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Daniela Savariz Zanacchi

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

Daniela Savariz Zanacchi

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO

EM MEDICINA VETERINÁRIA

Ijuí, RS

2018

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Daniela Savariz Zanacchi

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Relatório de Estágio Curricular Supervisionado na área de Clínica de Pequenos Animais apresentado ao curso de Medicina Veterinária da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), como Requisito parcial para obtenção do grau de Médico Veterinário.

Orientadora: Profa. Dra Luciana Mori Viero

Ijuí, RS 2018

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Daniela Savariz Zanacchi

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO

Relatório de Estágio Curricular Supervisionado na área de Clínica de Pequenos Animais apresentado ao curso de Medicina da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), como Requisito parcial para obtenção do grau de

Médico Veterinário.

Aprovado em___de_______________de 2018

_____________________________________ Luciana Mori Viero, Dra. (UNIJUÍ)

(Presidente/Orientadora)

______________________________________ Cristiane Beck, Dra. (UNIJUÍ)

(Banca)

Ijuí, RS 2018

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, Marisa Savariz Zanacchi e Paulo Edgar Zanacchi, os quais foram a razão desta conquista.

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AGRADECIMENTOS

A Deus pai eterno, meu humilde agradecimento pois se venci, foi porque sempre esteve ao meu lado, persistindo a cada passo, a cada conquista.

Aos meus pais Paulo e Marisa já sou imensamente grata por terem me concebido a vida, o dom mais preciso do universo, pelos valores passados a mim durante toda minha vida, pelo carinho, amor e dedicação que recebi de vocês. Por terem trabalhado dobrado, sacrificando seus sonhos em favor dos meus, não foram apenas meus pais, mas sim, meus amigos e companheiros em todas as horas. Hoje só tenho agradecer, e em meio a tantas palavras só encontro um simples muito OBRIGADA!

Agradeço aos mestres, por todos os conhecimentos transmitidos a mim em quanto acadêmica de Medicina Veterinária, por aceitarem os alunos independente de suas dificuldades e limitações, por nos incentivarem a emitir opiniões, mesmo que contrarias as suas, por despertar em nós a criatividade, a consciência e a responsabilidade, meus sinceros agradecimentos.

Aos familiares, agradeço por todo o incentivo e apoio, por compartilharem dos mesmos sonhos e angustias, por torcerem pela minha vitória, por palavras e gestos de carinho, por compreenderem a importância dessa jornada em minha vida. Aos meus padrinhos Neiva e Jair Bonatto meu agradecimento especial.

Aos meus avós, em especial Ana e Luiz Ricardo (in memória), agradeço as orações, o exemplo de vida e a torcida constante.

Aos animais, expresso minha eterna gratidão, que de uma forma inocente, permitiram nossos estudos, fazendo-nos sorrir a cada gesto de carinho, ou nos entristecendo ao saber que nos abandonariam para sempre.

Aos meus amigos de quatro patas, que foram sem dúvida o incentivo para escolher a Medicina Veterinária como profissão, Lolita, Cacau, Bidu, Pirulito e Pipoca agradeço por todo amor que recebi em troca de um simples gesto de carinho.

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“Dê ao mundo o melhor de você. Mas isso pode não ser o bastante. De o melhor de você assim mesmo. Veja você que, no final das contas, é tudo entre Você e Deus. Nunca foi entre você e os outros. Madre Teresa.”

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RESUMO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

AUTORA: Daniela Savariz Zanacchi

ORENTADORA: Prof.a.Dra Luciana Viero

Data e Local da Defesa: 23.11.2018 - UNUJUÍ

O estágio final supervisionado em Medicina Veterinária nos coloca a frente de vários desafios e obstáculos, onde podemos colocar em prática todos os ensinamentos teóricos recebidos enquanto acadêmicos de Medicina Veterinária. Nesta rotina nos tornamos autocríticos e acabamos descobrindo nossas dificuldades, percebemos a responsabilidade, a postura profissional e ética que passaremos a ter enquanto Médicos Veterinários. O estágio foi realizado no Hospital Veterinário da UNIJUÍ, sob a supervisão da Médica Veterinária Verônica Metz, e orientação da professora Dra. Luciana Mori Viero. Durante o período de estágio, este proporcionou a pratica da rotina hospitalar, através do acompanhamento de atendimentos clínicos e emergenciais em felinos e caninos, procedimentos em laboratório diante da análise de exames hematológicos, realização de exames complementares, procedimentos de enfermagem, além de outras práticas, como os casos a serem relatados, “Demodicose em um canino”, na sequência “Cinomose em um canino”.

Palavras chave: Clínica de animais de companhia, vivência hospitalar, estágio final, sarna

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ABSTRACT

REPORT ON CURRICULAR STAGE SUPERVISED IN VETERINARY MEDICINE

AUTHOR: Daniela Savariz Zanacchi ADVISOR: Prof.a.Dra Luciana Viero

Date and place of defense: 23.11.2018 - UNIJUÍ

The supervised final stage in Veterinary Medicine places us at the forefront of various challenges and obstacles, where we can put into practice all the theoretical teachings received as Veterinary Medicine scholars. In this routine we become self-critical and we discover our difficulties, we realize the responsibility, the professional and ethical position that we will have in regards to Veterinarians. The internship was carried out at the Veterinary Hospital of UNIJUÍ, under the supervision of Veterinary Medicine Veronica Metz, and guidance of the Dra teacher. Luciana Viero. During the internship period, this provided the practice of the hospital routine, through the follow-up of clinical and emergency care in cats and dogs, procedures in the laboratory before the analysis of hematological exams, conducting complementary exams, nursing procedures, in addition to other practices , as the cases to be reported, "Demodicosis in a canine", in the sequence "Cynomose in a canine".

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Procedimentos realizados ou acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário da Unijuí, entre 28 de agosto a 16 de setembro de 2018...15 Tabela 2 - Diagnósticos clínicos de acordo com os sistemas durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário da Unijuí, entre 28 de agosto a 16 de setembro de 2018...16

Tabela 3 - Diagnósticos clínicos envolvendo o sistemas digestório,

infectocontagiosas e musculoesqueléticas, durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário da

Unijuí, entre 28 de agosto a 16 de setembro de

2018...16 Tabela 4 - Diagnósticos clínicos estabelecidos envolvendo afecções oftálmicas,

otológicas e oncológicas, durante o Estágio Curricular

Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário da Unijuí, entre 28 de

agosto a 16 de setembro de

2018...16

Tabela 5 - Diagnósticos clínicos estabelecidos envolvendo afecções

reprodutivas e urinárias, durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário da Unijuí, entre 28 de agosto a 16 de setembro de 2018...17

Tabela 6 - Diagnósticos clínicos estabelecidos envolvendo afecções

dermatológicas, neurológicas e respiratórias, durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário da Unijuí, entre

28 de agosto a 16 de setembro de

2018...17

Tabela 7 - Exames complementares solicitados durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário da Unijuí, no período compreendido entre 28 de agosto a 16 de setembro de 2018...18

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LISTA DE ABREVIATURAS

ALT - Alanina amino transferase BID - Bis in die

FMMR - Febre maculosa das montanhas rochosas IM – Intramuscular

IV – Intravenosa

LES - Lúpus eritematoso sistêmico LCS - Líquido cérebro espinhal ml – mililitros

mg/Kg - miligramas por quilo ml/Kg – mililitros por quilo

PCR - Reação em cadeia de polimerase

PCR-RT - Reação em cadeia de polimerase real time RNA – Ácido ribonucleico

SID – Sie in die

SNC - Sistema nervoso central SRD - Sem raça definida

SC – Subcubcutâneo TID – Three in die VO - Via oral % - Percentual

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 12

2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ... 14

3 DESENVOLVIMENTO ... 18

3.1 CASO CLÍNICO 1: Demodicose em um canino ... 18

3.1.1 Introdução ... 18

3.1.2 Metodologia ... 19

3.1.3 Discussão ... 20

3.1.4 Conclusão ... 23

3.1.5 Referências ... 23

3.2 CASO CLÍNICO 2: Cinomose em um canino ... 26

3.2.1 Introdução ... 26 3.2.2 Metodologia ... 27 3.2.3 Discussão ... 28 3.2.4 Conclusão ... 33 3.2.5 Referências ... 34 4. CONCLUSÃO ... 36

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1 INTRODUÇÃO

Ao realizar o estágio final supervisionado em Medicina Veterinária foi possível colocar em prática a teoria adquirida enquanto acadêmica durante o período de graduação, bem como a rotina de um Hospital Veterinário, os desafios nos quais os profissionais da área enfrentam a cada dia diante de seus paciente sempre com ética e profissionalismo. Foi possível a troca de ideias com médicos veterinários atuantes além de questionamentos agregando ao no nosso conhecimento, sendo assim uma etapa, a qual nos torna mais observadores e críticos diante dos nossos atos em quanto futuros Médicos Veterinários.

O hospital veterinário da UNIJUÍ localiza-se na cidade de Ijuí, no Rio Grande do Sul, no Bairro Universitário, Rua do Comércio, possuindo estrutura local desde 2013, com 5 anos em atuação. Tem estrutura moderna e tecnologia de ponta para seus clientes e a comunidade em geral, oferecendo atendimento clinico e cirúrgico para cães e gatos, além do espaço destinado a aulas práticas, atividades de extensão, e um campo de estágio para os alunos da graduação; possui uma recepção para os clientes, integrado a farmácia, capaz de suprir todas as necessidades dos animais internados no hospital; três salas onde são realizadas os atendimentos aos pacientes, juntamente com os proprietários e estagiários; o hospital também conta com laboratórios de ultrassonografia, radiografia; laboratório de análises clínicas veterinária e laboratório de doenças parasitárias, realizando exames em várias espécies, tais como (cães, gatos, bovinos, ovinos, animais de laboratório); laboratório de microbiologia, destinado a análise de leite, cultura bacteriana e antibiograma, cultura fúngica e contagem de microrganismos; laboratório de patologia, responsável por exames histológico e necropsia; laboratório de anatomia.

O local de internação é dividido em: UTI, com 4 box, 2 canis para à rotina médica com 28 box, um gatil para pacientes da rotina com 8 box, o local também apresenta um canil e um gatil com 14 e 10 box respectivamente, destinados à internação de pacientes. A internação também conta com uma sala para armazenar as fichas e medicações dos pacientes, um ambulatório e uma sala para preparação e dos alimentos e armazenamento dos mesmos.

Para o atendimento clínico conta com quatro veterinários, 1 clínico no período da manhã, e 1 clínico na parte da tarde, além de um médico veterinário cirurgião e outro anestesista, que atuam somente na parte da tarde. O laboratório onde é

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realizado o raio-x contam com um técnico em radiologia responsável por realizar o exame de imagem, sendo que os laudos ultrassonográficos são efetuados por duas medicas veterinárias e radiográficos. Na parte da internação há 6 técnicas de enfermagem, estagiários curriculares e contratados, sendo que somente as técnicas são responsáveis pelos plantões á noite. O atendimento clínico acadêmico, possui 2 estagiários que, fazem o atendimento com menor custo comparado ao de mercado, estes são realizados durante a semana, nas segundas, quartas e quintas.

O funcionamento do HV da UNIJUÍ é de segunda à sexta das 08 às 19 horas sendo que o atendimento interno é feito até as 20 horas, no sábados o atendimento funciona das 08 às 16 horas. Os atendimentos clínicos, exames laboratoriais e ultrassonografia ocorrem tanto no período da manhã quanto a tarde, porém procedimentos cirúrgicos e raios-x são realizados somente no período da tarde.

A escolha do local do estágio foi definida devido o conhecimento do local, a localização, a rotina e ótimo conceito do Hospital Veterinário da UNIJUÍ. Todos os profissionais e demais funcionários envolvidos na rotina do Hospital são acolhedores e prestativos, dispostos sempre para resolver qualquer dúvida que venha a surgir, além de oferecer ao estagiário oportunidade de realizar alguns procedimentos durante os atendimento que venham a ser desempenhados, seja na emergência, na clínica ou até mesmo em procedimentos de enfermagem.

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2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O estágio curricular final em Medicina Veterinária foi realizado na área de clínica de animais de companhia no Hospital Veterinário da UNIJUÍ, com duração de 25 dias. O horário a ser cumprido do dia 28 de agosto ao dia 16 de setembro, a partir das 08h00min da manhã às 14h00min horas, totalizando 24 horas semanais. O acompanhamento das atividades em todas as áreas do hospital eram livres, porém as cirurgias eram realizadas no período da tarde, sendo assim, foi acompanhado a internação, consultas, procedimentos de enfermagem, laboratório de diagnóstico por imagem, envolvendo ultrassom, conforme a necessidade diária da rotina hospitalar.

Os procedimentos, exames realizados e diagnósticos dos diferentes sistemas durante o período de estágio, estão dispostos nas tabelas a seguir.

Tabela 1 - Procedimentos específicos realizados ou acompanhados durante o cumprimento do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário da Unijuí, no período compreendido entre 28 de agosta a 16 de setembro de 2018.

Procedimentos N° de cães N° de gatos Total %

Abdominocentese 1 - 1 0,63

Acesso venoso 7 2 9 5,63

Aferição da temperatura 9 1 10 6,25

Citologia aspirativa por agulha fina 2 - 2 1,25

Coleta de fezes 2 - 2 1,25 Coleta de sangue 47 6 53 33,13 Coleta de urina 2 3 5 3,13 Consultas clínicas 43 6 49 30,63 Curativos 8 1 9 5,63 Imprint 1 - 1 0,63 Oxigenoterapia 1 1 2 1,25 Remoção de miíase - 1 1 0,63 Remoção de pontos 1 - 1 0,63 Sondagem uretral - 2 2 1,25 Swab otológico 11 - 11 6,88

Teste com fita adesiva 2 - 2 1,2

Total 137 23 160 100

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Tabela 2 - Diagnósticos clínicos estabelecidos de acordo com os diferentes sistemas e doenças infectocontagiosas durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário da Unijuí, entre 28 de agosto a 16 de setembro de 2018.

Sistemas N° de cães N° de Gatos Total %

Dermatológico 7 - 7 14,9 Digestório 3 - 3 6,4 Doenças Infectocontagiosas 3 - 3 6,38 Musculo esquelético - 5 5 10,6 Neurológico 2 - 2 4,2 Oftálmico 1 - 1 2,1 Oncológico 7 - 7 14,9 Otológico 8 - 8 17,02 Reprodutivo 5 1 6 12,8 Respiratório 2 - 2 4,3 Urinário 2 1 3 6,38 Total 40 7 47 100

Tabela 3 - Diagnósticos clínicos envolvendo afecções do sistema digestório, infectocontagiosas e musculoesqueléticas durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário da Unijuí, no período compreendido entre 28 de agosta a 16 de setembro de 2018.

Diagnósticos N° de cães N° de Gatos Total %

Gastroenterite 3 - 3 30

Parvovirose 1 1 10

Cinomose 2 2 20

Fratura completa diafisária de rádio 1 1 10

Politraumatismos 1 1 10

Fratura bilateral dos dentes caninos 1 1 10

Subluxação carpo ulnar 1 1 10

Total 6 4 10 100

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Tabela 4 - Diagnósticos clínicos envolvendo afecções oftálmicas, otológicas e oncológicas, durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário da Unijuí, no período entre 28 de agosta a 16 de setembro de 2018.

Diagnósticos N° de cães N° de Gatos Total %

Adenocarcinoma 1 - 1 6,25 Hemangiossarcoma 1 - 1 6,25 Lipoma 1 - 1 6,25 Mastocitoma 1 - 1 6,25 Neoplasia Mamária 1 - 1 6,25 Neoplasia prostática 1 - 1 6,25 Nódulo no fígado 1 - 1 6,25 Otite externa 6 - 6 37,5

Otite externa mista 1 - 1 6,25

Otohematoma 1 - 1 6,25

Úlcera de córnea superficial 1 - 1 6,25

Total 16 0 16 100

Tabela 5 - Diagnósticos clínicos envolvendo afecções reprodutivas e urinárias durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário da Unijuí, entre 28 de agosto a 16 de setembro de 2018.

Diagnósticos N° de cães N° de Gatos Total %

Cistite hemorrágica 1 - 1 11,11 Criptorquidismo bilateral 1 - 1 11,11 Diestro 1 - 1 11,11 Hiperplasia mamária - 1 1 11,11 Obstrução uretral - 1 1 11,11 Parto distócico 2 - 2 22,23 Piometra 1 - 1 11,11 Urolitíase vesical 1 - 1 11,11 Total 7 2 9 100

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Tabela 6 - Diagnósticos clínicos envolvendo afecções dermatológicas, neurológica e respiratórias, durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário da Unijuí, entre 28 de agosto a 16 de setembro de 2018.

Diagnósticos N° de cães N° de Gatos Total %

Abscesso 1 - 1 8

Contusão pulmonar 2 - 2 17

Demodicose 1 - 1 8

Dermatite atópica 2 - 2 17

Dermatite alérgica a saliva da pulga 3 - 3 25

Doença do disco intervertebral 2 - 2 17

Suspeita de botulismo 1 - 1 8

Total 12 0 12 100

Tabela 8 - Exames complementares solicitados durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário da Unijuí, no período compreendido entre 28 de agosto a 16 de setembro de 2018.

Exames N° de cães N° de Gatos Total %

Citologia do ouvido 11 - 11 7,7 Citologia vaginal 1 - 1 0,7 Creatinina 38 6 44 31 Coproparasitológico 2 - 2 1,4 Glicose 3 - 3 2,1 Hemograma 47 6 53 37,32 Radiografias 2 3 5 3,52 Raspado cutâneo 4 - 4 2,9

Snap Test para cinomose 3 - 3 2,1

Snap Test para parvovirose 3 - 3 2,11

Teste com fluoresceína 3 - 3 2,11

Ultrassonografia 8 2 10 7,04

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3 DESENVOLVIMENTO CASO CLÍNICO 1

DEMODICOSE EM UM CANINO – RELATO DE CASO Daniela Savariz Zanacchi, Luciana Viero

3.1.1 Introdução

A demodicose é uma doença causada pela proliferação anormal do ácaro

Demodex, uma patologia de maior incidência em cães e raramente em gatos

(OSBORN, 2013), também é conhecida como sarna vermelha (MONTEIRO, 2017). O ciclo biológico está dividido em quatro estágios, sendo os mesmos visualizados no raspado de pele: adultos, larvas, ninfas e ovos (OSBORN, 2013). Pode ser encontrado tanto nas glândulas sebáceas quanto em folículos pilosos (BARR e BOWMAN, 2010). O ácaro passa durante toda sua vida no cão e não é considerado transmissível para homens, felinos ou cães (DEMANUELLE, 2008), sendo que a transmissão ocorre somente através do contato direto da mãe para neonatos durante amamentação (LUSA e AMARAL, 2010). Em função de distúrbios do sistema imunológico ou por fatores genéticos ocorre o aumento anormal dos ácaros e consequentemente o desenvolvimento de lesões na pele do animal (DEMANUELLE, 2008).

A demodicose é classificada em generalizada ou localizada (RHODES, 2015), de início adulto ou juvenil e pustular ou escamosa (OSBORN, 2013). Os sinais clínicos são classificados de acordo com a forma da doença, a forma localizada geralmente ocorre em cães jovens, em torno de 3 a 6 meses de vida, já a doença generalizada acontece tanto em cães jovens quanto idosos (BARR e BOWMAN, 2010). Classifica-se como doença generalizada quando o animal é acometido em duas ou mais patas, cinco ou mais pequenas áreas arredondadas de alopecia, eritema e escamas ou se todo corpo for acometido. A forma localizada da doença não deve ser tratada sendo que 80% controlam a população do ácaro entre 2 a 3 meses (DEMANUELLE, 2008).

A demodicose causa áreas de alopecia ao redor dos olhos, cabeça e na parte inferior das patas, pode apresentar pontos vermelhos e crosta além da perda de pelo, causando alopecia, mas não causa prurido (MONTEIRO, 2017), sendo a principal bactéria envolvida na infecção bacteriana secundária o Staphylococcus intermedius (OSBORN, 2013).

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O diagnóstico ocorre principalmente através do raspado de pele profundo e consequentemente a visualização do ácaro sob microscópio, sendo que a presença de um ácaro, seja na forma adulta ou imatura indica a doença, mas em alguns casos é indicado realizar a biopsia na pele da pata do animal para o diagnóstico de demodicose (DEMANUELLE, 2008). Porém o histórico rigoroso do paciente e o exame físico auxiliam no diagnóstico (OSBORN, 2013).

O tratamento da demodicose divide-se em localizado ou generalizado, sendo que a forma localizada utiliza a terapia conservativa e avaliação do estado geral de saúde do paciente, ocorrendo a resolução espontânea na maioria dos casos. A doença generalizada é controlada por meio clínico, porém não tem cura, já que a sarna juvenil considerada hereditária, não sendo indicado o cruzamento dos animais acometidos (RHODES, 2015).

O objetivo do seguinte relato é descrever um caso de demodicose canina em um cão com 2 meses de idade, atendido durante o estágio final em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário da UNIJUÍ.

3.1.2 Metodologia

Durante a realização do estágio curricular clínico final, foi atendido no Hospital Veterinário da UNIJUÍ, um canino, fêmea, da raça Shih-tzu, com aproximadamente 2 meses, pesando 1 quilo e 700 gramas. As principais queixas relatadas pelo proprietário eram o prurido, eritema, crostas e lesões na pele generalizada. Relatou ainda que o paciente estava ativo e alimentando-se normalmente, não teve contato com outros cães e havia recebido até então a segunda dose da vacina polivalente.

Ao exame físico evidenciou-se as lesões descritas pelo proprietário, e o prurido apresentado pelo paciente. As mucosas oral, ocular e vaginal apresentavam-se rosadas, temperatura retal, frequência cardíaca e respiratória encontravam-se dentro dos valores fisiológicos de referência para espécie, estava hidratado, sendo observado ainda a presença de ectoparasitas, como (pulgas) no corpo.

O canino foi encaminhado para realizar exame parasitológico de pele, teste com a fita adesiva e cultura fúngica. O exame parasitológico de pele foi feito através do raspado de pele profundo com auxílio da lamina de bisturi e o exame de cultura fúngica foi realizado arrancando pelos do animal próximo as áreas de lesões, já o teste com fita adesiva foi feito através do contato adesivo da fita com a pele do animal em

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vários pontos de lesão e aderido material a lamina para análise em microscópio, encaminhado imediatamente as amostras ao laboratório. Foram avaliadas em microscópio as amostras e foi encontrado ácaro Demodex canis no teste com fita adesiva e no exame parasitológico de pele.

Foi indicado ao paciente antibióticoterapia para o tratamento da infeção bacteriana secundária a base de Cefalexina 20mg/kg, BID, via oral, por vinte dias; Hidrapet® para hidratar pele e pelos; Shampoo a base de clorexidine 2%, dois banhos durante a semana. Para o controle dos ectoparasitas e controle do ácaro Demodex

canis foi recomendado o uso de Simparic®, repetindo o uso após 35 dias.

Após 15 dias do atendimento foi indicado o retorno do paciente para avaliar a resposta ao tratamento, nesse período cresceu em meio de cultura o fungo

Thricophyton spp. Foi indicado como tratamento antifúngico Cetoconazol shampoo® 2%, um banho por semana, deixando produto agir por 10 minutos antes de enxaguar; Cetoconazol spray® 2%, SID, durante 40 dias. Ao final do tratamento o animal mostrou-se em ótimas condições, não apresentando prurido nem áreas de lesões.

3.1.3 Discussão

A demodicose, também conhecida popularmente por sarna negra, é uma das doenças de pele mais comuns entre os cães, sendo sua patogenia relacionada ao estado imunológico do animal. Em função do ácaro Demodex canis ser um parasita normal da pele a doença se desenvolve quando ocorre a multiplicação anormal deste parasita (SANTOS et al., 2009).

De acordo com Osborn (2013) a sarna demodécica ocorre com maior frequência em raças puras, sendo que raças como English Bulldog, West-Highlan White Terrier, Shar-pei e Boston Terrier as mais acometidas. O animal do caso relatado era da raça Shih-tzu, porém a raça não está entre as de maior casuística no desenvolvimento da demodicose.

Para Monteiro (2017) a demodicose apresenta sinais clínicos de alopecia ao redor dos olhos, cabeça e na parte inferior das patas, pode apresentar pontos vermelhos e crosta além da perda de pelo, causando alopecia, mas não causa prurido. Como dito anteriormente o animal apresentava mais de uma área corpórea com alopecia, descamação e eritema, mas apresentava prurido devido a infecção bacteriana secundária.

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A demodicose de início juvenil, ocorre quando os animais são acometidos com idade inferior a dois anos (OSBORN, 2013), coincidindo com a idade do animal que era de 2 meses. Na forma escamosa as lesões se manifestam através de áreas irregulares de alopecia, porém na forma pústulas desenvolve-se a piodermite secundária (OSBORN, 2013). No caso relatado o animal apresentava áreas de alopecia, sendo que as crostas ocorreram em função das pústulas, consequentemente devido a infecção bacteriana secundária na pele. De acordo com Osborn (2013) a principal bactéria envolvida na piodermtite secundaria é o

Staphylococcus intermedius.

Para Demanuelle (2008) o diagnóstico principal da demodicose é através do raspado de pele profundo, mas em alguns casos é indicado realizar a biopsia na pele da pata do animal para o diagnóstico de demodicose (DEMANUELLE, 2008). Segundo Rhodes (2015) quando o raspado de pele profundo, for realizado corretamente os ácaros são encontrados na maioria dos casos de animais acometidos pelo parasita, sendo que Demanuelle (2008) diz que os mesmos foram visualizados através do microscópio. Quando os raspados de pele ou parasitológico forem negativos é indicado a biopsia de pele para análise histopatológica (LUCAS, 2008). Porém não foi necessário realizar esse procedimento, devido a presença do ácaro nos testes com fita adesiva e raspado de pele.

De acordo com Lucas (2008) o teste com fita adesiva é de grande importância na clínica veterinária, pois busca por ovos e ectoparasitas, sendo que a fita deve ser colocada várias vezes em locais diferente sobre o corpo, posteriormente coloca-se a fita sobre a lâmina e encaminha para o microscópio para ser avaliado quanto a presença do parasita. Coincidindo com a literatura, foi visualizado a presença do ácaro na fita adesiva.

O exame para identificar a presença de fungos na pele deve ser através da coleta de pelos com o uso de uma pinça, arrancando-os próximo a áreas de lesões com alopecia, analisando em microscópio, porém esses procedimento deve ser realizado por indivíduos com experiência, sendo que as estruturas visualizadas podem ser esporos de fungos presentes normalmente na pele. O diagnóstico de fungo e a espécie só podem ocorrer após o crescimento do fungo em meio apropriados (LUCAS, 2008). A cultura fungica foi realizada devido o paciente apresentar áreas de alopecia, sendo realizado o crescimento das culturas como indicado pelo autor, posteriormente ao procedimento foi observado a presença de Trichophyton spp.

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Segundo Lucas (2008) o Tricophyton spp está entre as principais espécies de fungos acometendo animais domésticos, o mesmo necessita de um ambiente quente e úmido para seu desenvolvimento, porém o principal dermatófito de cães segundo o autor é o Mycrosporum canis. Algumas espécies como o Tricophyton mentagrophytes, são patógenos de animais e também tem a capacidade de infectar o homem (GAMITO, 2009).

Como diagnóstico diferencial para demodicose canina Barr e Bowman (2010), citam patologias como a dermatofitose, dermatomiosite, furunculose ou foliculite bacteriana, dermatite por contato, lúpus eritematoso sistêmico e complexo do pênfigo. O tratamento clínico instituído na doença generalizada segundo Osborn (2013) começa a partir de banhos como peroxido de benzoíla e com amitraz, porém este último pode causar hipotermia, depressão e letargia no paciente. No ser humano o amitraz pode causar dermatites, dificuldade respiratória e dores de cabeça pós contato (BARR e BOWMAN, 2010). No caso acompanhado foram utilizado banho com clorexidine ao invés do amitraz e peróxido de benzoíla devido ao amitraz agir como antibacteriano e apresentar baixa toxicidade.

A invermectina, milbemicina, também são fármacos utilizados para o tratar a demodicose canina, exceto em raças Collie e Shelty (OSBORN, 2013). Porém foi utilizado para o controle da sarna Demodécica e das pulgas, Simparic® mesmo o animal sendo da raça Sihi-tzu. O Simparic® é composto por soralaner, um acaricida e inseticida, indicado além do tratamento e prevenção das sarnas Demodex canis,

Sarcopts scabiei e Otodectes cynotis para o tratamento e prevenção de infestações

de pulgas e carrapatos (BULA). No caso acompanhado o paciente recebeu a próxima dosagem 35 dias após o primeiro

Ao final do tratamento é indicado realizar vários raspados, nas mesmas quatro ou cinco áreas, fazendo a contagem dos ovos e parasitas. Após o diagnóstico negativo e o paciente apresentar cura clínica, é indicado continuar o tratamento por mais quatro semanas (OSBORN, 2013).

Para o tratamento da infecção bacteriana secundária, geralmente associada a demodicose Demanuelle (2008) indica utilizar antibióticos por via oral. No caso relatado foi utilizado Cefalexina. Para Papich (2008) a cefelaxina atua em infecções dos tecidos moles, de pele, trato urinário inferior, piodermatites e algumas infecções de pele e pneumonias, por ser uma cefalosporina de primeira geração é eficiente contra Staphylcoccus e Streptococcus, porém é comum ocorrer resistência em

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bactérias gram-negativas. De acordo com a literatura a cefalexina é um antibiótico de ampla ação agindo em vários sistemas, no caso relatado o animal tinha apenas 2 meses de idade, sendo assim deveria ser utilizado inicialmente o clorexidine, porém se não houvesse resultado positivo eliminando as crostas, utilizaria o antibiótico citado anteriormente.

Para eliminar as crostas causada pela infecção bacteriana secundária foi utilizado shampoo com clorexidine 2%, durante os banhos, além de Hidrapet®, para reter a umidade e hidratação dos pelos (BULA). De acordo com Amoras (2013) o clorexidine atua como bactericida e bacteriostático, possui amplo espectro além da baixa toxicidade. O tratamento contra sarna demodécica foi utilizado por 15 dias, seguido do tratamento contra o fúngo Tricophyton spp.

No tratamento contra a infecção fúngica utilizou-se Cetoconazol shampoo 2%, para os banhos, cetoconazol spray, para usos tópico. De acordo com Nobre et al., (2002) o cetoconazol pode ser utilizado via oral ou tópica e possui um amplo potencial terapêutico no tratamento de infecções sistêmicas ou superficiais. No presente caso o animal utilizou cetoconazol tópico e apresentou bom resultado ao tratamento.

Segundo os autores Barr e Bowman (2010) o prognóstico para os cães com demodicose canina depende em grande parte do estado imunológico, da genética e de doenças subjacentes. Porém para Osborn (2013) o a principal causa de recidivas da demodicose é o fim do tratamento prematuro, sendo que o tratamento deve continuar por 4 semanas após resultados negativos, devido os cães apresentarem melhora clinica antes da cura parasitológica.

3.1.4 Conclusão

No caso em questão foi observado a importância do tratamento no início dos sinais clínicos, devido o animal apresentar-se após 15 dias do tratamento um bom resultado, livre de lesões de pele, prurido, crostas, eritema. O cuidado dos proprietários seguindo o tratamento indicado foi sem dúvida fundamental para melhora clínica do animal.

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AMORAS, L. S. Uso da clorexidina na medicina: revisão da literatura. 2013. Trabalho de conclusão de curso (Especialização), Universidade Estadual de Campinas, Piracicaba, São Paulo, 2013.

BARR, S. C; BOWMAN, D. D. Demodicose. In: BARR, S. C.; BOWMAN, D.D. Doenças infecciosas e parasitarias de cães e gatos: consulta em 5 minutos. Rio de Janeiro: Revinter Ltda, 2010. Cap. 32, p. 159-165.

DEMANUELLE, T. C. Demodicose. In: ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C. Tratado de medicina interna veterinária: doença do cão e do gato. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A, 2008. V. 2, p.2074.

GAMITO, M. S. R. Dermatites parasitárias no cão. 2009. Dissertação (Mestrado), Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2009.

HIDRAPET®. Hidratante. União química farmacêutica nacional S/A. Bula de remédio.

LUCAS, R. Semiologia da pele. In: FEITOSA, F. L. Semiologia veterinária: a arte do diagnóstico. 2. ed. São Paulo: Roca, 2008. Cap. 12, p. 580-612.

LUSA, F. T; AMARAL, R. V. Demodicose canina. PUBVET, Londrina, v. 4, N. 24, Ed. 129, Art. 875, 2010.

MONTEIRO, S. G. Actinedida/Prostigmata. In:_______. Parasitologia na medicina veterinária. 2. ed. Rio de Janeiro: Roca, 2017. Cap. 6, p. 45-52.

OSBORN, S. C. Demodicose canina e felina. In: BIRCHARD, S. J.; SHERDING, R. G. Manual Saunders: Clínica de pequenos animais. 3. ed. São Paulo: Roca, 2008. Cap. 43, p. 467-471.

NOBRE, M. O. et al., Drogas antifúngicas para pequenos e grandes animais. Ciência rural, Santa Maria, v.32, n.1, p.175-184, 2002.

PAPICH, M. G. Manual Saunders de terapia veterinária: pequenos e grandes animais. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. p. 103-104.

RHODES, K. H. Demodicose. In: TILLEY, L. P.; SMITH, J. F. W. K. Consulta Veterinária em 5 minutos: Espécie canina e felina. 3. ed. São Paulo: Manole, 2008. p. 305-306.

SANTOS, L. M.; MACHADO, J. A. C.; NEVES, M. F. Demodicose canina: revisão da literatura. Revista cientifica eletrônica de medicina veterinária – ISSN: 1679-7353, Ano VII – Número 12 – Janeiro de Periódicos Semestral, 2009.

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SIMPARIC® SAROLANER™. Comprimidos mastigáveis. Zoetis. 2016, bula de remédio.

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3.2 CASO CLÍNICO 2

CINOMOSE EM UM CANINO – RELATO DE CASO Daniela Savariz Zanacchi, Luciana Mori Viero

3.2.1 Introdução

A cinomose é uma infecção causado por vírus, chamado Morbilivirus, de alta mortalidade, provoca quadros febris, ocorrendo também, manifestações no sistema nervoso central, sistema respiratório e gastrointestinal. O vírus acomete grande parte dos carnívoros e felídeos, sendo que animais jovens apresentam maior predisposição para desenvolver a doença (BARR e BOWMAN, 2010). Além dos cães o vírus da cinomose afeta toda família Procyoniodae (panda, japuré, quati e mão pelada), família Mustelidae (zorrilho, furão, texugo, marta, jaritataca e lontra) e também a família Canidae (chacal, dingo, coiote, logo e raposa) (HOSKINS, 2008).

O vírus da cinomose canina é da ordem dos Mononegavirales, família Paramyxoviridae, subfamília Paramyxovirinae e gênero Morbillivirus (QUINN, 2005). O vírus é eliminado em secreções da saliva, fezes, sistema respiratório, e ocular por até 60 a 90 dias depois da infecção, replica em tecidos linfoides, epidérmico e nervoso, depois do vírus inalado o mesmo sofre fagocitose através dos macrófagos, em 24 horas através do sistema linfático atinge os linfonodos, tonsilares, bronquiais e faríngeos onde se replica, cerca de 8 a 9 dias pós infecção os tecidos epiteliais e SNC são infectados (NELSON e COUTO, 2010). O Mobilivirus é um RNA grande, que está diretamente ligado ao vírus da peste bovina e sarampo, é destruído pelo calor, detergentes, dessecação, desinfetantes e solventes lipídicos (HOSKINS, 2008).

Os sinais clínicos iniciais do paciente infectado com o vírus da cinomose é de febre e alteração no hemograma, apresentando leucopenia (HOSKINS, 2008), sendo que os quadros febris ocorrem 3 a 6 dias após infecção, podendo passar despercebido, o segundo quadro febril ocorre dias mais tarde com intervalos alternados de febre alta e temperatura normal, ocorrendo em conjunto com, secreção ocular e nasal ou, anorexia e depressão (SCHATZBERG, 2015). Dependendo da imunidade do animal e cepa viral o paciente apresenta sinais digestórios, respiratórios, neurológicos e epiteliais (MANGIA e PAES, 2016).

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A conjuntivite, rinite, descarga nasal e ocular mucopurulenta ou serosa são alguns dos sinais clínicos respiratórios, além de pneumonia intersticial que pode evoluir para broncopneumonia. Os sinais digestórios são anorexia, vômito, diarréia liquida ou pastosa de cor escura e pode ter a presença de sangue. Os sinais epiteliais correspondem a hiperqueratose dos coxins plantares, palmares, nasal e pústulas abdominais (MANGIA e PAES, 2016). Tiques de mastigação, mioclônias, convulsão, incoordenação motora, ataxia, andar em círculos, rigidez muscular, vocalização como se aparentasse sentir dor, reação de cegueira e medo são os sinais neurológicos mais comuns do paciente com cinomose (HOSKINS, 2008). Os sinais clínicos dentários também são observados no quadro de cinomose, ocorrendo irregularidade do esmalte e dentina, hiperplasia de esmalte, erupção dos dentes permanentes e impactação (MANGIA e PAES, 2016).

O diagnóstico para cinomose é feito a partir da patologia clínica, apresentando alterações no hemograma como linfopenia e leve trombocitopenia (NELSON e COUTO, 2010). Outros meios de diagnósticos ocorrem através da imuno-histoquímica, antígenos virais ou corpúsculos de Lentz, PCR-RT, LCS e diagnóstico pós morte (SCHATZBERG, 2015). Porém o diagnóstico de rotina para cinomose e feito através do histórico do paciente, sinais clínicos e exames bioquímicos, hematológico, sorológico e imunológico (MANGIA e PAES, 2016). O diagnóstico pós-morte é outro meio de diagnóstico, realizado principalmente em tecido como pulmão, bexiga, estômago, cérebro e linfonodos, através da histopatológia, imunocitoquimica ou imunofluorecência, PCR ou isolamento viral (SCHARTZBERG, 2015).

O tratamento para cinomose é feito através de antibióticos de amplo espectro, para o controle de possíveis infecções bacterianas secundárias que possam surgir, para terapia de suporte é indicado a fluidoterápia, suplementos nutricionais e eletrólitos. Porém não há antivirais para o tratamento desta doença (HOSKINS, 2008). O objetivo do seguinte relato é descrever um caso de cinomose canina, atendido durante o estágio final em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário da UNIJUÍ.

3.2.2 Metodologia

Durante a realização do estágio curricular clínico final, foi atendido no Hospital Veterinário da UNIJUÍ, um canino, fêmea, sem raça definida, com aproximadamente

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4 meses, pesando 1 quilo e 600 gramas, apresentado ausência bilateral dos globos oculares ou enoftalmia. As principais queixas relatadas pelo tutor eram a secreção ocular mucopurulenta, pústulas abdominais, diminuição da alimentação e episódios de vômito e prurido.

Relatou ainda que o paciente que o animal foi recolhido da rua junto com outros dois cães e havia recebido uma dose de amoxicilina devido a piodermite, estava ativo inicialmente e alimentando-se bem, ganhando peso, tinha contato com outros 2 cães e havia recebido até então a segunda dose da vacina polivalente importada.

Ao exame físico evidenciou-se as lesões de pele descritas pelo proprietário, e áreas com eritema. As mucosas oral, ocular e vaginal apresentavam-se rosadas, temperatura retal, frequência cardíaca e respiratória encontravam-se dentro dos valores fisiológicos de referência para espécie, mas desidratação de 5%.

O canino foi encaminhado para realizar exames parasitológicos de pele, teste com a fita adesiva, coleta de sangue, Snap Test para cinomose e raio-x do tórax. O exame parasitológico de pele foi feito através do raspado de pele profundo com auxílio da lâmina de bisturi, o hemograma, ALT e FA através da coleta de sangue do animal. Após os procedimentos para coletas de amostras e análises os exames e o Snap Test foram positivos, confirmando quadro de cinomose, sendo internado no isolamento do hospital veterinário para dar início ao tratamento.

O tratamento foi realizado através da alimentação forçada de patê; fluidoterapia com ringer lactato, 6ml/hora, via intravenosa; suplemento vitamínico a base de glicol pet®, 1ml VO a cada 12 horas. Para o controle da infecção bacteriana secundária foi utilizado ceftriaxona como antibiótico, 25mg/kg, via IV, a cada 12 horas; colírio a base de tobramicina uma gota em cada olho, a cada 4 horas, para infecção ocular.

O animal passou apresentar crises convulsivas e episódios de febre após internação, sendo utilizado para o controle das convulsões, diazepan na dose de 2mg/kg, uma vez ao dia, via intravenosa e Fenobarbital na dose de 2mg/kg, duas vezes ao dia, via IM e para o controle da febre dipirona na dose de 30mg/kg, três vezes ao dia, via intravenosa. O tratamento foi realizado por três dias, mas no terceiro dia o animal passou a apresentar várias crises convulsivas, por decisão do Médico Veterinário juntamente com o proprietário foi decidido pela eutanásia, utilizando para indução anestésica Propofol e para eutanásia Cloreto de potássio.

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A cinomose é uma doença infectocontagiosa, causada através do Morbillivirus, acometendo os sistemas nervoso central e imunológico, além do epitelial, ocorrem manifestações clinicas, crônica, subclínica e aguda nos cães domésticos. Pode ocorrer pneumonia, diarreia, hiperqueratose do plano nasal e coxins, alterações neurológicas e secreção ocular, sendo uma doença com alta mortalidade entre cães domésticos (MANGIA e PAES, 2016).

Segundo Schatzberg (2015) o vírus da cinomose atinge a faixa etária entre mais jovens, pois apresentam maior suscetibilidade de contrair a doença principalmente se não forem vacinados. Concordando com a literatura, o animal tinha aproximadamente 4 meses, sendo que o mesmo havia recebido a segunda dose da vacina polivalente importada, além disso o animal apresentava ausência bilateral dos globos oculares. Gujanwsk (2017) cita que as anomalias oftálmicas do desenvolvimento incluem várias alterações, sendo que a microftalmia é uma das mais comuns, ocorrendo a redução do tamanho do globo ocular, e pode ser unilateral ou bilateral.

O animal relatado era SRD, e não tinha histórico por ter sido recolhido da rua ainda filhote. Glazer (2013) ainda cita que há várias fases de microftalmia, e podem ser classificado através da análise do tamanho do globo ocular, órbita e fissura palpebral. Estas anomalias pode causar cegueira, porém em alguns casos o globo ocular pode ser funcionalmente normal e estrutural.

De acordo com Mangia e Paes (2016) conjuntivite, rinite, descarga nasal e ocular mucopurulenta ou serosa, pneumonia intersticial que pode evoluir para broncopneumonia são alguns dos sinais clínicos respiratórios da cinomose. Os sinais digestório são anorexia, vômito, diarréia liquida ou pastosa de cor escura e pode ter a presença de sangue. Concordando com a literatura o animal apresentava sinais digestórios de vômito e diarreia progredindo para a desidratação além de diminuir a alimentação, ocorrendo a secreção ocular mucopurulenta como sinal clinico respiratório.

Os sinais epiteliais correspondem a hiperqueratose dos coxins plantares, palmares, nasal e pústulas abdominais (MANGIA e PAES, 2016). No caso relatado o paciente tinha presença de pústulas abdominais e prurido, com exceção da hiperqueratose, sendo que foi realizado o exame parasitológico de pele para exclusão de doenças causadas por parasitas, devido os sinais clínicos serem semelhantes,

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porém o exame foi negativo. De acordo com Hoskins (2008) tiques de mastigação, mioclonias, convulsão, incoordenação motora, ataxia, andar em círculos, rigidez muscular, vocalização, reação de cegueira e medo são característicos dos sinais neurológicos mais comuns do paciente com cinomose. Sendo que os sinais neurológicos apresentados pelo paciente incluía ataxia, porém após algumas horas da internação o paciente evoluiu para sinais neurológicos, apresentando convulsão.

Os sinais clínicos dentários também são observados no quadro de cinomose, ocorrendo irregularidade do esmalte e dentina, hiperplasia de esmalte, erupção dos dentes permanentes e impactação (MANGIA e PAES, 2016). Discordando da literatura o paciente não apresentava os sinais dentários.

De acordo com Schatzberg (2015) a vacinação dos animais com vírus vivo modificado é a principal fonte capaz de conferir prevenção contra o vírus da cinomose, além de impedir o contato dos cães domésticos com animais selvagens ou contaminados pelo vírus. Porém as falhas das vacinas podem ocorrer devido a falhas na resposta imune, conservação, quantidade, variabilidade antigênica, infecção anterior a contaminação pelo vírus e interferência de anticorpos maternos (MANGIA e PAES, 2016), sendo que a idade no qual os filhotinhos tornam-se susceptíveis a contrair a doença é relacionado aos títulos de anticorpos das mães e é variável de acordo com a transferência colostral do anticorpo recebido por eles (HOSKINS, 2008). No caso relatado o animal tinha em torno de 4 meses de idade, foi encontrado na rua com aproximadamente 2 meses de idade e havia recebido duas doses da vacina polivalente contra os vírus causadores de doenças infectocontagiosas. Sendo assim o mesmo já podia estar contaminado pelo Morbillivirus antes de receber a primeira vacina, além de não estar totalmente imunizado pois faltava a última dose da vacina polivalente.

De acordo com Paes e Mangia (2016) as vacinas devem ser iniciadas depois de 6 a 8 semanas devido a persistência dos anticorpos maternos, esses declinam a proteção entre 12 e 14 semanas de idade, as vacinas devem ter intervalo de 3 a 4 semanas, sendo que após a primeira dose os animais já apresentam titulação de anticorpos, capazes de gerar proteção, após a terceira dose sa vacina ser aplicada, os animais são revacinados anualmente, sendo que as vacinas com o vírus vivo atenuado conferem uma boa resposta aos cães, a vacina utilizada atualmente é a polivalente administrada via SC ou IM. A vacina com vírus atenuado deve ser aplicada 3 doses com intervalo de 3 semanas cada aplicação, iniciando a primeira dose com 6

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semanas de idade, a vacina confere imunidade além do vírus da cinomose para adenovírus canino tipo 2, vírus da parainfluenza canina, parvovirus canino e culturas inativadas de Leptospira canicola e Leptospira icterohaemorrhagiae (BULA).

O paciente acometido pela cinomose pode desenvolver infecção bacteriana secundaria no epitélio, ocorrendo secreções purulentas (PAES e MANGIA, 2016). O paciente apresentava crostas na pele e eritema ao ser recolhido da rua, sendo assim foi administrado uma dose de amoxicilina para o tratamento da piodermite. Segundo Papich (2008) a amoxicilina é uma penicilina utilizada para o tratamento de infecções de origem bacteriana. Como o animal apresentava infecção bacteriana quando foi recolhido, provavelmente já era portador do vírus, a dose do medicamento pode ter mascarado os sintomas e manifestando-os mais tarde como no caso acompanhado

Segundo Paes e Mangia (2016) o diagnóstico da cinomose é realizado através dos sinais clínicos, histórico do animal e exames clínicos, através do hemograma, bioquímico, imunológico e sorológico. De acordo com Paes e Mangia (2016) o hemograma demostra sinais de linfopenia no início da doença, associado a leucocitose ou leucopenia, também pode ocorrer em função da infecção bacteriana secundaria leucocitose associado a neutrofilia. Coincidindo com o caso relatado o paciente apresentava linfopenia e leucocitose por neutrofilia. As alterações no exame bioquímico não são especificas para cinomose, pode ocorrer nesse caso hipoalbuminemia ou heperglobulinemia (PAES e MANGIA, 2016). No caso relatado a FA se manteve dentro dos valores fisiológico, porém ouve apenas diminuição na ALT.

O imunoensaio cromatográfico é um método rápido e especifico, atualmente usado para detecção do antígeno do vírus da cinomose na saliva, mucosa nasal, soro, plasma e conjuntiva, porem o teste tem a probabilidade de apresentar falso negativo devido a amostra utilizada não conter o antígeno (PAES e MANGIA, 2016). No caso relatado foi utilizado o método citado pelo autor através do swab da mucosa ocular, o qual foi positivo para cinomose.

O exame por imagem, é indicado para avalição pulmonar, para identificar quando há pneumonite intersticial difusa ou posteriormente broncopneumonia bacteriana secundária (SHARDING, 2008). Nesse caso o animal acompanhado não apresentou alterações no raio-x.

Como diagnóstico diferencial da cinomose, os autores Barr e Bowman (2010) citam a tosse dos canis, na forma respiratória da doença, infecções causadas por parasitas (giardíase, ancilóstomos, nematoides), infecções bacterianas, gastroenterite

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através de toxinas e doença intestinal inflamatória na forma gástrica da doença, além de diferenciar patologias que afetam o SNC como encefalite por protozoário (neosporose e toxoplasmose), menigoencefalite granulomatosa, criptococose, infecções como meningite, erliquiose e FMMR, além de envenenamento por chumbo e encefalite dos cães Pug.

Para Schatzberg (2015) o primeiro passo para o tratamento é o isolamento do animal acometido para evitar a infecção entre outros cães. Após os exames clínicos e a confirmação do diagnóstico para cinomose o animal foi isolado onde iniciou o tratamento terapêutico e de suporte como indicado pela literatura. Segundo Roskins (2008) os suplementos nutricionais são indicados como tratamento de suporte, sendo que esse procedimento aumenta as chances de recuperação e qualidade de vida do paciente. Concordando com o autor foi utilizado patê na dieta, forçando alimentação, junto ao suplemento vitamínico Glicol pet, 1ml, VO, a cada 12 horas. Este é um suplemento vitamínico mineral aminoácido para alimentação animal, utilizado para melhorar a qualidade da nutrição fornecida diariamente (BULA). A fluidoterapia intravenosa é indicada em casos que ocorram diarreia e anorexia (SCHATZBERG, 2015), sendo que no caso acompanhado foi utilizado fluidoterapia com Ringer Lactato na dose de 6ml/hora, solução para regularizar o equilíbrio hidroeletrolítico e reidratação quando há perdas de líquidos (PAPICH, 2008).

Para o tratamento das infecções bacterianas secundárias Hoskins (2008) indica o uso de antibióticos de amplo espectro, sendo administrado no paciente Ceftriaxona, na dose de 30 mg/kg, a cada 12 horas, via intravenosa. A ceftriaxona é uma cefalosporina de 3° geração, tem o espectro de ação superior as outras cefalosporinas mais antigas, sendo ativas em uma vasta gama de bacilos Gram-negativos, porém possuem atividade menor em gram-positivos (ANDRADE e GIUFFRIDA, 2008).

O colírio base de tobramicina é uma suspenção oftálmica indicado para tratar inflamações e infecções bacterianas oculares (BULA). Coincidindo com a literatura o medicamento foi utilizado devido a infecção ocular causando secreção mucopurulenta, utilizando a dose de 2mg/kg, uma gota em cada olho a cada 4 horas como indicado pela literatura. Segundo Andrade e Giuffrida (2008) a tobramicina é da classe dos aminoglicosídeos, sendo amplamente utilizados Medicina Veterinária, para tratar infecções causadas por bacilos gram-negativos.

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De acordo com Paes e Mangia (2015) o quadro de convulsão é comum em pacientes com cinomose, apresentando sinal neurológico, por isso é indicado o uso de anticonvulsivantes, via IM, IV, ou VO a cada 12 horas, sendo possível associar durantes crises fármacos benzodiazepínicos por via retal ou IV. No caso acompanhado o paciente passou a apresentar episódios de convulsão após algumas horas da internação, sendo assim foi utilizado fenobarbital da dose de 2mg/kg, BID, via intramuscular associado ao diazepam na dose de 2mg/kg, SID, via IV, como indicado pela literatura. Papich (2008), cita que o fenobarbital é uma barbitúrico porem sem efeitos barbitúricos significativos, age sobre o SNC, e é indicado para o tratamento de episódios convulsivos e epilepsia idiopática além de ser utilizado como sedativo. O autor ainda cita o uso de Dizepam atua deprimindo o SNC, é classificado como Benzodiazepínico, sendo utilizado para sedação, anticonvulsivante, adjuvante anestésico e desiquilíbrios de comportamento, porem em cães demonstra absorção adequada nas vias intranasal e retal.

A indicação para o uso da dipirona é de animais com quadros febris, ação anti-inflamatória, tratamento de dores, visceral e esquelético, sendo administrado via intramuscular ou intravenosa (BULA). Concordando com a literatura foi utilizado dipirona na dose de 30mg/kg, TID, via intravenosa, devido aos picos febris durante a internação.

Segundo Paes e Mangia (2016) o prognóstico dos animais acometidos pôr o vírus da cinomose é reservado em animais que não apresentem sinais neurológicos, pois recebendo o tratamento de suporte podem não desenvolver lesões neurológicas e sobreviver. Quando apresentam sinais neurológicos somente alguns animais respondem ao tratamento sendo um prognóstico desfavorável a reservado. No caso acompanhado o animal chegou sem sinais nervosos, porém após a ser internado manifestou quadros convulsivos mesmo com tratamento de suporte adequado.

3.2.4 Conclusão

No caso relatado observou-se todas os sinais clínicos presentes nas fases da doença, como respiratório, digestório, dermatológico, incluindo a fase neurológica, nesse período mesmo que o tratamento seja correto o animal pode não responder, sendo assim após vários episódios de convulsão e não apresentar melhora clinica o animal foi submetido a eutanásia três dias pós internação.

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3.2.5 Referências

ANDRADE, S. F; GIUFFRIDA. Quimioterápicos, antimicrobianos e antibióticos. In: ANDRADE, S. F. Manual de: Terapêutica Veterinária. São Paulo: Roca, 2008. cap. 3, p, 25-72.

BAR, S. C; BOWMAN, D. D; Cinomose. In:______. Doenças infecciosas e parasitarias de cães e gatos: consulta em 5 minutos. Rio de Janeiro: Revinter Ltda, 2010. cap. 23, p. 113-118.

DIPIRONA IBASA® 50%. Dipirona sódica. Laboratório IBASA LTDA. 1999, bula de remédio.

GLAZE, S. R. Doenças da órbita. In: BIRCHARD, S. J.; SHERDING, R. G. Manual Saunders: Clínica de pequenos animais. 3. ed. São Paulo: Roca, 2008. Cap.140, p. 1422-1432.

GLICOL PET®. Suplemento vitamínico. Organnact: saúde animal. Bula de remédio. GUJANWSK, C. A. et al. Anormalidade de desenvolvimento no tamanho do bulbo ocular em um cão – microftalmia. RBCA, v. 1, n. 1, jan-abr. p. 1 – 62, 2017.

HOSKINS, J. D. Doenças virais aninas. In: ETTINGER, S. J.; FELDMAN, E. C.; Tratado de medicina interna veterinária. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2008. V. 1. Cap. 88, p. 440-441.

MANGIA, S. H.; PAES, A. C. Cinomose. In: MEGID, J.; RIBEIRO, M. G.; PAES, A. C. Doenças infecciosas em animais de produção e de companhia. 1. ed. Rio de Janeiro: Roca. 2016. Cap. 51, p. 560-577.

NELSON, R. W.; COUTO, C. G. Medicina interna de pequenos animais. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. cap. 97, p. 1336-1339.

PAPICH, M. G. Manual Saunders: Terápia Veterinária pequenos e grandes animais. 3. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier. 2012. p. 308-678.

QUINN, P. J. et al. Microbiologia veterinária e doenças infecciosas. 1. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. cap. 65, p. 372-373.

SCHATZBERG, S. J. Cinomose. In: TILLEY, L. P.; SMITH, F. W. K. Consulta veterinária em 5 minutos: espécie canina e felina. 5. ed. São Paulo: Manole, 2015. p. 209-210.

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SHERDING, R. G. Cinomose canina. In: BIRCHARD, S. J.; SHERDING, R. G. Manual Saunders: Clínica de pequenos animais. 3. ed. São Paulo: Roca, 2008. Cap. 13. p. 158-161.

TOBREX SOLUÇÃO®. Tobramicina. Solução oftálmica. Novartis Biociência S.A. 2016, bula de remédio.

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CONCLUSÃO

O estágio final curricular em medicina veterinária, foi de grande valia para minha formação acadêmica, pois proporcionou a vivencia da pratica clínica na rotina hospitalar. Nessa etapa foi possível ter contato com profissionais que agem com extrema ética e responsabilidade diante dos pacientes e proprietários. Foram pessoas que proporcionaram fazer questionamentos diante de procedimentos e perguntas quando surgiram dúvidas, além de não medirem esforços para agregar ainda mais conhecimentos.

O estágio realizado no hospital veterinário da UNIJUÍ, foi algo que possibilitou realizar vários procedimentos e acompanhar os pacientes dos atendimentos até o diagnóstico dos mesmo. O loca de estágio tem grande rotina de atendimentos, sendo clínicos e cirúrgicos, além de ampla área, equipamentos de qualidade, profissionais éticos e extremamente capacitados para desenvolver a atividade a qual são designados, o ambiente também possui uma rotina trabalho altamente organizada, pra proporcionar o melhor atendimento a necessidade dos animais.

Os casos acompanhados durante o estágio foram muito importantes para minha capacitação, pois permitiram adquirir conhecimentos na clínica médica veterinária. Por mais que estamos envolvidos diariamente com a vida acadêmica, esse período como aluna do curso de medicina veterinária da UNIJUÍ ofereceu a mim inúmeros aprendizados, teóricos e práticos, sendo assim a satisfação com todos os ensinamentos obtidos e certa da escolha profissional.

Referências

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