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Vista do Análise da Administração do Capital de Giro em uma Empresa Localizada na Cidade de Guaratinguetá.

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Revista de Administração da Fatea

Ed. 3, No.3 – janeiro/dezembro 2010

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Análise da Administração do Capital de Giro em uma Empresa

Localizada na Cidade de Guaratinguetá

Adriano José Sorbile de Souza: adriano.sorbile@gmail.com Cecília Aparecida Bento: ccbent@gmail.com

Ricardo Zerinto Martins: zerinto@gmail.com

Prof. Edson da Silva Lopes: edson_lopes@tekno.com.br

Prof. Me Henrique Martins Galvão: curso.adm.fatea@gmail.com Resumo:

Com o aumento da concorrência em escala global a administração do Capital de Giro passa a ser um dos fatores determinantes para o sucesso das empresas, independente do porte ou do ramo de negócio. O presente estudo tem como objetivo avaliar qual a importância que é dada ao Capital de Giro em uma empresa localizada na região do Vale do Paraíba, na cidade de Guaratinguetá. Com base nas informações obtidas através de questionário previamente elaborado e aplicado junto à diretoria financeira da empresa estudada. Foram feitas análises e interpretações dos resultados, procurando constatar se a mesma utiliza as ferramentas e técnicas disponibilizadas para a administração do Capital de Giro, além do monitoramento por índices financeiros e econômicos. Os resultados obtidos propõem-se avaliar efetivamente qual a importância da administração do Capital de Giro.

Palavras-chave: Administração do Capital de Giro; Análises e interpretações de

resultados; Índices Financeiros e Econômicos.

Abstract:

With increasing competition in global management of Working Capital becomes a decisive factor for business success, regardless of size or line of business. This study aims to evaluate the importance that is given to working capital in a company located in the Vale do Paraíba, the city of Guaratinguetá. Based on information obtained through a questionnaire previously developed and implemented by the CFO – (Chief Financial Officer) of the company studied, were analyzed and interpreted the results. We tried to see if it uses the tools and techniques available for management of Working Capital, as well as by monitoring economic and financial indices. The results aim to effectively evaluate how important is the management of Working Capital.

Keywords: Working Capital; Cash Flow Planning; Finance Management. INTRODUÇÃO

A administração do capital de giro consiste numa fonte poderosa da administração financeira, contribuindo para analises e tomadas de decisões de forma segura e evitando riscos que possam comprometer a saúde financeira da empresa. Para se manter competitivo numa economia globalizada torna-se determinante uma eficiente administração do capital de giro, possibilitando maior eficácia organizacional para atingir os objetivos e as metas de curto, médio e de longo prazo. A administração do capital de giro abrange as análises da liquidez, do capital circulante líquido, dos ciclos econômico-financeiro e operacional, do giro dos negócios, bem como as contas do ativo e do passivo circulante, os quais afetarão o capital de giro. Segundo Gitman (2002) a administração do capital de giro compreende a administração das contas circulantes da empresa, destacando as mais importantes:

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 Passivos circulantes: duplicatas a pagar, títulos a pagar (fornecedores) e despesas provisionadas a pagar;

 Provisões de passivos: salários e encargos a pagar, juros a pagar, impostos a recolher, dentre outros.

As respectivas contas resultam da aplicação do regime de competência e no reconhecimento de despesas já incorridas, mas ainda não pagas. Assaf Neto (2000) explica que é importante para o analista a compreensão mais ampla do conceito de capital circulante líquido, partindo-se não da simples diferença a aritmética entre ativo e passivo circulante, mas do nível de recursos permanentes aplicados no curto prazo. Esse conhecimento é aplicado não só para uma avaliação melhor da liquidez da empresa, como também para uma visualização mais adequada de sua posição de equilíbrio financeiro.

Neste contexto, Padoveze (2009) acrescenta que a gestão de todo fluxo das atividades é, normalmente, denominada de gestão do capital de giro, no qual as transações são executadas e o lucro pode ser gerado. A esses dois aspectos considera-se a eficiência da gestão de operações, objetivando minimizar os efeitos de eventos econômicos do fluxo operacional. A gestão operacional corresponde à gestão dos componentes do capital de giro da empresa, os quais devem ser gerenciados em conjunto com a gestão dos recursos imobilizados. Os fluxos econômico, financeiro e patrimonial decorrem do fluxo operacional.

Portanto, cada gestor operacional é responsável pelos aspectos operacionais, econômicos, financeiros e patrimoniais, associadas às respectivas atividades. Sendo assim, cada gestor é responsável pelo lucro ou prejuízo gerado por sua atividade. Para superar esse desafio, as empresas buscam ações voltadas para a boa administração do capital de giro, recorrendo a utilizações de técnicas adequadas a suas necessidades conforme poderá se, observar na análise e interpretação dos resultados obtidos da empresa pesquisada.

Nesse sentido, o capital de giro corresponde ao conjunto de valores necessários para que a empresa possa fazer seus negócios acontecerem (girar), ou seja, o capital em giro são bens e valores efetivamente em uso, dependendo de cada empresa sua administração exigirá um esforço muito maior comparativamente ao requerido pelo capital.

Para esse estudo utilizou-se a pesquisa dissertativa e de caráter qualitativo junto a uma indústria de capital aberto, localizada na cidade de Guaratinguetá. Para tanto, procurou-se verificar de que modo a área financeira emprega as ferramentas para análise do capital de giro e o monitoramento por meio dos indicadores econômicos e financeiros.

2 – FUNDAMENTAÇÃO

2.1 Planejamento e Orçamentos de Caixa

Para Groppelli e Nikbakht (2006) a principal parte do planejamento financeiro é a administração da liquidez. Em termos simples, o propósito da administração da liquidez é assegurar que a companhia nunca tenha deficiência de caixa. Com essa técnica, um administrador financeiro compara os recebimentos de caixa futuros com os pagamentos de caixa futuros numa base mensal e determina o excesso ou a falta de caixa mensal. O resultado é um orçamento de caixa por meio do qual o financiamento futuro da empresa pode ser previsto. Sendo assim, o orçamento de caixa, quando elaborado em tempo hábil, permitirá ao administrador financeiro saber antecipadamente quanto e quando serão os momentos que ocorrerão faltas de recursos para honrar seus compromissos de curto prazo e a partir dessa constatação, captar junto ao mercado o

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capital de giro necessário para não comprometer as operações do dia-a-dia na organização.

O Fluxo de Caixa orçado pode ser dividido em três grandes fluxos de atividade: operacionais, de investimentos e de financiamentos. Conforme Padoveze (2009), o Orçamento de Caixa corresponde ao encerramento do ciclo do processo orçamentário e dos seus saldos iniciais e finais para o período. Portanto, é mais fácil entender o Saldo de Caixa, ou Orçamento de Caixa, como um dado residual. O Saldo de Caixa é o que sobra (ou eventualmente falta) após todas as transações operacionais, de investimentos e financiamentos serem projetados.

Para Assaf Neto (2000), o analista pode defrontar-se, com situações aparentemente conflitantes, como, por exemplo, a verificação de uma redução do caixa (liquidez imediata) num período em que a empresa obteve excelentes lucros. Para o esclarecimento dessas situações, é importante que sejam identificadas as origens e as aplicações dos valores de caixa, de forma que se possa justificar seu saldo. De acordo com Gitman (2002), o orçamento de caixa é um importante instrumento de planejamento que oferece ao administrador financeiro uma visão clara do momento em que são consumados os recebimentos e pagamentos previstos durante um determinado período.

A Figura 1 demonstra de um lado, os fluxos financeiros e legais e de outro, os fluxos operacionais. Para os fluxos financeiros e legais, pode-se destacar: juros ativos e passivos, recolhimento de impostos, captação e amortização junto a terceiros e por fim valores que são movimentados com os sócios (acionistas). Os fluxos operacionais estão diretamente relacionados com a atividade fim da organização, iniciando com a compra de matéria prima, investimentos em ativos permanentes, despesas operacionais durante o processo produtivo e as vendas até o seu efetivo recebimento.

Figura 1: Fluxos Financeiros, Legais e Operacionais. Fonte: Gitman (2002)

Para o Planejamento Financeiro, pode-se destacar que o Orçamento de Caixa demonstra todos os fluxos financeiros, legais e operacionais nas datas em que os mesmos estarão ocorrendo. Possíveis faltas e sobras serão detectadas antecipadamente, permitindo ao administrador financeiro, efetuar captações ou aplicações de recursos sem comprometer o dia-a-dia da organização.

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2.2 Administração de Estoques

A gestão de estoques é diferente da administração de outros ativos e obrigações. Esses ativos têm um teor físico, o que não se igualam aos ativos puramente financeiros. Porém, como outros ativos, os estoques representam custos significativos para as empresas, e sua gestão eficiente torna-se fator essencial de competitividade. De outro modo, com enfoque no capital de giro, o administrador financeiro deve buscar a minimização das necessidades de investimentos em estoques. Sanvicente (1997) explica que apesar dos investimentos em estoques contribuírem para geração de lucro, além de reduzir a rotação geral dos recursos, pode comprometer a rentabilidade geral da empresa e produzir custos decorrentes de sua manutenção.

Entretanto, Padoveze (2009), destaca que para muitas empresas o estoque de produtos acabados é estratégico. O negócio da empresa é ter produtos acabados sempre à mão para pronto-atendimento ao cliente. Um exemplo disso é o comércio. Este tipo de estratégia não colide com o conceito financeiro de menor investimento em capital de giro. Deve-se sempre buscar o mínimo investimento em capital de giro e em estoques, sejam eles de produtos acabados, intermediários ou de materiais. Em outras palavras, se para algumas empresas é estratégico ter sempre estoque de produtos acabados, este volume estratégico disponível deverá ser sempre o menor possível. O menor possível significa dizer, volumes reduzidos sem que os mesmos comprometam a produção face aos volumes de vendas pretendidos.

A política de estocagem de produtos acabados é traduzida em dias de vendas, por tipo ou segmento de produto. A empresa tem informações e experiências que permitem fixar qual deve ser o estoque mínimo a ser mantido das vendas. Além disso, deve ser incorporada a eventual mudança de política de estocagem, seja maior ou menor. Há possibilidade de a empresa desejar um reabastecimento maior, ou, o oposto, uma redução da quantidade estocada.

A administração eficiente de estoques assim como a política de estocagem deve ser dinâmica. Por outro lado, as decisões e posturas que foram adequadas em um determinado momento poderão não ser as melhores para outro momento. Segundo Silva (2010) as estratégias de gestão financeira de estoques relatadas nos manuais de finanças e de custos estão concentradas no momento da aquisição de estoques. As estratégias clássicas de gestão de estoques não levam em consideração o risco das estimativas que influenciam os diversos parâmetros das decisões em estoques. Na verdade, uma das hipóteses do modelo mais tradicional da gestão de estoques, o lote econômico de compra (LEC), considera que não existe risco nas variáveis que influenciam o modelo.

Para o administrador financeiro, a política de estocagem deve estar sintonizada com as necessidades do planejamento e controle da produção (PCP), de forma que possíveis faltas de estoques não gerem perdas de vendas com conseqüentes perdas de resultados e nem custos desnecessários causados pelo excesso de estoques.

2.3 Administração de Contas a Receber

De acordo com Padoveze (2009), o saldo de contas a receber (duplicatas a receber de clientes) decorre das vendas a prazo da empresa, e que podem ser tanto uma necessidade do negócio em que a empresa atua, como um procedimento da política de crédito adotado pela companhia. Essa postura pode ser considerada um elemento competitivo diferenciador na empresa e incremento do volume de vendas. Assim, a política de crédito está intimamente associada à variação da quantidade e volume vendido e demandara uma necessidade de capital de giro que será aumentada se o volume de vendas a prazo for aumentado. Além disso, uma variação da política de crédito provocará mais necessidade de capital de giro, se os prazos médios para

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recebimento das vendas aumentarem, bem como o reduzirá, se os prazos médios das vendas diminuírem.

Segundo Sato (apud VIEIRA, 2007) os investimentos nos ativos circulantes apresentam três políticas: a restritiva, a moderada e a agressiva. Enquanto na política restritiva são realizados os investimentos mínimos e necessários ao giro dos negócios, na política moderada procura-se realizar investimentos moderados, já na política agressiva são envolvidos grandes volumes de recursos aplicados no giro dos negócios.

Para Sato (apud BRIGHAM, 2007), essas políticas são tratadas da mesma forma, a política conservadora prevê aplicações em capital de giro maiores para um mesmo nível de produção e vendas, diminuindo o risco de insolvência. De outro modo, uma política média ou agressiva elevaria o risco da empresa mediante progressivas reduções no capital de giro e paralelamente o aumento da rentabilidade devido a disponibilidade de capital para aplicações nos ativos mais rentáveis.

De qualquer forma não se deve perder de vista que a decisão da política a ser praticada pela empresa deve levar em consideração as características de mercado praticadas pelo tipo do negócio no qual opera. Os fatores básicos para determinar a necessidade de capital de giro são:

 Volume de vendas a ser incrementado com a adoção de uma nova política;  Volume de capital necessário para fomentar essa nova política;

 Qual o custo de capital dos investimentos necessários (custo de oportunidade);  Qual a taxa (encargos financeiros) a ser cobrada dos clientes pelos prazos

concedidos nas vendas.

Na administração de contas a receber deve ser adotado a política de crédito adequada, no sentido de minimizar os riscos com os devedores duvidosos. A observação do aumento do índice de inadimplência pode ser reflexo da adoção de uma política menos conservadora. Principalmente quando a empresa busca volumes maiores de vendas a prazo visando atingir as metas previamente estabelecidas. Nesse caso, a análise de crédito é um instrumento importante para orientar os gestores sobre a política de crédito vigente.

Para Gitman (2002), o período de cobrança é afetado não apenas pelas políticas de crédito no que se refere as vendas a prazo, mas também pelas políticas de crédito e de cobrança. As políticas de crédito definem os critérios que a empresa utiliza para determinar a quem se deve conceder crédito, enquanto as políticas de cobrança determinam o esforço despendido pela empresa para receber prontamente as duplicatas a receber provenientes de suas vendas a prazo.

As mudanças nas políticas de crédito e nas políticas de cobrança podem ser usadas como recursos para diminuir o período médio de cobrança, enquanto mantêm ou aumentam os lucros globais. Normalmente, a introdução de um desconto financeiro para pagamento antecipado, o uso de políticas mais restritivas de crédito, ou a introdução de políticas mais agressivas de cobrança reduzirão o período médio de cobrança e o índice de inadimplência da empresa que dessa forma, necessitará de menos capital de giro.

A esse respeito, Groppelli e Nikbakht (2006) relatam que o volume de contas a receber é, basicamente, determinado pelos padrões de crédito da companhia. Se esses padrões forem rigorosos, muito poucos clientes estarão qualificados ao crédito, as vendas irão declinar e, como resultado, as contas a receber diminuirão. Por outro lado, se os padrões de crédito forem mais flexíveis, a empresa atrairá mais clientes, as vendas crescerão, e haverá mais contas a receber. Dar flexibilidade aos padrões de crédito para aumentar as contas a receber tem vantagens e desvantagens. As vantagens são os aumentos nas vendas e nos lucros. As desvantagens se refletem numa maior

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probabilidade de mais contas incobráveis e no custo do financiamento adicional de contas a receber.

Gitman (2002) destaca que “crédito” pode ser considerado uma relação de confiança, ou seja, uma percepção externa que as empresas têm das outras baseada em comportamentos passados e em perspectivas de comportamento no futuro, cujo objetivo é facilitar processos e/ou relacionamentos. Mais comumente, crédito está diretamente relacionado a uma percepção de confiança. A relação do crédito só existirá após haver uma relação de confiança entre a parte vendedora com a parte compradora (cliente). Em outras palavras pode-se dizer, que de um lado alguém se compromete a entregar algum produto ou prestar algum serviço e de outro lado, alguém se compromete a pagar a prazo por esse produto ou por esses serviços.

Entretanto, do ponto de vista competitivo, as empresas procuram adotar políticas mais adequadas aos seus interesses, objetivando maior nível de vendas possível e com o menor nível de risco de crédito possível. Para acompanhar se as políticas de crédito e de cobrança estão adequadas o índice de inadimplência é verificado sistematicamente e comparado a períodos anteriores. Sobre esse assunto

Sato (apud ASSAF NETO, 2007) explica que as análises dos demonstrativos financeiros fornecem dados sobre o desempenho econômico-financeiro. O uso dos indicadores irá permitir a tomada de decisão mais segura para a concessão de crédito para o cliente. O ideal é que haja um equilíbrio em termos de capacidade de pagamento, bem como a empresa analisada apresenta eficiência operacional para a geração de rentabilidade.

Para Gitman (2002), os procedimentos adotados na política de concessão de crédito podem ser considerados como uma “analise subjetiva”. A análise subjetiva consiste em decisões individuais do analista de crédito e com base na experiência, informações e sensibilidade de cada um à concessão de crédito. As informações necessárias para a análise subjetiva são tradicionalmente conhecidas como “Cs” do crédito: Caráter, Capacidade, Condições, Colateral (garantias) e Capital.

 Caráter – Intenção de Pagar: deve-se estar refletida com o desempenho do eventual tomador de crédito, destacando-se os seguintes aspectos: identificação, pontualidade, existência de restrições, experiência em negócios e atuação na praça;

 Capacidade – Habilidade de Pagar: a base para análise e indicação da capacidade é o relatório de visitas, isto é, a constatação “in loco” das condições de operação e funcionamento da organização, destacando-se os seguintes aspectos: estratégia empresarial, organização e funcionamento, capacidade dos dirigentes e tempo de atividade;

 Condições – Ambiente Externo: a análise do ambiente externo pode ser obtida por dados setoriais, nos órgãos técnicos, ou instituições oficiais. Os aspectos que devem ser observados são os seguintes: informações sobre os produtos e mercado, o ambiente macroeconômico e setorial; o ambiente competitivo, e a dependência do governo;

 Colateral – Bens Patrimoniais Vinculados: esta análise prende-se aos bens patrimoniais das pessoas físicas e/ou jurídicas, onde se pode ter a vinculação destes com o contrato de concessão de crédito que ficarão em garantia;

 Capital – Situação Econômico-Financeira: a situação econômico-financeira é extraída dos relatórios contábeis a saber: Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultado do Exercício DRE, Demonstração e Origens de Aplicações de Recursos DOAR, Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido DMPL.

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Estes dois últimos utilizados somente para empresa de Capital Aberto (com ações em bolsa de valores).

Para a administração de contas a receber, seja com políticas restritivas, agressivas ou intermediárias, conclui-se que a mesma deve ser revista periodicamente buscando sempre o equilíbrio financeiro alinhado com os interesses dos proprietários (acionistas) da empresa. Conclui-se também que essas políticas, de crédito e de cobrança, podem ser consideradas estratégicas e poderão influenciar diretamente o volume de vendas pretendido ao longo do ano, além de impactar diretamente no capital de giro.

2.4 Fontes de Financiamento à Curto Prazo

Para Iudícibus e Marion (1999), fontes de financiamento à curto prazo, são as obrigações que normalmente são pagas dentro de um ano, que do ponto de vista contábil são consideradas de curto prazo e são agrupadas e totalizadas no passivo circulante. Independentemente do ramo de negócio e porte da empresa, sempre existirá um nível mínimo de financiamentos a curto prazo: fornecedores, contas a pagar, salários a pagar, aluguel a pagar, encargos sociais e impostos a recolher entre outros para financiar o capital de giro. Tais financiamentos estão relacionados com a atividade operacional. Os fornecedores por representarem recursos oriundos do processo de compras a prazo são chamados de fontes espontâneas de recursos. Já as outras fontes de financiamentos, própria e de terceiros, são chamados de fontes não espontâneas de recursos financeiros.

Para Sato (apud SOUSA e MENEZES, 2007) as fontes geradas pelas próprias operações ou espontâneas podem ser onerosas e não onerosas. Os fornecedores são considerados fontes espontâneas onerosas já que os mesmos embutem encargos financeiros quando o pagamento é a prazo. Porém, existem fontes de financiamentos espontâneas que não são onerosas como os salários a pagar, encargos sociais a recolher, impostos a recolher, aluguel a pagar entre outras.

Com base na origem dessas fontes de recursos, podem ser identificados três tipos de políticas de financiamento das aplicações nos ativos circulantes: a conservadora, a moderada e a agressiva. Para melhor compreensão a respeito dessas políticas faz-se necessário segmentar o capital de giro em dois componentes: o fixo e o sazonal. O componente fixo é formado pelas aplicações mínimas no capital de giro necessárias para manter a empresa em condições normais de funcionamento e o componente sazonal é formado pelas aplicações temporárias no capital de giro decorrentes das flutuações cíclicas nas vendas ocorridas em determinados períodos.

De acordo com Padoveze (2009), em linhas gerais, as empresas buscam desempenhar um modelo de crescimento constante, ganhando ou ampliando mercados. Dentro dessa premissa, há sempre necessidade adicional de capital de giro, ao longo do tempo, pois ele representa os recursos necessários para o desempenho das operações da empresa. Esta sempre deverá observar uma redução do ciclo operacional. Porém, em determinadas condições, esta redução tem limites, e o capital de giro adicional, com crescimento do nível de atividade, é fundamental.

Entretanto, por melhores que sejam as condições do planejamento e do processo de gestão operacional, a realidade dos negócios carrega dentro de si imperfeições, naturais da conjuntura econômica, que afetam o valor da necessidade de capital de giro. Essas condições naturais de mercados imperfeitos imprimem alguma sazonalidade nas necessidades de capital de giro, a qual, juntamente com a evolução das contas, termina por evidenciar dois tipos de comportamento do capital de giro:

 Um cíclico, que responde proporcionalmente à evolução do nível de atividade ao longo do tempo;

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 Um sazonal ou errático, que responde desvinculado da evolução natural do ritmo das operações.

Ambos são demonstrados graficamente a seguir:

Figura 02: Componentes do Capital de Giro: Fixo e Sazonal Fonte: Padoveze (2009)

Instituições que concedem empréstimos com garantia a curto prazo para Gitman (2002), as fontes básicas de empréstimos com garantia a curto prazo a empresas são bancos comerciais e financeiras. Ambas negociam empréstimos com garantia a curto prazo.

As técnicas mais utilizadas pelas empresas para obter financiamento a curto prazo são:

 Caução de Duplicatas a Receber;  Factoring de Duplicatas a Receber.

Outro ativo circulante da empresa que é dado como Colateral depois das duplicatas a receber é o estoque. Isto porque normalmente tem um valor de mercado maior do que seu valor contábil, que é usado para fixar seu valor como colateral. O estoque é registrado a valores de custo nos livros da empresa, e um credor concedendo empréstimo garantido por estoque provavelmente poderá vendê-lo pelo menos por aquele montante, caso a empresa deixe de honrar seus compromissos. Contudo, nem todos os tipos de estoques são igualmente aceitos como colateral.

Outras modalidades são disponibilizadas pelo mercado, porém, menos utilizadas pelas empresas na administração do capital de giro: empréstimos com alienação; empréstimos com alienação fiduciária; empréstimos com certificado de armazenagem; empréstimos com colateral de ações e debêntures e empréstimos com aval. Segundo Groppelli e Nikbakht (2009), além dos métodos tradicionais, as empresas de capital aberto podem obter financiamentos de seus ativos através do lançamento primário de ações, chamada de Ofertas Públicas Iniciais (Initial Public Offering) – IPO. Por outro lado, quando o custo de financiamento da dívida é superior ao da colocação da ação, a empresa deve ponderar para emitir ações visando o financiamento dos seus investimentos.

2.5 Índices Financeiros

Para Assaf Neto (2002), há inúmeros índices que podem ser utilizados para aferir o desempenho do ativo circulante e do capital de giro líquido e para medir a liquidez da empresa. Devem ser manejados para que se extraiam as melhores conclusões, de maneira sempre comparativa, seja relacionando-os com os apurados em períodos passados (evolução temporal) ou com os valores apresentados por outras empresas do mesmo setor de atividade (comparação interempresarial).

Dessa forma, o conceito básico de equilíbrio financeiro fica evidenciado ao ser demonstrado que toda a aplicação de recursos no ativo deve ser financiada com fundos

Tempo

Exigível a Longo Prazo mais Capital Próprio Variação Sazonal

$

Crescimento Natural do Ativo Fixo e do Ativo Circulante Permanente.

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levantados a um prazo de recuperação proporcional à aplicação efetuada. Por exemplo, os elementos permanentes, ao serem financiados com créditos à curto prazo, trarão um desequilíbrio à empresa, dada a evidente falta de sincronismo entre o momento da reposição dos fundos levantados e o prazo de recuperação das aplicações, basicamente de longo prazo.

Assaf Neto (2002) explica que se apresentar esse desequilíbrio, a empresa estará assumindo um maior risco financeiro, ou seja, elevou-se a probabilidade, pelo menos teórica de a empresa não poder saldar seus compromissos nas condições inicialmente contratadas. Segundo Groppelli e Nikbakht (2009), a administração responsável de uma empresa exige o constante acompanhamento das operações. Por exemplo, os executivos financeiros precisam saber se suas empresas possuem ou não liquidez suficiente; isto é, eles devem assegurar-se de que fundos suficientes estão disponíveis para pagar as dívidas pontualmente. As empresas também estabelecem diretrizes em relação aos montantes de empréstimos e de compromissos financeiros fixos aceitáveis.

Dessa forma, os autores finalizam, os dirigentes preocupam-se com as tendências e o grau de eficiência e lucratividade de suas empresas. Uma forma de mensurar a liquidez, o grau de endividamento e a lucratividade de uma empresa é realizar uma análise dos índices financeiros. Essa análise serve como base para o planejamento financeiro e fornece um instrumento para monitorar o desempenho.

Padoveze (2009) comenta entre vários índices, o Modelo Fleuriet – Contas Cíclicas e Erráticas e Necessidade Líquida de Capital de Giro. Michel Fleuriet e outros desenvolveram um modelo de administração do capital de giro que tem sido denominado Análise Financeira Dinâmica que retoma o tema da liquidez e seus indicadores, sugerindo uma abordagem nova e diferente da abordagem da análise de balanço tradicional. O modelo foi desenvolvido com algumas adaptações por Olinquevitch e De Santi. Para tanto, o modelo de Fleuriet separa os elementos do giro, classificando-os em dois tipos em relação ao seu comportamento com o ciclo operacional, as contas cíclicas, de natureza operacional e as contas erráticas, ou seja, as demais contas do circulante. De acordo com Padoveze (2009), as contas cíclicas têm relação direta com o ritmo operacional e as contas erráticas pelo contrário são aquelas cujos saldos não sofrem a interferência com o ritmo das operações, ou seja, com as atividades fins.

As contas cíclicas relevantes são: duplicatas a receber de clientes, estoques e despesas pagas antecipadamente no ativo; duplicatas a pagar de fornecedores, obrigações tributárias incidentes sobre o faturamento e obrigações trabalhistas no passivo. As contas erráticas relevantes são: caixa, bancos, aplicações financeiras, operações de mútuos com controladoras e coligadas e outras contas correntes no ativo; financiamentos bancários, títulos descontados, provisões de impostos sobre lucro, mútuos com controladas e coligadas e outras contas a pagar no passivo.

Sob esse aspecto, a necessidade líquida de capital de giro equipara-se a um conceito de permanente, mesmo que, à luz dos princípios contábeis geralmente aceitos, não o seja. Porém, numa abordagem puramente gerencial não há possibilidade de dispor dos elementos do giro (clientes, estoques) porque eles são imprescindíveis para manter o nível de atividade da companhia.

Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG) = Ativos Cíclicos (-) Passivos Cíclicos

Segundo Gitman (2002), o conceito de Capital Circulante Líquido – CCL apresenta algumas desvantagens, porém, o uso do CCL para avaliar o desempenho ao

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longo do tempo é aceitável, desde que as estruturas básicas de ativos e passivos circulantes não se alterem drasticamente durante o período. A definição mais comum de CCL é a diferença entre os ativos circulantes e os passivos circulantes da empresa. Se os ativos circulantes excederem os passivos circulantes, a empresa tem CCL, caso contrário, existe um desequilíbrio. A maioria das empresas precisa manter níveis positivos de CCL enfatiza Gitman (2002). Porém, é extremamente importante a compreensão do ciclo completo de cada atividade. Ele pode ser expresso em três conceitos de ciclos conforme Padoveze (2009):

 Operacional: Corresponde a todas as ações necessárias e exercidas para o desempenho de cada atividade. É o processo de gestão de cada atividade, é que inclui planejamento, execução e controle;

 Econômico: Evidencia os eventos econômicos no momento em que eles acontecem, bem como a sua mensuração econômica. É nele que se apura o resultado do desempenho das atividades;

 Financeiro: Corresponde ao processo de efetivação financeira de cada evento econômico em termos de Fluxo de Caixa.

Para cálculo dos ciclos mencionados é necessário os prazos médios de compras, estoques e vendas, além do momento que antecede a de estoque: o planejamento. Assaf Neto (2002) comenta sobre índices tradicionais de liquidez. Os índices de liquidez evidenciam a situação financeira de uma empresa frente a seus diversos compromissos financeiros, são eles:

 Liquidez Imediata: Disponível sobre passivo circulante;

 Liquidez Seca: (ativo circulante – estoques – despesas antecipadas) sobre passivo circulante;

 Liquidez Corrente: Ativo circulante sobre passivo circulante;

 Liquidez Geral: (ativo circulante + realizável a longo prazo) sobre (passivo circulante + exigível a longo prazo).

Esses índices revelam a liquidez da empresa para diferentes prazos, conforme contas utilizadas em cada uma delas. Em todos eles, quanto maior melhor para a empresa, e a análise e interpretação se dá em unidade monetária (1,00). Quando maior que “um”, a liquidez está acima do necessário, igual a “um” será nulo e quando menor que “um” a liquidez está abaixo do ideal para que a empresa possa saldar suas dívidas naquele momento.

Segundo Groppelli e Nikbakht (2009), os dirigentes utilizam os índices financeiros para monitorar as operações, assegurando-se de que suas empresas estarão usando os recursos disponíveis de forma eficaz, e para evitar insolvência. A idéia é descobrir se a posição financeira e operacional da empresa está melhorando com o passar do tempo e se os índices globais estão melhores ou não que os índices dos concorrentes. Quando esses índices ficam abaixo de certos padrões é responsabilidade do dirigente retornar o controle antes que surjam problemas sérios com a empresa. Sem dúvida o uso dos índices financeiros é um instrumento importante no planejamento financeiro moderno e as principais categorias são:

 Índices de liquidez;  Índices de atividades;  Índices de endividamento;  Índices de rentabilidade e  Índices de mercado de ações.

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3 – METODOLOGIA

A metodologia de pesquisa utilizada é a do tipo dissertativa e como estratégia o trabalho é sustentado por pesquisa qualitativa e de estudo de caso. O presente artigo foi fundamentado com base nas principais fontes bibliográficas disponíveis no momento, além de outros artigos e dissertações relacionadas com o tema. O principal objetivo é verificar qual a importância da administração do capital de giro de uma empresa líder no segmento que atua a mais de 70 anos, em forma de estudo de caso.

A empresa estudada localiza-se no Vale do Paraíba, cidade de Guaratinguetá, estado de São Paulo e sua principal atividade é a aplicação de diversos tipos de revestimentos em bobinas metálicas para fins industriais.

O instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário previamente elaborado dividido em cinco seções distintas e aplicado à diretoria financeira da empresa. A divisão do questionário em seções permitiu verificar de forma indireta, qual a estrutura hierárquica das áreas envolvidas, além das principais atribuições realizadas em cada uma delas.

De modo geral, foi possível também fundamentar separadamente cada uma das técnicas utilizadas por cada uma das áreas, assim como, a abordagem dada por cada um dos autores pesquisados, enfatizando os aspectos relevantes quando se envolvido mais de um autor.

O questionário foi elaborado com questões objetivas de múltipla escolha complementada com questões dissertativas. O questionário visa obter o maior detalhamento possível de forma qualitativa de cada uma das áreas pesquisadas. Visando facilitar a análise e interpretação dos resultados, o questionário foi dividido, em cinco seções específicas da seguinte forma:

 Planejamento de Caixa e Orçamento de Caixa;

 Administração de Estoques;

 Administração de Contas a Receber;

 Fontes de Financiamento à Curto Prazo;

 Índices Financeiros.

4 – ESTUDO DE CASO

Fundada em 1939, a TEKNO, localizada na cidade de Guaratinguetá, no estado de São Paulo, é a maior empresa brasileira fabricante de materiais pré-pintados. Foi pioneira na introdução deste material no mercado nacional quando, em 1976, adquiriu sua primeira linha de Coil Coating. Ao longo dos anos, vem aprimorando constantemente sua tecnologia para oferecer aos seus clientes um padrão de qualidade superior, além de maior versatilidade e agilidade no atendimento. Sua principal atividade é a aplicação de diversos tipos de revestimentos em bobinas metálicas, conhecidos com a marca KROMA. Além dos produtos KROMA, fazem parte do grupo as seguintes empresas:

MSC/TEKNO LTDA: Joint venture com a MSC Laminates and Composites

Inc. (USA), voltada principalmente para o setor automobilístico e especializada

na produção de materiais metálicos multicamadas (chapas duplas), desenvolvidos especialmente para controle de vibração, ruído e temperatura;

PERFILOR S/A: Joint venture com a Arcelor do Brasil, dedicada à industrialização e comercialização de telhas metálicas.

A empresa possui a Certificação/Credibilidade emitida pela NCCA (National

Coil Coating Association) desde 1977, possibilita um intercâmbio tecnológico

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Seguindo padrões de qualidade internacional em todos os seus produtos, a Tekno está certificada pela ISO 9001. Através de um aprimoramento contínuo em tecnologia e melhoria de processo, a empresa está atualmente capacitada a fornecer os mais diversos tipos de materiais, de acordo com a necessidade de cada cliente, mantendo sempre um elevado padrão de qualidade e de atendimento. Com o objetivo de atender a demanda e exigência do mercado internacional de pré-pintados, a Tekno exporta seus produtos para vários países do mundo, contando com um departamento próprio de comércio exterior.

A Tekno exerce uma forte atuação na área social, em parceria com alguns clientes, entidades sociais e poder público, investindo e participando de projetos culturais, beneficentes e esportivos. Investe também no crescimento pessoal e profissional dos seus funcionários, mantendo programas de treinamentos e estimulando a participação de todos.

A Empresa está cotada na BM&FBovespa com os seguintes códigos: TKNO3 Ações Preferenciais e TKNO4 Ações Ordinárias e suas cotações podem ser acessadas diariamente do seguinte endereço: http://www.bmfbovespa.com.br/

.

4.1 Análises das Informações

4.1.1 Planejamento de Caixa e Orçamentos do Caixa

A empresa pesquisada realiza o orçamento do caixa para períodos futuros, tendo como base de referência o orçamento dos anos anteriores, e para as estimativas de crescimento determinado pelas metas e objetivos previstos, são incluídos os investimentos a serem realizados. O método utilizado é Orçamento Mestre.

O departamento financeiro é subdividido em: contas a pagar, contas a receber e tesouraria compostas por cinco pessoas que são responsáveis pela administração do caixa. O principal gestor dessa área é o encarregado financeiro, que se reporta diretamente ao diretor financeiro.

O fluxo do caixa é atualizado diariamente e realizado através de planilhas eletrônicas. Entre as principais vantagens citadas pelo respondente, o caixa pode ser visualizado de forma real e objetiva, facilitando a alocação de recursos e a previsão de escassez, o que possibilita uma tomada de decisão mais ágil.

Na administração do caixa, quando a organização identifica que haverá excedente do caixa, pois a escassez raramente acontece, ele é aplicado no mercado financeiro em fundos de investimento atrelados a variação do CDI (Certificado de

Depósitos Interbancário).

Verifica-se, portanto, que a organização utiliza o modelo do caixa mínimo operacional, que é mais simples para ser colocado em prática e estabelece a quantia mínima necessária para dar continuidade à atividade da empresa.

Com base nas questões abordadas no questionário a empresa não apresenta problemas com liquidez, possuindo um baixíssimo nível de endividamento.

O sistema integrado de gestão utilizado é o SAP versão R/3 mostrando-se extremamente eficiente na administração do caixa e em todos os outros módulos relacionados.

Em relação a concorrência, a organização acredita que está em nível bastante satisfatório na qualidade da administração do caixa, porque praticamente não possui dívidas (passivo exigível) e o custo financeiro de linhas de financiamentos utilizadas junto ao BNDES é baixo.

Além disso, a inadimplência de seus clientes é próxima de zero e sua postura é conservadora.

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4.2.2 Administração de Estoques

O controle de estoques é realizado pelo departamento de Planejamento. O Controle da Produção e Materiais PCPM e é composto por 42 (quarenta e duas) pessoas. O principal responsável é o gerente de PCPM, que se reporta ao Diretor Industrial.

O sistema utilizado pelo departamento de Planejamento, Controle da Produção e Materiais é o SAP versão R/3, esse sistema é útil para facilitar o controle de estoque e não deixar que a empresa mantenha um alto investimento imobilizado, ao mesmo tempo em que impede que ocorra a falta de matérias-primas.

A administração de estoques minimiza o total dos custos com estoques ao determinar a quantidade a ser produzida, impedindo que a empresa compre matéria-prima além do necessário e incorra em elevados custos de carregamento, armazenagem, seguro, obsolescência, deterioração e oportunidade de não desestabilizar o caixa.

O sistema apresenta uma grande vantagem para a empresa, pois a partir da simulação das necessidades de materiais, da situação do estoque e do processo produtivo, pode-se determinar a quantidade de matérias-primas que serão necessárias. Desse modo, é levado em consideração os dados do passado e as metas de crescimento de vendas que o departamento comercial pretende para o futuro.

A empresa avalia sistematicamente o desempenho na administração de estoques por ser certificada ISO 9000, sendo assim, o controle de desperdícios, retrabalhos, controle de qualidade, controles estatísticos entre outros são imprescindíveis e obrigatórios para manutenção da certificação. Do ponto de vista do administrador, a empresa acredita estar melhor que a concorrência considerando o impacto positivo no resultado apesar de não ter condições de comparar.

4.2.3 Administração de Contas a Receber

O controle de contas a receber é exercido pela área financeira, em que o principal gestor é o encarregado financeiro que reporta-se ao diretor financeiro.

A análise de crédito é realizada através de informações obtidas junto ao mercado e com base em dados históricos, pois a grande maioria são clientes cativos e efetuam suas compras com regularidade.

O módulo financeiro do sistema SAP R/3 possui um procedimento bastante criterioso no tratamento dos pedidos cadastrados pela área comercial, e caso haja alguma impedimento na liberação automática, o sistema bloqueia o pedido que passará por análise de crédito e somente depois de serem solucionadas as pendências é que o mesmo será liberado.

O método de escores de crédito não é utilizado, pois os clientes são analisados individualmente e, caso apresente alguma pendência, o crédito é automaticamente suspenso e o pedido de compra é enviado ao diretor financeiro e ao gerente comercial para análise.

O prazo médio de vendas é calculado e acompanhado e não são oferecidos descontos incentivando recebimentos a vista. Segundo a empresa, por apresentar uma situação de liquidez bastante favorável, as vendas a prazo passam a ser uma vantagem em função dos encargos financeiros embutidos no preço.

O monitoramento de contas a receber é efetuado diariamente e a cobrança dos clientes com pagamentos atrasados é realizada através de telefonema, contribuindo para a correção de falhas que possam ter ocorrido ou a resolução de algum problema que o cliente possa apresentar. A solução para o fato é quase imediata. Tanto o sistema de monitoramento quanto a seleção de crédito adotada pela empresa contribuem para que o índice de inadimplência se mantenha bastante baixa.

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O sistema integrado é o SAP versão R/3 que permite um gerenciamento dos vencidos, e após esgotada todas as possibilidades de cobrança, são lançados para perdas. Para não prejudicar os resultados projetados, é feito o cálculo da Provisão para Devedores Duvidosos - PDD, representando aproximadamente 0,50% sobre o saldo de contas a receber.

Comparativamente a concorrência, a empresa não tem como saber se esta melhor, mas considerando dados históricos dos prazos médios de recebimento das vendas e o índice de inadimplência ambos são considerados muito bons.

4.2.4 Fontes de Financiamento à Curto Prazo

O financiamento do capital de giro é administrado pelo departamento financeiro ligado a diretoria financeira, onde o principal gestor é o encarregado financeiro.

A organização não costuma utilizar recursos de terceiros para financiar o capital de giro, mas quando necessário no passado optou pelas linhas de financiamentos oferecidas pelo BNDES, por apresentarem custos bastante reduzidos.

Em relação a concorrência, a organização acredita estar bem melhor, pois praticamente não possui endividamento de curto prazo e sua postura é bastante conservadora, e por conseguir controlar o fluxo do caixa de uma maneira adequada ela não necessita recorrer a recursos de terceiros.

4.2.5 Índices Financeiros

Os índices que medem o desempenho da administração do financiamento do capital de giro estão associados à participação de capital de terceiros, no curto e no longo prazo comparativamente ao capital próprio.

Além de medir o desempenho do caixa confrontando os valores orçados e os reais, alguns índices também são utilizados, como liquidez corrente, ciclo financeiro, prazo médio de pagamento de compras, prazo médio de recebimento de vendas, prazo médio de faturamento e de inadimplência.

O monitoramento dos indicadores financeiros é mensal e o responsável pela sua execução é o encarregado financeiro, que se reporta ao diretor financeiro. Os principais indicadores de desempenho para cada item do capital de giro estão exemplificados na tabela a seguir:

Principais índices financeiros utilizados na administração do Capital de Giro pela empresa

Caixa

Liquidez corrente, seca e geral, ciclo financeiro, prazo médio de compras e prazo médio de vendas.

Comparação do orçamento de caixa com o realizado. Estoques Prazo médio de estoques, estoques mínimo de

segurança e giro de estoques. Contas a Receber

Provisão para Devedores Duvidosos – PDD representando aproximadamente 0,5% sobre o Contas a Receber e o Índice de Inadimplência.

Financiamento à Curto Prazo Participação de capital de terceiros em relação ao capital próprio – Patrimônio Líquido

Tabela 1: Indicadores financeiros utilizados pela empresa Fonte: elaborado pelos autores

Considerações Finais

Através da análise dos resultados obtidos, pode-se observar que a empresa utiliza várias técnicas para a administração do capital de giro. A administração do caixa tem se mostrado eficiente, tanto na alocação dos recursos quanto na previsão de sua escassez, o

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que permite que ela se antecipe a essa falta e raramente necessite de recursos de terceiros para financiar o seu capital de giro. Quando ocorre a necessidade de captar recursos, a empresa detecta antecipadamente e capta através de linha de financiamentos junto ao BNDES. O controle de estoques é rigoroso e conta com um bom planejamento de matérias-primas e a inadimplência é considerada baixa pela empresa, dado o seu bom monitoramento de contas a receber e na concessão de crédito. Além disso, a empresa aplica os recursos ociosos em fundos de investimento, aproveitando oportunidades do mercado financeiro que possam proporcionar um bom retorno para a organização. Esse retorno é acompanhado sistematicamente melhorando assim o resultado financeiro e geral da empresa.

Este trabalho alcançou os objetivos propostos ao se verificar a administração do capital de giro de uma indústria da região do Vale do Paraíba localizada na cidade de Guaratinguetá, estado de São Paulo, comparando a administração efetivamente empregada com a apresentada pelas fontes pesquisadas. Acredita-se que sirva como exemplo para outras empresas, para que possam se informar sobre as diferentes possibilidades de administração do capital de giro e adaptá-las às suas condições e necessidades, além de comparar o seu desempenho com as outras organizações locais e de mesmo setor. (No texto foi mencionado que a empresa acha que está melhor do que os concorrentes, mas, não foi comparado o desempenho com outras organizações locais e nem do setor).

Observa-se que a existência de um gestor específico para os aspectos financeiros se mostra relevante, no sentido do desenvolvimento e análise de indicadores financeiros para controle dos principais componentes do capital de giro. No caso da empresa estudada, esse controle tem-se mostrado eficiente, proporcionando uma boa performance financeira, contribuindo para que a organização mantenha a sua liderança no setor em que atua.

A empresa é de capital aberto e possui ações cotadas em bolsa de valores, dessa forma, muitas das informações apresentadas puderam ser confirmadas diretamente no site da empresa no seguinte endereço: http://www.tekno.com.br/relacoes-com-investidores.html “relações com o mercado”.

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REFERÊNCIAS:

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2005.

ASSAF NETO, A.; SILVA, C. A. T. Administração do Capital de Giro. 3ª edição. São

Paulo: Editora Atlas, 2002.

BM&FBOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo, Código das Ações Negociadas,

disponível no endereço: http://www.bmfbovespa.com.br/. acessado em fevereiro/2010.

BREALEY, R. A.; MYERS, S. C.; MARCUS, A. J. Fundamentos da Administração

Financeira. 3ª edição. Rio de Janeiro: McGraw-Hill Irwin, 2002.

CVM – COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS – Ministério da Fazenda, CVM -

DADOS CADASTRAIS, disponível no endereço: http://www.cvm.gov.br/. Acessado em fevereiro/2010.

GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 10ª edição. São Paulo:

Addison Wesley, 2004.

IUDÍCIBUS, Sérgio & MARION, José C. CURSO DE CONTABILIDADE Para não

Contadores. 2ª edição. São Paulo: Atlas, 1999.

NIKBAKHT, E & GROPPELLI, A.A. Administração Financeira, 2ª edição, Editora

Saraiva, São Paulo, 2006.

PADOVEZE, Clóvis Luiz. CONTROLADORIA Estratégica e Operacional. 2ª edição.

São Paulo: Cengage Learning, 2009.

SANVICENTE, Antonio Zoratto & SANTOS, Celso da Costa, Orçamento na

Administração de Empresas, 3ª edição, São Paulo: Atlas, 1998.

SATO, Sonia Sanae. Análise econômico-financeira setorial: estudo da relação entre

liquidez e rentabilidade sob a ótica do modelo dinâmico; Universidade de São Paulo - Escola de Engenharia de São Carlos – Departamento de Engenharia de Produção; 2007.

SILVA, Moreira, Contabilidade Descomplicada, 1ª edição, São Paulo: Saraiva 2010. TEKNO S.A. – INDÚSTRIA E COMÉRCIO, Informações histórica da empresa

pesquisada, disponível no endereço: http://www.tekno.com.br/. e http://www.tekno.com.br/relacoes-com-investidores.html acessado em janeiro/2010

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