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Devida proporção: uma análise da sequência de Fibonacci aplicada na publicidade

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - PUBLICIDADE E

PROPAGANDA

Filipe Martini

DEVIDA PROPORÇÃO: UMA ANÁLISE DA SEQUÊNCIA DE

FIBONACCI APLICADA NA PUBLICIDADE

Santa Maria, RS

2017

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FILIPE MARTINI

DEVIDA PROPORÇÃO UMA ANÁLISE DA SEQUÊNCIA DE FIBONACCI APLICADA NA PUBLICIDADE

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Comunicação Social - Publicidade e Propaganda, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção de grau de Publicitário.

Orientador: Fabiano Maggioni

Santa Maria, RS 2017

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FILIPE MARTINI

DEVIDA PROPORÇÃO UMA ANÁLISE DA SEQUÊNCIA DE FIBONACCI APLICADA NA PUBLICIDADE

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Comunicação Social - Publicidade e Propaganda, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção de grau de Publicitário.

Aprovado em 14 de dezembro de 2017:

__________________________________ Fabiano Maggioni, Dr. (UFSM)

(Orientador)

__________________________________ Janderle Rabaiolli, Dr. (UFSM) __________________________________

Rodrigo Stéfani Correa, Dr. (UFSM)

Santa Maria, RS 2017

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RESUMO

DEVIDA PROPORÇÃO UMA ANÁLISE DA SEQUÊNCIA DE FIBONACCI APLICADA NA PUBLICIDADE

AUTOR: Filipe Martini ORIENTADOR: Fabiano Maggioni

Este projeto experimental tem como principal objetivo entender como a sequência de Fibonacci, que recebe esse nome uma vez que foi apresentada para o mundo por Leonardo Fibonacci em seu livro “Liber Abaci”, no ano de 1202, e seus desmembramentos podem ajudar na criação Publicitária, atuando como uma ferramenta de produção. Para tanto, iniciar-se-á de uma área de elementos já existente que possuem a sequência de Fibonacci na sua construção, como logos, pôsteres e cartazes e, a partir deles, fazer uma análise de como Fibonacci auxiliou na criação dessas peças e como isso pode se tornar uma ferramenta para criação de peças futuras. Após o levantamento das informações necessária, serão elaboradas peças gráficas utilizando a sequência de Fibonacci, explicando quais foram as vantagens e desvantagens que Fibonacci proporcionou na produção. Assim, se evidenciará sua função na criação publicitária como uma ferramenta de produção, sendo um método de produção gráfica aplicável e funcional.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: O pentagrama...8

Figura 2: Retângulo de ouro...8

Figura 3: Fibonacci aplicada...9

Figura 4: Apple. ...15

Figura 5: Twitter. ...15

Figura 6: Pepsi. ...16

Figura 7: Mad Max. ...17

Figura 8: It: A Coisa. ...18

Figura 9: Gravity. ...19

Figura 10: Reprodução coelhos...20

Figura 11: Razão da sequência de Fibonacci. ...20

Figura 12: Espiral de ouro. ...21

Figura 13: Girassol...22

Figura 14: Náutilus. ...22

Figura 15: Mona lisa...25

Figura 16: Homem Vitruviano...26

Figura 17: Partenon. ...27

Figura 18: Pirâmide. ...27

Figura 19: Fotografia...28

Figura 20: Análise Apple. ...31

Figura 21: Análise Twitter. ...33

Figura 22: Análise Pepsi. ...34

Figura 23: Analise Mad Max 1. ...35

Figura 24: Analise Mad Max 2. ...36

Figura 25: Análise Gravity 1. ...38

Figura 26: Análise Gravity 2. ...39

Figura 27: Análise IT 1. ...40

Figura 28: Análise IT 2. ...41

Figura 29: Análise IT 3. ...42

Figura 30: Criação UFSM 1. ...43

Figura 31: Criação UFSM 2. ...44

Figura 32: Criação Músico 1. ...45

Figura 33: Criação Músico 2. ...45

Figura 34: Criação Space 1. ...46

Figura 35: Criação Space 2. ...47

Figura 36: Criação Space 3. ...47

Figura 37: Criação Whale 1. ...48

Figura 38: Criação Whale 2. ...49

Figura 39: Tempos Modernos. ...50

Figura 40: Criação Tempos Modernos 1. ...51

Figura 41: Criação Tempos Modernos 2. ...52

Figura 42: Criação Stranger Things 1. ...53

Figura 43: Stranger Things. ...54

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 7 1.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 10 1.2 JUSTIFICATIVA ... 10 2 METODOLOGIA ... 11 3 CAPÍTULO I ... 12 3.1 CONCEITO DE IMAGEM ... 12

3.2 PEÇAS GRÁFICAS PARA ANÁLISE ... 14

4. CAPÍTULO II ... 18 4.1 FIBONACCI NO DESIGN ... 21 4.2 RETÂNGULO DE OURO ... 22 4.3 LEONARDO DA VINCI ... 23 4.4 ARQUITETURA ... 25 4.5 FOTOGRAFIA ... 26 5. CAPÍTULO III ... 28 5.1 DESCRIÇÃO DO PROJETO ... 28 5.2 ANÁLISES DO PROJETO ... 29

5.2.1 Análise do logo da Apple ... 29

5.2.2 Análise do logo do Twitter ... 31

5.2.3 Análise do logo da Pepsi ... 32

5.2.4 Análise do pôster do filme Mad Max: Fury Road ... 33

5.2.5 Análise do pôster do filme Gravity ... 36

5.2.6 Análise do pôster do filme IT: a coisa ... 38

6 PEÇAS PRODUZIDAS ... 42

6.1 LOGO UFSM CACHOEIRA DO SUL ... 42

6.2 LOGO JOÃO PEDRO OLIVEIRA ... 43

6.3 LOGO SPACE ... 45

6.4 LOGO BLACK WHALE ... 47

6.5 PÔSTER TEMPOS MODERNOS ... 48

6.6 PÔSTER STRANGER THINGS ... 51

7 CONCLUSÃO ... 54

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1 INTRODUÇÃO

A proporção áurea ou número de ouro é uma constante algébrica representada pela letra grega PHI ou Φ, com valor aproximado de 1,618. Essa proporção já serviu de base para pintores como Giotto e Leonardo Da Vinci, inclusive na sua obra mais famosa, Mona lisa1 e em muitas outras, como o Homem Vitruviano2 e A Anunciação3 (BRITTO, 2014). Os gregos também já utilizaram esta proporção para construírem edificações conhecidas e famosas até hoje, como exemplo temos o Partenon, um templo construído pelos gregos para deusa Atena, que mesmo com tamanho colossal para época, segue padrões que se relacionam com a proporção áurea (QUEIROZ, 2007). Assim como no presente, serviu e ainda serve de base para a formação de logos de marcas como Apple e Twitter e de Pôsteres de filmes como Mad Max: Estrada da Fúria, de 2015, e Gravity, de 2013.

A proporção áurea tem diversos desmembramentos, um deles é a sequência de Fibonacci, que recebe esse nome graças a Leonardo Fibonacci, que a tornou conhecida com sua obra “Liber Abaci” em 1202, apesar de essa sequência já era utilizada na antiguidade. A sequência de Fibonacci define que cada novo elemento é obtido a partir da soma dos seus dois anteriores, obtendo a seguinte sequência: 0,1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233, 377, 610, 987, 1597 e assim por diante (QUEIROZ, 2007).

O pentagrama é uma das formas que representa a proporção áurea em seu desenho, ou seja, o maior de seus segmentos é igual à soma dos seus outros dois segmentos anteriores, segmentos esses que estão em uma proporção de 1,618 entre si e, sendo assim, pode-se produzir um retângulo áureo a partir dele. Outro desmembramento que pode ser feito a partir da proporção áurea é o retângulo de ouro, que surge a partir da divisão do maior lado de um retângulo pelo seu menor lado, e essa divisão gera o número de ouro, ou seja, 1,618. Como apresentado na

1 A Mona Lisa, conhecida originalmente por La Gioconda, é o quadro mais famoso do mundo e é uma

obra do grande pintor Leonardo da Vinci. Foi produzida no século XVI e atualmente está exposta no Museu do Louvre, na França.” (MONA LISA, 2017).

2 O Homem Vitruviano ou Homem de Vitrúvio é uma pintura de Leonardo da Vinci e foi produzida em

1490, durante o Renascimento.

Ele representa o ideal clássico de beleza, equilíbrio, harmonia das formas e perfeição das proporções (HOMEM, 2017).

3 A Anunciação, composição de óleo sobre painel do pintor italiano Leonardo da Vinci, datada entre

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imagem a seguir, se somarmos 34+21 temos a largura igual a 55, e se somarmos 13+21 temos a altura igual a 34, o resultado da divisão da largura pela altura, ou seja, 55/34, é igual a 1,618 (QUEIROZ, 2007).

Figura 1 – O pentagrama

Fonte: Elaborada pelo autor.

Figura 2 – Retângulo de ouro

Fonte: Elaborada pelo autor.

Pode-se associar as proporções apresentadas pela Sequência de Fibonacci com o equilíbrio visual. Segundo Arnheim (2005), o homem se esforça em encontrar equilíbrio em todas as coisas, inclusive na estética, de forma intuitiva no seu olhar, sem que possa ser substituído por uma forma racional. Porém temos que lembrar que o equilíbrio está ligado a todos os aspectos da peça visual, cor, claridade, direção de movimento e velocidade.

Apesar disso, pesquisa relacionada ao tema, em sites como o Google Acadêmico e postais de universidades como UFSM, UFRGS, UEL e UFRJ, pode ser

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considerada escassa. A utilização das palavras chaves como: Fibonacci, Proporção, áurea, Proporção áurea, Design e Criação remetem a poucos trabalhos, principalmente na área do design e da arquitetura, sendo os poucos encontrados relacionados às criações de Web Sites utilizando a Proporção áurea. Alguns dos poucos artigos encontrados são: Razão áurea: A beleza de uma razão surpreendente4 e A razão áurea e os padrões harmônicos na natureza, artes e arquitetura5.

Em contraponto, na área da matemática são encontrados inúmeros trabalhos associando essas técnicas com diversos temas e assuntos, bem como gráficos, tabelas, códigos de computação e até mesmo se é possível encontrar relação entre Fibonacci e a bolsa de valores. A exemplo desses artigos se pode citar: A utilização da Razão áurea no design de websites6; Número de ouro7.

Outra área que se tem projetos de diversos tipos e em grande abundância é na biologia. Os trabalhos vão desde a relação de Fibonacci com o tamanho e proporções ideais dos dentes até a relação deste com proporções encontradas na natureza, como colônias de fungos, plantas e reprodução de microrganismos.

Figura 3 – Fibonacci aplicada

Fonte: What (www.icondental.com.au)

4 Fonte: QUEIROZ, 2007.

5 LAURO, M. M. A razão áurea e os padrões harmônicos na natureza, arte e arquitetura. Exacta, São

Paulo, v. 3, p. 35-48, 2005. Disponível em: <http://www.redalyc.org/html/810/81000304/>. Acesso em: 21 out. 2017.

6 CAMARGO, N. M. A utilização da razão área no design de websites. 2008. Trabalho de conclusão

de curso (Graduação em Informática) – Universidade Estadual de Maringá. 2008.

7 BELUSSI, G. M.; GERALDINI, D. A.; PRADO, E. A. Número de ouro. Disponível em:

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A diferença significativa entre as quantidades de artigos e projetos relacionados a cada área, como na área do design em relação às áreas da matemática e da biologia sobre este assunto gera questionamentos.

A partir dessas ligações da arte com a matemática e do notório contributo que a lógica Fibonacci tem dado à diversas áreas do conhecimento, tem-se como problema de pesquisa a seguinte indagação: Como a sequência de Fibonacci pode auxiliar o design na criação publicitária, atuando como método de elaboração de peças gráficas, de acordo com os objetivos desse projeto?

1.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Entender na prática a lógica da sequência Fibonacci e a seu emprego nas imagens produzidas e no mundo real, realizando um breve levantamento das suas aplicações;

 Analisar peças gráficas previamente selecionadas que já utilizaram a sequência de Fibonacci para sua construção;

 Estabelecer estratégias de criação gráfica baseadas nas análises anteriores;

 Executar o projeto experimental que visa a construção de seis peças gráficas utilizando os métodos previamente estudados no projeto.

1.2 JUSTIFICATIVA

Esse projeto tem grande importância na área do design e da criação publicitária, pois busca distorcer a falsa ideia de que a matemática não é relacionada à comunicação, mostrando relações entre proporção e arte, tanto na construção de logos, como em pôsteres e fotografias.

Essa busca pela proporção e ao equilíbrio é inerente do ser humano e mesmo sem perceber os seus olhos estão treinados para buscar e entender como mais agradável esse tipo de imagem (ARNHEIM, 2005). Conforme Dondis (2003):

“Praticamente desde nossa primeira experiência no mundo, passamos a organizar nossas necessidades e nossos prazeres, nossas preferências e nossos temores, com base naquilo que vemos. Ou naquilo que queremos ver.” p. 5.

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Com esse projeto, também será possível utilizar elementos que mais se repetem nas várias e diversas formas de produção, tanto gráficas, como visuais e mentais. Com isso, será possível elaborar um modo auxiliar de criação em que essas proporções sirvam de base na produção e em designs futuros e, ainda, analisar os aspectos negativos e irrelevantes a fim de os corrigir e os evitar, de forma que o produto final se possa se aproximar ao máximo do que os autores tratam como visualmente equilibrado, trazendo a beleza visual agregada a esse equilíbrio.

O interesse pelo estudo desse tema parte de sua baixa utilização na área da publicidade, com pouquíssimos trabalhos e artigos na área. Isso se deve possivelmente por um certo preconceito pela forma que essa proporção é conhecida, como “proporção divina”, esse nome foi dado pelo fato dela se encontrar em diversos lugares da natureza, como eles viviam em um teocentrismo, tudo que não havia uma explicação lógica era relacionado a Deus, e assim ela acabou ganhando este nome (ALMEIDA, 2006). Esse termo pode remeter à falsa ideia de que a utilização dessa técnica irá necessariamente resultar em obras de alta qualidade, retirando a responsabilidade do profissional. Além disso, por se ter poucos estudos sobre esse tema, existe muitas noções equivocadas sobre o que se trata Fibonacci e proporção áurea e, por isso, sua credibilidade é diminuída.

Já como ferramenta de criação, Fibonacci pode ser muito útil, se ele ou sua ideia de proporção se encaixam com os conceitos do logo ou peça gráfica a serem produzidos, podem, além de complementá-los, trazer mais uma referência na hora de defender esse logo.

Segundo Maria Luísa Peón (2000, p.33): “O logotipo muitas vezes chamado simplesmente de logo - embora esta abreviação lhe tire justamente uma característica fundamental: ele é necessariamente composto por letras”. Porém, trataremos o logo como uma de derivação de logomarca (já que esta está em desuso), ela representada pela união de um símbolo visual com um logotipo, embora preservaremos o masculino da palavra logotipo.

2 METODOLOGIA

Para a realização deste projeto, foi realizada uma revisão bibliográfica com base em pesquisas via internet e em livros acadêmicos. Ademais, para a construção

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de novas artes, utilizou-se conhecimentos particulares atrelados aos estudos sobre Fibonacci e proporção áurea, tendo assim uma metodologia experimental.

A sequência de Fibonacci é o principal conceito desse projeto experimental, ela se trata da criação de um 3 elemento pela soma de seus 2 anteriores, partindo do 0 e 1. Ou seja: 0+1=1 \ 1+1=2 \ 2+1=3 \ 3+2=5 \ 5+3=8 \ 8+5=13 \ 13+8=21 e assim consequentemente. A proporção entre esses elementos é de 1,618, porém ela fica mais exata conforme os valores vão crescendo (SONDRÉ; TOFFOLI, 2005).

Através dessas proporções podemos retirar algumas formas de criação, deste modo também, serão analisadas peças gráficas já existentes que usam de tais proporções, a fim de extrair conhecimento sobre o tema.

Com essas informações produziremos o projeto experimental, que consiste em executar peças gráficas que utilizam a proporção áurea e sequencia de Fibonacci. Afim de entender se essas proporções realmente auxiliam na produção gráfica, e ajudam na busca do equilíbrio visual.

3 CAPÍTULO I

3.1 CONCEITO DE IMAGEM

Este projeto é sustentado em peças gráficas, que nada mais são do que uma representação visual, uma imagem. Segundo Villafañe (2006), existem vários tipos de imagem e cada uma delas pode ser percebida de maneiras distintas de acordo com o seu grau e nível de realidade. Na a área da publicidade e do design, o que um logo busca é se tornar um ícone, que mesmo muito simples, remeta diretamente a marca que o representa, como exemplo a Coca-cola, que em qualquer lugar do mundo tem seu logo reconhecido, mesmo com as modificações para cada idioma. Conforme Villafañe (2006):

“La imagen natural cumple una función básica que es la de reconocimiento. AI cerebro es preciso suministrarie un buen material visual para que las operaciones de conceptualización, que tienen por objeto homologar la identidad (basada en la estructura) dei estímulo con un pattern" almacenado previamente, tengan éxito y dicho estímulo pueda ser reconocido. Para cumplir esta decisiva función se requieren, obviamente, imágenes con el máximo de iconicidad.” p. 43.

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Tabela 1 – Escala de iconicidade.

Fonte: VILLAFAÑE, 2006, p.42.

Relacionando com o quadro anterior (tabela 1), podemos dizer que um logo se encaixa entre melhor na função de informação, que é representada por pictogramas e esquemas motivados e arbitrários. Já uma fotografia por exemplo, é uma representação única de um ponto de vista também único de uma imagem natural, ou seja, a fotografia foi moldada a partir do olhar do fotógrafo sob uma imagem natural. Porém, para que isso aconteça, essa imagem natural também passa a ser uma imagem visual quando observada pelo fotógrafo e ainda uma imagem mental, quando processada pelo mesmo.

O mesmo acontece com uma escultura, a modelo (imagem natural) posa para o pintor, que em um determinado ângulo de observação produz uma imagem plástica de sua representação, ao mesmo tempo que para produzir essa escultura, uma imagem mental foi criada em seu subconsciente. O que vai acontecer ao longo desse projeto são analises de imagens de função artística e de informação, que nos darão dados necessários para a produção de novas imagens, utilizando os conceitos e técnicas de Fibonacci já conhecidos.

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3.2 PEÇAS GRÁFICAS PARA ANÁLISE

As peças escolhidas para análise se diferenciam em basicamente dois tipos: Logos e Pôsteres. Marcas da atualidade como Apple, Twitter, Pepsi e muitas outras já utilizaram a proporção áurea para criar seus logos ou reformulá-los. Isso acontece porque buscamos, de certa forma, um equilíbrio visual, segundo Dondis (2003, p. 17), “o equilíbrio é, então, a referência visual mais forte e firme do homem, sua base consciente e inconsciente para fazer avaliações visuais”.

A proporção áurea pode nos oferecer esse equilíbrio, mas isso não significa que as marcas usaram somente essa proporção para a construção de seus logos, e sim que elas utilizam um ou mais de seus conceitos para essa criação, de forma em que esse equilíbrio e proporção visual as tornassem visualmente belas.

A primeira logo escolhida para análise é da marca Apple, nela temos a representação de uma maçã que significa “apple” em inglês. Também se caracteriza uma mordida nessa maçã que em uma entrevista feita ao design desse logo, Janoff (2011), ele explica o significado:

“Eu projetei isso com uma mordida para escala, para que as pessoas percebessem que era uma maçã e não uma cereja. Foi depois que eu projetei, que meu diretor criativo me disse: 'Bem, você sabe, há um termo de computador chamado byte’, e pensei: ‘Você está brincando!’”.

.

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Fonte: Site oficial (www.apple.com/).

O segundo logo escolhida é o do Twitter, uma rede social que tem como diferenciação o limite de caracteres por postagem ou “Tweet”, antigamente eram 140 caracteres, hoje já são o dobro, 280. “Tweet” significa “Pio de passarinho”, simbolizando os vários pius do site (www.significados.com.br/tweet/).A partir deste conceito, foi desenvolvido também o logo da rede social: um pássaro azul, que representa essa comunicação através de “Pios”.

Figura 5 – Twitter.

Fonte: Site oficial (www.twitter.com).

O terceiro logo escolhido para análise é da Pepsi, uma empresa que está no ramo dos refrigerantes desde 1899. Sem confirmações sobre o que de fato significa o desenho em si, a quem diga ser um “sorriso em um globo”.

Figura 6 – Pepsi.

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Saindo dos logo e entrando nos pôsteres temos alguns filmes mais recentes que utilizam de Fibonacci. As criações desses pôsteres podem nem ao menos ter sido pensada na Fibonacci ou na proporção áurea, mas como nossos olhos buscam o equilíbrio inconscientemente, como já explicado anteriormente, esses pôsteres podem utilizar proporções que se aproximam das de Fibonacci, mesmo que de forma espontânea.

O primeiro pôster a ser analisado será o de “Mad Max: Estrada da fúria”, o filme teve sua estreia no Brasil em 14 de maio de 2015. A história dirigida por George Miller se passa em um mundo apocalíptico onde a água é o bem mais valioso, onde personagem principal, Max Rockatansky (Tom Hardy), tenta sobreviver a todo custo, porém, após ser capturado pelo tirano Immortan Joe, Max se vê no meio de uma guerra, iniciada pela imperatriz Furiosa (Charlize Theron) que tenta salvar um grupo de garotas. Também tentando fugir, Max aceita ajudar Furiosa.

Figura 7 – Mad Max.

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O segundo pôster a ser analisado é um dos postes do filme “It: A coisa”, lançado em 7 de setembro de 2017. O filme é uma releitura do origina de 1990. Escrito pelo brilhante Stephen King e dirigido por Andy Muschietti, o filme de gênero de terror começaquando crianças desaparecem na cidade de Derry, as crianças do bairro se unem para atacar Pennywise, um palhaço malvado cuja história reaparece a cada 27 anos.

Figura 8 - It: A Coisa.

Fonte: Fanart (www.agentesnerds.com/2017/09/especial-it-coisa-fanarts-e-ilustracoes.html).

O terceiro e último pôster a ser analisado será do filme “Gravidade”, que estreou no Brasil em 11 de outubro de 2013. Dirigido por Alfonso Cuarón, o filme relata momentos de dois astronautas Dra. Ryan Stone(Sandra Bullock) e Matt Kowalsky (George Clooney) que lutam para sobreviver depois que um acidente deixou a espaçonave deles sem comunicação e à deriva no espaço.

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Fonte 9 – Gravity.

Fonte: Pôster oficial (www.screencritix.com/gravity-review-2013/).

4. CAPÍTULO II

A Sequência Fibonacci recebeu esse nome graças a Leonardo de Pisa, também conhecido como Leonardo Fibonacci, que foi quem relatou essa sequência pela primeira vez para ocidente. Essa sequência já era descrita e conhecida na matemática por indianos no século VI, porém era algo regional e não existia um reconhecimento maior destes números usados matematicamente.

Ao fazer uma viagem à Índia, Fibonacci teve seu primeiro contato com essa sequência e na sua viagem de volta trouxe esse conhecimento adquirido. Essa sequência ficou de fato conhecido quando Fibonacci escreveu o livro “Liber Abaci”, datado em 1202. Neste livro, ele apresentou a sequência utilizando como problema a reprodução de coelhos em ambiente controlado. Essa reprodução, baseada no tempo de vida que um coelho leva para começar a se reproduzir (2 meses), gerava uma sequência numérica, que, mais tarde, foi chamada de sequência de Fibonacci. A sequência em questão nada mais é do que a soma de um elemento com o elemento anterior, partindo dos elementos 0 e 1, ou seja:

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As divisões dos números dessa sequência geram outro número: 1,618, também conhecido como proporção áurea ou número de ouro. Quanto maiores os números dessa divisão, mais exatos são os resultados, sendo assim:

2/1=2; 3/2=1,5; 8/5=1,6; 13/8=1,625; 89/55= 1,618...

Figura 10: Reprodução coelhos

Fonte: PINHO, 2017.

Observando a Figura 11, ainda podemos relacionar a reprodução dos coelhos com o próprio número de ouro (1,618).

Figura 11: Razão da sequência de Fibonacci.

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Esse número não é simplesmente matemático, ele se aplica na natureza, na arte, na arquitetura, no corpo humano e em outros diversos campos. Alguns deles fazem parte de nosso cotidiano e nem percebemos, é o caso do formato do papel ofício (216mm x 356mm), se dividirmos a altura pela largura teremos o resultado 1,648, algo muito próximo do nosso número de ouro. Outro caso em que esse número é utilizado e não percebemos é na conversão de quilometro (km) para milhas (mi), 1mi equivalem à 1,61kms.

Ainda como base para vários outros elementos temos a Espiral de ouro. A espiral de ouro é feita a partir dos números da sequência de Fibonacci, quando desenhamos quadrados nas suas proporções dispostos em forma espiralada e em seguida utilizamos seus pontos externos para traçar uma linha espiral, como podemos ver na Figura 2:

Figura 12 – Espiral de ouro.

Fonte: Elaborada pelo autor.

A própria natureza exibe a proporção em questão, diversas vezes e em diferentes âmbitos. A exemplo disso se tem o girassol (Figura12) que possui suas sementes dispostas em duas sequências de espirais, uma para direita e outra para a esquerda. Se ele tiver 21 espirais para a esquerda terá 34 espirais para a direita. Se forem 34 para a esquerda, serão 55 para direita, e assim por diante, seguindo os números já apresentados por Fibonacci.

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Figura 13 – Girassol

Fonte: A MATEMÁTICA, 2017.

Outro elemento da natureza em que encontramos essas proporções é a concha Nautilus, espécie de molusco encontrada no oceano Pacífico. Sua concha tem crescimento relacionado com a espiral áurea.

Figura 14 – Náutilus.

Fonte: A EQUAÇÃO, 2017.

4.1 FIBONACCI NO DESIGN

A sequência de Fibonacci não é um número mágico, e isso tem que ficar muito claro para que não pensem que ela resolverá qualquer arranjo gráfico. Ela não vai deixar qualquer design bonito apenas por estar presente nele, ela serve de guia, sendo um dos vários métodos ou técnicas possíveis para a criação de peças gráficas e, por isso, deve ser tratada como uma ferramenta.

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Existe também o equívoco em querer aplicar esta ferramenta de modo forçado ou distorcido para que ela se encaixe em algo já existente. Essa aplicação fica má interpretada e diminui a credibilidade deste mecanismo. Porém, quando utilizada da forma correta, pode se tornar uma ferramenta de grande ajuda para a criação gráfica, como o que ocorre em alguns logotipos e principalmente em cartazes de filmes.

Algumas marcas têm seus logotipos criados utilizando a proporção áurea como ferramenta, outras estão reformulando seu logo utilizando a mesma (figuras 4, 5 e 6). A utilização das proporções de Fibonacci para criação de logos, pôsteres e peças gráficas é facilmente encontrada por serem traços bem característicos. Todavia, essas peças são minorias, e isso corrobora com a ideia de que a proporção áurea não é “mágica” e sim uma ferramenta e que existem outras dezenas ou centenas que podem ser exploradas para criação gráfica em conjunto, como a regra dos terços.

Muitas das obras de arte que ficaram conhecidas mundialmente utilizam-se dos números da Fibonacci para construção de seus arranjos visuais. A própria “Mona lisa” de Da Vinci é o principal exemplo (MANDARINO, 2011). Também existem outros quadros não tão famosos que utilizam da Fibonacci, mas o pintor Leonardo Da Vinci é o que aparentemente tinha um apreço maior por essas proporções e a usava como ferramenta com maior frequência.

Fibonacci auxiliou e ainda auxilia na produção de diversas obras em todos os âmbitos, até mesmo na área da saúde, onde suas medidas são utilizadas por dentistas para que os dentes fiquem com uma melhor proporção entre si (LEVIN, 2017).

4.2 RETÂNGULO DE OURO

O retângulo de ouro (Figura 2) é outro conceito que está diretamente ligado a proporção áurea, uma vez que a divisão de sua maior face pela menor face gera o conhecido número de ouro, ou seja 1,618. Pode, ainda, se adquirir esse retângulo a partir da espiral logarítmica. Ele é um retângulo com grande valor estético e muito utilizado em pinturas, embalagem e produtos (QUEIROZ, 2007). Um dos seus empregos é no formato de papel mais utilizado no mundo, tais formatos como o A5

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(148mm x 210mm) e o A4 (210mm x 297mm) geram um retângulo que não exatamente é um retângulo de ouro, mas suas medidas de aproximam muito.

Figura 2 - Retângulo de ouro

Fonte: Elaborada pelo autor.

4.3 LEONARDO DA VINCI

A proporção áurea pode ser observada em diversas obras, algumas delas muito conhecidas mundialmente. Leonardo Da Vinci utilizou da proporção áurea mesmo que de forma subjetiva na sua pintura mais conhecida, e talvez tenham sido exatamente essas proporções que a tenham tornado o que ela é. Na sua obra Mona Lisa ou La Gioconda, como também é conhecida, é possível encontrar tanto a espiral de ouro, como proporções no valor de 1,618 (QUEIROZ, 2007).

Tais proporções são vistas com facilidade, desde a proporção do corpo, até em traços mais delicados do seu rosto, como nariz e olhos (CRACCO, 2013). Talvez seja um dos motivos de tal obra ter ficado tão conhecida: ela é de um equilíbrio e harmonia até então incomuns de serem vistos em uma obra, capaz de demonstrar sentimento e emoções em uma simples tela pintada.

“Qualquer acontecimento visual é uma forma com conteúdo, mas o conteúdo é extremamente influenciado pela importância das partes constitutivas, como a cor, o tom, a textura, a dimensão, a proporção e suas relações compositivas com o significado” (DONDIS, 2003, p. 12).

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Da mesma forma, outra pintura do artista também se utiliza destas proporções: O Homem Vitruviano (Figura 16). Vitrúvio foi um arquiteto e engenheiro militar que nasceu na Roma antiga e servia aos princípios de Julius Cesar entre 58 e 51 A.C. Escreveu uma série de dez livros, num deles relata a proporção do corpo humano (DURANTE, 2016) e é deste que mais tarde Da Vinci se baseia para a criação de sua obra. Em uma única tela, ele representa toda proporção e comprova mais uma vez que a proporção áurea está presente no corpo humano e em seus traços. Relacionando tamanhos de palmos, braços, pernas, face e seus elementos (MANDARINO, 2011). Mas não é só em obras renascentistas que encontramos tais proporções, em quadros de Salvador Dali (1904 – 1989), como o A Última Ceia8, a proporção áurea também pode ser encontrada.

Figura 15 - Mona lisa

Fonte: CRACCO, 2013.

8 A Última Ceia é uma obra pintada por Salvador Dalí no ano de 1955. A pintura é óleo sobre tela e

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Figura 16: Homem Vitruviano

Fonte: HOMEM, 2017.

4.4 ARQUITETURA

Não diferente do que se é visto em pinturas, na arquitetura também se busca proporções mais belas e equilibradas. Segundo Vitrúvio, em seu livro “De architectura” de 1692, os padrões de proporção se baseiam em 3 elementos:"utilitas" (utilidade), "venustas" (beleza) e "firmitas" (solidez), que juntos formam a base da arquitetura clássica (VITORINO, 2004). Em algumas estruturas mais antigas do que o próprio Vitrúvio, já se via proporções que se aproximam muito das encontrados da proporção áurea.

O relato mais antigo que se tem da sequência Fibonacci são encontrados nas estruturas das pirâmides do antigo Egito: o número de ouro (1,618) pode ser observado diversas vezes em suas estruturas, tanto na divisão da altura pela metade da base, como nos blocos, onde cada fileira de um nível inferior em 1,618 vezes o tamanho dos blocos da fileira superior. E ainda na área da arquitetura, o Partenon demonstra retângulos de ouro em praticamente toda sua estrutura, e assim a proporção de 1,618 consequentemente, tanto na disposição dos seus pilares com na altura, largura, e blocos que preenchem o restante do templo (QUEIROZ, 2007).

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Figura 17: Partenon.

Fonte: ROSENDO, 2017.

Figura 18: Pirâmide.

Fonte: TARACENA, 2013.

4.5 FOTOGRAFIA

A fotografia não é apenas o ato de fotografar em si, ela envolve a percepção do fotógrafo e sua sensibilidade visual para transformar modelos tridimensionais em bidimensionais.

Em inúmeras fotos percebemos uma relação que se assemelha muito a proporção áurea, muitas dessas imagens utilizam a regra dos terços, que consiste em projetar 2 linhas verticais e duas linhas horizontais simétricas sobra uma imagem real e concentrar os elementos principais em um dos pontos de intersecção dessas linhas.

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Todavia, na maioria das vezes o fotógrafo não faz isso pensando na proporção áurea ou na regra dos terços, ele simplesmente possui um olhar treinado, que projeta mentalmente como que a foto pode ficar mais bela e atrativa através da disposição dos elementos nela presentes. Então, mesmo que de forma subjetiva, o fotógrafo pode usar proporções que se assemelham a proporção áurea. O que chamamos de regra dos terços nada mais é do que uma variação da proporção áurea, que normalmente é usada inconscientemente na fotografia.

Figura 19: Fotografia

Fonte: MARQUES, 2017.

Qual a razão de gostarmos ou não de algo como imagens, fotos, desenhos e vários outros tipos de conteúdo visual? Segundo Arnheim (2005), pode-se dizer que, desde que nascemos, buscamos um equilíbrio, e isso pode ser um dos motivos de gostarmos muito de certas imagens e de outras não tanto.

O que a proporção áurea nos proporciona é exatamente isso, um equilíbrio, sem deixar que partes da imagem fujam de um “padrão” que vem do nosso inconsciente, e ainda pode ser associado a física, quando, por exemplo, o equilíbrio é a anulação de forças iguais em sentidos opostos. Quando se coloca um ponto no meio de uma folha em branco, ele está em equilíbrio, mas se pegarmos o mesmo ponto e deslocarmos ele para próximo de uma das extremidades da folha, ele não estará mais e poderá passar até mesmo uma ideia de movimento (ARNHEIN, 2005). Em contraponto, existem diferenças até mesmo nos tipos de equilíbrio, isto é, o mesmo objeto a ser observado pode ter equilíbrio ou não, dependendo em qual

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meio ele está sendo observado. Diante disso, Armhein (2005, p. 12) explica que: “Há outras diferenças entre equilíbrio físico e equilíbrio perceptivo. Por um lado, a fotografia de uma bailarina pode parecer desequilibrada embora o corpo estivesse em uma posição confortável ao ser fotografada. ”

Sendo assim, pode-se entender que o meio escolhido para transmitir a imagem é essencial. A pintura da Mona lisa, por exemplo, uma das obras com maior proporção e equilíbrio conhecido do mundo, no momento em que Leonardo da Vinci a registrou, a pessoa inspiradora do quadro poderia estar em uma pose totalmente desconfortável e nada agradável.

5. CAPÍTULO III

5.1 DESCRIÇÃO DO PROJETO

Este projeto tem como principal objetivo estabelecer como a sequência Fibonacci e todas suas divisões podem servir de ferramenta para a construção tanto de um logo, um pôster ou qualquer outra arte. Para tanto, serão analisadas peças gráficas que já utilizaram destas proporções para sua criação, identificando quais os seus pontos fortes e fracos, afim de os reaplicar ou descarta-los em novas peças gráficas e, assim, estabelecer uma linha de criação baseada nessas proporções.

A proporção é um dos elementos gráficos mais importantes e pode ser encontrado em quase todos os lugares. É possível associar que a proporção funciona como o azul, no caso das cores, a proporção causa sensação de harmonia e, de certa forma, essa harmonia é algo que nos deixa mais tranquilos, como os tons de azul.

Serão analisados logos como os da Apple (figura 5), Twitter (figura 6) Pepsi (figura 7), que já foram associadas a Fibonacci, além de outros logos, buscando pontos incomuns entre eles e critérios que possam servir de base para futuras criações. Também servirão como modelo de análise de pôsteres de filmes, buscando a mesma harmonia e proporção que se pretende encontrar nos logo formulados. As relações das características encontradas entre eles podem formar uma base de informações que servirá para identificar características da proporção áurea e sequencia de Fibonacci a fim de aplica-las em peças gráficas.

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Uma peça gráfica não é construída apenas de proporções, ela consiste na união de vários elementos e escolhas, como os formatos, as cores, os sentidos, o movimento, as próprias proporções citas. Mesmo que o foco do projeto seja a proporção, todos os outros elementos têm sua devida importância no conjunto gráfico. A peça é uma união entre todos esses elementos e para ter seus resultados esperados, deve-se unir esses elementos de forma equilibrada. “Se se insiste em que numa obra de arte todos os elementos devam ser distribuídos de tal modo que resulte em um estado de equilíbrio, deve-se saber como consegui-lo” (ARNHEIM, 2005, p.11).

Para que essa análise seja realizada, será utilizado os programas de edição CorewDraw e Adobe Ilustrator, exportar-se-á as peças pré-selecionadas para esses programas, será aplicada as linhas das proporções de Fibonacci, será feita a medição de tamanhos dos elementos para ratificar que os mesmos estejam na proporção de 1,618 ou se se aproximem bastante disso e, assim, irá se ter a confirmação da presença da Fibonacci, mesmo que autor das peças não tenha utilizado as proporções de forma consciente.

Posteriormente, será elaborada a construção de peças gráficas, baseadas nas informações até então coletadas. A sequência de Fibonacci servirá de elo entre os elementos da imagem, o que me permitirá unir esses elementos de forma harmônica e ainda como uma forma de “não começar a peça do zero”, pois o método de construção já estará definido.

Como já citado, Fibonacci serve como uma ferramenta, porém toda ferramenta precisa de uma pessoa que saiba manuseá-la para que exerça a sua função com maestria. Como proporção divina, talvez ela esteja equivocada, mas como ferramenta em si pode ser de grande ajuda.

5.2 ANÁLISES DO PROJETO

5.2.1 Análise do logo da Apple

A primeira análise a ser feita é sobre o logo da marca Apple. Apple é uma empresa norte-americana no ramo de produtos eletrônicos como celulares, computadores e tablets, muito valorizada, pois tem um sistema operacional próprio. O logo da Apple é uma maçã, assim como a tradução do seu nome. O principal

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detalhe que diferencia o logo de uma maçã qualquer é uma mordida presente na lateral direita da maçã, mordida essa que, mesmo não proposital, acabou complementando o significado da logo, tendo em vista que a tradução mordida em inglês é “bite”, e “byte” é um termo usado na linguagem da computação e de softwares, JANOFF (2011).

Nessa análise, a sequência de Fibonacci pode ser relacionada com todo o corpo do logo, desde a estrutura da maçã até a sua mordida. Para fazer essa análise, utilizamos a sequência de Fibonacci para a construção de círculos com os tamanhos adequados, onde o menor círculo encontrado tem o tamanho de 1 e a partir dele se originou os outros tamanhos, obedecendo as proporções da Fibonacci, ou seja, 1;2;3;5 e 8.

Figura 20: Análise Apple.

Fonte: Elaborada pelo autor.

O formato da folha é construído a partir da intersecção de dois círculos de tamanho 8; já a mordida, é o recorte de um círculo de tamanho 8 feita sobre a face direita do logo. O corpo da maçã é elaborado a partir de vários círculos, alguns deles, como é o caso do de tamanho 1, servem apenas para o espaçamento entre

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elementos, já os outros dão o formato de maçã desejado. A mordida também não está ali por acaso, ela tem um espaçamento de tamanho 2 do outro círculo que forma a base de um dos lados da maçã. Para finalizar, tanto na parte superior, com tamanho 5, como na parte inferior com tamanho 8, são usados círculos que, ao invés de se somarem no corpo, servem como recorte parecidos com a mordida, porém com detalhes mais suaves e arredondados.

5.2.2 Análise do logo do Twitter

A segunda análise a ser feita é baseada no logo do Twitter, uma rede social que tem como principal diferencial o limite de caracteres por postagem, no total são 280 caracteres e cada uma dessas postagens é conhecida como “Tweet”, que pode ser traduzida como “Piu”, o som emitido por um pássaro. Assim, temos o motivo do logo ter o pássaro como símbolo.

Nesse logo foram usados 4 tamanhos de círculos, os 3 maiores dão o principal formato do corpo do pássaro, já os menores formam as asas e bicos, porém nesse não vemos intersecção de círculos para dar forma ao logo, ele utiliza o método de apara em todos os detalhes, ou seja, cada elemento e formado a partir do recorte de um ou mais círculos por outro.

Fibonacci aplica nesse logo muito bem a sua função de proporção, o tamanho das asas em relação ao corpo e ao bico do pássaro estão bem equilibrados. Porém, o círculo que forma a cabeça do pássaro não está na proporção, e após alguns testes utilizando os círculos da proporção foi percebido que o tamanho da cabeça, mesmo utilizando a sequência de Fibonacci, ficaria destoante do resto do logo. Se utilizássemos um círculo de tamanho 5 como nas asas a cabeça ficaria enorme em relação ao resto do corpo, porém se utilizássemos um círculo de tamanho 3 como manda a sequência de Fibonacci, ela ficaria muito pequena.

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Fonte: Elaborada pelo autor.

A explicação para isso é clara, como foi dito antes a sequência de Fibonacci não deixa qualquer coisa bonita, quem a utiliza deve saber dosa-la. Nesse exemplo, o designer responsável pelo logo, provavelmente percebeu que a cabeça ficaria muito grande em relação ao corpo e decidiu utilizar um círculo a parte para ela, mantendo o equilíbrio visual da peça. Mesmo com essa pequena alteração, não podemos dizer que o logo não está na proporção da Fibonacci, já que ela foi construída utilizando tais métodos.

5.2.3 Análise do logo da Pepsi

A última análise a ser feita sob um logo será o da Pepsi. Esse logo tem essas cores originadas da bandeira dos EUA, quando na 2ª guerra mundial foi feitauma edição especial do logo. Essa edição acabou fazendo tanto sucesso que virou a versão oficial.

O logo ganhou tanta força e é tão conhecido que, após a sua última reformulação, o nome foi retirado do logo, deixando apenas o símbolo, isso reforça

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a ideia do logo como um ícone, já que a maioria das pessoas fazem essa associação mental direta do símbolo com a marca.

A análise desse logo parece ser a mais simples, porém, talvez a que melhor use a técnica da Fibonacci. Toda o equilíbrio e proporção do logo foram feitos a partir de apenas 3 círculos, o menor deles justifica a curva da linha central, o que significaria o “sorriso” presente nela.

Figura 22: Análise Pepsi.

Fonte: Elaborada pelo autor.

O maior dos círculos faz o recorte da parte vermelha, sendo também a intersecção com o círculo te tamanho mediano. Este círculo dá formato ao corpo do logo, equilibrando os recortes feitos pelos outros 2, e ainda justifica a intersecção de todos os 3 círculos em 1 só ponto.

5.2.4 Análise do pôster do filme Mad Max: Fury Road

Para sairmos da área de logos e entrar na área de pôsteres, começaremos com o do filme “Mad Max: Fury Road”, um filme que dá sequência a uma trilogia dos anos 80, dirigido por George Miller, o filme relata um mundo pós-apocalíptico, onde o herói juntamente junto com outra personagem tenta sobreviver. Para análise

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deste pôster é preciso unir duas ferramentas de Grid, a regra dos terços (linhas verdes) que já citei anteriormente e a proporção áurea (linhas amarelas), uma complementa a outra justificando praticamente todos os elementos da imagem. Separando a imagem em 9 quadrantes, obedecendo a regra dos terços, encontramos a justificativa da posição dos dois elementos principais, o herói do filme e o veículo ao seu lado. Ainda se traçarmos uma linha horizontal no centro do pôster encontramos a altura da montanha que está ao fundo no lado esquerdo (linha lilás).

Figura 23: Analise Mad Max 1.

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A proporção áurea justifica praticamente todos os outros elementos, e para explicá-los usaremos a menor unidade como valor 1. O herói, mesmo alinhado pela regra dos terços, obedece a proporção áurea em sua altura medindo 5, assim como o carro (retângulo laranja). O texto inferior também está alinho pela regra dos terços, porem mede 3 seguindo a proporção (retângulo azul). E o texto que temos na parte superior da peça tem altura equivalente a 2 (retângulo vermelho), e está centralizado entre o topo da imagem e o texto principal, que seria o título do filme. Esse texto tem o tamanho de um quadrado que é feito a partir das pontas duas espirais (quadrado branco).

Figura 24: Analise Mad Max 2.

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O interessante dessa peça é que nela a proporção áurea não está sozinha, ela vem junto com a regra dos terços, mostrando que ela pode ser complementada por outras ferramentas para ganhar ainda mais sentido.

5.2.5 Análise do pôster do filme Gravity

A segunda análise será feita sobre um pôster que nos remete ao logo da “Pepsi”, pois ele é muito simples ao mesmo tempo em que ele foi muito bem projetado utilizando as proporções. “Gravity” foi um filme lançado em outubro de 2013 e tem como diretor Alfonso Cuarón, o filme conta a história de dois astronautas à deriva no espaço.

Para começar a análise deste pôster traçamos duas espirais principais (linhas amarelas) para justificar a posição dos textos e outros elementos presentes. Novamente iremos tratar o menor elemento como valor 1, e com esse valor como altura, temos tanto o texto inferior como o superior, alinhados exatamente ao espaço entre as duas espirais áureas (retângulos verdes). Os nomes dos autores, assim como o nome do filme, também estão alinhados as espirais tanto na horizontal como na vertical e ocupam um espaço de altura 2 (retângulos laranjas).

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Figura 25: Análise Gravity 1.

Fonte: Elaborada pelo autor.

O último elemento é o astronauta (retângulo vermelho) que está aparentemente jogado no pôster, porém tanto sua posição como tamanho também se encaixam nas proporções utilizadas. A parte superior do astronauta, no caso a mão, está exatamente no ponto central do maior quadrado (lilás), de valor 21. Se definirmos o a Altura do astronauta (x) como 1, a distância (y) exata que ele se encontra da frase superior é de valor 1,618, ou seja, nosso número de ouro.

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Figura 26: Análise Gravity 2.

Fonte: Elaborada pelo autor.

5.2.6 Análise do pôster do filme IT: a coisa

A nossa última análise, para entender as aplicações da sequência de Fibonacci e da proporção áurea, será com um dos pôsteres do filme “IT: a coisa”. O filme foi lançado em setembro de 2017, porém é uma releitura do filme de 1990, escrito por Stephen King e dirigido por Andy Muschietti.

A única forma de grid encontrada nesse pôster foi a proporção áurea, porém podem existir outas. Começando pelo Título, que está alinhado com as espirais

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traçadas anteriormente, também tem como base uma dessas espirais. A linha do horizonte presente na imagem tem a altura do retângulo áureo, e serve como uma divisão distinta entre os dois lados do pôster.

Na parte inferior do pôster vemos 6 personagens, que dividem o espaço com relação a proporção áurea. Os dois do centro dividem a imagem em 2 e ocupam o espaço entre as duas espirais (retângulos laranjas), medindo um espaço de 3 quadros estão os outros dois personagens (retângulos vermelhos). E ocupando um espaço de 2 quadros temos os dois personagens que se encontram na parte mais próxima as extremidades (retângulos azuis).

Figura 27: Análise IT 1.

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O dorso do palhaço também se encaixa perfeitamente entre as esperais áureas, e seus ombros se encontram localizados exatamente sob elas. Sua face, além de também estar centralizada entre as duas espirais, ocupa um círculo de tamanho 5 (círculo lilás), alinhado também com as linhas verticais do maior quadrado de tamanho 21 (vermelho).

Figura 28: Análise IT 2.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Ainda temos o texto presente na parte inferior do pôster (retângulo verde), ele está centralizado, mas não alinhado com as proporções, pois isso faria com que a

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fonte ficasse muito pequena e diminuiria a legibilidade. Porém, mesmo sem ter o alinhamento ele ocupa um quadro de tamanho 2 em relação a proporção áurea, e isso reforça a ideia em que a proporção é uma ferramenta que pode ser modificada a partir de uma necessidade visual. Por último temos o título do filme (quadro preto), que tem altura igual a 5 e largura equivalente ao espaçamento entre o centro das espirais áureas.

Figura 29: Análise IT 3.

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6 PEÇAS PRODUZIDAS

Seguindo os conceitos aprendidos e compreendidos até aqui, partiremos para a criação das peças gráficas utilizando dos mesmos. Será brevemente explica como cada uma das próximas 6 peças se relacionam com a sequência Fibonacci e a proporção áurea.

Com exceção do logo “Space” todos os outros foram para clientes reais, porém o interesse deste projeto experimental é mostrar a criação dos logos em si e como elas utilizam as proporções estudadas. Sendo assim, o briefing e o processo criativo não são o foco e não serão necessários para o entendimento do mesmo.

6.1 LOGO UFSM CACHOEIRA DO SUL

O primeiro logo produzido pode ter sido um dos mais difíceis, pois as primeiras tentativas do uso da Fibonacci geram estranheza, tendo que pensar modos de sair das formas circulares, que seriam os quadrados e círculos.

O logo foi criado para a UFSM de Cachoeira do Sul, onde todos os cursos são da área da engenharia, e segundo o próprio Vitrúvio o círculo é a forma mais perfeita desta área, e por isso ela representado no logo.

A borboleta representa a Teoria do caos, que se baseia na ideia de que o bater das asas de uma borboleta em qualquer lugar do mundo pode originar um tornado em algum outro lugar, assim como tudo que é produzido pela engenharia pode alterar a vida das pessoas.

Figura 30: Criação UFSM 1.

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O logo então foi produzido a partir de 5 círculos base, a intersecção de 4 deles formam as asas da borboleta, e já o de fora que é apenas para recorte do logo não está na proporção, pois isso faria com que a borda do logo ficasse muito grande.

Outro detalhe importante é o tamanho das asas, elas têm uma proporção de 1 para 1,618 entre as inferiores e superiores, da mesma forma em que o texto tem 1 de espaçamento entre o logo e a fonte principal 1 de altura.

Figura 31: Criação UFSM 2.

Fonte: Elaborada pelo autor.

6.2 LOGO JOÃO PEDRO OLIVEIRA

Este logo foi produzido para um músico e traz consigo muito significado, nele estão dois elementos muito presente na carreira desse profissional, uma palheta e um violã. A forma desse logo foi produzida através de 3 círculos principais de tamanho 8, e teve suas pontas arredondas por um círculo de tamanho 5.

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Figura 32: Criação Músico 1.

Fonte: Elaborada pelo autor.

Dentro de si, traz as 3 letras iniciais do nome do músico: J, P e O, ao mesmo tempo que formam o interior do vilão com suas cordas. O valor de 1,618 também está presente nesse logo, assa proporção está associada ao tamanho total do logo e a letra “O” que seria o “buraco” do violão.

Figura 33: Criação Músico 2.

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6.3 LOGO SPACE

Este logo foi pensado e produzido para uma loja de presentes e decorações, com cores vibrantes com intuito de transmitir alegria e vitalidade. Este logo foi o primeiro que de fato se desapegou das formas geométricas fixa, produzindo outras formas a partir das básicas, como veremos principalmente na parte da chama presente no logo.

Foram utilizados 12 círculos e 1 quadrado para a produção dessa peça, utilizando técnicas de apara e de intersecção entre essas formas, o corpo do foguete por exemplo, é a união do um quadrado e um círculo, ambos de tamanho 3 e a janela do foguete é um círculo de tamanho 1. Com sua base marcada por círculos de tamanho 5.

Figura 34: Criação Space 1.

Fonte: Elaborada pelo autor.

O vetor do fogo é um pouco mais complexo, uma imagem formada da união de 7 círculos de tamanhos variados, unindo-os e aparando quando necessário.

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Figura 35: Criação Space 2.

Fonte: Elaborada pelo autor.

O tamanho final do logo também está proporcionado, enquanto a altura tem valor 1, a largura tem valor 1,618.

Figura 36: Criação Space 3.

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6.4 LOGO BLACK WHALE

Este foi o último logo produzido, sua ideia principal é ser o logo de um bar podendo também ser adequado para aplicação como rótulo de cerveja artesanal.

Como foi o último a ser produzido, a noção de uso da proporão já se tornou quase natural, se desapegando de formas fixas e criando as próprias formas a partir das formas base, isso só se pode alcançar com pratica. Ao todo foram usados 15 círculos, todos dentro da proporção áurea, alguns cantos foram arredondados para as pontas não ficarem agressivas no logo.

Figura 37: Criação Whale 1.

Fonte: Elaborada pelo autor.

O mesmo círculo usado para a parte inferior da baleia foi usado para dar a forma total do logo, com o detalhe a cauda da baleia para fora desse círculo. O nome da marca “Black Whale” também se encaixa na proporção, a palavra “Black” tem o tem o tamanho 1, enquanto a palavra “Whale” é 1,618 vezes maior.

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Figura 38: Criação Whale 2.

Fonte: Elaborada pelo autor.

6.5 PÔSTER TEMPOS MODERNOS

Esse pôster foi projetado como uma releitura da peça de comédia Tempos Modernos9 de Charlie Chaplin, baseando sua proporção e principalmente sua diagramação sob um retângulo Áureo. A peça original não possui relações com a proporção áurea, mas mantivemos elementos principais como o próprio Chaplin e as engrenagens, como pode ser visto a seguir.

9 Tempo Modernos é uma peça teatral dirigida e estrelada por Charles Chaplin, ela conta como é a

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Figura 39 – Tempos Modernos.

Fonte: Pôster oficial

(http://www.adorocinema.com/filmes/filme-1832/fotos/detalhe/?cmediafile=21065146)

Como início desta criação temos o elemento central, o próprio Chaplin, que está alinhado com o retângulo da esquerda ao mesmo tempo que usa o retângulo maior como base, e esse retângulo divide o horizonte da imagem em 2.

Ainda neste elemento temos a altura do personagem, que em relação ao retângulo central mede 5, em quando o mesmo mede 8, uma relação de aproximadamente 1,618. Em quando o título da peça tem uma altura de 2 quadros, o nome de Chaplin ocupa a largura de um quadrado de tamanho 5.

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Figura 40: Criação Tempos Modernos 1.

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Figura 41: Criação Tempos Modernos 2.

Fonte: Elaborada pelo autor.

6.6 PÔSTER STRANGER THINGS

A nossa última peça produzida é um pôster para a série “Stranger things” da Netflix, a ferramenta utilizada para sua criação foi a espiral áurea. A imagem está dívida em 3 principais setores, os dois maiores medindo 13 e o central medindo 8. Neste central, está presente o nome da série que tem como altura um quadrado de tamanho 5 (retângulo lilás).

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Figura 42: Criação Stranger Things 1.

Fonte: Elaborada pelo autor.

A 2 imagens principais foram feitas a partir de um recorte de uma já existente retirada em um site.

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Figura 43: Stranger Things.

Fonte: Looking (www.teepublic.com/t-shirts/stranger-things)

Esta imagem foi dividida em duas e tem começo no retângulo central e o tamanho delas está relacionado com o tamanho das espirais que a cercam.

Por fim, foi feito um recorte na margem do pôster, esse recorte foi feito exatamente sob a parte mais exterior da espiral, dando uma finalização arredondada para o pôster.

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Figura 44: Criação Stranger Things 2.

Fonte: Elaborada pelo autor.

7 CONCLUSÃO

Com esse trabalho, foi possível compreender que a sequência de Fibonacci tem uma ótima função se usada como uma ferramenta flexível, ela não elimina nenhuma das outras partes da criação, pois um arranjo gráfico não é feito apenas de proporção, ele consiste em formas, cores, sentidos e a ideia agregada a ele.

A sequência de Fibonacci é usada por alguns designs e esquecida por outros, esse desconhecimento muitas vezes leva a uma visão erronia sobre ela, gerando desconfiança em sua aplicação. Ela colabora com a Publicidade e principalmente

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com o design em si, porém essa técnica não é aprendida do dia pra noite, ele necessita de tempo de aprendizado e paciência para aprende-la, aos pouco a técnica se torna mais natural e livre, e assim, podemos criar qualquer elemento utilizando ela, desde um vetor simples até um logo detalhado ou pôster.

Uma peça gráfica, principalmente no caso dos logos, deve ser muito bem pensada antes de serem executadas, a utilização da sequência de Fibonacci pode facilitar a criação. Essa técnica deve ser usada de forma consciente, pensada para cada aplicação, e não apenas jogado em cima de um arranjo gráfico. Ela deve agregar equilíbrio visual, e como já parte de uma base, diminui os riscos de gastar muito tempo “sem sair do lugar” e ainda garantir uma boa base para defesa de uma peça.

A utilização da sequência de Fibonacci, principalmente com os círculos, à primeira vista é de difícil utilização, não sabem muito bem como levar adiante, nos prendemos nas formas circulares e precisamos entender sua funcionalidade para sairmos dessas formas. Porém, quando já produzimos algumas peças essa produção se torna cada vez mais natural, e com a pratica ela realmente reduz o tempo de produção sem perder a beleza visual.

Pode-se dizer que, a sequência de Fibonacci, assim como seus desmembramentos, auxilia na produção gráfica, atuando como ferramenta de design e norteando a criação em um caminho que une funcionalidade equilíbrio visual.

Porém, ela é uma ferramenta que necessita adaptação, e essa adaptação só pode ser adquirida através da prática, ou seja, quanto mais treinarmos o uso dessa ferramenta, mais natural será produzir peças gráficas, pois nosso olhar vai estar treinado para isso. E assim como quem produz, quem consome essas peças pode ter o olho treinado a través do tempo, para buscar essa harmonia e equilíbrio inconsciente em que está sendo observado.

Na publicidade, muitas vezes, o que se deseja é quebrar propositalmente o harmônico, forçar um ponto de incômodo ao observador e assim atrair a sua atenção, mesmo que a principal função de Fibonacci ser o equilíbrio visual e também pode auxiliar nessa construção desforme. Podemos pegar uma pessoa e aumentar a sua cabeça para ficar desproporcional ao corpo, mas mesmo esse aumento pode 1,618 vezes, ou seja, nós forçamos um desequilíbrio visual ao mesmo tempo que utilizamos da nossa proporção.

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A sequência de Fibonacci não é fixa, podem ser usados números próximos do 1,618 assim como o design pode simplesmente opta por não utilizar ela em algum dos elementos, pois seu olhar já está treinado e ele sabe que ao invés de deixar mais harmônica ele a deixaria mais confusa. Muitas das vezes em que a sequência se encaixa em uma peça gráfica ela não foi pensada bob esses moldes, isso acontece pelo simples fato do design ter essa percepção crítica de equilíbrio visual que coincide com os da nossa proporção.

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REFERÊNCIA

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