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PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL DO SISTEMA DE TRANSMISSÃO ASSOCIADO À USINA HIDRELÉTRICA DE SALTO CAXIAS.

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Academic year: 2021

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Campinas - São Paulo - Brasil

GRUPO XI – GRUPO DE IMPACTO AMBIENTAL (GIA)

PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL DO SISTEMA DE TRANSMISSÃO ASSOCIADO À USINA HIDRELÉTRICA DE SALTO CAXIAS.

Ilmar da Silva Moreira Ivo Marcos Dranka Jr. João L. de Souza Mello (*)João R. Saldanha Muniz COMPANHIA PARANAENSE DE ENERGIA – COPEL

RESUMO

O Informe Técnico (IT) apresenta as principais etapas do processo de obtenção das licenças ambientais para a execução do projeto, construção e operação das Linhas de Transmissão (LTs) que compõem o sistema de transmissão associado à Usina Hidrelétrica de Salto Caxias.

O sistema de transmissão é formado por duas linhas, no nível de tensão de 525 kV. A primeira ligando a Usina de Salto Caxias à subestação da Usina de Salto Santiago (ELETROSUL) e a segunda interligando a Usina de Salto Caxias a subestação de Cascavel (COPEL).

A extensão total das LTs perfazem aproximadamente 155km, ocupando uma faixa com largura de 50m. As LTs estão situadas na região Sudoeste do Estado do Paraná, e passam por quinze municípios.

PALAVRAS – CHAVES: Meio Ambiente, Programas Ambientais, Projeto Básico Ambiental, Gestão Ambiental, Sistemas de Transmissão.

1.0 – INTRODUÇÃO

A legislação ambiental, cada vez mais exigente, vem requerendo das concessionárias estudos aprofundados relativos aos impactos causados ao meio ambiente por obras de transmissão de energia elétrica.

O Art. 2º da Resolução CONAMA 001/86 prevê dentre as atividades humanas passíveis de Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de

Impacto Ambiental (RIMA), os sistemas de transmissão com tensões superiores a 230 kV. Assim para a obtenção das licenças ambientais, foram previstos programas ambientais que na sua implementação tiveram por objetivo a compensação dos possíveis impactos ambientais descritos no RIMA. O processo de licenciamento ambiental para a implantação do sistema de transmissão associado à Usina Hidrelétrica de Salto Caxias, bem como os relacionamentos estabelecidos junto aos órgãos ambientais é o tema do presente trabalho.

2.0– O PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL DO EMPREENDIMENTO.

Para a obtenção das licenças ambientais necessárias junto ao órgão licenciador, neste caso o Instituto Ambiental do Paraná - IAP, bem como para atender a todas as exigências legais e os requisitos apontados pelo órgão, e de modo a não comprometer as principais etapas no cronograma físico e financeiro do empreendimento, foram tomadas as seguintes ações: 2.1.– Definição da faixa onde será inserido o empreendimento

Determinados os pontos de interligação no sistema elétrico, foram definidos dois corredores com 10km de largura para o estudo das alternativas de traçados para cada uma das linhas.

Definidos estes corredores foi solicitado aos municípios atingidos a anuência para a implementação das LTs. Como não houve qualquer impedimento por parte dos municípios, foi solicitado

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ao Instituto Ambiental do Paraná - IAP a licença prévia para o empreendimento em questão.

2.2.– Alternativas de traçados

A COPEL contratou uma empresa especializada para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA).

No EIA/RIMA foram apresentadas algumas alternativas para a implementação de traçados. Fundamentado nos condicionantes de projeto, foram apresentados três opções para a LT 525 kV Salto Caxias - Cascavel e cinco alternativas para a LT 525 kV Salto Caxias - Salto Santiago conforme é mostrado na FIGURA 1.

Dentre os condicionantes fundamentais destacamos: a) No traçado preliminar deve-se evitar atingir

construções de grande vulto ou de interesse social;

b) Sempre que possível, deve-se optar por locais de fácil acesso, buscando–se o paralelismo com estradas existentes ou caminhos acessíveis a veículos motorizados;

c) O traçado da LT deve ser afastado das encostas dos terrenos com inclinação superior a 45° . d) As LTs devem passar o mais longe possível de

pedreiras em exploração ou de possível

exploração, depósitos de explosivos e de combustíveis.

e) Deve-se evitar a passagem das linhas sobre florestas naturais protetoras de nascentes, parques e reservas florestais, áreas de preservação permanentes;

O EIA/RIMA, demonstrando a viabilidade ambiental do empreendimento, foi encaminhado para todos os municípios atingidos, ao órgão ambiental IAP e discutido em audiências públicas junto aos municípios e à população diretamente afetada.

O órgão ambiental efetuou análise das alternativas dos traçados, dos tipos e das quantidades de interferências causadas, dos percentuais de uso e de ocupação do solo, e dos quadros comparativos das alternativas apresentados no EIA/RIMA emitindo parecer favorável para a alternativa de traçado mais interessante sob o aspecto ambiental, para cada uma das LTs, tal que:

a) não houvesse a necessidade de desapropriação; b) atingisse apenas pontualmente composições

florestais caracterizada como secundária e na sua maioria áreas agricultáveis;

c) houvesse pouco ou quase nulo impacto ambiental no meio físico, biótico e antrópico.

Desta forma foram aprovadas para implementação, a alternativa III, para a LT 525 kV Usina de Salto Caxias Cascavel e a alternativa V, para a LT 525 kV Usina de Salto Caxias – Salto Santiago.

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Para a emissão da licença de instalação, o órgão ambiental , solicitou à COPEL que providenciasse: a) 0 Projeto Básico Ambiental – PBA com o

detalhamento dos programas a serem implementados;

b) A área e volume de todas as espécies de vegetação a serem retiradas, recomendando o replantio da mesma percentagem em área; c) Implementação do programa de salvamento

arqueológico;

d) Esclarecimento à população diretamente atingida quanto as intenções da COPEL aos processos indenizatórios;

e) Realização de seminários e reuniões de caráter público visando a divulgação do empreendimento. Após encaminhamento pela COPEL, do Projeto Básico Ambiental ao IAP, bem como do relatório com a estimativa de corte de vegetação e respectiva área em cada município, o órgão ambiental emitiu a licença de instalação e autorização florestal para o empreendimento.

3.0.– PROJETO BÁSICO AMBIENTAL.

Os impactos ambientais negativos previstos no EIA/RIMA foram atenuados e/ou compensados por medidas complementares adotadas pela COPEL. Os programas propostos no Projeto Básico Ambiental (PBA) e as exigências adicionais feitas pelo órgão ambiental – IAP, bem como os resultados práticos das suas respectivas implementações são apresentados a seguir.

3.1.– Programa de Comunicação Social:

As medidas previstas no programa visaram divulgar as informações relativas ao empreendimento, cuja execução ficou a cargo de uma equipe formada por um engenheiro e um técnico da COPEL, atividades estas que ocorreram antes e durante a construção do empreendimento.

Esta equipe foi responsável pelo treinamento e orientação dos gerentes e funcionários das agências de distribuição da COPEL, em cada município onde as LTs foram instaladas.

As agências de distribuição da COPEL, com seu alto grau de capilaridade, com sua proximidade junto as comunidades contribuíram de forma significativa para a eliminação da ansiedade, por informações sobre o empreendimento, daqueles que tiveram suas propriedades atingidas pela LT.

Através da realização de reuniões com autoridades dos municípios (prefeitos e secretários, vereadores, e lideranças comunitárias), distribuição de folders, afixação de cartazes e realização de palestras em escolas municipais, houve a divulgação sistematizada de informações padronizadas acerca do

empreendimento, evitando eventuais conflitos entre a COPEL e a população afetada.

3.2.– Programa de Educação Ambiental:

As medidas de educação ambiental adotadas, visaram a orientação dos trabalhadores das empreiteiras contratadas e da própria COPEL, para minimizar os riscos de impactos ambientais desnecessários .

Foi desenvolvido um material em forma de apostila intitulado ”Recomendações para a Proteção ao Meio Ambiente e a Legislação Ambiental” que foram usadas para ministrar palestras aos funcionários das empreiteiras envolvidas na construção e na fiscalização da obra.

Durante todo o tempo os funcionários das empreiteiras envolvidos na construção eram orientados sobre os cuidados de proteção para com o meio ambiente.

3.3.– Programa de Salvamento Arqueológico: Como na construção da linha houve escavações para a instalação das estruturas, bem como a retirada e o transporte de solo em alguns locais, foram realizados trabalhos de salvamento arqueológico ao longo do empreendimento.

O trabalho de salvamento arqueológico foi realizado pela equipe do Museu Paranaense, coordenado por uma arqueóloga.

Foram feitas análises e interpretações de fotos aéreas para a identificação dos locais com maior probabilidade de encontrar possíveis sítios arqueológicos. Em outra etapa foram organizadas expedições de campo para a investigação e coleta de materiais. Em laboratório houve a higienização, indexação, análise e classificação dos materiais recuperados. As áreas de escavação de todas as 343 estruturas foram vistoriadas.

Foram realizadas reuniões com os funcionários das empreiteiras responsáveis pela construção das LTs onde foram apresentadas sínteses dos aspectos arqueológicos da região e orientações de como deveriam proceder caso viessem a encontrar algum vestígio arqueológico.

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FIGURA 02 - Fragmentos cerâmicos resgatados em prospecções ao longo da LT.

Vários sítios arqueológicos e/ou artefatos líticos relacionados tanto a acampamentos temporários de grupos caçadores-coletores como a sítios-oficinas, aldeias semi-permanentes, ou mesmo acampamento de caça de populações horticultoras-ceramistas foram identificados nas escavações de diversas estruturas e movimentações de terra para a construção de estradas de acesso às torres.

Realizou-se várias atividades visando a divulgação dos dados coletados durante o programa de salvamento, tais como:

a) planejamento e realização de exposições de curta e longa duração nos municípios atingidos;

b) treinamento de professores destes municípios com material didático sobre a arqueologia da região; c) palestras para as comunidades afetadas pelos empreendimentos.

A realização destas atividades levou à comunidade uma maior compreensão sobre a pré-história do sudoeste paranaense, o que mostra a importância da realização deste programa.

Tal compreensão e conscientização, resultou em várias doações feitas pela comunidade, ao Museu Paranaense, de inúmeros artefatos recolhidos pela população mesmo fora da área de influência das linhas.

3.4. – Programa de Indenizações:

Para a liberação da faixa de segurança para a construção das Linhas de Transmissão, foi implementado um programa de indenizações aos proprietários das áreas atingidas. Assim, foram abertas as negociações com 396 proprietários. Deste total, apenas em 35 casos não foi possível uma negociação amigável apesar de todo o esforço da COPEL para evitar o descontentamento dos proprietários envolvidos.

Os valores propostos pela Companhia, por estarem dentro dos valores praticado pelo mercado e correspondendo as expectativas da maioria, foram prontamente aceitos pelos demais proprietários. No programa foi contemplado também o pagamento de indenizações de danos inerentes à execução da obra.

O montante das indenizações e danos importou em R$ 716.400.00.(Dez/2000)

FIGURA 03 - Indenizações aos proprietários das áreas afetadas.

3.5. – Reposição Florestal:

Visando manter ou aumentar a cobertura florestal da região, a COPEL tinha o objetivo de replantar a mesma área de vegetação suprimida dentro do domínio dos imóveis por onde passou a faixa de segurança das linhas de transmissão.

Porém a maioria das propriedades, apresentavam reduzida disponibilidade de área de produção agropecuária desta forma seus proprietários não tiveram o mesmo interesse na reposição florestal contemplado no PBA. Uma vez que desmatada a área para a implementação da LT os proprietários têm o interesse de melhor aproveitá-las com fins de aumentar a sua produção.

Através do corte seletivo da vegetação apenas 895.067 m2 foram suprimidos e 15% (quinze) desta vegetação foi reposta pelo programa de reposição florestal em 60 propriedades rurais.

Para aqueles proprietários que possuíam o desejo de replantar uma área maior do aquela que foi desmatada, foi providenciado o replantio de área complementar gratuitamente.

Durante a implementação, pela COPEL, dos programas propostos no PBA e das recomendações contidas nos pareceres técnicos do IAP, foram elaborados relatórios anuais de acompanhamento para o órgão Ambiental.

Para a liberação da Licença de Operação, o órgão ambiental (IAP) exigiu e fiscalizou o cumprimento de todas as medidas propostas no Projeto Básico Ambiental, sucintamente apresentado neste informe.

4.0. – CONCLUSÃO

As frentes de serviços para a construção de Linhas de transmissão são pontuais e na maior parte das áreas onde as Linhas de Transmissão são instaladas, seus proprietários podem utilizá-las com pequenas restrições.

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A experiência resultante na implementação do programa ambiental deste empreendimento foi positiva perante o órgão ambiental licenciador, assim como para a população nos locais onde foram instaladas as LTs, pois foi demostrada durante todo o processo a preocupação da Companhia com relação aos aspectos ambientais.

Todas as licenças ambientais, ou sejam, a prévia, a de instalação e de operação do empreendimento, foram obtidas dentro dos prazos estipulados e sem gerar custos de paralisações do empreendimento. Acreditamos que as informações apresentadas neste IT servirá como subsídio às empresas construtoras e concessionárias do setor elétrico brasileiro, no momento em que a ANEEL licita a concessão de milhares quilometros de Linhas de Transmissão.

5.0. – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

(1) Estudo de Impacto Ambiental / Relatório de Impacto ao Meio Ambiente relativo ao Sistema de Transmissão Associado à Usina Hidroelétrica de Salto Caxias, documento RT-440-00-021, INTERTECHNE-LEME-ENGEVIX-ESTEIO - OUT 1996, Curitiba – PR

(2) Projeto Básico Ambiental relativo ao Sistema de Transmissão Associado à Usina Hidroelétrica de Salto Caxias, documento RT-440-00-041, INTERTECHNE-LEME-ENGEVIX-ESTEIO, MAR 1997 Curitiba – PR

(3) Moreira, Ilmar da Silva - Recomendações para a Proteção ao Meio Ambiente e a Legislação Ambiental – Educação Ambiental – JUN/1997 rev. 2 Curitiba – PR.

(4) Parellada, Claúdia Inês - Relatório do Programa de Salvamento Arqueológico das Linhas de Transmissão de 525 kV associada à Usina Hidroelétrica de Salto Caxias. - 1° semestre / 2000 rev. 2 Curitiba – PR.

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