Soares dos Santos
tem
mais
dinheiro
na
bolsa que
Soares
dos
Santos
tem
mais
dinheiro
na
bolsa
que
China
e
Angola
juntos
A
subida
das acções
da
Jerónimo
Martins
levou
a
família
Soares
dos
Santos
a
ser
a
principal
investidora
na
bolsa
portuguesa.
Rui Barroso
rui.barroso@economico.pt
A bolsa portuguesa despertou nos últimos tempos oapetite de investidores chineses, angola-nos e brasileiros. Mas, apesar do aumento do
investimento
destes países, o valor conjunto
detido na bolsa portuguesa por entidades angolanas e chinesas
é inferior à participação da
fa-mília Soares dos Santos na Je-rónimo Martins. Aliás, a posi-ção na retalhista é pouco
infe-rior à detida pelo conjunto de investidores brasileiros,
chine-ses eangolanos na bolsa
portu-guesa. O aumento do valor da bolsa nacional detido pela fa-mília Soares dos Santos é
expli-cado pela subida das acções da retalhista (ver texto ao lado), as
únicas com rendibilidade posi-tiva desde o início da crise
fi-nanceira.
"A recessão vivida no país e
na Europa tem afectado o
de-sempenho das cotadas
portu-guesas, oque tem desvalorizado
as participações de quem as
de-têm numa altura em que aBanca
restringe cada vez mais aslinhas
ao
financiamento",
referiu
oanalista da Fincor, José Sarmen-to, ao Diário Económico.
Os56,1% detidos pela família Soares dos Santos, através da Sociedade Manuel dos Santos, na Jerónimo
Martins
têmac-tualmente uma avaliação de 5,5 mil milhões de euros. É a
enti-dade que mais dinheiro tem
in-vestido no PSI 20 (ver infogra-fia), segundo cálculos do Diário Económico sobre o
valor
das mais de 80 participações quali-ficadas que existem actualmente no PSI 20. O valor detido pela família Soares dos Santos é equi-valente a 11,43% da capitaliza-ção bolsista conjunta das vinte cotadas do índice.Por seu lado, os investidores brasileiros, chineses e angola-nos têm, no seu conjunto, uma
participação
avaliada em5,9
mil
milhões de euros na bolsa portuguesa. No seu conjunto, asentidades destes países têm um peso de 18,5570 no valor total das participações qualificadas (acima de 2%) detidas em
em-presas do PSI 20. Os valores já incluem avenda das participa-ções na REN ainvestidores
chi-neses edoMédio Oriente. Itália éomaior investidor estrangeiro do PSI
20
Apesar dos reforços de
investido-res brasileiros, chineses e
angola-nos, Itália éo país estrangeiro com mais dinheiro investido na bolsa
portuguesa. Isto apesar de haver
apenas uma entidade italiana com
participação qualificada: a ENI. A petrolífera tem 33,4% da Galp, a segunda empresa mais valiosa do
PSI 20, apesar de já ter sinalizado
que está disposta avender esta participação. Esta posição, aos preços actuais, vale três mil
mi-lhões de euros. Seguem-se os
in-vestidores brasileiros, que têm 2,3
mil milhões deeuros aplicados no PSI 20, à custa, principalmente
das posições da Camargo Corrêa e
daVotorantim na Cimpor. Jáo
in-vestimento dos chineses na EDPe
na REN colocam o Império do Meio como oterceiro maior inves-tidor nabolsa portuguesa.
A fechar o 'top 5' estão os
Amaior parte do investimento do
país africano éfeito através da So-nangol. É a sexta entidade com as
participações mais valiosas noPSI
20.Tem 1,36mil milhões deeuros
investidos na Galp, através da Amorim Energia e 91,7 milhões
de euros aplicados no BCP. Já as
nove entidades espanholas com participações qualificadas têm, no seu conjunto, 1,6 mil milhões
de euros ha bolsa portuguesa. O maior investidor do país vizinho é
aIberdrola, comum investimento
de 522milhões deeuros. Portugueses têm metade das participações qualificadas
Durante acrise, algumas cotadas nacionais despertaram o interesse deentidades estrangeiras. No en-tanto, os investidores nacionais continuam ater mais de metade
dovalor das participações qualifi-cadas nabolsa portuguesa. No seu
conjunto têm participações
ava-liadas em 17,7mil milhões de
eu-ros. "Faz sentido queamaior parte
do investimento no PSI20seja de
investidores domésticos, devido
ao risco do país", comentou o
analista da IGMarkets, Duarte
Caldas, aoDiário Económico. No entanto, quase 75% do
in-vestimento português na bolsa
está concentrada em apenas seis
entidades: a família Soares dos Santos; a EDP (na EDP
Renová-veis, REN eBCP); Américo
Amo-rim (através da posição na Galp);
oEstado; oBES (englobando
po-sições detidas pelo BES, família
Espírito Santo, ESFG e ESAF); e
por Pedro Queiroz Pereira (Se-mapaePortucel).
Apesar do processo de priva-tizações da EDPe da REN, o Es-tado, através da Parpública e da CGD, ainda está na
lista
dos maiores accionistas doPSI20. Nototal, tem participações
avalia-das em1,3 mil milhões de euros. "Devido ao plano de ajuda ela-borado pela Troika, oestado deve reduzir a sua participação nas
empresas cotadas. Por outro lado, teremos também que ter em mente que o Estado poderá
ter que apoiar bancos como o
BCP e o BPI nos seus aumentos de capital, oque poderá aumen-tar a sua exposição nestas cota-das", refere José Sarmento.
¦
Oanalista da IG
Markets, Duarte
Caldas, considera
que"faz sentido
queamaior parte
do investimento
no PSI20 seja de
investidores nacionais, devido ao risco do país".
Retalho aproveita
crise
para
ganhar
terreno
nas
bolsas
ibéricas
Jerónimo Martins jáé a mais valiosa do PSI
20
eInditex igualou o valor do Santander. A crise financeira está a enco-lher opeso das entidadesfinan-ceiras nas bolsas ibéricas ea
au-mentar o papel de empresas de
retalho
no mercado. Desde oinício de 2008 aJerónimo
Mar-tins éaúnica empresa do PSI 20
adar ganhos aos investidores. A cotada
valorizou
180% nesse período, engrossando asua ca-pitalização bolsista em 6,1 mil milhões de euros. No mesmo período, oPSI 20 cedeu 60%. O desempenho positivo permitiu àempresa superar acapitalização bolsista da Galp na semana pas-sada,
tornando-se
na cotada com maior valor de mercado da bolsa nacional. A retalhista já tem um peso de 19,8% na capi-talização bolsista conjunta dascotadas do PSI 20. No início de
2008,
essa ponderação era de apenas 3,8%.Esta valorização
permitiu
àfamília Soares dos Santos ver o
seu investimento na retalhista
aumentar
3,5mil
milhões de euros, para 5mil
milhões de euros, numa fase em quepra-ticamente todos os
investido-res
institucionais
viram
as suas posições na bolsa nacio-nal emagrecer. Já a bancavi-veu uma situação oposta. BCP,
BES e BPI
cederam
no seu conjunto 18,7mil
milhões de euros em capitalização bolsis-ta, apesar de terem realizadovários
aumentos
decapital.
Se, no início de 2008, valiam 25% da bolsa, agora têm
um
peso de apenas 7,1%.Em
Espanha
asituação
também não é muito
diferen-te. Abanca cede terreno,
atin-gida pela crise de dívida sobe-rana e, apesar da turbulência, empresas de retalho
diversifi-cadas geograficamente conse-guem ganhar músculo na
bol-sa. Foi o caso da
Inditex
que,na semana passada,
ultrapas-sou o Santander em valor de mercado e tem disputado com
o banco o
lugar
de segunda cotada mais valiosa do paísvi-zinho,
atrás da Telefónica. Aretalhista
vale 42,5 mil
mi-lhões de euros. Internacionalização foi achave daJerónimo Martins A valorização das acções da
Je-Desde
o
início
de
2008,
a
Jerónimo
Martins aumentou
o
seu peso
na bolsa
de
3,8%
para 19,8%.
Ganhou
6,1
mil
milhões
de euros
de
'market
cap'.
rónimo Martins permitiu à
fa-mília Soares dos Santos
tornar-se na maior investidora dabolsa portuguesa. O segredo esteve, segundo os analistas, na exposi-ção da empresa à
Polónia.
Eapesar da forte valorização, es-peram que aretalhista continue
acriar valor para os accionistas.
"Embora
Portugal
seen-contre em recessão, éesperado
que a importância relativa <io
país para a Jerónimo
Martins
venha
adiminuir,
àmedida
que esta aposta cada vez mais na sua diversificação", obser-vou o analista da Fincor, José
Sarmento, ao Diário
Económi-co. É que apesar de
70%
de60%
das vendas da retalhistajá virem
da Polónia, essenú-mero terá tendência a aumen-tar. "Em 2011, 70% do investi-mento do Grupo foi alocado na Polónia onde se
abriram
239 lojas, sendo que em 2012 é es-perado que este número venhaa atingir 80% do investimento
total",
refere o analista. Além disso, relembra que "a Jeróni-mo Martins já anunciou que irá abrir 500 lojas nos próximos 3anos na Colômbia, uma econo-mia que no