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(1)

Narciso Resende Gomes

narciso.gomes@docente.unicv.edu.cv

Departamento Ciˆencia & Tecnologia, Uni-CV, Campus de Palmarejo, Cabo Verde

Fevereiro 2011

1

Integrais m´

ultiplos

Partindo do pressuposto que o aluno de An´alise Matem´atica III tem como pr´e-requisito integrais de fun¸c˜oes a uma vari´avel dadas nas cadeiras de An´alise Matem´atica prece-dentes, pressup˜oe-se que n˜ao haver´a dificuldade em entender a no¸c˜ao de Integrais duplos e Integrais triplos, a ser introduzidos nesta sec¸c˜ao. Entretanto, para isso, ser´a tamb´em importante alguns conceitos de geometria anal´ıtica a ser introduzido a seguir.

1.1

Geometria anal´ıtica

1.1.1 Recta e plano

Equa¸c˜ao vectorial da recta

Considere um ponto A(x1, y1, z1) e um vector n˜ao nulo ~v = (a, b, c). S´o existe uma

recta r que passa por A e tem a direc¸c˜ao de ~v. Um ponto P (x, y, z) pertence a recta r se, e somente se, o vector −→AP ´e paralelo a ~v, isto ´e,

r − →v O A P −→ AP = t~v (1)

para algum real t. De (1), vem

P − A = t~v ⇒ P = A + t~v (2)

(2)

ou em coordenadas

(x, y, z) = (x1, y1, z1) + t(a, b, c) (3)

Qualquer uma das equa¸c˜oes (1), (2) ou (3) ´e denominada equa¸c˜ao vectorial de r. O vector ~v ´e chamado vector director da recta r e t ´e denominado parˆametro.

Exemplo 1.1 A recta r que passa por (1, −1, 4) de direc¸c˜ao ~v = (2, 3, 2) tem a seguinte equa¸c˜ao vectorial:

r : (x, y, z) = (1, −1, 4) + t(2, 3, 2)) onde (2, 3, 2) representa um ponto qualquer na recta.

Equa¸c˜oes param´etricas da recta

Da equa¸c˜ao vectorial da recta (x, y, z) = (x1, y1, z1) + t(a, b, c) ou

(x, y, z) = (x1+ at, y1+ bt, z1+ ct) ent˜ao obt´em-se

   x = x1+ at y = y1+ bt (4) z = z1+ ct.

As equa¸c˜oes (4) s˜ao chamadas equa¸c˜oes param´etricas da recta.

Exemplo 1.2 A recta r que passa por (3, −4, 2) paralela ao vector ~v = (2, 1, −3) tem as seguintes equa¸c˜oes param´etricas:

r :    x = 3 + 2t y = −4 + t z = 2 − 3t.

Equa¸c˜ao geral do plano

Seja um ponto A(x1, y1, z3) pertencente a um plano γ e ~n = (a, b, c), ~n 6= 0, vector

normal (ortogonal) ao plano (ver Figura).

γ ϕ A P − →n K1 i N

Sendo ~n ⊥ γ, ~n ´e ortogonal a todo vector representado em γ. Ent˜ao, um ponto

P (x, y, z) pertence a γ se, e somente se, o vector −→AP ´e ortogonal a ~n, isto ´e, ~

n · (P − A) = 0 ou (a, b, c) · (x − x1, y − y1, z − z1) = 0 ou

(3)

ou ainda, ax + by + cz − ax1− by1− cz1 = 0. Fazendo, d = −ax1− by1− cz1, obt´em-se ax + by + cz + d = 0 (1)

A equa¸c˜ao (1) ´e a equa¸c˜ao geral do plano γ.

Equa¸c˜ao vectorial e param´etrica do plano

Seja A(x1, y1, z1) um ponto pertencente a um plano γ e ~u = (a1, b1, c1) e ~v = (a2, b2, c2)

dois vectores paralelos a γ, por´em ~u e ~v n˜ao-paralelos entre si.

− →v − →u t · −→v h · −→u P A

Para todo o ponto P do plano, os vectores −→AP , ~u e ~v s˜ao coplanares. Um ponto P (x, y, z) pertence a γ se, e somente se, existem os n´umeros reais h e t tais que

P − A = h · ~u + t · ~v ou P = A + h · ~u + t · ~v ou em coordenadas,

(x, y, z) = (x0, y0, z0) + h(a1, b1, c1) + t(a2, b2, c2), h, t ∈ R (2)

Esta equa¸c˜ao ´e denominada equa¸c˜ao vectorial do plano γ. Da equa¸c˜ao (2) obt´em-se,

(x, y, z) = (x0+ a1h + a2t, y0+ b1h + b2t, z0+ c1h + c2t)

que, pela condi¸c˜ao de igualdade, vem    x = x0+ a1h + a2t y = y0+ b1h + b2t z = z0 + c1h + c2t, h, t ∈ R.

Estas equa¸c˜oes s˜ao chamadas equa¸c˜oes param´etricas de γ e h e t s˜ao vari´aveis auxiliares

denominadas parˆametros.

Exemplo 1.3 Seja o plano ϕ que passa pelo ponto (2, 2, −1) paralelo aos vectores ~

u = (2, −3, 1) e ~v = (−1, 5, −3). Pretende-se obter a equa¸c˜ao vectorial, um sistema de equa¸c˜oes param´etricas e equa¸c˜ao geral do plano ϕ.

(a) Equa¸c˜ao vectorial: (x, y, z) = (2, 2, −1) + h(2, −3, 1) + t(−1, 5, −3) (b) Equa¸c˜oes param´etricas:

   x = 2 + 2h − t y = 2 − 3h + 5t z = −1 + h − 3t

(4)

1.1.2 Superf´ıcies de revolu¸c˜ao

Superf´ıcie de revolu¸c˜ao ´e a superf´ıcie gerada por uma curva plana (chamada geratriz )

que gira 360o em torno de uma recta (chamada eixo) situada no plano da curva. Neste

caso, o tra¸co da superf´ıcie num plano perpendicular ao eixo ´e uma circunferˆencia e a equa¸c˜ao da superf´ıcie de revolu¸c˜ao ´e obtida atrav´es da equa¸c˜ao de geratriz.

Exemplo 1.4 Uma esfera x2+y2+z2 = r2 com r ∈ R+, ´e uma superf´ıcie de revolu¸c˜ao.

1.1.3 C´onicas

Chama-se sec¸c˜ao c´onica ou simplesmente c´onica, ao conjuntos de pontos que formam a intersec¸c˜ao de um plano com a superf´ıcie c´onica.

Quando uma superf´ıcie c´onica ´e seccionada por um plano γ qualquer que n˜ao passa pelo v´ertice O, a c´onica ser´a:

1. uma par´abola, se γ for paralelo a uma geratriz da superf´ıcie.

2. uma elipse, se γ n˜ao for paralelo a uma geratriz e intercepta apenas uma das

folhas da superf´ıcie (uma circunferˆencia, se γ for perpendicular ao eixo).

3. uma hip´erbole, se γ n˜ao for paralelo a uma geratriz e intercepta as duas folhas da superf´ıcie. A hip´erbole deve ser vista como uma s´o curva, constitu´ıda de dois ramos, um em cada folha de superf´ıcie.

Observa¸c˜ao 1.5 Se a intersec¸c˜ao do plano com a superf´ıcie resultar em apenas em um ponto, uma recta ou duas rectas,ent˜ao as c´onicas s˜ao degeneradas.

(5)

Defini¸c˜ao 1.6

1. par´abola - ´e o conjunto de todos os pontos de um plano equidistantes de um ponto fixo e de uma recta fixa desse plano.

d(P, F ) = d(P, P0) e P d P1 P2 P3 P10 P20 P30 P0 a F g H V Equa¸c˜ao reduzida x2 = 2py ou y2 = 2px

2. elipse - ´e o conjunto de todos os pontos de um plano cuja soma das distˆancias a dois pontos fixos desse plano ´e constante.

d(P, F1) + d(P, F2) = 2a

F1 F2

P

P

Equa¸c˜oes reduzidas: x2 a2 + y2 b2 = 1 (i) x2 b2 + y2 a2 = 1 (ii)

Onde o caso (i) se verifica quando o eixo maior est´a sobre o eixo de x e (ii)

quando o eixo maior est´a cobre o eixo de y.

3. hip´erbole - ´e o conjunto de todos os pontos de um plano cuja diferen¸ca das

distˆancias em valor absoluto, a dois pontos fixos desse plano ´e constante. |d(P, F1) − d(P, F2)| = 2a

(6)

F1

P

2a

F2

Equa¸c˜oes reduzidas: x2 a2 − y2 b2 = 1 (i) y2 b2 − x2 a2 = 1 (ii)

Onde o caso (i) se verifica quando o eixo maior est´a sobre o eixo de x e (ii)

quando o eixo maior est´a cobre o eixo de y.

1.1.4 Qu´adricas

A equa¸c˜ao geral do segundo grau nas trˆes vari´aveis x, y e z

ax2+ by2+ cz2 + 2dxy + 2exz + 2f yz + mx + ny + pz + q = 0 (1)

onde pelo menos um dos coeficientes a, b, c, d, e ou f ´e diferente de zero (a fim de assegurar grau 2 para a equa¸c˜ao) representa uma superf´ıcie qu´adrica, ou simplesmente uma qu´adrica. A seguir estudar-se-´a as superf´ıcies qu´adricas denominadas elips´oides, hiperbol´oides e parabol´oides.

Elips´oides

O elips´oide da maneira mais geral ´e representado pela equa¸c˜ao x2 a2 + y2 b2 + z2 c2 = 1

onde a, b e c representam as medidas dos semi-eixos do elips´oide. S˜ao n´umeros reais positivos.

Se a = b = c, a equa¸c˜ao representa uma superf´ıcie esf´erica de centro (0, 0, 0) e raio a, isto ´e,

(7)

Hiperbol´oides

(i) Hiperbol´oide de uma folha - Um hiperbol´oide de uma folha da maneira mais geral ´e representado pela equa¸c˜ao

x2 a2 + y2 b2 − z2 c2 = 1

chamada forma can´onica do hiperbol´oide de uma folha ao longo do eixo Oz. As

outras duas formas s˜ao

x2 a2 − y2 b2 + z2 c2 = 1 e − x2 a2 + y2 b2 + z2 c2 = 1,

e representam hiperbol´oide de uma folha ao longo dos eixos Oy e Ox, respectiva-mente.

(ii) Hiperbol´oide de duas folhas - Um hiperbol´oide de duas folhas da maneira mais

(8)

−x 2 a2 + y2 b2 − z2 c2 = 1,

chamada forma can´onica do hiperbol´oide de duas folhas ao longo do eixo Oy. As outras duas formas s˜ao

x2 a2 − y2 b2 − z2 c2 = 1 e − x2 a2 − y2 b2 + z2 c2 = 1,

e representam hiperbol´oide de duas folhas ao longo dos eixos Ox e Oz, respecti-vamente.

Parabol´oides

(i) Parabol´oide el´ıptico - Um Parabol´oide el´ıptico da maneira mais geral ´e representado pela equa¸c˜ao z = x 2 a2 + y2 b2,

chamada forma can´onica do parabol´oide el´ıptico ao longo do eixo Oz. As outras duas formas s˜ao y = xa22 + z2 c2 e x = y2 b2 + z2 c2,

e representam parabol´oide el´ıptico ao longo dos eixos Oy e Ox, respectivamente. (ii) Parabol´oide hiperb´olico - Um parabol´oide hiperb´olico da maneira mais geral ´e

(9)

z = x

2

a2 −

y2

b2,

chamada forma can´onica do parabol´oide hiperb´olico ao longo do eixo Oz. As

outras duas formas s˜ao

y = zc22 − x2 a2 e x = z2 c2 − y2 b2,

e representam parabol´oide hiperb´olico ao longo dos eixos Oy e Ox, respectiva-mente.

1.2

Integrais duplos

As regi˜oes de integra¸c˜ao v˜ao ser agora subconjuntos de R2. Primeiramente

considerar-se-´a regi˜oes de integra¸c˜ao rectangulares e depois considerar-se-´a regi˜oes mais gerais com fronteiras curvil´ıneos.

Defini¸c˜ao 1.7 Sejam a, b, c e d n´umeros reais tais que a < b e c < d. Considere o rectˆangulo

R = {(x, y) ∈ R2 : a < x < b, c < y < d}

e as parti¸c˜oes dos intervalos [a, b] e [c, d], definidas respectivamente, por

P1 : a = x0 < x1 < . . . < xn−1< xn= b e P2 : c = y0 < y1 < . . . < ym−1 < ym = d,

onde n e m s˜ao n´umeros naturais arbitr´arios. Designa-se por Parti¸c˜ao do rectˆangulo R ao conjunto seguinte

P = {(xi, yj) ∈ R : 0 ≤ i ≤ n, 0 ≤ j ≤ m}.

Figura 1: A Regi˜ao R e a parti¸c˜ao P, o s´olido E e um dos s´olidos Ei.

Tal como se definiu anteriormente, a parti¸c˜ao P do rectˆangulo R determina mn sub-rectˆangulos de R:

Rij = {(xi, yj) ∈ R2 : xi−1≤ x ≤ xi, yj−1≤ y ≤ yj},

cujas ´areas s˜ao dadas por 4xi4yi = (xi − xi−1)(yj − yj−1). A colec¸c˜ao destes

(10)

Defini¸c˜ao 1.8 Seja f uma fun¸c˜ao definida num rectˆangulo R ⊂ R2. Designa-se por

soma de Riemann da fun¸c˜ao f no rectˆangulo R `a express˜ao seguinte:

n,m X i=0,j=0 f (x∗ij)4xi4yj ≡ m X j=0 n X i=0 f (x∗ij)4xi4yj ≡ f (x∗11)4x14y1+· · ·+f (x∗nm)4xn4ym,

onde x∗ij representa os pontos seleccionados aleatoriamente nos sub-rectˆangulos Rij

re-spectivos.

Para a no¸c˜ao de integral duplo, interessa que as parti¸c˜oes sejam muito finas. Defini¸c˜ao 1.9 Sejam f uma fun¸c˜ao definida num rectˆangulo R ⊂ R2 e

P = {(xi, yj) ∈ R : 0 ≤ i ≤ n, 0 ≤ j ≤ m}

uma parti¸c˜ao arbitr´aria de R. Diz-se que a fun¸c˜ao f ´e integr´avel (`a Riemann) no rectˆangulo R, se existir o limite finito seguinte:

lim |P |→0 m X j=0 n X i=0 f (x∗ij)4xi4yj. (1)

No caso o limite (1) existir, esse limite designa-se por integral da fun¸c˜ao e denota-se por Z Z R f (x, y)dxdy ou Z Z R f (x, y)dA

onde dxdy e dA indicam o elemento de ´area.

1.2.1 Integral iterado

A proposi¸c˜ao seguinte permitir´a calcular alguns integrais duplos usando integra¸c˜oes simples repetidas, ou seja, usando fun¸c˜oes reais de uma vari´avel real.

(11)

Proposi¸c˜ao 1.10 (Fubini) Seja f uma fun¸c˜ao integr´avel num rectˆangulo R = {(x, y) ∈ R2 : a < x < b, c < y < d}, onde a < b e c < d.

Suponha-se queR f (x, y)dx existe para qualquer y ∈ [c, d], e que R f (x, y)dy existe para qualquer x ∈ [a, b]. Ent˜ao

Z Z R f (x, y)dxdy = Z d c  Z b a f (x, y)dx  dy = Z b a  Z d c f (x, y)dy  dx. (2)

Os dois ´ultimos integrais de (2) ´e designa-se por integrais repetidos ou iterados. Note-se que na aplica¸c˜ao do Teorema Fundamental do C´alculo Integral ao c´alculo do integral entre parˆentesis rectos, se primitiva a fun¸c˜ao f em rela¸c˜ao `a vari´avel a´ı referida, fixando a outra como constante.

Observa¸c˜ao 1.11 Em algumas situa¸c˜oes, por muitas raz˜oes, ´e manifestamente im-poss´ıvel calcular relativamente a uma das vari´aveis. A mais frequente ´e a impossibil-idade de determinar a primitiva da fun¸c˜ao dada em rela¸c˜ao a essa vari´avel. Nestas situa¸c˜oes, calcula-se o integral repetido apenas numa ordem de integra¸c˜ao poss´ıvel.

Exemplo 1.12 Determine Z Z

R

e−x−ydxdy sobre o rectˆangulo R = [0, 1] × [0, 1]. Resolu¸c˜ao: Resolvido na Te´orica.

Exemplo 1.13 Determine Z Z

R

x2+ y2dxdy sobre o rectˆangulo R = [−1, 1] × [−1, 1]. Resolu¸c˜ao: Resolvido na Te´orica.

Exemplo 1.14 Determine Z π 0 Z 2 0 y sin xdydx. Resolu¸c˜ao: Resolvido na Te´orica.

A proposi¸c˜ao anterior permite generalizar a integra¸c˜ao a qualquer dom´ınio limitado D ⊂ R2.

1. Tipo I - Sejam g1 e g2 duas fun¸c˜oes reais de uma vari´avel real, cont´ınuas num

intervalo [a, b] ⊂ R, com a < b, e tais que, para cada a ≤ x ≤ b e g1(x) ≤ g2(x).

Considere ainda a fun¸c˜ao f

D = {(x, y) ∈ R2 : a ≤ x ≤ b, g1(x) ≤ y ≤ g2(x)}. Ent˜ao Z Z D f (x, y)dxdy = Z b a  Z g2(x) g1(x) f (x, y)dy  dx.

(12)

2. Tipo II - Sejam h1 e h2 duas fun¸c˜oes reais de uma vari´avel real, cont´ınuas num

intervalo [c, d] ⊂ R, com c < d, e tais que, para cada c ≤ y ≤ d e h1(x) ≤ h2(x).

Considere ainda a fun¸c˜ao f

D = {(x, y) ∈ R2 : c ≤ y ≤ d, h1(y) ≤ x ≤ h2(y)}. Ent˜ao Z Z D f (x, y)dxdy = Z d c  Z h2(y) h1(y) f (x, y)dx  dy.

Exemplo 1.15 Pretende-se determinar a regi˜ao D limitada pela recta x + y = 2 e

pelos eixos coordenados, no primeiro quadrante.

A regi˜ao D = {(x, y) ∈ R2 : 0 ≤ y ≤ 2, 0 ≤ x ≤ 2 − y} ou D = {(x, y) ∈ R2 : 0 ≤ x ≤ 2, 0 ≤ y ≤ 2 − x}. 1 2 1 2 0 x = 2 − y

Nota 1.16 Considere duas fun¸c˜oes integr´aveis sobre o rectˆangulo R e seja k uma constante. Ent˜ao f + g e kf s˜ao integr´aveis, e:

(i) Linearidade Z Z R f (x, y) + g(x, y)dA = Z Z R f (x, y)dA + Z Z R g(x, y)dA. (ii) Homogeneidade Z Z R kf (x, y)dA = k Z Z R f (x, y)dA

(13)

(iii) Monotonicidade Se f (x, y) ≥ g(x, y), ent˜ao Z Z R f (x, y)dA ≥ Z Z R g(x, y) (iv) Aditividade

Se Ri, (com i = 1, . . . , m) grupos de rectˆangulos disjuntos tal que f ´e limitado e

integr´avel sobre cada Ri e se Q = R1∪ R2 ∪ . . . ∪ Rm for um rectˆangulo, ent˜ao

f : Q → R ´e integr´avel sobre Q e Z Z Q f (x, y)dA = m X i=1 Z Z Ri f (x, y)dA. (v) M´odulo Z Z R f (x, y)dA ≤ Z Z R |f (x, y)|dA.

1.2.2 Integrais duplos e ´Areas

A ´area de uma regi˜ao plana fechada e limitada R ´e dada por

AreaR=

Z Z

R

dxdy.

Exemplo 1.17 Determine a ´area da regi˜ao R limitada pela par´abola y = x2 e pela

recta y = x + 2.

1.2.3 Integrais duplos e Volumes

Suponha-se que um plano intersecta um s´olido onde forma uma sec¸c˜ao de ´area no plano de referˆencia Px. Ent˜ao o volume do s´olido ´e dado por

volume = Z b a A(x)dx = Z b a  Z d c f (x, y)dy  dx, com A(x) = Z d c f (x, y)dy, onde a e b s˜ao as distˆancias m´ınima e m´axima do plano de referˆencia.

Exemplo 1.18 Determine o volume sob o plano z = 8x + 6y sobre a regi˜ao R =

{(x, y) : 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ 2x2}. 1 2 1 2 0 y = 2x2 f

(14)

Resolu¸c˜ao: A regi˜ao R ´e representada na figura. Usando a tira vertical, fica: V = Z Z R (8x + 6y)dA = Z 1 0  Z 2x2 0 (8x + y)dy  dx = Z 1 0  Z 2x2 0 8xy + 3y2 y=2x2 y=0  dx = Z 1 0 (16x3+ 12x4)dx = (4x4+12 5 x 5) 1 0 = 4 + 12 5 = 32 5 .

Pode-se usar a tira horizontal para determinar o mesmo volume. Agora temos uma nova figura: 1 1 2 0 x =py/2 f V = Z Z R (8x + 6y)dA = Z 2 0  Z 1 √ y/2 (8x + y)dx  dy = Z 2 √ 0  4x2+ 6xy 1 √ y/2  dy = Z 2 0 (4 + 6y − (2y +√6 2y √ y))dy = Z 2 0 (4 + 4y − 3√2y3/2) = 4y + 2y2− 6 √ 2 5 y 5/2 2 0 = 8 + 8 − 6 √ 2√2 5 = 32 5.

1.2.4 Mudan¸ca de vari´aveis. Coordenadas polares

1.2.5 Coordenadas polares

Seja O um ponto fixo do plano e considere-se um semi-eixo com origem em O. Diz-se que O ´e o p´olo e que o semi-eixo ´e o eixo polar. Seja P um ponto do plano distinto do p´olo O e considerem-se a distˆancia, r, de P a O e o ˆangulo, θ, orientado no sentido anti-hor´ario e medido em radianos que o eixo polar faz com OP .

P

eixo polar r

O

θ

Sendo r = ||OP ||, com P 6= 0, tem-se r > 0. Impondo que −π ≤ θ ≤ π o par (r, θ) assim definido ´e ´unico e representa o ponto P . Diz-se que (r, θ) s˜ao as coordenadas polares de P 6= 0. Todo o par da forma (0, θ), com θ ∈ [−π, π] ´e uma representa¸c˜ao do p´olo O. Assim, a representa¸c˜ao ´e ´unica para todos os pontos em coordenadas polares.

(15)

Se um ponto P do plano tem coordenadas cartesianas (x, y) e coordenadas polares (r, θ), ent˜ao

 x = r cos θ y = r sin θ

1.2.6 Mudan¸ca de vari´aveis em Integrais duplos. Coordenadas polares

Considere a fun¸c˜ao integr´avel f em coordenadas cartesianas (x, y). Considere ainda a fun¸c˜ao cont´ınua, portanto, integr´avel g em coordenadas polares (r, θ) definida a partir de f , ou seja, g(r, θ) = rf (r cos θ, r sin θ). Assim, considerando que a fun¸c˜ao g ´e diferenci´avel em [a, b] × [α, β], conclui-se que

Z Z R f (x, y)dxdy = Z Z [a,b]×[α,β] g(r, θ)drdθ = = Z Z [a,b]×[α,β] f (r cos θ, r sin θ) · r · drdθ = Z b a  Z β α r · f (r cos θ, r sin θ)dθ  dr = Z β α  Z b a r · f (r cos θ, r sin θ)dr  dθ

Pode-se tamb´em fazer mudan¸ca de coordenadas cartesianas para coordenadas polares

no caso da regi˜ao de integra¸c˜ao ser uma regi˜ao polar de Tipo I ou de Tipo II. Proposi¸c˜ao 1.19

1. Tipo I - Sejam R = {(r, θ) : α ≤ θ ≤ β e h1(θ) ≤ r ≤ h2(θ)} uma regi˜ao polar

do Tipo I e f uma fun¸c˜ao cont´ınua em R. Ent˜ao Z Z R f (x, y)dxdy = Z β α  Z h2(θ) h1(θ) rf (r cos θ, r sin θ)dr  dθ.

2. Tipo II - Sejam R = {(r, θ) : a ≤ r ≤ b e g1(r) ≤ θ ≤ g2(r)} uma regi˜ao polar

do Tipo II e f uma fun¸c˜ao cont´ınua em R. Ent˜ao Z Z R f (x, y)dxdy = Z b a  Z g2(r) g1(r) rf (r cos θ, r sin θ)dθ  dr.

Exemplo 1.20 Calcular o volume do s´olido E limitado superiormente pela superf´ıcie

de equa¸c˜ao z = x2+ y2 e inferiormente pela regi˜ao

{(x, y) ∈ R2 : 1 ≤ x2+ y2 ≤ 4 e x ≥ 0.}

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