à certeza da viabilidade da aceitação desta nova conexão, estudos detalhados deverão ser conduzidos, seja pela RGE, seja pelo solicitante (ou mesmo num trabalho conjunto), lançando-se mão, para tanto, de recursos computacionais disponíveis no setor elétrico, os quais em geral são de uso corrente nos estudos dinâmicos dos sistemas interligados brasileiros.

Ao final do projeto, foi realizada a Jornada Técnica, onde os resultados obtidos neste projeto: Metodologia e Sistema Computacional foram apresentados e discutidos pela equipe Mackenzie e da RGE.

Em seguida ocorreu o Workshop, previsto para o treinamento prático usando as ferramentas que foram desenvolvidas, permitindo a capacitação dos profissionais da RGE na utilização dos produtos desta pesquisa: Metodologia e Sistema Computacional, para a avaliação da adequação dos Sistemas de Controle e dos Impactos da Geração Distribuída no Sistema Elétrico de Distribuição da RGE.

Os resultados obtidos nesta pesquisa estabeleceram as bases necessárias à Metodologia para análise expedita necessária à aceitação de novas conexões de PCH's. Porém, sempre que essa avaliação não for suficientemente conclusiva quanto à certeza da viabilidade de aceitação desta nova conexão, serão necessários estudos mais detalhados, seja pela RGE, seja pelo solicitante (ou mesmo num trabalho conjunto). Para tanto, poderão ser utilizados recursos computacionais disponíveis no setor elétrico, de uso corrente nos estudos dinâmicos dos sistemas interligados brasileiros.

Este projeto deverá ter continuidade, para que sejam agregados outros tipo de fontes de geração e turbinas, como: Gás Natural, Biomassa, Eólica, Célula Combustível, etc.

Foram aplicados os resultados da pesquisa no aprimoramento dos profissionais da RGE, com benefício direto na melhoria da qualidade do atendimento a seus consumidores.

VI. BIBLIOGRAFIA

[1] NISE, Norman S. Engenharia de sistemas de controle. 3. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2004.

[2] KUNDUR, Prabha. Power System Stability and Control, Electric Power Research

Institute, Power System Engineering Series, McGraw-Hill Inc., 1994

[3] OGATA, Katsuhiko. Engenharia de controle moderno. 4. ed. São Paulo: Prentice-Hall do Brasil, 2003.

[4] SAADAT, Hadi. Power system analysis. 2nd ed. Boston: McGraw-Hill, 2002.

[5] MATSUMOTO, Élia Yathie. Simulink 5. São Paulo: Érica, 2003. [6] H. Weber, V. Fustik, F. Prillwitz, A. Iliev, Practically oriented

simulation model for the Hydro Power Plant “Vrutok” in Macedonia,

Balkan Power Conference, 19. – 21.06.2002, Belgrade. [7] Working Group on Prime Mover and Energy Supply

Referências

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