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CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE PARA INCUBADORAS DE EMPRESAS NO BRASIL: ESTRATÉGIAS PARA OBTENÇÃO DOS SELOS CERNE

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CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE PARA

INCUBADORAS DE EMPRESAS NO

BRASIL: ESTRATÉGIAS PARA

OBTENÇÃO DOS SELOS “CERNE”

Fabiana Cristina de Oliveira (UFSC)

fabiana.ok@gmail.com

Cristiano Roos (UFSC)

cristiano.roos@gmail.com

Edson Pacheco Paladini (UFSC)

paladini@floripa.com.br

Com o crescimento do número de incubadoras de empresas no Brasil alguns problemas relacionados à qualidade surgiram, principalmente, por falta de uma estrutura padronizada para orientar o desenvolvimento de novas incubadoras. Buscando reduzzir problemas neste contexto, no ano de 2009 foi criado pela ANPROTEC (Associação Nacional das Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores) em parceria com o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) um selo de certificação da qualidade para incubadoras brasileiras, chamado de Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos (CERNE). Especificamente, este trabalho tem por objetivo apresentar o CERNE e discutir estratégias para viabilizar a certificação através da exposição de vantagens e desvantagens de duas abordagens de implantação. O objetivo é pertinente em razão de este assunto ser inédito e pouco ou nada difundido no contexto científico. Quanto ao delineamento metodológico, esta pesquisa é classificada como exploratória e como análise de caso. Inicialmente é apresentado um resumo teórico sobre o CERNE. Na seqüência são propostas e discutidas duas estratégias para viabilizar a obtenção dos selos passíveis de certificação nas incubadoras. A primeira proposta foi nomeada como estratégia serial e a segunda proposta foi nomeada como estratégia paralela. Finalmente, estas estratégias são discutidas e caracterizadas com vantagens e desvantagens sob o ponto de vista da implantação do sistema CERNE. Palavras-chaves: CERNE, certificação da qualidade, incubadora de empresas

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1. Introdução

O empreendedorismo vem crescendo no Brasil e igualmente as incubadoras de empresas vêm se destacando e adquirindo importância econômica. As primeiras incubadoras foram criadas no Brasil na década de 1990 e estima-se que atualmente existam cerca de quatrocentas em todo país. O crescimento deste segmento da economia brasileira refletiu em problemas nos padrões de qualidade das incubadoras, tais como o desnivelamento da qualidade nos serviços prestados e nos resultados obtidos pelas incubadoras. Para buscar uma possível solução para estes problemas, em 2009 foi criado pela ANPROTEC (Associação Nacional das Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores) em parceria com o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) um selo de certificação da qualidade específico para incubadoras. Este selo objetiva a padronização dos serviços prestados e um maior nivelamento dos resultados obtidos entre as incubadoras de diferentes segmentos do país. Este programa de certificação foi chamado de Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos (CERNE).

Como principais benefícios previstos, a adoção desse selo de certificação da qualidade induzirá à melhoria da qualidade na gestão do negócio e na prestação dos serviços, além de aumentar a visibilidade e a competitividade da incubadora. Para os clientes, no caso, empreendedores e empresas incubadas, a certificação significará um serviço prestado pela incubadora que atenderá a padrões de qualidade específicos para o setor, acarretando em um suporte mais efetivo.

Relacionado ao selo de certificação da qualidade o objetivo deste trabalho é apresentar o CERNE e discutir estratégias para viabilizar a certificação através da exposição de vantagens e desvantagens de duas abordagens de implantação. O objetivo é pertinente em razão de este assunto ser inédito e pouco ou nada difundido no contexto científico, já que o documento principal do CERNE foi lançado em 2009, não tendo sido encontradas publicações científicas relacionadas.

Este texto foi organizado nas seções que seguem. A segunda seção traz o delineamento metodológico da pesquisa. A terceira seção descreve o cenário atual das incubadoras brasileiras caracterizando a importância de um selo de certificação da qualidade. A quarta seção apresenta o suporte teórico do selo de certificação da qualidade. A quinta seção discute duas estratégias para viabilizar a obtenção do selo de certificação da qualidade. A sexta seção expõe e discute os resultados esperados a partir do delineamento de vantagens e de desvantagens das duas estratégias discutidas. A sétima seção traz as considerações finais.

2. Delineamento metodológico

O delineamento metodológico desta pesquisa propõe um direcionamento que visa à obtenção de resultados capazes de sustentar a construção de conhecimentos mais aprofundados sobre o selo de certificação da qualidade CERNE. Seguindo as definições de Gil (2002), esta pesquisa, com base nos objetivos, é classificada em pesquisa exploratória e, com base nos procedimentos técnicos, é classificada em análise de caso. Seguindo as definições de Bell (2008), a abordagem de pesquisa, que orientou o processo de investigação, e que estabeleceu formas de aproximação aos objetivos desta pesquisa, é a abordagem qualitativa. Seguindo as definições de Salomon (2001), o método de pesquisa utilizado para dar sustentação aos resultados obtidos nesta pesquisa foi o dedutivo. O método dedutivo foi utilizado no âmbito das justificativas do esforço de pesquisa.

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A análise de caso foi o procedimento adotado como meio para se chegar aos objetivos do trabalho. Como estímulo a novas descobertas e por questões de simplicidade nos procedimentos, foi desenvolvia uma análise de caso. A formulação do problema de pesquisa da análise de caso enfatizou a seguinte questão: quais as estratégias de implantação do CERNE? A unidade de análise considerada foi o principal documento explicativo do CERNE, o Termo de Referência (CERNE, 2009). Um protocolo de análise de dados foi desenvolvido para facilitar o estudo da unidade de análise. Assim, a construção da base de dados foi realizada com fundamentação nas evidências, em um armazenamento por unidade de análise.

3. Incubadoras de empresas

De acordo com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), uma incubadora de empresas é um mecanismo que estimula a criação e o desenvolvimento de micro e pequenas empresas industriais ou de prestação de serviços por meio da formação complementar do empreendedor em seus aspectos técnicos e gerenciais e que, além disso, facilita o processo de inovação tecnológica nas micro e pequenas empresas (MCT, 2000). Dornelas (2002) define incubadora de empresas como um ambiente de aceleração do desenvolvimento de empreendimentos através de serviços e suporte técnico compartilhados, além de orientação prática e profissional.

A NBIA (National Business Incubation Association), entidade que representa as incubadoras de empresas nos Estados Unidos, profere que as incubadoras catalisam o processo de início e desenvolvimento de um novo negócio, provendo os empreendedores com toda expertise necessária para gerenciar suas empresas, estabelecendo redes de contatos e ferramentas que farão seus empreendimentos atingirem o sucesso (DORNELAS, 2002).

Neste trabalho será adotada uma definição semelhante a estas, a definição da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC). A associação define incubadoras como ambientes preparados para favorecer o processo de desenvolvimento e consolidação de empreendimentos inovadores no mercado competitivo e seus principais objetivos são a formação de empresas de sucesso e a criação de uma cultura empreendedora. E que para tanto, as incubadoras oferecem condições iniciais de existência para micro e pequenas empresas, disponibilizando suporte em infra-estrutura, administração e operação (ANPROTEC, 2010).

As incubadoras de empresas podem ser classificadas em três categorias: incubadora de empresas de base tecnológica, que abriga empresas cujos produtos, processos ou serviços são gerados a partir de pesquisas aplicadas e nos quais a tecnologia representa alto valor agregado; incubadora de empresas de base tradicional, que abriga empresas ligadas aos setores tradicionais da economia, cuja tecnologia é largamente difundida; e incubadora de empresas mista, que abriga empresas das duas categorias descritas anteriormente (MCT, 2010).

Empresas que iniciam suas operações através de incubadoras têm mais chance de sobrevivência no mercado do que os empreendimentos que não recebem esse suporte. Segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), a taxa de mortalidade das empresas que passam pelo processo de incubação é reduzida a 20%, enquanto empresas que iniciam suas atividades fora do ambiente de incubação possuem taxa de mortalidade de 80% antes de completarem o primeiro ano de negócio (SEBRAE, 2010). Dados apontam que micro e pequenas empresas representam 98% das empresas existentes no país, empregam 60% da população economicamente ativa do setor privado e constituem 62% das empresas exportadoras, contribuindo com 20% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro

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(SEBRAE, 2010).

Desde o surgimento das incubadoras de empresas no Brasil, o setor vem se expandindo consideravelmente nos últimos anos. Segundo Lahorgue (2008), o setor de incubadoras iniciou com o foco em empresas de base tecnológica e ao longo do tempo o cenário diversificou-se. Atualmente fala-se em incubadoras de base tecnológica, tradicionais, de cultura, sociais e mistas.

Segundo dados do último relatório sobre o panorama das incubadoras de empresas no Brasil divulgado pela ANPROTEC em 2006, o crescimento do número de incubadoras foi de 20% em relação ao ano anterior. De acordo com a pesquisa precedente o total de incubadoras no Brasil em 2005 era composto por 40% de base tecnológica, 18% tradicionais, 23% mistas, 4% sociais, 5% agroindustriais e 7% de serviços (ANPROTEC, 2005). Resultados da mesma pesquisa sobre as incubadoras de empresas brasileiras realizada pela mesma entidade constatam a importância desse setor para a economia do país: existiam 2327 empresas incubadas no universo de 339 incubadoras, 12395 postos de trabalhos foram gerados por estas empresas; havia 1678 empresas graduadas, que passaram pelo processo de incubação e foram inseridas com sucesso no mercado, e geravam 12270 postos de trabalho; o faturamento das empresas incubadas girava em torno de R$ 320 milhões; já o faturamento das empresas graduadas atingiu R$ 1500 milhões.

Estima-se que o número atual de incubadoras de empresas no país totalize 400 (LAHORGUE, 2008). Nos últimos cinco anos o movimento de incubadoras cresceu mais de 300% (ANPROTEC, 2006). O expressivo crescimento da quantidade de incubadoras no país pode ser visualizado na Figura 1. Ressalta-se que, dados quantitativos mais recentes não foram encontrados, evidenciando a necessidade de pesquisas sobre as incubadoras no Brasil.

Figura 1 – Número de incubadoras no Brasil (Adaptado: ANPROTEC, 2006)

O crescimento acelerado do número de incubadoras refletiu negativamente na qualidade dos serviços prestados, surgindo um grande desnivelamento entre as diversas incubadoras do país. Diante da necessidade de melhorar o desempenho e a gestão dessas organizações, um selo de certificação da qualidade específico para incubadoras foi desenvolvido pela ANPROTEC, sendo que este tema será abordado na seção seguinte do texto.

4. Selo de certificação da qualidade

O CERNE é um selo brasileiro de certificação da qualidade inspirado nos exemplos de atuação dos SBDCs (Small Business Development Centers) e dos BICs (Business Innovation

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Centers), programas de apoio diferenciado às micros e pequenas empresas norte-americanas e européias. O CERNE atende tanto as incubadoras de base tecnológica quanto as tradicionais e mistas. Estabelece uma base de referência de sistemas e práticas para incubadoras de diferentes portes e áreas, a fim de reduzir o nível de variabilidade na obtenção de sucesso das empresas apoiadas. Trata-se de uma padronização dos processos das incubadoras que visa ampliar quantitativa e qualitativamente os resultados das incubadoras (CERNE, 2009). De acordo com a ANPROTEC, entidade que é responsável pela auditoria e certificação deste selo, todas as incubadoras do país deverão se adequar ao modelo de excelência proposto.

4.1. Princípios do CERNE

De acordo com o Termo de Referência, o CERNE foi estruturado em oito princípios, Figura 2, conforme apresentado resumidamente na seqüência (CERNE, 2009).

1. Foco nos empreendimentos – tem como objetivo tornar os empreendimentos bem sucedidos. Nesse sentido a incubadora deve identificar as dificuldades e oportunidades de maneira a acelerar e ampliar o sucesso dos empreendimentos apoiados;

2. Foco nos processos – objetiva a implantação e o monitoramento dos processos para ampliar o percentual de sucesso dos empreendimentos;

3. Responsabilidade – aborda a responsabilidade social da incubadora;

4. Ética – refere-se às ações da incubadora em sintonia com os valores da sociedade onde está inserida;

5. Sustentabilidade – relaciona-se com a sustentabilidade econômica, social, cultural e ambiental da incubadora para garantir a sua continuidade;

6. Desenvolvimento humano – orienta a promoção da evolução pessoal e profissional da equipe de gestão;

7. Gestão transparente e participativa – pontua quanto à existência de cooperação entre os membros da equipe de gestão e também com as instituições parceiras;

8. Melhoria contínua – implica no aprimoramento continuado dos processos e resultados da incubadora.

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4.2. Estrutura e organização do CERNE

O CERNE compreende três planos distintos em sua estrutura: empreendimento, processo e incubadora, conforme a Figura 3. O plano mais interno é o do empreendimento, que abrange sistemas relacionados diretamente com a operacionalização e desenvolvimentos das empresas apoiadas. O plano intermediário inclui os processos que viabilizam o negócio da incubadora, isto é, prospectar, gerar, desenvolver e graduar empresas inovadoras. Já o plano externo envolve a gestão da incubadora como um empreendimento (CERNE, 2009).

Figura 3 – Estrutura do CERNE (Fonte: CERNE, 2009)

Fundamentado nos princípios e na estrutura, o CERNE é organizado em quatro níveis crescentes de maturidade, sendo que em cada nível relaciona-se a uma capacidade que uma incubadora deve possuir, denominados “eixos norteadores”: empreendimento, incubadora, rede de parceiros e melhoria contínua, conforme a Figura 4.

Figura 4 – Níveis de maturidade do CERNE (Fonte: CERNE, 2009)

O primeiro nível de maturidade, CERNE 1, é formado, principalmente, por sistemas relacionados ao desenvolvimento dos empreendimentos. Além de tratar de aspectos como a qualificação e assessoria das empresas apoiadas, esse nível envolve sistemas ligados a gestão da incubadora que indiretamente reflete nos empreendimentos. Ao atingir esse nível, a incubadora evidencia que tem capacidade para transformar boas idéias em negócios inovadores, sistematicamente.

O segundo nível de maturidade, CERNE 2, enfatiza a gestão da incubadora como uma organização. Nesse patamar a incubadora demonstra o uso de sistemas para uma gestão focada em resultados. No terceiro nível, CERNE 3, a incubadora deve consolidar uma rede de parceiros com o intuito de aumentar as chances de sucesso das empresas amparadas e garantir uma participação ativa no desenvolvimento regional.

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No quarto e último nível, CERNE 4, quando a incubadora já possui maturidade suficiente em todos os sistemas anteriores, o foco é a consolidação do sistema de gestão da inovação. Esse sistema intenciona que a incubadora seja capaz de gerar inovações em seus próprios processos.

Cada nível de maturidade é composto por um conjunto de processos-chave que devem ser implementados ou aperfeiçoados no sistema de gestão da incubadora. Por sua vez, cada processo-chave se desdobra em práticas-chave, que detalham as atividades necessárias para a implementação.

As práticas-chave se dividem em quatro estágios de evolução de aprimoramento que visam à melhoria contínua: inicial, definida, estabelecida e sistematizada. O primeiro estágio é assinalado pela realização de atividades não sistemáticas. No segundo estágio as atividades são realizadas sistematicamente e evoluem para o terceiro estágio, quando já existe um programa implantado com essas atividades. O último estágio de evolução prevê a existência de um sistema com indicadores implantados. Portanto, o CERNE é caracterizado pela combinação do nível de maturidade e do estágio de aprimoramento das práticas-chave implantadas, conforme a Figura 5.

Figura 5 – Processo de evolução de maturidade e de aprimoramento do CERNE (Fonte: CERNE, 2009)

Dessa forma, diferentes incubadoras podem ser classificadas no mesmo nível de maturidade, CERNE 1, por exemplo, porém em estágios de aprimoramento distintos. Observa-se que o nível de maturidade acompanha linearmente o estágio de aprimoramento, ou seja, o CERNE 2 inicia-se com a prática definida, o CERNE 3 com a prática estabelecida, e assim por diante.

4.3. Desdobramento de cada nível do CERNE

O desdobramento dos quatro níveis de maturidade do CERNE será apresentado de maneira sucinta, a fim de esclarecer a composição essencial das normas do modelo proposto. Isto é, os processos-chave que compõem cada nível de maturidade estão descritos a seguir, contudo as práticas-chave que orientam como chegar aos resultados propostos, não serão apresentadas por limitações físicas deste texto.

Os processos-chave referentes ao CERNE 1 totalizam oito sistemas a serem implantados de maneira gradual até atingir seu estágio máximo de aprimoramento.

1. Sistema de sensibilização e prospecção – relaciona-se com a sensibilização da comunidade quanto ao empreendedorismo e a prospecção de novos empreendimentos; 2. Sistema de seleção – pondera sobre o método de seleção dos empreendimentos a serem incubados;

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desenvolvimento dos negócios;

4. Sistema de qualificação – compreende as qualificações necessárias ao empreendedor quanto aos aspectos relacionados ao seu negócio;

5. Sistema de assessoria e consultoria – envolve o suporte oferecido pela incubadora através de assessorias e consultorias especializadas;

6. Sistema de acompanhamento, orientação e avaliação – determina o monitoramento constante a cerca do desenvolvimento dos empreendimentos;

7. Sistema de apoio à graduação e projetos futuros – envolve o processo de graduação das empresas e a interação com a incubadora pós-graduada;

8. Sistema de gerenciamento básico – estabelece a estrutura mínima em termos gerenciais, físicos e tecnológicos de uma incubadora.

O CERNE 2 contempla quatro processos-chave listados a seguir.

1. Sistema de avaliação e certificação – assegura a qualidade dos empreendimentos apoiados;

2. Sistema de geração de idéias – promove a gestão sistemática de idéias inovadoras; 3. Sistema de gestão estratégica – exige uma gestão focada em resultados;

4. Sistema de serviços a empreendimentos – trata-se da disponibilização de serviços a todos os empreendimentos e empreendedores em potencial.

Os processos-chave relativos ao CERNE 3 compreendem três sistemas.

1. Sistema de apoio ampliado aos empreendimentos – estabelece a criação de uma rede de conhecimento a fim de acelerar o desenvolvimento dos empreendimentos;

2. Sistema de monitoramento do desempenho da incubadora – determina a avaliação global da incubadora;

3. Sistema de participação no desenvolvimento regional sustentável – refere-se às ações da incubadora para melhorar o desenvolvimento econômico, social, tecnológico e ambiental da sua região.

Já o CERNE 4 exige a implantação de um único sistema.

1. Sistema de melhoria contínua – garante o constante aprimoramento dos processos da incubadora de empresas.

4.4. Importância da certificação CERNE

A implantação de um sistema de gestão da qualidade pode resultar em uma série de melhorias na organização durante sua implantação e, se corretamente gerido, também durante sua manutenção (D’ANGELO e NETO, 1997). Uma certificação da qualidade pode trazer maior credibilidade ao negócio e o processo de certificação tende a construir uma gestão mais organizada e sistematizada, decorrendo em eficiência e eficácia operacional.

Além dos benefícios administrativos que a adoção das orientações do CERNE pode trazer às incubadoras de empresas por meio de um sistema de gestão consolidado, outras razões podem justificar o interesse pelo selo. Uma dessas razões seria a maior visibilidade da incubadora devido à imagem positiva de um selo de certificação da qualidade na sociedade. Outra razão seria a exigência do selo por parte das empresas incubadas, já que a certificação deve garantir maior qualidade nos serviços prestados pela incubadora e aumentar sua competitividade.

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Neste contexto, é importante ressaltar que a ANPROTEC, entidade criadora e certificadora do selo vai exigir, gradativamente, essa certificação de todas as incubadoras de empresas em operação no país, como forma de assegurar os padrões mínimos de qualidade que os serviços prestados por essas organizações devem possuir.

5. Estratégias para viabilizar a obtenção do selo de certificação da qualidade

As orientações do CERNE atuam como referenciais para a composição do sistema de gestão da qualidade da incubadora, contemplando todos os tipos de incubadoras existentes no país, independente do tamanho ou área de atuação. No entanto, as incubadoras de empresas possuem características próprias, posicionando-as em diferentes estágios de amadurecimento da gestão, e da mesma forma, evidenciando a necessidade de uma análise inicial a fim de definir a melhor estratégia para a obtenção da certificação.

O processo para certificar-se percorre etapas como: diagnosticar a situação atual da incubadora, encontrar alternativas para implementar e/ou melhorar os sistemas exigidos, definir um plano de ação com metas a serem atingidas e avaliar esses sistemas, periodicamente, através de indicadores de desempenho. Analisando a composição do modelo CERNE percebe-se que sua certificação contempla dez selos de certificação da qualidade em diferentes níveis de maturidade e aprimoramento, conforme a Figura 6, criada pelos autores. Como descrito na subseção 4.2 deste trabalho, o modelo CERNE é composto por quatro estágios de aprimoramento que evoluem nos quatro níveis de maturidade. Esquematizando os estágios de evolução das práticas e níveis de maturidade na forma de uma matriz 4x4, Figura 6, têm-se as combinações possíveis entre estágios de evolução e níveis de maturidade. Isto é, os selos de certificação, localizam-se na diagonal secundária e abaixo dela. Na parte superior da diagonal secundária não há combinações possíveis, sendo, portanto, nula. O modelo CERNE estabelece uma relação entre o nível de maturidade e o nível mínimo de aprimoramento das práticas, ou seja, cada nível de maturidade inicia-se sempre no estágio de aprimoramento de mesmo número que o seu. Essa relação pode ser visualizada na Figura 6.

Figura 6 – Selos passíveis de certificação no CERNE (Fonte: Autores)

Uma incubadora só pode ser qualificada como CERNE 2 quando não houver práticas consideradas em estágio inicial. Assim sendo, todas as práticas do CERNE 1.1 devem ser implementadas como pré-requisito para a obtenção dos selos com estágio de prática definida.

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Da mesma forma, para ser considerada CERNE 3 o estágio mínimo de aprimoramento deve ser o das práticas estabelecidas tanto deste nível de maturidade quanto dos níveis anteriores (CERNE, 2009). Portanto, não é possível obter a certificação CERNE 3, por exemplo, seguindo diretamente do CERNE 2.2 para o CERNE 3.3, sem que as práticas estabelecidas dos CERNE 1.3 e CERNE 2.3 estejam implementadas.

Partindo dessa regra, o primeiro selo possível será sempre o CERNE 1.1, ou seja, a incubadora é certificada por possuir aprimoramento inicial no nível de maturidade 1. O próximo selo possível será sempre o CERNE 1.2, denotando que a incubadora permanece no mesmo nível de maturidade, mas suas práticas já são definidas. A partir deste selo existem dois caminhos a seguir: alcançar o selo CERNE 1.3 ou o selo CERNE 2.2. A incubadora deve decidir se pretende continuar focando apenas os empreendimentos e aperfeiçoar suas práticas, ou deseja ampliar seu foco e dar início às práticas relativas à incubadora. A partir desse cenário, serão propostas e discutidas pelos autores deste trabalho duas estratégias para viabilizar a obtenção dos selos passíveis de certificação da qualidade.

5.1. Primeira estratégia de certificação proposta: serial

A primeira proposta foi nomeada como estratégia serial, onde a evolução dos níveis de aprimoramento ocorre da esquerda para a direita em cada nível de maturidade seqüencialmente, Figura 7. A segunda proposta foi nomeada como estratégia paralela, onde o avanço do nível de maturidade e do estágio de aprimoramento ocorre paralelamente, Figura 8.

Figura 7 – Estratégia serial de certificação (Fonte: Autores)

Na estratégia serial de certificação a incubadora poderá trabalhar inteiramente todas as práticas dos processos-chave do CERNE 1, até que estejam sistematizadas para, então, iniciar o processo de implementação das práticas do CERNE 2. Da mesma forma, o CERNE 3 somente será abordado após o estágio sistematizado das práticas do nível de maturidade anterior ser atingido. Com todas as práticas do CERNE 3 sistematizadas alcança-se o último nível de maturidade, o CERNE 4.

5.2. Segunda estratégia de certificação proposta: paralela

Na estratégia paralela de certificação, Figura 8, a incubadora poderá desenvolver os processos de diferentes níveis de maturidade ao mesmo tempo, de acordo com o progresso de suas práticas. Por exemplo, após todas as práticas iniciais do CERNE 1 serem concluídas, a incubadora partirá para a implementação das práticas definidas do CERNE 1 e do CERNE 2. Na seqüência estará apta para iniciar as práticas estabelecidas dos CERNE 1, CERNE 2 e

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CERNE 3. Já com todas as práticas consideradas estabelecidas, começa-se a implementação das práticas sistematizadas nos quatro níveis de maturidade.

Figura 8 – Estratégia paralela de certificação (Fonte: Autores)

É de fundamental importância ressaltar que não existe uma terceira estratégia para viabilizar a obtenção dos selos: apenas estas duas estratégias de certificação foram evidenciadas como válidas para este fim. Vale destacar também que estas duas estratégias não são apresentadas no Termo de Referência, e sim são propostas neste trabalho a partir das regras estudadas pelos autores na referência CERNE (2009).

Ambas as estratégias permitem a certificação da incubadora com os dez selos de qualidade possíveis, porém evidenciam-se vantagens e desvantagens em cada uma delas dependendo das características da incubadora. Esses aspectos podem ser o fator determinante quanto à estratégia a ser adotada. De tal modo, as vantagens e as desvantagens relacionadas às duas estratégias para viabilizar a certificação serão discutidas na sexta seção deste texto.

6. Resultados esperados

A partir do diagnóstico da situação atual da incubadora é muito provável que seja evidenciada a melhor estratégia de certificação (serial ou paralela) a ser adotada. Este diagnóstico pode ser realizado preliminarmente a partir das práticas requeridas em cada um dos quatro níveis de maturidade e indicar práticas em diferentes estágios de aprimoramento. A incubadora pode, por exemplo, possuir todas as práticas iniciais do CERNE 1 implementadas e grande parte das práticas definidas do CERNE 2 parcialmente implementadas. Caso essa incubadora decida viabilizar a obtenção dos selos da qualidade através da estratégia serial, ela percorrerá um caminho mais longo para chegar ao selo CERNE 2. Por outro lado, se a incubadora utilizar a estratégia paralela alcançará o nível de maturidade CERNE 2 mais rapidamente.

Contudo, esta decisão envolve outros fatores como, por exemplo, o perfil da incubadora e a área de atuação da incubadora refletindo diretamente no grau de dificuldade da implementação de algumas práticas-chave. Uma incubadora de empresas de base tecnológica terá necessidades diferentes de uma incubadora de empresas tradicional no que se trata, por exemplo, do sistema de qualificação tecnológica dos empreendedores. A primeira tende a estar mais preparada para implementar esse sistema devido a sua área de atuação tradicionalmente exigir empreendedores com domínio de tecnologias e, portanto, fazê-lo com maior facilidade e em menor tempo.

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Enfim, para auxiliar a tomada de decisão dos gestores de incubadoras sobre qual estratégia adotar na obtenção do selo de certificação, elaborou-se uma tabela comparativa dos principais aspectos das duas estratégias e suas particularidades decorrentes, Tabela 1. Para complementar, logo na seqüência, estas estratégias são caracterizadas com vantagens e desvantagens. Cabe ressaltar que os resultados esperados, bem como as vantagens e as desvantagens de cada estratégia, foram fundamentados através da interpretação das orientações do Termo de Referência e de reuniões de brainstorming com colaboradores de uma incubadora e com pesquisadores do tema.

Item Estratégia Serial Estratégia Paralela

Parâmetro principal a ser considerado

Nível de maturidade (CERNE 1 a 4)

Nível de aprimoramento

(Prática Inicial até Sistematizada) Abrangência Concentrado em um nível por vez Simultâneo em diferentes níveis Amplitude Visão focada Visão do todo

Perfil da incubadora Iniciante Intermediária / Madura

Sistema de Gestão Inexistente ou incipiente Estruturada total ou parcialmente Publicidade Menor impacto Maior impacto

Tabela 1 – Caracterização da estratégia serial e da estratégia paralela

6.1. Vantagens de cada estratégia

As vantagens em se adotar uma estratégia em relação à outra são dadas, principalmente, quanto à maturidade e à imagem da incubadora. Para incubadoras que possuem um sistema de gestão bem estruturado, com maior maturidade, o uso da estratégia paralela se mostra mais vantajosa. Esta estratégia conduz a uma visão mais ampla, possibilitando o desenvolvimento simultâneo dos eixos norteadores (empreendimentos, incubadora, rede de parceiros e melhoria contínua). Já para incubadoras em início de operação ou cujas atividades ainda contemplem poucas práticas exigidas pela certificação, a escolha da estratégia serial traz maior benefício. Neste caso, a implementação concatenada das práticas até a sistematização dos processos-chave constitui um importante aprendizado para a incubadora estruturar seu sistema de gestão. A imagem positiva da organização como conseqüência do selo de certificação é um fator de diferenciação a ser considerado na tomada de decisão. Neste caso o impacto da estratégia paralela tende a ser mais incisivo e imediato do que a estratégia serial em relação ao tempo. Quando uma incubadora é caracterizada como sendo CERNE 1 e CERNE 2 sua imagem é mais positiva do que outra que é qualificada apenas como CERNE 1, não importando em que estágios se encontrem as práticas. Portanto, a estratégia paralela encontra-se em vantagem no que se refere à publicidade imediata.

6.2. Desvantagens de cada estratégia

As desvantagens de uma estratégia em comparação à outra estão relacionadas aos efeitos atrelados ao tempo estimado para elevar o nível de maturidade da certificação. Utilizando a estratégia serial, que requer um esforço direcionado a cada eixo norteador (empreendimentos, incubadora, rede de parceiros e melhoria contínua) isoladamente, a incubadora levará mais tempo para mudar o foco das atividades do modelo de excelência e conseqüentemente elevar o nível de maturidade da certificação. Assim sendo, pode-se afirmar que adotar a estratégia serial de certificação é desvantajoso sob o ponto de vista do tempo necessário para a obtenção dos selos.

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7. Considerações finais

O objetivo deste trabalho foi alcançado através da apresentação do CERNE e da proposição de duas estratégias para viabilizar a certificação da qualidade para incubadoras brasileiras. De fato, os resultados mais relevantes do trabalho foram as duas estratégias propostas e discutidas pelos autores através da exposição de suas respectivas vantagens e desvantagens. A primeira proposta foi nomeada como estratégia serial e a segunda proposta foi nomeada como estratégia paralela. As vantagens e desvantagens de cada estratégia foram apresentadas sob aspectos como o nível de maturidade das incubadoras, a intenção de diferenciação a partir da imagem positiva da certificação, e o tempo necessário para a obtenção da certificação.

O CERNE surgiu como possível solução para os problemas nos padrões de qualidade das incubadoras, que por sua vez, estavam diretamente relacionados aos diversos mecanismos não padronizados para avaliar o desempenho das incubadoras de empresas. Agora, a possível solução objetiva avaliar o desempenho das incubadoras com critérios práticos e padronizados. O efeito disto é que todas as incubadoras brasileiras deverão se adequar ao sistema de gestão proposto no CERNE. Isto reafirma a importância de adotar-se a melhor estratégia de certificação, para maximizar as conseqüências positivas decorrentes da escolha.

A continuidade desta pesquisa está sendo dada com a exploração das duas estratégias de certificação, através da implementação do CERNE em uma incubadora, e conseqüente avaliação do desempenho das duas estratégias. Outra continuidade está sendo dada com o desenvolvimento e o aprimoramento de um modelo de diagnóstico da situação atual da incubadora, para que seja possível evidenciar a melhor estratégia de certificação a ser adotada. No mais, este trabalho mostra a importância deste assunto inédito e pouco ou nada difundido no contexto científico. Mostra sucintamente os possíveis benefícios decorrentes da melhoria da gestão nas incubadoras certificadas, estando estas, multiplicando seus resultados para as empresas incubadas, e refletindo positivamente no empreendedorismo brasileiro.

A realização desta pesquisa proporcionou uma ponderação do quão importante o CERNE pode ser no aperfeiçoamento dos serviços prestados pelas incubadoras, que através de melhores resultados podem estruturar empresas com maiores chances de sobrevivência no mercado. A limitação deste trabalho é o foco qualitativo das propostas apresentadas, sem qualquer fundamentação quantitativa. Pesquisas futuras podem explorar qualitativa e quantitativamente as propostas deste trabalho para consolidar resultados científicos acerca do tema.

Referências

ANPROTEC - Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores. Perguntas e

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