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Vista do Planejamento Financeiro Pessoal dos Estudantes de uma Instituição de Ensino Público Sul-mato-grossense

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Planejamento Financeiro Pessoal dos Estudantes de uma Instituição de

Ensino Público Sul-mato-grossense

Autores

Matheus de Freitas Oliveira – bacharel em ciências contábeis pela Universidade Federal da

Grande Dourados UFGD/MS E-mail: matheusmfo@bb.com.br

António Carlos Vaz Lopes - doutorado em administração pela Universidade Nove de Julho –

UNINOVE / SP e professor pela Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD / MS E-mail: antoniolopes@ufgd.edu.br

Cristiane Mallmann Huppes - mestrado em contabilidade pela Universidade Federal do

Paraná – UFPR/ PR e professora pela Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD / MS E-mail: cristianehuppes@ufgd.edu.br

Rafael Martins Noriller – doutorado em ciências contábeis pela Universidade de Brasília –

UnB/DF e professor pela Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD / MS E-mail:rafaelnoriller@ufgd.edu.br

Allison Manoel de Sousa - mestrando em Contabilidade pela Universidade Federal de Santa

Catarina – UFSC / SC

E-mail: allison.msousa@gmail.com

Resumo

O estudo objetiva identificar como os graduandos da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia da Universidade Federal da Grande Dourados (FACE/UFGD) realizam e gerenciam o seu planejamento financeiro. Para tanto, foram aplicados questionários, com 34 perguntas de múltipla escolha, aos alunos, dos quais 197 foram respondidos. Em momento posterior, os dados coletados foram analisados por meio da estatística descritiva. Os resultados indicam que 68% dos alunos realizam controle financeiro, mas a maior parte (62%) dos alunos possuem dívidas. Observa-se que 96% dos alunos apresentaram preocupação com o futuro financeiro, sendo que 40% realizam alguma modalidade de aplicação financeira. Contudo, apenas 8% conseguiram colocar o seu planejamento financeiro em prática com a finalidade de alcançar as metas de curto, médio e longo prazo. Os resultados alcançados corroboram com estudos anteriores para verificar como os alunos de cursos de graduação realizam seu planejamento financeiro.

Palavra-Chave: Controle Financeiro, Educação Financeira, Endividamento, Equilíbrio

Financeiro, Finanças Pessoais

Personal Financial Planning of the Students of a Sul-mato-grossense Public

Educational Institution

Abstract

The objective of this study is to identify how graduates of the Faculty of Management, Accounting and Economics of the Federal University of Grande Dourados (FACE / UFGD) perform and manage their financial planning. Questionnaires with 34 multiple choice questions were applied to students and a total of 197 questionnaires were answered. Later, the data collected were analyzed using descriptive statistics. The results indicate that 68% of the students

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carry out financial control, but most 62% of the students have debts. It observed that 96% of students are concerned about the financial future, with 40% of the students performing some form of financial application. Only 8% were able to put their financial planning into practice in order to achieve short-, medium- and long-term goals. The results obtained corroborate previous studies to verify how undergraduate students carry out their financial planning.

Keywords: Financial Control, Financial Education, Indebtedness, Financial Balance, Personal

Finance

1 INTRODUÇÃO

Embora os temas planejamento financeiro e endividamento pessoal estejam presentes no cotidiano das pessoas, é perceptível o fato que uma parcela destas ainda encontram grande dificuldade em administrar suas finanças. Considerando o período de oscilação inflacionária, tende-se a ser mais difícil realizar o planejamento financeiro, mesmo a curto prazo, fazendo com que a população estoque produtos devido à desvalorização real da moeda (CAMPOS, 2012). Com o sucesso do Plano Real, implantado na década de 1990, houve a retomada do crescimento econômico e estabilização da inflação brasileira (BAER; AMANN, 2009).

Essa estabilização da taxa inflacionária, após o ano de 1995, propiciou o consumismo da brasileira, mesmo com oscilações, decorrente da oferta de bens e serviços, sendo que em 1995 a inflação medida pelo IGPI-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) da Fundação Getúlio Vargas, foi de 14,8% e em 1996 com taxa de 7,5%, diferentemente dos anos anteriores ao Plano Real, no qual a inflação atingia índices entre 30 a 40% ao mês (GREMAUD; VASCONCELLOS; TONETO JÚNIOR, 2014).

Também, o hábito de não poupar dos brasileiros é atribuído à inexistência de disciplinas nas diferentes fases de ensino (fundamental, médio e superior) que apresentem conhecimentos básicos referentes ao planejamento financeiro, economia e contabilidade. Com isso, se os estudantes que não realizarem, em momento futuro, cursos na área de ciências sociais aplicadas (Administração, Ciências Contábeis, Econômicas e ‘ais), dificilmente terão acesso a essa área de conhecimento. Frankenberg (1999) defende que as pessoas mais tendenciosas a se endividarem são as que não buscam um conhecimento na área financeira.

Para Silva (2004), a falta de acessibilidade ao conhecimento sobre a importância do planejamento financeiro e controle de finanças, contribui para que as pessoas não tenham planejamento de médio e longo prazo, colocando em risco a sua situação financeira. Nesse sentido, as pessoas tendem a gastar a totalidade de suas receitas além de recorrer a créditos suplementares (empréstimos, financiamentos, cartão de crédito, cheque especial, etc.), principalmente entre os jovens universitários.

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Ao ingressarem no curso superior, os jovens universitários, principalmente os de baixa renda, por terem demandas específicas quanto as despesas relacionadas com a universidade, consiste em um nicho de mercado para as instituições financeiras, que por meio de propostas, captam o interesse pessoal a partir da oferta de crédito, tais como: linhas de crédito vinculado a programas sociais, financiamentos das mensalidades, desconto na tarifa de manutenção bancária entre outros produtos e serviços (TEIXEIRA, 2010).

Em uma sociedade em que o consumismo sem controle está em primeiro plano, é preciso equilíbrio no momento de realizar gastos para não gerar empecilhos nas finanças pessoais, como dívidas com altos valores que dificilmente são quitadas e, consequentemente, tendo o nome do incluído no sistema de proteção ao crédito. Rassier (2010) afirma que tudo isso está ligado ao descontrole financeiro e, ainda, conclui que é preciso medir a real necessidade do produto que pessoa deseja adquirir.

Independentemente da renda que a pessoa receba, sempre é possível determinar um padrão de consumo adequado de acordo com as receitas auferidas ao longo do período e, assim, gerar valor excedente, o qual é fundamental para ser utilizado em situações previstas ou não no futuro. Halfeld (2001) concluiu que existem pessoas que possuem renda alta, porém não poupam os recursos auferidos. Com isso, a poupança tem maior relação com o planejamento do que com o nível de renda da população.

De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (2018), por meio da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), demonstrou que houve aumento na proporção de famílias endividadas no Brasil, o qual em abril de 2012 56,8% das famílias estavam endividadas, em 2014 essa proporção aumentou para 63,1%.

Diante disso, o objetivo desse estudo consiste em identificar como os alunos dos cursos de graduação de uma instituição de ensino público Sul-mato-grossense realizam seu planejamento financeiro. A motivação para este estudo é identificar o comportamento dos graduandos em administração, ciências contábeis e ciências econômicas no que se refere ao planejamento financeiro.

Desta forma, os achados desta investigação podem contribuir de como os graduandos realizam o seu planejamento financeiro, corroborando com estudos similares realizados em outras localidades brasileiras. Para tanto a estrutura deste estudo está segmentado em seis partes, sendo: (i) introdução; (ii) referencial teórico; (iii) aspectos metodológicos; (iv) resultados e discussão; (v) considerações finais, e; (vi) referencial bibliográfico.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Diante do objetivo da pesquisa o presente referencial teórico foi segregado em três partes para melhor fundamentação da pesquisa, quais sejam: (i) finanças e planejamento pessoal, (ii) educação financeira e endividamento e (iii) estudos anteriores.

2.1 Finanças e Planejamento Pessoal

As finanças pessoais têm por estudar e analisar as condições de financiamento das aquisições de bens e serviços, necessários à satisfação das necessidades individuais. Desta forma, numa economia baseada em moeda e crédito, as finanças pessoais compreendem o manejo do dinheiro, próprio e de terceiros – para obter acesso às mercadorias – bem como a alocação de recursos físicos – como força de trabalho e ativos pertencentes ao indivíduo – com a finalidade de obter dinheiro e crédito (BLACK JÚNIOR; CICCOTELLO; SKIPPER, 2002).

O tema finanças pessoais estuda problemas como, o orçamento familiar, as formas para utilizar os créditos disponíveis no mercado financeiro, as aplicações vantajosas e a diversificação das fontes de renda pessoal (SANDRONI, 2008). Segundo Macedo Júnior (2007), cuidar atentamente das finanças pessoais é fundamental para se alcançar a independência financeira com qualidade de vida.

O cuidado com as finanças pessoais proporciona aos usuários uma vida confortável e com poucos momentos de dificuldade financeira. Além disso, as metas financeiras projetadas para momentos futuros são alcançadas com maior facilidade (CERBASI, 2004). Por outro lado, a falta de conhecimento em finanças pessoais tem como resultado dificuldades em realizar o planejamento no momento do consumo de bens e serviços; investir; poupar; e, por fim, o previdenciário, sendo esse, o investimento que deve ser cultivado durante décadas (BORGES 2013).

Os brasileiros querem adquirir bens, no qual, geralmente, não existe planejamento no momento dessas compras, tendo em vista que o mercado consumista incentiva esses consumidores por meio de inúmeros meios de comunicação (MACEDO JÚNIOR, 2007). Por esse motivo, é fundamental que os consumidores tenham educação financeira para que esses possam se planejar e, consequentemente, evitar problemas futuros.

Para alcançar estabilidade financeira é necessário que o consumidor tenha um bom planejamento financeiro pessoal, sendo que isso é importante para viabilizar as metas traçadas a curto, médio e longo prazo. Com isso, é possível acumulação de bens e aumento do patrimônio

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de uma pessoa ou família (CHEROBIM; ESPEJO, 2010; FRANKENBERG, 1999). Halfeld (2001) afirma que algumas medidas podem ser adotadas para quem deseja alcançar a independência financeira, tais como: ganhar mais dinheiro; poupar; evitar dívidas; investir corretamente, e; educar-se financeiramente.

O orçamento doméstico é fundamental para avaliar de metas a curto, médio e longo prazo. O orçamento permite visualizar e analisar as receitas e despesas, de forma que, auxiliará em um planejamento financeiro de forma correta e que atenda às necessidades do consumidor (EWALD, 2009; SOHSTEN, 2004).

Para o orçamento e planejamento financeiro é fundamental a análise das receitas e despesas. As receitas, em finanças pessoais, correspondem a todos os recebimentos no período, sendo o valor líquido. As despesas consistem no ato de consumir bens e utilização de serviços tais como: energia elétrica, telefonia, etc. Essas despesas são subdivididas em: obrigatórias fixas; não-obrigatórias fixas; obrigatórias variáveis, e; não-obrigatórias variáveis (CALDERELLI, 1997; MARTINS, 2004; FERREIRA, 2006).

Também, nas finanças pessoais, é importante realizar investimentos de curto, médio e longo prazo. Macedo Júnior (2007) define que qualquer investimento com prazo inferior ao período de um ano é considerado de curto prazo; entre um e cinco anos de médio prazo, e; acima de cinco anos, pode-se ser considerado de longo prazo.

Quando é feito o planejamento financeiro, deve-se estabelecer uma variável importante, a aposentadoria. Cerbasi (2004) define que aposentadoria não consiste em interromper as atividades profissionais, mas uma renda suficiente que possa honrar com os compromissos sem a necessidade de uma atividade profissional. Para tanto, Macedo Júnior (2007) diz que uma forma de se planejar para a aposentadoria é investir em um plano de previdência privada, tendo em vista que o investidor disponibiliza recursos para aplicação contínua para resgate em momento futuro.

2.2 Educação Financeira e Endividamento

A incapacidade do indivíduo adulto de lidar com suas próprias finanças tem como fator fundamental a falta de ensino referente a educação financeira desde o ensino básico (fundamental e médio), sendo que é inexistente o contato com as finanças que são inerentes a vida de qualquer ser humano nos modelos socioeconômicos atuais (BARROS, 2010).

Para Lizote et al. (2016) a educação financeira é o modo pelo qual o indivíduo busca adquirir os conhecimentos necessários para gerenciar, de forma correta, suas finanças, sendo

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que esse tem a capacidade de tomar decisões sobre a sua vida financeira. Essas decisões, quando são tomadas de forma segura, proporciona satisfação e autoconfiança do indivíduo no momento em que esse toma decisões financeiras referentes a poupança e investimento de forma fundamentada (SAITO, 2007; BORGES, 2013). Também, proporciona maturidade financeira, sendo que se deve aprender a controlar os seus desejos, tendo em vista que a natureza do ser humano é de satisfazer suas necessidades de forma imediata (KRÜGER, 2014).

Porém, quanto ao endividamento, esse deve ao consumo excessivo, comprometendo parcela significativa da renda dos indivíduos, e em muitos casos ocorrem dificuldade do pagamento das parcelas de suas obrigações, tornando-os inadimplentes. Ao não realizarem o planejamento financeiro, e por terem pouca ou nenhuma habilidade de lidar com dinheiro, a pessoa endividada trabalha apenas para quitar dívidas (FERREIRA, 2006). A situação que apresenta maior nível de gravidade decorre da falência ou insolvência, que consiste nos casos em que o devedor está completamente impossibilitado, de forma duradoura ou estrutural, de pagar uma ou mais dívidas (MARQUES; FRADE, 2003).

2.3 Estudos Anteriores

Diversos estudos avaliaram a educação financeira de alunos do ensino básico, médio e superior das instituições brasileiras. Em um estudo considerando três cursos de graduação em uma universidade pública do norte do Paraná, os alunos dos últimos três períodos não possuem melhor capacidade em manipular e/ou reconhecer os principais conceitos de finanças, quando comparado com os discentes dos períodos iniciais, exceto em um dos cursos, o de Ciências Contábeis, ao nível de significância de 5% (VIEIRA; BATAGLIA; SEREIA, 2011).

Considerando, um grupo de alunos de uma universidade do estado de Santa Catarina, Aguiar Júnior (2013) atestou que: (i) a metade dos alunos tinham renda mensal inferior a R$ 1.000,00 (1,60 superior ao salário mínimo vigente em 2013); (ii) a despesa que gera maior comprometimento da renda consiste em gastos com educação. Em complemento, Lizote et al. (2016) descreveu o perfil financeiro dos alunos da graduação em Ciências Contábeis da Universidade do Vale do Itajaí, por meio de três aspectos, sendo: (i) gestão de crédito; (ii) gestão de ativos; e; (iii) educação financeira, sendo que os resultados apontam que a maior parte dos respondentes residem com os pais, e; 80% dos pais e 70% das mães destes possui escolaridade até o ensino médio.

Em estudo de Lucena e Marinho (2013), quando analisaram o conhecimento financeiro e de educação financeira dos alunos do terceiro ano do ensino médio das escolas do município

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de Santa Cruz do Sul, verificaram que estes apresentam baixo conhecimento quanto a:(i) rendimentos futuros; (ii) liquidez de investimentos; (iii) juros de cartão de crédito, e; (iv) financiamentos, além de que 30% dos participantes apresentam aversão a perda, demonstrando um perfil conservador (LUCENA; MARINHO, 2013). Em concomitância, Braido (2014), considerando alunos de uma instituição de ensino superior do Rio Grande do Sul dos cursos de Administração (e linhas de formação específicas), Ciências Contábeis, Logística e Gestão de Micro e Pequenas Empresas, verificou que (i) 84,6% dos alunos monitoram as suas despesas financeiras; (ii) 55, 9% compram por necessidade e 33,2% planejam com antecedência os seus gastos; (iii) índices acima dos 90% demostram que os alunos não se consideram endividados; (iv) 76,4% não possuem planos de previdência privada.

Considerando alunos de uma instituição do Ciências Contábeis do município de Santa Maria, Medeiros e Lopes (2014) verificou que a maior parte dos alunos tem consciência dos rendimentos e despesas. Por outro lado, o estudo de Bayer e Braido (2017), analisaram como os pais planejam e veem o futuro financeiro de seus filhos (as) que cursam entre o primeiro ao nono ano do ensino fundamental de uma escola no município de Teotônia. Os resultados evidenciam que a maior parte dos pais são conscientes quanto ao planejamento financeiro dos seus filhos, sendo que isso é muito importante para o desenvolvimento pessoal e profissional destes ao longo de sua vida.

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

O estudo classifica-se como pesquisa descritiva, por buscar identificar e, posteriormente, descrever as características referentes ao planejamento financeiro dos graduandos em Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia da Universidade Federal da Grande Dourados (FACE/UFGD), por meio de questionários de múltipla escolha entre 08 e 22 de outubro de 2014. A abordagem deste estudo foi quantitativa, pois os dados foram discriminados e, posteriormente, analisados por meio da análise descritiva.

A coleta dos dados foi realizada mediante um questionário contendo trinta e quatro perguntas de múltipla escolha, sendo que este foi adaptado dos estudos realizados por Barros (2010), Aguiar Junior (2013) e Braido (2014). Esse questionário foi aplicado aos alunos matriculados, de forma presencial, dos três cursos da FACE/UFGD no segundo semestre letivo do ano de 2014. Os cursos de Ciências Contábeis e Administração apresentam o mesmo número

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de alunos matriculados, 232 alunos cada, enquanto o curso de Ciências Econômicas possui 202 alunos matriculados. Com isso, os três cursos totalizam 666 alunos.

Para Anderson, Sweeney e Willians (2011), faz se necessário calcular o número mínimo de indivíduos em uma amostra, para que os dados de uma pesquisa sejam considerados válidos. Nesse sentido, verificou-se a quantidade mínima de respondentes a partir da seguinte equação:

𝑛 = 𝑁. 𝑍

2. 𝑝. (1 − 𝑝)

𝑍2. 𝑝. (1 − 𝑝) + 𝑒2. (𝑁 − 1)

Fonte: Anderson, Sweeney e Willians (2011) Onde:

n: Amostra Calculada N: População

Z: Variável Normal Padronizada ao nível de confiança de 90% p: Verdadeira Probabilidade do Evento

e: Erro Amostral

Os resultados para os cálculos são: N=666 alunos matriculados nos cursos da FACE/UFGD; Z= 1,645; p = 50% e, por fim; e=5%. O resultado obtido, foi de que a quantidade mínima de questionários necessários para a realização do estudo era de 193.

Em momento posterior, foram distribuídos os questionários para a realização do estudo, dos quais 197 foram respondidos, sendo que destes 84 foram respondidos por alunos do curso de Administração, correspondendo a 36,21% da população total do curso; 59 de Ciências Contábeis, sendo 25,43% da população do curso e, por fim, 54 do curso de Ciências Econômicas, no qual esse número representa 26,73% dos matriculados no curso.

A partir disso, os dados contidos nos questionários foram submetidos a análise descritiva afim de identificar as características referentes ao planejamento financeiro dos alunos participantes da pesquisa.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A discussão e resultados da pesquisa são apresentados de forma segregada para melhor compreensão, quais sejam: (i) perfil do aluno, (ii) controle financeiro, (iii) endividamento, (iv) planejamento financeiro, e; (v) análise dos alunos.

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Dos 197 alunos que responderam o questionário, 51% são do gênero feminino e 49% do gênero masculino, sendo que 36 % dos alunos têm entre 22 a 25 anos, e; 79% tem idade até 25 anos, como podemos observar na Tabela 1.

Tabela 1 – Faixa etária dos respondentes

Faixa Etária Frequência Absoluta Frequência Relativa % Frequência Acumulada %

Até 18 anos 22 11% 11% 19 a 21 anos 63 32% 43% 22 a 25 anos 70 36% 79% 26 a 30 anos 22 11% 90% 31 ou mais 20 10% 100% Total 197 100% 100%

Fonte: Dados da pesquisa

Considerando o estado civil dos respondentes, 82,20% são solteiros (as); 16,30% são casados (as) ou tem união estável; 1,0% são divorciados (as), e por fim; 0,5% são viúvos (as). A predominância de solteiros está intrinsicamente ligada ao fato de que 79% dos respondentes tem idade de até 25 anos.

Em relação aos graduandos, 42,64% estão matriculados no curso de Administração; 29,95% no curso de Ciências Contábeis, e; 27,41% no curso de Ciências Econômicas. A turma do segundo semestre do curso de Ciências Contábeis teve o maior número de participantes, 11,67% do total de inqueridos. Quando questionado sobre ter concluído outro curso superior 7%, dos respondentes, informaram que já tinham concluído outra graduação. Os cursos com maior número de graduados são: Licenciatura em História, Letras e Matemática, com 16,67%, referente a cada um destes cursos.

Tabela 2 – Curso e semestre dos respondentes

Curso Matriculado 2° Semestre 4° Semestre 6° Semestre 8° Semestre 10° Semestre Total

Administração 22 21 13 5 23 84

Ciências Contábeis 23 13 2 3 18 59

Ciências Econômicas 16 9 12 6 11 54

Total geral 61 43 27 14 52 197

Fonte: Dados da pesquisa

Quanto a atividade profissional a remuneração mensal dos respondentes, onde 83,25% exercem alguma atividade remunerada, com 47,72% no setor privado e 12,18% no setor público, sendo que os dados constam na Tabela 3. Em complemento, a maior parte dos respondentes realizam atividade remunerada, pois os três cursos analisados têm suas disciplinas ofertadas no período noturno. Assim, fazendo com que haja disponibilidade para os alunos exercerem atividade remunerada durante o período comercial.

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Tabela 3 – Atividade profissional e renda mensal dos respondentes Atividade Profissional Renda Mensal Total Frequência (%) até R$ 724 de R$ 725 a R$ 1500 de R$ 1501 a R$ 2500 de R$ 2500 a R$ 4000 Acima de R$ 4001 Empresário 2 2 4 2,03 Estagiário 17 11 1 1 30 15,23 Estudante 23 10 33 16,75

Func. do setor privado 11 53 26 3 1 94 47,72

Func. do setor público 4 6 7 4 3 24 12,18

Outros 1 4 5 2,54

Profissional liberal 4 1 2 7 3,55

Total 60 85 38 7 7 197 100

Frequência (%) 30,46 43,15 19,29 3,55 3,55 100 100

Fonte: Dados da pesquisa

Apesar do salário da maior parte dos respondentes ser de até R$ 1.500,00, quando comparado a renda dos alunos que estão nos semestres iniciais e finais do curso apresentam, diferenças na renda média. Os achados revelam que a medida que os alunos avançam nos cursos a renda tende a aumentar, no qual 54% dos respondentes, pertencentes ao décimo semestre tem renda acima de R$ 1.500,00. Quanto ao perfil dos respondentes, 51% é do gênero feminino, 82% dos alunos declararam serem solteiros, quanto ao estado civil. Ao considerar a idade dos respondentes, 36% tem idade entre 22 e 25 anos. Adicionalmente, 44% dos respondentes declararam ter renda entre R$ 724,00 e R$ 1.500,00. Dessa forma, os resultados são semelhantes aos achados de Barros (2010), Aguiar Júnior (2013) e Braido (2014), em outros estados brasileiros.

Tabela 4 - Comparação do perfil dos respondentes

Autor Local Gênero Estado Civil (Solteiro) Idade Renda (R$) F M

Aguiar Junior (2013) UNESC - SC 62% 38% 98% 20 a 40 (57%) Até 1000 (50%) Braido (2014) UNIVATES - RS 60% 40% 70% 18 a 23 (42%) 1.000 a 1.500 (28%) Barros (2010) ESADE - RS 57% 43% 68% 24 a 29 (43%) 1.000 a 1.500 (34%) Fonte: Dados da pesquisa

Quanto a orientação sobre educação financeira, 32% dos respondentes foi orientado pela família, 30% por conta própria, 32% receberam orientações por meio do ambiente formal (cursos, ensino fundamental, médio e superior) e 6% nunca foi orientado ou não possui informações sobre o assunto. Nesse sentido, a maior parte dos alunos tiveram orientações ou possuem conhecimento sobre educação financeira, sendo que os achados divergem dos

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resultados encontrados por Aguiar Júnior (2013), em que 39% não tiveram qualquer orientação financeira.

4.2 Controle Financeiro

No segundo bloco de questões, os respondentes informaram como realizavam o seu controle financeiro, dos quais 68% realizam controle financeiro, sendo que destes, 35% utilizam controle em papel; 21% análise de extratos bancários; 31% planilhas eletrônicas, e; 13 % aplicativos de celulares e/ou softwares específicos. A proporção de respondentes que realizam controle financeiro é inferior a estudos anteriores como o de Barros (2010), Aguiar Júnior (2013) e Braido (2014), sendo de 83,0%; 75,0%, e; 84,6%, respectivamente.

Também, foi perguntado a periodicidade da realização do controle financeiro. Os resultados apontam que 13% realizam o controle de todos os gastos, 8% diariamente, 21% de forma semanal e 54% mensalmente, já 4% dos respondentes realizam este controle quando se lembram. Esses resultados demonstram que a maior parte dos respondentes, 42% realizam o controle financeiro, pelo menos, uma vez na semana, sendo que a periodicidade em controlar os recursos financeiros é relevante para atingir as metas de curto, médio e longo prazo.

Diante dos respondentes que não realizam controle financeiro, 32% dos respondentes, foi averiguado os motivos pelos quais os respondentes não realizam o controle financeiro, onde 46% destes alegaram a falta de tempo; 35% não acham necessário ou não tem interesse; 8% alegam outros motivos, e 11% não sabe como fazer o controle. A não realização do controle financeiro interfere na possibilidade do cumprimento das metas de curto, médio e longo prazo, fazendo com que as metas não sejam alcançadas da forma mais eficiente.

Quando questionado sobre a situação financeira atual, 58% dos alunos se consideram organizados, o qual possuem controle sobre a renda disponível, não têm dívidas que comprometam o seu orçamento e poupam sempre que possível. Por outro lado, 39% se consideram moderadamente desorganizados, no qual não tem controle sobre gastos, possuem dívidas e não consegue poupar recursos para períodos futuros e, por fim, apenas 4% se consideram desorganizados, possuindo dividas sem conseguir honrar com os compromissos.

4.3 Endividamento

Avaliar o endividamento é importante para o planejamento financeiro. Isso porque, pode-se controlar os gastos e compra de bens que são adquiridos a prazo, além de que analisar

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o endividamento é importante para planejar as metas de curto, médio e longo prazo, sem que haja dificuldade no controle financeiro. Destarte, foi analisada qual a despesa que compromete mais a renda dos respondentes, observa-se que uma parcela significativa destes utilizam os recursos com necessidades básicas, tais como: alimentação, transporte e habitação com 21%, 23% e 24%, respectivamente.

Estes resultados, são divergentes dos achados encontrados por Aguiar Júnior (2013), onde 65% dos alunos declararam que a despesa com educação é a que compromete em maior proporção a renda, diferentemente dos resultados encontrados no presente estudo em que os achados demonstram apenas que 6%. Isto pode ocorrer, por causa de que os respondentes deste estudo estão em uma universidade pública, e por não terem que desembolsar recursos para pagamento de mensalidades.

Também, foram analisadas quanto a principal forma de endividamento dos respondentes que afirmaram que possuem ao menos uma dívida, ou seja 62%. Destes, 40% possuem dívidas com cartão de crédito, 22% com financiamento de veículo e 14% com financiamento imobiliário, sendo que constam na Tabela 5. A forma de endividamento, mais comum é o cartão de crédito, tendo em vista que este pode ser utilizado para compra de bens e serviços de valor de baixo valor monetário, fácil acesso por parte das pessoas e alto juros atrelado a esta forma de endividamento. Esses resultados condizem com o estudo de Aguiar Júnior (2013), no qual, dos endividados, 41% apresentavam dívidas com cartão de crédito, 28% com financiamento de automóvel e 11% com financiamento de imóvel.

Tabela 5 - Modalidade de dívida dos alunos

Dívidas Frequência %

Cartão de Crédito 40%

Financiamento de Automóvel 22%

Financiamento de Imóvel 14%

Empréstimo com Familiares 10%

CDC - Banco 8%

Cheque Especial 5%

Outros 1%

Total 100%

Fonte: Dados da pesquisa

Considerando os respondentes que possuem dívidas, 46% não possuem dívidas que são parceladas, porém 27% destes possuem dívidas que comprometem 31% ou mais do rendimento mensal Tabela 6. Os resultados são divergentes aos encontrados por Barros (2010) e Braido (2014), em que verificaram que 64% e 60% dos respondentes, respectivamente, possuem dívidas, cujo parcelas correspondem a pelo menos 30% da renda mensal. Valores referente as

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um problema, tendo em vista o aumento significativo do risco do não pagamento das parcelas das dívidas (FORTUNA, 2008).

Tabela 6 - Proporção das dívidas parceladas comparadas com o rendimento mensal

Índice da Dívida Frequência %

Acima de 100% do rendimento 1% 81% à 100% do rendimento 1% 51% à 80% do rendimento 12% 31% à 50% do rendimento 13% 11% à 30% do rendimento 23% Até 10% do rendimento 4%

Não possui dívidas parceladas 46%

Total 100%

Fonte: Dados da pesquisa

Considerando o atraso do pagamento de contas, 82% dos respondentes não costumam pagar as dívidas com atraso. Dos que costumam saldar as dívidas com atraso, 72% possuem dívidas, cujo o valor das parcelas está acima de 30% dos rendimentos líquidos mensais; 44% não realiza controle financeiro e, 80% possui rendimentos mensais no montante de R$ 1.500,00. Em complemento, 32% dos respondentes já tiveram, em algum momento da vida, o nome incluso em banco de dados de restrição ao crédito, destes as principais causas foram a inexistência de planejamento e/ou controle (64%) e desemprego (25%).

Em relação ao uso dos recursos recebidos, 60% efetua o pagamento dos compromissos ao longo do mês, no qual existe a sobra de recurso; 39% usa o recurso recebido de acordo com o planejamento financeiro, e; apenas 1% utilizam todo o rendimento do mês para o pagamento de dívidas.

Também, a maior parcela dos respondentes (59%) define o item a ser adquirido, sendo que para isso ocorre após pesquisa de preços no mercado. Entretanto, 36% não planeja as compras, mas apenas pesquisa os preços de objetos que possui alto valor, e; 6% não realiza qualquer planejamento ou pesquisa de preços dos bens adquiridos.

Foi questionado para qual finalidade as linhas de créditos são utilizadas, no qual 49% faz o uso de linhas de créditos durante o período mensal com pagamento no mês posterior; 41% efetua o pagamento da maioria das contas à vista e utiliza linhas de créditos para financiar bens duráveis, e; por fim 10% dos alunos efetuam o pagamento de todas as contas por meio de linhas de crédito, sempre que possível.

Fazendo a relação entre os alunos que realizam planejamento financeiro e a utilização do dinheiro por meio de pesquisas de preços, observa-se que 56% dos alunos que realizam o controle financeiro, usam o salário de acordo com seu planejamento e 69% pesquisam preços antes de realizar qualquer compra. Não obstante, os alunos que não realizam o controle

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financeiro, 90% ao receberem o dinheiro, paga as dividas mensais, e sobrevive com o restante do dinheiro e, 45% utilizam linhas de créditos como limite de cheque especial para passar o mês e 51% somente pesquisa preços de objetos de alto valor.

Quanto a bens que apresentem alto valor, 67% dos alunos analisam se o valor da parcela é adequado ao orçamento e 38% levam em consideração os juros embutidos na operação. Contudo, Apenas 7% dos respondentes realizam compras de bens com alto valor, sendo que a maior parte dos respondentes adquirem bens a prazo, como estratégia de aquisição do bem. Nesse sentido, é importante que as pessoas realizem o controle financeiro, para se possa honrar o pagamento dos valores das parcelas das dívidas sem prejudicar a saúde financeira nos períodos futuros.

4.4 Planejamento financeiro

Investir os recursos recebidos é essencial para atingir as metas de curto, médio e longo prazo. Por esse motivo, os resultados apontam que 40% dos alunos que responderam os questionários possuem investimentos (Tabela 7), sendo que destes alunos, 62% possui investimentos em renda fixa (Poupança, CDB, Fundos ou Tesouro Direto). Isso, demonstra que a maior parte dos alunos são conservadores quanto as modalidades de investimento, principalmente quando comparado com os respondentes que realizam investimento de renda variável, tais como: operações com ações no mercado financeiro, sendo apenas 3%.

Também, percebe-se que poucos alunos realizam investimentos a longo prazo, tais como: previdência privada, prospectando o momento da aposentadoria. Assim, verifica-se que os respondentes são conservadores, devido a maior parte realizarem investimentos de renda fixa e a menor parcela dos destes operam com investimento variável de alto risco associado

Tabela 7 - Modalidades de investimentos da amostra pesquisada

Modalidades de Investimentos Frequência %

Investimento de Renda Fixa (Poupança, CDB, Fundos ou Tesouro Direto) 62%

Imóveis 23%

Títulos de Capitalização 7%

Previdência Privada 5%

Investimento de Renda Variável (Ações em Bolsa de Valores) 3%

Total 100%

Fonte: Dados da pesquisa

Em complemento, foi questionado aos respondentes que realizam investimentos, 40% do total da amostra, qual o percentual da renda líquida mensal que é destinada aos investimentos, sendo que, a maioria, 51% dos alunos destinam até 10% (Tabela 8). Os

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resultados acima vão de encontro com estudos correlatos, tais como: Barros (2010), que verificou que 40% dos respondentes realizavam investimentos e Aguiar Júnior (2013) em que esta proporção é 47%.

Tabela 8 - Renda líquida mensal destinada a investimentos

Renda Bruta Frequência % Frequência Acumulada%

até 10% 51% 51%

de 11 a 30% 30% 81%

de 31 a 50% 15% 96%

acima de 51% 4% 100%

Total 100% 100%

Fonte: dados da pesquisa

Também, é importante comparar o valor investido com o padrão de consumo, em caso de imprevistos. Isso porque, pode-se saber qual o período equivale o padrão de consumo atual em meses, sendo importante em caso de imprevistos, tais como: desemprego. Diante disso, os alunos foram questionados, considerando o valor dos investimentos, qual o período que manteriam seu padrão de consumo em caso de imprevisibilidade.

Os resultados apontam que 39% dos respondentes não possui qualquer reserva financeira Tabela 9. Isso é preocupante, pois em caso de imprevisto estes alunos podem recorrer a empréstimos com alta taxa de juros, prejudicando as finanças pessoais e as metas de curto, médio e/ou longo prazo. Por outro lado, 17% dos respondentes possuem reservas financeiras, mantendo o padrão de consumo atual, em período acima de 6 meses.

Tabela 9 - Período em que os alunos manteriam seu padrão de consumo

Período Frequência % Frequência Acumulada%

Não possui reserva financeira 39% 39%

Reserva financeira de 1 a 3 meses 26% 65%

Reserva financeira de 4 a 6 meses 18% 83%

Reserva financeira de 7 a 12 meses 9% 92%

Reserva financeira acima de 12 meses 8% 100%

Total 100% 100%

Fonte: Dados da pesquisa

Preocupar-se com o futuro é fundamental para atingir as metas estipuladas para o curto, médio e longo prazo, sendo que os alunos foram perguntados quanto as pretensões para o futuro financeiro. Os resultados que constam na Tabela 10 demonstram que 50% dos discentes afirmaram que possuem planejamento para o futuro, mas não o pratica. Isso, pode ser considerado como um sinal de alerta, tendo em vista que este comportamento pode acarretar em atrasos e/ou dificuldade em cumprir as metas estabelecidas de curto, médio e longo prazo.

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Em contraste, conforme observado na Tabela 10, apenas 8% dos alunos já possui planejamento para o futuro, onde já foi colocado em prática. Esse resultado demonstra que uma pequena parte da amostra selecionada executa seu planejamento e, provavelmente, terá maior facilidade em atingir os seus objetivos que dependam da educação e inteligência financeira.

Tabela 10 - Pretensões para o futuro financeiro

Preocupação com o futuro financeiro Frequência %

Não tem preocupação com o futuro 4%

Possui preocupação com o futuro, mas não há planejamento 38% Tem planejamento para o futuro, mas não coloca em prática 50%

Tem planejamento para o futuro e coloca em prática 8%

Total 100%

Fonte: Dados da pesquisa

Considerando as pretensões de investimentos de longo prazo, tais como: previdência privada, verificou-se que 11% dos respondentes tem plano de previdência privada; 67% não realizam esta modalidade de investimento, mas apresentam interesse em aderir nos próximos anos, e por fim; 22% não possui plano de previdência e não tem interesse de aderir.

4.5 Análise dos alunos

Os questionários respondidos foram discriminados de acordo com o curso de origem do aluno, conforme Tabela 11 constatou-se que 73% dos graduandos em administração efetuam o controle das suas finanças pessoais; 53% destes possuem dívidas, sendo que 50% destes que possuem dívidas, condicionando mais de 30% do salário para pagamentos das parcelas das dívidas e 31% que estão endividados costumam efetuar o pagamento de seus compromissos com atraso. Em relação ao curso de ciências contábeis, apenas 57% dos alunos realizam o controle das suas finanças, no qual 74% possuem dívidas e 42% realizam investimentos. Em complemento, os alunos de ciências econômicas, 68% realizam controle das suas finanças, 64% possuem dívidas, e 38% realizam investimentos. Já os alunos de administração, 73% realizam controle financeiro, maior índice dentre os três cursos, 53% possuem dívidas e 38% realizam investimentos.

Tabela 11 - Planejamento financeiro dos alunos de acordo com o curso matriculado

Cursos de Graduação

Realizam Controle

Financeiro Possui divida Realizam Investimentos

Não Sim Não Sim Não Sim

Administração 27% 73% 47% 53% 62% 38%

Ciências Contábeis 43% 57% 36% 74% 58% 42%

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Conforme observado na Tabela 12, quando discriminados os alunos por semestre de curso, verifica-se que 75% dos alunos matriculados no sexto semestre realizam controle financeiro, sendo o semestre com a maior proporção de alunos que realizam esse controle enquanto os alunos matriculados no oitavo semestre com 50%, sendo a menor proporção entre os semestres avaliados.

Também, observa-se que os alunos mais endividados estão nos semestres finais do curso, já que os alunos dos semestres iniciais geralmente têm idade inferior a 21 anos, são solteiros, moram com os pais ou são dependentes e não são responsáveis pelas despesas com moradia e transporte.

Tabela 12 - Planejamento financeiro dos alunos de acordo com o semestre matriculado

Semestre Realizam Controle Financeiro Possui Dividas Realizam Investimentos

Não Sim Não Sim Não Sim

2° 32% 68% 45% 55% 66% 34%

4° 33% 67% 59% 41% 68% 32%

6° 26% 75% 28% 72% 52% 48%

8° 50% 50% 15% 85% 58% 42%

10° 34% 66% 24% 76% 54% 46%

Fonte: Dados da pesquisa

De forma concomitante, na Tabela 13 foram analisados o comportamento dos respondentes sobre “realização do controle financeiro”, “possuir dividas” e “realização de investimentos” de acordo com o gênero dos respondentes, no qual verificou que o controle financeiro é realizado por 67% do gênero feminino e 64% do gênero masculino.

Tabela 13 - Planejamento financeiro de acordo com o gênero dos respondentes

Gênero

Realizam Controle

Financeiro Possui Dividas Realizam Investimentos

Não Sim Não Sim Não Sim

Feminino 33% 67% 41% 59% 68% 32%

Masculino 36% 64% 35% 65% 54% 46%

Fonte: Dados da pesquisa

Quando analisado os alunos por faixa etária, observa-se na Tabela 14 que 85% dos alunos que tem idade superior a 31 anos realizam o controle financeiro. Entretanto 75% dos alunos desta faixa etária possuem dividas, sendo que 50% destes alunos endividados comprometem mais de 30% da renda mensal com pagamentos de parcelas.

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Faixa Etária

Realizam Controle

Financeiro Possui Dividas Realizam Investimentos

Não Sim Não Sim Não Sim

Até 18 anos 32% 68% 64% 36% 73% 27%

19 a 21 anos 31% 69% 56% 44% 61% 38%

22 a 25 anos 33% 67% 26% 74% 62% 39%

26 a 30 anos 55% 45% 9% 91% 60% 40%

Acima de 30 anos 15% 85% 25% 75% 45% 55%

Fonte: Dados da pesquisa

Os alunos que pertencem a faixa etária entre 26 a 30 anos, são os que menos realizam controle financeiro, e consequentemente, são os que têm a maior proporção de dividas, sendo que destes endividados 60% possuem dividas com financiamento imobiliário e 55% possuem dividas com financiamentos de veículos, dividas típicas dessa faixa etária.

Dentre os alunos que realizam investimentos, observa-se que a medida que aumenta a faixa etária aumenta também a proporção das pessoas que declararam realizar investimentos. Também, isso ocorre devido ao aumento do valor da renda mensal destes alunos de diferentes faixas etárias, no qual 100% que tem até 18 anos têm renda igual ou inferior a R$ 1.500,00. Por outro lado, os alunos com idade igual ou superior a 31 anos, 50% destes tem renda com valor superior a R$ 1.500,00.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa teve o objetivo identificar como os alunos dos cursos de graduação de uma instituição de ensino público Sul-mato-grossense realizam seu planejamento financeiro. Para alcançar o objetivo proposto, foi aplicado um questionário impresso adaptado de Barros (2010), Aguiar Junior (2013) e Braido (2014) com 197 alunos de três cursos de graduação, sendo: administração, ciências contábeis e ciências econômicas.

Ao analisar a realização de controle financeiro por perfil, verificou-se que a proporção dos alunos que realizam o controle financeiro são próximos, quando comparado os semestres cursados pelos respondentes. Em relação ao endividamento, 62% responderam que possuem dívidas, sendo que 40% possuem dívidas com cartão de credito, 22% financiamento de carro e 14% possui financiamento de imóvel. Entretanto, apenas 27% possuem parcelas de dívidas acima de 30% da renda mensal.

Os alunos apontaram habitação (24%), transporte (23%), e alimentação (21%) como os responsáveis pelos maiores dispêndios da renda dos alunos. Quando analisado os alunos por curso e por gênero, observa-se que os alunos que realizam controle financeiro apresentam

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menor proporção de endividamento quando comparados com os alunos que não realizam este controle.

Também, observa-se que 96% dos alunos possuem preocupação com o futuro financeiro. Porém, somente 8% já colocaram em prática o seu planejamento. 40% dos alunos possuem alguma modalidade de investimento, sendo que destes, 62% dos realizam aplicações financeiras. Porém, a maior parcela destes alunos que realizam investimentos consegue investir valores inferiores a 10% da sua renda líquida, sendo que esse resultado vai de encontro com os obtidos por estudos anteriores realizados por Barros (2010) e Aguiar Junior (2013).

Ao analisar o período em que o aluno conseguiria manter o mesmo padrão de vida atual com o valor dos investimentos, caso este perdesse a principal fonte de renda, 39% dos alunos responderam que não possuem nenhuma reserva financeira e, consequentemente, não conseguiriam manter seu padrão de consumo atual. Entretanto, 17% conseguiriam manter seu padrão de consumo atual por um período superior a 6 meses. O percentual de alunos que não possui nenhuma reserva financeira deste estudo é divergente dos resultados obtidos por Barros (2010) e por Braido (2014).

Quanto a renda para o período de aposentadoria, 22% dos alunos não pretendem adquirir plano de previdência privada. Contudo, 67% dos alunos pretendem aderir a esta modalidade de investimento nos próximos anos, sendo que 11% já investem na previdência privada.

Os resultados são validos para alunos dos cursos de graduação da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia da Universidade Federal da Grande Dourados. Contudo, os resultados não podem ser generalizados no contexto nacional. Diante disso, é interessante a comparação dos resultados obtidos com estudos com alunos da iniciativa privada. Adicionalmente, sugere-se a replicação deste estudo afim de comparação dos resultados de diferentes localidades, bem como com alunos de outros cursos.

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