E. E DR ALFREDO REIS VIEGAS
1º bimestre
ROTEIRO PARA ATIVIDADES NÃO PRESENCIAIS
Disciplina Língua Portuguesa Série: 3º ano
Professor Eliana Vilalva Semana: 11 a 15/05
Tema da aula Modernismo : Contextualização,
Vanguardas Europeia, compreensão do espírito Modernista, a linguagem da modernidade, características do período, Parnasianismo, Simbolismo e conectores.
Equivalente a seis aulas.
Habilidades: Reconhecer textos literários e o momento de sua produção, considerando contexto histórico, social e político (Modernismo, Parnasianismo e Simbolismo); reconhecer o efeito de sentido produzido pela exploração de recursos morfossintáticos na construção do texto.
Conteúdo: Vanguarda Europeia, mudanças ocorridas nas artes, características e cronologia do Modernismo; conjunções coordenadas.
Atividade a ser realizada: Análise do poema Cântico Negro, de José Régio, com resposta a questões em que o posicionamento do eu lírico deverá ser compreendido e justificado, leitura e análise de poemas, identificação de conceitos e ideias-chave em texto expositivo, identificação de sentido produzido por recursos morfossintáticos, pesquisa sobre a cronologia do Modernismo e do Parnasianismo.
Instrumento para verificação da aprendizagem: Registro no caderno após retorno presencial, roda de conversa através do Plantão dos 3ºs anos, via Teams, realizado na sexta-feira, 15 de maio.
Modernismo
Não é à toa que o modernismo figura entre os temas mais cobrados no Enem e nos principais vestibulares do país: esse movimento influenciou escritores, compositores, pintores, escultores e muitos outros artistas do Brasil, rompendo com o tradicionalismo estético e proporcionando um momento único de experimentação artístico-cultural no início do século XX. Pontapé inicial para a origem de uma arte genuinamente brasileira, o modernismo foi fundamental para a construção da identidade do país. Que tal relembrar os principais pontos desse movimento tão importante para a nossa história?
Confira!
INTRODUÇÃO
As primeiras décadas do século XX foram marcadas por um notável desenvolvimento científico e tecnológico. Foram muitas as invenções e descobertas realizadas entre 1900 e 1920, que alteraram profundamente a face do mundo e criaram um novo ritmo de vida.
Ocorreram muitos fatos importantes que impactaram todo o mundo. Veja o que houve de avanço tecnológico entre 1900 e 1920.
Nossa viagem começa em 1900 quando foi criado o primeiro sistema convencional de radiotelefonia nos Estados Unidos. No ano seguinte, em 1901, é realizado o primeiro sinal telegráfico transatlântico pela Grã Bretanha.
Já em 1903, houve a invenção do eletrocardiógrafo na Holanda e também a exibição do primeiro grande sucesso comercial do cinema, O grande roubo de trem, filme de aventura que determinaria o ritmo narrativo do cinema que viria a seguir.
Em 1905, Albert Einstein, então rapaz de 26 anos, anuncia a teoria da relatividade.
Em outubro de 1906, Santos Dumont realiza, em Paris, o primeiro voo com um veículo mais pesado que o ar. Nesse ano também ocorre a primeira transmissão da voz humana por rádio, nos Estados Unidos.
Em 1907 é realizado o primeiro voo tripulado de helicóptero, na França.
1908: o neurologista austríaco, Sigmund Freud, organiza a Sociedade Psicanalítica de Viena. A partir
daí seu método de tratamento dos problemas mentais, a psicanálise, começa a difundir-se rapidamente.
1913 foi um ano cheio de inovações: primeira locomotiva diesel elétrica na Suécia; descoberta, nos
Estados Unidos, da vitamina A ; Henry Ford introduz, em sua fábrica de automóveis, a primeira linha de montagem, nos Estados Unidos.
1914: o inventor americano Robert Goddard realiza as suas primeiras experiências com foguetes.
Em 1916 é inventado o sonar, na França, e os primeiros tanques de guerra blindados, na Grã Bretanha.
Já em 1919 é realizado o primeiro voo transatlântico, também na Grã Bretanha, e em 1920 as primeiras emissões radiofônicas regulares são estabelecidas nos Estados Unidos.
MUDANÇAS CULTURAIS NO CAMPO ARTÍSTICO
Percebam que foram 2 décadas de muitas novidades tecnológicas. É claro o que o mundo não voltaria a ser o que fora. Tudo estava mudando: conceitos, modo de fazer as coisas (principalmente quanto a velocidade em que eram feitas) e a sociedade sofreria com essas mudanças, mudando também. Nada mais natural que o campo artístico se transformasse também.
A ruptura com o passado e a pesquisa de novos meios de expressão são a marca registrada da arte do início do século 20. A ânsia de buscar novos caminhos explica o aparecimento de vários movimentos, principalmente nas artes plásticas e na literatura. Vejamos as ideias que nortearam os principais movimentos dessa época. Eles são chamados de Vanguardas Europeias.
FUTURISMO
Em 1909, o italiano Marinetti, líder do futurismo, escreveu: “Tendo a literatura até aqui enaltecido a imobilidade pensativa, o êxtase e o sono, nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo ginástico, o salto perigoso, a bofetada e o soco. Façamos corajosamente o ‘feio’ em literatura e matemos de qualquer maneira a solenidade. Dou o verso livre, eis finalmente a palavra em liberdade.”
Primavera Umbria,Gerardo Dottori Simultaneous Visions,Umberto Boccioni Woman in head scarf, David Burliuk
Reparem como o movimento rompe a estática da pintura convencional. O Futurismo na Ode Triunfal Fernando Pessoa
O poeta português, através de seu heterônimo (Álvaro de Campos) teve seus momentos de inspiração nitidamente futurista.
Álvaro de Campos Ode Triunfal
À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica Tenho febre e escrevo.
Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos. Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria! Em fúria fora e dentro de mim,
Por todos os meus nervos dissecados fora,
Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos, De vos ouvir demasiadamente de perto,
E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso De expressão de todas as minhas sensações,
Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas! [...]
Para saber mais sobre Futurismo Literário, acesse: https://futurismobbd.blogspot.com/ CUBISMO
O Cubismo, que revelaria o nome mais importante da pintura do século 20, o espanhol Pablo Picasso, encontra no poeta francês Apollinaire seu principal porta-voz. Em 1913 ele propõe “Literatura pura Palavras em liberdade Invenção de palavras”, pregando o abandono das formas literárias consagradas dos modelos e dos padrões e incentivando a busca de “técnicas ou ritmos renovados sem cessar”.
Guernica, Pablo Picasso
"Ovonovelo" (1956) de Augusto de Campos
A literatura no Cubismo também retratou a fragmentação e a geometrização da realidade por meio linguagem: as palavras são soltas e são dispostas no papel a fim de conceber uma imagem.
Se quiser saber mais sobre Cubismo Literário, acesse:
http://e-revista.unioeste.br/index.php/rlhm/article/view/5902/4745
Reparou como as formas geométricas são presentes?
EXPRESSIONISMO
Foi um movimento de vanguarda surgido na Alemanha no final do século XIX; suas primeiras manifestações ocorreram na pintura. Na literatura, seu período mais criativo ocorreu entre 1910 em 1920. Para o expressionismo, o artista “não vê, mas percebe. ele não descreve, acumula vivências. Não reproduz, estrutura. Não colhe, procura. Agora não existe mais a cadeia dos fatos: fábricas, casas, doenças, prostitutas, gritaria e fome. Agora existe a visão disso. Os fatos têm significado somente até o ponto em que a mão do artista o atravessa para agarrar o que se encontra além deles”.
*A segunda imagem refere-se à fragmento de poema de Augusto dos Anjos
Características do Expressionismo na literatura
Em geral, utiliza uma linguagem direta e com frases curtas. O estilo é abstrato, simbólico e associativo. Como tudo era expressão, não havia a preocupação com a lógica do mundo exterior como nas estéticas anteriores. Para saber mais sobre Expressionismo Literário, acesse:
https://www.passeidireto.com/arquivo/36849886/vanguardas-europeias-expressionismo
DADAÍSMO
De 1918, são estes trechos do Dadaísmo, o movimento que rejeitava todas as formas sociais de cultura geradas por uma sociedade que provocara uma guerra mundial: “Assim nasceu DADÁ de um desejo de independência, de desconfiança na comunidade. Aqueles que nos pertencem conservam sua liberdade. Nós não reconhecemos nenhuma teoria. Eu destruo as gavetas do cérebro e a organização social: desmoralizar por todo lado e lançar a mão do céu ao inferno, os olhos do inferno ao céu, restabelecer a roda fecunda de um circo universal nos poderes reais e na fantasia de cada indivíduo”.
Duchamp foi um dos expoentes do Dadá. À esquerda, posa com Roda de Bicicleta. À direita, Fonte
Características do dadaísmo na Literatura: Os poetas dadaístas cultivavam a disposição aleatória das palavras. Dessa forma, era notória a falta de lógica e irracionalidade, próprias do dadaísmo. Ocorria assim, a banalização das rimas e da construção poética.
Ode ao burguês
Eu insulto o burgês! O burguês-níquel, o burguês-burguês!
A digestão bem feita de São Paulo! O homem-curva! o homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, é sempre um cauteloso pouco-a-pouco! (...)
SURREALISMO
Em 1924, o poeta francês André Breton lança as ideias do Surrealismo, propondo a liberação do inconsciente e da imaginação através do que ele denominou “escrita automática”. Nela o escritor registra tudo o que lhe vem à mente, sem nenhuma espécie de censura (estética, moral, gramatical etc.). Nas palavras de Breton: “Creio firmemente na fusão desses dois estados aparentemente contraditórios, sonho e realidade, numa espécie de realidade absoluta, numa super realidade”.
A persistência da memória, Salvador Dali A coluna partida, de Frida Kahlo
Tempo Trespassado, de René Magritte
O mata-borrão de cinzas (André Breton) a Robert Desnos Os pássaros se aborreciam
Se eu esquecesse alguma coisa
Soai o sinal dessas saídas de escola no mar O que nós chamaremos de plantas medicinais Começa a sair o resultado do concurso
Para saber quantas lágrimas cabem nas mãos de uma mulher 1- Tão pequena quanto possível
2- Numa mão média
Enquanto eu amasso este jornal estrelado E as carnes eternas entram para sempre
Em posse do cimo das montanhas Eu habito selvagemente uma pequena casa em Vaucluse Coração carta de penhor
TEXTO PARA ANÁLISE
O texto apresentado a seguir, escrito pelo poeta português José régio, vai ajudá-lo a compreender melhor o espírito modernista no começo do século.
Cântico negro
José Régio "Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros De que seria bom que eu os ouvisse Quando me dizem: "vem por aqui!" Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços) E cruzo os braços,
E nunca vou por ali... A minha glória é esta: Criar desumanidades! Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade Com que rasguei o ventre à minha mãe Não, não vou por aí! Só vou por onde Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos, Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos, A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada! O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós, E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos... Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros, Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios... Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura, E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios... Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém! Todos tiveram pai, todos tiveram mãe; Mas eu, que nunca principio nem acabo, Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo. Ah, que ninguém me dê piedosas intenções, Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
É uma onda que se alevantou, É um átomo a mais que se animou... Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou Sei que não vou por aí!
ATIVIDADES
1) Pela leitura percebemos que o poeta:
A) rebela-se contra os outros homens, não aceitando os valores que eles representam. B) solidarizar-se com os outros homens, respeitando os valores que eles representam. Justifique sua resposta, destacando passagens do texto.
2) Quem são esses outros homens? Que valores eles representam?
3) Por que o poeta não acredita que os que o chamam possam dar-lhe “impulsos, ferramentas, e coragem” para vencer os obstáculos?
4) A que se contrapõem a “loucura” do poeta?
5) “Não sei por onde vou, / Não sei para onde vou, / Sei que não vou por aí!” Esses versos revelam que o poeta:
A) lamenta não possuir um objetivo na vida.
B) acentua que não interessa a ninguém sem saber o caminho que ele seguirá.
C) não sabe seu caminho, mas tem certeza de que não seguirá caminhos já trilhados pelos outros.
6) O intenso desejo de libertação pessoal e a recusa em aceitar os valores tradicionais manifestam-se também na forma usada pelo poeta na elaboração do poema? Explique a sua resposta.
A LINGUAGEM DA MODERNIDADE
A palavra modernidade, dependendo da área do conhecimento em que é usada, tem diferentes significados. Na literatura, como estamos vendo, está associada a obras surgidas no século XIX até meados do século XX, momento em que houve forte anseio dos artistas de romper radicalmente com toda a tradição anterior: queriam uma arte totalmente nova sem marcas do passado.
Leia os dois poemas a seguir, sem se preocupar com a compreensão total do que é dito, mas procurando identificar qual dele é o mais “moderno”. Anote suas impressões, procurando identificar a razão de sua escolha.
Versos Íntimos (Augusto dos Anjos)
Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Apedreja essa mão vil que te afaga, Escarra nessa boca que te beija!
IX - Sou um guardador de rebanhos (Alberto Caeiro)
Sou um guardador de rebanhos. O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações. Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor Me sinto triste de gozá-lo tanto, E me deito ao comprido na erva, E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade, Sei a verdade e sou feliz.
Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu em 1884, na Paraíba e morreu em 1914.
Sua obra tornou-o conhecido como um poeta crítico que expressa uma realidade por meio de
um ponto de vista cruel.
Alberto Caieiro é na verdade um dos heterônimos de Fernando Pessoa, poeta português,
cuja obra, por meio dessa personagem, mostra uma visão simples da vida no campo.
Atividades:
Releia o poema “Versos íntimos”, de Augusto dos Anjos para responder as questões que seguem.
1) Observe: “Somente a ingratidão - essa pantera-/ Foi tua companheira inseparável. Que diferença faz no poema o adjetivo em destaque? Em outras palavras, que diferença faria se o poema fosse escrito sem esse adjetivo, “Somente a ingratidão - essa pantera-/ Foi tua companheira”?
2) Observe: “O Homem que nesta terra miserável, /Mora, entre feras, sente inevitável/Necessidade de também ser fera”. Uma das feras é mencionada pelo próprio eu lírico, a ingratidão, chamada de “pantera”. Na sua opinião, que outras feras convivem com os seres humanos? a necessidade de ser fera é, de fato, inevitável?
3) Leitura e análise de texto.
3.1) Você vai ler com muita atenção o texto a seguir que fala sobre modernidade. Nele, vai destacar, nos parágrafos indicados, respostas para algumas perguntas.
a- No parágrafo 1 e 2: o que é modernidade para a literatura;
b- No parágrafo 3, qual é a confusão que devemos evitar ao falar de modernidade.
c- No parágrafo 4, quais os movimentos literários que podem ser considerados parte da modernidade e uma característica própria da modernidade literária.
E por falar em modernidade na escola...
(1) A palavra modernidade guarda sentidos diferentes ao falarmos de arte, literatura, filosofia ou história. O conceito de modernidade literária não corresponde à divisão temporal clássica da História, nem as correntes da Filosofia.
(2) Em História, modernidade é o período que se inicia com as Grandes Navegações. A modernidade filosófica tem a sua origem com a ascensão da burguesia e a consequente instauração dos valores românticos no quadro do pensamento europeu. Na literatura, consideramos modernidade o momento em que, na transição do século XIX para o XX, muitos artistas criam seus textos literários procurando romper com toda a tradição anterior, ansiando por uma arte sem heranças no passado. Naturalmente esse pensamento encuba-se a partir do Romantismo, mas é quando se constata a falência da proposta pedagógica e moral do Romantismo (e do movimento herdeiro dessa proposta o Realismo-Naturalismo), que se inicia propriamente a modernidade literária.
(3) O sentido da palavra modernidade, na literatura, no entanto, não pode ser confundido com o sentido da expressão literatura modernista, em especial a brasileira surgida em 1922, com a Semana de Arte Moderna. Embora seja verdade que desse movimento saíram os princípios da renovação estética e criação poética que, de uma forma ou de outra, influenciaram a produção literária até os dias de hoje. (4) A literatura da modernidade, no quadro da Literatura Brasileira, de forma muito simplificada, poderia incluir o Simbolismo o Pré-Modernismo e o Modernismo. Além disso, a atitude de modernidade encontra ressonâncias em alguns escritores realistas, românticos e até arcades. Por exemplo, a visão do poeta como um desajustado diante do mundo burguês, que é própria da modernidade surge com o Romantismo. É nesse movimento literário que o escritor começa a ser visto como um incompreendido por não repetir as fórmulas ou condutas valorizadas pelo que é considerado “normalidade social”. (5) A literatura da modernidade não quer mais ser construída como um reflexo, idealizado ou não, da realidade ambiente - como ainda ocorria com o Romantismo e com o Realismo-Naturalismo -; quando se volta para essa realidade é para ressignificá-la de modo bem diverso. A literatura da modernidade liberta-se da ordem espacial, temporal e objetiva, pois procura diminuir as diferenças entre as proximidades e as distâncias, entre Céu e Terra.
(6) Outra característica é a dessacralização do mito da criação literária. O artista moderno desvenda o processo de elaboração artística do leitor, tornando-o cúmplice de sua criação literária.
(7) Em outros momentos, o sentimento de ruptura com o mundo alia-se a linguagem poética da modernidade, construindo um poema em que a figura do poeta aparece como alguém à margem da sociedade, mas crítico e engajado em uma causa social.
(8) Assim, ao falarmos de modernidade na escola, devemos ter claro o seu contexto de uso. Além disso, ao pensarmos em modernidade na Literatura, devemos ver que os textos literários constroem uma imagem do ser humano em sociedade, de suas caminhadas e descobertas pelo mundo. Uma das características mais marcantes da modernidade é o desejo de ruptura com o passado, e até com o presente, com o qual não se concorda, para construir outro presente, com a necessidade de dialogar com o passado na construção de um “novo presente”. É, portanto, um sentimento ambíguo, dividido, que, ao mesmo tempo que deseja romper com o passado, necessita dele para superá-lo.
deverá dizer qual sentido que esse termo introduz ao texto, lembrando que os sentidos podem ser: aditivos, adversativos, alternativos, conclusivos e explicativos. Liste as palavras, registrando o parágrafo em que aparecem, e deem seus sentidos.
4) Identifique, nesse poema de Carlos Drummond Andrade (1900 – 1987), as características de modernidade que estudamos, e depois responda ao que se pede.
A) Assinale V (verdadeiro) ou F (falsa) para cada uma das seguintes afirmações:
( ) o eu lírico posiciona-se contrariamente ao mundo instituído, propondo-se a destruí-lo, como se esse mundo fosse uma pedreira , uma floresta ou um verme .
( ) eu lírico desejo as palavras , instituições , símbolos e outras armas do mundo capitalista . ( ) o poeta revela uma amarga visão de desencanto com o mundo atual .
( ) o eu lírico revela em seu poema certa simpatia com os ideais do capitalismo.