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AVALIAÇÃO DA SEMENTE DE Moringa oleifera Lam EM PÓ E EM SOLUÇÕES AQUOSA E SALINA NO TRATAMENTO DE ÁGUA SUPERFICIAL

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AVALIAÇÃO DA SEMENTE DE Moringa oleifera Lam EM PÓ E EM

SOLUÇÕES AQUOSA E SALINA NO TRATAMENTO DE ÁGUA

SUPERFICIAL

Priscila Ferri Coldebella1*; Karina Cardoso Valverde1; Márcia Regina Fagundes-Klen2*; Angélica Marquetotti Salcedo Vieira3; Letícia Nishi1; Milene Carvalho Bongiovani1; Aline Takaoka Alves

Baptista3; Franciele Pereira Camacho1; Carole Silveira1; Driano Rezende1; Onélia Aparecida Andreo dos Santos1; Rosângela Bergamasco1

Resumo – Este trabalho propõe avaliar a eficiência da semente de Moringa oleifera Lam como

coagulante na remoção dos parâmetros cor aparente, turbidez e compostos com absorção em UV254nm da água superficial proveniente da bacia do rio Pirapó, Maringá, PR, com turbidez inicial

próxima a 70 NTU. Nove métodos de preparação do coagulante foram estudados, abrangendo amostras em pó com diferentes granulometrias; solução obtida por extração aquosa e salina, todas avaliadas antes e após a retirada do óleo por extração com hexano. Os ensaios de coagulação/

floculação foram realizados em Jar Test, utilizando-se dosagens do coagulante de 50 mg.L-1 e 100

mg.L-1, e as amostras foram coletadas após a etapa de sedimentação para verificar a eficiência do

processo. Obteve-se valores de remoção de cor aparente e turbidez em torno de 80%, e compostos

com absorção em UV254nm próximos a 60% nos tratamentos com pó integral e soluções salinas 1%

integral e desengordurada. Assim, pode-se considerar que a Moringa oleifera Lam é um coagulante natural com grande potencial para o tratamento de água superficial para fins potáveis.

Palavras-ChaveMoringa oleifera Lam, coagulante natural, água superficial.

EVALUATION OF Moringa oleifera Lam SEEDS IN POWDER AND IN

AQUEOUS AND SALINE SOLUTION FOR SURFACE WATER

TREATMENT

Abstract – This paper proposes to evaluate the efficiency of Moringa oleifera Lam seed as

coagulant in removing the parameters apparent color, turbidity and compounds with UV254nm

absorption of surface water from Pirapó river basin, Maringá, PR, with initial turbidity close to 70 NTU. Nine coagulant preparation methods have been studied, including powder samples with different particle size, solution obtained by aqueous and saline extraction, all measured before and after oil removal by extraction with hexane. The coagulation/flocculation tests were performed in

Jar Test, using coagulant dosages ranging from 50 mg.L-1 to 100 mg.L-1 and samples were collected after sedimentation stage to verify the efficiency of the process. It was obtained removal values of apparent color and turbidity around 80%, and compounds with UV254nm absorption near 60% in

powered whole treatments, solution whole 1% and defatted (saline). Thus, it can be considered that the Moringa oleifera Lam is a favorable coagulant, with great potential for surface water treatment for drinking purposes.

KeywordsMoringa oleifera Lam, natural coagulant, surface water.

1 Departamento de Engenharia Química, Universidade Estadual de Maringá, priscila.ferri@bol.com.br; rosangela@deq.uem.br 2 Centro de Engenharias e Ciências Exatas, Engenharia Química, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, fklen@bol.com.br 3 Departamento de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Maringá, angelicamsalcedo@hotmail.com

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INTRODUÇÃO

As águas superficiais podem conter diversos organismos, substâncias, compostos e elementos prejudiciais à saúde, devendo ter sua concentração reduzida ou eliminada para o abastecimento público. Mesmo que visualmente não apresente indicações de contaminação, não se pode assegurar sua qualidade física, química e microbiológica.

As impurezas presentes na água apresentam grande variação de tamanho que muitas vezes não são removidas por sedimentação comum. Normalmente, isto é obtido pela adição de coagulantes, dentro de uma sequência de tratamento controlado. Pode-se afirmar que a utilização de coagulantes para a remoção de turbidez, cor, matéria orgânica e demais impurezas presentes na água, têm sido utilizada com sucesso no tratamento para a produção de água potável.

Muitos coagulantes químicos são amplamente utilizados nos processos de tratamento de água, com base nas suas características de coagulação e floculação, porém geram lodos não biodegradáveis e podem ter ligação com algumas doenças, tal como o mal de Alzeimer (Okuda et

al., 2001), o qual está relacionado ao alumínio presente nas águas.

O interesse por coagulantes naturais deve-se ao fato destes serem biodegradáveis e seguros para a saúde humana (Okuda et al., 2001). Uma planta que vem sendo pesquisada é a Moringa

oleifera Lam pertencente à família Moringaceae, que é composta apenas de um gênero (Moringa) e

14 espécies (Ndabigengesere et al., 1995; Jahn, 1989; Pise e Halkude, 2012).

Segundo Gidde et al. (2012) e Ndabigengesere et al. (1995), a semente da Moringa oleifera Lam é composta por lipídeos, carboidratos e proteínas, sendo que estas últimas estão presentes em maior proporção, em torno de 40%. Jahn (1989) e Ndabigengesere et al. (1995) verificaram que o componente ativo desta semente é uma proteína solúvel que atua como um polieletrólito catiônico natural durante o tratamento e causa a coagulação da água turva. Santos et al. (2009), verificaram que estas são ricas em lectinas, classe de proteínas hemaglutinantes existentes em várias formas de vida. Desta forma, a utilização destas sementes é uma alternativa viável em substituição aos sais metálicos, que são utilizados no tratamento de água no mundo todo (Sánchez-Martín et al., 2012).

Diversos métodos para melhorar a eficiência da remoção de turbidez têm sido propostos por pesquisadores, tais como: utilização da Moringa oleifera Lam em pó (Amagloh e Benang, 2009; Mangale et al., 2012), preparação da solução por extração aquosa (Muyibi e Evison, 1995; Pritchard

et al., 2010; Gidde et al., 2012; Pise e Halkude, 2012) e preparação da solução por extração salina

(Okuda et al., 2001; Yarahmadi et al., 2009; Madrona et al., 2012; Sánchez-Martín et al., 2012). Procedimentos quanto à utilização deste coagulante desengordurado foram estudados por Ali et al. (2010) e Nwaiwu et al. (2012). Contudo, ainda não há padronização para tais procedimentos.

Assim, este estudo propõe estabelecer comparações entre as diferentes formas de preparação

da Moringa oleifera Lam nas dosagens de 50 mg.L-1 e 100 mg.L-1 de coagulante, para utilização no

tratamento de água superficial, a fim de se obter remoções eficientes dos parâmetros cor aparente,

turbidez e compostos com absorção em UV254nm.

MATERIAIS E MÉTODOS

O trabalho foi realizado no Laboratório de Gestão, Controle e Preservação Ambiental, do Departamento de Engenharia Química (DEQ), da Universidade Estadual de Maringá (UEM),

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utilizando a água bruta coletada na Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR), proveniente da bacia do rio Pirapó, Maringá, PR.

As amostras de água bruta foram submetidas ao processo de coagulação/floculação com diferentes métodos de preparo das sementes de Moringa oleifera Lam, como apresentado na Tabela 1.

Tabela 1 – Diferentes métodos de preparação do coagulante para a utilização no tratamento de água

Tratamento Método de Preparação

A Pó integral B Pó integral – Tyler 32 C Pó integral – Tyler 48 D Pó desengordurado E Pó desengordurado – Tyler 32 F Pó desengordurado – Tyler 48

G Solução 1% integral (aquosa)

H Solução 1% integral (salina)

I Solução 1% desengordurada (salina)

O preparo dos coagulantes será descrito a seguir.

Preparo dos coagulantes

As sementes de Moringa oleifera Lam, provenientes de Aracajú, Sergipe - Brasil, foram descascadas e secas em estufa com circulação e renovação de ar (Digital Timer SX CR/42) a 40°C até peso constante (Amagloh e Benang, 2009).

• Coagulante em pó integral: 5 g de sementes secas foram trituradas em liquidificador. A massa total foi dividida em duas partes, sendo uma delas homogeneizada em conjunto de peneiras (Bertel) durante 1 hora, para a retirada de partículas maiores, e a outra separada para utilização posterior (pó integral). Secou-se este pó em estufa até peso constante. O pó com as menores granulometrias foram selecionados para os ensaios, sendo, abertura de 0,500 mm (Tyler 32) e 0,300 mm (Tyler 48). • Coagulante em pó desengordurado: realizou-se a extração química do óleo no extrator contínuo Soxhlet. Esse processo foi realizado por meio da pesagem de 10 g de sementes de Moringa oleifera Lam trituradas. O pó foi transferido para um cartucho de extração e levado a um extrator, acrescentando 170 mL de hexano (Ali et al., 2010). A evaporação do solvente ocorreu em um ciclo de 3 horas (Nwaiwu et al., 2012). O extrato obtido foi lavado com 500 mL água destilada na temperatura de 40°C. Realizou-se a secagem deste pó em estufa de acordo com o procedimento já descrito. De modo a se obter a granulometria pré-determinada do pó desengordurado (Tyler 32 e 48), utilizou-se o agitador de peneiras, conforme descrito anteriormente para o pó integral.

• Coagulante aquoso e salino: foram preparadas soluções na concentração de 1% m/v. Para a extração aquosa, adicionou-se 100 mL de água destilada e para a extração salina, 100 mL de solução NaCl 1M. Estas extrações foram realizadas por turbólise em liquidificador por 3 min, agitadas em agitador magnético durante 30 min, e filtradas a vácuo em papel de filtro qualitativo (Madrona et al., 2010). Para a obtenção da solução salina desengordurada, utilizou-se o procedimento de extração química do óleo no extrator contínuo Soxhlet seguido do método da extração salina.

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Processo de coagulação/floculação

Os ensaios de coagulação/floculação foram realizados em Jar Test, Milan – Modelo JT 101/6 de seis provas, em recipientes com capacidade para 400 mL de água bruta, adicionando-se dosagens

do coagulante Moringa oleifera Lam de 50 mg.L-1 e 100 mg.L-1. As velocidades foram fixadas em

100 rpm durante 3 min e 15 rpm durante 15 min, para propiciar a mistura rápida e lenta, respectivamente. Após, houve uma etapa de sedimentação de 60 min (Madrona et al., 2012).

A caracterização da água bruta foi realizada por meio dos seguintes parâmetros: cor aparente

e compostos com absorção em UV254nm (espectrofotômetro DR 5000 Hach), turbidez (turbidímetro

2100P Hach), sólidos dissolvidos totais (APHA, 2005) e pH (pHmetro Thermo-Scientific VSTAR92 Orion Versastar). A avaliação do processo de coagulação/floculação e sedimentação

baseou-se na redução percentual de cor aparente, turbidez e compostos com absorção em UV254nm.

Análise estatística

Para a avaliação da remoção dos parâmetros de qualidade após os processos de coagulação/floculação e sedimentação, utilizou-se delineamento em arranjo fatorial 9x2, sendo os fatores: tratamento (nove métodos de preparação do coagulante) e dosagens (duas dosagens do coagulante Moringa oleifera Lam), com duas repetições. Foram realizados para comparação dos resultados a Análise de Variância (ANOVA) e o teste de comparação de médias, teste Tukey, com 95% de confiança, sendo significativo um p-valor < 0,05, para verificar as diferenças significativas das eficácias de remoção dos parâmetros avaliados, através do programa estatístico SISVAR versão 5.3.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela 2 apresenta os resultados da caracterização da água bruta utilizada nos ensaios de coagulação/floculação e sedimentação.

Tabela 2 – Caracterização da água bruta

Parâmetro de qualidade Unidade Água bruta

Cor aparente uH(1) 357

Turbidez NTU(2) 69,35

Compostos com absorção em UV254nm cm-1 0,296

Sólidos dissolvidos totais mg.L-1 107,67

pH - 8,12

(1) Unidade Hazen: (mg Pt–Co L−1) (2) NTU: unidades nefelométricas de turbidez

A Figura 1 apresenta os valores médios obtidos para a remoção do parâmetro cor aparente,

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Figura 1 – Eficiência de remoção do parâmetro cor aparente para os diferentes tratamentos, nas dosagens de: (A) 50 mg.L-1; (B) 100 mg.L-1. *Considerando cada tratamento estudado, as médias seguidas por mesma letra não diferem

estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a 5% de nível de significância.

Através da Figura 1 (A) pode-se observar que as melhores remoções de cor aparente foram de

79,84%, 78,82%, 76,81%, 82,89% e 77,88%, na dosagem de 50 mg.L-1, para os tratamentos A, B,

C, H e I (pó integral, pó integral – Tyler 32, pó integral – Tyler 48, solução 1% integral (salina) e solução 1% desengordurada (salina)), respectivamente, não apresentando diferenças significativas

entre elas (p-valor > 0,05).Para Figura 1 (B), observou-se remoções de 83,02%, 84,74% e 81,32%,

na dosagem de 100 mg.L-1, para os tratamentos A, H e I (pó integral, solução 1% integral (salina) e

solução 1% desengordurada (salina)), respectivamente.

A Figura 2 apresenta os valores médios obtidos para a remoção do parâmetro turbidez,

considerando os tratamentos estudados, nas dosagens de 50 mg.L-1 e 100 mg.L-1.

Figura 2 – Eficiência de remoção do parâmetro turbidez para os diferentes tratamentos, nas dosagens de: (A) 50 mg.L-1; (B) 100 mg.L-1. *Considerando cada tratamento estudado, as médias seguidas por mesma letra não diferem

estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a 5% de nível de significância.

Através da Figura 2 (A) pode-se observar que as melhores remoções de turbidez foram de

83,97%, 84,92%, 89,30% e 83,98%, na dosagem de 50 mg.L-1, para os tratamentos A, B, H e I (pó

integral, pó integral – Tyler 32, solução 1% integral (salina) e solução 1% desengordurada (salina)), respectivamente, sendo estes valores considerados estatisticamente iguais (p-valor > 0,05). Para

Figura 2 (B), observou-se remoções de 85,03%, 88,39% e 86,70%, na dosagem de 100 mg.L-1, para

os tratamentos A, H e I (pó integral, solução 1% integral (salina) e solução 1% desengordurada (salina)), respectivamente.

Pode-se notar que, de uma maneira geral, houve uma tendência similar em relação à remoção dos parâmetros cor aparente e turbidez. Este fato pode ocorrer porque os dois parâmetros de

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qualidade de água estão relacionados com a concentração de sólidos presentes. A cor aparente refere-se principalmente à presença de matérias orgânicas dissolvidas ou coloidais, além das partículas suspensas, enquanto a turbidez deve-se à presença de matéria particulada em suspensão na água.

A Figura 3 apresenta os valores médios obtidos para a remoção do parâmetro compostos com absorção em UV254nm, considerando os tratamentos estudados, nas dosagens de 50 mg.L-1 e 100

mg.L-1.

Figura 3 – Eficiência de remoção do parâmetro compostos com absorção em UV254nm para os diferentes tratamentos, nas dosagens de: (A) 50 mg.L-1; (B) 100 mg.L-1. *Considerando cada tratamento estudado, as médias seguidas por mesma

letra não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a 5% de nível de significância.

Através da Figura 3 (A) pode-se observar que as melhores remoções dos compostos com

absorção em UV254nm foram de 66,80%, 61,15%, 64,42%, 66,19% e 61,95%, na dosagem de 50

mg.L-1, para os tratamentos A, B, C, H e I (pó integral, pó integral – Tyler 32, pó integral – Tyler

48, solução 1% integral (salina) e solução 1% desengordurada (salina)), respectivamente, não apresentando diferenças significativas entre elas (p-valor > 0,05). Para Figura 3 (B), observou-se

remoções de 66,94% e 68,38%, na dosagem de 100 mg.L-1, para os tratamentos A e I (pó integral e

solução 1% desengordurada (salina)), respectivamente.

Os tratamentos B e C (pó integral – Tyler 32, pó integral – Tyler 48) não influenciaram significativamente nas remoções obtidas para os parâmetros avaliados em relação a dosagem de 50 mg.L-1, sendo possível utilizar tanto o pó integral quanto o pó com granulometria específica. No entanto, para a dosagem de 100 mg.L-1, a seleção da granulometria influenciou negativamente na remoção obtida, sendo mais adequado utilizar o pó integral.

As três amostras do pó desengordurado (tratamentos D, E e F) apresentaram valores de remoção inferiores aos demais, para os três parâmetros de qualidade avaliados. Pode-se observar visualmente durante os ensaios, que não houve a formação de flocos densos, consequentemente dificultando o processo de decantação. Como estes permaneceram em suspensão, houve a coleta de um grande número de flocos durante a amostragem, o que interferiu significativamente na eficiência

de remoção.Isso possivelmente pode ser explicado pela retirada do óleo.

Madrona et al. (2010) constataram que os resultados obtidos para a extração aquosa não foram representativos em termos de remoção, o que também pode ser observado nos resultados apresentados para o tratamento G. Assim, esta extração não foi um método eficiente para remover cor aparente e turbidez da água. Desta forma, optou-se por não realizar ensaios com extração aquosa desengordurada.

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Verificou-se que a capacidade de coagulação da solução de Moringa oleifera Lam extraída por solução salina (tratamentos H e I), para os parâmetros avaliados, apresentou melhores resultados em relação à solução aquosa, fato também comprovado por Okuda et al. (2001) e Madrona et al. (2012). Segundo Ndabigengesere et al. (1995), uma maior solubilidade de coagulantes é alcançada através de elevação na salinidade durante o processo de extração. O aumento da densidade de cargas, devido à dissociação do sal, pode contribuir para esta melhora no processo de coagulação/floculação (Madrona et al., 2010).

Considerando-se a análise estatística, baseado nos resultados obtidos, verifica-se que os tratamentos A, H e I (pó integral, solução 1% integral (salina) e solução 1% desengordurada (salina)) não diferem entre si estatisticamente nas dosagens de 50 mg.L-1 e 100 mg.L-1 para os parâmetros cor aparente e turbidez. Assim, pode-se afirmar que a dosagem de 50 mg.L-1 é mais vantajosa a fim de se obter remoções dos parâmetros de qualidade, para a água de estudo com turbidez inicial próxima a 70 NTU, já que se trata de uma menor quantidade de coagulante natural.

CONCLUSÃO

Dentre todos os tratamentos estudados com as sementes de Moringa oleifera Lam, tanto o pó integral, quanto a solução 1% integral e desengordurada (salina) são indicadas para a remoção dos parâmetros de qualidade avaliados, utilizando a dosagem de 50 mg.L-1, obtendo-se valores de

remoção de cor aparente e turbidez em torno de 80%, e compostos com absorção em UV254nm

próximos a 60%.

Pode-se afirmar então que, estes três tratamentos propostos com a Moringa oleifera Lam apresentaram-se como um propício coagulante natural, podendo ser considerado como uma técnica alternativa para a melhoria da qualidade de água para o consumo humano em relação ao tratamento convencional.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a Capes pelo suporte financeiro, a UFS pelas sementes de Moringa

oleifera Lam e a SANEPAR pelas amostras de água bruta fornecidas.

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