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Universidade

Estadual de

Londrina

GABRIELA BLASQUEZ

COMPARAÇÃO DA APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

DETERMINADA A PARTIR DE DOIS TESTES DE CAMPO

EM ESCOLARES DE DIFERENTES ESTADOS

NUTRICIONAIS

LONDRINA 2008

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GABRIELA BLASQUEZ

COMPARAÇÃO DA APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

DETERMINADA A PARTIR DE DOIS TESTES DE CAMPO EM

ESCOLARES DE DIFERENTES ESTADOS NUTRICIONAIS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Educação Física, da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial ao Título de Bacharel em Educação Física.

Orientador: Prof. Dr. Enio Ricardo Vaz Ronque.

LONDRINA 2008

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GABRIELA BLASQUEZ

COMPARAÇÃO DA APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

DETERMINADA A PARTIR DE DOIS TESTES DE CAMPO EM

ESCOLARES DE DIFERENTES ESTADOS NUTRICIONAIS.

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

COMISSÃO EXAMINADORA

_________________________________________

Orientador: Prof. Dr. Enio Ricardo Vaz Ronque

_________________________________________ Prof. Dr. Helio Serassuelo Junior

_________________________________________ Prof. Ms. Marcelo Romanzini

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DEDICATÓRIA

A Deus, por nos proporcionar a vida;

A Virgem Maria, por nos abençoar, proteger e orientar a cada dia de nossa passagem;

A minha família, que me proporcionou a realização de um sonho.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que me deu força, paciência e sabedoria para cumprir essa jornada;

A Virgem Maria que me acalma e aconchega nos momentos difíceis;

Aos meus pais, Jane Célia da Silva Blasquez e Augusto Blasquez que me proporcionaram a oportunidade estudar, realizar meus sonhos, e pela confiança;

A minha irmã Franciele Blasquez, pelo incentivo;

Ao Thiago Toneti Shigaki, pelo companheirismo, paciência e amor nesses anos;

Ao meu professor e orientador Enio Ricardo Vaz Ronque, pela dedicação, paciência, e pela facilidade em transmitir seu conhecimento;

Aos membros do GEPAFE – Grupo de Estudos e Pesquisa em Atividade Física e Exercício, que contribuíram para a realização desse trabalho e ajuda na coleta de dados, em particular a Mariana Biagi Batista por compartilhar o estudo e por sua ajuda;

Aos membros da banca examinadora Hélio Serassuelo Junior e Marcelo Romanzini, em aceitar o convite e contribuírem para a realização desse trabalho;

A Fundação Araucária pelo auxílio financeiro concedido na forma de bolsa de estudo de iniciação científica;

A todos os amigos e companheiros que tive o prazer de conhecer em Londrina que jamais sairão das lembranças e do coração, em especial: Andressa Alves da Costa, Fabieli Cristini Stabellini, Janaína Souza Silva e a Joyce Aparecida Martins;

E aos amigos queridos Henrique Nakamura e Marcelo Godoy, que proporcionaram mais alegria nos meus dias de graduação.

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BLASQUEZ, Gabriela. Comparação da aptidão cardiorrespiratória determinada a partir

de dois testes de campo em escolares de diferentes estados nutricionais. 2008. 24f.

Trabalho de conclusão do curso (Graduação em Educação Física) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2008.

RESUMO

O objetivo do presente estudo foi comparar a aptidão cardiorrespiratória a partir de dois testes de campo em escolares de acordo com o estado nutricional. Para tanto, 138 escolares foram submetidos a medidas antropométricas e aos testes de corrida bidirecional de 20 m (SR-20m) e Teste de Corrida/caminhada de nove minutos (9 min). Foram utilizados Anova one-way, teste post hoc de Scheffé quando P < 0,05, teste de qui-quadrado. De acordo com os pontos de corte adotados, tabelas de contingência 2x2 foram estabelecidas e empregado o teste de McNemar e a concordância entre as proporções foi empregada o índice Kappa. Os resultados demonstram maior freqüência de sobrepeso no sexo masculino e maior freqüência de obesos no sexo feminino. Independentes do sexo foram encontradas diferenças significantes nos valores de VO2 estimados pelo teste SR-20m e 9 minutos em cada estado nutricional. A

concordância entre a classificação da aptidão cardiorrespiratória estimada pelo VO2máx nos

testes SR-20m e 9 minutos de acordo com estado nutricional, demonstrou ser melhor entre os valores para baixa aptidão cardiorrespiratória. Conclui-se que a utilização de diferentes testes de campo pode apresentar diferentes estimativas para a aptidão cardiorrespiratória, independentemente do sexo e do estado nutricional.

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LISTA DE TABELAS E FIGURAS

Figura 1. Classificação do estado nutricional dos escolares de acordo com o sexo... 13

Tabela 1. Características gerais dos escolares, de acordo com o estado nutricional e sexo.... 14

Tabela 2. Comparação entre os valores relativos do consumo de oxigênio estimados pelos testes de SR-20m e 9 minutos, de acordo com o estado nutricional e sexo... 15

Tabela 3. Coeficientes de correlação simples (r) entre consumo de oxigênio estimado nos testes de SR-20m e 9 minutos (n = 138)... 15

Tabela 4. Concordância entre a classificação dos escolares em baixa e alta aptidão cardiorrespiratória estimada pelo consumo de oxigênio nos testes SR-20m e 9 minutos de acordo com estado nutricional... 16

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LISTA DE ANEXOS

Anexo A: Especificações para realização do teste de SR-20m... 22

Anexo B: Classificação da aptidão cardiorrespiratória pelo consumo máximo de oxigênio para as faixas etárias de 10 a 14 anos (RODRIGUES, et al, 2006)... 23

Anexo C: Valores críticos do índice de massa corporal para classificação do estado nutricional de crianças e adolescentes brasileiros (CONDE; MONTEIRO, 2006)... 24

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 9 2. METODOLOGIA... 10 2.1 Sujeitos... 10 2.2 Antropometria... 10 2.3. Aptidão cardiorrespiratória... 11 2.4. Tratamento estatístico... 12 3. RESULTADOS... 13 4. DISCUSSÕES... 17 5. CONCLUSÃO... 18 REFERÊNCIAS... 19 ANEXOS... 22

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INTRODUÇÃO

Aptidão cardiorrespiratória é definida como a capacidade do organismo de resistir à fadiga em esforços de média e longa duração (NAHAS, 2006). A aptidão cardiorrespiratória é um dos componentes da aptidão física relacionada à saúde, podendo ser estimado por meio do consumo máximo de oxigênio (VO2máx) que é a medida mais

difundida da aptidão aeróbia em indivíduos jovens (ARMSTRONG, 2006). O VO2 é aceito,

internacionalmente, como o melhor parâmetro fisiológico para avaliar a capacidade funcional do sistema cardiorrespiratório, sendo parâmetro para prescrever atividades físicas sob a forma de condicionamento físico normal especial ou sob a forma de treinamento (SPECK; et al, 2007).

Estudos demonstram que uma baixa aptidão cardiorrespiratória, excesso de peso e obesidade podem acarretar maior risco para o desenvolvimento de doenças hipocinéticas ou crônico-degenerativas (ARMSTRONG, 2006), uma vez que é associada a inúmeros fatores de risco, como o IMC elevado, pressão arterial e colesterol total; LDL-c e triglicerídeos e HDL-c (RODRIGUES; PEREZ; CARLETTI; BISSOLI; ABREU, 2007; ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2003), além de acarretar atrasos motores, interferir na qualidade da execução de movimentos e nos índices de desempenho (BERLEZE; HAEFFNER; VALENTINI, 2007). Os fatores de risco de doenças crônico-degenerativas podem se instalar já na infância e adolescência, podendo permanecer até a idade adulta. Portanto, torna-se importante analisar essas variáveis e verificar esta relação desde a infância.

A mensuração do VO2máx pode ser realizada através dos métodos diretos e

indiretos. Os métodos diretos são considerados os mais fidedignos, porém sua utilização apresenta algumas dificuldades como o alto custo operacional, necessidade de equipamentos sofisticados, dificuldade de aplicação em larga escala e a exigência de profissionais qualificados para a aplicação dos testes, o que acaba dificultando sua utilização prática. (CYRINO; PAPST; ALTIMARI; OKANO; CALDEIRA; GOBBO; ROMANZINI; SERASSUELO, 2005). Diante disso, os testes indiretos se constituem como uma alternativa acessível para estimar o VO2máx, uma vez que não necessita de equipamentos laboratoriais e

pela possibilidade de ser empregado em quadras, avaliar um grande número de indivíduos e por ser muito utilizado.

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Diante disso, apesar dos testes de campo ser utilizados e aplicados em larga escala para determinar a aptidão cardiorrespiratória em crianças e adolescentes, ainda necessita de verificar se a utilização de um ou outro teste de campo podem realizar estimativas precisas e semelhantes, principalmente em indivíduos com diferentes características morfológicas. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi comparar a aptidão cardiorrespiratória determinada a partir de dois testes de campo em escolares com diferentes estados nutricionais.

METODOLOGIA Sujeitos

Foram selecionados aleatoriamente 138 adolescentes, na faixa etária entre 11 a 13 anos, de ambos os sexos (78 meninos e 60 meninas), todos os alunos regularmente matriculados em uma instituição de ensino do município de Londrina, Paraná.

Como critérios de exclusão foram adotados as seguintes condições: a) algum problema físico que impedia temporariamente ou definitivamente o indivíduo de ser submetido à administração dos testes motores escolhidos e b) realizar esforços físicos vigorosos nas horas precedentes aos testes.

Todos os sujeitos e seus responsáveis foram previamente informados sobre a proposta do estudo e procedimentos aos quais os escolares seriam submetidos e assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Londrina (parecer CEP/UEL Nº. 202/07), de acordo com as normas da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo seres humanos.

Antropometria

A massa corporal dos sujeitos foi obtida em uma balança digital, da marca Filizola, com precisão de 0,05 kg, e a estatura foi determinada em um estadiômetro de madeira, com precisão de 0,1 cm, conforme os procedimentos descritos por Gordon et al., (1988). O índice de massa corporal (IMC) foi determinado pelo quociente massa corporal/estatura2, sendo a massa corporal expressa em quilogramas (kg) e a estatura em metros (m) e utilizados para

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classificação do estado nutricional (Eutrófico, Sobrepeso e Obesidade), de acordo com o padrão de referencia para crianças e adolescentes brasileiros proposto por Conde e Monteiro (2006).

Aptidão Cardiorrespiratória

A aptidão cardiorrespiratória foi determinada pelo consumo máximo de oxigênio (ml.kg-1.min-1) classificados em baixo ou alto VO2 (RODRIGUES, et al, 2006).

Utilizamos as siglas BSR-B9min para baixo VO2máx no teste SR-20 e baixo VO2 no teste de

9 minutos e ASR-A9min para alto VO2máx no teste SR-20 e alto VO2 no teste de 9 minutos.

Os testes de campo foram realizados com um intervalo mínimo de 48 horas entre eles. A seqüência da aplicação dos testes iniciou com o teste de corrida bidirecional de 20 m (SR-20M) seguido do teste de corrida/caminhada de nove minutos (9 min). Os escolares foram instruídos a não fazerem uso de medicamentos, não fumar, não comer e não ingerir bebidas alcoólicas duas horas antes da realização de cada um dos dois testes de campo. Além disso, todos os sujeitos também foram orientados a não realizar qualquer tipo de exercício físico ao longo das 24 horas precedentes a cada teste.

O teste SR-20 m foi realizado em uma quadra coberta, em um espaço demarcado a cada 20 metros e separado por duas linhas paralelas, onde o avaliado se deslocou continuamente de uma extremidade à outra, de forma progressiva, até a exaustão. A velocidade de corrida inicial será de 8,5 km/h com incrementos de 0,5 km/h a cada estágio de um minuto. Os sujeitos durante a execução do teste foram comunicados verbalmente a cada mudança de estágio. Para a realização e o critério adotado para finalização do teste seguiu as recomendações de Léger e Lambert (1982). O VO2máx foi calculado em ml/kg/min, através

da equação sugerida por Léger et al. (1988): (VO2máx = 31,035 + 3,238(V) – 3,248(A) +

0,1536(AxV)); Onde: V = velocidade em Km/h no último estágio completo atingido; A = idade em anos.

O teste de corrida/caminhada de nove minutos foi realizado uma quadra coberta, com perímetro total de 120 metros. O teste consistiu em correr ou caminhar a máxima distância possível num tempo de nove minutos (adaptado de COOPER, 1968). A distância foi controlada através do número de voltas dadas na pista de 120 metros, somando-se os metros adicionais. Os sujeitos foram orientados a manter o ritmo de passadas, sendo permitido caminhar ou trotar no decorrer do teste. Além disso, para facilitar o processo de recuperação após o teste, foi recomendado que os sujeitos, ao final do teste, continuassem a caminhar. Para a predição do

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consumo de oxigênio (VO2) utilizou a fórmula sugerida por Di Prampero, (1986): VO2

(ml.kg-1.min-1) = 0,2 X VC (m/min) + 3,5, onde, VO2: consumo de oxigênio e VC:

velocidade de corrida.

Tratamento Estatístico

O teste de Shapiro Wilk foi utilizado para avaliação da normalidade dos dados. Análise de variância (Anova one-way) foi empregada para as comparações entre os testes de campo de acordo com estado nutricional, seguida pelo teste post hoc de Scheffé quando (P < 0,05) e teste “t” de Student para amostras dependentes foi utilizado para comparações entre os testes repetidos. Para comparação entre as proporções foi utilizado o teste de qui-quadrado. Coeficiente de correlação de Pearson foi utilizado para verificar a relação entre ambos os testes. De acordo com os pontos de corte adotados, tabelas de contingência 2x2 foram estabelecidas. Para testar as diferenças das proporções dos sujeitos que foram classificados em alta e baixa aptidão cardiorrespiratória foi empregado o teste de McNemar. Para verificar a força da concordância entre as proporções dos sujeitos foi empregado o índice Kappa. O nível de significância adotado foi de 5%. Os dados foram tratados no pacote computacional SPSS versão 13.0.

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RESULTADOS

O presente estudo obteve uma perda amostra de 31%, do total de 200 escolares (113 meninos e 87 meninas) com idade entre 11 e 13 anos, que iniciaram o estudo, 69% (138) realizaram todos os testes e procedimentos exigidos. A figura 1 apresenta a classificação do estado nutricional dos escolares de acordo com o sexo.

57,7 65 60,9 34,6 25 30,4 7,7 10 8,7 0 10 20 30 40 50 60 70

Masculino (n=78) Feminino (n=60) Total (n=138)

%

Eutrofia Sobrepeso Obesidade

Figura 1. Classificação do estado nutricional dos escolares de acordo com o sexo.

Na figura 1, verifica-se que 60,9% da amostra são classificados como eutróficos, 30,4% sobrepesos e 8,7% obesos. Maior freqüência de sobrepeso foi observada no sexo masculino (34,6%), enquanto que o grupo feminino apresenta maior freqüência de obesidade.

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Tabela 1. Características gerais dos escolares, de acordo com o estado nutricional e sexo.

IMC = índice de massa corporal; a= diferente de eutrófico; b = diferente de sobrepeso.

Média (DP) Média (DP) Média (DP) F P

Eutrófico Sobrepeso Obeso Masculino (n=78)

Idade (anos) 11,8 ± 0,6 11,8 ± 0,6 11,8 ± 0,8 0,064 0,938 Peso corporal (kg) 38,1 ± 6,2 54,9 ± 8,7a 69,7 ± 12,0a,b 70,066 < 0,001 Estatura (cm) 148,7 ± 7,4 155,1 ± 9,0a 160,6 ± 11,4a 8,504 < 0,001 IMC (kg/m2) 17,1 ± 1,8 22,6 ± 1,7a 26,8 ± 1,0a,b 135,300 < 0,001

Feminino (n=60)

Idade (anos) 11,9 ± 0,5 11,8 ± 0,6 12,0 ± 0,7 0,497 0,611 Peso corporal (kg) 40,8 ± 6,3 50,2 ± 5,1a 64,1 ± 9,3a,b 40,132 < 0,001 Estatura (cm) 152,5 ± 8,0 152,8 ± 6,8 156,9 ± 5,8 0,861 0,428 IMC (kg/m2) 17,4 ± 1,5 21,4 ± 1,1a 26,0 ± 2,4a,b 93,894 < 0,001

Em ambos os sexos valores de peso corporal e IMC foram estatisticamente diferentes para todos estados nutricionais analisados. Diferença na estatura também foi encontrada para o grupo masculino, entre todos os estados nutricionais.

As comparações entre os valores relativos do consumo máximo de oxigênio estimados pelos dois testes de campo (SR-20m e 9 minutos) na tabela 2.

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Tabela 2. Comparação entre os valores relativos do consumo máximo de oxigênio estimados pelos testes de SR-20m e 9 minutos de acordo com o estado nutricional e sexo.

Média (DP) Média (DP) Média (DP) F P

Eutrófico* Sobrepeso* Obeso* Masculino (n=78) VO2 SR-20m 44,1 ± 3,5 41,2 ± 2,3a 40,1 ± 2,1a 8,009 0,001 VO2 9 min 36,9 ± 4,7 32,6 ± 3,5a 31,4 ± 3,2a 8,967 < 0,001 Feminino (n=60) VO2 SR-20m 40,8 ± 2,9 40,1 ± 3,5 37,2 ± 2,5a 4,695 0,013 VO2 9 min 31,7 ± 3,6 30,0 ± 4,9 27,5 ± 2,2a 5,816 0,005

a = diferente de eutrófico; b = diferente de sobrepeso. * P < 0,01 para comparação entre VO2máx SR-20m x VO2 9 min nas categorias dos estados nutricionais (teste “t” de Student

para amostras dependentes).

Independentemente do sexo e dos estados nutricionais diferenças significantes foram estabelecidas nos valores de VO2máx estimados pelos testes SR-20m e 9

minutos. Os testes de SR-20m e 9 min apresentaram diferenças nos valores de VO2 entre os

grupos de sobrepeso e obeso em relação ao grupo eutrófico para o sexo masculino. Somente diferenças entre obesos e eutróficos foram verificadas para o sexo feminino nos valores de VO2.

Os resultados da correlação entre os valores do VO2máx obtidos por meio

do testes de campo (SR-20m e 9 minutos), de acordo com o estado nutricional e sexo, são mostrados na Tabela 3.

Tabela 3. Coeficientes de correlação simples (r) entre consumo de oxigênio estimado nos testes de SR-20m e 9 minutos (n = 138).

* Todas as correlações foram significantes (P < 0,01).

Eutróficos Sobrepesados Obesos Total

Masculino 0,60 0,75 0,75 0,71

Feminino 0,59 0,69 0,24 0,65

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Todas as relações mostraram-se estatisticamente significantes para os dois testes de acordo com o estado nutricional e sexo. A correlação mais alta foi observada nos grupos de sobrepeso e obeso do sexo masculino (r=0,75), e a relação mais baixa para o grupo obeso do sexo feminino (r=0,24). O grupo masculino apresentou relação mais alta entre os testes (r=0,71) do que o grupo feminino (r=0,65). Em relação ao estado nutricional, o grupo sobrepesado apresentou alta correlação (r=0,77), seguido do grupo eutrófico (r=0,69) e obeso (0,67), consideradas moderadas.

As classificações da aptidão cardiorrespiratória estimada pelos testes (SR-20m e 9 minutos) por meio do consumo de oxigênio e a concordância entre esses testes, estão descritos na tabela 4. Para tanto os grupos sobrepeso e obesos, foram agrupados em um único grupo excesso de peso.

Tabela 4. Concordância entre a classificação dos escolares em baixa e alta aptidão cardiorrespiratória estimada pelo consumo de oxigênio nos testes SR-20m e 9 minutos de acordo com estado nutricional.

Classificação do estado nutricional Classificação da

aptidão cardiorrespiratória

Eutróficos - % (n) Excesso de peso - % (n) Total - % (n)

BSR - B9min 21,4 (18) 57,4 (31) 35,5 (49) ASR - A9min 7,1 (6) 1,9 (1) 5,1 (7)

% Concordância 28,5 59,3 40,6

Kappa 0,01 0,05 0,04

BSR-B9min = baixo VO2 no teste SR-20 e baixo VO2 no teste de 9 minutos; ASR-A9min =

alto VO2 no teste SR-20 e alto VO2 no teste de 9 minutos; % Concordância = baixo VO2 em

ambos os testes e alto VO2 em ambos os testes.

A classificação dos escolares em baixa e alta aptidão cardiorrespiratória estimada pelo consumo máximo de oxigênio nos testes SR-20m e 9 minutos de acordo com estado nutricional, demonstrou concordância entre os valores BSR-B9min de 21,4% para o grupo eutrófico e de 57,4% para o grupo sobrepeso (sobrepeso e obeso). Baixa concordância foi encontrada para os dois grupos de estado nutricional, entre BSR-A9min, sendo 1,2 para eutrófico e nenhuma concordância no grupo sobrepeso. Entre os valores de ASR-A9min, a concordância foi de 7,1% e 1,9% no grupo eutrófico e sobrepeso, respectivamente. Porém, ASR-B9min, apresentaram maiores concordância para os grupos, sendo 70,3% no grupo

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eutrófico e 40,7% no grupo sobrepesado. As concordâncias entre os resultados dos testes demonstraram que apenas 28,5% dos eutróficos apresentaram resultados semelhantes entre os testes e 59,3% para o grupo sobrepeso. O índice Kappa apontou baixa concordância entre as classificações do VO2 (< 0,20) e o teste de McNemar demonstrou diferenças significantes

entre as classificações (P < 0,05).

DISCUSSÃO

Alguns estudos têm demonstrado que a prevalência de sobrepeso e obesidade na infância e adolescência, assim como a associação do excesso de peso e baixa aptidão cardiorrespiratória com diversos fatores de risco e as doenças crônico-degenerativas. Os resultados obtidos nesse estudo sobre a classificação do estado nutricional apresentaram prevalência maior de sobrepeso e menor de obeso, do que encontrados em outros estudos. (GIUGLIANO; CARNEIRO, 2004; RONQUE, et al., 2005; WANG, et al., 2002). Essas diferenças podem estar associadas aos diferentes pontos de corte adotados para a classificação do estado nutricional, ao nível socioeconômico e pelas diferenças regionais.

Em relação aos testes motores, um comportamento similar ocorreu entre os testes SR-20m e o teste de 9 minutos em relação aos estados nutricionais, onde maiores valores de VO2máx foram observados entre os eutróficos, seguido de sobrepeso e obeso.

Resultados semelhantes foram encontrados em outro estudo (PATE et al., 2006). Esses achados podem ser justificados pela composição corporal. O pico de VO2 está altamente

correlacionado à massa corporal, e pesquisadores têm convencionalmente “controlados” para o crescimento dividindo o pico de VO2 pela massa corporal e expressando-o como a razão de

mililitros de oxigênio por kilograma de massa corporal por minuto (ml·kg-1. min-1) (ARMSTRONG, 2006; JOHNSON et al, 2000).

Diferenças entre os testes foram observadas nos valores de VO2máx, sendo

que o teste de SR-20m apresentou valores superiores aos valores do teste de 9 minutos. Esses achados podem estar associados a forma de execução dos testes, o teste de SR-20m é mais dinâmico, por ter sinal sonoro e pela progressividade apresenta maior motivação entre os participantes, enquanto que o teste de 9 minutos, é monótono, apresenta pouca motivação, além das curvas em função da realização do teste em quadra, acarretar a diminuição da velocidade e também pela equação utilizada.

O número de indivíduos do grupo eutrófico que apresentaram alta aptidão cardiorrespiratória foi superior ao grupo sobrepeso para ambos os testes, embora o número de

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adolescentes que foram classificados em alto VO2 para o teste de 9 min foi reduzido em

comparação ao teste de SR-20M. Achados semelhantes foram encontrados em outros estudos. (ANDERSON, 1992; BERGMANN, et al., 2005; GLANER, 2002; HOBOLD, 2003; SERASSUELO et al., 2005; RONQUE, et al., 2007; VASQUES, SILVA, LOPES, 2007).

Algumas limitações do presente estudo devem ser destacadas: a falta da mensuração direta do VO2máx, indicador do estado maturacional dos escolares estudados e a

adaptação do teste 9 min no ambiente escolar. No entanto, vale ressaltar que os testes de campo são mais acessíveis aos profissionais de educação física e áreas afins, pelo baixo custo operacional, possibilidade em avaliar grande número de indivíduos ao mesmo tempo e a possibilidade de utilização em ambientes diversos.

CONCLUSÃO

Conclui-se que a utilização de diferentes testes de campo pode apresentar classificações diferenciadas para a aptidão cardiorrespiratória, independentemente do sexo e do estado nutricional. Melhor concordância foi encontrada nos valores de baixa aptidão cardiorrespiratória para ambos os testes. O Teste de SR-20m, apresenta valores superiores de VO2máx quando comparado ao teste de 9 minutos.

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ANEXOS

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Anexo B: Classificação da aptidão cardiorrespiratória pelo consumo máximo de oxigênio

(ml.kg-1.min-1) medido diretamente para as faixas etárias de 10 a 14 anos (RODRIGUES, et al, 2006).

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Anexo C: Valores críticos do índice de massa corporal para classificação do estado

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Referências

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a) Aptidão cardiorrespiratória: será considerada como o maior consumo de oxigênio, apresentando ou não platô, verificado pelo teste cardiopulmonar de esforço para

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