Reestruturação do Complexo Turístico e Histórico de Mimoso
Distrito de Mimoso
Santo Antônio do Leverger - MT
Reestruturação
Memorial Rondon
Piso Principal: 2.141,62m2
No piso principal estão previstas as atividades comunitárias e de apoio ao turismo, como venda de artesanato, guias e informações. Estão localizados neste piso os sanitários masculino/feminino, PNE masculino/feminino e DML totalizando 60 m², uma sala para projeção de vídeos (27,5 m²) e ainda um depósito (27,5 m²). O piso já se encontra construído, tendo sido executado em chapas metálicas, em desacordo com o projeto original, que previa deck de madeira Itaúba ou Piúva. Devido a esta alteração foi estabelecido na revisão do projeto que as chapas metálicas serão mantidas e perfuradas para possibilitar passagem de água de chuva e sobre elas será colocado o piso originalmente projetado, tipo deck em madeira nas laterais da circulação conforme detalhe, e será ainda incorporada uma circulação central em concreto liso na cor amarelo ocre, usando as chapas metálicas existentes como forma.
Piso do Mezanino: 983,31m²
No mezanino serão localizadas as salas de exposição (412 m²), a biblioteca (247 m²) e quatro salas de apoio, sendo uma sala técnica de controle de som/iluminação e para administração do Memorial e também servindo de apoio ao gerenciamento urbano da comunidade de Mimoso, em conjunto com a prefeitura de Sto. Antônio de Leverger (30,5 m²); outra sala de igual dimensão para curadoria das exposições, cuidados e manutenção especial das peças a serem expostas(30,50 m²); uma outra sala para laboratório de campo em conjunto com universidades interessadas (30,50 m²) e finalmente uma sala para apoio de almoxarifado e material de limpeza (30,5 m²).
O mezanino também teve seu piso executado em chapas metálicas, em desacordo com o projeto, e será, portanto recoberto por uma camada concreto liso na cor amarelo ocre, com 7 cm de espessura, sendo afastada das laterais (cobertura – parede) por uma faixa de tela com 50 cm de largura e inclinada em relação ao piso, proporcionando a iluminação natural desejada de ambos os lados além de permitir a ventilação dos ambientes, renovando o ar e impedindo a entrada de insetos.
Piso da passarela principal: 239, 65 m²
Este piso já foi executado em chapas de aço em descordo com o projeto e deverá ser recoberto por madeira tipo deck, com furação das chapas.
Piso do Jazigo e passarela de acesso: 124, 25 m²
Estes pisos já foram igualmente executados em chapas de aço e deverão ser recobertos por madeira tipo deck, com furação das chapas.
Cobertura
A cobertura projetada é dividida em duas partes:
1. A primeira é a cobertura propriamente dita, sendo do tipo telhas termo acústicas, que são fabricadas como um sanduíche de chapas, sendo a primeira uma chapa de alumínio com 2 mm de espessura na cor natural do material e a segunda uma chapa igualmente de alumínio e perfurada por furos com 0,5 cm de diâmetro; as duas chapas estão separadas por recheio de EPS – isopor – com espessura de aproximadamente 4 cm. 2. A segunda é constituída por um conjunto de ripamentos de madeira
espaçados cerca de 45 cm da primeira camada da cobertura (alumínio+EPS+alumínio) e apoiada numa estrutura complementar tipo treliça metálica de forma a cobrir as telhas e proporcionar sombra, procurando garantir temperaturas mais amenas no interior da edificação e sempre que possível evitando o uso de ar-condicionado. A madeira também é um elemento que impedirá o reflexo das telhas termo acústicas evitando ofuscamento e garantido um visual mais próximo do desenho das habitações indígenas, nas quais o projeto buscou referências.
Chapa de alumínio Ripamento de madeira
Deck madeira Itaúba/Piúva Faixa de tela
Paredes e divisórias
As divisórias internas serão de material denominado Drywall, conforme indicado no projeto. As paredes de fechamento externo das áreas da biblioteca e salas de exposição serão em tela, bem como aquelas que dão para os vazios de piso que abrigam escadas e elevadores.
As paredes dos sanitários, sala de vídeo e depósito serão em chapas metálicas pintadas com tinta epóxi na cor branco neve.
Energia elétrica da rede / placas fotovoltaicas
A energia elétrica será da rede pública fornecida pela concessionária. Uma estrutura de placas fotovoltaicas abastecerá complementarmente o Memorial, reduzindo custos e ampliando o caráter sustentável da edificação. Estas placas estarão apoiadas na mesma estrutura que sombreia as telhas termo acústicas, reduzindo parcialmente o uso da madeira, porém mantendo o sombreamento desejado.
Esgotamento sanitário
O sistema de esgotamento sanitário é do tipo estação compacta conforme demanda calculada e demais informações de projeto executivo. O Memorial possui os sanitários apenas no piso principal sendo utilizados pela comunidade em geral, turistas e funcionários; no mezanino as instalações hidráulicas se resumem a apenas duas pias para o laboratório de campo e um tanque no DML.
Abastecimento de água
O abastecimento de água será através de poço artesiano existente nas imediações do Memorial e que também já é usado pela comunidade, conforme indicado em projeto.
Indicações dos reparos a serem executados na estrutura
1. Piso da passarela
O piso da passarela foi executado em desconformidade com o projeto original que previa uma estrutura em madeira coberta por piso em réguas de Itaúba ou Piúva, com 10 cm de largura por 4 cm de altura e 2,30 m de comprimento, conforme indicado nos desenhos executivos. Considerando que as chapas já se encontram soldadas e também o alto custo para sua remoção, recomenda-se a sua utilização como apoio
para o deck, apenas fazendo uma furação adequada nas chapas para que a agua de chuva que atravessar o deck possa escoar.
2. Guarda-corpos
Os guarda-corpos já se encontram executados e devido ao longo tempo sem manutenção o que acarretou desalinhamento entre eles, recomenda-se que seja introduzida uma barra de ferro doce com uma polegada de espessura para funcionar como travamento e corrimão, conforme detalhado na revisão do projeto. A cordoalha utilizada não é de aço como especificado no projeto original, sendo necessária a sua total substituição.
3. Estrutura da passarela
Os pilaretes foram executados em desacordo com o projeto original que previa o uso de madeira Aroeira; a substituição por pilaretes de concreto é aceitável, porém uma grande quantidade deles necessitará passar por um processo de recuperação uma vez que a ferragem está exposta comprometendo a segurança e o visual da obra.
4. Arranques em concreto da estrutura principal do Memorial
As peças em concreto foram bem executadas e se encontram em perfeitas condições, necessitando apenas de limpeza.
5. Estrutura metálica principal do Memorial
As diversas partes da estrutura foram bem executadas e se encontram em boas condições, apenas com ligeiros pontos de ferrugem, necessitando de pintura de manutenção e preparo da base para receber a pintura definitiva em epóxi.
6. Escadas
As duas escadas foram executadas em desacordo com o projeto e será necessário que sejam retiradas e substituídas por outras de acordo com o projeto que prevê escadas retráteis, com dois estágios, conforme detalhado. Também foram acrescentadas vigas suplementares para apoio das escadas e que não constavam do projeto original de estrutura – estas vigas devem ser mantidas na posição em que se encontram, apenas recalculadas suas dimensões, retirando o apoio tipo mão francesa que foi colocado.
7. Piso principal
Este piso foi executado em desconformidade com o projeto original que previa uma estrutura em madeira coberta por piso em réguas de Itaúba ou Piúva, conforme indicado nos desenhos executivos.
Considerando que as chapas já se encontram soldadas e também o alto custo para sua remoção, recomenda-se a sua utilização como apoio para o deck, apenas fazendo uma furação adequada nas chapas para que a agua de chuva que atravessar o deck possa escoar. A área central desse piso será executada em concreto conforme detalhado. 8. Piso mezanino
O piso do mezanino foi executado em desconformidade com o projeto original que previa uma estrutura em madeira coberta por piso em réguas de Itaúba ou Piúva, com 10 cm de largura por 4 cm de altura e 2,30 m de comprimento, conforme indicado nos desenhos executivos. Considerando que as chapas já se encontram soldadas e também o alto custo para sua remoção, recomenda-se a sua utilização como apoio para a laje de concreto com 7 cm de espessura, conforme detalhado. 9. Estrutura do jazigo
A execução do jazigo foi de péssima qualidade, desde a estrutura dos arranques em concreto até a execução dos pórticos em aço e seu assentamento, estando inclusive a estrutura fora de prumo, o que pode ser verificado. Faz-se necessária neste caso o desmonte e a reconstrução desta área do projeto e que será a mais simbólica pois devera receber os restos mortais do marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.
José Afonso Botura Portocarrero Arquiteto CAU A2695-6