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A influência dos fatores sócio-afetivos e características comportamentais de adolescentes no processo ensinoaprendizagem de língua estrangeira inglês

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DHE – DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO

CURSO DE LETRAS – HAB. LÍNGUA INGLESA E RESPECTIVAS LITERATURAS

A INFLUÊNCIA DOS FATORES SÓCIO-AFETIVOS E CARACTERÍSTICAS

COMPORTAMENTAIS DE ADOLESCENTES NO PROCESSO

ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA INGLÊS

TAINARA CRISTINA TAMIOZZO

Ijuí/RS 2011

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TAINARA CRISTINA TAMIOZZO

A INFLUÊNCIA DOS FATORES SÓCIO-AFETIVOS E CARACTERÍSTICAS

COMPORTAMENTAIS DE ADOLESCENTES NO PROCESSO

ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA INGLÊS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao DHE – Departamento de Humanidades e Educação, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Unijuí, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em Letras – Hab. Língua Inglesa e Respectivas Literaturas.

Orientador: Prof. Jairo de Oliveira

Ijuí/RS 2011

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A Banca Examinadora abaixo-assinada aprova a Monografia:

A INFLUÊNCIA DOS FATORES SÓCIO-AFETIVOS E CARACTERÍSTICAS

COMPORTAMENTAIS DE ADOLESCENTES NO PROCESSO

ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA INGLÊS

Elaborada por

TAINARA CRISTINA TAMIOZZO

Ijuí (RS), ____ de Dezembro de 2011.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________ Orientador: Prof. Jairo de Oliveira

___________________________________________ Prof. Ms. Rosane Catarina Dalenogare

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DEDICATÓRIA

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AGRADECIMENTOS

- A Deus que esteve presente em minha caminhada acadêmica, pela sua benção e força para enfrentar os obstáculos encontrados na minha vida.

- Agradeço aos meus pais Luiz e Fátima Tamiozzo, pelo apoio e incentivo, pela ajuda financeira para que eu pudesse realizar meu sonho de obter uma graduação. - Ao meu noivo Sandro Machado Zago, por sua ajuda e companheirismo.

- Ao Prof. Jairo de Oliveira por ter me orientado neste trabalho e pelo apoio imprescindível no desenvolvimento das pesquisas realizadas.

- Aos demais professores, que compartilharam seus conhecimentos comigo, me ajudando e incentivando no decorrer do curso. Agradeço em especial a Prof. Ms. Rosane Catarina Dalenogare, por sua amizade e dedicação, por sua imensa bondade, obrigado por tudo que fizestes por mim.

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A INFLUÊNCIA DOS FATORES SÓCIO-AFETIVOS E CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS DE ADOLESCENTES NO PROCESSO ENSINO-

APRENDIZAGEM DE LÍNGUA ESTRANGEIRA INGLÊS

TAINARA CRISTINA TAMIOZZO Orientador: Prof. Jairo de Oliveira

RESUMO

O presente trabalho visa esclarecer como e de que maneira os fatores sócio-afetivos e características comportamentais de adolescentes influenciam no Processo Ensino-Aprendizagem de Língua Estrangeira Inglês. Através de estudos, podemos perceber que tanto os fatores sócio-afetivos como as características que os adolescentes apresentam em relação ao seu comportamento em uma aula de Língua Estrangeira Inglês são decisivos para sua aprendizagem de uma segunda língua. Cada fator interfere de uma maneira, afetando o processo de aprendizagem do adolescente. Para entender melhor a questão, foi realizado um estudo de caso com cinco aprendizes, além disto, foi elaborado um questionário a fim de entender melhor os fatores sócio-afetivos em relação aos aprendizes avaliados, após foi designado um fator sócio-afetivo para cada aluno. Com isso, foram esclarecidas as questões pertinentes ao assunto deste trabalho de pesquisa monográfica e foram propostas maneiras para que esses problemas possam ser resolvidos e ou amenizados, de forma a proporcionar um bom Processo de Ensino-Aprendizagem de Língua Estrangeira Inglês.

Palavras-chave: Fatores Sócio-Afetivos; Características Comportamentais de Adolescentes;

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THE INFLUENCE OF SOCIO-AFFECTIVE FACTORS AND BEHAVIORAL CHARACTERISTICS OF TEENS IN THE PROCESS OF TEACHING-

LEARNING ENGLISH AS A FOREIGN LANGUAGE

TAINARA CRISTINA TAMIOZZO Orientador: Prof. Jairo de Oliveira

ABSTRACT

This paper aims to clarify how and in what way the socio-affective and behavioral characteristics of adolescents influence the teaching-learning process of English as a Foreign Language. Through studies, we can see that both the socio-affective characteristics and the ones that teenagers have about their behavior in a class of English as a Foreign Language are crucial for learning a second language. Each factor interferes in a way, affecting the learning process of the adolescent. To better understand the issue, we performed a case study with five apprentices, in addition, a questionnaire was designed in order to better understand the affective factors evaluated in relation to the apprentices, after it was appointed a socio-emotional factor for each student. Thus, the relevant issues to the subject of this research have been clarified, and it was proposed some ways so that these problems can be solved or mitigated and, in order to provide good teaching-learning English as a Foreign Language.

Key words: Socio-Affective Factors; Behavioral Characteristics of Adolescents; The

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 8

1 CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS DE ADOLESCENTES ... 13

1.1 Atitudes ... 13

1.2 Personalidade ... 17

2 FATORES SÓCIO-AFETIVOS NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM DE LEI ... 20

2.1 Ansiedade ... 21

2.2 Auto-estima ... 23

2.3 Motivação ... 24

2.4 Inibição ... 26

2.5 Capacidade de Correr Riscos ... 27

2.6 Medo e Preocupação ... 28

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ... 31

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 31

4.1 Aprendiz 1: Inibição ... 33

4.2 Aprendiz 2: Ansiedade ... 36

4.3 Aprendiz 3: Capacidade de Correr Riscos ... 38

4.4 Aprendiz 4: Medo ... 40 4.5 Aprendiz 5: Auto-Estima ... 41 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 44 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 46 ANEXOS ... 48 Anexo 1: Questionário ... 49

Anexo 2: Questionário 1: Aprendiz 1 – Inibição ... 51

Anexo 3: Questionário 2: Aprendiz 2 – Ansiedade ... 53

Anexo 4: Questionário 3: Aprendiz 3 - Capacidade de correr riscos ... 55

Anexo 5: Questionário 4: Aprendiz 4 – Medo ... 57

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INTRODUÇÃO

Os fatores sócio-afetivos são de grande importância no desenvolvimento do Processo Ensino-Aprendizagem (doravante PEA) de Língua Estrangeira Inglês (doravante LEI), pois cada aprendiz tem sua personalidade, e isso facilita ou impede seu aprendizado de LEI. A forma como o adolescente se comporta em sala de aula é a maneira como a aprendizagem de LEI será desenvolvida. O seu comportamento se dá a partir das suas atitudes, lembrando que, cada aprendiz tem suas particularidades e carrega consigo fatores sócio-afetivos, problemas familiares ou com a sociedade, o que faz com que ele tenha dificuldade em se relacionar em sala de aula, de falar, ouvir, ler, escrever a LEI. Por essas e outras conseqüências que permeiam o seu cotidiano, é a partir disto que o adolescente se sente desencorajado, não tem vontade de aprender a LEI.

Conforme a monografia de NOWACZYK (2007), através das citações de ARNOLD e BROWN (1999), podemos perceber que, o termo afetivo, segundo ARNOLD e BROWN (1999), tem relação com aspectos do nosso emocional, pois não é somente a razão que influencia nossos atos, mas a emoção também tem um papel importante no desenvolvimento do processo da aprendizagem. Mas, é importante destacar que o termo sócio-afetivo quer dizer mais, isto se refere não somente as emoções, mas sim as influências da nossa sociedade, da forma como vivemos e tudo que está relacionado à nossa vida.

Em relação ao processo ensino-aprendizagem de Língua Estrangeira (doravante LE) verifica-se a seguinte informação:

Ensinar uma LE implica, pois, em uma visão condensada e freqüentemente contraditória (uma imagem composta) de homem, da linguagem, da formação do ser humano crescentemente humanizado, de ensinar e aprender uma outra língua, visão essa emoldurada por afetividades especificas do professor em relação ao ensino, aos alunos, à língua-alvo, aos materiais, à profissão e à cultura alvo. Aprender uma LE, por outro lado, abrange igualmente configurações especificas de afetividade (motivações, capacidade de risco, grau de ansiedade, pressão do grupo) com relação

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a essa língua-alvo que se deseja e/ou necessita aprender. Os interesses, e até mesmo ocasionais fantasias pessoais, vão ser atendidos ou frustrados ao longo do processo de ensino-aprendizagem. Dessas configurações de afetividades podem surgir motivação ou resistência em variadas matrizes (ALMEIDA FILHO, 2002:15). Para BROWN (2000), os fatores de personalidade contribuem para o sucesso da aprendizagem de línguas. Assim, cada aprendiz tem uma personalidade a qual condiz com suas atitudes em sala de aula, ou seja, suas características comportamentais.

Alunos adolescentes têm atitudes diferenciadas, devido ao fato de estarem na fase da adolescência onde tudo muda, o corpo está mudando, os pensamentos passam a ser diferentes, o mundo é visto com outros olhos. As atitudes se transformam nesta fase da vida, então, é preciso saber como trabalhar com tudo isso para que tantas mudanças não prejudiquem o PEA de LEI. É preciso saber a realidade de cada adolescente para então entender suas opiniões e forma com que age em uma aula de LEI, e a partir disto trabalhar de maneira diferente com alunos adolescentes que estão propícios a agir de forma diferenciada em uma aula de LEI, pelo fato de pensarem que uma LE não é importante nas suas vidas, ou até mesmo acharem que por sofrerem com fatores sócio-afetivos não são capazes de aprender a LEI. O professor pode então atuar de forma a propiciar uma boa aprendizagem de LEI, tendo conhecimento do que prejudica e influencia o PEA de LEI.

Em relação aos aprendizes jovens destaca-se que:

However, as any children’s teacher will know, it is not so much the children’s age that counts in the classroom as how mature they are. There are many factors that influence children’s maturity: for example, their culture, their environment (city or rural), their sex, the expectations of their peers and parents. The approach and type of activity that you decide to use with a class will be influenced by your knowledge of their circumstances, attitudes, and interests rather than simply by the children’s physical age (PHILIPS, 1997:5).

Segundo HURLOCK (1979), o adolescente define o quão importante a aceitação social é para ele, e isso resulta em suas atitudes e em seu comportamento. O adolescente vê a si próprio como os outros o vêem e o conceituam.

Outra questão a ser definida é que, muitas vezes além de o professor desconsiderar ou deixar de analisar a vida do adolescente que tem dificuldades na aprendizagem de LEI, ele esquece o quão importante é o aluno primeiramente saber o que é uma LE, e por que é importante que ele aprenda a LEI. Muitas vezes o professor se preocupa com conteúdo, deixando de ajudar o aluno que tem dificuldades na sua aprendizagem por causa dos fatores sócio-afetivos e características comportamentais. A partir do momento que o professor tiver

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conhecimento de o porquê seu aluno tem problema na aprendizagem de LEI, ele poderá buscar uma solução para isto através de atividades que auxiliem o aprendiz.

De acordo com KRASHEN (1982 apud RICHARDS e RODGERS, 1997), pesquisas que confirmam uma gama de variáveis afetivas, estão ligadas ao sucesso na aquisição de uma LE. Segundo o autor o estado emocional dos aprendizes ou atitudes é um filtro ajustável no qual o input, ou seja, as amostras da linguagem que o professor traz para a sala de aula poderão ser adquiridas facilmente ou ser impedidas. Segundo esta hipótese, a aquisição de LE dependerá do estado emocional do aprendiz, se as configurações do seu filtro afetivo estão baixas, ocorrerá à aprendizagem. Caso contrário haverá mais dificuldade para se estabelecer uma compreensão do insumo lingüístico.

No entanto, os professores podem promover filtros afetivos baixos quando buscam a baixa ansiedade entre alunos, proporcionando na sala de aula um espaço mais prazeroso para a aprendizagem.

Sabendo que, nos dias atuais há uma grande preocupação com a influência que os fatores sócio-afetivos e características comportamentais ocasionam no PEA de LEI, é preciso considerar os fatores que estão presentes na vida do aprendiz, tanto na adolescência e vida pessoal, quanto no ambiente sala de aula. O aluno adolescente pode ter ou não determinadas atitudes no seu cotidiano, ou somente nas aulas de LEI. Então, quando se tem um contato maior com o aprendiz, quando se proporciona metodologias que auxiliem na solução de problemas que são gerados por fatores sócio-afetivos e/ou características comportamentais e que resultam em uma má aprendizagem, se terá aulas melhores, e conseqüentemente um bom PEA de LEI.

Com isso, a importância do tema escolhido para o Trabalho Final de Conclusão de Curso consiste em mostrar como e de que forma os fatores sócio-afetivos e características comportamentais influenciam no PEA de LEI. Já se sabe que tanto as características comportamentais quanto os fatores sócio-afetivos são decisivos no contexto PEA de LEI. Mas, precisa-se ainda saber como tudo isso acontece e em que isso afeta um adolescente no âmbito de aprender a LEI.

Todos os adolescentes já possuem alguns dos fatores sócio-afetivos e/ou características comportamentais desde pequenos. Mas, não se descarta também a hipótese que esses adolescentes possam ser tímidos, inibidos, com medo de falar apenas na sala de aula e talvez, exclusivamente na aula de LEI. Sabe-se que uma Língua Estrangeira causa um impacto mais forte em alunos que desconhecem seu contexto de origem.

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Com atividades diferentes em sala de aula o aluno pode ir se “livrando” desses contextos que prejudicam a sua aprendizagem de LEI. Mas, isso varia muito e depende do professor, da metodologia com o que o mesmo irá trabalhar em sala de aula, com esses adolescentes.

Na maioria das vezes o que afeta o PEA de LEI é o fato de os alunos não quererem se expressar, falar em sala de aula com medo de errar, de serem corrigidos, dos colegas rirem. O aluno até mesmo acaba deixando de participar em uma aula de LEI pelo fato de seus colegas lerem, escreverem ou falarem melhor o Inglês. Passam assim a inibir-se, achando que não é necessária a sua participação em sala de aula.

Através dos realces feitos, destaco que o objetivo deste Trabalho Final de Conclusão de Curso é buscar causas para definir a influência dos fatores sócio-afetivos e características comportamentais de adolescentes no PEA de LEI. Através de estudos podemos ver que há grandes efeitos no PEA pelo fato de um adolescente ser tímido, inibido, ter medo de se expressar em sala de aula, entre outros fatores. Há também alunos adolescentes que são desinibidos e isso tem influências no seu PEA.

Os fatores sócio-afetivos estão cada vez mais presentes em sala de aula, por isso, a questão maior é saber como e em que medida isso acontece em alunos adolescentes na faixa dos 13 aos 15 anos de idade. Através de estudos de diferentes autores pode-se perceber a relação que há entre os fatores sócio-afetivos e as características comportamentais no PEA de LEI. Mas isso, por si só, não basta. Por isso, foi realizado um estudo em sala de aula que teve como objetivo trazer respostas concretas para a pergunta alvo, e assim ver através da realidade o quanto pequenas coisas e atitudes podem influenciar no PEA de LEI. Assim, o objetivo da pesquisa em sala de aula foi constituir diferentes perfis, definindo um fator sócio-afetivo para cada aprendiz. Os alunos foram desafiados com atividades que trouxeram um retorno concreto para o que se buscava estudar nesta pesquisa.

Além disto, é de extrema importância ressaltar os objetivos específicos deste trabalho que são: Verificar através de estudos a relação entre os fatores sócio-afetivos e características comportamentais de adolescentes e destacar a influência destes fatores no PEA de LEI; Registrar através do estudo de caso e pesquisa de campo as informações obtidas dos alunos avaliados; Demonstrar a partir dos resultados obtidos como um professor pode trabalhar em sala de aula, para minimizar os efeitos que geram uma má aprendizagem devido aos fatores sócio-afetivos e características comportamentais no PEA de LEI.

Contudo, este trabalho de pesquisa monográfica está dividido da seguinte maneira: No

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como, a contextualização sobre as atitudes e personalidade de adolescentes. No segundo

capítulo, é abordada a questão sobre os fatores sócio-afetivos no processo

ensino-aprendizagem de Língua Estrangeira Inglês, assim como, foram elencados diferentes fatores, são eles: ansiedade, auto-estima, motivação, inibição, capacidade de correr riscos, medo e preocupação. O terceiro capítulo é formado pela metodologia da pesquisa deste trabalho de conclusão de curso. E finalmente, o quarto capítulo é composto por resultados e discussão, a partir das análises realizadas com cinco aprendizes, para os quais foram designados os seguintes fatores sócio-afetivos: Aprendiz 1: Inibição; Aprendiz 2: Ansiedade; Aprendiz 3: Capacidade de correr riscos; Aprendiz 4: Medo; Aprendiz 5: Auto-Estima.

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1 CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS DE ADOLESCENTES

1.1 Atitudes

A passagem da infância para a adolescência, diga-se vida adulta, é uma fase em que várias mudanças acontecem na vida de cada indivíduo, lembrando que a fase inicial da adolescência acontece dos 13 aos 17 anos e a fase final ocorre dos 17 aos 18 anos. O período da adolescência acarreta diversas mudanças não só corporais, mas sim, ocasiona diferentes efeitos na personalidade do jovem e, sobretudo nas atitudes. Desta maneira as características comportamentais irão repercutir no processo de aprendizagem destes adolescentes (HURLOCK, 1979).

Segundo HURLOCK (1979), a forma como cada adolescente se posiciona trará resultados, com os quais perceberemos que a transição da infância para a vida adulta influencia nas características comportamentais de alunos adolescentes em uma aula de Língua Estrangeira Inglês.

O adolescente passa então por um processo de mudanças. Suas atitudes comportamentais se modificam, sejam no grupo escolar ou familiar, pais e professores passam a perceber a repercussão que a adolescência traz na vida de cada indivíduo, fazendo com que este passe a pensar e agir de diferentes maneiras e assim optar, fazer diferentes escolhas. A geração de adolescentes começa a preocupar-se com fatores que condizem a sua aparência, forma de agir perante as pessoas, tanto que se tornam sujeitos ansiosos e que temem não conseguir cumprir tarefas propostas.

Em relação ao comportamento do adolescente, HURLOCK (1979) destaca que este pode se considerar comportamento-problema quando o jovem passa a causar inconveniência ou perturbação para outras pessoas. Os jovens tendem a perturbar os outros principalmente, pois é a fase da vida em que o adolescente está no processo de crescimento e com isso suas atitudes estão sendo modificadas. A autora destaca também que a adolescência pode ser definida como idade-problema, pois é neste período de transição que o adolescente quer “chamar” a atenção, ou seja, passa a agir de forma mais grosseira, usar roupas e calçados que fazem parte da moda da juventude atual, falar alto, e é nesta fase que o jovem busca sua auto-confirmação, pois começa a agir por si próprio, gerando assim um comportamento imaturo. O jovem acaba sendo um problema para si próprio, pois está confuso, incerto, ansioso e assim

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fica tenso, nervoso e então seu comportamento se torna agressivo, destrutivo, o adolescente se irrita com facilidade e na maioria das vezes é infeliz.

Para HURLOCK (1979), a transformação do corpo é um efeito que implica no comportamento do adolescente e com isso ocorrem mudanças de atitude no estágio pré-púbere, este período dura em cerca de seis a doze meses e depois inicia o estágio púbere (estágio da maturidade sexual), então, quando este estágio é concluído o comportamento passa a ser diferente. O jovem adolescente começa a se adaptar melhor as coisas. O jovem se torna mais disposto, desperta interesse por atividades competitivas e sociais, tem interesse por pessoas do sexo oposto, pela aparência e maneira que as outras pessoas do seu grupo se vestem e se comportam. Contudo, a tendência é que a partir deste estágio o comportamento dos jovens adolescentes comece a ser diferente, condizendo em uma melhor relação do adolescente com a sociedade, com o mundo. O jovem está mais amadurecido e assim, ocorrem mudanças na sua forma de pensar e agir, com isso, seu comportamento se torna mais adequado e através destes seus interesses são modificados, uma vez que o jovem já está passando para a fase adulta.

A adolescência gera muitas mudanças, contudo, percebemos que a emotividade, muitas vezes, é aumentada, ou melhor, poderíamos dizer que a emotividade está além do normal. Com isso o adolescente fica mais agitado, tende a se revoltar com facilidade, um final de namoro, por exemplo, ocasionaria um estado nervoso e tenso no jovem e com isso essas conseqüências afetam a sua vida familiar e escolar, pois é aí que o adolescente inicia constantes brigas com seus amigos, colegas, pais e professores, agindo de forma inconveniente e causando problemas emocionais consigo mesmo. Então, quando isso acontece, a pessoa passa a buscar mecanismos de fuga, sejam estes: leitura, músicas, etc.; criam hábitos nervosos como roer unhas; despertar um apetite fastidioso; envolvem-se em brigas com freqüência, assim como, tem explosões emocionais com facilidade. É nestas entrelinhas que entendemos que na adolescência qualquer mudança gera uma determinada situação-problema, e é a partir disto que as características comportamentais dos adolescentes influenciam no PEA de LEI, uma vez que, suas inferências ocasionam grandes mudanças, as quais acontecem em diferentes circunstâncias em sala de aula, fazendo com que o adolescente apresente atitudes insatisfatórias, e com isso sua vida escolar acaba sendo prejudicada (HURLOCK, 1979).

Em relação às mudanças nas atitudes e comportamento social, HURLOCK (1979) destaca que:

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As pressões sociais determinam em grande parte a forma das atitudes e comportamento modificados. Estas pressões são oriundas principalmente do grupo de amigos. Para garantir a aceitação por esse grupo, o adolescente tenta mudar suas atitudes e comportamento, de modo que estes se conformem aos padrões aceitos pelo grupo com o qual deseja identificar-se. Se o grupo estiver interessado em atividades sociais heterossexuais, por exemplo, ele desenvolverá um interesse pelos membros do outro sexo e participará das atividades com eles. Em breve descobre que agarrar-se aos antagonismos da infância conduzirá à rejeição social (HURLOCK, 1979:121).

Além de tudo, a idade da maturação sexual determina quando haverá alterações de comportamento e atitudes, o que condiz que se a maturação for mais cedo às mudanças ocorrerão mais cedo também, já se a maturação acontecer mais tarde as mudanças virão mais tarde proporcionalmente. Ainda no âmbito das mudanças nas atitudes e comportamento social a autora HURLOCK (1979) afirma que:

Como resultado direto de interesses e atitudes modificados que acompanham a maturação sexual, o comportamento social durante a adolescência assume um padrão bastante diferente. Alguns de seus aspectos aparecem de forma rudimentar no final da segunda infância. O padrão de comportamento social do adolescente é marcado por atividades heterossexuais, conformidade ao grupo, auto-afirmação, resistência à autoridade adulta, desejo de auxiliar os outros, preconceito e competência social (HURLOCK, 1979:121).

No que diz respeito à aceitação social, está é determinada pelo desejo do indivíduo, ou seja, isso dependerá de quão importante ele julga ser aceito pela sociedade. Isso tudo é definido pelos desejos e interesses do adolescente, uma vez que, o grau de aceitação social influenciará definitivamente as suas atitudes e comportamento. O jovem aceito pela sociedade está geralmente mais satisfeito consigo mesmo, se relaciona com as pessoas e com determinados grupos, no entanto o jovem que não é bem aceito socialmente tende a agir de forma mais agressiva, tentando sempre destacar seu comportamento e atitudes contraditórias as da sociedade a qual pertence. Outro fator que é importante é a maneira como o status do adolescente influencia as suas atitudes e comportamento, sendo assim, o fator que determina o

status no grupo não é definido por o indivíduo ser o líder ou apenas um seguidor, mas sim o

quanto satisfeito ele se sente neste grupo e com o status que adquiriu dentro do seu grupo. Desta maneira, o líder que está satisfeito com seu papel no grupo tende a ser uma pessoa ativa e com isso passa a socializar seus interesses aos do grupo (HURLOCK, 1979).

Quanto às recreações dos adolescentes HURLOCK (1979) diz que são atividades de diversão que fazem com que o adolescente se sinta relaxado tanto fisicamente quanto mentalmente, mas estas variam de um indivíduo para o outro ou até mesmo de uma ocasião

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para outra, as recreações mais comuns são: festas, danças, conversação, jogos e esportes, músicas, leitura, rádio, televisão e outros hobbies que condizem com os interesses da juventude. É importante destacar que a maioria das recreações típicas da adolescência necessitam de companhia de amigos e com isso o status social, a aceitação social do indivíduo terá papel fundamental para que essas atividades sejam satisfatórias.

Como foi destacado anteriormente, as atividades realizadas pelos adolescentes favorecem o bem estar e assim auxiliam no relacionamento do jovem com a sociedade. Além disso, quando falamos em jovens, estamos falando em roupas diferentes, maneiras diferentes de viver, sintetizando estamos nos referindo aos símbolos de status que cada indivíduo julga ser importante na sua vida para fazer a diferença, ou diga-se para determinar que é de um grupo ou outro, ou até mesmo para representar a adolescência. Um dos primeiros aspectos que chamam a atenção das pessoas nos adolescentes é a aparência, uma vez que, os jovens buscam ser inovadores e autônomos, usam apelidos, usam roupas e calçados diferentes e coloridos que chamam a atenção das pessoas adultas, na maioria das vezes usam cortes de cabelos diferenciados dos que as outras pessoas da sociedade aderem, ou seja, eles são diferentes, eles buscam a diferença para determinar que são adolescentes, e essas diferenças são fortemente marcadas não só pela aparência mas sim por seus pensamentos e atitudes, afinal a maioria dos adolescentes pensam e agem de forma oposta as que os adultos julgam ser adequadas para uma boa convivência social.

Em relação aos fatores que influenciam as atitudes dos adolescentes para com a educação, HURLOCK (1979) destaca que estes estão classificados por valores culturais e sociais, atitudes parentais, papel da família, atitudes do grupo de pessoas com as quais o adolescente se relaciona, pensamentos diferenciados entre meninas e meninos em relação profissional, planos de vocação, sucesso na vida pessoal e escolar, atitudes com professoras e demais membros da instituição de ensino, bem como a acomodação do adolescente no que diz respeito a não precisar estudar, pois sua família é rica e com isso não precisará trabalhar. A autora também destaca que as áreas que mais despertam o interesse do adolescente na educação são aquelas que envolvem assuntos acadêmicos, notas satisfatórias, recompensas, que desenvolvem a autonomia e que oferecem atividades extracurriculares. Assim, os interesses e valores sociais/culturais condizem às atitudes do adolescente a sua vida acadêmica e ao seu papel enquanto estudante.

Através das informações obtidas sobre as atitudes de adolescentes, percebemos como estas são decisivas no PEA, pois de uma forma ou outra implicam na forma de pensar e agir do adolescente e conseqüentemente geram várias mudanças que fazem com que a

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adolescência seja uma fase marcada por diferentes acontecimentos, que influenciam tanto a vida pessoal do adolescente, quanto a sua participação na sociedade, contudo, as atitudes insatisfatórias afetam a vida escolar do adolescente, ou seja, seu processo de aprendizagem.

1.2 Personalidade

Assim como as atitudes dos adolescentes, a personalidade é também um fator determinante no PEA de LEI. A personalidade define o indivíduo, mostra a verdadeira face do adolescente e muitas vezes explica o modo de pensar e agir do adolescente. Os traços de personalidade se mostram presentes tanto na vida pessoal quanto na vida social e escolar. Desta forma, o adolescente apresenta sua personalidade para a sociedade, na qual, a sua personalidade pode ser aceita, rejeitada ou até mesmo desprezada. Para a sociedade uma personalidade adequada é aquela que tange a perfeição e desta maneira aceita o adolescente incluindo o mesmo como um indivíduo socialmente correto. Já aquele adolescente que tem uma personalidade diferente da qual a sociedade determina, este tende a ser mal-aceito, diga-se rejeitado. O adolescente que é sociável, flexível, extrovertido, responsável, que diga-se aceita, tem autocontrole, assim como, causa boa impressão, carrega consigo traços de uma boa personalidade, com isso passará a ser um líder para a sociedade.

Para a autora HURLOCK (1979) a personalidade do adolescente influencia as suas metas de forma que:

De numerosas maneiras a personalidade do adolescente afeta o estabelecimento de suas metas. Como forma de compensação, o que se auto-rejeita muitas vezes aspira além de sua capacidade. Quanto mais insatisfeito estiver consigo mesmo, tanto mais alto e irreal será seu nível de aspiração. Amiúde, a ambição excessiva é uma cobertura para a auto-insatisfação. O indivíduo confiante, seguro, estabelece metas reais para si. Em contraste, o que tem falta de autoconfiança está sempre buscando alcançar metas além de sua capacidade; jamais se sente satisfeito, salvo se estiver “na cúpula” (HURLOCK, 1979:292).

Para definir melhor o fator personalidade é importante destacar que: a personalidade é o conjunto de características psicológicas que determinam os padrões de pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e social de alguém. A formação da personalidade é um processo gradual, complexo e único a cada indivíduo. Com isso percebemos que a personalidade é algo marcante e determinante na vida de cada adolescente, de forma a definir sua atuação e convivência social, e assim, a personalidade determina o PEA de cada adolescente. Na adolescência a pessoa descobre a sua identidade e define a sua personalidade

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e desta maneira adquire novos hábitos, age de forma diferente e encara suas responsabilidades da maneira como julga melhor, por isso que a personalidade do adolescente interfere um bom PEA, mas cabe ressaltar que isso não pode ser generalizado, pois nem todos os adolescentes pensam e agem da mesma maneira.

De acordo com HURLOCK (1979) poucos adolescentes se sentem satisfeitos com sua aparência, poucos estão contentes com sua personalidade. Deste modo, a meta do jovem adolescente é melhorar esses aspectos. O adolescente deseja melhorar sua personalidade pois acredita que ela seja fundamental na aceitação social e porque ele se sentirá melhor, mais satisfeito consigo mesmo.

É importante ressaltar as ideias de HURLOCK (1979) na questão das mudanças na personalidade, a autora define diferentes conceitos através de alguns realces que serão citados a seguir.

O padrão da personalidade é composto do auto-conceito – o núcleo ou centro de gravidade – e traços específicos ou reações coerentes que se acham inter-relacionadas e são influenciadas pelo autoconceito e que são características do padrão típico de ajustamento do adolescente. O autoconceito consiste em quatro elementos: a auto-imagem física, a psicológica, a real e a ideal. Dentre os muitos fatores que influenciam o desenvolvimento do autoconceito, os que têm mais efeito são o corpo, os defeitos físicos, a condição física, a química, roupas, nomes e apelidos, inteligência, níveis de aspiração, emoções, padrões culturais, escola e faculdade, status social e uma variedade de influências da família. Os estudos de persistência na personalidade revelam que a melhoria da personalidade é extremamente difícil. As condições que contribuem para a persistência da personalidade incluem hereditariedade, treinamento no lar, interações sociais e ambiente (HURLOCK, 1979:511).

A adolescência é um período no qual várias mudanças acontecem, e isso não se refere apenas a mudanças comuns como de altura, peso ou até mesmo na força física, isso tudo, essa fase de mudanças quer dizer muito mais, se refere a mudança do ser em si e de sua personalidade. A imagem do corpo se torna alvo de preocupação do adolescente e assim objeto de maior interesse, sendo que o adolescente passa a dar interesse a isto pela maneira a qual seu grupo enfatiza importante este atributo que é o de uma boa aparência física, seja a boa forma do corpo para ambos os sexos. Os adolescentes se preocupam com sua personalidade, por motivos familiares ou até mesmo que condizem a sociedade, eles querem seguir um padrão para serem aceitos socialmente. Porém é necessário destacar que além da imagem corporal ser um fator da mudança na personalidade, o meio social, familiar no qual o jovem vive também será considerado, pois em muitos casos é “taxado” que o adolescente

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precise ter uma determinada personalidade para satisfazer padrões que são exigidos tanto na família ou para participar de determinado grupo e na sociedade.

Em relação ao adolescente auto-aceitante ou auto-rejeitante HURLOCK (1979) destaca:

Se o adolescente será auto-aceitante ou auto-rejeitante, depende em grande parte de estar ou não satisfeito com sua personalidade e com as melhorias que conseguir em seu autoconceito e em seus padrões características de ajustamento. Já que a auto-rejeição leva a maus ajustamentos pessoais e sociais, é importante reconhecer e atender aos sinais comuns de perigo do desajustamento: irresponsabilidade excessiva, sentimentos de inadeq uação e inferioridade, expressões de comportamento insocial, uso de mecanismos de defesa e fuga, hipersensibilidade a menosprezo real ou imaginário, ansiedade e preocupação, atitudes perfeccionistas, excesso ou falta de preocupação com a aparência e hostilidade para com as autoridades. O adolescente auto-aceitante, por estar razoavelmente satisfeito consigo próprio e com as melhorias que conseguiu em seus padrões característicos de comportamento, conduzir-se-á de um modo que leva a bons ajustamentos pessoais e sociais. A felicidade na adolescência segue de mãos dadas com o ajustamento e este, por sua vez, é influenciado pelo grau em que o adolescente se aceita (HURLOCK, 1979:511-512).

Contudo, percebemos que a personalidade do adolescente é um fator que determina tanto a aceitação social do sujeito, quanto os aspectos que condizem ao PEA de LEI, uma vez que, a personalidade traça caminhos que levam a grandes mudanças na forma de pensar e agir e no modo com que o aluno adolescente irá se portar perante aulas de LEI, ou seja, sua personalidade definirá seu PEA em LEI.

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2

FATORES

SÓCIO-AFETIVOS

NO

PROCESSO

ENSINO-APRENDIZAGEM DE LEI

Os fatores sócio-afetivos são decisivos no Processo Ensino-Aprendizagem de Língua Estrangeira Inglês. Além disto, o termo afetivo é definido por ARNOLD e BROWN (1999) como os aspectos relacionados com o nosso emocional. Sabendo que não é apenas a razão que define os nossos atos, porém a emoção desempenha uma grande influência sobre nossos atos e assim passa a ter um papel decisivo no PEA de LEI. Para ARNOLD e BROWN (1999) nossas emoções se definem como, o estado de mudança do nosso corpo, desta maneira, nosso corpo passa a dar respostas que condizem a situações positivas ou negativas, e os sentimentos atuam como perceptores destas mudanças, com isso, percebemos a influência que as mudanças em diferentes situações ocasionam no nosso sistema emocional e conseqüentemente no ensino e aprendizagem de LEI.

Sabemos assim que os fatores sócio-afetivos estão relacionados com o nosso sistema emocional, com nossos atos e até mesmo com as mudanças do nosso corpo, as quais nos levam a diferentes situações. Mas, é importante destacar que o termo sócio-afetivo quer dizer mais, isto se refere não somente as emoções, mas sim as influências da nossa sociedade, da forma como vivemos e tudo que está relacionado à nossa vida. Carregamos uma “bagagem” conosco e isso se relaciona ao nosso sistema emocional que faz com que tomemos decisões e agimos de determinadas maneiras frente ao que nos é proposto.

Segundo ARNOLD e BROWN (1999), os fatores emocionais, assim como os sentimentos, atitudes e humor, influenciam na aprendizagem de línguas. Os autores argumentam que não se pode definir que a aprendizagem acontece pelo lado afetivo ou cognitivo, mas que se os mesmos forem enfatizados da mesma forma acontecerá então um processo de aprendizagem satisfatório. Os fatores sócio-afetivos e as características comportamentais definem o PEA. Além disto, BROWN (2000), afirma que os fatores de personalidade propiciam uma boa aprendizagem. Percebe-se assim a necessidade de buscar soluções para problemas de personalidade, como: ansiedade, inibição, timidez, entre outros, pois esses fatores acarretam em uma má aprendizagem de LEI.

Cabe ao professor promover atividades que proporcionem aulas prazerosas para a aprendizagem de línguas, e assim criar situações em que os alunos se sintam motivados e que resultem em uma baixa ansiedade de forma a contribuir para que o aluno se torne menos

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inibido, até que se sinta encorajado e desperte o desejo em aprender a LEI. LIGHTBOWN e SPADA (2003) acreditam que os fatores de personalidade são decisivos no PEA. Segundo as autoras, a inibição desencoraja o aluno a arriscar-se. Assim sendo, os fatores de personalidade se relacionam e assim desempenham uma importante influência na aquisição de uma LE, elas acreditam que não somente a personalidade sozinha define a aprendizagem, mas sim a combinação de outros fatores sócio-afetivos, fazendo com que um aprendiz inibido mas motivado, e levado a correr riscos possa ter uma aprendizagem satisfatória.

Conforme BROWN (2000), os seres humanos são criaturas emocionais, e com isso uma ação resulta em uma emoção. As pessoas são influenciadas por suas emoções, então, isso determina que nosso sistema afetivo seja determinante nos problemas de aprendizagem de línguas. O nosso domínio afetivo se define por diferentes fatores e os mesmos serão esclarecidos no decorrer deste trabalho. O autor ainda nos diz que, o afeto se refere à emoção ou sentimento, e que o domínio afetivo é muitas vezes definido por os fatores de personalidade do aprendiz.

A autora ELLIS (2003) destaca que os aprendizes de uma segunda língua enfrentam muitas situações no decorrer do seu processo de aprendizagem, e com as quais convivem com diferentes estados afetivos, com isso, é fundamental que seja favorecido ao aprendiz maneiras, atividades que proporcionem um bem-estar, de forma que ele se sinta mais seguro, livre de stress, para que assim sua aprendizagem da segunda língua possa ser favorecida.

A partir das pesquisas realizadas com diferentes autores percebemos então que, os fatores sócio-afetivos têm grande influência no PEA, e assim, a personalidade do aprendiz influencia o seu aprendizado, fazendo com que a sua aprendizagem de LEI seja satisfatória ou não, cada fator sócio-afetivo acarreta em uma diferente conseqüência, por isto, no decorrer deste trabalho e pesquisa, serão elencados os diferentes fatores de personalidade e afetividade que de uma forma ou outra influenciam no desenvolvimento da aprendizagem de línguas, sendo estes: ansiedade, auto-estima, motivação, inibição, capacidade de correr riscos, medo e preocupação.

2.1 Ansiedade

Nos dias atuais é comum ouvirmos falar em ansiedade. A ansiedade está presente na vida de muitas pessoas, inclusive vários adolescentes têm sua vida pessoal, social e escolar fortemente influenciada por este fator sócio-afetivo. Conforme HURLOCK (1979), “Assim como a preocupação, a ansiedade é uma forma de medo”. Com isso percebemos que a

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adolescência é uma fase em que o indivíduo passa por muitas mudanças, e isso tudo faz com que alguns medos se fazem presentes na vida do jovem adolescente, sendo assim, eles se tornam indivíduos mais ansiosos, ou seja, temem não conseguir alcançar seus objetivos, ou até mesmo preocupam-se com fatos que ainda nem aconteceram. Um futuro teste, uma participação em atividades com diferentes públicos, ações que envolvam desafios e convívio com pessoas desconhecidas, tudo isso faz com que a ansiedade esteja presente na vida de alunos adolescentes.

Podemos perceber com facilidade quando um adolescente está ansioso, pois, o mesmo demonstra algumas ações e reações perante a véspera de algum acontecimento, podemos dizer que o jovem apresenta diferentes modos de agir, assim como, se torna inquieto, apreensivo, se irrita com facilidade, e em alguns momentos apresenta comportamento diferente do normal, também, sente-se agitado, temendo não conseguir cumprir com suas tarefas. Conforme a autora HURLOCK (1979 apud JERSILD 1963):

Assim como na preocupação, o temor que dá origem à ansiedade é mais imaginário do que real. O adolescente mais prevê o aborrecimento do que na realidade o encontra. A ansiedade difere da preocupação e do medo sob um aspecto importante: é um estado emocional generalizado e não específico. Em outras palavras, não há ansiedade a respeito de algo específico; o indivíduo sente-se agitado ou em um estado de excitação. A ansiedade muitas vezes é resultado de preocupações repetidas e variadas. Quanto mais o adolescente se preocupa e mais diferentes são estas preocupações, tanto mais provável é que isso se desenvolva em um estado de ansiedade generalizada (HURLOCK, 1979:77 apud JERSILD 1963).

HURLOCK (1979), explica que o fato pelo qual o indivíduo se sente ansioso pode ser definido por sua cultura, uma vez que, conforme o grupo cultural julga ser importante a aparência, à popularidade, ou outros fatores, fazem com que o adolescente pense que ele pode estar deixando de cumprir com algumas destas expectativas culturais, as quais são determinadas pelo grupo ao qual ele pertence. A autora também completa dizendo que uma pessoa ansiosa muitas vezes se sente infeliz, tem variações de humor e em diversas situações está insatisfeita consigo própria. É importante ressaltar que a ansiedade pode ser classificada por três expressões: Padrões de comportamento: o adolescente usa mecanismos de defesa e fuga, culpa os outros por sua infelicidade ou insatisfação, e apresenta comportamento anti social. Efeitos sobre realização: quando o adolescente está ansioso é provável que ele não realize atividade de raciocínio com êxito, porém em outras atividades ele poderá vir a apresentar rapidez no desempenho das mesmas. Suscetibilidade à influência grupal: o adolescente reage como os padrões sociais determinam para que haja sua aceitação social.

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Para ELLIS (2003), a ansiedade pode ser definida tanto pelo estado de ansiedade quanto pela situação específica de ansiedade. Outra forma de ansiedade é pelo traço de ansiedade, ou seja, aquela pessoa que está predisposta a ser ansiosa. O estado de ansiedade pode ser identificado como um momento ou situação apreensiva.

Conforme ARNOLD e BROWN (1999), a ansiedade gera sentimentos como frustração, dúvida, apreensão e tensão, com isso esse estado afetivo faz com que o PEA seja fortemente influenciado de forma prejudicial. A ansiedade pode estar associada ao âmbito escolar, onde o aprendiz sente-se inseguro, com medo de ser julgado, ou até mesmo, pode estar associada a fatores externos.

Segundo BROWN (2000 apud SCOVEL 1978: 134), o termo afetivo ansiedade está ligado com a auto-estima, inibição e capacidade de correr riscos. Para o autor a ansiedade tem um papel importante na aquisição de uma segunda língua. A ansiedade está interligada com sentimentos de mal-estar, frustração, apreensão, dúvida e preocupação.

Percebemos então que a ansiedade é um fator sócio-afetivo que traça de maneira concludente o PEA do aprendiz de uma segunda língua. Entendemos então que, não somente ações naturais em âmbito de aprendizagem podem favorecer o estado ansioso do aprendiz, mas sim ações externas que acabam por interferir na vida do indivíduo, fazendo com que o mesmo tenha predisposições ansiosas e com isso sofra as conseqüências na sua aprendizagem de LEI. O aluno pode se sentir mais ansioso em uma aula de LEI, pois existem muitas diferenças as quais ele não está acostumado a conviver. É indicado, no entanto que, o professor possa de alguma maneira interferir, para poder de forma apropriada entender melhor o que deixa seu aluno ansioso, para então ajudá-lo e conseqüentemente conseguir tornar este aprendiz um indivíduo que obtenha uma excelente aprendizagem de LEI.

2.2 Auto-estima

A auto-estima faz com que a pessoa confie em si própria, assim como, uma pessoa com auto-estima se sente capaz de realizar e enfrentar desafios, é uma pessoa que tem amor próprio, que não tem medo de expressar suas ideias e opiniões, é uma pessoa que não se preocupa com o que os outros pensam a respeito dela ou se eles julgam seus atos inadequados. Assim um aprendiz com uma boa auto-estima está propício a ter um bom PEA de LEI, e desta maneira obtém sucesso nas atividades cognitivas e afetivas, uma vez que, a auto-estima condiz com nossas crenças, atitudes e recordações, sabendo que um ambiente de

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aprendizagem que proporcione segurança ao aprendiz gera conforto e confiança, assim o aprendiz sente-se seguro e sua auto-estima é elevada.

Segundo BROWN (2000), a auto-estima pode ser definida como:

Self-esteem is probably the most pervasive aspect of any human behavior. It could easily be claimed that no successful cognitive or affective activity can be carried out without some degree of self-esteem, self-confidence, knowledge of yourself, and belief in your own capabilities for that activity (BROWN, 2000:145).

Além disto, BROWN (2000) diz que:

Specific self-esteem might encompass second language acquisition in general, and task self-esteem might appropriately refer to one’s self-evaluation of a particular aspect of the process: speaking, writing, a particular class in a second language, or even a special kind of classroom exercise (BROWN, 2000:146).

Conforme o autor BROWN (2000), entende-se que a auto-estima pode ser relativa, ou seja, conforme a situação em que o aprendiz vive é a forma com que ele terá auto-estima, sabendo que, em uma situação social, de trabalho, na escola ou em casa, para cada uma destas ocasiões surtirá uma maneira de pensar e agir, ou seja, em uma das ocasiões pode acontecer que o adolescente venha a ter uma baixa auto-estima devido a algum acontecimento que de uma forma possa vir a lhe contrariar ou até mesmo algo que seja uma decepção para a sua vida.

2.3 Motivação

A motivação é um dos principais fatores sócio-afetivos, senão o mais importante de todos. Uma vez que o aprendiz é motivado, o mesmo conseqüentemente obtém sucesso na sua aprendizagem de LEI. Toda vez que o aprendiz é motivado, ao mesmo tempo sua auto-estima também é elevada e com isso o jovem passa a se sentir mais seguro na sua participação nas aulas de LEI.

Segundo ARNOLD e BROWN (1999), a motivação faz com que o interesse em aprender e conhecer uma LE seja despertado. Além disto, os autores definem que a motivação com extrínseca ou intrínseca, o que diz respeito que cada tipo de motivação é influenciado por fatores diferentes. A motivação extrínseca diz respeito a algo externo, ou seja, o aprendiz dá ênfase em aprender algo para receber uma recompensa ou deixar de receber um castigo/punição, com isso, o aprendiz está preocupado com que se relaciona a assuntos

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externos que de alguma maneira influenciam seu PEA. Já a motivação intrínseca quer dizer bem mais, diz respeito à auto-satisfação do aprendiz, ou seja, aprender uma LE para sanar um desejo próprio e conseqüentemente obter uma recompensa.

Sabendo a diferença entre a motivação extrínseca e intrínseca percebemos então, que as duas são importantes, mas a essencial e decisiva para um bom PEA de LEI com certeza será a motivação intrínseca, uma vez que o aprendiz já tem seu objetivo definido, sua motivação parte de um desejo/interesse próprio, o qual o levará a traçar caminhos e dar seu melhor nas aulas de LEI para alcançar sua meta no seu PEA. A motivação faz com que o aprendiz se torne um ser mais confiante, então desta forma ele realiza as atividades com gosto e interesse, pois sabe que de alguma maneira a aquisição de LEI lhe auxiliará, seja em sua vida pessoal ou profissional (futuramente).

Para o autor BROWN (2001) a motivação intrínseca é tão importante quanto a motivação extrínseca no PEA de uma Língua Estrangeira, mas para ele é melhor que o aluno seja motivado através de sua vontade própria ao invés de depender que sua motivação se dê por fatores externos.

Intrinsic motivation is of course not the only determiner of success for a language learner. Sometimes, no matter how much you want to accomplish something or how hard you try, you may not succeed for a host of other reasons. But if the learners in your classroom are given an opportunity to “do” language for their own personal reasons of achieving competence and autonomy, those learners will have a better chance of success than if they become dependent on external rewards for their motivation (BROWN, 2001:77).

O autor BROWN (2001 apud DORNYEI e CZIZÉR, 1998:215) faz um realce importante no que diz respeito a dez comandos para a motivação de jovens aprendizes.

1. Set a personal example with your own behavior. 2. Create a pleasant, relaxed atmosphere in the classroom. 3. Present the tasks properly. 4. Develop a good relationship with the learners. 5. Increase the learners’ linguistic self-confidence. 6. Make the language classes interesting. 7. Promote learner autonomy. 8. Personalize the learning process. 9. Increase the learners’ goal-orientedness. 10. Familiarize learners with the target language culture (BROWN, 2001:81 apud DORNYEI e CZIZÉR, 1998:215).

As colocações feitas por BROWN (2001 apud DORNYEI e CZIZÉR, 1998:215) são de extrema importância, uma vez que, os comandos citados podem sim ajudar a motivar os alunos, é interessante pensar, como que um aluno pode se sentir motivado em uma aula de LEI se ele percebe que a sua professora não tem amor e dedicação por aquilo que ela

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fazendo/ensinando? De que maneira que nosso aprendiz pode ser motivado se as atividades não condizem a respeito disto, ou seja, se o professor de LEI não se preocupa com o aluno no sentido de proporcionar atividades que despertem o gosto em aprender a LEI e conseqüentemente motive esses aprendizes? Por esses e outros motivos é que muitas vezes os alunos deixam de gostar de uma LE, ou até mesmo não querem aprender uma LE. O professor de línguas precisa rever seus conceitos e propiciar aulas prazerosas e demonstrar domínio e interesse pela LEI e assim transmitir para seus alunos a sua motivação e obter a motivação destes jovens aprendizes de LEI.

2.4 Inibição

Enquanto criança, não existe medo de arriscar, nem ao menos de cometer erros. Na adolescência, as coisas mudam, o medo de ser julgado aumenta e a insegurança de não cumprir uma tarefa com êxito faz com que nossos jovens se tornem pessoas inibidas, tímidas. Podemos até dizer que, a timidez é uma forma de inibição, ou seja, a timidez faz com que a pessoa se iniba para cumprir com alguns deveres, assim o jovem se afasta das atividades em grupo.

Geralmente uma pessoa inibida ou tímida é solitária, e na maioria das vezes ela se isola das demais pessoas. A pessoa inibida sente vergonha de se expressar perante as outras pessoas, e isso faz com que seu PEA seja afetado. O indivíduo inibido não participa de atividades em grupo, nem ao menos das aulas, de maneira que dê suas opiniões e participe se integrando nas atividades, e isso faz com que ele seja excluso por seus colegas sendo taxado como “diferente”.

A inibição é entendida a partir da noção de auto-estima. Segundo BROWN (2000), todo o ser humano constrói defesas para defender seu ego, desta maneira todas as pessoas que dispuserem da auto-estima e ego fortes, de certa forma, dificilmente serão pessoas inibidas.

Além disto, BROWN (2000) diz que:

In adolescence, the physical, emotional, and cognitive changes of the pre-teenager and teenager bring on mounting defensive inhibitions to protect a fragile ego, to ward off ideas, experiences, and feelings that threaten to dismantle the organization of values and beliefs on which appraisals of self-esteem have been founded. The process of building defenses continues into adulthood. Some persons – those with higher self-esteem and ego strength – are more able to withstand threats to their existence, and thus theirs defenses are lower. Those with weaker self-esteem maintain walls of inhibition to protect what is self-perceived to be a weak or fragile ego, or a lack of self-confidence in a situation or task (BROWN, 2000:147).

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2.5 Capacidade de Correr Riscos

A capacidade de correr riscos ou risk-taking (termo em Inglês) é um fator sócio-afetivo que está fortemente interligado com a aprendizagem de LEI, pois, entende-se que, o aprendiz de uma segunda língua precisa se “expor” aos riscos para obter bons resultados no seu PEA de LEI.

Segundo BROWN (2000), a capacidade de correr riscos é uma característica importante para o aprendiz de uma segunda língua obter sucesso, além disto, o autor diz que o aprendiz precisa aprender a ser capaz de jogar, tentar e correr riscos de errar.

Conforme BROWN (2000 apud BEEBE 1983:40) diz que:

In the classroom, these ramifications might include a bad grade in the course, a fail on the exam, a reproach from the teacher, a smirk from a classmate, punishment or embarrassment imposed by one-self. Outside the classroom, individuals learning a second language face other negative consequences if they make mistakes. They fear looking ridiculous; they fear the frustration coming from a listener’s blank look, showing that they have failed to communicate; they fear the danger of not being able to take care of themselves; they fear the alienation of not being able to communicate and thereby get close to other human beings. Perhaps worst of all, they fear a loss of identity (BROWN, 2000:149 apud BEEBE, 1983:40).

BROWN (2000) se refere à capacidade de correr riscos, citando uma série de fatores que condizem na intervenção no PEA de uma segunda língua.

Risk-taking variation seems to be a factor in a number of issues in second language acquisition and pedagogy. The silent student in the classroom is one who is unwilling to appear foolish when mistakes are made. Self-esteem seems to be closely connected to a risk-taking factor: when those foolish mistakes are made, a person with high global self-esteem is not daunted by the possible consequences of being laughed at (BROWN, 2000:150).

Além disto, conforme as palavras de BROWN (2001) podemos perceber que os aprendizes de uma segunda língua devem estar dispostos a se tornarem “jogadores” no jogo da linguagem, tentando produzir e interpretar a linguagem. O autor complementa a ideia da capacidade de correr riscos, dando sugestões que uma maneira ou outra podem auxiliar no PEA de LEI, para que este fator sócio-afetivo não impeça o indivíduo de ter uma boa aprendizagem de LEI.

1. Create an atmosphere in the classroom that encourages students to try out language, to venture a response, and not to wait for someone else to volunteer language. 2. Provide reasonable challenges in your techniques – make them neither

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too easy nor too hard. 3. Help your students to understand what calculated risk-taking is, lest some feel that they must blurt out any old response. 4. Respond to students’ risky attempts with positive affirmation, praising them for trying while at the same time warmly but firmly attending to their language (BROWN, 2001:63-64).

Através das inferências de BROWN (2001) na citação anterior percebemos que existem maneiras de ajudar nossos jovens aprendizes de LEI a superar seus medos e despertar a capacidade de correr riscos, ou seja, podemos ajudá-los na sala de aula encorajando-os a arriscar e conseqüentemente reconhecendo a participação dos alunos dando elogios para que os mesmos se sintam confiantes e assim se sintam seguros nas aulas de LEI e que de certa maneira se exponham mais aos erros para assim ter um PEA satisfatório.

2.6 Medo e Preocupação

O medo é um fator sócio-afetivo que interfere no PEA de LEI, pois, quando o adolescente sente medo de algo, ele se torna uma pessoa preocupada e insegura, o que faz com que suas ações sejam insatisfatórias para uma boa aprendizagem em LEI. Segundo HURLOCK (1979), quando a criança atinge a adolescência ela passa a não temer mais sobre determinadas coisas que na infância ela aprendeu que eram perigosas, assim, substituí seus medos de criança por medos mais maduros. O adolescente está propício a ter medo de situações sociais que condizem ao seu relacionamento com as pessoas, com a sociedade. Para a autora os medos dos adolescentes podem ser classificados em quatro itens, que são:

Fenômenos naturais e objetos materiais: medo de animais, tempestades, lugares altos, etc.

Relacionamentos sociais: o que pode ser definido como um temor relacionado ao

acanhamento e embaraço, sendo que, o acanhamento ocorre quando o adolescente não se sente a vontade perto de uma pessoa a qual ele deseja impressionar, já o embaraço se dá quando o adolescente faz algo, toma alguma decisão e teme que isso seja motivo de julgamento social desfavorável. O eu: pode ser destacado através da incapacidade física ou até mesmo o medo de fracassar nos estudos. O desconhecido: os adolescentes passam a temer sobre coisas ou atos que lhes deixem em convívio com pessoas desconhecidas, por exemplo, ter que passar por uma operação cirúrgica.

Os adolescentes temem sobre diversas coisas, passam a ficar mais preocupados, uma vez que, na infância, quando crianças, se sentiam medo tinham o amparo dos pais, já nesta fase da vida o adolescente percebe que ele é responsável pelos seus atos e assim sendo, é ele próprio que terá que defender-se ou intervir em situações de conflitos consigo mesmo ou com

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a sociedade. O adolescente está propício a se relacionar mais e com diferentes pessoas, e com isso, as situações impostas para o jovem na sua atuação na sociedade fazem com que o medo seja despertado e com isso este fator sócio-afetivo acaba por gerar desconforto e insegurança em alguns momentos da vida do indivíduo. HURLOCK (1979) ressalta que “Quando a quantidade e intensidade dos medos diminuí, o medo é substituído pela preocupação”. A preocupação é uma modalidade de medo, mas porém imaginário. O adolescente passa a imaginar coisas que possam vir a acontecer e lhe transtornar de alguma maneira, sendo que, muitas vezes, a ação pode estar longe de ocorrer ou até mesmo a possibilidade é mínima do fato vir a acontecer.

Segundo HURLOCK (1979) a preocupação passa a existir quando a questão se trata de relacionamento com uma pessoa, coisa ou situação. O adolescente preocupa-se com sua maneira de agir perante outras pessoas, com sua aparência, com testes e exames, ou até mesmo se irá conseguir um bom emprego, ou seja, o adolescente teme não satisfazer algumas pessoas ou até mesmo impressioná-las, assim como, teme situações que condizem ao seu futuro que de certa forma é incerto. A autora também destaca que, para os rapazes a preocupação maior é em relação a capacidades e vocações, já para as moças a preocupação se dá por aspectos como aparência e aceitação social.

Desta maneira, na adolescência, o medo e a preocupação são fatores que influenciam fortemente na forma que o adolescente convive na sociedade. O medo faz com que o adolescente se sinta inseguro, assim como, a preocupação afeta a sua vida, pois o jovem fica preocupado com assuntos que condizem a sua vida escolar, e assim, isso tudo pode fazer com que ele se sinta incapaz de realizar tarefas com êxito e obter bons resultados. Destaco que tanto o medo quanto a preocupação são fatores sócio-afetivos que influenciam de forma decisiva no PEA de LEI, pois, quando o adolescente sente medo de determinadas coisas, ele tende a se impor a elas, desta maneira, quando o aluno sente medo de participar de uma aula de LEI, seja por insegurança, medo de falar ou de participar das atividades da aula por ser algo diferente do que ele está acostumado a conviver, ele irá se impor à tarefas por medo de fazer algo errado ou não falar tão bem quanto seu (s) colega (s) fala (m). Em uma aula de LEI é comum o aluno ter medo, ter vergonha de participar e se expressar, e isso afeta em um bom PEA, uma vez que, ele começa a se afastar das aulas, se negando a realizar tarefas propostas pelo professor, por medo de ser julgado por seus atos, por seus erros.

A preocupação também está presente na vida do adolescente que está aprendendo a LEI, pois ele pensa, se preocupa em como agir, como participar das aulas de maneira com que ninguém ria dele ou julgue sua forma de participar das atividades da aula. No entanto, ele

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também pode preocupar-se mais em relação a uma aula de LEI por ser uma Língua Estrangeira que não está relacionada com a sua vivência diária com sua família e sociedade, assim ele teme não conseguir aprender, entender a LEI por ser uma língua (idioma) diferente da sua língua materna. O adolescente se preocupa com trabalhos que deverá apresentar e com testes avaliativos principalmente. Cabe ressaltar que o aluno que não sente medo ou preocupação em aprender a LEI, está propício a ter um PEA satisfatório, pois ele terá interesse em aprender a LEI e assim ele apostará na sua aprendizagem de uma segunda língua para que consiga participar das aulas de forma a aprender e se relacionar com outras pessoas que falem a LEI, ou seja, este aluno se encoraja e assim corre riscos o que proporciona várias vantagens na sua aprendizagem de uma Língua Estrangeira.

Existem alunos que apostam na sua aprendizagem de uma LE, seja esta LEI ou outra, deixando o medo e a preocupação de lado, mas estes são poucos, por isso é que nós professores precisamos entender melhor com cada fator sócio-afetivo interfere no PEA de LEI, pois assim, buscaremos soluções, aulas diferentes, atividades que encorajem e despertem o interesse em nossos alunos em aprender a LEI, para que possamos ajudar alunos adolescentes que sentem medo e ou são preocupados em relação a aprender uma LE se inserirem neste mundo diverso e diferente que a LEI proporciona, para que estes alunos possam ter uma aprendizagem tão bem sucedida quanto a de alguns de seus colegas que não se intimidam e nem deixam de se expor para aprender a LEI e assim arriscam e se integram nas aulas, participando e se ajudando a superar obstáculos e barreiras do cotidiano, para então serem bem sucedidos na vida pessoal, escolar e social enquanto falantes da Língua Estrangeira Inglês.

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3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Este Trabalho Final de Conclusão de Curso foi realizado a partir de análise-empírica, de estudo de caso e pesquisa de campo. A metodologia utilizada inicialmente foi a de leituras sobre o assunto, buscando esclarecer os fatores sócio-afetivos, características comportamentais de adolescentes e a influência desses fatores no PEA de LEI. Após, foi realizada uma pesquisa, um estudo em sala de aula em uma turma de 8ª série com cinco alunos. Foram escolhidos temas e aulas que abordaram a fala, audição, escrita e leitura em Inglês e foi elaborado um questionário a fim de compreender questões relacionadas aos fatores sócio-afetivos dos alunos avaliados. Para cada aluno adolescente foi designado um fator sócio-afetivo, sendo que a classificação ficou: Aprendiz 1: Inibição; Aprendiz 2: Ansiedade; Aprendiz 3: Capacidade de correr riscos; Aprendiz 4: Medo; Aprendiz 5:

Auto-Estima. O estudo de caso se deu através da observação do comportamento, da performance

(desempenho) e das atitudes dos alunos durante o período de experimento.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através de estudos teóricos realizados, agora podemos entender como e de que maneira os fatores sócio-afetivos e as características comportamentais de adolescentes afetam o processo ensino-aprendizagem de Língua Estrangeira Inglês. Cada fator interfere de uma determinada maneira no PEA de LEI. Contudo, a adolescência fase de muitas mudanças, é um fator que acarreta uma grande influência na forma como o indivíduo participa, age nas aulas de LEI e conseqüentemente a maneira que seu PEA será definido.

Sabendo que cada fator sócio-afetivo gera uma conseqüência, e que essa influência muitas vezes dificulta um bom PEA de LEI, poderemos entender esta influência através da prática realizada, ou seja, através do estudo de caso com cinco aprendizes de uma turma de 8ª série, sendo que, foram avaliados os fatores sócio-afetivos e após foi definido um fator para cada aprendiz.

Elucido que, o presente trabalho será melhor compreendido, pois, além do estudo de caso e pesquisa de campo, foi elaborado um questionário (anexo 1) com o intuito de entender

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melhor o que perpassa o PEA de LEI e conseqüentemente, estudar caso por caso, de forma que será explicado o porquê que foi designado o determinado fator para tal aprendiz.

Contextualizo a questão dizendo que, os aprendizes foram avaliados no período de dois meses, em diferentes aulas de LEI, diferentes no sentido de que, em cada aula foi trabalhada uma estratégia diferente, diferenciando uma aula da outra, e assim foram envolvidas as quatro habilidades: escuta, fala, leitura e escrita. Os alunos foram desafiados com diferentes propostas de aulas e desta forma, a cada aula puderam ser entendidas as dificuldades que cada adolescente apresenta e por que as mesmas existem, assim como foram vistas possibilidades e estratégias para suavizar esses problemas existentes no PEA de LEI, ou até mesmo eliminá-los.

Os nomes dos aprendizes avaliados foram resguardados, uma vez que, a identificação dos mesmos não pode ser revelada por questões éticas em relação ao seu meio pessoal, social e escolar. No decorrer das avaliações realizadas, percebi como os fatores sócio-afetivos que cada aprendiz carrega consigo (tanto na vida pessoal quanto escolar), definem o seu PEA de LEI.

Os fatores sócio-afetivos atuam de forma definitiva e desta maneira prejudicam e fazem com que muitos alunos tenham uma má aprendizagem da língua estrangeira, no caso, LEI. As observações realizadas no meu estudo de caso foram facilitadas, pois sou professora regente da turma, e assim conheço os aprendizes avaliados desde o início do ano letivo de 2011. Conseqüentemente, já estou familiarizada com as atitudes dos aprendizes adolescentes da turma a qual está sendo avaliada neste trabalho, em relação às aulas de LEI.

Em relação ao questionário aplicado, todos os alunos responderam os mesmos. Alguns de forma clara, séria e comprometida, mas outros nem tanto. Com isso, os questionários serão anexados neste trabalho de conclusão de curso com o intuito de mostrar a forma como foi elaborado e a tornar visível a colaboração dos aprendizes neste trabalho, tendo a noção de algumas respostas que foram dadas pelos indivíduos adolescentes avaliados neste estudo de caso e pesquisa de campo.

Transpostas as questões pertinentes, serão comentadas as avaliações e observações realizadas com os aprendizes avaliados, sendo que, serão esclarecidas as relações de cada aprendiz com o fator sócio-afetivo designado, e algumas intervenções serão feitas ao longo dos comentários realizados a cada aprendiz com algumas de suas respostas cedidas dos questionários aplicados. Cabe ressaltar que os fatores sócio-afetivos nomeados a cada aprendiz são: Aprendiz 1: Inibição; Aprendiz 2: Ansiedade; Aprendiz 3: Capacidade de

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