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Sofrimento psíquico dos trabalhadores da área da saúde

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL-UNIJUÍ

CURSO DE PSICOLOGIA LAIS ALTISSIMO

SOFRIMENTO PSIQUÍCO DOS TRABALHADORES DA ÁREA DA SAÚDE

IJUÍ 2019

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SOFRIMENTO PSIQUÍCO DOS TRABALHADORES DA ÁREA DA SAÚDE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Graduação em Psicologia do Departamento de Humanidades e Educação da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul- UNIJUÍ, como requisito parcial para a obtenção do

título de Bacharel em Psicologia.

Orientador(a): Tania Maria de Souza

IJUÍ 2019

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O presente trabalho de conclusão de curso (TCC) terá como ideia principal o assunto sobre sofrimento psíquico dos trabalhadores da área da saúde, sendo que, no primeiro capítulo, será contextualizada a história do trabalho e as suas diferentes formas ao longo do tempo e as formas de sofrimento. No segundo capítulo, serão abordados aspectos referentes à saúde mental do sujeito e a descrição do tipo específico de trabalho na área da saúde, sendo abordadas questões referente às políticas públicas e o que a falta de prazer na função desenvolvida pode desencadear na saúde do trabalhador.

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The present course conclusion paper (TCC), will have as main idea the subject about psychological suffering of health workers, and, in the first chapter, will be contextualized about the history of the work and its different forms over time. and forms of suffering, and in the second chapter, will be addressed the aspects related to the mental health of the subject and the description of the specific type of work in the health area, addressing issues related to public policies and what can be generated in a worker when he does not take pleasure in the function he is performing.

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1. INTRODUÇÃO...6 2. CAPÍTULO 1- HISTÓRIA DO TRABALHO E SUAS DIFERENTES FORMAS AO LONGO DO TEMPO

1.1.1 PSICODINÂMICA DO TRABALHO: SOFRIMENTO CRIATIVO E PATOLÓGICO...7

1.1.2 A HISTÓRIA DO TRABALHO E SUA

MODERNIZAÇÃO...7

1.1.3 O SUJEITO EM QUESTÃO: DESEJO E SOFRIMENTO NO TRABALHO...12

1.1.4 SOFRIMENTO CRIATIVO: O SOFRER COMO ARTE...17

3. CAPÍTULO 2- ASPECTOS REFERENTES À SAÚDE MENTAL DO SUJEITO E A DESCRIÇÃO DO TIPO ESPECÍFICO DE TRABALHO NA ÁREA DA SAÚDE

2.1SAÚDE DO

TRABALHADOR...19 2.2 SAÚDE MENTAL DO TRABALAHOR DA ÁREA DA SAÚDE...22

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS...27 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...29

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1. INTRODUÇÃO

A presente pesquisa tem como função principal fazer uma busca bibliográfica para entender a questão do sofrimento no trabalho na área dos trabalhadores da saúde, visando o sofrimento criativo e patológico. Para isso, são abordadas questões como etimologia do trabalho, o desejo colocado na função exercida, a transformação do sofrimento em arte e as políticas públicas. A partir disso, é feito um estudo sobre os processos de sofrimentos que acometem o sujeito, e de que forma ele pode fazer uso do seu sofrer para algo produtivo, ocupando uma posição em que é o protagonista de sua própria história.

Ao longo dos próximos capítulos, o tema será desenvolvido em cima de uma questão principal: O que o estresse do dia a dia pode acarretar na saúde mental do trabalhador que atua na área da saúde?

O primeiro capítulo aborda a história do trabalho; questões sobre o desejo e o sofrimento no trabalho e também do sofrimento criativo e patológico; e, por fim, o sofrimento criativo em relação às criações para as obras de artes. Os temas foram desenvolvidos com auxílio dos autores Christophe Dejours, Sigmund Freud e Suzana Albornoz.

O segundo capítulo será dividido em duas partes, sendo a primeira sobre a saúde mental do trabalhador, em âmbito geral, com dados coletados na Organização Mundial da Saúde (OMS), no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e no Jornal Estadão. A segunda parte é voltada a questões da saúde mental do trabalhador da área da saúde, que exercem funções administrativas - atividades relativas à organização das condições estruturais, financeiras, administração de pessoal e de serviços diversos nas instituições -, no sentido de que, apesar de eles não exercerem diretamente os cuidados com o usuário, estão em constante contato com os mesmos, intermediando relações com a direção e demais profissionais da área da saúde, viabilizando o acesso aos serviços.

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CAPÍTULO 1- HISTÓRIA DO TRABALHO E SUAS DIFERENTES FORMAS AO LONGO DO TEMPO

1.1 PSICODINÂMICA DO TRABALHO: SOFRIMENTO CRIATIVO E PATOLÓGICO

1.2 A HISTÓRIA DO TRABALHO E SUA MODERNIZAÇÃO

A palavra trabalho sofreu várias evoluções referentes ao seu significado ao longo da história. Segundo Albornoz (1994), na linguagem cotidiana a palavra trabalho tem muitos significados. Embora pareça compreensível, como uma das formas elementares de ação dos homens, o seu conteúdo oscila. Às vezes, carregada de emoção, lembra dor, tortura, suor do rosto, fadiga. Noutras, mais que aflição e fardo, designa a operação humana de transformação da matéria natural em objeto de cultura (ALBORNOZ, 1994, p. 8).

Em português, apesar de haver labor e trabalho, é possível achar na mesma palavra trabalho ambas as significações: a de realizar uma obra que te expresse, que dê reconhecimento social e permaneça além da tua vida; e a de esforço rotineiro e repetitivo, sem liberdade, de resultado consumível e incômodo inevitável. No Dicionário, aparece em primeiro lugar o significado de aplicação das forças e faculdades humana para alcançar determinado fim; atividade física ou intelectual, necessária a qualquer tarefa, serviço ou empreendimento; exercício dessa atividade como ocupação permanente, ofício, profissão.

Com base no significado exposto de que o trabalho gera reconhecimento social e permanência além da vida, podemos concluir que cargos preenchidos por meio de concursos públicos dão a alguns trabalhadores certos reconhecimentos, em função da dificuldade das provas e da ampla concorrência, já que através delas, muitos procuram estabilidade profissional (ALBORNOZ, 1994, p. 9).

Além de atividade e exercício, trabalho também significa dificuldade e incômodo: “aqui vieram passar trabalho”; “a última enchente deu muito trabalho”. Pois, junto a todas suas significações ativas, trabalho em português, e no plural, quer dizer preocupações, desgostos e aflições. É o conteúdo que predomina em labor, mas ainda está presente em trabalho. Isso se compreende melhor ao descobrir em que nossa língua a palavra trabalho se origina do latim tripalium, que era um instrumento

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feito de três paus aguçados, algumas vezes ainda munidos de pontas de ferro, no qual os agricultores bateriam o trigo, as espigas de milho e o linho, para rasgá-los e esfiapá-los. A maioria dos dicionários, contudo, registra tripalium apenas como instrumento de tortura, o que teria sido o significado originalmente ou se tornado depois. A tripalium se liga ao verbo do latim vulgar tripaliare, que significa justamente torturar (ALBORNOZ, 1994, p.10).

De todos os modos, os estudiosos supõem que a história da palavra trabalho se refere a passagem pré-histórica da cultura da caça e da pesca para a cultura agrária baseada na criação de animais e no plantio. Já, a significação que hoje é dada ao trabalho se refere a passagem moderna da cultura agrária para a industrial. Entre um e outro desses momentos surgiram as distinções clássicas descritas com palavras diversas, como ocupar-se, produzir, fazer, agir, praticar (ALBORNOZ, 1994, p.14).

O trabalho foi visto de diversas formas na história das civilizações, em que o primeiro estágio era o da economia isolada e extrativa, pois segundo Albornoz (1994), eram nessas comunidades isoladas, que o homem colhia o fruto produzido pela mata virgem, extraía o peixe dos rios e matava para comer o animal que se reproduziu e cresceu, sendo assim, o trabalho servia somente para a sua subsistência segundo a sua tradição (ALBORNOZ, 1994, p.16).

Com o estágio consecutivo, ao das economias isoladas, tem-se o tempo em que os homens inventaram ou descobriram a agricultura, que pode ter sido descoberta por acaso, pois quando um incêndio de floresta destrói a vegetação e expulsa a caça, as pessoas teriam observado que as sementes cresciam nas cinzas. Assim, tornou-se sistema regular limpar uma certa área de florestas através da queimada (ALBORNOZ, 1994, p.17).

Desenvolvendo a agricultura, a engenhosidade humana já perturba o equilíbrio da natureza. Descobrindo no plantio uma nova fonte de alimento para si e seus filhos, os homens se multiplicam. A expansão numérica leva a conquistar novas áreas de floresta para o cultivo. Como é necessário muito tempo para restaurar a plena capacidade de cultivo de uma faixa de floresta, a selva vai sendo destruída e transformada em mato rasteiro ou terra de pastagens (ALBORNOZ, 1994, p. 17).

Na Antiguidade já se tem notícia de povos marcadamente dedicados ao comércio, com os fenícios. Por toda a Idade Média, que do ponto de vista político pode-se dizer que apresenta retrocessos históricos, a economia avança. O comércio e as

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manufaturas proporcionam uma fonte de riqueza que não depende mais diretamente da propriedade da terra, embora dependa indiretamente do gasto excedente agrícola (ALBORNOZ, 1994, p.20).

Os mais bem-sucedidos entre tais comerciantes empregavam trabalhadores - artesões, carregadores, marinheiros, artistas, criados domésticos, e aos poucos se estabelece uma hierarquia baseada no dinheiro e um mercado onde os produtos agrícolas podem ser vendidos por dinheiro (ALBORNOZ, 1994, p. 20)

Inegavelmente, é a partir da Idade Média, que começa a ter resquícios de mais serviços empregatícios que visavam o lucro não apenas da agricultura, mas também através de outros produtos que poderiam ser comercializados, por exemplo, a seda e o algodão.

Segundo Albornoz, “com o surgimento da história medieval europeia bem na modernidade latino-americana, surgiu a burguesia, que ainda no mundo de hoje é a classe dominadora nas sociedades capitalistas” (1994, p.21). Trazendo esta afirmação para a realidade atual, observa-se que muitos trabalhadores pensam em primeiro lugar no retorno que terão, seja financeiro ou do ponto de vista satisfatório, pois, o que rege hoje em dia é o status e a estabilidade financeira, já que, ainda conforme Albornoz, são “determinantes pelas formas nas quais hoje se realiza o trabalho” (1994, p21) independentemente de como ele irá conseguir isso.

Passados alguns séculos, com a colonização de novos mundos levando riquezas para a Europa, e o uso da ciência nos modos de produção, ocorreu uma expansão do capitalismo, que resultou no que foi chamado de Revolução Industrial. Três estágios de desenvolvimento da tecnologia, segundo Albornoz, são reconhecidos desde o início da Era Moderna: a Revolução Tecnológica, no Século XVIII, com a invenção da máquina a vapor; o uso da eletricidade, no Século XIX, “que ainda continua a determinar a fase atual do reino do artifício humano” (1994, p.22); e, a automação, “que representa o estágio mais recente da evolução tecnológica: a invenção do computador, a Revolução Industrial do Século XX, ou a terceira onda da Revolução Industrial” (1994, p. 22).

O advento da automação coloca a possibilidade de uma humanidade liberta do fardo do trabalho, e talvez dentro de algumas décadas as fábricas pudessem estar vazias. [...] O indivíduo moderno encontra dificuldade em dar sentido à sua vida se não for pelo trabalho (ALBORNOZ, 1994, p. 23-24).

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Com a entrada das tecnologias, tudo se tornou mais fácil e ao mesmo tempo mais difícil, pois, antes era necessário sair de casa para ir ao trabalho, o que, hoje, dependendo da função exercida, não é mais necessário. Porém, com está forma de poder trabalhar em casa, o trabalhador acaba perdendo o sentido do lazer, da sua família, pois ele não tem descanso, uma vez que acaba ficando 24 horas do dia conectado ao seu emprego.

Além disso, Albornoz afirma que o “trabalho hoje é um esforço planejado e coletivo, pois o capitalismo monopolista invadiu regiões do Terceiro Mundo. O colonialismo cedeu a um lugar de imperialismo econômico” (1994, p. 25-26). A autora diz ainda que “cada vez mais as grandes massas passam a depender das grandes organizações e empresas para o seu trabalho, deixando cada vez mais o trabalho autônomo por um emprego em uma organização” (1994, p. 25-26). Com isso, podemos pensar que, alguns trabalhadores são designados a cargos que eles nunca pensariam exercer, e que, muitas vezes, nem são questionados se gostariam de trabalhar com aquela função. Entretanto, a grande maioria acaba ficando calada, por medo da demissão e, consequentemente, perder sua fonte de renda fixa.

Com o advento da tecnologia, e o crescimento demográfico aliado à expansão da ocupação urbana, no Século XX, grande parte da massa do campo se transferiu para as cidades.

O homem do campo se dirige à cidade em busca de emprego nesta produção moderna, que lhe acena com promessas de um serviço menos arriscado e dependente da natureza do que o labor no campo, e com possibilidades de usufruir do bem-estar que as cidades se vangloriam de possuir, embora não ofereçam a todos. (ALBORNOZ, 1994, p. 27)

Com a crescente urbanização, aumenta a demanda por empregos. Em meio a um cenário competitivo, em que há mais trabalhadores para um número restritivo de vagas, quando o sujeito consegue um emprego, seja por meio de uma contratação de emergência ou por um concurso público, acaba ficando no cargo que lhe foi estabelecido, pois se ele não aceitar, poderá ser difícil de conseguir outro.

Porém, nessas cidades modernas, não se tem a separação entre lugar de trabalho e lugar de moradia, pois apesar de existirem metrôs ultra-rápidos para se chegar no trabalho com mais facilidade, não tornam o lugar do trabalho mais próximo de casa, da família ou do lugar de onde ficariam as crianças. Porém, esta não é a única separação que caracteriza o trabalho atual. Na linha de montagem na fábrica, como nos corredores de secções

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especializadas dos labirintos burocráticos, separam-se as partes do processo de produção de um objeto, de um projeto, fazendo com que o trabalhador entenderá apenas uma função a exercer. Com isto, o trabalho é alienado ao trabalhador, porque o mesmo não o domina e nem o detém (ALBORNOZ, 1994, p.33-34).

Segundo Albornoz apud Marx (1994),

O homem se aliena, ou seja, vende sua força de trabalho a outrem, a quem ele outorga e a quem passa pertencer o seu trabalho e o produto deste – ambos igualmente alienados -, assim, esta relação alienada do homem com seu trabalho e produto gera uma relação correspondente do capitalista com o trabalho, que é a propriedade privada (ALBORNOZ, 1994, p. 36).

Portanto, podemos concluir que o trabalhador vende a sua força, sua inteligência ou sua habilidade para determinada função em uma empresa visando seu sustento e de sua família, e, por consequência disso, a empresa cresce em cima de sua capacidade produtiva. Porém, muitas vezes esses trabalhadores não são reconhecidos da maneira que deveriam ser, se tornando assim, apenas mais uma peça da empresa que visa o lucro.

E esse quadro, segundo Albornoz, nos leva “a uma das características mais decisivas do mundo do trabalho em que vivemos, que é a submissão ao capital, aos interesses dos capitalistas e dos proprietários” (1994, p. 40-42). Ou seja, a força de trabalho se torna uma mercadoria. “As pessoas se percebem como alegres robôs que não tem efetivo poder de decisão sobre o mundo em que trabalham” (ALBORNOZ, 1994, p.40-42).

A partir do exposto, conclui-se que, os trabalhadores que atuam na área da saúde, não pensando somente em um contexto hospitalar, mas também em um contexto administrativo, já que também mantêm contato com pacientes, que, muitas vezes, estão impacientes ou agressivos em função de uma doença fisiológica deles ou de alguém próximo, acabam que deixando suas posições de “robôs”, nos quais seriam uma máquina que segue somente comandos e protocolos, e passam a ter um olhar mais humanizado sobre aquele sujeito que está sofrendo, por enfrentar uma situação que pode ser nova e que lhe causa medo e sofrimento, dando-lhe lugar.

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1.3 O SUJEITO EM QUESTÃO: DESEJO E SOFRIMENTO NO TRABALHO

O ser humano, ontologicamente é um ser que sofre. Sabemos através da teoria psicanalítica, desde Freud, que temos conflitos internos e conflitos em relação ao outro; essa relação conflitiva pode gerar sofrimento em diversas esferas da vida, inclusive no trabalho. Freud (2011, p.20) em seu livro O Mal-Estar na Civilização diz que o sofrimento pode vir de três lados: o do próprio corpo, que fadado ao declínio e à dissolução não pode dispensar a dor e o medo como sinais de advertência; do mundo externo, que pode nos afetar de certa forma destruidora; e, da relação com os outros seres humanos, que seria a fonte que mais causa sofrimento.

É nesse terceiro ponto que podemos relacionar os trabalhadores da área da saúde, que acabam desenvolvendo atividades junto a pacientes, no atendimento ao público, seja em recepções e consultórios, e aqueles que atuam em áreas administrativas nas instituições, dentro de suas salas, mas que podem vivenciar esse sofrimento proporcionado pelo outro sujeito, que, muitas vezes, está alterado em função da dor ou pela busca por algum encaminhamento mais demorado – comum ao sistema.

Para Dejours (1992), a criança desde cedo tem um primeiro contato com as questões do trabalho, com as experiências e sofrimentos dos pais nessa esfera. Muitos acreditam que por ser ainda pequena, a criança não entende o que está acontecendo, mas ela entende e sofre juntamente com seus pais. Entretanto, essas situações geram angústias que não podem ser compreendidas e, portanto, sanadas pela criança, e que mais tarde, na vida adulta, acabam ressurgindo.

Dejours (2011) afirma que o sofrimento começa quando o rearranjo da organização do trabalho não é mais possível. Ou seja, quando a relação do trabalhador com a organização do trabalho é bloqueado, o sofrimento começa: a energia pulsional que não acha descarga no exercício do trabalho se acumula no aparelho psíquico, ocasionando um sentimento de desprazer e tensão. Mas, a clínica mostra que essa energia não pode aqui permanecer por muito tempo e, quando as capacidades de contenção são transbordadas, a energia recua para o corpo, nele desencadeando certas perturbações que não são profundamente diferentes das que acabam sendo descritas como testemunhas da angústia ou da onda de agressividade (DEJOURS, 2011, p. 29).

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A partir deste pensamento elaborado pelo autor, podemos considerar o fato de que, muitas vezes, aquele trabalhador considerado estúpido ou grosseiro com os pacientes, ou na outra ponta, visto como preguiçoso e apático, na verdade, está passando por algum grau de sofrimento, acumulado ao longo do tempo, proporcionado por sua delicada relação com o sujeito que acessa o serviço de saúde, na maioria das vezes afogado e moroso, que nem mesmo ele se dê conta do tamanho do sofrimento que enfrenta, tendo atitudes cotidianas que denunciam que alguma coisa está errada, mas sendo ele próprio incapaz de percebê-las como um sinal de angústia, de exaustão.

Dejours aponta ainda que o sofrimento pode ter dois destinos: o patogênico e o criativo. O sofrimento patogênico aparece quando todas as margens de liberdade na transformação, gestão e aperfeiçoamento da organização do trabalho já foram utilizadas.

Isto é, quando não há nada além de pressões fixas, rígidas, incontornáveis, inaugurando a repetição e a frustração, o aborrecimento, o medo, ou o sentimento de impotência. Quando foram explorados todos os recursos defensivos, o sofrimento residual, não compensado, continua seu trabalho de solopar e começa a destruir o aparelho mental e o equilíbrio psíquico do sujeito, empurrando-o lentamente ou brutalmente para uma descompensação (mental ou psicossomática) para a doença. (DEJOURS, ABDOUCHELI & JAYET, 1994, p.137).

Já o sofrimento criativo, ocorre quando a dor é transformada em criatividade, contribuindo com a identidade do indivíduo. “Ele aumenta a resistência do sujeito ao risco de desestabilização psíquica e somática. O trabalho funciona então como um mediador para a saúde” (DEJOURS, ABDOUCHELI & JAYET, 1994, p.137).

No momento em que o sujeito se depara com uma situação de angústia ou insatisfação decorrente do trabalho, elabora estratégias de defesa, gerando um sofrimento velado que acabará aparecendo em forma de alguma sintomatologia, que se apresentará de formas diferentes, dependendo da profissão, ambiente de trabalho e, principalmente, da própria subjetividade de cada trabalhador. Mendes cita Dejours (1990), o qual define as estratégias defensivas como um mecanismo pelo qual o trabalhador busca modificar, transformar e minimizar sua percepção da realidade que

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o faz sofrer. Este processo é estritamente mental, já que ele não modifica a realidade de pressão patogênica imposta pela organização do trabalho.

Segundo Dejours e Abdoucheli (1990), as estratégias defensivas funcionam através de um retorno da relação subjetiva com as pressões patogênicas. De vítimas passivas, os trabalhadores colocam-se na posição de agentes ativos de um desafio, de uma atitude provocadora ou de uma minimização diante da dita pressão patogênica. A operação é estritamente mental, já que ela geralmente não modifica a realidade da pressão patogênica.

As estratégias defensivas funcionam como regras, sendo que toda regra precisa de um consenso ou de um acordo compartilhado, e são respeitadas por indivíduos coletivamente. Mas, essa regra cessa, a partir do momento em que os sujeitos não desejam mais fazê-la funcionar de comum acordo (DEJOURS& ABDOUCHELI, 1990 p.128).

Dejours (1992) diferencia dois tipos de estratégias de defesas: a coletiva e a individual. As defesas constituídas pelo coletivo de trabalhadores, para funcionar, requer a participação de todos os membros do coletivo, em que, “essas defesas foram dados os nomes de defesas coletivas e de ideologias defensivas de profissão” (p.154). Já as defesas individuais

Foi reconhecido um lugar importante para a repressão pulsional, principalmente nas tarefas repetitivas na organização cientifica do trabalho.[...] Ora, essa defesa preside o surgimento de doenças no corpo (e não o surgimento de doenças mentais) em respostas as pressões organizacionais (DEJOURS.1992 p.154)

Dentro da área da saúde, alguns mecanismos de defesa podem ser encontrados, como as constantes trocas de funções; e o erro em procedimentos, que resulta em algumas situações: ou a cobrança exagerada de si mesmo ou negação do ato, ou a busca incessante por um culpado, apontando para os demais colegas de trabalho. O impacto que os sofrimentos causam no aparelho psíquico perpassa não só pela mente, mas também pelo corpo, ocasionando doenças psicossomáticas, que são aquelas que apresentam sintomas físicos e que não têm origem ou causa identificada em exames. Ou seja, são dores que não têm causa aparente ou que aparecem sem que tenha havido alguma razão conhecida e que não se curam nem mesmo com o uso de remédios. Isso se dá porque as doenças psicossomáticas não possuem

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causas físicas e, sim, emocionais. Para que o sofrimento no trabalho se transforme em prazer, se faz necessária uma investigação acerca das relações existentes entre a satisfação do indivíduo na realização de seus desejos e do comportamento que lhe é imposto pela organização, ou seja, até que ponto o sujeito pode vincular seu desejo ao que lhe proporciona satisfação pessoal, sem que isso comprometa suas tarefas no trabalho, podendo, com isso, atingir a eficiência organizacional?

O trabalho é constituinte do sujeito perante o meio social e pode fazer com que aconteça a subordinação, para que haja uma formação social. Todavia, esta situação pode fazer com que as pessoas se tornem opressoras de seus sentimentos, criando a esperança de que socialmente a sua vida possa melhorar, e que, com isso, o sujeito realiza o que é de sua obrigação, mas sem nenhum estimulo favorável psiquicamente encontrado, colocando assim, sua satisfação pessoal em segundo plano. A estabilidade social que é encontrada em exercícios cooperativos é, por vezes, desgastante e desestimulante com o funcionário, como um meio empresarial sugador de mão de obra e um assalariado dependente de um salário constituinte de status social, tornando assim uma busca individual por segurança.

Contudo, nem sempre o trabalho acontece de forma subordinada, em alguns casos, é realizada conversa com o sujeito com o objetivo de lhe oferecer outra função em que possa ter um melhor desempenho, ou ele mesmo busca por essa troca/mudança, pois tem maior identificação com determinada área ou função, que não é aquela ocupada até então. A partir disso, é possível que aconteça o processo sublimatório, sendo que para a psicologia, o conceito de sublimação é caracterizado como um processo psíquico insólito graças ao qual as pulsões encontram uma saída dessexualizada no campo social.

A sublimação diz respeito essencialmente á pulsões ditas “parciais”, isto é, aquelas que não são submetidas a autoridade e ao primado genital. Trata-se, portanto, de elementos perversos da excitação sexual; qual é seu destino, uma vez que o trabalho não oferece nenhuma possibilidade sublimatória? O último ponto referente à sublimação: este processo psíquico aparece estreitamente ligado a dimensão narcisista do Ego. A Sublimação é indissociável das exigências do Ideal trazidas pelo Ideal do Ego. (DEJOURS, JAYET, 1994 p.37)

A sublimação, portanto, é caracterizada, em resumo, por três elementos: se dá no campo social e notadamente no trabalho; é sempre associada às aspirações

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narcisistas; é animada pela parte perversa da sexualidade (DEJOURS, JAYET, 1994 p.37).

Portanto, podemos pensar que a constituição sexual a partir da perversão polimorfa da criança pode ter três diferentes resultados: perversão, recalque e a sublimação, o qual se produz um sintoma que se desencadeia a neurose e a sublimação, na qual dentro do trabalho pode ocorrer disposições artísticas, como por exemplo, obras de artes, poemas, músicas, etc.

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1.4 SOFRIMENTO CRIATIVO: O SOFRER COMO ARTE

O prazer e o sofrimento estão associados na relação de trabalho através do processo de sublimação, que recomeça sempre numa operação contínua de reversão do sofrimento. Segundo Mendes (1995) o trabalho pode ter o lugar de sofrimento ou prazer, mas de uma mudança interna das situações e da organização nesse trabalho, essa dinâmica vai produzir relações subjetivas que são permitidas na organização do trabalho. Dejours (1996) menciona que:

O sofrimento pode ter como consequência a criação de uma defesa, expressada através da criatividade usada para transformar esse sofrimento, aumentando a resistência do trabalhador ao risco de desestabilização psíquica e somática, o trabalho funciona assim, como mediador da saúde. Nesse caso tem-se o sofrimento criativo.

O indivíduo na posição criativa sente necessidade de descobrir, experimentar e transformar de maneira criativa prática e com soluções inéditas frente às situações do seu trabalho. Dessa forma, sua criatividade pode ser promovida pela inteligência coletiva ou individual, que proporcionam o surgimento de estratégias defensivas, aliviando o sofrimento psíquico. Quando o uso dessa criatividade é barrado, ou já foram usados todos os mecanismos possíveis sem alivio da pressão, o sofrimento patológico se instala no sujeito, pois ocorre um desequilíbrio psíquico. Nesse caso o trabalho irá funcionar como mediador da desestabilização, da fragilidade e da saúde. O processo da transformação do sofrimento em criatividade é psicodinâmico, portanto, frequente, já que o sofrimento é constantemente imposto pela realidade da vida, pelas obrigações sociais e culturais. É apenas no teatro do trabalho, em diversas situações de trabalho, uma após outra, experimentando reconhecimento em reconhecimento, que o sujeito terá condições oportunas para alcançar o sofrimento criativo pela ressonância simbólica e com o espaço público. O indivíduo pode fazer de seu trabalho um teatro de luta para negociar” seu sofrimento e buscar sua identidade. (DEJOURS, 1996). Quando o sujeito reimpressa sua história do passado para o presente consegue significar o que era desconhecido, como seus desejos, angústias e fantasias inconscientes. É preciso reconstruir as lacunas do seu percurso, compreendendo as suas histórias do passado, trazendo á tona esses desejos e angústias, para criar a possibilidade de alcançar o sofrimento criativo, trazendo criatividade para sua vida profissional. O sofrimento criativo pode acarretar em obras de arte, manifestações em prol de um aliviamento psíquico, ou até mesmo trabalho social.

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Assim, Freud realizou uma análise sobre a vida e as obras de Leonardo da Vinci, relendo suas obras, através de sua posição de psicanalista, podendo assim atribuir traços a sua personalidade artística, conseguindo diluir aspectos psíquicos encontrados diversas vezes em suas pinturas e invenções, que estavam muito adiante de seu tempo. Da Vinci tem como propósito em suas obras transcrever fantasias infantis, trazendo como marcas das mesmas lembranças sublimadas que constituem inconscientemente a formação psíquica singular dele.

Deixando sem solução a enigmática expressão no rosto de Mona Lisa, vamos anotar o fato inegável de que o seu sorriso, que tanto fascina todos os que têm contemplado durante esses quatro séculos, exerceu também poderoso fascínio sobre Leonardo. Dessa data em diante, o sorriso cativante reaparece em todos os seus quadros assim como nos de seus alunos. Sendo a Mona Lisa de Leonardo um retrato, não cremos que lhe tivesse imprimido, por sua própria inspiração, característica tão expressiva à sua face - característica que não lhe pertence realmente. Torna-se, portanto, inegável concluir que ele encontrou esse sorriso em seu modelo e ficou por ele tão enfeitiçado que daí por diante reproduziu-o em todas as criações livres de sua fantasia. (FREUD, 1910)

Freud analisou todas as obras encontradas sobre a vida de Da Vinci. A partir desta análise, o sorriso desenhado em Mona Lisa e em outras de suas obras como Sant’Ana com Dois Outros, são lembranças de sua mãe, de quem foi separado ainda na infância - se tornando inconscientemente seu traço mais enigmático.

Leonardo Da Vinci, Van Gogh e Frida Kahlo são artistas de grande referência para a história, sujeitos que marcaram por suas obras, histórias de vida, e, principalmente, por transformar todo seu sofrimento em criatividade, em arte.

É importante ressaltar que esta criatividade é a transformação do sofrimento do sujeito, ou seja, é preciso o olhar do profissional para ela, porque por trás das belas ideias e da boa produtividade ainda há um sofrimento. Aqui, é possível associar o termo Workaholic, usado a primeira vez por W. Oates (1971), que significa “vício do trabalho”. Hoje, o termo é usado para as pessoas que se dedicam exclusivamente ao trabalho, extremamente produtivas, criativas e perfeccionistas; mas que acabam tendo sérios problemas nas relações de trabalho e familiares, por estarem “viciadas” no trabalho.

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CAPÍTULO 2- ASPECTOS REFERENTES A SAÚDE MENTAL DO SUJEITO E A DESCRIÇÃO DO TIPO ESPECÍFICO DE TRABALHO NA ÁREA DA SAÚDE

2.1 SAÚDE DO TRABALHADOR

Ao longo do tempo, as mudanças no mundo do trabalho juntamente com o surgimento de novas tecnologias trouxeram reestruturações no ritmo de trabalho físico e também sobrecarga cognitiva. Este contexto tem trazido consequências para a saúde do trabalhador, alertando o setor saúde quanto à interferência na dimensão individual e coletiva dos processos mentais dos trabalhadores. Segundo o Jornal Estadão, o Brasil está no topo da taxa de doenças mentais na comparação com países como Estados Unidos, Nova Zelândia, França, Holanda, Alemanha, Itália e Japão. De acordo com dados da OMS e IBGE, a doença mental já é a segunda causa de afastamento do trabalho e apresentou um aumento de 20 vezes, nos índices de uso de auxílio-doença na última década, e 44% dos funcionários apresenta alguma doença mental.

A primeira legislação aprovada foi em 1919, o Decreto Legislativo nº 3.724, que trata da indenização por acidente de trabalho. Atualmente, as ações em saúde do trabalhador são desenvolvidas num esforço intersetorial pelo Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Ministério da Saúde (MS). Mais tarde, em 30 de outubro de 1984, foi aprovada a Convenção número 155, que trata da segurança e saúde dos trabalhadores, visando prevenir os acidentes e os danos à saúde relacionados ao trabalho, sejam aqueles decorrentes diretamente do trabalho ou que apareçam no transcorrer dele.

As questões referentes à saúde do trabalhador foram abordadas na Carta Magna nos art. 7º e art. 200º referindo-se, respectivamente, aos direitos dos trabalhadores urbanos e rurais e as competências do Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2001, o MS lançou o 31º Manual de Doenças Relacionadas ao Trabalho, e, em 2004, a Política Nacional de Saúde e Segurança do Trabalhador (PNSST). Além disso, o MS, em 19 de setembro de 2002, publicou a Portaria nº 1.679, que institui a Rede Nacional de Atenção à Saúde dos Trabalhadores (Renast) que assegura ao trabalhador acesso aos serviços na atenção básica, nos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador

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(Cerests), e na assistência de média e alta complexidade, complementada, posteriormente, pela Portaria nº 2.728, de 11 de novembro de 2009 (RIBEIRO, 2012). A Lei Orgânica da Saúde nº 8.080/90 toma como princípio básico que “a saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, o trabalho...”. É no artigo 6º, parágrafo 3º, que a Lei Orgânica da Saúde regulamenta a Saúde do Trabalhador:

Entende-se por Saúde do Trabalhador, para fins desta Lei, o conjunto de atividades que se destina, através de ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho. (CREPOP, 2008, p.20)

Para estabelecer um vínculo entre saúde e trabalho, é preciso compreender que o ambiente de trabalho vai além do espaço físico em que ele se processa, compreende as condições de vida no local de trabalho, que envolvem tanto as características do próprio lugar quanto elementos relacionados a atividades em si.

Em uma sociedade extremamente capitalista que visa o lucro e o acúmulo de capital, ocorre uma precarização do ambiente de trabalho, legitimando duras condições no exercício das funções visando apenas o alcance de metas, e submetendo os trabalhadores a intenso desgaste físico e psicológico, resultando no fato incontestável de adoecimento pelo trabalho.

Frente a isso, o Ministério da Saúde estabeleceu a Portaria nº 104, de 25 de janeiro de 2011, que traz entre outras doenças e agravos, aqueles relacionados à saúde do trabalhador, constando no anexo III da referida Portaria, devendo tais agravos ser notificados nacionalmente, inclusive, os transtornos mentais relacionados ao trabalho (BRASIL, 2011). A relação saúde mental e trabalho tem sido objeto de estudos que buscam investigar como as várias formas de organização do trabalho interferem nas tarefas cotidianas dos trabalhadores, que podem colocar em risco a sua saúde. Compreende-se que a ação laboral pode produzir prazer ou sofrimento no trabalhador nas mais diversas ocupações. De modo geral, todo trabalhador quando inserido numa organização de trabalho está exposto a diversas cargas físicas e/ou mentais que geram desgastes. Logo, fica claro que as questões que tratam da saúde mental do trabalhador ainda são insuficientes na legislação brasileira, mesmo, “sendo

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os transtornos mentais e comportamentais a segunda causa de adoecimento entre trabalhadores” (MARTINS, 2014).

Isso porque, constata-se que, no Brasil, as questões de saúde mental ainda são ausentes nas normativas de saúde do trabalhador. Apesar de os TMRT serem agravos de notificação compulsória, as ações neste âmbito ainda são voltadas ao sofrimento, sem considerar a transversalidade do processo de trabalho, no que tange a comunhão entre trabalhadores, aspectos materiais, físicos, químicos, biológicos, culturais e organizacionais. No cerne da questão, a NR 17 – Ergonomia – faz uma referência aos riscos psicossociais, ao considerar que “as condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado” (BRASIL, 1990).

Ressalta-se, contudo, que os riscos psicossociais não possuem controle jurídico e não são classificados nem como agentes de periculosidade e nem insalubridade, sendo, atualmente, considerado por estudiosos, agentes de penosidade, porém, denominação ainda não aceita nas normativas nacionais.

O que se vê, no Brasil, é uma forte iniciativa de articulação das ações de saúde mental do trabalhador com a Vigilância em Saúde do SUS, por intermédio da Renast, tendo os Cerests como centro articulador. Conciani e Pignatti (2015) fazem uma ressalva, ao apontar que esta tentativa ainda perpassa por ações assistemáticas, isoladas e pontuais, o que favorece a medicalização do adoecimento mental, a culpabilização e vitimização do trabalhador e a individualização do sujeito, além de naturalizar as condições e a organização do trabalho.

Com este quadro, concluímos que as políticas públicas relacionadas à saúde mental do trabalhador ainda são muito recentes, enquanto que, na outra ponta, a cada ano aumentam as estatísticas relativas ao adoecimento do trabalhador no contexto do trabalho. Também é possível perceber que, essas políticas públicas ainda estão enfraquecidas no Brasil, e que, apesar de ter centros de apoio à saúde mental, muitos deles acabam não dando conta da demanda que aumenta a cada ano.

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2.2 SAÚDE MENTAL DO TRABALHADOR DA ÁREA DA SÁUDE

Este capítulo aborda a saúde mental do trabalhador da área da saúde, em que muitos deles não são capacitados para exercer determinada função, além de, muitas vezes, serem colocados em cargos sem ter o mínimo conhecimento para desenvolver a atividade. Esses tipos de situações fazem com que se encontrem em momentos complicados, por exemplo, quando se deparam com pacientes em condições vulneráveis e, muitas vezes, agressivos, intolerantes e exigindo atendimento imediato. Quando o trabalhador precisa enfrentar essas situações sem suporte adequado, muitas vezes não suportando a pressão, no longo prazo podem desencadear algum tipo de doença do trabalho.

Sabemos que, atualmente, crescem as estatísticas de doenças mentais relacionadas ao trabalho, sendo que os transtornos mentais relacionados ao trabalho, ocupam o terceiro lugar nas causas dos benefícios concedidos pela Previdência Social para doenças no trabalho (GUIMARÃES,2009; INSS,2014).

O estresse diário dos servidores públicos, os quais lidam com atividades relativas a organização das condições estruturais, financeiras, administração de pessoal e de serviços diversos nas instituições, são muito altos, pois apesar de não lidar diretamente com os usuários, estão em constante contato com os mesmos, intermediando relações com a direção e demais profissionais da área da saúde. Como foi citado anteriormente, Freud fala em relação as três formas de sofrimento, e que, a terceira que forma, seria a relação com outros seres humanos, e que é a que mais causa sofrimento, sendo que, esta forma é bem visível com os trabalhadores da área da saúde, pois diariamente eles podem ou não estar lidando com contato direto com outras pessoas.

Por se tratar de uma atividade tão abrangente, estes trabalhadores assumem diferentes atribuições em seu processo de trabalho, podendo atuar em distintos setores institucionais, realizando tarefas relacionadas à administração e gestão. Desenvolvem suas atividades nos setores de almoxarifado, administração geral, departamento pessoal, financeiro, farmácia, central de regulação, entre outros.

Devido à indefinição sobre suas funções e a não inserção em uma categoria profissional específica, são contratados em cargos diversos, como por exemplo, auxiliares administrativos, técnicos administrativos, agentes de serviços operacionais, entre outros. Geralmente estas atividades são exercidas por trabalhadores com

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diferentes níveis de escolaridade, sejam aqueles com nível fundamental ou superior. A formação profissional ocorre principalmente no cotidiano dos serviços, sem capacitação formal correspondente.

Por se tratar de diversas áreas, quando estes servidores prestam o Concurso Público para determinada cidade, e são aprovados, eles assumem o cargo que lhes é oferecido, ocorrendo que, muitas vezes, sequer são questionados se gostariam de atuar naquela função, ou então, em qual das funções se identifica mais. Assim, aceitam o cargo, visando à estabilidade financeira, por exemplo.

Para Sennet (2006), a constante flexibilização das relações de trabalho trouxe mais desigualdade e uma “nova geografia no poder”, pois a estrutura das instituições foi desmontada. Até alguns anos atrás se pensava em ganhos de longo prazo, mas agora a estratégia é por ganhos imediatos, por essa razão, aponta a perda do prestígio moral da estabilidade do trabalho. “Como em gerações anteriores, o valor atribuído pela maioria ao seu próprio trabalho depende de seus resultados na família e na comunidade” (p.72).

Com a entrada das novas tecnologias e com esta constante flexibilização, em longo prazo, o trabalho pode se tornar exaustivo, seja pelo prolongamento da jornada para além de um determinado número de horas por dia ou por semana, seja pela elevação do grau de intensidade laboral, seja isoladamente, seja em modo combinado com o aumento da produtividade, e ainda mediante formas de flexibilização da jornada.

O caos no Sistema de Saúde brasileiro tem gerado transformações e deformações nas situações de trabalho dos profissionais da saúde, acarretando repercussões à saúde dos próprios trabalhadores da área. Através do estrangulamento do mercado de trabalho, e sem outras soluções individuais ao seu alcance, estes trabalhadores são impulsionados, por suas necessidades de sobreviver, a aceitar múltiplas atividades, e não têm a segurança de um descanso anual remunerado (férias e 13º salário) ou mesmo de uma aposentadoria digna, a exemplo do que ocorre atualmente com magistrados, políticos e outros. Com isto, podemos relacionar os profissionais que trabalham em hospitais, como técnicos em enfermagem, enfermeiros e médicos, os quais assumem plantões de 24 horas ou até mais para poder conseguir uma renda maior, possibilitando suprir as suas necessidades mensalmente. (CORDEIRO, RAZZOUK & LIMA, 2015 p. 08-09).

O trabalho do profissional da saúde está desprovido de valorização, de

significação, de reconhecimento, e tem sido fonte constante de ameaças à integridade física e\ou psíquica. Em sua carreira profissional, muitas vezes, é impedida a mudança de posição, como ascensão ou readaptação, vindo assim a desenvolver um

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sofrimento patológico, que, como citado anteriormente, ocorre quando o sujeito não encontra mais formas de enfrentar as dificuldades impostas por seu ambiente de trabalho, assim podendo desenvolver patologias como transtornos de ajustamento, reações ao estresse, síndrome do esgotamento profissional (burnout), até depressões graves e incapacitantes, crises de angústias, de ansiedade, dependência química severa e suicídio. “Há também as saídas para um modo mais violento dirigido ao outro como apatia, irritabilidade, frieza e agressividade” (CORDEIRO, RAZZOUK & LIMA, 2015, p. 120).

Segundo os autores Cordeiro, Razzouk & Lima, com relação ao trabalho na atenção básica de saúde, foram avaliados 4.749 profissionais da atenção básica das regiões Nordeste e Sul do país, e constataram uma prevalência de transtornos psiquiátricos menores de 16%, variando de 10% a 18,8% entre as categorias profissionais, sendo maior entre outros trabalhadores de nível médio e agentes comunitários de saúde (18,8% e 18,4%, respectivamente) e menor entre outros profissionais de nível superior (10%) (CORDEIRO, RAZZOUK & LIMA, 2015 p.144). Segundo Cordeiro, Razzouk & Lima apud Nogueira-Martins,” um conjunto de fatores tem contribuído para o aumento do estresse profissional na área da saúde no Brasil, dentre eles a perda do caráter liberal da profissão, o acelerado desenvolvimento tecnológico e mudanças normativas e culturais (2015, p.145) .Apesar dos avanços, parece haver certo consenso de que os sistemas de saúde, tanto na esfera pública como privada, atravessam uma crise e observa-se um sentimento de insatisfação, tanto por parte dos usuários, quanto de seus trabalhadores.

Para os pacientes, o lugar que esses profissionais ocupam podem ser de professores, juízes ou até mesmo pai de família, pois eles representam figuras que sintetizam o campo de saber, e que, segundo Cordeiro, Razzouk & Lima “ é um saber sobre a lei, portanto o certo e o errado, saber sobre a saúde, portanto sobre o bom funcionamento do corpo e outras normatividades construídas no percurso civilizatório humano (2015 p. 146).

Como foi mencionado anteriormente, os pacientes procuram respostas nestes profissionais da saúde para saber o que pode-se fazer em relação aquilo que eles está passando A dúvida, a falta de confiança e a insistência em pôr à prova o saber

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do profissional minam a força do mestre, ele não terá consistência reconhecida em sua interpretação da teoria e da lei.

De acordo com Cordeiro, Razzouk & Lima apud Nasio (1991), “significantes mestres são aqueles ao redor dos quais fundam-se as instituições, com seus modos de funcionar, regras e valores. A partir destes significantes são construídas as referências sociais que assegurariam uma convivência civilizada“. (2015 p.146) Lacan (1985) dirá de importantes efeitos psicológicos relacionados ao que chamará de declínio social da imago paterna, elemento que teria grande importância na formação do eu, na construção de ideais e articulação de funções psíquicas como repressão e sublimação.

Um grande número de efeitos psicológicos nos parecem depender de um declínio social da imago paterna. Declínio condicionado pelo retorno de efeitos extremos do progresso social no indivíduo. (p. 60)

(...) Nossa experiência nos leva a designar sua determinação principal na personalidade do pai, sempre carente de alguma forma, ausente, humilhada, dividida e postiça. É essa carência que (...) vem não só exaurir o impulso instintivo como também prejudicar a dialética das sublimações. (p. 61)

A exigência de um saber total e uma postura impecável ainda é grande, na verdade nunca esteve tão forte, apesar da desvalorização e questionamento, busca-se nos mestres declinados a resposta para as aflições humanas, pois o fato de termos mais acesso a informações e mais tecnologia disponível não dá conta do mal-estar na civilização, que é constitutivo. Ou seja, apesar das tecnologias que existem hoje, de novos recursos, ainda não é possível encontrar respostas para tudo e para todos. Segundo Freud (2006):

O que chamamos de felicidade no sentido mais restrito provém da satisfação de necessidades represadas em alto grau, sendo, por sua natureza, possível apenas como uma manifestação episódica...Nossas possibilidades de felicidade sempre estão restringidas por nossa própria constituição. (p. 84) Consequentemente disso, segundo Cordeiro, Razzouk & Lima “ proposta à qual este mestre furado responde é de um impossível, o sujeito que se presta a curar deve sustentar o incômodo do que sobra de não saber, de não cura, não adaptação, de inesperado, de mal-estar estrutural da experiência humana” (2015 p.149). Há a cobrança de comportamento e saúde ideais, pois além de poder oferecer alívio, tratamento, orientação ao outro, o profissional de saúde deverá desempenhar o papel

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de saudável, ativo, feliz, ou espera-se dele que o faça, ou seja, os pacientes sempre esperam que este profissional saiba tudo em relação á o que ele está enfrentando, pois até pela questão do status da profissão, eles não são permitidos errar ou não saber algo.

“Nesse sentido, ao profissional que cuida do sofrimento do outro não é permitido sofrer. O estresse da categoria encontra sua causa, não raro, em uma excessiva auto -cobrança, por meio da responsabilização onipotente pelas dificuldades ou insucessos nos tratamentos aos pacientes, que são experimentados como fracassos do profissional” (CORDEIRO, RAZZOUK & LIMA, 2015 p.149).

A partir disso, muitos dos trabalhadores acabam adoecendo, entrando na ordem do sofrimento patológico, pois como se encontram em um estresse diariamente, muitos não conseguem achar uma válvula de escape para aquele sofrimento, que, cada vez mais, vai se acumulando, fazendo com que o trabalhador adoeça, e com isso, desenvolvendo diversas patologias, conforme citado anteriormente.

A partir dos contextos apresentados, podemos concluir que, os profissionais da área da saúde acabam adoecendo por diversos fatores, como jornadas de trabalhos longas para conseguir dar conta de suas demandas; por assumirem funções que, muitas vezes, não dão conta de suportar; e, também, por muitas vezes serem colocados em posição de detentores do saber, sendo pressionados por pacientes a terem respostas para suas aflições e de forma imediata.

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4.CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo da presente pesquisa foi possível concluir, a partir da pergunta inicial - O que o estresse do dia a dia pode acarretar na saúde mental do trabalhador na área da saúde? - que muitos trabalhadores da área acabam desenvolvendo algum tipo de patologia por conta do estresse.

No primeiro capítulo foi trabalhada a contextualização da história do trabalho ao longo do tempo, as formas de sofrimentos e os destinos que podem assumir. Já no segundo capítulo, foram abordadas questões referentes às políticas públicas em relação à saúde mental e também à saúde mental dos trabalhadores da área da saúde, sendo que, por meio dos estudos realizados, observa-se que, a cada ano, crescem os índices de sofrimento mental.

A urbanização cada vez mais demanda empregos. Neste cenário, ao conseguir uma vaga, o trabalhador se adapta ao que lhe foi oferecido, principalmente no caso de concursos públicos, que geram estabilidade profissional e financeira. Muitas vezes, nessa euforia de conseguir um espaço no mercado de trabalho, acabam atuando em funções para as quais não possuem formação, preparo técnico ou psicológico, acarretando, com o tempo, sérios problemas de saúde, que vão desde o físico, com sintomas psicossomáticos, até o mental, com o desenvolvimento de alguma patologia. Dentre as dificuldades que esse trabalhador pode enfrentar no decorrer do tempo, está a dificuldade de se relacionar com o público, que muitas vezes está impaciente, agressivo, em busca de respostas, dentre outros fatores.

Algumas patologias que podem ser desencadeadas a partir desse estresse diário são transtornos de ajustamento, reações ao estresse, síndrome do esgotamento profissional (burnout), até depressões graves e incapacitantes, crises de angústias e de ansiedade, além de dependência química severa e suicídio. Há também as saídas para um modo mais violento dirigido ao outro como apatia, irritabilidade, frieza e agressividade

Podemos pensar também que, a partir da presente pesquisa, foi possível observar que o trabalhador da área da saúde, ele entra em um sofrimento patológico por conta de várias questões estressantes que eles enfrentam no seu dia a dia. Porém, o trabalho não representa somente sofrimento, mas como também prazer, em que,

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apesar de que ele possa encontrar dificuldades no seu ambiente de trabalho, ele vai elaborar alguma forma para suportar isso. Desta maneira, uma forma de processo sublimatório que podemos perceber em trabalhadores que atuam no âmbito da saúde, é que muitas vezes eles trabalham para alguém e com alguém em também.

Para a presente pesquisa, também se foi pensado em trabalhar a questão da burocracia, pensando na lógica de encaminhamentos de exames e consultas solicitados pelos médicos e também se foi pensado em relatar sobre alguma patologia especifica que estes trabalhadores podem vir a desenvolver. Porém, iria fugir de mais da pergunta inicial que foi proposta.

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