Infecção Bacteriana Aguda do Trato
Respiratório Inferior
Profa. Vera Lucia Dias Siqueira Bacteriologia Clínica – DAC - UEM
ESPECIALIZAÇÃO EM MICROBIOLOGIA APLICADA CASCAVEL - 2009
Pneumonias Bacterianas
• Etiologia variável
• Idade, doença de base;
• fatores de risco, ocupacionais, geográficos • (Comunitária ou Hospitalar)
• Origem Comunitária
– Neonatos
– Chlamydia trachomatis – Streptococcus agalactiae– Crianças
– Staphylococcus aureus – Streptococcus pneumoniae – Haemophilus influenzaeAgentes Bacterianos de Pneumonias
• Origem Comunitária
– Adultos Jovens
– Mycoplasma pneumoniae – Chlamydia pneumoniae– Adultos
– Streptococcus pneumoniae (80%) – Staphylococcus aureus– Klebsiella pneumoniae e outras enterobactérias – Haemophilus influenzae
– Anaeróbios da orofaringe – Outros
Agentes Bacterianos de Pneumonias
• Origem Hospitalar
– Klebsiella pneumoniae
– Staphylococcus aureus
– Pseudomonas aeruginosa
– Acinetobacter spp
– Streptococcus pneumoniae
– Legionella spp.
– (mais comum L. pneumophila – BGN pleomórfico que cresce em meios
especiais – BCYE – agar extrato de levedura e carvão tamponado e com antibióticos)
E outras Enterobactérias
Pneumonia no Paciente com Fibrose Cística
Doença de caráter genético autossômico recessivo. Mais comum na raça branca .
Mutação no gene que codifica a proteína reguladora da condutância iônica transmembrana (CFTR – “cystic fibrosis transmembrane regulator)
Muco respiratório é 30 a 60 vezes mais espesso do que o de uma pessoa normal, o que dificulta sua depuração através do movimento ciliar →→→→ lesão do epitélio pseudoestratificado colunar ciliado →→→→ favorece infecção.
Pneumonia no Paciente com Fibrose Cística
Agentes mais comuns
Crianças Staphylococcus aureus Haemophilus influenzae Adolescência – Adulto Pseudomonas aeruginosa Outros Agentes
Complexo Burkholderia cepacia e outras espécies de Burkholderia
Ralstonia e Pandoraea
Achromobacter xylosoxidans, Stenotrophomonas maltophilia, Enterobactérias, etc.
Diagnóstico das Pneumonias
• Clínico + Radiológico
• Laboratorial
• Coleta da Amostra
Diagnóstico das Pneumonias
COLETA E TRANSPORTE DO MATERIAL CLÍNICO
ESCARRO
Preferencialmente pela manhã.
Escovação dos dentes e gargarejo com água (não usar soluções anti-sépticas). Coletar o escarro através do esforço de tosse em frasco estéril
Processar imediatamente (1 a 2 horas), não é recomendado refrigeração ou meio de transporte
Necessita validação
ESCARRO INDUZIDO
Nebulização com salina hipertônica – (20 a 30 ml de solução de NaCl 3 a 10% ou solução contendo 15% de NaCl e 10% de glicerina por aproximadamente 10 minutos).
Processar imediatamente, não é recomendado refrigeração ou meio de transporte Necessita validação
Diagnóstico das Pneumonias
COLETA E TRANSPORTE DO MATERIAL CLÍNICO
Pacientes em ventilação mecânica Utilizar sistema coletor
Processar imediatamente Necessita validação
Fisioterapia respiratória UNESP
Diagnóstico das Pneumonias
COLETA E TRANSPORTE DO MATERIAL CLÍNICO
ASPIRADO TRANSTRAQUEAL
Material indicado quando da suspeita de bactérias anaeróbias Coleta com auxílio de agulha, seringa e catéter
Processar imediatamente Não necessita validação
Diagnóstico das Pneumonias
COLETA E TRANSPORTE DO MATERIAL CLÍNICO
BRONCOSCOPIAS Lavado bronco-alveolar Lavado brônquico Escovado brônquico Biópsia transbrônquica Processar imediatamente Não refrigerar
Diagnóstico das Pneumonias
COLETA E TRANSPORTE DO MATERIAL CLÍNICO
ASPIRADO PULMONAR
Transcutâneo
BIÓPSIA PULMONAR
Diagnóstico das Pneumonias
VALIDAÇÃO DA AMOSTRA
Seleção de Amostras de Escarro e Aspirado Traqueal para Cultivo
Grupo
1 maior que 25 menor que 10
2 maior que 25 10 a 25
3 maior que 25 maior que 25
4 10 a 25 maior que 25
Comp. celular / número/ campo
Células epiteliais Leucócitos
5 menor que 10 maior que 25
Campo de Pequeno aumento (10x)
CULTIVAR
REJEITAR
Obs.: “O EXAME MICROSCÓPICO DEMONSTROU GRANDE QUANTIDADE DE CÉLULAS EPITELIAIS INDICANDO
Diagnóstico das Pneumonias
VALIDAÇÃO DA AMOSTRA
Em infecção por micobactérias, fungos, micoplasmas e vírus a contaminação orofaringeana não é tão importante – uso de procedimentos e meios específicos.
Em infecção por anaeróbios – escarro expectorado não tem valor –usar aspirado transtraqueal
Número de leucócitos não deve ser levado em conta em pacientes neutropênicos (doença de base, intubação prolongada), mas com contagem baixa de células.
Diagnóstico das Pneumonias
CULTURA SEMI-QUANTITATIVA
Meios de Cultura: Ágar Sangue (AS) Ágar Chocolate (AC) McConkey (Mc)
Tipo de Semeadura: Estrias descontínuas
Incubação: AS e Mc – 35-37°C, 48 a 72 h, examinadas após 18-24 h AC - 35-37°C, em tensão de 5% de CO2 (jarra com vela) 48 a 72 h, examinadas após 18-24 h
Processamento da Amostra: Avaliar a parte mais purulenta da
Diagnóstico das Pneumonias
CULTURA SEMI-QUANTITATIVAInterpretação
Valorizar e identificar apenas as colônias com crescimento predominante (tabela).
Grau Número de colônias por quadrante
1º 2º 3º
+ Menor que 10
++ Maior que 10 Menor que 5
+++ Maior que 10 Maior que 5 Menor que 5 ++++ Maior que 10 Maior que 5 Maior que 5
Identificar, correlacionando o
crescimento c/ resultado do Gram do material clínico.
Diagnóstico das Pneumonias
CULTURA QUANTITATIVA
Processamento da Amostra
ESCARRO E ASPIRADO TRAQUEAL: Adicionar ao material coletado igual volume de N-acetil-cisteína 1% (“Fluimucil”), agitar em vortex e incubar a 35oC
por 20 min ou à temperatura ambiente por no máximo 30 minutos.
ESCOVADO PROTEGIDO: Cortar a ponta da escova e colocá-la em um tubo contendo 1 mL de salina estéril. Agitar em vortex.
Diagnóstico das Pneumonias
CULTURA QUANTITATIVA
Meios de Cultura: Ágar Sangue (AS) Ágar Chocolate (AC) McConkey (Mc)
Tipo de Semeadura: alça calibrada de 0,001 mL (1µL) e de 0, 01 mL (10 µL) semeadura p/ contagem de colônia (tipo urina)
Incubação: AS e Mc – 35-37°C, 48 a 72 h, examinadas após 18-24 h AC - 35-37°C, em tensão de 5% de CO2 (jarra com vela) 48 a 72 h, examinadas após 18-24 h
Diagnóstico das Pneumonias
CULTURA QUANTITATIVA
Realizar a contagem de colônias, fazendo a médias das placas (duas alças). Multiplicar pelo fator da diluição considerando o volume da alça.
Identificar as bactérias que apresentarem crescimento conforme tabela
VALORES DE REFERÊNCIA, EM SECREÇÕES RESPIRATÓRIAS, PARA DIAGNÓSTICO DE PNEUMONIA:
Secreção traqueal (escarro)________________________________ ≥ 106 UFC/mL Parênquima pulmonar (biópsia) _____________________________≥ 104 UFC/g Lavado bronco-alveolar (coletado por broncoscopia) ____________ ≥ 104 UFC/ml Lavado bronco-alveolar protegido (coletado por broncoscopia) ____ ≥ 104 UFC/ml Lavado bronco-alveolar coletado às cegas –(sem broncoscopia) __ ≥ 104 UFC/ml Escovado protegido (coletado por broncoscopia) _______________≥ 103 UFC/ml Escovado coletado às cegas (sem broncoscopia) _______________≥ 103 UFC/ml
FLUXOGRAMA PARA AMOSTRAS DE BRONCOSCOPIAS
Gota 10 µl
GRAM Adicionar 0,1 ml em 0,9 ml
de Sol. Fisiol. estéril
Agitar em Vortex AS AC MC Alça de 1µl Diluição 1:10.000 AS AC MC Alça de 10µl Diluição 1:1000 Incubar a 35-37ºC (AC na Jarra)
Transferir a escova p/ frasco com 1 ml de salina estéril
Homogeneizar
Grupo 4 e 5 →Processar
Grupo 1, 2 e 3 →Guardar em geladeira e requisitar nova amostra. 1 ml Homogeneizar (Vortex) 0,1 ml Alça de 10µl (diluição 1: 20.000) AC AS MC AS MC AC Alça de 1µl (diluição 1: 200.000) Aspirado Traqueal
Preparar esfregaços, corar Gram. Avaliar amostra
(tabela)
AVALIAÇÃO
frasco com 1 ml de fluimucil (Diluição 1:2)
Frasco com 9,9 ml de salina estéril.(diluição 1:100)
Diagnóstico das Pneumonias
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
Nocardia spp
Bordetella pertussis
Chlamydia psitacci e C. trachomatis Mycoplasma pneumoniae