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Produtividade de consórcios forrageiros de estação fria no Noroeste do Rio Grande do Sul

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Academic year: 2021

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PATRÍCIA JUSWIAK

PRODUTIVIDADE DE CONSÓRCIOS FORRAGEIROS DE ESTAÇÃO FRIA NO NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL

IJUI

RIO GRANDE DO SUL – BRASIL JULHO - 2011

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PATRICIA JUSWIAK

PRODUTIVIDADE DE CONSÓRCIOS FORRAGEIROS DE ESTAÇÃO FRIA NO NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL

Trabalho de Conclusão de Curso de Agronomia - Departamento de Estudos Agrários da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Engenheiro Agrônomo.

Orientador: Prof. MSc. Adriano Rudi Maixner

IJUI

RIO GRANDE DO SUL – BRASIL JULHO - 2011

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TERMO DE APROVAÇÃO

PATRICIA JUSWIAK

PRODUTIVIDADE DE CONSÓRCIOS FORRAGEIROS DE ESTAÇÃO FRIA NO NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Agronomia da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, defendido e aprovado perante a banca abaixo

subscrita.

Ijuí, 22 de Julho de 2011.

____________________________________________ Prof. Msc. Adriano Rudi Maixner

DEAg/UNIJUI – Orientador

_______________________________________ Eng. Agrônomo César Oneide Sartori

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais Vanderlei Juswiak e Ione Marli Juswiak, aos meus irmãos André e Lucas, ao meu namorado Fernando Figur, aos colegas e amigos do curso de agronomia que, de uma forma ou outra, contribuíram de maneira efetiva na realização deste trabalho. Dedico também, ao meu professor e orientador Adriano Rudi Maixner a quem dedicarei um enorme respeito, pela pessoa que é e pela enorme dedicação ao passar seu conhecimento.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por ter me dado o bem mais precioso do mundo – A VIDA.

Aos meus pais Vanderlei e Ione Marli Juswiak pela educação a que me foi dada, pelos conselhos, amor e compreensão, mas também pela rigidez e pulso firme ao me indicarem o melhor caminho e também pelos ensinamentos para que eu crescesse e me fizesse uma mulher de bem, humilde, honesta. A história de suas vidas, com certeza, serve como lição e espelho, pois se demonstrou cheia de dedicação, superação e força de vontade.

Ao Professor Adriano Rudi Maixner pela paciência, coerência, clareza e dedicação em seus ensinamentos, sempre disposto a atender minhas necessidades e dúvidas. Uma pessoa a quem sempre terei um enorme respeito em consideração por tudo àquilo que fez por mim na vida acadêmica. Além disso, pela amizade que carregarei para sempre.

Aos meus irmãos André e Lucas por estarem sempre ao meu lado nesse caminho tão longo e pelo carinho a que me dedicaram.

Ao meu namorado Fernando pelo amor, carinho e compreensão nos momentos em que mais precisei. Agradeço você por sempre encher meu coração de felicidade me dando forças e estando sempre do meu lado em todos os momentos, pelo respeito e preocupação, comigo e com todas as pessoas que fazem parte de nossas vidas.

À UNIJUI por ter me proporcionado a oportunidade de ser acadêmico e Bolsista de Projeto além do enorme comprometimento para o desenvolvimento do noroeste do estado do RS.

Ao DEAg por disponibilizar o centro de pesquisa IRDeR e por direcionar recursos e infra-estrutura para que fosse possível a realização deste trabalho e de tantos outros na área de pesquisa.

Ao funcionário do IRDeR César por ser grande companheiro de trabalho e que estava sempre disposto a ajudar e foi, sem dúvida, grande contribuinte dos resultados de nossa pesquisa.

Aos colegas do grupo de pesquisa Ana Lúcia Londero, Aline Krysczun Titzmann, Luis Michel Bergoli, Diego Bernardi, Felipe Bortolin, Douglas Wenningkamp. As colegas de coração, principalmente Anelise Cristina Sauter, Fernanda Sauter, Juliana Moraes de Oliveira, Taiane Bandeira e Cíntia Diniz pela ajuda e empenho na confecção e condução do experimento e pelos momentos de trabalho, parceria, alegria e descontração durante nossas tarefas, estágios e congressos em que participamos juntos. Tenho certeza que mesmo quando cada uma de nós tomarmos rumos diferentes na vida, a amizade vai prevalecer para sempre.

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" O homem se torna muitas vezes o que

ele próprio acredita que é. Se insisto em repetir para mim mesmo que não posso fazer uma determinada coisa, é possível que acabe me tornando realmente incapaz de fazê-la. Ao contrário, se tenho a convicção de que posso fazê-la, certamente adquirirei a capacidade de realizá-la, mesmo que não a tenha no começo."

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Espécies forrageiras e densidades de semeaduras utilizadas (SPV=sementes puras e viáveis). Augusto Pestana/2010. ... 25 Tabela 2. Legendas e respectivas espécies forrageiras componentes dos tratamentos. Augusto Pestana/2010. ... 25 Tabela 3. Taxas de acúmulo de matéria seca total dos consórcios hibernais (kg ha-1 dia-1 de MS). IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010. ... 29 Tabela 4. Taxas de acúmulo de matéria seca de lâminas foliares dos consórcios hibernais (kg ha-1 dia-1 de MS). IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010 ... 30 Tabela 5. Massas de matéria seca totais e massas de forragem residuais totais dos consórcios hibernais (kg ha-1 de MS). IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010 ... 31 Tabela 6. Massas de matéria seca de lâminas foliares e massas de forragem residuais de lâminas foliares dos consórcios hibernais (kg ha-1 de MS). IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010 ... 32

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LISTA DE APÊNDICES

APÊNDICE A – Croqui da área experimental ... 39 Figura 1. Demonstração do croqui da área experimental com seis tratamentos testados IRDeR/DEAg/UNIJUÍ, 2010. ... 39 APÊNDICE B – Implantação da área experimental ... 39 Figura 2. Medição dos blocos e das unidades experimentais IRDeR/ DEAg/UNIJUI, 2010 ... 39 Figura 3. Demarcação dos blocos e das unidades experimentais, IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010. ... 40 Figura 4. Semeadura das leguminosas, a lanço, IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010. ... 40 Figura 5. Aspecto da pastagem na primeira avaliação (26/06/2010), IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010 ... 41 Figura 6. Coleta das amostras de campo, IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010. ... 41 Figura 7. Materiais e aspecto da pastagem após as coletas, IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010. ... 42 Figura 8. Aspecto da pastagem em 29/09/2010, IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010. ... 42 Figura 9. Aspecto da área experimental em 23/12/2010, IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010.43 Figura 10. Aspecto do consórcio de aveia preta + azevém + trevo vermelho em 17/11/2010, IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010. ... 43 Figura 11. . Aspecto do consórcio de aveia preta + azevém + cornichão em 23/12/2010. IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010. ... 44 Figura 12. Inflorescência do trevo vesiculoso e trevo vermelho (17/11/2010), respectivamente. IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010. ... 44 Figura 13. Unidades experimentais dos consórcios com trevo vesiculoso (esquerda) ou trevo vermelho (direita) em 23/12/2010, IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010. ... 45 Figura 14. Aspecto do consórcios de aveia preta + azevém + trevo branco em 23/12/2010, IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010. ... 45

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LISTA DE ANEXOS

ANEXO A – Laudo de análise de solo da área experimental ... 47 ANEXO B- Resumo das variavéis climáticas durante o periodo experimental. IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010 ... 48/49

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PRODUTIVIDADE DE CONSÓRCIOS FORRAGEIROS DE ESTAÇÃO FRIA NO NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL

Aluna: PATRICIA JUSWIAK

Orientador: Prof. Msc. Adriano Rudi Maixner

RESUMO

No Rio Grande do Sul a alimentação dos bovinos tanto para a produção de leite como de carne tem como base as pastagens. A utilização de consórcios para a alimentação dos animais utilizando leguminosas de estação fria tem se mostrado cada vez mais vantajoso, pois, aumenta a qualidade da pastagem, além de fornecer uma dieta diversificada aos animais. O objetivo desse trabalho foi avaliar o desempenho de consorciações de aveia preta e azevém anual com leguminosas forrageiras. O experimento foi conduzido no Instituto Regional de Desenvolvimento Rural (IRDeR/DEAg/UNIJUI) de maio a novembro de 2010. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com seis tratamentos e três repetições. Um dos tratamentos foi composto apenas por aveia preta + azevém e os cinco demais pelo consórcio destas gramíneas com cornichão, ervilhaca, trevo branco, trevo vermelho ou trevo vesiculoso. O consórcio de aveia preta + azevém com qualquer uma das leguminosas testadas apresentou taxas de acúmulo de matéria seca total semelhantes ao consórcio exclusivo das gramíneas. As taxas de acúmulo de lâminas foliares dos consórcios com leguminosas foram, em geral, superiores em relação ao cultivo exclusivo de gramíneas, o que comprova sua eficiência no prolongamento dos ciclos de utilização das pastagens por elas formadas. O consórcio de aveia preta + azevém com as leguminosas forrageiras testadas não afeta a produção de matéria seca total em relação ao cultivo exclusivo de gramíneas, mas permite, em geral, maior produção de matéria seca de lâminas foliares no final do ciclo de utilização das pastagens. A utilização de leguminosas consorciadas com aveia preta + azevém pode aumentar a massa de forragem residual total no início do ciclo de utilização da pastagem. Contudo, as massas de forragem residuais de lâminas foliares destes consórcios superam, em geral, o cultivo exclusivo com gramíneas.

Palavra chave: Avena strigosa, Lolium multiflorum, Lotus corniculatus, Trifolium pratense,

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO... 12

1 REVISÃO DE LITERATURA ... 13

1.1 A PRODUÇÃO LEITEIRA NA REGIÃO NOROESTE DO RS ... 13

1.2 GRAMÍNEAS HIBERNAIS PARA A PRODUÇÃO DE FORRAGEM ... 13

1.2.1 Aveia Preta ... 14

1.2.2 Azevém ... 15

1.3 LEGUMINOSAS HIBERNAIS PARA A PRODUÇÃO DE FORRAGEM .... 17

1.3.1 Cornichão ... 17 1.3.2 Ervilhaca ... 18 1.3.3 Trevo Branco ... 18 1.3.4 Trevo Vermelho ... 19 1.3.5 Trevo Vesiculoso ... 20 1.4 USO DE CONSÓRCIOS ... 21

1.5 BENEFÍCIOS DE USO DE LEGUMINOSAS ... 22

1.6 PERSISTÊNCIA E PERENIZAÇÃO DAS FORRAGEIRAS NO SISTEMA PASTORIL ... 22

2 MATERIAL E MÉTODOS. ... 24

2.1 LOCAL, CLIMA E SOLO ... 24

2.2 HISTÓRICO DA ÁREA ... 24

2.3 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL ... 25

2.4 INSTALAÇÃO E CONDUÇÃO DO ENSAIO ... 25

2.5 VARIAVÉIS ANALISADAS ... 26 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 28 CONCLUSÕES ... 34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 35 APÊNDICES ... 38 ANEXOS ... 46

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INTRODUÇÃO

A pecuária leiteira esta concentrada fortemente na região Noroeste do estado do Rio Grande do Sul, devido, em grande parte, ao processo histórico de colonização e a condições ambientais favoráveis à atividade. Nessa região, a produção de leite ocorre fortemente em dois tipos de propriedades: nas de pequena escala de produção, onde têm se mostrado bastante rentável e importante na manutenção financeira da unidade de produção, pois possuem pequenas áreas e utilizam à mão-de-obra exclusivamente familiar; e os grandes produtores que dispõem de melhor acesso aos fatores e insumos para a produção.

Muitas destas pequenas propriedades desenvolvem sua produção à base de pasto e, pela restrição de áreas agricultáveis disponíveis, a integração lavoura-pecuária tem se destacado por aproveitar as mesmas áreas, intercalando cultivos de verão (forrageiras ou grãos) e de inverno (comumente forrageiras anuais).

As espécies de gramíneas de clima temperado mais utilizadas são: a aveia - preta (Avena strigosa Schreb) e o azevém anual (Lolium multiflorum L.), das quais praticamente se utilizam apenas os cultivares “Comum”. Para obter melhores resultados na comparação de cultivares é quantificada a relação folha/colmo para se ter uma relação da proporção dos componentes da planta. A maior presença de folhas na MS total é desejável porque resulta em melhora da digestibilidade e em aumento da ingestão de MS. Em geral, além do maior percentual de PB, as folhas possuem menores concentrações de FDN, FDA e lignina em comparação aos colmos das plantas forrageiras.

Para otimizar a produtividade animal, são necessárias adubações e escolha de espécies e cultivares com potencial para produções de forragem com bom valor nutritivo. O rendimento animal é frequentemente relacionado à composição botânica da pastagem, principalmente ao conteúdo de leguminosas da dieta (MANNETJE et al., 1976).

A utilização de leguminosas consorciadas com as gramíneas é vantajosa, pois aumenta a qualidade da pastagem e a distribuição da produção de forragem, além de fornecer uma dieta diversificada aos animais. A importância da presença de leguminosas nas pastagens constitui fator que impulsiona a busca por espécies tolerantes, produtivas e menos exigentes, que permitam seu emprego em sistemas de produção e contribuam para aumentar a viabilidade deste. Entre as leguminosas, cornichão (Lotus corniculatus L.) cv. São Gabriel, trevo branco (Trifolium repens L.) e trevo vermelho (Trifolium pratense L.) são as mais utilizadas por se adaptarem melhor ao clima e aos sistemas de produção locais.

O objetivo desse trabalho foi avaliar o desempenho de consórcios forrageiros de estação fria com presença de leguminosas na região noroeste do Rio Grande do Sul.

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1 REVISÃO DE LITERATURA

1.1 A produção leiteira na região noroeste do RS

De acordo com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feito em 2007, o Brasil produziu 25,33 bilhões de litros de leite. É a sexta maior produção do mundo, com um rebanho, segundo estimativas da Scot Consultoria, de aproximadamente, 48,8 milhões de cabeças de gado leiteiro. O Rio Grande do Sul, atualmente é o segundo estado de maior produção, atingindo, aproximadamente 13% de todo leite do país.

A pecuária leiteira é uma das atividades mais importantes do setor agropecuário do Rio Grande do Sul, desenvolvida em 80% dos municípios gaúchos. No entanto, o setor leiteiro, tanto regional como local, apresenta problemas de eficiência produtiva e de qualidade de produto (BITENCOURT et al., 2000).

Conforme o Relatório de Atividades da EMATER/RS ASCAR 2006, com médias do período 2001/05, cerca de 89% das 2.337.997 toneladas de leite produzidas por ano no Rio Grande do Sul são oriundos de estabelecimentos menores que 100 hectares e a região noroeste é responsável por aproximadamente 1/3 do leite produzido no Estado.

Essa região caracteriza-se pela predominância de sistemas de integração lavouras-pecuária leiteira, sendo que, durante a estação fria (inverno), há alta disponibilidade de área para cultivo de forrageiras e, conseqüentemente, maior oferta de forragem de alta qualidade (AURÉLIO et al., 2007). Já no verão a alta ocupação de áreas para o cultivo de lavouras torna a disponibilidade de forragem limitante nesse período (FONTE et al., 1998).

A produção leiteria em muitas das unidades de produção agropecuárias da região noroeste, compreende a principal atividade de retorno econômico, e garante a reprodução social dessas famílias. Essa produção, em sua maioria, é desenvolvida a pasto, a qual é considerada a forma mais sustentável e econômica, garantindo menores custos de produção, o que resulta ao produtor, uma maior margem de lucros.

1.2 Gramíneas hibernais para a produção de forragem

Embora existam muitas opções de recursos forrageiros disponíveis aos produtores, para cada ecossistema e perfil de sistema produtivo, há um numero restrito de forrageiras mais propícias. A caracterização de cada tipo de espécie depende da forma que na qual ela será

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utilizada. Assim, gramíneas com alta relação folha:colmo e de colmos finos são as mais indicadas para a produção de feno, por ter uma desidratação mais rápida e uma melhor qualidade de produto. Plantas com crescimento ereto com meristema apical mais facilmente eliminado pelo pastejo exigem freqüência de corte menor ou altura de corte mais elevada, ao contrario de plantas prostradas e forrageiras de maior porte que são menos indicadas para o pastejo de pequenos ruminantes e eqüídeos.

Entre as gramíneas de clima temperado que se consolidam como alternativas forrageiras efetivamente usadas nos sistemas de produção, a aveia preta (Avena strigosa Schreb.) é a de maior projeção em sistemas de integração lavoura-pecuária da região Sul, também utilizada em outros estados brasileiros (GERDES et al., 2005; FLOSS, 1988). O azevém (Lolium multiflorium Lam.) pode ser considerado a mais importante forrageira para o contexto agropecuário do Sul do Brasil, visto sua complementaridade de ciclo vegetativo com as pastagens naturais, alto valor nutritivo, facilidade de estabelecimento e excelente capacidade de ressemeadura natural.

1.2.1 Aveia preta

A aveia preta (Avena strigosa Schreb.) é uma gramínea da família das Poaceae, originaria da Europa. Espécie rústica, devido à tolerância à acidez nociva do solo, causada pela presença de alumínio. Possui uma excelente capacidade de perfilhamento e produção de massa verde. Tem se adaptado bem nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

É uma forrageira anual de inverno considerada precoce em relação à maioria dos cereais de inverno, e também mais que o azevém. Em consorciações, é utilizada com espécies como azevém, centeio, trigo, cevada, ervilha forrageira, ervilhacas, serradela, trevo branco, trevo vermelho, cornichão, trevo vesiculoso e trevo subterrâneo. Quando se visa o forrageamento até o fim da primavera e início do verão, pode-se consorciar a aveia preta com azevém e leguminosas, como: ervilhaca peluda, ervilhaca comum e trevo vesiculoso.

Pode ser utilizada em pastejo direto pelos animais, como capineira ou como forragem conservada na forma de feno ou silagem. É a cultura adequada para uso em sistemas de rotação de culturas como trigo, cevada, triticale e centeio, pois diminui a população de alguns patógenos que afetam esses cereais, tais como a podridão comum, Bipolaris sorokiniana e, também, pelo mal-do-pé, Gaemannomyces graminis var. tritici.

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Segundo Derpsch & Calegari (1992) desenvolve-se em regiões temperadas e nas subtropicais, sendo cultivadas tanto ao nível do mar como em altitudes de 1.000 a 1.300 m. Em invernos muito frios, apresenta uma taxa de crescimento reduzida devido que apresenta um ciclo produtivo mais longo no outono e na primavera.

A época de semeadura é de março a julho, dependendo da finalidade de uso. Em regiões mais quentes, não deve ser semeada precocemente devido ao risco de ataque de ferrugem e pulgões. Nessas regiões recomenda-se seu estabelecimento a partir de abril até maio.

Quando semeada em linha, recomenda-se o mesmo espaçamento usado para trigo (0,17 a 0,20 m). Para a produção de semente é indicada a densidade de 250 a 300 sementes aptas/m² e 350 a 400 sementes aptas/m² para duplo propósito (pastagem e produção de grãos) ou formação de pastagem singular. Segundo Fontaneli et al. (2009),quando semeado a lanço, deve-se usar pelo menos 20% a mais de semente e quando consorciada, indica-se de 50 a 60 kg/ha de semente.

De seis a oito semanas após a emergência, as plantas de aveia preta estarão com 25 a 30 cm de altura e com 700 a 1500 kg/ha de massa seca acumulada (Kg MS/ha). Segundo Fontaneli (1993), o pastoreio no sistema rotativo deve respeitar poucos dias de ocupação (1 a 3) e cerca de 30 a 35 dias de descanso. No sistema de pastoreio contínuo, é necessário ajustar a intensidade de pastejo para que os animais consumam de acordo com a taxa de crescimento da pastagem, deixando resíduo elevado, de pelo menos 1500 kg MS/ha.

As plantas devem ser pastejadas até a altura de aproximadamente 10 cm da superfície do solo, para que sejam mantidas as reservas na base da planta e boa área verde residual para que o rebrote seja vigoroso.

1.2.2 Azevém

O azevém anual (Lolium multiflorum Lam.) é uma espécie pertencente à família das Poaceae. A origem provável do azevém anual é o norte da Itália (SPEDDING & DIEKMAHNS, 1972). É uma espécie rústica e vigorosa, considerada naturalizada em muitas regiões sul-brasileiras, perfilha em abundância, produtiva, podendo superar as demais espécies de inverno quando bem fertilizada. Apresenta elevado valor nutritivo sendo uma das gramíneas mais cultivadas no Rio Grande do Sul.

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Possuiu uma característica importante que é a alta capacidade de ressemeadura natural, quando bem manejada ou a adequada utilização de adubação nitrogenada pode antecipar o ciclo do azevém.

É uma planta amplamente utilizada pelos produtores por apresentar uma boa produção de forragem, boa rebrotação, resistência ao pastejo e ao excesso de umidade; suporta altas lotações e tem alto valor nutritivo e boa aceitabilidade (CARÂMBULA, 1977). Segundo Derpsch & Calegari (1992), o azevém é uma planta anual de inverno, cespitosa, que pode crescer até 1,20 m e alcança em média 0,75 m de altura. É adaptada a temperaturas baixas (não resiste ao calor), a temperatura ótima para máximo crescimento situa-se ao redor de 20°C. Paralisa o crescimento com temperatura baixa e, por isso, apresenta desenvolvimento lento durante o inverno.

Adaptado a variados tipos de solo, prefere os argilosos à textura média e férteis. Tolera umidade, mas não resiste ao encharcamento. As raízes são superficiais (5 a 15 cm), e por isso, é sensível a estiagens.

O azevém é uma gramínea tolerante ao pisoteio e possibilita período de pastejo de até cinco meses. Das espécies forrageiras de inverno, é uma das que apresenta maior produção de forragem verde, sendo, entretanto, tardia, pois o rendimento é mais elevado a partir de setembro. Consorcia-se bem com espécies perenes como trevo branco, trevo vermelho e cornichão, assim como demais leguminosas como ervilhaca, serradela e trevo subterrâneo.

Pode ser utilizada em pastejo direto pelos animais, capineira ou forragem conservada (especialmente feno).

A época de semeadura é de março a junho. Em semeadura singular, usa-se 15 a 25 kg/ha de sementes, e quando consorciados, devem ser usados de 10 a 15 kg/ha.

O período de utilização varia de 60 a 180 dias. Inicia-se pastejo quando as plantas estão perfilhadas, em torno de 60 a 80 dias após emergência. De forma geral, o azevém pode ser pastejado a partir de meados de agosto. Em solos com ampla disponibilidade de nitrogênio, o inicio do pastejo pode ser antecipado.

De acordo com Salerno & Tcacenco (1986), azevém deve ser pastejado até a altura mínima de 5 a 7 cm. Conforme esses mesmos autores, o intervalo entre pastejos que propicia maior produtividade de massa seca de alta qualidade é de 4 a 6 semanas.

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1.3 Leguminosas hibernais para a produção de forragem

As leguminosas forrageiras de clima temperado, ou de produção hibernal, representam um dos grupos que causa o maior impacto na produção animal, principalmente pela aceitação e qualidade da forragem produzida. O rendimento de forragem, se comparado com outras espécies, principalmente tropicais, não é muito elevado, mas a sua qualidade em termos de conteúdo protéico e mineral, o consumo voluntário e a alta digestibilidade permitem ganhos de peso vivo e produções diárias de leite dificilmente superadas por outras espécies forrageiras (Paim, 1988).

O trevo-branco (Trifolium repens L.) é a espécie mais utilizada, seguida do cornichão (Lotus corniculatus L.), trevo-vermelho (Trifolium pratense L.). Não se trata de desestímulo a outras espécies que, por distintos motivos, perderam expressão, e sim de dar ênfase às “forrageiras de clima temperado que resistem ao tempo” e que, de uma forma ou outra, se consolidaram a despeito de todas as adversidades comumente encontradas.

1.3.1 Cornichão

O cornichão (Lotus corniculatus L.) é originário da Europa Meridional e Central, sua difusão no norte da África, na Ásia, Austrália e nas Américas bem atesta as caracteristicas de planta cosmopolita (MORAES, 1995). A história do cornichão, no Rio Grande do Sul, iniciou-se em 1940, a partir do desenvolvimento do cv. “São Gabriel”, caracterizado por folhas grandes, de crescimento ereto e indeterminado e sem rizomas (PAIM, 1988).

É uma leguminosa recomendada para formar pastagens perenes em regiões de clima temperado (BALL et al., 1996). É menos exigente em fertilidade e possui um valor nutritivo muito semelhante com o da alfafa. O crescimento, de modo geral, é ereto, embora, às vezes, possa apresentar-se prostrado (SEANEY & HERSON, 1970).

É uma planta tolerante à geada e ao frio, adaptada a diferentes tipos de regiões e solos do RS, especialmente regiões mais sujeitas a estiagens. É uma planta rústica, que se desenvolve melhor que a alfafa em solos moderadamente ácidos. É pouco tolerante ao sombreamento, sendo prejudicado em consorciações com espécies de porte alto e produtoras de grande massa de forragem. Apresenta estabelecimento lento, atingindo o máximo de sua produção somente depois de um ano, devido ser um competidor fraco no estádio inicial de crescimento, pois os colmos são fracos e tendem a acamar, a menos que estejam apoiados em outras espécies em consorciações.

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A época de semeadura recomendada é no início de outono (por haver menor concorrência com plantas invasoras) e na primavera (FONTANELI et al., 2009). Semeadura outonal permite que a planta aproveite o período de chuva e o frio para ampliar seu sistema radicular.

1.3.2 Ervilhaca

A ervilhaca (Vicia sativa L.) é originária do Sul da Europa, Norte da África e Ásia. É forrageira de ciclo anual e de clima temperado a subtropical, sensível ao frio, à deficiência hídrica e ao calor, embora muitas plantas tenham se adaptado a invernos rigorosos e secos (DERPSCH & CALEGARI, 1992). É a leguminosa mais cultivada no Sul do Brasil para cobertura do solo por proporcionar ampla adaptação. É uma das forrageiras utilizadas para alimentação animal nos estados sulinos. A forragem constitui importante alimento; geralmente, a quantidade de proteínas de folhas é aproximadamente o dobro da de caules. Quando destinada a animais, o pastejo deverá ser feito antes da floração (DERPSCH & CALEGARI, 1992).

Quando consorciado com gramíneas, como aveia preta e centeio, pelo habito de crescimento trepador, produz maior biomassa do que em cultivo solteiro (TOMM, 1990). Consorciações com aveia preta ou centeio, melhoram a qualidade nutritiva da pastagem para os bovinos. A ervilhaca produz até 6 ton MS/ha.

Embora, em alguns casos, possa perder parcialmente a parte aérea, apresenta expressiva capacidade de rebrote (FONTANELI et al., 2009).

A época de semeadura recomendada é de abril a maio. Quando semeadas a lanço ou em linhas, o espaçamento deverá ser de 0,20 m e uma profundidade de semeadura de 3 a 5 cm.

Devido à alta nodulação radicular com Rhizobium e eficiência de fixação simbiótica do nitrogênio atmosférico, é uma boa fonte de proteína para os animais e para o melhoramento do solo.

1.3.3 Trevo branco

O trevo branco (Trifolium repens L.) é originário dos países do leste do Mediterrâneo ou da Ásia menor. A sua dispersão pelos continentes foi dada a partir de colonizadores e ao pastejo animal por diferentes locais.

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É a leguminosa forrageira de estação fria mais usada para pastejo direto, em associações com gramíneas (BALL et al.,1996). Planta típica de clima temperado, não tolera elevada temperatura. Destaca-se pela alta produção de forragem e elevado valor nutritivo (DALL`AGNOL et al., 1982). Desenvolve-se bem em solos neutros e nos que contêm elevado nível de matéria orgânica. É razoavelmente tolerante à geada e vegeta bem à sombra.

Planta que se pereniza por ressemeadura natural, de crescimento prostado, caule estolonífero, com raízes pivotantes de até 0,30 m e em grande número, originadas em cada nó do estolão (FONTANELI, 2009). Por ser considerada uma planta bienal, renova-se pela emissão de estolões a cada estação de crescimento ou anualmente por ressemeadura natural quando há períodos de estiagem drástica durante o verão (BALL et al.,1996), comum nas regiões da campanha, depressão central e missões do RS. De forma geral, apresenta crescimento mais lento que o das gramíneas de clima temperado em temperaturas abaixo de 10 °C e mais rápido em temperaturas acima de 20 °C.

Planta adaptada a maioria dos solos, desde que úmidos ou sujeitos o regime de precipitações pluviais adequados. Recomendável pH superior a 6,0 e para a calagem e adubação, seguir recomendação da cultura (MANUAL..., 2004).

A época de semeadura recomendada é de abril a junho e em plantio direto. A profundidade de semeadura não deve ultrapassar 1,0 cm. A quantidade de sementes utilizadas de deve ser de 2 a 4 kg/ha.

Produz uma alta qualidade da folhagem sendo bem aceito por animais em todas as estações do ano, elevando o ganho de peso. Apresenta ótima produção e é tolerante ao pastejo e ao pisoteio (BALL et al., 1996). O pastejo deve ser iniciado quando as plantas formarem uma cobertura de solo uniforme (0,2 m de altura). Como apenas as folhas são forrageadas, o trevo branco oferece alimento muito protéico, e pode produzir até 6,0 toneladas por hectare de matéria seca (FONTANELI, 2009).Também é uma das leguminosas de inverno com o maior ciclo de produção e que, se perenizada vegetativamente, antecipa a produção de forragem no outono.

1.3.4 Trevo vermelho

O trevo vermelho (Trifolium pratense L.) é originária da Europa e Ásia (SMITH apud MONTARDO, 2002, p. 15), é uma planta rústica, palatável e nutritivo, sendo o mais intensamente cultivado nos países com produção pecuária. Admite múltiplos aproveitamentos, como corte, pastejo, feno, silagem e adubação verde (BALL et al., 1996).

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Um dos trevos mais cultivados nos países de clima temperado por ter uma alta produtividade e ao grande valor nutritivo, semelhante à alfafa. No sul do Brasil, está adaptado a variadas condições de solo e clima, e suas sementes maiores permitem um rápido estabelecimento e produção.

É uma leguminosa bienal ou perene de curta duração, mas, com verões secos, se torna anual. O hábito de crescimento é ereto, que alcança até 80 cm de altura. Os caules às vezes enraízam nos nós quando em contato com a superfície úmida do solo. Com ampla adaptação no estado, desenvolve-se em regiões mais amenas, como a Encosta do Nordeste, Serra do Sudeste e nos solos profundos da Campanha. Planta que apresenta boa produtividade em solos semiprofundos, drenados e de boa fertilidade. Os solos mais indicados são os argilo-arenosos com teor de matéria orgânica razoável.

Para uma boa produção e nodulação da raiz, o solo deve ter um pH de 6,0 a 7,0 e com um teor de alumínio baixo, sendo muito sensível à toxicidade de Mn. Portanto, é importante manter o pH acima de 5,7, pois a disponibilidade deste nutriente pode diminuir a parte deste pH (TAYLOR & QUESENBERRY, 1996).

A época de semeadura estende-se de abril a maio. A quantidade de semente varia de 8 a 10 kg/ha. Quando consorciado, podem ser usados de 6 a 8 kg/ha de semente.

1.3.5 Trevo vesiculoso

O trevo vesiculoso (Trifolium vesiculosum Savi), é originário na Europa. Destaca-se por produzir durante períodos mais longos do que os trevos anuais (BALL et al., 1996). Persiste por muitos anos por apresentar ressemeadura natural. Resiste bem à seca e apresenta alta produção de forragem, mas na primavera é mais tardio que os demais trevos.

É uma planta anual de inverno. Possuindo um caule de 0,60 m a 1,20 m de comprimento. Pode ser utilizado como melhorador de campo natural, juntamente com aveia preta ou com azevém, a lanço, após gradagem. Essa prática, só é recomendável quando o solo não tiver problemas com acidez nociva.

O estabelecimento é lento e a produtividade no primeiro ano de cultivo é tardia, atingindo seu máximo em setembro e dezembro. Do segundo ano em diante sua produção é antecipada, estando já no outono com elevados rendimentos. É uma espécie de porte elevado que produz bem em clima frio. Prefere solos leves, permeáveis e de boa profundidade, não aceitando solos muito úmidos.

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Em consorciações com diferentes gramíneas anuais de inverno as densidades de semeadura devem ser: trevo vesiculoso (5kg/ha), com aveia preta (80kg/ha), azevém (20 kg/ha) ou centeio (40 kg/ha). A época de semeadura estende-se de abril a maio.

Para esse tipo de planta deve ser feita a escarificação das sementes uma vez que em geral apresenta alta proporção de sementes duras devido à alta concentração de tanino. Depois de escarificadas, as sementes devem ser inoculadas com Rhizobium específico e peletizadas, o que proteje o inoculante e aumenta o diâmetro das sementes, facilitando assim a semeadura.

Resiste bem ao pisoteio e raramente produz timpanismo, possui um ótimo poder de recuperação, permitindo novos cortes ou pastejos a cada quatro ou seis semanas (FONTANELI, 2009). Em condições de boa fertilidade de solo e de condições hídricas consegue uma produção de até 10 toneladas de matéria seca por hectare.

1.4 Uso de consórcios

O uso de consórcios possibilita complementar e atingir melhores índices tanto de produção de matéria seca e de nutrientes, como também a ampliação do ciclo vegetativo das espécies.

Os cultivos são utilizados em áreas integradas com cultivos estivais (grãos ou pastos de verão), ou sobressemeadas em pastagens naturais (pastagens naturais melhoradas). A maioria das forrageiras de clima temperado é implantada como misturas ou consorciações, visando aumento de produção e valor nutritivo da forragem a ser ofertada.

Pastagens consorciadas reduzem as necessidades de alimentação suplementar na seca, reduzindo assim a perda de peso vivo; elevam o índice de fertilidade do rebanho; melhoram o estado sanitário do rebanho e aumenta a produtividade da gramínea, pois a presença da leguminosa equivale a uma adubação nitrogenada. Enfim, a gramínea entra com o fator quantidade e a leguminosa com o fator qualidade. As leguminosas somente passam a contribuir efetivamente na fixação do nitrogênio, quando participam com 40% da matéria seca produzida. De acordo com Jones (1974), considerando-se o potencial produtivo das leguminosas e sua estrutura foliar, pode-se afirmar que, para produzir 40% da matéria seca, elas teriam que participar com mais de 60% da cobertura vegetal.

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1.5 Benefícios de uso de leguminosas

As consorciações de gramíneas e leguminosas são, em geral, vantajosas na produção animal por proporcionarem maior rendimento de forragem do que cada espécie quando cultivada isoladamente. Isso esta relacionado com a distribuição estacional, que aumenta o equilíbrio na disponibilidade e à maior qualidade da forragem durante a estação de crescimento, resultando assim, em ganho na produtividade animal.

O rendimento animal é frequentemente relacionado à composição botânica da pastagem, principalmente ao conteúdo de leguminosas da dieta (MANNETJE et al., 1976).

Estas são capazes de manter alto conteúdo de N e alta digestibilidade da forragem, reduzindo a utilização de fertilizantes nitrogenados (interação da simbiose bactéria x leguminosa) e há uma melhora na qualidade da forragem consumida pelos animais, que é refletido em ganho de peso e produtividade. Não bastasse essa qualidade, as leguminosas proporcionam uma retenção da umidade do solo, uma maior concentração de matéria orgânica oriunda da queda de suas folhas e um enriquecimento nutritivo (proteína) da massa verde a ser pastada.

Segundo Moojen & Saibro (1981), estudando o efeito de regimes de corte sobre o rendimento e qualidade de misturas forrageiras de estação fria, concluíram que as misturas de azevém + trevo vesiculoso, com ou sem aveia, nos regimes de quatro a seis semanas, apresentaram maiores rendimentos totais de matéria seca, de matéria orgânica digestível e de proteína bruta, em comparação com as misturas de aveia + azevém + trevo encarnado e de azevém + trevo branco + cornichão.

A utilização de leguminosas em consorciações tem se mostrado bastante relevante, pois possibilita aumentar a qualidade da pastagem, permanece uma cobertura verde maior, fornece uma dieta diversificada aos animais e possibilitam utilizar espécies menos exigentes, produtivas e resistentes.

1.6 Persistência e perenização das forrageiras no sistema pastoril

O conhecimento das diversas características de cada forrageira é de suma importância para sua correta utilização, no intuito de garantir produtividade e perenidade das espécies, bem como lucratividade dos sistemas produtivos que as utilizam. Por meio da evolução das espécies, as forrageiras possuem características particulares resultando em uma grande

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diversidade das forrageiras relacionada com as características morfológicas e fisiológicas, as exigências climáticas, resistente à intensidade de pastejo, fertilidade do solo, entre outras.

Apesar de reconhecida à importância na fixação de nitrogênio (N) e alto valor forrageiro, a baixa persistência das leguminosas em sistemas de produção tem sido apontada como uma das principais causas de sua pequena representatividade – apenas 2% das áreas de pastagens no Brasil e algo semelhante no RS (DALL´AGNOL et al, 2002).

Essa baixa persistência e utilização estariam relacionadas a problemas de estabelecimento e manejo, com o baixo uso de corretivos e fertilizantes, desconhecimentos dos processos de inoculação e peletização de sementes.

Este estudo pretende contribuir na resolução de problemas encontrados nos produtores, como o vazio outonal onde a disponibilidade de forragem é limitada, além de oferecer uma dieta de nutrientes e minerais aos animais.

O objetivo do trabalho é testar qual a leguminosa que tem melhor desempenho nas consorciações com as gramíneas além de oferecer um maior ciclo da pastagem.

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2 MATERIAL E MÉTODOS 2.1 LOCAL, CLIMA E SOLO

O experimento foi conduzido em área experimental do Instituto Regional de Desenvolvimento Rural (IRDER), pertencente ao Departamento de Estudos Agrários (DEAg), da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), localizado no interior do município de Augusto Pestana/RS, no ano agrícola de 2010. O IRDeR está situado a 28º26’30” de latitude Sul e 54º00’58” de longitude Oeste no Meridiano de Greenwich e apresenta altitude de aproximadamente 298 metros.

O clima da região segundo a classificação de Köppen é Cfa, ou seja, um clima subtropical úmido, caracterizando-se por apresentar chuvas durante todos os meses do ano, com média anual de precipitação de 1600 mm/ano, com tendência de maiores precipitações na estação do outono-inverno. Os meses de janeiro e fevereiro são os meses mais quentes do ano, com temperatura superior a 30 ºC, enquanto que em junho e julho são os meses mais frios do ano, com temperatura inferior a 22 ºC (EMBRAPA, 2006).

O solo da área experimental pertence à unidade de mapeamento Santo Ângelo, classificado como Latossolo Vermelho Distroférrico Típico, originário do basalto da formação da Serra Geral, caracterizando-se por apresentar perfil profundo de coloração vermelha escura, textura argilosa com predominância de argilominerais 1:1 e óxi-hidróxidos de ferro e alumínio.

2.2 HISTÓRICO DA ÁREA

A área experimental foi utilizada com cultivo de grãos (soja) e pastagens (aveia + azevém anual) até o inverno de 2008. A partir dai a área foi mantida em pousio. Os consórcios foram estabelecidos seguindo as densidades de semeadura expostas na Tabela 1. Foi realizada análise do solo (Anexo A) e, a partir dela, calculadas as quantidades necessárias de adubo.

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Tabela 1. Espécies forrageiras e densidades de semeaduras utilizadas (SPV=sementes puras e viáveis). Augusto Pestana/2010.

Nome Comum Nome Científico kg ha-1 de SPV

Aveia Preta cv. Comum Avena strigosa 80

Azevém cv. São Gabriel Lolium multiflorum 20

Ervilhaca Vicia sativa 80

Trevo Vesiculoso Trifolium vesiculosum 8

Trevo Branco Trifolium repens 4

Trevo Vermelho Trifolium pratense 8

Cornichão Lotus corniculatus 8

2.3 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com três repetições. Cada bloco foi composto por seis unidades experimentais com dimensões de 5x4 m, com 0,5 m de bordadura inclusive. Os tratamentos utilizados e as legendas segundo as quais são referidos no decorrer do trabalho são apresentados na Tabela 2.

Tabela 2. Legendas e respectivas espécies forrageiras componentes dos tratamentos. Augusto Pestana/2010.

Tratamentos Legendas

Aveia preta + azevém Aveia preta + azevém

Aveia preta + azevém + trevo branco Trevo Branco Aveia preta + azevém + trevo vermelho Trevo Vermelho Aveia preta + azevém + trevo vesiculoso Trevo Vesiculoso

Aveia preta + azevém + ervilhaca Ervilhaca

Aveia preta + azevém + cornichão Cornichão

2.4 INSTALAÇÃO E CONDUÇÃO DO ENSAIO

Para a instalação do experimento foi realizada a delimitação da área, análise de solo, correção e adubação, dessecação de invasoras, inoculação das leguminosas. A semeadura foi realizada no dia 28 de maio de 2010, sendo a semeadura das gramíneas (aveia preta e azevém) realizada em linhas distantes de 0,20 m. As leguminosas foram semeadas a lanço, logo após a semeadura das gramíneas. A adubação de base utilizada foram 150 kg ha-1 de NPK (5-20-20) e foram aplicados 20 kg ha-1 de nitrogênio (na forma de uréia) após cada avaliação realizada (26/06, 18/08, 29/09 e 17/11/2010). Após cada avaliação de massas de forragem, toda a área foi roçada mecanicamente à uma altura média de 10 cm do nível do solo.

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2.5 VARIÁVEIS ANALISADAS

Foram avaliadas a massa de matéria seca (MS) total ou de lâminas foliares (kg ha-1 de MS) dos consórcios forrageiros e as massas de MS total ou de lâminas foliares residuais, em cada data de avaliação. Também foram calculadas as taxas de acúmulo de matéria seca total e de lâminas foliares dos consórcios (kg ha-1 dia-1 de MS), em quatro períodos.

As avaliações de massa de forragem foram realizadas sempre que as gramíneas atingissem alturas médias de 20-25 cm e deixando residual de 10 cm. Com o auxílio de um quadro metálico de 0,5x0,5 m (0,25 m2), procedeu-se o corte, com tesoura de esquila a 10 cm do solo, em dois pontos da área útil de cada unidade experimental. Em um destes pontos, adicionalmente, a forragem também foi coletada abaixo de 10 cm (até o nível do solo). As amostras coletadas a campo foram pesadas, e uma sub-amostra encaminhada ao Laboratório de Produção Vegetal da UNIJUI para a separação por espécie forrageira e invasoras e, daquelas, nos componentes lâminas foliares, colmos + bainhas e material morto + senescente. Após a separação, o material foi secado em estufa de ar forçado (50 °C) por, pelo menos, 72 horas e novamente pesado.

Com os pesos secos foram calculados os percentuais de matéria seca da forragem coletada e, assim, as massas de matéria seca total. Também foram calculados os percentuais de participação de lâminas foliares na matéria seca total e, a partir deles, as massas de matéria seca de lâminas foliares.

A massa de matéria seca (MS) (kg ha-1 de MS) residual total ou de lâminas foliares foram obtidas por cálculo direto a partir do peso do material seco em estufa e a massa matéria seca total ou de lâminas foliares dos consórcios forrageiros, em cada período de avaliação, foi calculada pela fórmula:

MMS = (MFn + MRn) , onde: MMS = massa de MS total ou de lâminas foliares do período ‘n’;

MFn = massa de MS total ou de lâminas foliares acima dos 10 cm no período ‘n’;

MRn = massa de MS total ou de lâminas foliares abaixo dos 10 cm no período ‘n’ (residual); As taxas de acúmulo de MS total e de lâminas foliares foram calculadas pela fórmula:

TA = (MFn+MRn-MRn-1)/dias(n:n-1) , onde: TA = taxa de acúmulo de MS total ou de lâminas foliares do período ‘n:n-1’;

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MFn = massa de MS total ou de lâminas foliares acima dos 10 cm na avaliação ‘n’ (final do período);

MRn = massa de MS total ou de lâminas foliares abaixo dos 10 cm na avaliação ‘n’ (final do período)(residual);

MRn-1 = massa de MS total ou de lâminas foliares abaixo dos 10 cm na avaliação ‘n-1’ (início do período)(residual);

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3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Na Tabela 3 são apresentados os resultados das taxas de acúmulo de matéria seca (MS) total dos consórcios testados. A inclusão de leguminosas não influenciou a taxa de acúmulo de matéria seca total nos consórcios, sendo obtidas médias finais, dos tratamentos e períodos, de 36,9 kg ha-1 dia-1 de MS. Em relação ao consórcio exclusivo de gramíneas, nota-se um acréscimo de 6,4 kg ha-1 dia-1 de MS no tratamento com ervilhaca (39,7 kg ha-1 dia-1 de MS) em relação à aveia preta + azevém (33,3 kg ha-1 dia-1 de MS). O desempenho da ervilhaca, em relação às demais leguminosas estudadas, pode estar relacionado com o rápido crescimento inicial atribuído à esta espécie, além de ser uma planta que quando consorciado com gramíneas, pelo hábito de crescimento trepador, produz maior biomassa do que em cultivo solteiro (TOMM, 1990).

O fato de não terem sido observadas diferenças significativas nas taxas de acúmulo de matéria seca total reforça uma característica considerada de forma geral para as leguminosas forrageiras de inverno – a baixa contribuição em produção de forragem, no ano de estabelecimento, pelo lento desenvolvimento inicial (baixa capacidade competitiva com as gramíneas).

Em relação ao cultivo exclusivo de gramíneas, a maior diferença numérica de valores, no último período experimental, é visualizada no consórcio contendo ervilhaca. Segundo Ball et al. (1996), a ervilhaca é tolerante ao pastejo e pisoteio, mas vários produtores e técnicos atribuem a esta leguminosa, na prática, baixa capacidades de recuperação pós pastejo direto, pois o hábito de crescimento trepador dificulta seu desenvolvimento até o fim do ciclo vegetativo. Para Fontaneli et al. (2009), embora, em alguns casos, possa perder parcialmente a parte aérea, a ervilhaca apresenta expressiva capacidade de rebrote. Neste estudo, porém, a forma de manejo da área experimental pode ter contribuído para o desempenho satisfatório. Por ter sido manejada com roçadas mecânicas, e não com pastejo direto, pôde-se preservar a integridade das plantas, permitindo rebrotes vigorosos e prolongamento do ciclo vegetativo.

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Tabela 3. Taxas de acúmulo de matéria seca total dos consórcios hibernais (kg ha-1 dia-1 de MS). IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010.

Tratamentos* 28/5-26/6 Taxas de acúmulo de matéria seca total dos consórcios 26/6-18/8 18/8-29/9 29/9-17/11 Médias** Trevo Branco Cornichão Ervilhaca Trevo Vermelho Trevo Vesiculoso Aveia Preta+Azevém 30,4 45,2 40,0 32,6 37,9 29,2 25,3 22,1 21,1 15,0 21,0 18,6 62,9 49,0 57,0 65,8 53,6 49,9 26,5 37,5 41,0 32,8 35,8 35,7 36,3 38,4 39,7 36,5 37,1 33,3 Médias** 35,8 20,5 56,3 34,9 36,9 CV (%) 22,1 36,3 15,5 26,5 - Pr>F 0,1853 0,6729 0,1760 0,5438 -

* Não foram verificadas diferenças estatísticas significativas, ao nível de 5% pelo teste de Tukey. ** Não foi realizado teste de comparação entre as médias gerais.

No tocante à utilização de pastagens de inverno por ruminantes em pastejo direto os períodos inicial (outono) e final (inverno-primavera) podem ser destacados como os mais limitantes em termos produtivos. Enquanto no período outonal a limitação alimentar dos animais se dá pela falta de qualidade das pastagens de verão remanescentes e pela baixa produtividade das pastagens de inverno (ainda pouco estabelecidas), na primavera o entrave está na baixa qualidade das gramíneas hibernais em estádio avançado de expansão de colmos, senescência, florescimento e/ou produção de sementes. No contorno destes fatores, devem-se buscar forrageiras hibernais que formem pastagens com comportamento perene, antecipando o ciclo produtivo no outono e prolongando sua participação na produção de forragem no período hiberno-primaveril.

Na Tabela 4 podem ser observadas as taxas de acúmulo de matéria seca de lâminas foliares dos consórcios e sua análise revela distinção entre as participações das espécies leguminosas na produção de lâminas foliares apenas no último período de avaliação. A taxa de acúmulo de lâminas foliares é uma característica importante a ser estudada, pois há preferência dos animais por esta fração da planta.

Aparentemente, nos três períodos anteriores, os valores de taxas de acúmulo de matéria seca de lâminas foliares (e, provavelmente, também os de matéria seca total) se devem à maior participação produtiva das gramíneas. No último período de avaliação (29/09 a 17/11/2010) as taxas de acúmulo de matéria seca de lâminas foliares dos consórcios formados com cornichão, ervilhaca, trevo vesiculoso ou trevo vermelho foram superiores ao cultivo exclusivo de aveia preta + azevém, demonstrando serem leguminosas a comporem consórcios promissores no prolongamento do período de pastejo primaveril. Vale destacar ainda que,

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apesar do consórcio com cornichão ter demonstrado maior estabilidade nas taxas de acúmulo de matéria seca total durante o período experimental, o com trevo vermelho apresentou maior estabilidade nas taxas de acúmulo de matéria seca de lâminas foliares, indicando ser este mais recomendado para a manutenção da qualidade da forragem ofertada.

Tabela 4. Taxas de acúmulo de matéria seca de lâminas foliares dos consórcios hibernais (kg ha-1 dia-1 de MS). IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010.

Tratamentos* 28/5-26/6 Taxas de acúmulo de matéria seca de lâminas foliares 26/6-18/8 18/8-29/9 29/9-17/11 Médias**

Trevo Branco 22,1 13,3 14,9 3,1 cd 13,3 Cornichão 34,7 13,2 21,0 4,8 bc 18,4 Ervilhaca 29,7 12,2 16,8 6,3 b 16,3 Trevo Vermelho 22,4 9,8 16,4 13,1 a 15,4 Trevo Vesiculoso 25,5 14,0 14,5 5,8 bc 14,9 Aveia Preta+Azevém 23,6 9,7 13,5 1,1 d 12,0 Médias** 26,3 12,0 16,2 5,7 15,1 CV (%) 22,7 38,0 30,5 18,7 - Pr>F 0,1446 0,7770 0,5317 <,0001 -

*Médias seguidas de letras minúsculas distintas, na coluna, apresentam diferença estatística significativa, ao nível de 5% pelo teste de Tukey. ** Não foi realizado teste de comparação entre as médias gerais.

Não foi verificado efeito significativo da inclusão de leguminosas no consórcio de aveia preta + azevém sobre as massas de matéria seca totais, em cada avaliação ou na média delas (Tabela 5). Este desempenho pode ser explicado pelas justificativas apresentadas para a variável taxa de acúmulo de matéria seca total, já que ambas estão intimamente relacionadas. Dentre os tratamentos com inclusão de leguminosas, o que mostrou maiores massas de MS total foi o com ervilhaca (média de 2242,6 kg ha-1 de MS). Segundo Fontaneli et. al. (2009), o estabelecimento do trevo vesiculoso é lento e a produtividade no primeiro ano de cultivo é tardia, atingindo seu máximo em setembro e dezembro.

Em geral, pode-se dizer que a massa de forragem total disponível aos animais foi superior nos consórcios com leguminosas em relação ao exclusivo de gramíneas. A ervilhaca, por exemplo, manteve, em média, 482,1 kg ha-1 de MS mais forragem total disponível e, o trevo vesiculoso, 234,2 1 kg ha-1 de MS, para cada avaliação realizada. Acumulando o acréscimo de massa de forragem total nas quatro avaliações realizadas, os consórcios com ervilhaca ou trevo vesiculoso produzem, em todo o ciclo, 1928,6 ou 937 kg ha-1 de MS a mais que o cultivo exclusivo do consórcio de gramíneas, respectivamente, ressaltando a importância de seu uso como alternativa forrageira.

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Foram verificadas diferenças significativas nas massas de matéria seca residuais totais apenas na primeira avaliação, sendo o consórcio com ervilhaca superior aos demais. Os demais consórcios não apresentaram diferenças significativas, mas valores intermediários ao consórcio com ervilhaca e o exclusivo de gramíneas foram encontrados para as associações com cornichão e os trevos vermelho e vesiculoso. A presença de maiores massas de forragem residuais nos consórcios com leguminosas, em relação ao exclusivo de gramíneas, pode contribuir para a melhor cobertura do solo no início do ciclo de utilização da pastagem e evitar efeitos erosivos da chuva ou alta ocorrência de espécies invasoras indesejáveis.

Tabela 5. Massas de matéria seca totais e massas de forragem residuais totais dos consórcios hibernais (kg ha-1 de MS). IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010.

Tratamentos* 26/6 18/8 Massas de matéria seca totais 29/9 17/11 Médias**

Trevo Branco 882,1 1516,5 3421,6 1906,4 1931,7 Cornichão 1308,9 1603,0 2658,2 2390,3 1990,1 Ervilhaca 1148,5 1799,4 3241,7 2781,1 2242,6 Trevo Vermelho 945,2 1193,2 3261,6 2228,7 1907,2 Trevo Vesiculoso 1098,4 1555,8 3005,1 2319,8 1994,7 Aveia Preta+Azevém 846,4 1171,6 2661,3 2362,8 1760,5 Médias** 1038,2 1473,2 3041,6 2331,5 1971,1 CV (%) 22,1 29,5 13,5 20,9 - Pr>F 0,1867 0,4811 0,1722 0,4577 -

Tratamentos* 26/6 Massas de forragem residuais totais 18/8 29/9 17/11 Médias** Trevo Branco Cornichão Ervilhaca Trevo Vermelho Trevo Vesiculoso Aveia Preta+Azevém 177,6 b 433,6 ab 680,0 a 394,8 ab 441,5 ab 184,2 b 780,8 600,2 849,2 497,9 752,8 565,8 608,1 551,6 772,6 621,9 565,8 614,0 - - - - - - 522,2 528,5 767,2 504,9 586,7 454,7 Médias** 385,3 674,4 622,3 - 560,7 CV (%) 38,4 32,4 23,3 - - Pr>F 0,0119 0,3626 0,5215 - -

*Médias seguidas de letras minúsculas distintas, na coluna, apresentam diferença estatística significativa, ao nível de 5% pelo teste de Tukey. ** Não foi realizado teste de comparação entre as médias gerais.

Os consórcios apresentaram diferenças significativas nas massas de matéria seca de lâminas foliares apenas na última avaliação (17/11/2010) (Tabela 6), reiterando a importância da adição de leguminosas nos consórcios com gramíneas hibernais para o aumento da produção de forragem de alta qualidade no período de primavera. Embora as médias gerais tenham sido inferiores aos demais períodos, os consórcios com cornichão, ervilhaca ou os

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trevos vesiculoso e vermelho foram superiores ao cultivo exclusivo das gramíneas. O consórcio com trevo vermelho apresentou maior massa de matéria seca de lâminas foliares neste período (818,4 kg ha-1 de MS), seguido do com ervilhaca (422,6 kg ha-1 de MS).

Foram verificadas diferenças significativas em todas as avaliações para as massas médias de matéria seca residuais de lâminas foliares (Tabela 6), o que revela a participação mais significativa das espécies leguminosas na produção de lâminas foliares neste estrato do dossel forrageiro. Tal desempenho pode estar relacionado ao fato de as leguminosas se encontrarem no primeiro ano de cultivo e ainda em estabelecimento, concentrando as produções de forragem nos estratos inferiores principalmente nos primeiros períodos de avaliação.

Tabela 6. Massas de matéria seca de lâminas foliares e massas de forragem residuais de lâminas foliares dos consórcios hibernais (kg ha-1 de MS). IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010.

Tratamentos* 26/6 Massas de matéria seca de lâminas foliares 18/8 29/9 17/11 Médias**

Trevo Branco 640,1 778,2 748,6 248,0 cd 603,7 Cornichão 1005,0 902,3 945,6 341,8 bc 798,7 Ervilhaca 862,0 1085,3 952,3 422,6 b 830,5 Trevo Vermelho 651,3 675,2 770,1 818,4 a 728,8 Trevo Vesiculoso 739,8 922,0 816,5 389,6 bc 717,0 Aveia Preta+Azevém 685,0 607,6 619,3 115,1 d 506,7 Médias** 763,9 828,4 808,7 389,3 697,6 CV (%) 22,7 31,8 29,3 14,6 - Pr>F 0,1435 0,3128 0,5361 <,0001 -

Tratamentos* 26/6 Massas de forragem residuais de lâminas foliares 18/8 29/9 17/11 Médias** Trevo Branco Cornichão Ervilhaca Trevo Vermelho Trevo Vesiculoso Aveia Preta+Azevém 73,9 b 204,0 b 436,4 a 159,1 b 182,1 b 92,0 b 124,0 abc 64,8 c 245,7 a 79,8 bc 209,4 ab 50,2 c 94,4 b 108,1 ab 112,7 ab 174,7 a 103,9 b 62,0 b - - - - - - 97,4 125,6 264,9 137,8 165,2 68,1 Médias** 191,3 129,0 109,3 - 143,2 CV (%) 41,0 39,0 22,5 - - Pr>F 0,0014 0,0018 0,0034 - -

*Médias seguidas de letras minúsculas distintas, na coluna, apresentam diferença estatística significativa, ao nível de 5% pelo teste de Tukey. ** Não foi realizado teste de comparação entre as médias gerais.

De forma geral, é atribuída às espécies leguminosas a característica de lentidão no desenvolvimento inicial da pastagem (estabelecimento), o que pode ser aumentado no cultivo

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competitivo com gramíneas precoces (como a aveia preta), sob adubação nitrogenada “significativa” (67,5 kg de N ha-1, neste estudo) e consorciado com espécies gramíneas responsivas à ela (como o azevém). É possível inferir que a inclusão das leguminosas nos consórcios influenciou apenas a produção “tardia” e no componente lâminas foliares, não figurando, contudo, resultados negativos, visto que a maioria delas é espécie capaz de formar pastagens perenes. É possível que, após perenizadas, vegetativa ou reprodutivamente, tais leguminosas consigam atingir maiores e mais distribuídas produções de massa de forragem, especialmente de lâminas foliares.

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CONCLUSÕES

O consórcio de aveia preta + azevém com qualquer uma das leguminosas testadas apresentou taxas de acúmulo de matéria seca total semelhantes ao consórcio exclusivo das gramíneas.

As taxas de acúmulo de lâminas foliares dos consórcios com leguminosas foram, em geral, superiores em relação ao cultivo exclusivo de gramíneas, o que comprova sua eficiência no prolongamento dos ciclos de utilização das pastagens por elas formadas.

O consórcio de aveia preta + azevém com as leguminosas forrageiras testadas não afeta a produção de matéria seca total em relação ao cultivo exclusivo de gramíneas, mas permite, em geral, maior produção de matéria seca de lâminas foliares no final do ciclo de utilização das pastagens.

A utilização de leguminosas consorciadas com aveia preta + azevém pode aumentar a massa de forragem residual total no início do ciclo de utilização da pastagem. Contudo, as massas de forragem residuais de lâminas foliares destes consórcios superam, em geral, o cultivo exclusivo com gramíneas.

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APÊNDICE A - Croqui da área experimental.

Blocos 4 m 4 m 4 m 4 m 4 m 4 m

III 5 m azevém + trevo Aveia preta + vermelho Aveia preta + azevém + trevo branco Aveia preta + azevém + ervilhaca Aveia preta + azevém + cornichão Aveia preta + azevém + trevo vesiculoso Aveia preta + azevém 2m Corredor

II 5 m Aveia preta + azevém + cornichão Aveia preta + azevém + trevo vermelho Aveia preta + azevém Aveia preta + azevém + trevo branco Aveia preta + azevém + ervilhaca Aveia preta + azevém + trevo vesiculoso

I 5 m azevém + trevo Aveia preta + branco Aveia preta + azevém + ervilhaca Aveia preta + azevém + trevo vermelho Aveia preta + azevém + trevo vesiculoso Aveia preta + azevém Aveia preta + azevém + cornichão

N

Figura 1. Croqui da área experimental. IRDeR/DEAg/UNIJUÍ, 2010.

APÊNDICE B – Imagens da área experimental.

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Figura 3. Demarcação dos blocos e das unidades experimentais. IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010.

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Figura 5. Aspecto da pastagem na primeira avaliação (26/06/2010). IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010.

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Figura 7. Materiais e aspecto da pastagem após as coletas. IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010.

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Figura 9. Aspecto da área experimental em 23/12/2010. IRDeR/DEAg/UNIJUí, 2010.

Figura 10. Aspecto do consórcio de aveia preta + azevém + trevo vermelho em 17/11/2010. IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010.

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Figura 11. Aspecto do consórcio de aveia preta + azevém + cornichão em 23/12/2010. IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010.

Figura 12. Inflorescências de trevo vesiculoso e trevo vermelho (17/11/2010), respectivamente. IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010.

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Figura 13. Unidades experimentais dos consórcios com trevo vesiculoso (esquerda) ou trevo vermelho (direita) em 23/12/2010. IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010.

Figura 14. Aspecto do consórcio de aveia preta + azevém + trevo branco em 23/12/2010. IRDeR/DEAg/UNIJUI, 2010.

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Referências

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