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Relatório - Abastecimento de água

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Academic year: 2021

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Faculdade de Arquitetura e Urbanismo 

AUT 0192 - Infra-estrutura Urbana e Meio Ambiente  

                     

Relatório - Abastecimento de água 

   

Gustavo Chang  8994115 

Isabela Manarini Sverner 9350564 

Jaqueline Vaitanan de Santana 10751612 

Jefferson de Oliveira Santos 10393151 

Leonardo Souza Oliveira 10751185 

Mariana Byczkowski Iglecias 5609370 

Mariana Costa do Carmo 10802942 

Milena de Paula Andrade 10751122 

   

   

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SUMÁRIO

Introdução 1

Gestão de recursos hídricos e a proteção de mananciais 3

A Bacia Guarapiranga 9

Considerações finais 14

 

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Introdução 

A situação do abastecimento de água em São Paulo apresenta-se como        um grande desafio de planejamento, pois, apesar da grande disponibilidade do        recurso na região, existem aspectos que dificultam o uso adequado e a        distribuição. Em primeiro lugar, a população da cidade e de sua região        metropolitana está em crescimento, fator que resulta em uma grande demanda        hídrica, que não pode ser atendida em sua totalidade pelos reservatórios locais.       

Além disso, a qualidade da água disponível não é ideal e, assim, são necessários        processos de tratamento para que ela se torne própria para uso econômico e        consumo humano.  

Um dos aspectos que contribui para a baixa qualidade da água é a        contaminação dos mananciais por poluentes. Com a expansão da mancha        urbana da Região Metropolitana de São Paulo, os espaços livres regularizados        tornam-se cada vez mais escassos e inacessíveis à grande parte da população.       

Como resultado, não é rara a ocupação de terrenos irregulares em locais        ambientalmente frágeis, como as áreas próximas aos mananciais. Esses        terrenos em sua maioria não possuem sistemas de infraestrutura associados às        redes públicas, como abastecimento de água, rede de esgoto e coleta de lixo, o        que resulta em despejos de esgoto e lixo sobre rios e córregos, o que deteriora        a qualidade da água.  

A situação torna-se ainda mais complexa nas Áreas de Proteção e        Recuperação dos Mananciais (APRM), visto que a ocupação põe em risco o        sistema de abastecimento de água da Região Metropolitana de São Paulo, por        diminuir a quantidade de água de boa qualidade disponível para a        macrometrópole. O terreno estudado durante a disciplina AUT 0192 -        Infra-estrutura Urbana e Meio Ambiente está localizado na Zona Sul de São        Paulo, no Grajaú, em uma APRM e entre duas represas: a Billings e a       

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extensamente ocupada por loteamentos irregulares, devido à pressão        habitacional da cidade para a expansão urbana. Por isso, é fundamental        considerar a regularização fundiária (quando possível) de forma a garantir uma        ocupação que minimize o impacto ambiental nas reservas de água, que seja        conectada às redes de infraestrutura urbana, e que atenda aos parâmetros        urbanísticos legais da região.  

Sendo assim, diante de todo o contexto dado, é possível perceber que a        gestão do abastecimento se apresenta como fundamental tanto para o manejo        da água como para o processo de ocupação. Para atingir tal objetivo,        desenvolveu-se uma série de planos e programas, em níveis federal, estadual e        regional para médio e longo prazo, com intuito de garantir o abastecimento        hídrico nas principais metrópoles do país. A gestão dos recursos hídricos na        RMSP será aprofundada no relatório a seguir, a fim de compreender melhor as        diretrizes relativas ao abastecimento de água na área de intervenção da       

disciplina.   

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Gestão de recursos hídricos e a proteção de mananciais

 

A gestão integrada de abastecimento de água na Região Metropolitana de São        Paulo (RMSP) parte da divisão do estado em Unidades de Gestão de Recursos        Hídricos (UGRH), definidas pelo Sistema Integrado de Gerenciamento de        Recursos Hídricos do Estado de São Paulo (SIGRH-SP), em conformidade com a        Política Nacional de Recursos Hídricos, promovida pela Agência Nacional de        Águas (ANA). As UGRHis consistem em porções territoriais que englobam bacias        hidrográficas, isto é, regiões determinadas pela área de drenagem de um rio        principal e seus afluentes e, que, portanto, apresentam áreas de particular        interesse para a captação de água para o uso humano. O estado de São Paulo        está dividido em vinte e duas Bacias Hidrográficas e a RMSP está localizada na        unidade 6, Bacia do Alto Tietê. 

 

Unidades Hidrográficas de Gerenciamento de Recursos Hídricos  no Estado de São Paulo 

fonte: PROGESTÃO - Agência Nacional de Águas   

 

 

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Composta por cidades de alta densidade populacional, a Região        Metropolitana de São Paulo é administrada conforme o Plano Diretor de        Aproveitamento de Recursos Hídricos para a Macrometrópole Paulista (Decreto        nº 52.748/2008), desenvolvido pelas Secretarias de Planejamento e        Desenvolvimento Regional, Meio Ambiente e Saneamento e Recursos Hídricos,        que planeja suprimento de água na Região Metropolitana até o ano de 2035. A        RMSP é caracterizada como um dos maiores aglomerados urbanos do país e,        consequentemente, possui alta demanda de recurso hídricos, o que torna        necessária a importação de cerca de 32,3 m³/s de bacias vizinhas à Bacia do Alto        Tietê para suprir a demanda que pode chegar até 80m³/s nos próximos anos, o        que denota a importância de um Sistema Integrado entre bacias. 

 

 

Sistema Integrado de Abastecimento da RMSP  Mananciais Planejados 

fonte: Portal do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) - Relatório final - Volume II 

 

 

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Ademais, a região enfrenta, apesar da grande quantidade em oferta        hídrica, escassez de recursos por conta da baixa qualidade da água disponível.       

Por este motivo é fundamental o gerenciamento integrado de saneamento        básico, por meio do Sistema Integrado da Companhia de Saneamento Básico do        Estado de São Paulo (SABESP), indispensável para garantir o abastecimento de        31 dos 39 municípios da região metropolitana de São Paulo. Ele prevê, entre        outras ações, o sequenciamento de novos mananciais do seu Sistema Integrado,        ou mesmo a transferências de determinadas vazões d’água para ampliar seu        uso econômico ou tratamento nas diversas Estação de Tratamento de Água do        estado. 

Em adição, devido à expansão urbana descontrolada, a metrópole        paulistana ocupou regiões de risco, irregulares, avançando, por exemplo, sobre        áreas de encostas, fundos de vale, beiras de rio e córregos, o que acarreta em        degradação ambiental, principalmente nos territórios de lindeiros aos        mananciais. A ocupação irregular próxima aos corpos d’água afeta diretamente        a qualidade da água da água disponível para o Sistema Integrado, não apenas        por conta do desmatamento, mas também pelo despejo de esgoto e lixo        doméstico sobre rios e córregos, frente a ausência de acompanhamento e        supervisão do Estado. Para solucionar tais problemas e evitar o agravamento da        situação de escassez de água com boa qualidade para uso humano, foram        criados planos e programas de médio e longo prazo que garantem a proteção e        manutenção de áreas ambientalmente frágeis, em especial as regiões próximas        aos mananciais. 

Em 2013, foi publicado o Plano Diretor de Aproveitamento de Recursos        Hídricos voltado à Macrometrópole Paulista pelo Departamento de Águas e        Energia Elétrica (DAEE) decorrente do Decreto nº 52.748. Este plano surgiu de        um esforço do Governo do Estado de São Paulo para garantir o suprimento de        água bruta para o uso e consumo urbano, industrial e da agricultura até meados       

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de 2035. O Plano prioriza a capital e a RMSP, uma vez que há uma preocupação        com a dependência do sistema Cantareira de abastecimento, sugerindo que o        restante da Macrometrópole Paulista deva garantir o abastecimento desse        sistema.  

Por meio da Lei Estadual 9.866/97, foi definida a Área de Proteção e        Recuperação dos Mananciais (APRM) das sub-bacias hidrográficas dos        mananciais, os quais são alvo de interesse público de abastecimento regional.       

Esta lei dispõe de diretrizes e normas gerais de proteção, além da subdivisão        das APRMs, possibilitando o tratamento adequado para cada localidade, como        APRM Guarapiranga, APRM Billings ou APRM Alto Tietê Cabeceiras,        determinadas posteriormente à lei original. 

 

 

Mapa de APRMs 

fonte: ​http://pdpa.cobrape.com.br/O-Projeto.aspx   

 

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O Plano de Desenvolvimento e Proteção Ambiental, PDPA, é um dos        instrumentos de planejamento das APRMs criado para determinar os padrões        de qualidade dos mananciais, para assim oferecer base técnica a fim de        adequá-los por meio de leis municipais e leis específicas, garantindo também a        aplicabilidade delas. Foi finalizado em 2018 para cada manancial de interesse        para a RMSP integrando o Programa de Saneamento Ambiental dos Mananciais        da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, do Programa Metropolitano de Mananciais,        com o objetivo de recuperar e proteger as fontes públicas de abastecimento        hídrico. 

Coordenado pelo Governo do Estado e das Prefeituras da região        metropolitana de São Paulo, o Programa Metropolitano de Mananciais é uma        porção de um conjunto maior de intervenções, e visa basicamente a proteção        das bacias, otimizando a ocupação dessas regiões a fim de minimizar e        recuperar o que os corpos d’água já danificados pela poluição. Ele é subdividido        por direcionamento e região, como o Billings e Guarapiranga, voltado para tratar        os loteamentos de baixa renda e irregulares, o Córrego Limpo para tratar        problemas de esgotamento sanitário, o Orla Guarapiranga para revitalizar a orla        do Guarapiranga e o Pró-Billings, visando expandir o sistema de esgotamento        em São Bernardo do Campo. 

Por fim os Planos Integrados Regionais de Água e Esgoto (PIR), criados        pelas Unidades de Negócio da Diretoria Metropolitana da Sabesp, promovem o        diagnóstico dos serviços no município, a projeção do crescimento do município,        além de intervenções estruturais e operacionais. Ele é dividido em dois        programas: "Programas Estratégicos – Investimentos” e o “Programa        Saneamento Básico como Solução Ambiental”, que correspondem aos        programas de parceria da empresa Sabesp com a prefeitura de São Paulo e as        parcerias público-privadas. Eles envolvem ações que vão desde a retirada de        famílias de locais ambientalmente frágeis e inadequados à implantação de       

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infraestrutura, como solapamento de encostas, pavimentação da rua e        instalação dos sistemas de água e esgoto. 

     

     

   

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A Bacia Guarapiranga 

 

No extremo sul do município de São Paulo está localizada a Represa        Guarapiranga, fundamental para o abastecimento de água da RMSP. Contudo, a        disponibilidade e a qualidade dos recursos hídricos nela contidos estão        diretamente ligadas às condições sanitárias dos loteamentos lindeiros ao        manancial. Assim, para assegurar o efetivo abastecimento da área e de toda a        macrometrópole, é fundamental a promoção de ações que limitem quaisquer        atividades que são ou possam vir a ser poluentes da água contida pela Represa. 

Como observado no mapa a seguir, a área de estudo da disciplina está        inserida na parte sul da Subprefeitura da Capela do Socorro, localizada na        porção sul da cidade e contida na APRM Guarapiranga: 

 

 

Mapa de localização do terreno de estudo e das APRMs próximas  fonte: produzido pelos autores. GEOSAMPA. 

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Graças à importância da manutenção da qualidade da água na Bacia        Guarapiranga, foi desenvolvida em 2006 e atualizada em 2014, a lei nº 12.233,        que define a área de proteção e recuperação dos mananciais específica para a        Bacia Hidrográfica do Guarapiranga. No capítulo V, das áreas de intervenção,        são classificados 3 tipos de área de intervenção: 

I - Áreas de Restrição à Ocupação; 

II - Áreas de Ocupação Dirigida; 

III - Áreas de Recuperação Ambiental. 

O terreno estudado ao longo da disciplina está localizado na Área de        Ocupação Dirigida, definida como zona de interesse para implantação de usos        urbanos, desde que atendam aos requisitos que assegurem a manutenção das        condições ambientais necessárias à produção de água em quantidade e        qualidade para o abastecimento público. Essa área é dividida nas seguintes        subáreas: 

- Subárea de Urbanização Consolidada (SUC)  - Subárea de Urbanização Controlada (SUCt)  - Subárea Especial Corredor (SEC)  

- Subárea de Ocupação Diferenciada (SOD)  - Subáreas Envoltória da Represa (SER)  - Subárea de Baixa Densidade (SBD)    

     

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Mapa de subáreas da Área de Ocupação Dirigida 

  fonte: al.sp.gov.br  

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A partir delas, são definidos parâmetros para ocupação e uso do solo. O        terreno estudado está localizado na Subárea de Urbanização Consolidada, cujos        padrões de urbanização são: 

- coeficiente de aproveitamento máximo de 1; 

- índice de impermeabilização máximo de 0,8 ;  - lote mínimo de 250m²  

- conter o processo de expansão urbana desordenada; 

O capítulo VI da lei, que trata da Infra-Estrutura e Saneamento Ambiental,        determina, no artigo 52, as medidas destinadas à redução dos efeitos da carga        poluidora difusa, transportada pelas águas pluviais afluentes aos corpos        receptores. São elas: 

I - detecção de ligações clandestinas de esgoto domiciliar e efluentes        industriais na rede coletora de águas pluviais; 

II - adoção de técnicas e rotinas de limpeza e manutenção do sistema de        drenagem de águas pluviais; 

III - adoção de medidas de controle e redução de processos erosivos, por        empreendedores privados e públicos, nas obras que exijam        movimentação de terra, de acordo com projeto técnico aprovado; 

IV - adoção de medidas de contenção de vazões de drenagem e de        redução e controle de cargas difusas, por empreendedores públicos e        privados, de acordo com projeto técnico aprovado; 

V - utilização de práticas de manejo agrícola adequadas, priorizando a        agricultura orgânica, o plantio direto e a proibição do uso de biocidas; 

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VI - intervenções diretas em trechos de várzeas de rios e na foz de        tributários do Reservatório Guarapiranga, destinadas à redução de cargas        afluentes; 

VII - adoção de programas de redução e gerenciamento de riscos, bem        como de sistemas de respostas a acidentes ambientais relacionados ao        transporte de cargas perigosas; 

VIII - ações permanentes de educação ambiental direcionadas à        informação e à sensibilização de todos os envolvidos na recuperação e        manutenção da qualidade ambiental da APRM-G. 

   

             

   

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Considerações finais

 

Ao considerar os fatores apresentados ao longo do relatório é possível        concluir que a gestão do abastecimento de água deve ser considerada como        uma das prioridades para São Paulo. A grande disparidade entre a        disponibilidade e a demanda desse recurso, associada à falta de qualidade da        água, suscita a necessidade de planos para melhor gestão dos recursos hídricos        nas regiões metropolitanas. Em adição, para além de Sistemas Integrados, que        garantem o abastecimento a médio prazo para uma crescente demanda        advinda da expansão populacional, o tratamento e a diminuição da poluição dos        córregos é fundamental para garantir a segurança hídrica nas próximas        décadas. 

Também é importante apontar os possíveis prejuízos advindos do        tratamento da questão como apenas esforços legislativos. A pressão        habitacional na cidade exige a elaboração de planejamento adequado, que        contemple os diversos fatores envolvidos na proteção dos mananciais, como a        ocupação irregular, advinda da grande desigualdade socioeconômica nas        cidades brasileiras. Os projetos, portanto, devem ao máximo buscar atender aos        critérios do planejamento local, levando em consideração as particularidades de        cada ocupação e manancial, além de contar com iniciativas transversais que        considerem também o baixo acesso à habitação formal por grande parte da        população paulistana.  

Por fim, é importante ressaltar a importância do conteúdo analisado para        a disciplina Infra-estrutura Urbana e Meio Ambiente. A complexidade do        gerenciamento do abastecimento de água em São Paulo ilustra a importância do        cumprimento dos parâmetros de uso e ocupação, drenagem e gestão do esgoto        doméstico propostos pela disciplina. Ademais, o acesso à legislação específica        atuante sobre a área de implantação do terreno utilizado para os exercícios       

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durante o semestre permite a observância mais rigorosa às restrições da área        de projeto. 

Referências

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