• Nenhum resultado encontrado

A utilização de EPI´S na construção civil: estudo de caso em duas construtoras de Ijui / RS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A utilização de EPI´S na construção civil: estudo de caso em duas construtoras de Ijui / RS"

Copied!
70
0
0

Texto

(1)

RODRIGO CARRÉ DOS SANTOS

A UTILIZAÇÃO DE EPI´S NA CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE

CASO EM DUAS CONSTRUTORAS DE IJUI / RS

Ijuí / RS 2017

(2)

A UTILIZAÇÃO DE EPI´S NA CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE

CASO EM DUAS CONSTRUTORAS DE IJUI / RS

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientadora: Prof.ª Cristina Eliza Pozzobon

Ijuí / RS 2017

(3)

A UTILIZAÇÃO DE EPI´S NA CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE

CASO EM DUAS CONSTRUTORAS DE IJUI / RS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Prof. ª Cristina Eliza Pozzobon Mestre pela Universidade Federal de Santa Catarina - Orientadora Prof.ª Lia Geovana Sala Coordenadora do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

(4)

Agradeço em especial minha irmã Aline Carré dos Santos, pelo auxilio no desenvolvimento desse trabalho.

(5)

Agradeço primeiramente a meus pais e a minha irmã, pelo amor, incentivo, paciência e amor incondicional.

Aos meus amigos que sempre torceram por mim e me apoiaram no decorrer da universidade.

A Pasqualini Empreendimentos Imobiliários, que me oportunizou fazer parte do seu quadro de funcionários, assim enriquecendo meus conhecimentos na construção civil.

A minha orientadora Prof.ª Cristina Eliza Pozzobon, pela contribuição e generosidade em dividir seus conhecimentos.

Aos entrevistados que dedicaram parte do seu precioso tempo. A Deus por me dar forças, saúde, coragem e determinação. As empresas que disponibilizaram espaço para a coleta de dados.

Por fim agradeço a todos os professores da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUI, que contribuíram para minha formação ao longo desse curso.

(6)

Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria saído do lugar.

(7)

SANTOS, Rodrigo Carré dos. A utilização de EPI´s na construção civil: estudo de caso em duas construtoras de Ijui. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2016.

O uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s) possibilita aos trabalhadores exercerem suas atividades de forma segura, garantindo sua proteção contra acidentes de trabalho. Todavia, observa-se, ainda, um grande número de operários que não fazem uso dos mesmos e, em alguns casos, se o fazem, é de maneira incorreta e sem regularidade. O objetivo deste estudo constituiu-se em verificar se os operários da construção civil fazem uso dos EPI´s durante a execução das suas atividades, e, ainda, se os mesmos tem consciência dos riscos que correm pela não utilização. Visou-se, também, abordar os responsáveis pelas construtoras a respeito da existência ou não, da distribuição, fiscalização e controle de EPI´s. Para a realização deste trabalho foram aplicados questionários estruturados em obras de duas construtoras da cidade de Ijuí / RS. A partir dos dados coletados foram construídos gráficos, possibilitando a avaliação do uso dos EPI´s e o conhecimento dos riscos dos acidentes de trabalho por parte dos operários e dos responsáveis pelas construtoras.

(8)

SANTOS, Rodrigo Carré dos. A utilização de EPI´s na construção civil: estudo de caso em duas construtoras de Ijui. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2016.

The use of Personal Protective Equipment (EPI's) enables workers to exercise their activities safely, ensuring their protection against work-related accidents. However, there is still a large number of workers who do not use them and, in some cases, if they do, it is incorrect and without regularity. The objective of this study was to verify if construction workers make use of PPE during the execution of their activities, and also if they are aware of the risks that they are not using. It was also intended to approach those responsible for the construction companies regarding the existence or not of the distribution, inspection and control of PPE's. For the accomplishment of this work, structured questionnaires were applied in works of two constructors of the city of Ijuí / RS. Based on the collected data, graphs were constructed, allowing the evaluation of the use of PPE and the knowledge of the risks of work accidents by the workers and those responsible for the construction companies.

(9)

Figura 1: Capacete ... 25

Figura 2: Óculos de Segurança Contra Impactos ... 26

Figura 3: Óculos para Solda ... 26

Figura 4: Óculos de Segurança de Ampla Visão ... 27

Figura 5: Protetor Auricular tipo Plug ... 27

Figura 6: Protetor Auricular tipo Abafador ... 28

Figura 7: Máscara Descartável ... 29

Figura 8: Máscara Semifacial ... 29

Figura 9: Máscara Panorâmica ... 29

Figura 10: Máscara para Solda... 30

Figura 11: Avental de Raspa de Couro ... 30

Figura 12: Capa Impermeável ... 31

Figura 13: Bota Impermeável ... 31

Figura 14: Calçado de Segurança ... 32

Figura 15: Luva de Látex ... 32

Figura 16: Luva de Raspa de Couro ... 33

Figura 17: Luva de Borracha ... 33

Figura 18: Cinto de Segurança tipo Paraquedista ... 34

Figura 19: Delineamento da Pesquisa ... 37

Figura 20: Grau de escolaridade dos trabalhadores ... 39

Figura 21: Idade dos trabalhadores ... 40

Figura 22: Cargo dos trabalhadores... 40

Figura 23: Tempo de atuação dos trabalhadores na construção civil ... 41

Figura 24: Relato dos funcionários referente ao fornecimento de EPI´s ... 42

Figura 25: Relato dos responsáveis pelas construtoras referente ao fornecimento de EPI´s ... 43

Figura 26: Relato dos responsáveis pelas construtoras a respeito da aplicação de treinamentos sobre o uso correto de EPI´s ... 44

Figura 27: Relato dos responsáveis pelas construtoras referente a existência de fiscalização do uso de EPI´s ... 45

Figura 28: Relato dos operários quanto ao recebimento de treinamentos para o uso correto de EPI´s ... 45

(10)

Figura 30: EPI´s utilizados diariamente no ambiente laboral segundo os trabalhadores .. 48 Figura 31: Motivação para utilizar EPI´s segundo os trabalhadores ... 49 Figura 32: EPI´s desconfortáveis na perspectiva dos trabalhadores ... 50 Figura 33: Relação entre a idade dos operários da Construtora A e o uso de EPI´s devido a se sentirem protegidos ... 51 Figura 34: Relação entre a idade dos colaboradores da Construtora B e o uso de EPI´s devido a se sentirem protegidos ... 52 Figura 35: Relação entre a idade dos colaboradores da Construtora A e o uso de EPI´s devido ser uma exigência. ... 52 Figura 36: Relação entre a idade dos colaboradores da Construtora B e o uso de EPI´s devido ser uma exigência ... 53 Figura 37: Relato dos responsáveis pelas construtoras alusivo a existência de acidentes de trabalho ocorridos em suas empresas ... 54 Figura 38: Relato dos trabalhadores referente a acidentes de trabalho sofridos pela falta de uso de EPI´s ... 55 Figura 39: Relato dos trabalhadores referente a acidentes de trabalho sofridos por terceiros pela falta de uso de EPI´s ... 56 Figura 40: Perspectiva dos operários referente aos EPI´s evitarem acidentes ... 56

(11)

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes EPI Equipamento de Proteção Individual

MTPS Ministério do Trabalho e Previdência Social

NR Norma Regulamentadora

NR 5 Norma Regulamentadora nº 5 NR 6 Norma Regulamentadora nº 6 NR 9 Norma Regulamentadora nº 9 NR 18 Norma Regulamentadora nº 18

OHSAS 18001 Occupational Health and Safety Assessment Services

(12)

1 INTRODUÇÃO ... 13 1.1 CONTEXTO ... 13 1.2 PROBLEMA ... 15 1.2.1 Questões de pesquisa ... 15 1.2.2 Objetivos de pesquisa ... 16 1.3 DELIMITAÇÃO ... 16 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 16 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 17 2.1 SEGURANÇA DO TRABALHO ... 17 2.2 ACIDENTES DE TRABALHO ... 18

2.2.1 Acidentes de trabalho no Brasil ... 19

2.2.2 Acidentes de trabalho pela falta do uso de EPI´s ... 20

2.3 A PREVENÇÃO DE ACIDENTES ... 21

2.3.1 Responsabilidades dos empregadores ... 22

2.3.2 Responsabilidades dos empregados ... 23

2.4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIS´S) ... 24

2.4.1 Principais tipos de EPI´s ... 25

2.4.2 Importância do uso de EPI´s ... 34

2.4.3 Conscientização dos operários no uso de EPI´s ... 34

3 MÉTODO DE PESQUISA ... 36

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA ... 36

3.2 DELINEAMENTO ... 37

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 38

4.1 COMPOSIÇÃO DA AMOSTRA ... 38

(13)

4.4.1 Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s) mais utilizados ... 47

4.4.2 Motivos para uso de EPI´s e não utilização ... 48

4.4.3 Desconforto na utilização de EPI´s ... 50

4.4.4 Influência da idade dos colaboradores na utilização dos EPI´s ... 51

4.5 OCORRÊNCIA DE ACIDENTES DE TRABALHO PELA FALTA DO USO DE EPI´S ... 53

5 CONCLUSÃO... 58

REFERÊNCIAS ... 61

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DESTINADO PARA OS OPERÁRIOS ... 66

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO DESTINADO PARA OS RESPONSÁVEIS PELAS CONSTRUTORAS ... 68

(14)
(15)

1 INTRODUÇÃO

A Constituição Federal do Brasil (1988) prevê que todos os trabalhadores têm direito à proteção de sua saúde, integridade física, moral e de segurança na execução de suas atividades. Para assegurar parte dessa determinação, a Norma Regulamentadora nº 6 (NR 6) determina que deve ser fornecido Equipamento de Proteção Individual (EPI) ao trabalhador para neutralizar a ação danosa do risco, nas situações em que a adoção de medidas de controle de caráter coletivo sejam inviáveis, não ofereçam proteção completa ou para atender situações de emergência. A mesma norma ainda define EPI como todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

Na construção civil o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) pode reduzir ou até eliminar riscos em casos de acidentes, preservando a integridade física dos profissionais, além de serem essenciais para a eficiência das equipes no canteiro de obras. Tendo em vista a importância do uso de EPI na construção civil, o presente trabalho tem como objetivo analisar como se dá o uso de EPI’s nas obras de duas construtoras da cidade de Ijuí.

1.1 CONTEXTO

O uso de EPI é exigido por lei, inserida nos artigos 166 e 167 da Consolidação de Leis do Trabalho (CLT) e da Portaria nº3.214 de 08 de julho de 1978, que obriga a empresa a fornecer EPI´s aos funcionários, de forma gratuita e adequada aos riscos de sua área e em perfeito estado de conservação e funcionamento. Além disso, as empresas têm obrigação de capacitar seus colaboradores, através de treinamentos, para o uso adequado dos EPI’s e tornar obrigatória a sua utilização (PIZA, 1997). Para as empresas que participam do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (2012), é exigido que as mesmas forneçam treinamentos e EPI´s adequados para cada função e tarefa desempenhada, bem como manter registros destes. De acordo com a Occupational Health and Safety Assessment Services 18001(2007) as empresas devem dar capacitação para seus funcionários através de treinamentos e conscientização, sob orientação e responsabilidade de profissional legalmente habilitado, referente ao uso de EPI´s.

(16)

Segundo Oliveira e Pilon (2003), embora seja alto o número de operários da construção civil que recebem os EPI´s por parte das construtoras, ainda existe um grande índice de não utilização e/ou não uso com regularidade por parte dos operários. Apesar de existirem inúmeros riscos vinculados ao ambiente de trabalho nos canteiros de obras, a falta do uso dos EPI´s continua sendo um dos principais fatores causadores de acidentes de trabalho (OLIVEIRA; PILON, 2003).

Montenegro e Santana (2012) alertam que não basta apenas fazer com que o funcionário utilize os EPI´s, deve-se dar treinamento, orientação, equipamentos com material de melhor qualidade e fiscalização para uma adequada utilização, garantindo assim a segurança prevista. De acordo com Leal (1999), a maioria das empresas fornecem EPI´s aos operários, porém algumas não possuem um programa de uso que inclua a seleção correta, o treinamento para a correta utilização, a conservação e a manutenção dos EPI´s, pode-se dizer que falta gerenciamento sobre o uso de EPI´s.

Para Silva (2012), os acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais são consequências da não utilização dos EPI´s. O autor ainda relata que os acidentes de trabalho afetam não só o trabalhador acidentado, mas também seus familiares, com um trauma psicológico e financeiro, ônus de ter que cuidar de um inválido até o final de seus dias de vida, diminuição da renda familiar e em casos de morte a dor com a perda do ente querido, afeta também a empresa pelo abalo da sua imagem e ações cíveis indenizatórias de alto custo, e ainda a nação devido ao custo social aos contribuintes.

A utilização adequada dos EPI´s para cada tipo de função desempenhada no canteiro de obras é de fundamental importância, sendo fator essencial para evitar ou pelo menos reduzir os acidentes de trabalho na construção civil (MONTENEGRO; SANTANA, 2012). Portanto, o presente trabalho justifica-se pelo fato de que o uso dos EPI´s pode evitar ou pelo menos amenizar os acidentes de trabalho, sendo necessária a visão e orientação dos funcionários em relação à utilização dos EPI´s.

(17)

1.2 PROBLEMA

Segundo Baú (2013), a indústria da construção civil apresenta características próprias, dependendo quase que exclusivamente de mão de obra e pouca utilização de máquinas, o que contribui para aumentar os riscos de acidentes no trabalho, exigindo atenção especial para a saúde e a segurança, tanto por parte das construtoras como por parte dos funcionários. Apesar de receberem os EPI´s, identifica-se que é baixo o índice de operários que regularmente fazem uso dos mesmos, sendo que a falta de utilização dos EPI´s é um dos principais fatores que causam acidentes de trabalho na construção civil (OLIVEIRA E PILON, 2003; BÁU, 2013).

Apenas o simples fornecimento dos EPI´s e a exigência do seu uso não são suficientes para evitar os acidentes de trabalho (CISZ, 2015). Um sistema eficaz de segurança é caracterizado não somente pelo cumprimento das exigências legais, mas principalmente pela preocupação em fornecer aos funcionários um ambiente seguro, os mais adequados EPI´s e um eficiente treinamento do mesmo, não levando em conta apenas a minimização dos custos da empresa (MONTENEGRO E SANTANA, 2012; CISZ, 2015)

Montenegro e Santana (2012) apontam que é necessário estabelecer uma política de segurança educacional para a prevenção, a qual permitirá a empresa ter colaboradores mais qualificados e capacitados para o desenvolvimento de suas tarefas, desta maneira utilizando-se de procedimentos mais seguros. Os mesmos autores ainda mostram que o trabalhador será mais receptível aos EPI´s, se estes forem confortáveis e de seu agrado, se fazendo necessários estes serem práticos, protegerem bem, serem de fácil manutenção, serem fortes e duradouros.

A NR 6 obriga os empregadores a fornecer EPI´s e treinar o seu uso, porém cabe aos empregados a responsabilidade de usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina, responsabilizar-se pela guarda e conservação, comunicar ao empregador qualquer alteração que o torna impróprio para o uso e cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. 1.2.1 Questões de pesquisa

 Qual é a importância do uso de EPI´s?  Qual é o uso percentual de EPI´s nas obras?

(18)

 Existe controle e fiscalização dos EPI´s pelas construtoras? 1.2.2 Objetivos de pesquisa

O objetivo geral foi analisar, através de questionários, as situações nos canteiros de obras em relação à utilização de EPI´s. Os objetivos específicos foram:

 Apresentar a importância do uso de EPI´s para a segurança no trabalho e para as empresas.

 Analisar se existe resistência na utilização de EPI´s por parte dos operários.  Analisar se os funcionários tem ciência da importância do uso dos EPI´s.  Mostrar os principais EPI´s utilizados na construção civil e suas especificações. 1.3 DELIMITAÇÃO

O trabalho ficou delimitado à análise da utilização de EPI´s nos canteiros de obras sob a perspectiva dos operários e dos responsáveis pelas construtoras.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está dividido em cinco capítulos:

O capítulo 1, Introdução, faz ponderações sobre a relevância do trabalho, seus objetivos e sua estrutura.

O capítulo 2, Revisão da Literatura, aborda os múltiplos assuntos envolvidos na utilização de EPI´s. Os assuntos revisados são: segurança do trabalho, acidentes de trabalho, a prevenção de acidentes e equipamentos de proteção individual (EPI´S).

O capítulo 3, Método de Pesquisa, pormenoriza a estratégia de pesquisa e o seu delineamento.

O capítulo 4, Apresentação e Análise dos Resultados, expõe os resultados obtidos da aplicação dos questionários referentes a utilização de EPI´S.

(19)

2 REVISÃO DA LITERATURA

Neste capitulo será apresentado o embasamento teórico sobre as informações pertinentes ao trabalho, visando aprofundar e melhorar os conhecimentos a respeito da utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s).

2.1 SEGURANÇA DO TRABALHO

A segurança do trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidas adotadas, com o intuito de minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho dos envolvidos (PINTO, 1997; PEIXOTO, 2011). Segundo Peixoto (2011) a segurança do trabalho é praticada pela conscientização de empregadores e empregados em relação aos seus deveres e direitos.

Segundo a OHSAS 18001 (2007) as empresas devem promover e garantir a segurança e saúde dos trabalhadores. Para Brito (1997) a segurança do trabalho é um ponto de referência qualitativo, para empresas que zelam pela qualidade das construções que executam. A segurança no trabalho é considerada um instrumento eficaz para a melhoria das condições no ambiente de trabalho, além de ser uma das alternativas que contribuem no processo de evolução das empresas (BRITO, 1997; SANTOS, 2012), a implantação de políticas e ações de segurança são essenciais para os níveis de avaliação global, do desempenho da empresa (SANTOS, 2012). De acordo com a Agência Europeia para Saúde e Segurança no Trabalho (2008), a segurança e a saúde no trabalho ajudam a demostrar que uma empresa é socialmente responsável, valoriza a imagem da marca, além de aumentar a produtividade dos colaborados.

Assim como em várias atividades do processo construtivo de uma edificação, a segurança do trabalho não caminha isolada, e sim apoiada em uma série de medidas que asseguram a limpeza, organização, produtividade, assepsia, atenção, condições adequadas de trabalho, e ainda dignidade aos operários (BRITO, 1997). A segurança do trabalho na construção civil encontra-se em Normas Regulamentadoras (NR’s) descritas e aprovadas pela Portaria 3.214, de 1978 do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), entre essas normas está a Norma Regulamentadora nº 18 (NR 18), que estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e

(20)

sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção.

2.2 ACIDENTES DE TRABALHO

A Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, define acidente de trabalho como todo aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional, doença que cause a morte, perda ou redução permanente ou temporária de condições para o trabalho dentro do horário e local de trabalho. A referida lei, ainda determina que acidentes de trabalho são aqueles que ocorrem em consequência de agressão física, ato de sabotagem, brincadeiras, conflitos, ato de imprudência, negligência, imperícia, desabamento, inundação, incêndio, em viagens a serviço da empresa, no percurso da residência para o local de trabalho, no percurso do trabalho para casa, nos períodos de descanso, na satisfação de necessidades fisiológicas no local de trabalho e por contaminação do empregado no exercício de sua atividade.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) conceitua acidente de trabalho em uma esfera mais ampla, afirmando que o mesmo trata-se de uma ocorrência relacionada ao exercício do trabalho não prevista e não desejável. De acordo com a OHSAS 18001 (2007) acidente é um evento não planejado que resulta em morte, doença, lesão dano ou perda. Dessa forma, os acidentes de trabalho podem ser entendidos como acontecimentos que ocorrem de forma inesperada e casualmente (ROCHA, 1996).

De acordo com Abrantes (2004), os acidentes de trabalho podem ter inúmeras causas, falta de treinamento próprio, desatenção, descuido, comportamento inadequado, instruções inadequadas, entre outros. Os acidentes geralmente são resultados de interações inadequadas entre o homem, a tarefa e o seu ambiente, um acidente nunca tem apenas uma causa, e sim vários fatores relacionados, ou seja, são multicausais (ABRANTES, 2004; ARAUJO, 2004).

Segundo Cruz (1998), a maioria dos acidentes são uma combinação de condições físicas dos canteiros e ações de trabalhadores. Se os funcionários não fizerem absolutamente nada no canteiro de obras, eles provavelmente não serão feridos, do mesmo modo, se um trabalhador fosse executar uma tarefa sem qualquer ferramenta ou material, a probabilidade de um acidente

(21)

seria bastante reduzida, assim é notório que todo acidente envolve ações e comportamento do trabalhador e condições físicas do canteiro (CRUZ, 1998).

Os acidentes de trabalho além de serem extremamente prejudiciais aos trabalhadores acidentados, também são para as empresas devido aos altos gastos, e para a sociedade pelos custos aos contribuintes (BRITO, 1997; SILVA, 2012). A Organização Internacional de Trabalho (2009) afirma que um acidente envolve todo o ambiente ao seu redor, pois os colegas do acidentado deixarão suas tarefas para socorrê-lo, e conforme as consequências permanecerão abalados emocionalmente por certo tempo, além do tempo de afastamento do próprio acidentado. 2.2.1 Acidentes de trabalho no Brasil

Segundo Lima Junior (1996), surgiu no Brasil, em 1919, a primeira lei contra acidentes de trabalho, anos depois, em 1934, surge a lei trabalhista, que trouxe uma regulamentação bastante ampla à respeito da prevenção de acidentes, no mesmo ano, no governo de Getúlio Vargas, ocorreu a criação do Ministério do Trabalho, Industria e Comércio e do Ministério da Saúde, onde foram implantadas leis que tratavam da higiene e fiscalização dos ambientes industriais. Também no governo de Getúlio Vargas instituiu-se o Decreto Lei 5.452, chamado de Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), no qual o Capítulo V do Título II destina-se a segurança do trabalho, cuja grande reforma se deu em 1967 (LIMA, JR 1996).

Ainda sobre o referido autor, para a área da Construção Civil, surgem, com Portaria nº 46, de 19 de fevereiro de 1962 e a Portaria nº 15, de 18 de agosto de 1972, as NR´s. Segundo Santos (2012) durante a década de 1970 a legislação especifica ganhou uma nova dimensão, devido a oficialização das profissões na área de engenharia de segurança e medicina do trabalho e com a edição das NR´s em 8 de junho de 1978, porem a fiscalização do trabalho só passou a ter ação realmente efetiva muitos anos depois, o que contribuiu para que os acidentes de trabalho no Brasil continuassem aumentando.

De acordo com matéria publicada em junho de 2015, no portal do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região da cidade de Campinas, São Paulo, em 1975 o Brasil registrou 1,9 milhões de casos de acidentes de trabalho. A matéria ainda relata que o cenário melhorou muito porém o Brasil é um dos países com os maiores números de acidentes de trabalho, por ano, cerca de 700 mil casos são registrados, fazendo com que o pais fique atrás apenas da China, Índia e

(22)

Indonésia. Segundo o MTPS (2016) o Brasil registrou em 2014 mais de 704 mil acidentes de trabalho.

Todos esses acidentes de trabalho geram enormes gastos aos cofres púbicos. De acordo com o vice-presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho, Ângelo Fabiano Farias da Costa, em notícia publicada no portal do Senado Federal, em abril de 2016, o Brasil gasta por ano cerca de R$ 10 Bilhões com indenizações e tratamentos decorrentes de acidentes de trabalho.

2.2.2 Acidentes de trabalho pela falta do uso de EPI´s

Segundo Dobrovolski, Witkowski e Alamanzczuk (2008), a construção civil apresenta dois grandes obstáculos, que são a não disponibilização dos EPI´s por parte dos empregadores, e a não utilização dos EPIS´s por parte dos empregados quando estes são fornecidos. Os referidos autores afirmam que muitos acidentes nos canteiros de obras, poderiam ser evitados e terem suas sequelas amenizadas pela entrega e uso dos EPI´s, que são uma das formas previstas em lei para a prevenção de lesões provocadas pelos acidentes de trabalho.

Um dos principais fatores dos acidentes de trabalho é a ausência ou modo incorreto de uso dos EPI´s, por parte dos trabalhadores (OLIVEIRA E PILON, 2003; SALIBA, 2004; SILVA 2012, BÁU, 2013). De acordo com Leal (1999) podem ocorrer diversos danos aos trabalhadores que não fazem uso de EPI´s, como riscos com doenças dermatológicas proporcionadas por exposição ao concreto e quedas por não usar o cinto de segurança. Portanto, os EPI´s evitam a ocorrência de lesões ou atenuam sua gravidade, protegendo o corpo e o organismo (OLIVEIRA E PILON, 2003).

O Engenheiro Ambiental André Chaves, pós graduado em Engenharia de Segurança, salienta em seu blog, que no ano de 2014, 400 mil acidentes de trabalho, dos aproximadamente 705 mil registrados no MTPS, foram provocados pelo uso inadequado ou pelo não uso dos EPI´s. Portanto, fica claro que a utilização de EPI´s é indispensável para garantir a saúde e a segurança do trabalhador.

(23)

2.3 A PREVENÇÃO DE ACIDENTES

De acordo com Bley (2006), prevenir é um processo composto de comportamentos dos profissionais que ao final produzem como resultado a baixa probabilidade de ocorrer acidentes após a execução de uma atividade. Para Chiavenato (1999) a administração e os operários devem estar envolvidos no desenvolvimento de um plano de saúde e segurança, e que todos os trabalhadores do canteiro de obras devem compreender os benefícios desta política. Segundo a OHSAS 18001 (2007) deve ser estabelecido um sistema de gestão da saúde e segurança no trabalho para garantir a prevenção, eliminação ou minimização de riscos aos funcionários e outras partes interessadas que possam estar expostos as ameaças de acidentes e doenças ocupacionais.

Para Sales (2010), a melhor forma de prevenção de acidentes é a conscientização e a formação dos trabalhadores no ambiente de trabalho, implicando no desenvolvimento de todas as medidas de segurança coletiva e individual conforme a atividade exercida. Todos os trabalhadores devem possuir consciência à respeito das medidas de segurança, principalmente com a utilização de EPI´s, com a realização de treinamentos e entendimento dos procedimentos e com operações a serem realizadas, e ainda com a sinalização de segurança nos locais onde não seja possível evitar a existência de perigos ou onde estes não possam ser reduzidos através de medidas preventivas (SALES, 2010).

O Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) (2012) exige o cumprimento de todas as leis, normas regulamentadores e técnicas que visão a saúde dos trabalhadores, a fim de promover a prevenção de acidentes, controlando por meio de auditorias internas e externas o seu cumprimento, sob pena de exclusão da empresa do programa. Segundo Lopes e Barreto (1996), as medidas de prevenção de acidentes devem respeitar um processo dinâmico e constante que se caracterize por ações realmente preventivas, que devem ser tomadas para evitar, eliminar, controlar ou impedir a evolução e consolidação dos riscos no ambiente de trabalho. De acordo com Torreira (1999), é preciso seguir as seguintes medidas para a prevenção de acidentes:

 Substituir determinados materiais por outros que possam apresentar menor perigo;

(24)

 Treinar efetivamente o trabalhador nos procedimentos e práticas de segurança.  Ensinar e insistir no melhor desenvolvimento do trabalho com a devida

segurança;

 Estabelecer normas de uso e cuidados que devam ser obedecidos na utilização de um determinado produto com segurança;

 Treinar os funcionários no que se refere ao reconhecimento, avaliação dos perigos e cumprimento das leis relativas à segurança e responsabilidades legais;

 Apresentar a todos os envolvidos sobre os perigos que podem existir quando ocorre o uso inadequado de um produto, processo ou atividade sem a correspondente segurança;

 Motivar à todos para cooperar com os programas de segurança estabelecidos. Conforme Baú (2013) existe uma frase muito utilizada por várias empresas para a conscientização e motivação dos funcionários que é: “não há trabalho tão importante ou urgente que não possa ser feito com segurança”. Para Ribeiro Filho (1974) a participação dos trabalhadores no programa de prevenção de acidentes só será atingida quando os mesmos tiverem conhecimento da importância da segurança em sua vida, no trabalho, no lar, em quaisquer lugares e circunstâncias. Esse objetivo somente será alcançado através de uma motivação adequada para a segurança do trabalho (RIBEIRO FILHO, 1974).

2.3.1 Responsabilidades dos empregadores

Segundo a Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, em seu Art. 157, cabe às empresas o seguinte:

I. Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;

II. Instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;

III. Adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; IV. Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.

(25)

As empresas são obrigadas a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, devidamente aprovado por certificado de aprovação (CA), concedido pelo Ministério do Trabalho, e em perfeito estado de conservação e funcionamento (Art. 166 da CLT).

Dentre todas as NR´s que determinam diretrizes para saúde e segurança no trabalho, a Norma Regulamentadora nº 5 (NR 5) é uma das mais importantes, pois determina a constituição da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), para as empresas com vinte ou mais funcionários. De acordo com a referida Norma Regulamentadora (NR) a CIPA tem como principais objetivos:

 A prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho;  Observar e relatar as condições de meio ambiente de trabalho;

 Solicitar medidas para reduzir, minimizar, eliminar ou neutralizar riscos existentes;

 Solicitar medidas que previnam a ocorrência de acidentes semelhantes;  Orientar os funcionários quanto à prevenção de acidentes.

Outra NR fundamental para a prevenção de acidentes é a Norma Regulamentadora nº 9 (NR 9) que estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, visando através da antecipação dos riscos, buscar meios de evitar acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.

2.3.2 Responsabilidades dos empregados

Segundo a Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, em seu Art. 158, cabe aos empregados o seguinte:

I. Observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de ordens de serviços, a respeito das precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;

II. Colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos da segurança e da medicina do trabalho.

(26)

A referida lei ainda determina que será considerado ato faltoso do empregado a recusa injustificada ao uso de EPI, e sobre a observância das instruções expedidas pelo empregador das ordens de serviços, no que se refere as precauções a serem tomadas no sentido de evitar os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.

2.4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIS´S)

O uso dos EPI´s visa à prática de segurança com eficácia para os operários da construção civil, protegendo o homem contra os acidentes e doenças relacionadas ao trabalho (MONTENEGRO E SANTANA, 2012). Segundo a NR 6 considera-se EPI´s todos os dispositivos, produtos, ou conjunto de dispositivos, de uso individual, utilizados por trabalhadores, destinados à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

Ainda sobre a referida norma, para que possa ocorrer a comercialização dos EPI´s, de fabricação nacional ou importada, os mesmos devem possuir indicação do Certificado de Aprovação (CA), expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.

Conforme prescreve a NR 6, as empresas são obrigadas a fornecerem aos empregados, gratuitamente, EPI´s adequados aos riscos, e em perfeito estado de conservação e funcionamento, além do seguinte:

 Exigir seu uso;

 Fornecer aos trabalhadores somente EPI´s aprovados pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;

 Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequando, guarda e conservação;  Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;

 Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;

 Comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego irregularidades observadas;  Registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas

(27)

A respeito das atribuições dos empregados, a NR 6 traz o seguinte:  Usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;  Responsabilizar-se pela guarda e conservação;

 Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso;  Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

2.4.1 Principais tipos de EPI´s

O Departamento de Trabalho dos Estados Unidos (2003) cita como principais EPI´s na construção civil as luvas, botinas, óculos, protetores auriculares, capacetes, máscaras respiratórias e cinto de segurança. Conforme a NR 6 os EPI´s utilizados na construção civil encontram-se agrupados da seguinte forma: para a proteção da cabeça, proteção dos olhos e face, proteção auditiva, proteção respiratória, proteção do tronco, proteção dos membros superiores e inferiores, proteção do corpo inteiro e proteção contra quedas com diferença de nível. Deste modo podemos apresentar os principais EPI´s na construção civil:

a) Capacete: segundo Sampaio (1998) o Capacete (Figura 1) é o principal EPI em uma obra e deve ser utilizado nas atividades com risco de queda de materiais sobre a cabeça. O Capacete possui uma suspensão que permite o ajustes à cabeça, o mesmo é projetado para rebater o material em queda, evitando lesões no pescoço do trabalhador (NASCIMENTO et al., 2009).

Figura 1 – Capacete

(28)

b) Óculos de Segurança: os Óculos de Segurança são utilizados para proteção do globo ocular contra o impacto de materiais sólidos e perfurantes, podendo ter a armação fabricada de diversos materiais, como policarbonato, náilon e acetato de celulose, já as lentes são de cristal de vidro ótico endurecido (SAMPAIO, 1998). Os Óculos mais utilizados na construção civil são: Óculos de segurança Contra Impactos (Figura 2), Óculos para Solda (Figura 3) e Óculos de Segurança de Ampla Visão (Figura 4).

Figura 2 – Óculos de Segurança Contra Impactos

Fonte: Imagem do Google (2016) Figura 3 – Óculos para Solda

(29)

Figura 4 – Óculos de Segurança de Ampla Visão

Fonte: Imagem do Google (2016)

c) Protetor Auricular: segundo Sampaio (1998) o Protetor Auricular destina-se para à proteção contra ruídos que estejam acima dos limites de tolerância. Os principais Protetores Auriculares utilizados na construção civil são os Protetores Auriculares tipo Plug (Figura 5) e em casos onde o ruído não for sanado somente com este, usa-se também o do tipo Abafador (Figura 6).

Figura 5 – Protetor Auricular tipo Plug

(30)

Figura 6 – Protetor Auricular tipo Abafador

Fonte: Imagem do Google (2016)

d) Máscaras para Proteção Respiratória: conforme a NR 6 os trabalhadores expostos a atmosferas perigosas à vida e a saúde devem fazer uso de Máscaras para a Proteção Respiratória. A mais comum de todas as máscaras utilizadas na construção civil é a Máscara Descartável (Figura 7) que, de acordo com Sampaio (1998), destina-se à proteção das vias respiratória dos usuários contra poeiras inertes no ar. Entre as principais máscaras pode-se citar a Máscara Semifacial (Figura 8), que se destina a proteção contra produtos químicos, gases e poeiras no ambiente, sendo necessário utilizar filtros adequados para cada finalidade (SAMPAIO, 1998). A Máscara Panorâmica (Figura 9), destinada a proteger simultaneamente a visão e o aparelho respiratório contra gases, poeiras e vapores, possuindo visor de policarbonato que permite ampla visão, uma membrana acústica e um porta-filtro (SAPAIO, 1998). E ainda, a Máscara para Solda (Figura 10) destinando-se para a proteção da face e dos olhos dos funcionários que executam serviços de soldagem em geral, contra fagulhas incandescentes e raios ultravioletas (SAMPAIO, 1998).

(31)

Figura 7 – Máscara Descartável

Fonte: Imagem do Google (2016) Figura 8 – Máscara Semifacial

Fonte: Imagem do Google (2016) Figura 9 – Máscara Panorâmica

(32)

Figura 10 – Máscara para Solda

Fonte: Imagem do Google (2016)

e) Avental de Raspa de Couro: o Avental de Raspa de Couro tem como objetivo proteger o corpo do trabalhador contra algum risco de respingo de materiais em fusão, agentes cortantes e agentes escoriantes (SAMPAIO, 1998). A figura 11 mostra o EPI.

Figura 11 – Avental de Raspa de Couro

Fonte: Imagem do Google (2016)

f) Capa Impermeável: a Capa Impermeável destina-se a proteção dos funcionários contra intempéries (SAMPAIO, 1998). A figura 12 ilustra o EPI.

(33)

Figura 12 – Capa Impermeável

Fonte: Imagem do Google (2016)

g) Bota de Borracha: de acordo com Sampaio (1998) a Bota de Borracha destinam-se a proteção dos pés e pernas dos trabalhadores que executem tarefas em locais úmidos ou em contato frequente com ácidos. A figura 13 apresenta o EPI descrito.

Figura 13 – Bota Impermeável

Fonte: Imagem do Google (2016)

h) Calçado de Segurança: segundo Sampaio (1998) o Calçado de Segurança (Figura 14) visa à proteção dos pés contra riscos de impactos de objetos.

(34)

Aconselha-se que o mesmo tenha biqueira de aço, para a proteção de quedas de objetos com maiores impactos, e palmilha de aço para a proteção de materiais cortantes (SAMPAIO, 1998).

Figura 14 – Calçado de Segurança

Fonte: Imagem do Google (2016)

i) Luvas de Segurança: as principais Luvas de Segurança utilizadas na construção civil são as de Látex (Figura 15), destinadas a proteção contra produtos químicos agressivos, Raspa de Couro (Figura 16), destinada à proteção contra cortes e lacerações e Borracha (Figura 17), visando à proteção contra choques elétricos. (SAMPAIO, 1998).

Figura 15 – Luva de Látex

(35)

Figura 16 – Luva de Raspa de Couro

Fonte: Imagem do Google (2016) Figura 17 – Luva de Borracha

Fonte: Imagem do Google (2016)

j) Cinto de segurança tipo paraquedista: de acordo com Sampaio (1998), o cinto de segurança tipo paraquedista tem como objetivo à proteção do funcionário contra queda, em atividades acima de 2 m de altura que apresentem risco de queda. A figura 18 ilustra o EPI mencionado.

(36)

Figura 18 – Cinto de Segurança tipo Paraquedista

Fonte: Imagem do Google (2016) 2.4.2 Importância do uso de EPI´s

A importância dos EPI´s é apresentada por diferentes estudiosos por sua comprovada eficiência na garantia da proteção e saúde dos trabalhadores (DEMORI, 2008). Os afastamentos do trabalho, causados por acidentes que prejudiquem a saúde do trabalhador são constantes, por isso os EPI´s são fundamentais para que ocorra a prevenção contra acidentes (MONTENEGRO E SANTANA, 2012).

A utilização adequada de EPI´s aumenta a produtividade e diminui o custo do produto final, pois atua na prevenção de acidentes, e com isso diminui as interrupções do processo por acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais (MONTENEGRO, SANTANA, 2012). A implantação dos EPI´s possibilita a execução da edificação de forma segura e sem acidentes, eliminando eventuais pagamentos de indenização por acidentes de trabalho, além de proteger e até mesmo salvar vidas (BÁU, 2013).

2.4.3 Conscientização dos operários no uso de EPI´s

O PBQP-H (2012) determina que os trabalhadores devem estar conscientes quanto a pertinência e importância do uso de EPI´s para o desenvolvimento das suas atividades. Segundo Leal (1999) é preciso conscientizar os operários dos danos que podem ocorrer no trabalho sem proteção, muitas vezes os mesmos desconhecem os riscos e doenças dermatológicas

(37)

proporcionadas por exposição ao concreto ou não perceber que o cinturão pode salvar suas vidas por exemplo. Cabe as empresas conscientizar e orientar sobre a utilização adequada dos EPI´s, mostrando aos operários, que mesmo eles acreditando que os EPI´s por vezes incomodem e apertem, deve-se pensar nos riscos que estão correndo sem a utilização dos mesmos (LEAL, 1999).

Para Montenegro e Santana (2012) o trabalhador tem direito a todas as informações sobre os riscos de sua função, às formas de prevenção e treinamento adequado para o desempenho de suas atividades. A disciplina dos trabalhadores da construção civil é indispensável, sobretudo em relação à utilização adequada dos EPI´s (MONTENEGRO, SANTANA, 2012). O referido autor ainda afirma que a orientação e o treinamento para a utilização dos EPI´s são fundamentais e indispensáveis. O autor completa orientando que os operários usarão mais facilmente um EPI quanto mais ele for confortável e de seu agradado.

Portanto, o trabalhador deve ter consciência sobre a importância da utilização dos EPI´s no desempenho de suas atividades diárias. No entanto cabe a empresa oferecer os EPI’s adequados, capacitar a equipe e ainda ter uma vigilância constante sobre o uso dos mesmos. Contudo, conforme afirma Christophe Dejours (1978) é necessário levar em conta que o trabalhador não chega a seu local de trabalho como uma máquina nova, ele carrega uma história pessoal que se concretiza por uma certa qualidade de suas aspirações, de seus desejos, de suas motivações, de suas necessidades psicológicas, que integram sua história passada, conferindo a cada indivíduo características únicas e pessoais, sendo assim, para se ter uma boa relação homem-trabalho, a autoridade exercida nos níveis hierárquicos deverá ser harmônica e respeitosa, a fim de evitar aumentos na carga psíquica do trabalhador, e até mesmo doenças mentais correlacionadas as situações de trabalho.

(38)

3 MÉTODO DE PESQUISA

Este item abordada a metodologia de pesquisa utilizada, através da apresentação das estratégias para o desenvolvimento da pesquisa e o delineamento do trabalho.

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA

Segundo Ludke e André (2013), para a realização de uma pesquisa é necessário promover um confronto entre os dados, as evidências, as informações coletadas sobre determinado assunto e o conhecimento acumulado a respeito dele.

O presente trabalho caracteriza-se em um estudo de caso. Para Yin (2015) o estudo de caso representa uma investigação empírica e compreende um método abrangente, com a lógica do planejamento, da coleta e da análise de dados, podendo incluir tanto estudos de caso único quanto de múltiplos, assim como abordagens quantitativas e qualitativas de pesquisa.

Visando atingir os objetivos almejados neste trabalho, o mesmo baseia-se em uma pesquisa bibliográfica em artigos, livros, legislação e revistas que tratam do assunto proposto de modo a comprovar o problema apresentado. Para este estudo de caso foi feito uso de uma abordagem de pesquisa quantitativa e qualitativa, com a aplicação de dois questionários, um para os operários e outro para os responsáveis pelas construtoras, objetivando-se ao levantamento de dados a respeito do uso de EPI´s, que estão apresentados em percentuais, gráficos e tabelas. Para Fonseca (2002) a utilização conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher mais informações do que se poderia conseguir isoladamente. Fonseca (2002) ainda afirma que um levantamento de campo qualitativo e quantitativo, busca o aprofundamento das questões propostas, consistindo na observação de fatos e fenômenos tais como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis que se presumem relevantes para analisá-los.

(39)

3.2 DELINEAMENTO

O delineamento do estudo está ilustrado na Figura 19. Figura 19 – Delineamento da Pesquisa

Fonte: autoria própria

Para o desenvolvimento desse estudo de caso, foi realizada pesquisa bibliográfica, a partir da qual foram elaborados dois tipos de questionários, que posteriormente foram aplicados nas obras de duas construtoras da cidade de Ijuí, um para os operários e outro para os responsáveis pelas construtoras. Os dados coletados a partir da aplicação destes questionários foram avaliados no que se refere ao uso de EPI´s, resistência ao uso por parte dos funcionários e distribuição, fiscalização e controle por parte das construtoras. Os resultados apresentam-se através de percentuais e gráficos.

(40)

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste item encontram-se os resultados da aplicação dos questionários, dispostos em percentuais, gráficos e tabelas.

4.1 COMPOSIÇÃO DA AMOSTRA

Uma população é o agregado de todos os elementos que compartilham algum conjunto de características comuns, conformando o universo para o propósito do problema de pesquisa, já a amostra é parte da população selecionada para o estudo (COLAUTO E BEUREN, 2009; MALHOTRA, 2001).

Desse modo, a população do estudo foi de 113 funcionários da construção civil, todos do sexo masculino, de duas construtoras da cidade de Ijui – RS, e três responsáveis pelas mesmas, dois sendo da Construtora A, um do sexo masculino, Engenheiro Civil, e outro do sexo feminino, Advogada, e um responsável da Construtora B, do sexo masculino, Engenheiro Civil, dado que, dos 113 profissionais, 68 são colaboradores da Construtora A, que possui mais de 30 anos de mercado, e os outros 45 trabalhadores são da Construtora B, que está em atividades há mais de 20 anos. Ambas as construtoras projetam e executam empreendimentos imobiliários, possuindo edificações em obras e concluídas, que variam de oito a quinze pavimentos. Tanto a Construtora A quanto a B não estão inseridas no PBQP-H.

No que se refere a amostra, quanto maior a mesma for, menor o erro e mais segura é sua representatividade (LAKATOS E MARCONI, 1999; COLAUTO E BEUREN, 2009). A amostra do estudo totaliza 111 colaboradores, representando assim 98,23% da população, e três responsáveis pelas construtoras, deste modo traduzindo 100% da população.

Ainda sobre a amostra, no que se refere ao grau de escolaridade dos colaboradores da Construtora A, 24,24% possuem ensino fundamental incompleto, 33,33% ensino fundamental completo, 34,84% ensino médio incompleto e 7,59% ensino médio completo, na Construtora B, 17,78% possuem ensino fundamental incompleto, 46,67% ensino fundamental completo, 31,11% ensino médio incompleto e 4,44% ensino médio completo, de acordo com a Figura 20.

(41)

Figura 20 – Grau de escolaridade dos trabalhadores

Fonte: Autoria própria

Referente à idade dos trabalhadores da Construtora A, 21,21% tem entre 18 e 25 anos, 10,61% entre 26 e 30 anos, 7,58% entre 31 e 40 anos, 34,84% entre 41 a 50 anos, 19,69% entre 51 e 60 anos e 6,07% entre 61 e 65 anos, já na Construtora B, 15,56% tem entre 18 e 25 anos, 28,89% entre 26 e 30 anos, 31,11% entre 31 e 40 anos, 13,33% entre 41 a 50 anos e 11,11% entre 51 e 60 anos, conforme Figura 21.

Se tratando do cargo dos trabalhadores, na Construtora A, 13,63% dos trabalhadores são carpinteiros, 30,31% são pedreiros, 4,55% são ferreiros, 3,03% são operadores de elevador de obra, 34,84% são serventes, 9,09% são auxiliares de ferreiro e 4,55% são apontadores, na Construtora B, 11,12% dos operários são carpinteiros, 33,34% são pedreiros, 4,44% são ferreiros, 2,22% são operadores de elevador de obra, 40% são serventes, 4,44% são auxiliares de ferreiro e 4,44% são apontadores conforme mostra a Figura 22.

(42)

Figura 21 – Idade dos trabalhadores

Fonte: Autoria própria Figura 22 – Cargo dos trabalhadores

(43)

Em ralação ao tempo em que os trabalhadores atuam no setor da construção civil, na Construtora A 22,73% trabalham entre um a cinco anos, 19,69% trabalham entre seis a dez anos, 21,21% trabalham entre 11 a 20 anos, 25,76% trabalham entre 21 a 30 anos, 4,55% trabalham entre 31 a 40 anos, 6,06% trabalham entre 41 a 50 anos, na Construtora B, 11,11% trabalham entre um a cinco anos, 33,33% trabalham entre seis a dez anos, 31,11% trabalham entre 11 a 20 anos, 15,56% trabalham entre 21 a 30 anos, e 8,89% trabalham entre 31 a 40 anos, conforme apresenta a Figura 23.

Figura 23 – Tempo de atuação dos trabalhadores na construção civil

Fonte: Autoria própria 4.2 FORNECIMENTO DE EPI´S

A Constituição Federal do Brasil (1988) prevê que todos os trabalhadores têm direito à proteção de sua saúde, integridade física, moral e de segurança na execução de suas atividades. Segundo os artigos 166 e 167 da Consolidação de Leis do Trabalho (CLT) e da Portaria nº3.214 de 08 de julho de 1978, as empresas devem fornecer EPI´s aos funcionários, de forma gratuita e adequada aos riscos de sua área e em perfeito estado de conservação e funcionamento.

(44)

A NR 6 determina que devem ser fornecidos EPI´s aos trabalhadores para neutralização de riscos, onde medidas de controle coletivo sejam inviáveis, não ofereçam proteção completa ou para atender situações de emergência.

O Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (2012), exige que as empresas forneçam EPI´s adequados para cada função e tarefa desempenhada, e ainda que mantenham registros destes.

No que diz respeito ao fornecimento de EPI´s para os trabalhadores, os resultados obtidos foram bastante semelhantes nas duas construtoras, verificando-se que 96,97% dos funcionários da Construtora A e 97,78% dos colaboradores da Construtora B afirmam receber EPI´s, e apenas 3,03% dos operários da Construtora A e 2,22% da Construtora B alegam que o fornecimento ocorra em partes, de acordo com a Figura 24, ao passo que 100% dos responsáveis pelas construtoras A e B afirmam fornecer EPI´s para seus funcionários, conforme aponta a Figura 25.

Figura 24 – Relato dos funcionários referente ao fornecimento de EPI´s

(45)

Figura 25 – Relato dos responsáveis pelas construtoras referente ao fornecimento de EPI´s

Fonte: Autoria própria

Diante do exposto, pode-se afirmar que as Construtoras A e B, fornecem EPI´s para seus funcionários, tal fato pode ser explicado pelo dever que as empresas têm em fornecer EPI´s para seus colaboradores, e principalmente tal ação ser exigida por lei. Segundo Oliveira e Pilon (2003) é alto o número de operários da construção civil que recebem os EPI´s por parte das construtoras, Leal (1999) corrobora com está afirmação.

4.3 TREINAMENTO E FISCALIZAÇÃO DO USO DE EPI´S

Segundo a NR 6 os empregadores devem treinar seus colaboradores referente ao uso de EPI´s, porém cabe aos empregados a responsabilidade de usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina, responsabilizar-se pela guarda e conservação, comunicar ao empregador qualquer alteração que o torna impróprio para o uso e cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

Para as empresas que participam do PBQP-H (2012), as mesmas devem treinar seus colaboradores no que se refere ao uso de EPI´s adequados para cada função e tarefa desempenhada, além de registrarem e arquivarem estes, e ainda exigir e fiscalizar a utilização, sob pena de advertências.

(46)

As empresas tem a obrigação de capacitar seus funcionários, através de treinamentos didáticos e de fácil compreensão, sobre o uso correto dos EPI´s, exigir e fiscalizar sua utilização (PIZA, 1997; LEAL, 1999; MONTENEGRO E SANTANA, 2012; CISZ, 2015). Necessita-se conscientizar os operários dos danos que podem ocorrer no trabalho sem proteção, como doenças, lesões, amputações e até mesmo o risco de morte (LEAL, 1999; MONTENEGRO E SANTANA, 2012).

Os responsáveis pelas Construtoras A e B afirmam 100% realizarem treinamentos quanto ao uso correto de EPI´s, bem como alegam fiscalizarem sua utilização, conforme mostram as Figuras 26 e 27.

Figura 26 – Relato dos responsáveis pelas construtoras a respeito da aplicação de treinamentos sobre o uso correto de EPI´s

(47)

Figura 27 – Relato dos responsáveis pelas construtoras referente a existência de fiscalização do uso de EPI´s

Fonte: Autoria própria

Segundo os trabalhadores, referente a treinamentos, 96,97% dos funcionários da Construtora A e 97,78% dos colaboradores da Construtora B afirmam receberem treinamentos quanto ao uso correto de EPI´s, e apenas 3,03% dos operários da Construtora A e 2,22% da Construtora B alegam não receberem treinamento, como mostra a Figura 28.

Figura 28 – Relato dos operários quanto ao recebimento de treinamentos para o uso correto de EPI´s

(48)

Referente a fiscalização, verificou-se que 100% dos colaborados de ambas as construtoras alegam que existe fiscalização por parte das construtoras quanto ao uso de EPI´s, conforme a Figura 29.

Figura 29 – Relato dos trabalhadores referente a existência de fiscalização do uso de EPI´s por parte das construtoras.

Fonte: Autoria própria

Os resultados obtidos podem ser explicados e justificados devido as determinações da NR 6, que exige que as construtoras deem treinamento a seus funcionários quanto ao uso correto de EPI´s, e vai de desencontro com a afirmação de Leal (1999) que alega faltar gerenciamento sobre o uso de EPI´s por parte das construtoras.

4.4 UTILIZAÇÃO DE EPI´S

A NR 6 define EPI como todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Ainda sobre a referida norma, a mesma aponta que os EPI´s utilizados na construção civil encontram-se agrupados da seguinte forma: para a proteção da cabeça, proteção dos olhos e face, proteção auditiva, proteção respiratória, proteção do tronco, proteção dos membros superiores e inferiores, proteção do corpo inteiro e proteção contra quedas com diferença de nível.

(49)

A utilização correta de EPI´s, e adequada para cada tipo de função desempenhada no canteiro de obras é de fundamental importância para a segurança no trabalho (DEMORI, 2008; MONTENEGRO; SANTANA, 2012; BÁU, 2013).

Segundo Montenegro e Santana (2012) a utilização adequada de EPI´s aumenta a produtividade e diminui o custo do produto final, devido atuar na prevenção de acidentes, e com isso reduzindo as interrupções do processo por acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais. De acordo com Báu (2013) o uso de EPI´s propicia a execução de uma edificação com segurança e sem acidentes, sendo assim, eliminando eventuais pagamentos de indenização por acidentes de trabalho, além de proteger e até mesmo salvar vidas.

4.4.1 Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s) mais utilizados

De acordo com os funcionários da Construtora A, os EPI´s mais utilizados no cotidiano de suas atividades laborais são Avental de Raspa de Couro, Calçado de Segurança, Capacete, Cinto de Segurança, Luvas, Máscara Descartável, Óculos de Segurança e Protetor Auricular. De modo que 100% dos colaboradores afirmam utilizarem Capacete e Calçado de Segurança, 78,79% luvas, 63,64% Óculos de Segurança, 51,51% Cinto de Segurança, 59,09% Protetor Auricular, 4,54% Máscara Descartável e 6,06% Avental de Raspa de Couro nas suas tarefas diárias, conforme Figura 30.

Segundo os funcionários da Construtora B, os EPI´s mais utilizados nas suas tarefas diárias são Calçado de Segurança, Capacete, Cinto de Segurança, Luvas, Óculos de Segurança e Protetor Auricular. Visto que o mesmo fato que ocorre na Construtora A, também acontece na Construtora B, onde 100% dos colaboradores afirmam utilizarem Capacete e Calçado de Segurança. Referente aos demais EPI´s utilizados diariamente, 82,22% dos colaboradores da Construtora B afirmam serem luvas, para 46,67% Óculos de Segurança, para 40% Cinto de Segurança e para 42,22% Protetor Auricular, como ilustra a Figura 30.

(50)

Figura 30 – EPI´s utilizados diariamente no ambiente laboral segundo os trabalhadores

Fonte: Autoria própria

Os resultados obtidos vão de encontro com a afirmação do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos (2003), que aponta como os principais EPI´s utilizados na construção civil são as luvas, botinas, óculos, protetores auriculares, capacetes, máscaras respiratórias e cinto de segurança.

4.4.2 Motivos para uso de EPI´s e não utilização

No que se refere aos motivos para utilizar-se EPI´s na perspectiva dos trabalhadores das Construtoras A e B, 83,33% dos funcionários da Construtora A e 77,78% dos colaboradores da Construtora B afirmam fazerem uso de EPI´s porque se sentem protegidos, ao passo que 16,67% dos trabalhadores da Construtora A e 22,22% dos operários da Construtora B alegam que fazem uso de EPI´s porque a empresa exige, e nenhum dos funcionários afirmaram que não utilizam EPI´s, conforme Figura 31.

(51)

Figura 31 – Motivação para utilizar EPI´s segundo os trabalhadores

Fonte: Autoria própria

De acordo com os resultados obtidos é possível averiguar que os mesmos antagônicos a afirmação de Oliveira e Pilon (2003), quando dizem que existe um grande índice de não utilização e/ou não uso com regularidade de EPI´s por parte dos operários.

A respeito da afirmação de parte dos trabalhadores das Construtoras A e B, referente a fazerem uso dos EPI´s devido ser uma exigência da empresa, revela que existe colaboradores que não estão totalmente conscientes da importância do uso de EPI´s, e o fazem apenas porque é exigido, fato este que demostra a importância da conscientização dos funcionários quanto a utilização de EPI´s. A conscientização dos operários é fundamental e indispensável, cabe as empresas conscientizar os operários dos danos que podem ocorrer no trabalho sem proteção (LEAL, 1999; MONTENEGRO; SANTANA, 2012). O PBQP-H (2012) determina que os trabalhadores devem estar conscientes quanto a pertinência e importância do uso de EPI´s para o desenvolvimento das suas atividades.

(52)

4.4.3 Desconforto na utilização de EPI´s

No que abrange o desconforto em utilizar os EPI´s, os funcionários da Construtora A relataram como sendo os principais a Bota de Borracha, Calçado de Segurança, Capacete, Cinto de Segurança, Luvas, Máscara Descartável e Protetor Auricular, onde 69,69% dos operários afirmaram que as Luvas são os EPI´s mais desconfortáveis, seguido do Protetor Auricular com 63,64% da opinião dos trabalhadores, em terceiro lugar aparece o Capacete com 56,06%, o Cinto de Segurança corresponde a 40,91%, a Máscara Descartável para 31,82% dos colaboradores, a Bota de Borracha em penúltimo lugar, referindo-se a 30,30%, e por fim o Calçado de Segurança com 27,27% na opinião dos operários, conforme Figura 32. Segundo os funcionários da Construtora B o EPI mais desconfortável é o Protetor Auricular, correspondendo a 57,78% das opiniões, seguido das Luvas que totalizam 48,89% dos relatos, a Bota de Borracha aparece em terceiro lugar nas opiniões com 44,44%, após o Capacete com 42,23% das afirmações, em seguida o Cinto de Segurança abrangendo 35,56% das alegações, a Máscara Descartável representando 36,67% das declarações, o Calçado de Segurança aparecendo em antepenúltimo lugar, com 11,11% das opiniões, em penúltimo lugar aponta-se a Capa de Chuva com 13,33% e em último lugar os Óculos de Segurança com 8,89% dos relatos, de acordo com a Figura 32.

(53)

Verifica-se que nas duas Construtoras os EPI´s que mais causam desconforto são as Luvas e o Protetor Auricular. O Capacete, Bota de Borracha e Calçado de segurança também aparecem entre os mais desconfortáveis segundo os trabalhadores, pode-se observar que são EPI´s do cotidiano dos operários, logo ressalta-se ainda mais a importância da conscientização, treinamento e fiscalização na utilização dos EPI´s, para que o uso seja efetivo, mesmo que, infelizmente exista um desconforto na sua utilização. Para Leal (1999) é necessário mostrar aos operários, que mesmo eles acreditando que os EPI´s por vezes incomodem e apertem, deve-se pensar nos riscos que estão correndo sem a utilização dos mesmos.

4.4.4 Influência da idade dos colaboradores na utilização dos EPI´s

Segundo Ivancevich (2008) trabalhadores com idades mais elevadas possuem maior consciência em termos de segurança no ambiente laboral. Nesse sentido verificou-se a vinculação entre a idade dos trabalhadores e os motivos para o uso dos EPI´s. Desde modo relacionou-se a idade dos colaboradores com o uso de EPI´s por se sentirem protegidos e a utilização apenas por ser uma exigência das construtoras.

No que se refere a utilização dos EPI´s quando o motivo é a sensação de proteção, é possível observar que quanto maior a idade dos funcionários maior é a utilização dos EPI´s, sendo que os mesmos resultados são vistos nas Construtoras A e B, conforme as Figuras 33 e 34.

Figura 33 – Relação entre a idade dos operários da Construtora A e o uso de EPI´s devido a se sentirem protegidos

(54)

Figura 34 – Relação entre a idade dos operários da Construtora B e o uso de EPI´s devido a se sentirem protegidos

Fonte: Autoria própria

A relação entre a idade dos trabalhadores e a utilização de EPI´s, tendo como motivo a exigência das construtoras, apontou na Construtora A que quanto mais jovens são os funcionários, maior é a utilização dos EPI´s devido a este motivo, porem três funcionários, um com idade igual a 43 anos, outro com 53 anos e um com 64 anos também afirmaram que fazem uso dos EPI´s por este motivo, conforme Figura 35.

Figura 35 – Relação entre a idade dos colaboradores da Construtora A e o uso de EPI´s devido ser uma exigência

(55)

Na Construtora B constatou-se que quanto mais jovens são os funcionários, maior é a utilização dos EPI´s devido ser uma exigência da Construtora, tendo apenas um funcionário de 38 anos e outro de 40 anos que alegaram fazerem uso de EPI´s por este motivo, de acordo com a Figura 36.

Figura 36 – Relação entre a idade dos colaboradores da Construtora B e o uso de EPI´s devido ser uma exigência

Fonte: Autoria própria

Os resultados obtidos mostram que de fato quanto maior a idade dos trabalhadores, maior é a consciência quanto ao uso de EPI´s, por utilizarem não somente por ser uma exigência das construtoras, mas por se sentirem protegidos quando fazem uso dos mesmos, toda via é notório que existem funcionários de menor idade que também fazem uso de EPI´S por se sentirem protegidos, e alguns poucos colaboradores com idades mais elevadas que afirmam utilizarem EPI´s por ser uma exigência das Construtoras.

4.5 OCORRÊNCIA DE ACIDENTES DE TRABALHO PELA FALTA DO USO DE EPI´S De acordo com a Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, acidente de trabalho é todo aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional, doença que cause a morte, perda ou redução permanente ou temporária de condições para o trabalho dentro do horário e local de trabalho. A referida lei, ainda determina que acidentes de trabalho são aqueles que ocorrem em consequência de agressão física, ato de sabotagem, brincadeiras, conflitos, ato de imprudência, negligência, imperícia, desabamento,

(56)

inundação, incêndio, em viagens a serviço da empresa, no percurso da residência para o local de trabalho, no percurso do trabalho para casa, nos períodos de descanso, na satisfação de necessidades fisiológicas no local de trabalho e por contaminação do empregado no exercício de sua atividade.

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) acidente de trabalho é uma ocorrência relacionada ao exercício do trabalho não prevista e não desejável. Rocha (1996) corrobora com está afirmação. De acordo com a OHSAS 18001 (2007) acidente é um evento não planejado que resulta em morte, doença, lesão dano ou perda.

No que se refere a acidentes de trabalho ocorridos nas Construtoras A e B, tanto os responsáveis pela Construtora A, quanto o responsável pela Construtora B afirmam que já ocorreram acidentes pela falta de uso de EPI´s em suas empresas, conforme Figura 37.

Figura 37 – Relato dos responsáveis pelas construtoras alusivo a existência de acidentes de trabalho ocorridos em suas empresas

Fonte: Autoria própria

Nos relatos dos colaboradores da Construtora A, 19,69% dos mesmos afirmam já terem sofrido acidentes de trabalho devido à falta de uso de EPI´s, na Construtora B esta é a alegação de

Referências

Documentos relacionados

O mecanismo de competição atribuído aos antagonistas como responsável pelo controle da doença faz com que meios que promovam restrições de elementos essenciais ao desenvolvimento

Brasil Seguros e Previdência S/A), apresentou os trabalhos da Comissão de Inteligência de Mercado – CIM em 2017, que foram divididos em três projetos: 1) Insurtechs e

No código abaixo, foi atribuída a string “power” à variável do tipo string my_probe, que será usada como sonda para busca na string atribuída à variável my_string.. O

Marc Bloch demonstra como o historiador deve conduzir sua análise com o auxílio de uma dupla linguagem, a da época estudada, o que lhe permite evitar o anacronismo, mas também a do

Declaro que fiz a correção linguística de Português da dissertação de Romualdo Portella Neto, intitulada A Percepção dos Gestores sobre a Gestão de Resíduos da Suinocultura:

• The definition of the concept of the project’s area of indirect influence should consider the area affected by changes in economic, social and environmental dynamics induced

dois gestores, pelo fato deles serem os mais indicados para avaliarem administrativamente a articulação entre o ensino médio e a educação profissional, bem como a estruturação

Em que pese ausência de perícia médica judicial, cabe frisar que o julgador não está adstrito apenas à prova técnica para formar a sua convicção, podendo