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Fábio Vinícius Miranda Batista

Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da 7ª Vara Criminal da Circunscrição Judiciária de Brasília do Distrito Federal.

Autos do processo nº:...

RAMON VALDEZ, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado com procuração abaixo infra-assinado, nos autos do processo que o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios move-lhe, vem à presença de Vossa Excelência, irresignado com sentença condenatória, dentro do prazo legal, com fulcro no inciso I do art. 593 do Código de Processo Penal, interpor:

APELAÇÃO

pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. Requer que após o recebimento desta, com as razões inclusas, ouvida a parte contrária, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios onde serão processados e providos o presente recurso.

Termos em que Pede deferimento.

Brasília-DF, 13 de maio de 2011. ADVOGADO

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RAZÕES DE APELAÇÃO

7ª Vara Criminal da Circunscrição Judiciária de Brasília-DF Processo nº:...

Apelante: RAMON VALDEZ

Apelado: Ministério Público do Distrito Federal e Territórios

Egrégio Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios Colenda Câmara

Douta Procuradoria de Justiça

Dos Fatos e do Direito

O réu foi condenado como incurso nas penas do art. 157§2º, inciso II e art. 244-B da lei 8069 c.c art. 69 do Código Penal com relação ao carteiro e art. 155§4º, inciso I e IV em relação a loja de Vinil.

Como testemunhas foram arroladas carteiro e o dono da loja de vinil e deixou-se de ouvir a única testemunha ocular do fato do furto o empregado do dono da loja de Vinil o que mácula a certeza da autoria do crime.

A denúncia foi devidamente recebida em 4 de março de 2008 e arrolando as mesmas testemunhas.

Na instrução, o carteiro confirmou que ante o decurso do prazo não saberia ao certo se reconheceria pessoalmente o acusado se presente estivesse naquela assentada por conseqüência observa-se dúvida fatal em relação autoria do outro crime.

Em juízo, o dono da loja de Vinil afirmara que não viu o réu adentrar ao seu estabelecimento o que atesta mais uma vez a fragilidade da acusação.

Houve a realização do laudo de avaliação indireta do vinil e da vitrola furtado que concluiu os objetos subtraídos perfazeram montante de R$ 210,00(duzentos e dez reais).

O Parquet e a defesa apresentaram alegações finais alegando o de direito.

Por fim sobreveio a sentença condenatória que merece ser reformada pelos seguintes motivos a seguir aduzidos.

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Preliminarmente, ocorreu cerceamento de defesa pela ausência do interrogatório do réu momento em que há autodefesa e permite-se observar o princípio da ampla defesa e do contraditório, ou seja, audiatur et altera pars e o par conditio, segundo art. 564, inciso III, alínea e) do Código de Processo Penal.

Reconhecer a nulidade da decisão condenatória por ser genérica e por ausência de fundamentação a respeito do regime de cumprimento de pena segundo art. 93, inciso IX da Constituição da República.

De acordo com a súmula 523 do Suprema Corte no processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas sua deficiência só o anulará se houver prova do prejuízo para o réu o que ocorreu no presente caso devido ausência de teses defensivas na alegação final e na resposta à acusação por parte da defesa ficando assim demonstrado prejuízo ao réu com a sentença condenatória desfavorável.

Tendo em vista que a omissão de formalidade que constitui elemento essencial do ato, não se verifica no presente caso a observância do art. 226 do Código de Processo Penal em relação ao reconhecimento de pessoa.

Meritoriamente, atinente aos depoimentos prestados pelas testemunhas não se verifica razão plausível para condenação do réu visto a ausência de provas suficientes que apontem o réu com autor dos delitos em questão restando comprovado apenas a materialidade do furto do vinil e da vitrola. Assim a absolvição impões- pela insuficiência de provas devendo prevalecer o princípio constitucional da presunção de inocência ou não culpabilidade.

Depreende-se dos depoimentos em juízo que não são seguros e convergentes além de não corroborarem com as provas carreadas no processo. Inclusive, as provas coligidas nos autos não formam um conjunto firme, coerente e consistente no sentido de imputar o réu como delinquente.

Conforme o art. 599 do Código de Processo Penal s apelações poderão ser interpostas quer em relação a todo o julgado quer em relação a parte dele, ou seja, tantum devolutu quantum apelatum.

Também o art. 617 do Código de Processo Penal o tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos arts. 383, 386, 387, no que for aplicável porém não podendo ser agravada a pena quando só réu houver apelado da sentença.

Não entendendo dessa forma, só para argumentar deve-se considerar o fato atípico tendo em vista o valor irrisório do furto não chegando a ponto de lesar

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relevantemente o bem jurídico tutelado o que torna imprescindível a aplicação do princípio da insignificância visto que verifica a presença de certos elementos, tais como a mínima ofensividade da conduta do agente; a ausência total de periculosidade social da ação; o ínfimo grau de reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da lesão jurídica.

Do contrário, torna-se necessário corrigir os equívocos apresentados na sentença condenatória atinente as qualificadoras e a dosimetria da pena..

Percebe-se que deve ser afastada a qualificadora do inciso I do art. 155 do Código Penal haja vista que não há exame de corpo de delito que comprove destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa, portanto deve ser desconsiderada.

Também deve ser afastada a qualificadora do concurso de pessoas tendo em vista que o menor não é pessoa para se enquadra no concurso de pessoas, ou seja, não é capaz, não é imputável e não se submete ao Código Penal logo não é partícipe no caso.

O respeitável magistrado errou na aplicação da pena-base quanto ao crime de roubo razão pela qual a potencial consciência sobre a ilicitude da conduta e a inexigilidade de conduta diversa são pressupostos da culpabilidade, elementar do conceito analítico de crime, não pertencendo ao rol das circunstâncias judiciais, porquanto a culpabilidade nele referenciada diz respeito à reprovabilidade social o que é inerente ao tipo penal não podendo ser valorada novamente sob pena de bis in idem e muito menos servir de majoração da pena.

O juiz sentenciante não demonstrou, de forma concreta, as razões pelas quais considerou desfavorável ao réu a circunstância judicial da culpabilidade assim é de rigor a redução da pena-base nesse aspecto.

Verifica-se a ocorrência de bis in idem na valoração negativa da culpabilidade, porque o fato de o paciente ter praticado o delito em companhia de outro agente já se encontra valorado na qualificação do crime previsto no inciso IV do § 4º do art. 155 do Código Penal.

Constitui constrangimento ilegal o aumento da pena-base em razão da consideração negativa da culpabilidade do agente, quando ausente a indicação de elemento concreto a justificar essa conclusão, sobretudo porque a busca pelo lucro fácil é elemento inerente ao próprio tipo penal infringido

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O entendimento pacificado do Superior Tribunal de Justiça é orientado no sentido de que as circunstâncias de caráter pessoal, tais como a reincidência e maus antecedentes, não devem impedir a aplicação do princípio da insignificância, pois este está diretamente ligado ao bem jurídico tutelado, que na espécie, devido ao seu pequeno valor econômico, está excluído do campo de incidência do direito penal.

No tocante aos antecedentes não se pode inferir a reincidência seja um indício de fomento a criminalidade se for assim presumiria a consolidação da carreira criminal do indivíduo. Mas naada impede que, singularmente apreciadas, sejam levadas em consideração duas condenações transitadas em julgado: a primeira, como maus antecedentes, com influência na fixação da pena-base, e a segunda, como reincidência, com acréscimo na segunda fase do cálculo penal. O que não se admite, sob pena de bis in idem, é a valoração de um mesmo fato, em momentos diversos da fixação da pena.

A existência de inquéritos e ações penais em andamento não pode constituir fundamento para a valoração negativa dos antecedentes, da conduta social ou da personalidade do agente, em respeito ao princípio constitucional da presunção de não-culpabilidade.

A personalidade do réu foi avaliada de forma genérica, em razão de uma "tendência à prática delitiva", malferindo-se, inclusive, o princípio que veda o bis in idem, já que o próprio magistrado houve por valorar o registro de condenação anterior por ocasião da aplicação da agravante de reincidência.

Não havendo elementos suficientes para a aferição da personalidade do agente, mostra-se incorreta sua valoração negativa a fim de supedanear o aumento da pena-base

Os motivos do crime, quando próprios do tipo, não servem para justificar a exasperação da reprimenda na primeira etapa da dosimetria. Não tendo o juiz sentenciante demonstrado, de forma concreta, as razões pelas quais considerou desfavoráveis ao paciente as

consequências do delito, e tendo se utilizado de referências genéricas e de elementares do tipo para elevar a sanção.

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Indevido considerar como desfavoráveis aos pacientes os motivos do crime, ao argumento de que teria restado evidenciada a intenção de ganho fácil e desonesto, circunstância que é inerente ao próprio tipo penal infringido.

Constitui constrangimento ilegal como já foi dito que o aumento da pena-base em razão da consideração negativa da culpabilidade do agente, quando ausente a indicação de elemento concreto a justificar essa conclusão, sobretudo porque a busca pelo lucro fácil é elemento inerente ao próprio tipo penal infringido. Em nenhum momento no processo há provas que provem que o réu tinha intenção de vender o objeto de furto ate mesmo obter lucro fácil.

No entanto, o juízo de primeiro grau não apresentou justificativa plausível para a valoração negativa dos motivos e das circunstâncias do crime, devendo-se qualificá-los como "injustificáveis" assim como o elementar lucro fácil é inerente ao tipo em tela não podendo ser valorado novamente sob pena de bis in idem.

A não recuperação dos bens não serve de fundamento para a avaliação desfavorável das conseqüências do crime nos delitos contra patrimônio porque não ultrapassa aquelas já inerentes ao tipo penal.

O fato de a vítima não ter contribuído para o crime não pode ser levado em consideração para se majorar a pena-base do réu. Assim a circunstância judicial do comportamento da vítima só apresenta relevância nos casos de incitar, facilitar ou induzir o réu a cometer o crime caso contrário se a vítima em nada contribuiu a circunstância judicial não pode ser valorada negativamente.

As circunstâncias do crime não merecem ser valoradas negativamente já que o réu não agiu à noite quando a vigilância em geral em reduzida e precária bem como não mostrou avidez em praticar tal conduta.

A destruição do obstáculo que impede o acesso à res furtiva constitui elementar do furto qualificado, na forma do art. 155, § 4.º, inciso I, do Código Penal, razão pela qual não pode ser utilizada para valorar desfavoravelmente a circunstância judicial referente às consequências do crime bem como não pode servir, ao mesmo tempo, para qualificar o delito e para exasperar a reprimenda, a título de consequências do crime.

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As conseqüências do crime não foram graves a ponto de interromper a labuta da vítima muito menos prejuízos financeiros significativos bem como não se verificou abalo psicológico a vítima. Inclusive, nos crimes contra o patrimônio o prejuízo sofrido pela vítima não é apto a justificar o aumento da pena-base a título de valoração negativa da circunstância judicial referente às conseqüências do crime uma vez que se trata de aspecto ínsito ao próprio tipo penal.

Recomenda-se a fixação da pena-base do roubo circunstanciado no mínimo legal de 4 anos de reclusão vez que inexistem circunstâncias desfavoráveis para tanto.

Segundo art. 67 no concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência.

De acordo com brocardo jurídico onde há mesma razão aplica-se o mesmo dipositivo legal portanto se vale esse entendimento segundo orientação prevalente na Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça de que é possível a compensação da agravante da reincidência com a atenuante da confissão espontânea. Pode haver a compensação entre agravante da reincidência e atenuante de menor de 21 anos na época dos fatos.

Assim, observa-se a preponderância da circunstância atenuante sobre a agravante de reincidência visto a ausência de aspectos desfavoráveis bem como atenuante de ser menor de 21 anos na época do fato segundo art. 65 inciso I do Código Penal.

Atinente a pena-base do crime de furto e de corrupção de menores adota-se o mesmo entendimento arrazoado para fixar no mínimo legal a pena em face da ausência de circunstâncias desfavoráveis.

Embora o réu seja revel e tenha sofrido cerceamento de defesa, não se verifica fundamentos plausíveis para que enseja decreto de prisão preventiva do mesmo portanto é de bom tom que aguarde o julgamento em liberdade haja vista presunção de não culpabilidade em consonância com princípio in dubio pro reo.

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Após a revogação do art. 594, do Código de Processo Penal, Corte Superior de Justiça firmou novo entendimento acerca da questão, posicionando-se no sentido de que o conhecimento e julgamento do recurso de apelação prescindem do recolhimento do réu à prisão, sob pena de ofensa ao princípio do duplo grau de jurisdição.

Ante o exposto, requer a Vossa Excelência recebimento do recurso no efeito devolutivo e suspensivo para impedir a produção de eficácia da decisão do juízo a quo para assim seja conhecido e provido o recurso para reformar a sentença condenatória neste sentido: o reconhecimento das nulidade por “error in procedendo” assim “error in judicando” absolvendo o réu por insuficiência de provas para sua condenação segundo inciso VII do art. 386 do Código de Processo Penal visto princípio favor rei. Além de que aplique-se o princípio da insignificância para excluir a tipicidade do crime de ínfimo valor para Direito Penal. Caso seja mantida a condenação, deve-se fixar a pena no mínimo legal, aplicando-se o regime mais favorável para início do cumprimento da pena. Senão a desclassificação do furto qualificado para o furto simples em razão da ausência de provas que o qualificam como também a desclassificação do roubo qualificado para furto simples devido o menor não ser pessoa capaz, imputável nos termos do Código Penal assim deve-se desconsiderar o concurso de pessoas e pela ausência de violência ou grave ameaça não verificada no caso.

Termos em que Pede deferimento.

Brasília-DF, 13 de maio de 2011. ADVOGADO

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