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Estimando a elasticidade de demanda de energia no Brasil via meta-regressão

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(1)

Jo˜

ao Vitor de Azevedo Bastos

Estimando a elasticidade de demanda de

energia no Brasil via Meta-Regress˜

ao

Niter´oi - RJ, Brasil

(2)

Universidade Federal Fluminense

Jo˜

ao Vitor de Azevedo Bastos

Estimando a elasticidade de demanda

de energia no Brasil via

Meta-Regress˜

ao

Trabalho de Conclus˜ao de Curso

TCC apresentado para obten¸c˜ao do grau de Bacharel em

Es-tat´ıstica pela Universidade Federal Fluminense.

Orientador: Prof. Wilson Calmon

Niter´oi - RJ, Brasil

(3)

Universidade Federal Fluminense

Jo˜

ao Vitor de Azevedo Bastos

Estimando a elasticidade de demanda de

energia no Brasil via Meta-Regress˜

ao

TCC de Projeto Final de Gradua¸c˜ao sob o t´ıtulo “Estimando

a elasticidade de demanda de energia no Brasil via

Meta-Regress˜ao”, defendido por Jo˜ao Vitor de Azevedo Bastos e

aprovado em 20 de dezembro de 2017, na cidade de Niter´oi,

no Estado do Rio de Janeiro, pela banca examinadora cons-titu´ıda pelos professores:

Prof. Dr. Wilson Calmon Departamento de Estat´ıstica – UFF

Prof. Dr. Mois´es Lima de Menezes

Universidade Federal Fluminense – UFF

Dr. Greg´orio da Cruz Ara´ujo Maciel

Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

(4)

B 327 Bastos, João Vitor de Azevedo

Estimando a elasticidade de demanda de energia no Brasil via meta – regressão / João Vitor de Azevedo Bastos. – Niterói, RJ: [s.n.], 2017.

61f.

Orientador: Prof. Dr. Wilson Calmon

TCC (Graduação de Bacharelado em Estatística) – Universidade Federal Fluminense, 2017.

1. Elasticidade. 2. Demanda de energia. I. Título.

CDD. 621.31

(5)

Resumo

No presente trabalho deseja-se estimar a elasticidade de demanda de energia no Brasil

atrav´es da Meta-Regress˜ao (Meta-An´alise baseada em Regress˜ao). Conhecer tal demanda

´e importante para o setor p´ublico para melhor planejar a oferta de energia que ser´a

dis-ponibilizada. Um bom entendimento sobre a demanda de energia ajuda a evitar crises

no setor. Mais que isso, uma boa gest˜ao p´ublica de energia pode contribuir para a

ma-nuten¸c˜ao de um crescimento sustent´avel do Produto Interno Bruto – PIB e/ou sobre a

redu¸c˜ao da infla¸c˜ao. Diversos trabalhos da literatura estimam a elasticidade da demanda

de energia de forma direta atrav´es de modelos estat´ısticos e econom´etricos, como por

exemplo em Dahl (1986), Santos (2013) e Freitas & Kaneko (2011). Tal como em La-bandeira et al (2017), deseja-se encontrar uma estimativa mais precisa da elasticidade de

demanda de energia no Brasil atrav´es das elasticidades j´a estimadas na literatura. Com

dados de demanda de energia no territ´orio brasileiro, o presente trabalho estimou 4

mo-delos bem ajustados para elasticidade-pre¸co e elasticidade-renda de curto e longo prazo,

para diversos tipos de energia, como ´alcool, diesel, eletricidade, gasolina etc. As an´alises

mostram que vari´aveis como “tipo de dado”, que n˜ao deveriam interferir nas elasticidades,

s˜ao significativas para o modelo. Tais resultados implicam em uma an´alise mais apurada

destas vari´aveis em trabalhos futuros.

Palavras-chave: Meta-An´alise; Meta-Regress˜ao; Elasticidade; Demanda de Energia;

(6)

Agradecimentos

Agrade¸co `a minha fam´ılia, por ter me proporcionado toda uma base familiar e ajudado

a moldar o homem que me tornei. Agrade¸co especialmente `a minha m˜ae, Maria Helena,

por todo esfor¸co e sacrif´ıcio durante toda a vida, onde mesmo em momentos de dificuldade,

colocou minha forma¸c˜ao a frente de tudo.

Agrade¸co `a minha esposa, Ana Carolina, por me dar for¸cas em todos os momentos,

por entender por diversas vezes minhas ausˆencias e estar comigo em todas as situa¸c˜oes.

Essa vit´oria ´e nossa.

Ao meu orientador, Wilson Calmon, por acreditar no meu potencial e ter toda paciˆencia

comigo e com este trabalho. Por estar dispon´ıvel em todos os hor´arios e por muitas vezes

dedicar seu tempo de folga com a fam´ılia a este aluno e a este trabalho. Muito obrigado. `

A coordenadora M´arcia Marques, que me ajudou durante todo o curso devido aos

meus contratempos. Conciliar trabalho com uma faculdade p´ublica de per´ıodo integral

n˜ao ´e f´acil, e sem sua ajuda isso n˜ao seria poss´ıvel.

A todos os meus companheiros de trabalho, pela compreens˜ao e ajuda nas diversas

trocas de servi¸cos realizadas ao longo deste per´ıodo.

A todos os meus amigos que fiz durante a gradua¸c˜ao na UFF. Em especial, `a Camila,

Deyvid, Douglas, Eduardo “China”, George (primo e amigo), Grazi, Igor, Isabella, Jo˜ao

Marcos, J´ulia, J´ulio, Mayro, Natan, Ranah, Rebecca, Rosana, Tamiris, Tiago “Riba”,

Yasmin. A todos os outros com quem convivi e n˜ao foram mencionados, se sintam

agra-decidos. Meu muito obrigado por toda ajuda e momentos vividos neste per´ıodo.

Ao professor Mois´es Menezes e ao doutor Greg´orio Maciel por destinarem seu tempo

para an´alise e participa¸c˜ao na banca avaliadora deste trabalho.

Por fim, agrade¸co a todos os Professores do Departamento de Estat´ıstica da UFF

respons´aveis pela minha forma¸c˜ao. Pela paciˆencia e compreens˜ao durante todo este

(7)

Sum´

ario

Lista de Figuras Lista de Tabelas 1 Introdu¸c˜ao p. 11 2 Objetivos p. 13 2.1 Objetivo Principal . . . p. 13

2.2 Objetivos Secund´arios . . . p. 13

3 Materiais e M´etodos p. 14 3.1 Energia . . . p. 14 3.1.1 Classifica¸c˜ao de Energia . . . p. 14 3.1.2 Demanda de Energia . . . p. 15 3.1.3 Elasticidades de Demanda . . . p. 18 3.2 Meta-An´alise . . . p. 19 3.3 Meta-Regress˜ao . . . p. 22

3.4 Modelo de Regress˜ao Linear . . . p. 23

3.4.1 M´ınimos Quadrados Ordin´arios . . . p. 24

3.4.2 M´ınimos Quadrados Generalizados . . . p. 25

3.5 Levantamento de Dados para Meta-Regress˜ao . . . p. 27

4 Resultados p. 29

(8)

4.2 Modelo de Regress˜ao Linear - M´ınimos Quadrados Generalizados (MQG) p. 41

5 Conclus˜ao p. 46

Referˆencias p. 47

Referˆencias p. 48

Apˆendice A -- Artigos utilizados para a Meta-Regress˜ao p. 50

Apˆendice B -- Tabelas para os Modelos de Regress˜ao - MQO p. 57

(9)

Lista de Figuras

1 Representa¸c˜ao esquem´atica dos fluxos de energia prim´aria, secund´aria,

final e ´util com a indica¸c˜ao das perdas nos centros de transforma¸c˜ao e

no uso final. . . p. 15

2 Gr´afico de setores sobre o consumo final de energia por fontes no Brasil

em 2016. . . p. 17

3 Fluxo energ´etico do Brasil em 2016. . . p. 17

4 Exemplo de meta-an´alise . . . p. 20

5 Densidades das amostras total e selecionada para elasticidade-pre¸co . . p. 31

6 Densidades das amostras total e selecionada para elasticidade-renda . . p. 32

(10)

Lista de Tabelas

1 Resultados da busca por artigos de interesse . . . p. 28

2 Meta-an´alises para demanda de energia na literatura . . . p. 28

3 Estat´ısticas descritivas da elasticidade-pre¸co . . . p. 30

4 Estat´ısticas descritivas da elasticidade-renda . . . p. 30

5 Elasticidade-pre¸co m´edia por determinante . . . p. 34

6 Elasticidade-renda m´edia por determinante . . . p. 35

7 Comparativo do Modelo de Regress˜ao Simples - MQO para

elasticidade-pre¸co (utilizando todas as vari´aveis e retirando as vari´aveis n˜ao-significativas) p. 38

8 Comparativo do Modelo de Regress˜ao Simples - MQO para

elasticidade-renda (utilizando todas as vari´aveis e retirando as vari´aveis n˜ao-significativas) p. 39

9 Teste de Shapiro-Wilk para normalidade do modelo . . . p. 40

10 Teste de Breusch-Pagan para variˆancia do erro constante . . . p. 41

11 Teste de Breusch-Pagan para variˆancia do erro constante nos modelos

utilizando MQG . . . p. 42

12 Modelo de Regress˜ao - M´ınimos Quadrados Generalizados (MQG) - para

Elasticidade Pre¸co e Renda . . . p. 43

13 Modelo de MQO para elasticidade pre¸co (Curto Prazo) - Todas as Vari´aveis p. 57

14 Modelo de MQO para elasticidade-pre¸co (Curto Prazo) - Sem as vari´aveis

n˜ao-significativas . . . p. 57

15 Modelo de MQO para elasticidade-pre¸co (Longo Prazo) - Todas as Vari´aveis p. 58

16 Modelo de MQO para elasticidade-pre¸co (Longo Prazo) - Sem as vari´aveis

n˜ao-significativas . . . p. 58

(11)

18 Modelo de MQO para elasticidade-renda (Curto Prazo) - Sem as vari´aveis

n˜ao-significativas . . . p. 59

19 Modelo de MQO para elasticidade-renda (Longo Prazo) - Todas as Vari´aveis p. 59

20 Modelo de MQO para elasticidade-renda (Longo Prazo) - Sem as vari´aveis

n˜ao-significativas . . . p. 60

21 Modelo de MQG para elasticidade-pre¸co (Curto Prazo) . . . p. 61

22 Modelo de MQG para elasticidade-pre¸co (Longo Prazo) . . . p. 61

23 Modelo de MQG para elasticidade-renda (Curto Prazo) . . . p. 62

(12)

11

1

Introdu¸

ao

A energia ´e comumente definida como a capacidade de fazer trabalho ou produzir

calor e se manifesta de muitas formas como luz, for¸ca motriz, transforma¸c˜ao qu´ımica

dentre outras (BHATTACHARYYA, 2001). Pode ser classificada de diferentes maneiras:

prim´aria, secund´aria, comercial e n˜ao comercial, etc.

Diversos trabalhos da literatura estimam a elasticidade da demanda de energia de

forma direta atrav´es de modelos estat´ısticos e econom´etricos, como por exemplo em Dahl

(1986), Santos (2013) e Freitas & Kaneko (2011). Tal como em e Labandeira et al (2017), alguns trabalhos apresentam estimativas mais precisas para as elasticidades usando, para isso, um conjunto de elasticidades obtidas em trabalhos anteriores. A elasticidade de

demanda mede quanto (em percentagem) a mesma mudaria se a vari´avel determinante

mudasse em 1%.

No setor p´ublico, o conhecimento desta demanda ´e de suma importˆancia, uma vez

que permite um planejamento adequado da oferta de energia, bem como em estudos

mi-croeconˆomicos para avalia¸c˜ao de pol´ıticas de eficiˆencia energ´etica. Um bom entendimento

sobre a demanda de energia ajuda a evitar crises no setor. Mais que isso, uma boa gest˜ao

p´ublica de energia pode contribuir para a manuten¸c˜ao de um crescimento sustent´avel do

Produto Interno Bruto – PIB e/ou sobre a redu¸c˜ao da infla¸c˜ao.

Uma das formas para encontrar uma boa estimativa da elasticidade de demanda

de energia ´e utilizando Meta-regress˜ao (STANLEY & STEPHEN, 2009) que ´e um caso

particular de Meta-an´alise (BORENSTEIN et al., 2009). Para isso, ´e preciso analisar

todos os artigos poss´ıveis dispon´ıveis na literatura acerca do tema para obter uma melhor

estimativa e, se poss´ıvel, comparar com estudos anteriores j´a realizados.

A Meta-an´alise caracteriza-se por um m´etodo de resumo quantitativo sistˆemico de

evidˆencias em estudos emp´ıricos e atualmente ´e utilizada em diversas ´areas, incluindo

ciˆencias da sa´ude, psicologia, educa¸c˜ao, dentre outras. A utiliza¸c˜ao da Meta-an´alise na

´

(13)

1 Introdu¸c˜ao 12

(1989).

O m´etodo de Meta-regress˜ao, que ´e um caso particular da Meta-an´alise, ´e aplicado

quando se utiliza regress˜ao linear, ou regress˜ao linear m´ultipla, para avaliar a rela¸c˜ao

entre uma vari´avel dependente e uma ou mais covari´aveis (regressores) dentro de uma

Meta-an´alise.

Espey (1998) analisou 101 artigos totalizando 640 observa¸c˜oes sobre a

elasticidade-pre¸co da gasolina nos Estados Unidos. Este ´e um dos mais conhecidos estudos de energia

na ´area econˆomica utilizando Meta-regress˜ao.

Esse trabalho utiliza o m´etodo de Meta-regress˜ao para analisar a elasticidade pre¸co e

elasticidade renda no Brasil de diversos tipos de energia, utilizando o “software” estat´ıstico

R para as an´alises. Espera-se que os sinais obtidos em cada modelo estejam de acordo

com os encontrados na literatura atual.

O presente trabalho est´a dividido da seguinte forma: no Cap´ıtulo 2 est˜ao descritos os

objetivos; no Cap´ıtulo 3 est˜ao descritos os materiais e m´etodos utilizados para an´alise; no

Cap´ıtulo 4 est˜ao os resultados obtidos bem como poss´ıveis mudan¸cas no banco de dados

original para melhor estimativa do modelo. E, finalmente, no Cap´ıtulo 5, encontram-se

(14)

13

2

Objetivos

2.1

Objetivo Principal

Estimar a elasticidade da demanda de fontes de energia de forma geral no Brasil

atrav´es de Meta-Regress˜ao.

2.2

Objetivos Secund´

arios

• Comparar a elasticidade de diferentes fontes energ´eticas.

• Analisar a variabilidade da elasticidade com respeito ao n´ıvel de desagrega¸c˜ao

regi-onal e quanto ao setor de destino da energia.

• Verificar se a escolha da metodologia, bem como da periodicidade dos dados

(15)

14

3

Materiais e M´

etodos

3.1

Energia

Esta se¸c˜ao versa sobre energia, apresentando alguns conceitos b´asicos como defini¸c˜ao

formal, classifica¸c˜ao, demanda, etc, tal como exibido em Bhattacharyya (2011).

A energia ´e comumente definida como a capacidade de fazer trabalho ou produzir

calor. Normalmente, o calor pode ser obtido por queima de um combust´ıvel, isto ´e, uma

substˆancia que cont´em energia interna que, ao queimar, gera calor. Al´em da queima de

combust´ıvel, o calor tamb´em pode ser gerado `a partir da captura dos raios do sol ou

das rochas abaixo da superf´ıcie terrestre. Da mesma forma, a maneira de fazer trabalho pode representar a capacidade (ou o potencial) de fazer trabalho (conhecida como energia

potencial, como na ´agua armazenada em uma barragem) ou sua manifesta¸c˜ao em termos

de convers˜ao em for¸ca motora (conhecida como energia cin´etica, como no caso de ventos

ou maremotos).

Assim, a energia se manifesta em muitas formas: calor, luz, for¸ca motriz,

trans-forma¸c˜ao qu´ımica etc. A energia pode ser capturada e aproveitada de fontes muito

di-versas que podem ser encontradas em v´arios estados f´ısicos e com diferentes graus de

dificuldade.

3.1.1

Classifica¸

ao de Energia

Quanto a sua classifica¸c˜ao, a energia pode ser considerada como prim´aria ou

se-cund´aria, comercial ou n˜ao comercial, bem como final ou ´util.

O termo energia prim´aria ´e usado para designar uma fonte de energia que ´e extra´ıda

de um estoque de recursos naturais ou capturada de um fluxo de recursos que n˜ao sofreu

qualquer transforma¸c˜ao ou convers˜ao al´em da separa¸c˜ao e limpeza. Exemplos incluem

(16)

3.1 Energia 15

Por outro lado, a energia secund´aria refere-se a qualquer energia que ´e obtida a partir

de uma fonte de energia prim´aria empregando um processo de transforma¸c˜ao ou convers˜ao.

Assim, os produtos petrol´ıferos ou a eletricidade s˜ao energias secund´arias, uma vez que

estas exigem refinamento ou geradores el´etricos para as produzir. Tanto a eletricidade

quanto o calor podem ser obtidos como energias prim´aria e secund´aria.

As energias comerciais s˜ao aquelas que s˜ao negociadas total ou quase inteiramente

no mercado e, portanto, ir´a comandar um pre¸co de mercado. Exemplos incluem carv˜ao,

petr´oleo, g´as e eletricidade.

Por outro lado, as energias n˜ao comerciais s˜ao aquelas que n˜ao passam pelo mercado

e, portanto, n˜ao tem pre¸co de mercado. Exemplos comuns incluem energias coletadas por

pessoas para seu pr´oprio uso.

Energia final designa a energia tal como ´e recebida pelo usu´ario nos diferentes setores,

seja na forma prim´aria, seja na secund´aria, enquanto energia final denota a raz˜ao de

energia que de fato ´e utilizada pelo usu´ario.

A Figura 1 apresenta um balan¸co energ´etico visto de maneira detalhada.

Figura 1: Representa¸c˜ao esquem´atica dos fluxos de energia prim´aria, secund´aria, final e

´

util com a indica¸c˜ao das perdas nos centros de transforma¸c˜ao e no uso final.

3.1.2

Demanda de Energia

O termo “demanda de energia” pode significar coisas diferentes para usu´arios

(17)

3.1 Energia 16

necessidades individuais de energia para cozinhar, aquecer, viajar, etc., caso em que os

produtos energ´eticos s˜ao utilizados como combust´ıvel e, portanto, geram demanda para

fins energ´eticos. Os produtos energ´eticos s˜ao tamb´em utilizados como mat´erias-primas

(isto ´e, para fins n˜ao energ´eticos) nas ind´ustrias petroqu´ımicas ou em outros locais, e a

procura de energia aqui ´e explorar certas propriedades qu´ımicas em vez do seu teor de

calor (BHATTACHARYYA, 2011).

Algumas vezes ´e feita uma distin¸c˜ao entre consumo de energia e demanda de energia.

A demanda de energia descreve uma rela¸c˜ao entre pre¸co (ou renda ou alguma vari´avel

econˆomica) e quantidade de energia, quer para um portador de energia (por exemplo,

eletricidade), quer para uso final (como cozinhar). Ela existe antes da decis˜ao de compra

ser tomada (isto ´e, ´e um conceito ex ante - uma vez que um bem ´e comprado, o consumo

come¸ca). A demanda indica que quantidades ser˜ao compradas a um determinado pre¸co

e como as mudan¸cas de pre¸cos afetar˜ao as quantidades procuradas. Pode incluir uma

por¸c˜ao insatisfeita, mas a demanda que existiria na ausˆencia de quaisquer restri¸c˜oes de

suprimento n˜ao ´e observ´avel. O consumo, por outro lado, ocorre uma vez que a decis˜ao ´e

tomada para comprar e consumir (isto ´e, ´e um conceito ex post ). Refere-se `a manifesta¸c˜ao

de demanda satisfeita e pode ser medida. De forma resumida, demanda representa a

inten¸c˜ao de consumo, enquanto consumo ocorre uma vez que a decis˜ao ´e tomada para

comprar (BHATTACHARYYA, 2011).

V´arios fatores podem afetar a demanda por um produto ou servi¸co, dentre os quais: o

valor do produto ou servi¸co, a renda da popula¸c˜ao, a distribui¸c˜ao do produto, pre¸co de

ou-tros bens ou servi¸cos diretamente relacionados, fatores clim´aticos e sazonais, expectativas

sobre o futuro, facilidade de acesso a cr´edito etc.

As Figuras 2 e 3 representam, respectivamente, um gr´afico de setores sobre o consumo

final de energia por fontes no Brasil em 2016, e o fluxo energ´etico do Brasil em 2016,

retirados do Balan¸co Energ´etico Nacional de 2017, ano base de 2016 (BEN 2017), na

(18)

3.1 Energia 17

Figura 2: Gr´afico de setores sobre o consumo final de energia por fontes no Brasil em

2016.

(19)

3.1 Energia 18

A fun¸c˜ao que associa a quantidade demanda ao conjunto de fatores que influenciam

a demanda ´e chamada de fun¸c˜ao de demanda, conforme Varian (1992). Se a demanda ´e

representada por q e somente ´e afetada pelo pre¸co do bem p e pela renda r, ent˜ao

q = q(p, r)

representa o valor da demanda quando o pre¸co ´e dado por p e a renda ´e dada por r.

Do ponto de vista econˆomico, o princ´ıpio para estimar e analisar a demanda por

energia n˜ao diferencia ao de qualquer outra mercadoria. H´a caracter´ısticas da demanda de

energia, caracter´ısticas institucionais dos mercados de energia e problemas de medi¸c˜ao que

requerem aten¸c˜ao especial na an´alise dos mercados de energia. Mas a base microeconˆomica

da demanda de energia ´e a mesma das outras commodities.

3.1.3

Elasticidades de Demanda

As elasticidades medem quanto (em percentagem) a demanda mudaria se a vari´avel

determinante mudar em 1%. Em qualquer an´alise econˆomica, duas vari´aveis principais s˜ao

consideradas para elasticidades: pre¸co e renda. Consequentemente, podem ser

determi-nadas duas elasticidades. Existem duas formas b´asicas de medir as elasticidades: utilizar

as taxas de crescimento anuais do consumo de energia e a vari´avel motriz, ou utilizar

rela¸c˜oes econom´etricas estimadas. Formalmente, define-se a elasticidade-pre¸co via

%(q) = p q dq dp e a elasticidade-renda via %(q) = r q dq dr,

onde p ´e o pre¸co, q ´e a quantidade e r ´e a renda (VARIAN, 1992).

As elasticidades do produto ou a elasticidade do Produto Interno Bruto – PIB, da

de-manda de energia, indicam a taxa de varia¸c˜ao da demanda de energia para cada varia¸c˜ao

de 1% da produ¸c˜ao econˆomica (PIB ou valor acrescentado). Normalmente, o crescimento

do PIB est´a positivamente relacionado com a demanda de energia, mas o valor da

elasti-cidade varia dependendo do est´agio de desenvolvimento de uma economia. Normalmente,

(20)

3.2 Meta-An´alise 19

`

a renda (ou seja, a elasticidade inferior a 1), enquanto os pa´ıses em desenvolvimento tem

uma demanda de energia el´astica em rela¸c˜ao `a renda.

As elasticidades de pre¸co indicam quanto a demanda muda para cada varia¸c˜ao

per-centual no pre¸co da energia. As elasticidades dos pre¸cos s˜ao n´umeros negativos, indicando

que um aumento no pre¸co resulta em uma diminui¸c˜ao na demanda de energia.

Normal-mente, ´e feito uma distin¸c˜ao entre as elasticidades-pre¸co a curto e a longo prazo. A

elasticidade-pre¸co de curto prazo capta a rea¸c˜ao instantˆanea `as mudan¸cas de pre¸cos. A

curto prazo, os consumidores n˜ao tem a possibilidade de alterar o seu estoque de capital

e s´o podem alterar o seu comportamento de consumo e, portanto, apenas uma rea¸c˜ao

parcial ´e normalmente sentida. A elasticidade a longo prazo capturaria o efeito de ajustes

em um per´ıodo mais longo. Por outro lado, a longo prazo, os consumidores tˆem a

pos-sibilidade de ajustar seu estoque de capital, bem como seu comportamento de consumo.

Isso resulta em uma melhor reflex˜ao da rea¸c˜ao `a mudan¸ca de pre¸cos.

3.2

Meta-An´

alise

A meta-an´alise foi inicialmente proposta por Glass (1976) como um m´etodo para o

resumo quantitativo sistem´atico de evidˆencias em estudos emp´ıricos. Atualmente, a

meta-an´alise ´e amplamente utilizada em diversas ´areas, incluindo ciˆencias da sa´ude, psicologia,

educa¸c˜ao, marketing e ciˆencias sociais. A aplica¸c˜ao da meta-an´alise em economia come¸cou

entre os anos de 1989 e 1990 com estudos de Stanley & Jarrell (1989), Jarrell & Stanley

(1990), Smith & Kaoru (1990a, 1990b), e Weitzman & Kruse (1990). Toda essa se¸c˜ao

sobre meta-an´alise tem como referˆencia Borenstein et al. (2009).

Existem v´arios objetivos poss´ıveis em uma meta-an´alise. O objetivo mais comum ´e

fornecer uma estimativa “combinada” do chamado “efeito-tamanho”. Na abordagem mais

simples - o modelo de efeito-tamanho fixo - uma m´edia ponderada ´e calculada a partir

da m´edia ponderada das estimativas de tamanho de efeito nos estudos prim´arios, onde os

pesos ideais s˜ao os inversos das variˆancias das estimativas. Um segundo objetivo consiste

em explicar o que determina a varia¸c˜ao entre estudos nos tamanhos de efeito.

Na Figura 4, ´e apresentado um exemplo retirado de Borenstein et al.(2009) para

ilustrar a meta-an´alise.

Como observamos no exemplo anterior, que versa sobre o impacto de um medicamento

em pacientes com infarto do mioc´arido, em 4 (quatro) estudos distintos, o “effect size”,

(21)

3.2 Meta-An´alise 20

Figura 4: Exemplo de meta-an´alise

caracter´ıstica muito importante na Meta-an´alise. Tal medida reflete a magnitude do

efeito tratamento. Uma raz˜ao de risco de 1, 0 significaria que o risco de morte [IM] era o

mesmo em ambos os grupos, enquanto uma raz˜ao de risco menor que 1, 0 significaria que

o risco era menor no grupo de dose alta e uma raz˜ao de risco maior do que 1, 0 significa

que o risco foi menor no grupo de dose padr˜ao. O tamanho do efeito para cada estudo

´e representado por um quadrado, com a localiza¸c˜ao do quadrado representando tanto a

dire¸c˜ao como a magnitude do efeito. Aqui, o tamanho do efeito para cada estudo est´a

`

a esquerda do centro (indicando um benef´ıcio para o grupo de dose elevada). O efeito ´e

mais forte (mais distante do centro) no estudo TNT e mais fraco no estudo Ideal.

Na meta-an´alise, depois de se obter o tamanho do efeito para cada estudo via pesquisa

bibliogr´afica, avalia-se a consistˆencia de tais estudos e calcula-se um efeito resumo.

Tradicionalmente, o tamanho do efeito representa o impacto de uma interven¸c˜ao, [por

exemplo, o impacto de um tratamento m´edico espec´ıfico sobre o risco de infec¸c˜ao ou de

um m´etodo de ensino sobre os resultados dos alunos em um exame]. Na pr´atica, por´em,

o tamanho do efeito n˜ao se restringe ao impacto de interven¸c˜oes, mas pode representar,

por exemplo, uma medida de dependˆencia entre duas vari´aveis.

Em uma meta-an´alise, o tamanho de efeito ´e sobreposto ao resultado do p-valor, uma

vez que este pode representar um erro de avalia¸c˜ao para o estudo. Tende-se a considerar

(22)

3.2 Meta-An´alise 21

o p-valor, ou que um estudo apresenta um melhor resultado do que o outro caso o p-valor

esteja maior. Mas nem sempre isso acontece. ´E poss´ıvel ter um p-valor divergindo pelo

tamanho da amostra, por exemplo, e n˜ao necessariamente o que tiver maior p-valor ter´a

uma melhor resposta. Por isso, em uma meta-an´alise, o tamanho do efeito tem maior

relevˆancia em rela¸c˜ao ao p-valor de cada estudo.

Tipicamente, meta-an´alises s˜ao baseadas em modelos de efeito fixo ou modelos de

efeitos aleat´orios. Sob o modelo de efeito fixo, ´e assumido que todos os estudos na

meta-an´alise compartilham um tamanho de efeito comum (verdadeiro). Dito de outra forma,

todos os fatores que poderiam influenciar o tamanho do efeito s˜ao os mesmos em todos

os estudos, e, portanto, o verdadeiro tamanho do efeito ´e o mesmo (da´ı o r´otulo fixo) em

todos os estudos. Diferente do modelo de efeitos aleat´orios, onde os fatores que podem

influenciar o tamanho do efeito n˜ao s˜ao os mesmos em todos os estudos.

Uma vez que todos os estudos partilham o mesmo efeito verdadeiro, segue-se que o tamanho do efeito observado varia de um estudo para o outro apenas devido ao erro

aleat´orio inerente a cada estudo. Se cada estudo tivesse um tamanho infinito, a amplitude

do erro seria aproximadamente zero e o efeito observado para cada estudo seria

pratica-mente o mesmo que o efeito verdadeiro. Na pr´atica, ´e claro, o tamanho da amostra em

cada estudo n˜ao ´e infinito e, portanto, o efeito observado no estudo n˜ao ´e o mesmo que o

efeito verdadeiro.

Para obter a estimativa mais precisa do efeito populacional uma m´edia ponderada ´e

calculada e o peso atribu´ıdo a cada estudo ´e o inverso da variˆancia do mesmo.

Faz sentido usar o modelo de efeito fixo se duas condi¸c˜oes forem atendidas: i) primeiro,

se acreditar que todos os estudos inclu´ıdos na an´alise s˜ao homogˆeneos; ii) segundo, se o

objetivo for calcular o tamanho do efeito comum para a popula¸c˜ao identificada, e n˜ao

generalizar para outras popula¸c˜oes.

A meta-an´alise do presente trabalho baseia-se, principalmente, na contribui¸c˜ao de

Labandeira et al (2017). Como este, a maioria das an´alises em economia emprega um

m´etodo conhecido como an´alise de Meta-regress˜ao. Resumidamente, o investigador

reco-lhe um conjunto de estudos prim´arios que contˆem um resultado emp´ırico comum, como

a elasticidade-pre¸co a longo prazo da gasolina, e utiliza um modelo de regress˜ao ou um

modelo de regress˜ao m´ultipla para an´alise dos dados. Resumidamente, a utiliza¸c˜ao de

(23)

3.3 Meta-Regress˜ao 22

3.3

Meta-Regress˜

ao

Em estudos prim´arios ´e usada a regress˜ao, ou regress˜ao m´ultipla, para avaliar a rela¸c˜ao

entre uma ou mais covari´aveis (regressores) e uma vari´avel dependente. Essencialmente

a mesma abordagem pode ser usada com meta-an´alise, exceto que as covari´aveis est˜ao

no n´ıvel do estudo, e a vari´avel dependente ´e o tamanho do efeito nos estudos ao inv´es

das pontua¸c˜oes dos sujeitos. O termo meta-regress˜ao ´e usado para se referir a esses

procedimentos quando eles s˜ao usados em uma meta-an´alise. As diferen¸cas neste caso

incluem a necessidade de atribuir um peso a cada estudo. Esta defini¸c˜ao, bem como todo

o referencial para esta se¸c˜ao pode ser encontrado em Stanley & Stephen (2009).

Pode-se trabalhar com conjuntos de covari´aveis que permitem uma rela¸c˜ao n˜ao-linear

entre as covari´aveis e o tamanho do efeito. Dada a poss´ıvel heterogeneidade dos estudos

emp´ıricos selecionados, o que traz uma importante varia¸c˜ao nas elasticidades estimadas,

poder˜ao ser introduzidos diversos indicadores (constru´ıdos como vari´aveis 0-1) para captar

as v´arias fontes de heterogeneidade. Labandeira et al (2017), por exemplo, utiliza como

indicadores tipo de energia, tipo de consumidor, ´area geogr´afica, etc. Neste caso, tais

indicadores s˜ao os Z’s da f´ormula apresentada.

Como sugerido por Nelson & Kennedy (2009), neste trabalho ´e realizada uma an´alise

de meta-regress˜ao , assim como Stanley & Stephen (2009). Ou seja, uma an´alise de

regress˜ao de todo o conjunto de coeficientes inclu´ıdos nos artigos selecionados para esta

investiga¸c˜ao ´e realizada. Portanto, este trabalho pretende ajustar o valor das

elasticidades-pre¸co e elasticidade-renda da demanda por energia o mais precisamente poss´ıvel, identifi-cando os fatores que explicam as diferen¸cas entre os resultados dos diversos estudos. Para

isto, ser´a estimado um modelo descrito em 3.1:

bj = β +

K

X

k=1

αkZjk + ej, (j = 1, 2, . . . , L), (3.1)

onde bj ´e a estimativa realizada no j-´esimo estudo usando o valor real da elasticidade

da demanda por energia (β), Zjk s˜ao as vari´aveis explicativas que medem as caracter´ısticas

relevantes do estudo emp´ırico que influenciam as elasticidades estimadas, αks˜ao os

coefici-entes das meta-regress˜oes que refletem o vi´es introduzido pelas caracter´ısticas particulares

do estudo, ej ´e o termo de erro da meta-regress˜ao, e L ´e o n´umero de estudos empregados

na an´alise.

(24)

3.4 Modelo de Regress˜ao Linear 23

para estimar as elasticidades de curto e longo prazo, pois as elasticidades s˜ao estimadas

na literatura com diferentes precis˜oes e isto pode acarretar em heterocedasticidade na

nossa meta-regress˜ao.

´

E importante ressaltar que o m´etodo GLS pode ponderar as observa¸c˜oes de maneira

n˜ao uniforme - neste caso, isto significa atribuir um peso para cada trabalho.

3.4

Modelo de Regress˜

ao Linear

O Modelo de Regress˜ao Linear (MRL) costuma ser empregado com a finalidade de

estabelecer rela¸c˜ao entre uma vari´avel dependente e um conjunto de vari´aveis explicativas

ou regressores. Quando essa rela¸c˜ao ´e feita com apenas uma vari´avel explicativa o (MRL)

tamb´em ´e chamado de Modelo de Regress˜ao Linear Simples (MRLS), e quando essa

rela¸c˜ao ´e feita com duas ou mais vari´aveis explicativas ´e chamado tamb´em de Modelo de

Regress˜ao Linear M´ultiplo (MRLM). Como explicado em Pyndyck & Rubinfeld (1988),

no caso do MRLM, o modelo pode ser representado por uma equa¸c˜ao da forma descrita

em 3.2:

yi = β0+ β1x1i+ β2x2i+ . . . + βkxki+ ei. (3.2)

Na equa¸c˜ao 3.2, ei representa o termo de erro aleat´orio. Os β’s representam os

coeficientes [parˆametros] do modelo, sendo β0 o intercepto do modelo [constante] e βi,

i = 1, . . . , k o efeito do i-´esimo regressor sobre a vari´avel dependente, quando os demais

s˜ao mantidos constantes.

Uma forma alternativa, e mais geral, de representar o MRL tanto simples quanto o

m´ultiplo ´e utilizar a forma matricial, exibida em 3.3:

(25)

3.4 Modelo de Regress˜ao Linear 24 Onde: y =        y1 y2 .. . yn        n×1 ; X =        1 x11 x21 · · · xk1 1 x12 x22 · · · xk2 .. . ... ... . .. ... 1 x1n x2n · · · xkn        n×(k+1) ; β =        β0 β1 .. . βk        (k+1)×1 ; e =        e1 e2 .. . en        n×1 .

Note que a matriz X ´e composta pela primeira coluna apenas de 1’s e nas demais

colunas pelas vari´aveis x1, x2, . . . , xk.

3.4.1

M´ınimos Quadrados Ordin´

arios

Os coeficientes do MRL s˜ao estimados atrav´es do M´etodo de M´ınimos Quadrados

Ordin´arios [M.Q.O.], que consiste em minimizar a Soma dos Quadrados dos Desvios. Tal

defini¸c˜ao, bem como o todo exposto nesta subse¸c˜ao, tem como referˆencia Verbeek (2004).

O estimador de M.Q.O. do vetor β ´e dado pelo argumento que minimiza a soma

citada. Sua express˜ao ´e apresentada em 3.4:

ˆ

β = (XTX)−1XTy (3.4)

Usualmente, s˜ao feitas as seguintes hip´oteses sobre o MRL:

• E[ei] = 0 ou E[ei|x1i, x2i, . . . , xki] = 0, i = 1, 2, . . . , n

• V ar(ei) = σ2, i = 1, 2, . . . , n (homocedasticidade)

• Cov[ei, ej] = 0, ∀i 6= j

• O termo aleat´orio ei possui distribui¸c˜ao Normal.

A primeira hip´otese garante que o estimador de MQO ´e n˜ao viesado. Adicionando a

segunda e a terceira hip´oteses, pode-se obter uma forma simples para a variˆancia de ˆβ,

dada por V ar( ˆβ) = σ2(XTX)−1 . al´em disso, sob tais hip´oteses o estimador de M.Q.O. ´e

o melhor estimador linear n˜ao viesado [MELNV]. A inclus˜ao da quarta hip´otese garante

tamb´em que cada componente do estimador de ˆβ possui distribui¸c˜ao Normal, o que torna

(26)

3.4 Modelo de Regress˜ao Linear 25

dos coeficientes. Neste caso o MRL recebe um nome especial, passa a ser denominado

Modelo de Regress˜ao Linear Cl´assico.

3.4.2

M´ınimos Quadrados Generalizados

Sob as hip´oteses de homocedasticidade e ausˆencia de correla¸c˜ao entre os diferentes

ter-mos de erro, sabeter-mos que a variˆancia de ˆβ ´e uma matriz diagonal com todos os elementos

da diagonal iguais a σ2 e que o estimador de M.Q.O. ´e MELVN.

Todavia, se tais hip´oteses n˜ao s˜ao verdadeiras, ent˜ao, a f´ormula utilizada para a

variˆancia n˜ao ´e mais v´alida e o estimador de M.Q.O. n˜ao ´e o melhor dentre os estimadores

lineares n˜ao viesados. As defini¸c˜oes anteriores, bem como a discuss˜ao que segue, tem por

base a referˆencia Cameron & Trivedi (2005).

Para testar a hip´otese de que as variˆancias dos termos de erro s˜ao constantes

[homoce-dasticidade], em geral emprega-se o teste de Breusch-Pagan, que testa a hip´otese nula de

que as variˆancias dos erros s˜ao iguais (homocedasticidade) versus a hip´otese alternativa

de que as variˆancias dos erros s˜ao uma fun¸c˜ao multiplicativa de uma ou mais vari´aveis,

sendo que esta(s) vari´avel(eis) pode(m) pertencer ou n˜ao ao modelo em quest˜ao.

A estat´ıstica de teste neste caso ´e obtida da seguinte maneira: inicialmente, o modelo

de regress˜ao linear (simples ou m´ultiplo) ´e ajustado e os res´ıduos e = (e1, . . . , en) e

valores ajustados ˆy = ( ˆy1, . . . , ˆyn) s˜ao obtidos. Em seguida, os res´ıduos ao quadrado s˜ao

considerados e padronizados de modo que a m´edia do vetor de res´ıduos padronizados,

que denotaremos por u, seja igual `a 1. Esta padroniza¸c˜ao ´e feita dividindo cada res´ıduo

ao quadrado por SQEn em que SQE ´e a Soma de Quadrados dos Res´ıduos do modelo

ajustado e n ´e o n´umero de observa¸c˜oes. Desta forma, cada res´ıduo padronizado ´e dado

por ui = e2i SQE/n, i = 1, . . . , n, onde SQE = n P i=1 e2 i.

Por fim, o erro padronizado u = u1, . . . , un (vari´avel resposta) ´e regredido contra o

vetor de regressores originais e a estat´ıstica de teste χ2

BP ´e obtida calculando a soma dos

quadrados da regress˜ao de u sobre ˆy e dividindo o valor encontrado por 2. Sob a hip´otese

(27)

3.4 Modelo de Regress˜ao Linear 26

No caso de heterocedasticidade, uma alternativa ´e empregar o m´etodo de M´ınimos

Quadrados Generalizados (MQG ou GLS, de Generalized Least Squares) para estimar

eficientemente os coeficientes de regress˜ao do vetor β em 3.3. Se a matriz de variˆ

ancia-covariˆancia de e ´e V ar(e) = Σ, este m´etodo envolve a minimiza¸c˜ao de (y − Xβ)0 Σ−1(y −

Xβ) em rela¸c˜ao a β.

Em outras palavras, o m´etodo de MQG ´e importante pois corrige o problema de

hete-rocedasticidade, onde, na presen¸ca desta, o m´etodo de MQO produzir´a um estimador para

a matriz de covariˆancias, e consequentemente para os erros-padr˜ao, de seus estimadores,

diferentes das verdadeiras.

Na nota¸c˜ao matricial, o estimador resultante ´e dado em 3.5:

ˆ

βGLS = (X0Ω−1X)−1X0Ω−1y. (3.5)

Para que o GLS possa ser utilizado, a matriz de variˆancia do erro deve ser conhecida.

Na pr´atica, isto n˜ao acontece. Costuma-se ent˜ao utilizar a matriz de variˆancia do erro

atrav´es de ˆΩ, que ´e uma estimativa consistente de Ω, e substituir na f´ormula do estimador

do GLS. Neste caso, estaremos empregando o m´etodo de m´ınimos quadrados generalizados

fact´ıvel (ou Generalized Least Squares estimator – FGLS).

O estimador fact´ıvel dos m´ınimos quadrados generalizados (FGLS) ´e apresentado em

3.6:

ˆ

βF GLS = (X0Ωˆ−1X)−1X0Ωˆ−1y. (3.6)

Neste trabalho, o m´etodo de M´ınimos Quadrados Ponderados - MQP, que ´e uma forma

particular do m´etodo de MQG, tamb´em ´e utilizado. Nele, a matriz de variˆancia utilizada

para fins de estima¸c˜ao ´e uma matriz diagonal e o inverso do peso de cada observa¸c˜ao

aparece na diagonal. Neste caso, a soma dos quadrados dos erros ficaria definida por:

SQE = n X i=1 wi(yi− β0− X j βjxij)2 = (y − βX)0W (y − βX),

(28)

3.5 Levantamento de Dados para Meta-Regress˜ao 27 em que W =        w1 0 · · · 0 0 w2 · · · 0 .. . ... . .. ... 0 0 · · · wn        ,

podendo ser verificado que isso equivale `a regress˜ao de √wiyi em fun¸c˜ao de

ωixi (com

a coluna de l’s da matriz X substitu´ıda pelos elementos ω1, ω2, . . . , ωn).

Logo, o estimador de M´ınimos Quadrados Ponderados para os coeficientes do modelo

´e dado por:

ˆ

βω = (X0W X)−1X0W y.

3.5

Levantamento de Dados para Meta-Regress˜

ao

Os artigos, cujos resultados foram utilizados para conduzir a meta-regress˜ao, foram

selecionados a partir de uma revis˜ao totalmente atualizada, abrangente e detalhada da

literatura emp´ırica existente sobre as elasticidades-pre¸co e elasticidades-renda da demanda de energia no Brasil.

A maioria dos documentos foi encontrada consultando pesquisas anteriores sobre o assunto e a ferramenta de pesquisa na Internet “Google Scholar”.

No Google Scholar foram filtradas pesquisas sobre o tema relacionado, sem restri¸c˜ao

de ano, que englobaram pesquisas em l´ıngua portuguesa e estrangeiras de modo geral. Foram utilizadas diversas triplas de palavras-chave para busca dos artigos de interesse,

sendo que a palavra Brasil, tanto em portuguˆes como em inglˆes, esteve presente em todas

as buscas. Todos os termos foram procurados no t´ıtulo da busca.

A Tabela 1 mostra o resultado da busca pr´evia por artigos de interesse para utiliza¸c˜ao

na meta-regress˜ao.

Foram utilizados, como crit´erio de sele¸c˜ao neste trabalho, os 200 (duzentos) artigos

mais relevantes de cada pesquisa. Assim, foram observados previamente cerca de 2600

(29)

3.5 Levantamento de Dados para Meta-Regress˜ao 28

Tabela 1: Resultados da busca por artigos de interesse

Palavras-chave Total de artigos encontrados

demanda; combust´ıvel; Brasil 16.300

demanda; energia; Brasil 324.000

elasticidade; energia; Brasil 29.500

elasticidade; Brasil; gasolina 2.910

elasticidade; Brasil; etanol 4.610

elasticidade; Brasil; diesel 2.810

demand; Brazil; energy 1.710.000

consumption; Brazil; energy 1.130.000

elasticity; Brazil; energy 50.300

elasticity; Brazil; gasoline 11.100

elasticity; Brazil; diesel 6.330

elasticity; Brazil; ethanol 17.200

elasticity; Brazil; eletricity 36.400

Total 3.341.460

A Tabela 2 apresenta resultados obtidos em outras meta-an´alises realizadas. A t´ıtulo

de compara¸c˜ao, o estudo realizado por Galindo et al. (2015), analisou 63 artigos,

ob-tendo um total de 570 observa¸c˜oes [estimativas de elasticidades] em toda Am´erica Latina,

enquanto o presente estudo analisa 662 observa¸c˜oes somente no Brasil.

Tabela 2: Meta-an´alises para demanda de energia na literatura

Estudo Regi˜ao Artigos Observa¸c˜oes Tipo de Energia

Espey (1996) EUA 41 70 Gasolina

Espey (1998) Mundo 101 640 Gasolina

Hanly et al. (2002) RU 69 491 Combust´ıvel

Graham & Gleister (2002) Mundo 113 600 Combust´ıvel

Espey & Espey (2004) Mundo 36 248 Eletricidade

Havranek (2012) Mundo 41 202 Gasolina

Galindo et al. (2015) Am´erica 63 570 Gasolina

Latina

Labandeira et al (2017) Mundo 428 1976 Diversos tipos

(30)

29

4

Resultados

Neste cap´ıtulo, s˜ao apresentados os resultados da meta-regress˜ao utilizando, para

isso, modelos de regress˜ao linear estimados via M´ınimos Quadrados Ordin´arios (MQO) e

M´ınimos Quadrados Generalizados (MQG). Antes, por´em, ´e feita uma breve apresenta¸c˜ao

e an´alise dos dados.

Tal como em Labandeira et al (2017), foram feitas adequa¸c˜oes no banco de dados com

o intuito de retirar os poss´ıveis “outliers” que pudessem induzir a erros de estimativa. Foram consideradas 2 (duas) formas diferentes para a retirada dos dados extremos

da amostra. A primeira, convencional na constru¸c˜ao de diagramas de caixa (boxplots),

identifica como observa¸c˜oes discrepantes aquelas que est˜ao fora do intervalo [Q1− 1, 5 ×

AIQ , Q3+1, 5×AIQ], sendo Q1o primeiro quartil, Q3 o terceiro quartil e AIQ = Q3−Q1

a amplitude interquartil. J´a na segunda abordagem, foram exclu´ıdos 5% (cinco por cento)

dos dados: 2, 5% (dois e meio por cento) na cauda superior da distribui¸c˜ao e 2, 5% (dois

e meio por cento) na cauda inferior1.

Optou-se pela primeira abordagem pois, na compara¸c˜ao, houve um ganho significativo

com a redu¸c˜ao da variˆancia [Labandeira (2017) utilizou a segunda op¸c˜ao] das estimativas

de elasticidade.

As Tabelas 3 e 4 e os gr´aficos das Figuras 5 e 6 apresentam um comparativo entre a

amostra completa, incluindo os “outliers”, e a amostra selecionada, j´a sem os “outliers”,

o que ratifica a escolha pelo uso de uma amostra selecionada para an´alise deste estudo.

1Este procedimento foi feito para os 4 conjuntos de dados: elasticidade-pre¸co de curto prazo,

(31)

4 Resultados 30

Tabela 3: Estat´ısticas descritivas da elasticidade-pre¸co

Vari´avel N´umero de M´edia Mediana Variˆancia M´ınimo M´aximo

observa¸c˜oes Amostra Total Elasticidade de 118 −0, 758 −0, 431 0, 982 −7, 376 0, 433 curto prazo Elasticidade de 251 −1, 295 −0, 892 4, 885 −30, 085 0, 76 longo prazo Amostra Selecionada Elasticidade de 107 −0, 604 −0, 39 0, 39 −2, 13 0, 433 curto prazo Elasticidade de 230 −0, 948 −0, 795 0, 616 −3, 17 0, 391 longo prazo

Tabela 4: Estat´ısticas descritivas da elasticidade-renda

Vari´avel N´umero de M´edia Mediana Variˆancia M´ınimo M´aximo

observa¸c˜oes Amostra Total Elasticidade de 100 0, 486 0, 459 0, 126 −1, 376 1, 847 curto prazo Elasticidade de 193 0, 796 0, 746 0, 743 −1, 761 8, 623 longo prazo Amostra Selecionada Elasticidade de 81 0, 462 0, 454 0, 026 0, 078 0, 882 curto prazo Elasticidade de 179 0, 69 0, 716 0, 24 −0, 498 1, 916 longo prazo

(32)

4 Resultados 31

(33)

4 Resultados 32

(34)

4 Resultados 33

Como pode ser observado, a amostra selecionada apresenta uma distribui¸c˜ao bem

mais homogˆenea do que a amostra total, com uma variabilidade consideravelmente menor,

motivo este considerado para sua utiliza¸c˜ao.

Ap´os a retirada dos “outliers”, as elasticidades m´edias de renda e pre¸co por

deter-minantes foram calculadas, tanto para curto quanto para longo prazo. As Tabelas 5 e 6

apresentam os valores das elasticidades m´edias por seus diferentes determinantes. Para

a vari´avel “Tipo de Energia”, a categoria “outros” cont´em dados agrupados de

Biodie-sel, Carv˜ao, Energia Renov´avel, Energia N˜ao Renov´avel, GLP e GNV. Em “Dados”, a

categoria “outros” cont´em dados agrupados de Dados em Painel e Se¸c˜ao Cruzada

[Cross-Section]. Em “Periodicidade”, por sua vez, a categoria “outros” cont´em dados agrupados

Semanais e Trimestrais. Em “Regi˜ao”, a categoria “outros” cont´em dados agrupados de

diversas regi˜oes, Estados e munic´ıpios isoladamente. Em “Setor”, a categoria “outros”

cont´em dados agrupados de Residencial, Comercial, Industrial e Geral. Finalmente, em

“Publica¸c˜ao”, a categoria “outros” cont´em dados agrupados de Disserta¸c˜ao, Monografia

(35)

4 Resultados 34

Tabela 5: Elasticidade-pre¸co m´edia por determinante

Determinantes N´umero de observa¸c˜oes Elasticidade m´edia

Curto prazo Longo prazo

Tipo de energia ´ Alcool 130 −1, 016 −1, 605 Combust´ıveis 17 −0, 323 −0, 534 Diesel 9 −0, 421 −0, 57 Eletricidade 41 −0, 308 −0, 37 Energia 10 NA −0, 284 Gasolina 58 −0, 338 −0, 721 OleoCom 7 −0, 095 −0, 136 Outros 10 −0, 021 −0, 797 Dados S´erie Temporal 133 −0, 345 −0, 665 Outros 149 −0, 922 −1, 268 Periodicidade Anual 55 −0, 253 −0, 426 Mensal 194 −0, 743 −1, 239 Outros 33 −0, 276 −0, 389 Regi˜ao Brasil 229 −0, 545 −0, 948 Outros 53 −0, 741 −0, 95 Setor Transporte 220 −0, 67 −1, 158 Outros 62 −0, 228 −0, 367 Publica¸c˜ao Artigo 171 −0, 71 −0, 833 Outros 111 −0, 327 −1, 103

Podem-se observar na Tabela 5 que os valores das elasticidades mantˆem o padr˜ao

encontrado na literatura. As elasticidades de pre¸co apresentam valores negativos, bem

como as elasticidades de longo prazo apresentam valores maiores, em m´odulo, do que as

(36)

4.1 Modelo de Regress˜ao Linear - M´ınimos Quadrados Ordin´arios (MQO) 35

Tabela 6: Elasticidade-renda m´edia por determinante

Determinantes N´umero de observa¸c˜oes Elasticidade m´edia

Curto prazo Longo prazo

Tipo de energia ´ Alcool 68 0, 446 0, 756 Combust´ıveis 16 0, 532 1, 062 Diesel 11 0, 613 0, 863 Eletricidade 42 0, 455 0, 592 Energia 21 NA 0, 858 Gasolina 45 0, 406 0, 512 OleoCom 6 0, 598 1, 222 Outros 11 NA 0, 179 Dados S´erie Temporal 122 0, 471 0, 732 Outros 98 0, 452 0, 616 Periodicidade Anual 63 0, 425 0, 674 Mensal 136 0, 461 0, 709 Outros 21 0, 524 0, 651 Regi˜ao Brasil 155 0, 464 0, 615 Outros 65 0, 456 0, 870 Setor Transporte 138 0, 454 0, 699 Outros 82 0, 499 0, 68 Publica¸c˜ao Artigo 165 0, 482 0, 747 Outros 85 0, 422 0, 604

Assim como na Tabela 5, a Tabela 6 apresenta resultados que corroboram com a literatura. As elasticidades-renda apresentam sinal positivo, enquanto os valores de longo

prazo s˜ao maiores do que os de curto prazo.

4.1

Modelo de Regress˜

ao Linear - M´ınimos

Quadra-dos Ordin´

arios (MQO)

Ap´os as altera¸c˜oes realizadas no banco de dados [removendo as estimativas

identifica-das como valores discrepantes], foi utilizado o Modelo de Regress˜ao Linear para estimar

(37)

4.1 Modelo de Regress˜ao Linear - M´ınimos Quadrados Ordin´arios (MQO) 36

com os mesmos regressores, cada um como uma vari´avel dependente distinta:

i) Elasticidade-pre¸co de Curto Prazo; ii) Elasticidade-pre¸co de Longo Prazo; iii) Elasticidade-renda de Curto Prazo; iv) Elasticidade-renda de Longo Prazo.

Genericamente, podemos descrever os modelos pela mesma equa¸c˜ao apresentada a

seguir: bj = α + 7 X k=1 βkEnek,j + 2 X l=1

γlPerl,j+ θ1Dadosj+ θ1Regj+ θ1Pubj+ θ1Setj + ej,

Onde:

bj representa a elasticidade estimada no trabalho j;

α representa o intercepto;

Enek ´e uma dummy referente `a k-´esima subcategoria da vari´avel Energia [as 8

subcate-gorias s˜ao descritas na Tabela 6 - para a estima¸c˜ao foi exclu´ıda a subcategoria ´Alcool];

Perl ´e uma dummy referente `a l-´esima subcategoria da vari´avel Periodicidade [as 3

subca-tegorias s˜ao descritas na Tabela 6 - para a estima¸c˜ao foi exclu´ıda a subcategoria Anual];

Dados ´e uma dummy referente `a subcategoria “S´eries Temporais” da vari´avel Dados

[para a estima¸c˜ao foi exclu´ıda a subcategoria Outros];

Reg ´e uma dummy referente `a subcategoria “Outros” da vari´avel Regi˜ao [para a

es-tima¸c˜ao foi exclu´ıda a subcategoria Brasil];

Pub ´e uma dummy referente `a subcategoria “Outros” da vari´avel Publica¸c˜ao [para a

estima¸c˜ao foi exclu´ıda a subcategoria Artigos];

Set ´e uma dummy referente `a subcategoria “Transporte” da vari´avel Setor [para a

es-tima¸c˜ao foi exclu´ıda a subcategoria Outros];

ej ´e o termo de erro.

Utilizou-se o m´etodo de M´ınimos Quadrados Ordin´arios (MQO) para a obten¸c˜ao do

modelo que explique bem nosso banco de dados. Para isso, foram estimados modelos para as Elasticidades de Renda e Pre¸co, tanto no curto, quanto no longo prazo. Em cada caso,

foi avaliado que conjunto de vari´aveis tem efeito significativo ou n˜ao. Todas as tabelas

(38)

4.1 Modelo de Regress˜ao Linear - M´ınimos Quadrados Ordin´arios (MQO) 37

Como pode ser observado nas tabelas comparativas 7 e 8, os modelos contendo

so-mente as vari´aveis significativas apresentam uma consider´avel diminui¸c˜ao no erro padr˜ao

e, apesar de terem um ajuste parecido com o modelo que cont´em todas as vari´aveis, a

busca por uma melhor precis˜ao nas elasticidades levou `a escolha pelos modelos contendo

(39)

4.1 Modelo de Regress˜ao Linear - M´ınimos Quadrados Ordin´arios (MQO) 38 T ab ela 7: Comparativ o do Mo delo de Regress˜ ao Simples -MQO para elasticidade-pre¸ co (utilizan do to das as v ari´ av eis e retirando as v ari´ av eis n˜ ao-significativ as) Vari ´av eis Curto Prazo L on go Prazo Mo delo Completo Mo delo sem as v ari ´av eis Mo delo Completo Mo delo sem as v ari ´av eis n ˜ao-sign ificativ as n ˜ao-significativ as Co eficien tes In tercepto -0,974 -1,202 -1,227 -1,417 (0,184) (0,080) (0,346) (0,125) Tip o de Energi a (V ari ´av el exclu ´ıda: ´ Alco ol) Com bust ´ıv el 0,298 0,867 0,878 (0,178) (0,158) (0,157) Diesel 0,179 0,612 0,624 (0,368) (0,216) (0,213) Eletricidade 0,423 0,406 0,676 0,882 (0,231) (0,179) (0,358) (0,141) Energia 0,745 0,996 (0,385) (0,199) Gasolina 0,478 0,369 0,706 0,709 (0,132) (0,113) (0,112) (0,111) ´ OleoCom bust ´ıv el 0,755 1,025 1,005 1,236 (0,256) (0,207) (0,361) (0,234) Outros 1,189 1,181 0,603 0,730 (0,475) (0,480) (0,269) (0,198) Dados (V ari ´av eis exclu ´ı das: Cross-Section e P ain el) S ´erie T emp oral 0,309 0,487 0,296 0,271 (0,131) (0,105) (0,090) (0,087) P erio dicidade (V ari ´av el exclu ´ıda: An ual) Mensal -0,236 -0,334 -0,371 (0,173) (0,124) (0,111) Outros 0,087 0,085 (0,220) (0,142) Regi ˜ao (V ari ´av el ex clu ´ıda: Brasil) N˜ ao-Brasil -0,086 (0,108) Setor (V ari ´av el exclu ´ıda: N ˜ao-T ransp orte) T ransp orte -0,221 (0,325) Publica¸ c ˜ao (V ari ´av el exclu ´ıda: Artigo) N˜ ao-Artigo 0,438 0,454 0,141 0,145 (0,116) (0,109) (0,086) (0,082) Obs .: Entr e p ar ˆenteses est˜ ao os err os asso ciados `as estimativas de cada co efi ciente.

(40)

4.1 Modelo de Regress˜ao Linear - M´ınimos Quadrados Ordin´arios (MQO) 39 T ab ela 8: Comparativ o do Mo delo de Regress˜ ao Simples -MQO para elasticidade-renda (utilizando to das as v ari´ av eis e retirando as v ari´ av eis n˜ ao-significativ as) Vari ´av eis Curto Prazo L on go Prazo Mo delo Completo Mo delo sem as v ari ´av eis Mo delo Completo Mo delo sem as v ari ´av eis n ˜ao-sign ificativ as n ˜ao-significativ as Co eficien tes In tercepto 0,401 0,461 1,110 1,278 (0,074) (0,023) (0,187) (0,144) Tip o de Energi a (V ari ´av el exclu ´ıda: ´ Alco ol) Com bust ´ıv el 0,062 0,115 0,364 0,305 (0,073) (0,048) (0,140) (0,133) Diesel 0,293 0,142 (0,184) (0,156) Eletricidade -0,018 -0,582 -0,761 (0,093) (0,192) (0,153) Energia -0,245 -0,459 (0,212) (0,169) Gasolina -0,033 -0,153 -0,212 (0,132) (0,112) (0,111) ´ OleoCom bust ´ıv el 0,247 0,136 0,355 (0,121) (0,080) (0,239) Outros -0,849 -1,028 (0,210) (0,179) Dados (V ari ´av eis exclu ´ı das: Cross-Section e P ain el) S ´erie T emp oral 0,071 0,164 0,172 (0,063) (0,075) (0,074) P erio dicidade (V ari ´av el exclu ´ıda: An ual) Mensal 0,074 -0,048 (0,071) (0,095) Outros -0,050 -0,267 -0,188 (0,104) (0,123) (0,104) Regi ˜ao (V ari ´av el ex clu ´ıda: Brasil) N˜ ao-Brasil -0,014 0,198 0,186 (0,041) (0,078) (0,077) Setor (V ari ´av el exclu ´ıda: N ˜ao-T ransp orte) T ransp orte -0,443 -0,602 (0,191) (0,148) Publica¸ c ˜ao (V ari ´av el exclu ´ıda: Artigo) N˜ ao-Artigo -0,101 -0,072 -0,227 -0,230 (0,044) (0,038) (0,071) (0,069) Obs .: Entr e p ar ˆenteses est˜ ao os err os asso ciados `as estimativas de cada co efi ciente.

(41)

4.1 Modelo de Regress˜ao Linear - M´ınimos Quadrados Ordin´arios (MQO) 40

Assim como antecipado em Labandeira et al (2017), n˜ao ´e esperado que o modelo

estimado por M´ınimos Quadrados Ordin´arios passe pelos testes de espeficia¸c˜ao. Ap´os a

realiza¸c˜ao do teste de “Shapiro-Wilk”, observou-se que, a um n´ıvel de significˆancia de 5%,

foi rejeitada a hip´otese de normalidade para os res´ıduos do modelo estimado para o pre¸co

no longo prazo, como pode ser observado na Tabela 9 e na Figura 7.

Tabela 9: Teste de Shapiro-Wilk para normalidade do modelo

Elasticidade Prazo p-valor

Renda Curto 0, 537

Renda Longo 0, 059

Pre¸co Curto 0, 073

Pre¸co Longo 3, 78e-05

Obs.: Se o p-valor for menor que 0, 05, o modelo n˜ao apresenta normalidade

Figura 7: QQ-Plot’s para os quatro modelos estimados

Mais grave ainda foi a viola¸c˜ao da hip´otese de homocedasticidade nos dois motelos

estimados para o pre¸co. Como consta na Tabela 10, que mostra os resultados do teste de

“Breusch-Pagan”, para avaliar a hip´otese de a variˆancia do erro constante. Neste teste, a

hip´otese nula ´e de que a variˆancia do erro ´e constante. Se o p-valor encontrado for menor

que 0,05, ent˜ao o modelo n˜ao apresenta homocedasticidade. Apenas para os modelos que

(42)

4.2 Modelo de Regress˜ao Linear - M´ınimos Quadrados Generalizados (MQG) 41

Tabela 10: Teste de Breusch-Pagan para variˆancia do erro constante

Elasticidade Prazo p-valor

Renda Curto 0, 593

Renda Longo 0, 798

Pre¸co Curto 0, 012

Pre¸co Longo 2, 40e-06

Obs.: Se o p-valor for menor que 0, 05, o modelo n˜ao apresenta homocedasticidade

Ou seja, no caso das meta-regress˜oes que explicam a elasticidade-pre¸co [curto prazo e

longo prazo], temos heterocedasticidade no termo de erro.

Para corrigir o problema, tal como feito em Labandeira et al (2017), empregamos

o m´etodo de M´ınimos Quadrados Generalizados para estimar os parˆametros da

meta-regress˜ao em todos os modelos, com o intuito de aumentar a precis˜ao das estimativas

obtidas e ter resultados mais robustos para os testes de significˆancia dos coeficientes.

4.2

Modelo de Regress˜

ao Linear - M´ınimos

Quadra-dos GeneralizaQuadra-dos (MQG)

Dado o problema de heterocedasticidade verificado na Tabela 10, todos os modelos

foram reestimados utilizando o m´etodo de M´ınimos Quadrados Generalizados. Vale

ressal-tar que o MQG utilizado nas an´alises foi o m´etodo de M´ınimos Quadrados Generalizados

Fact´ıvel, conforme mencionado na Se¸c˜ao 3.4 deste trabalho. Tamb´em conforme

mencio-nado anteriormente, o m´etodo particular de M´ınimos Quadrados Ponderados foi utilizado

com o seguinte procedimento: primeiramente, o res´ıduo do modelo original foi elevado

ao quadrado. Em seguida, foi definida a vari´avel logaritmo do quadrado dos res´ıduos.

Tal vari´avel foi regredida em um modelo auxiliar em que os regressores originais foram

utilizados assim como as intera¸c˜oes entre eles. As previs˜oes deste modelo auxiliar foram

empregadas para se obter uma previs˜ao da variˆancia dos termos de erro atrav´es do uso da

fun¸c˜ao exponencial. Os pesos utilizados no m´etodo de MQG corresponderam ao inverso

da variˆancia estimadas desta forma.

Ap´os a estima¸c˜ao dos modelos pelo m´etodo de MQG, foi refeito o teste de

“Breusch-Pagan” para testar a hip´otese de homocedasticidade dos erros nos 4 modelos corrigidos.

Assim como em Labandeira et al (2017), todos os modelos passam pelo teste de

(43)

4.2 Modelo de Regress˜ao Linear - M´ınimos Quadrados Generalizados (MQG) 42

Tabela 11: Teste de Breusch-Pagan para variˆancia do erro constante nos modelos

utili-zando MQG

Elasticidade Prazo p-valor

Renda Curto 0, 358

Renda Longo 0, 208

Pre¸co Curto 0, 867

Pre¸co Longo 0, 736

Obs.: Se o p-valor for menor que 0, 05, o modelo n˜ao apresenta homocedasticidade

Cabe observar que, al´em do problema de heterocedasticidade encontrado em alguns

modelos quando utilizado o m´etodo de MQO, todos os modelos que utilizaram o m´etodo

de MQG apresentaram melhor ajuste quando comparados aos modelos que utilizaram

o m´etodo de MQO, tendo estes apresentado problemas de heterocedasticidade ou n˜ao.

Tal observa¸c˜ao pode ser confirmada ao analisar o R2 ajustado de cada modelo, conforme

consta nas tabelas que encontram-se no apˆendice deste trabalho. Para fins de

inter-preta¸c˜ao, portanto, consideraremos apenas as elasticidades obtidas nos modelos estimados

via MQG.

(44)

4.2 Modelo de Regress˜ao Linear - M´ınimos Quadrados Generalizados (MQG) 43 T ab ela 12: Mo delo de Regress˜ ao -M ´ınimos Qu adrados Generalizados (MQG) -para Elasticidade Pre¸ co e Ren da V ari ´av eis Pre¸ co Renda Curto Prazo Longo Prazo Curto Prazo Longo Prazo Co eficien tes In tercepto -1,121 -1,20 9 0,471 1,154 (0,101) (0,179) (0,025) (0,124) Tip o de Energia (V ari ´av el exclu ´ıda: ´ Alco ol) Com bust ´ıv el 0,362 0,806 0,14 0,372 (0,123) (0,103) (0,043) (0,092) Diesel 0,536 0,678 (0,228) (0,082) Eletricidade 0,409 0,606 -0,767 (0,133) (0,197) (0,132) Energia 0,716 -0,554 (0,204) (0,137) Gasolina 0,48 0,698 -0,205 (0,127) (0,103) (0,085) ´ OleoCom bust ´ıv el 1,033 0,953 (0,116) (0,162) Outros 0,576 -1,057 (0,082) (0,143) Dados (V ari ´av eis exclu ´ıd as: Cross-Section e P ain e l) S ´erie T emp oral 0,458 0,227 0,224 (0,129) (0,069) (0,07) P erio dicidade (V ari ´av el exclu ´ıda: An ual) Mensal -0,197 (0,095) Outros 0,13 * (0,082) Regi ˜ao (V ari ´av el e xclu ´ıda: Brasil) N˜ ao-Brasil -0,129 0,31 (0,068) (0,061) Setor (V ari ´av el exclu ´ıda: N ˜ao-T ransp orte) T ransp orte -0,256 * -0,62 (0,162) (0,12) Publica¸ c ˜ao (V ari ´av el exclu ´ıda: Artigo) N˜ ao-Artigo 0,109 -0,09 -0,172 (0,064) (0,034) (0,059) Obs .: Entr e p ar ˆenteses est˜ ao os err os asso ciados `as estimativas de cada co efic iente. * Obs .: O n ´ıvel de significˆ ancia adotado foi de 11%.

(45)

4.2 Modelo de Regress˜ao Linear - M´ınimos Quadrados Generalizados (MQG) 44

O intercepto deste modelo faz referˆencia ao tipo de energia ´Alcool, utilizando dados de

“Cross-Section” ou Dados de Painel, com periodicidade Anual, tendo como regi˜ao o Brasil,

no setor de N˜ao Transporte, cuja publica¸c˜ao foi um Artigo. Portanto, as

elasticidades-pre¸co deste intercepto foi, respectivamente para curto e longo prazo, -1,121 e -1,209, enquanto para elasticidade-renda foi de 0,471 e 1,154, respectivamente para curto e longo

prazo. O resultado do intercepto est´a de acordo com a literatura, como por exemplo

em Graham & Glaister (2002) e Labandeira et al (2017), onde as elasticidades-pre¸co apresentam sinal negativo enquanto de as elasticidades-renda apresentam sinal positivo.

Al´em disso, as elasticidades de longo prazo s˜ao mais el´asticas do que as de curto prazo, o

que tamb´em est´a de acordo com as expectativas te´oricas.

Analisando os resultados obtidos para os tipos de energia, quando s˜ao observadas as

elasticidades-pre¸co, nota-se que praticamente todos os tipos de energia tˆem elasticidades

estatisticamente diferentes do ´Alcool, com exce¸c˜ao das subcategorias “Energia” [que

re-flete o agregado das fontes] e “Outros”. Foi notado tamb´em que todos os sinais est˜ao de

acordo com a literatura, e que o tipo de energia “ ´Alcool” possui a maior elasticidade-pre¸co

dentre os tipos de energia, tanto no curto quanto no longo prazo.

Quando s˜ao analisados os tipos de energia observando as elasticidades-renda o cen´ario

´e um pouco diferente. Assim como na elasticidade-pre¸co, todos os sinais est˜ao de acordo

com a literatura, por´em h´a muita diferen¸ca na compara¸c˜ao de curto e longo prazo. No

curto prazo, praticamente todos os tipos de energia se comportam como o “ ´Alcool”,

en-quanto que no longo prazo apenas “Diesel” e “ ´Oleo Combust´ıvel” tem comportamento

se-melhante. Diferente do que ocorre na elasticidade-pre¸co, o tipo de energia “Combust´ıvel” possui a maior elasticidade-renda, tanto no curto quanto no longo prazo.

Esperava-se que as vari´aveis “Regi˜ao” e “Setor” fossem exercer um fator significativo

nos modelos. Nas elasticidades-pre¸co, as duas vari´aveis exercem uma fun¸c˜ao parecida.

Caso a regi˜ao analisada n˜ao seja “Brasil” e/ou caso o setor analisado seja “Transporte”,

o modelo se torna mais el´astico. Quando analisamos a elasticidade-renda, a vari´aveis se

comportam de maneira diferente. Enquanto que a regi˜ao n˜ao ser “Brasil” aumenta a

elasticidade, o setor ser “Transporte” diminui a elasticidade, numa raz˜ao praticamente

que o sobro em rela¸c˜ao ao “Setor”. A influˆencia do setor “Transporte” nas

elasticidades-renda de longo prazo foram bastante significativas, fazendo com que a elasticidade tivesse

uma redu¸c˜ao de 0,62 em seu valor.

Era esperado que as vari´aveis “Tipo de Dados”, “Periodicidade” e Publica¸c˜ao n˜ao

(46)

4.2 Modelo de Regress˜ao Linear - M´ınimos Quadrados Generalizados (MQG) 45

menos um dos modelos, tais vari´aveis tiveram influˆencia no valor da elasticidade, com

destaque para os tipos de Dados. A escolha do tipo de Dado utilizado foi um fator significativo para o valor da elasticidade. Se na elasticidade-pre¸co de curto prazo, por

exemplo, o tipo de dado escolhido for de S´eries Temporais, a elasticidade-pre¸co tem uma

redu¸c˜ao de 0,458. Esse resultado nos mostra que o cuidado com a escolha do tipo de dado

analisado ´e importante para uma boa estima¸c˜ao de elasticidade.

Em rela¸c˜ao `a consistˆencia do modelo estimado, numa r´apida compara¸c˜ao com o artigo

de Labandeira et al (2017), mesmo o artigo mencionado contando com praticamente

o triplo de observa¸c˜oes, obtivemos um melhor ajuste em nosso modelo. O artigo de

Labandeira et al (2017) obteve um R2 ajustado para a elasticidade-pre¸co de curto e longo

prazo de, respectivamente, 0,134 e 0,479. J´a o atual trabalho, tamb´em para

(47)

46

5

Conclus˜

ao

Este trabalho conduziu uma meta-regress˜ao de estudos emp´ıricos estimando a

elasticidade-pre¸co e elasticidade-renda da demanda de energia no Brasil. Ao contr´ario dos estudos

anteriores, que se concentraram principalmente em fontes energ´eticas espec´ıficas, o

tra-balho considerou a energia agregada, bem como a demanda pelos produtos energ´eticos

mais importantes: ´alcool, eletricidade, g´as natural, gasolina, etc. Apesar de existirem

trabalhos que versam sobre o mesmo assunto a n´ıvel global, uma meta-regress˜ao sobre o

mesmo tema que tenha o Brasil como regi˜ao espec´ıfica ´e pioneiro.

´

E de suma importˆancia o conhecimento das elasticidades de pre¸co e renda da demanda

de energia numa determinada regi˜ao, principalmente, para um bom gerenciamento e

pla-nejamento da oferta de energia. A primeira nos ajuda a entender como o choque nos

pre¸cos da energia afetam o consumo em um n´ıvel individual. J´a a segunda nos apresenta

o padr˜ao de consumo em rela¸c˜ao a varia¸c˜ao da renda de uma determinada popula¸c˜ao.

Os resultados deste trabalho mostram que, em m´edia, a literatura estimou que o

´

Alcool ´e mais el´astico do que a Gasolina, na compara¸c˜ao dos dois combust´ıveis mais

utilizados por ve´ıculos leves no Brasil. Outro resultado esperado, e que se confirmou, foi

que as vari´aveis Setor e Regi˜ao afetam as estimativas de elasticidades.

Outra importante observa¸c˜ao foi em rela¸c˜ao aos tipos de Dados. Era esperado que

as vari´aveis tipo de Dados, Periodicidade e Publica¸c˜ao n˜ao fossem significativas para o

modelo. Tais vari´aveis, n˜ao s´o foram significativas, como a vari´avel tipo de Dados teve

muita relevˆancia para determinar o valor das elasticidades.

Finalmente, os resultados deste trabalho permitem a identifica¸c˜ao de bens de energia

em que o consumo ´e mais suscet´ıvel a mudan¸cas de pre¸cos e renda. Tal informa¸c˜ao

e entendimento de como se comportam a demanda de energia no Brasil, o qual este

trabalho se propˆos a fazer, s˜ao de suma importˆancia para an´alises e proje¸c˜ao futuras e,

em conjunto com outros fatores relevantes, ajudam a definir pol´ıticas energ´eticas, tanto a

(48)

5 Conclus˜ao 47

n´ıvel ambiental, onde a gera¸c˜ao de res´ıduos provocados por um bem n˜ao muito utilizado

(49)

48

Referˆ

encias

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Referências

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