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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Curricular – Construções Pais dos Santos, Lda. (Belmonte)

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Gesp.010.01

Escola Superior de Tecnologia e Gestão

Instituto Politécnico da Guarda

R E L A T Ó R I O D E E S T Á G I O

MEDIÇÃO, ORÇAMENTAÇÃO

E

ACOMPANHAMENTO DE OBRA

ELISETE MARQUES ROCHA

RELATÓRIO PARA INGRESSO NA ORDEM DOS ENGENHEIROS TÉCNICOS

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Elisete Marques Rocha nº 1009467

i

Ficha de Identificação

 Estagiária

Nome: Elisete Marques Rocha Nº de Aluno: 1009467

Morada: Rua principal nº32,

Localidade: 6250-181 Trigais-Bendada Telefone: 964446003

 Empresa

Nome: Construções Pais dos Santos, Lda

Morada: Rua Pedro Álvares Cabral nº35 R/Chão Localidade: 6250-085 Belmonte

Telefone/Fax : 275 912 395

 Acompanhantes

Supervisor na empresa: Nome: Elsa Guerra

Grau Académico: Licenciatura em Engenharia Civil

Professor Orientador:

Nome: Carlos Aquino Monteiro (Instituto Politécnico da Guarda) Grau Académico: Mestre em Engenharia Civil

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 Duração do Estágio

Data de início do estágio: 27 de Fevereiro de 2012 Data de fim de estágio: 27 de Agosto de 2012

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Resumo

O Estágio Extracurricular teve a duração de seis meses, com início a 27 de Fevereiro de 2012 e término a 27 de Agosto do corrente ano. Este decorreu numa pequena-média empresa situada em Belmonte denominada Construções Pais dos Santos, Lda.

O presente relatório visa o acesso à Ordem dos Engenheiros Técnicos, graças ao protocolo existente entre esta e a Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico da Guarda.

A sua realização objetivou o desenvolvimento de competências e a aplicação dos conhecimentos, adquiridos ao longo do período académico. Permitiu à estagiária perceber certos trâmites legais, económicos, de recursos humanos, de segurança e gestão, que até então lhe passavam despercebidos.

Para uma melhor inserção na área da medição e orçamentação, o estágio principiou pela aprendizagem no âmbito de medição para quantificação dos materiais necessários para a execução de determinada atividade. Posteriormente, e após uma boa consolidação dos conhecimentos adquiridos, a estagiária iniciou-se na área da orçamentação. Quando esta se tornou capaz a elaborar mapas de medições, quantidades e orçamentos, começou a própria a prepará-los e a colaborar diretamente com as diversas atividades decorrentes na empresa.

Teve ainda oportunidade de fazer algum acompanhamento de obra, embora que de forma menos frequente, uma vez que a maior parte do tempo era passado na sede da empresa em colaboração com a Engenheira desta. No entanto conseguiu acompanhar a fase de acabamentos de algumas moradias, e uma reconstrução.

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Agradecimentos

É com muito orgulho que concluo esta etapa das muitas que a vida nos propõe. Muitas vezes duvidei da minha capacidade devido às dificuldades que encontrei não só na conclusão da minha licenciatura em Engenharia Civil mas também durante a realização deste estágio extracurricular. No entanto com o espírito de coragem e força de vontade consegui vencer.

Já dizia Mahatma Gandhi “Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para

a vitória é o desejo de vencer”.

Assim gostaria de agradecer aos meus queridos pais pelo apoio que sempre me prestaram e pelo voto de confiança, pois infelizmente nos dias de hoje estudar é um investimento que nem todos conseguem suportar, à minha irmã por nunca ter deixado de acreditar em mim, ao meu namorado pela paciência e por me incutir sempre um espirito positivista, aos meus amigos, familiares e todos aqueles que sempre estiveram ao meu lado durante este período académico.

Agradeço também aos professores da Área Disciplinar de Engenharia Civil pelo esforço que diariamente têm para transmitir da melhor forma os seus conhecimentos, para que assim nos tornemos bons profissionais. Um obrigado em especial ao Professor Aquino Monteiro por ter prontamente aceite o convite para ser meu orientador e pela paciência e disponibilidade para atender aos meus pedidos.

Obrigado também à empresa Construções Pais dos Santos Lda., por me acolherem tao carinhosamente e por todos os conhecimentos que me transmitiram durante a realização deste estágio, em especial à Engenheira Elsa Guerra minha orientadora, pela paciência, disponibilidade, confiança e amizade.

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Índice

Ficha de Identificação ... i Resumo ... iii Agradecimentos ... iv Índice ... v

Índice de Figuras ... vii

Objetivos do Estágio ... 1

CAPÍTULO 1 ... 2

1.1. A Empresa “CONSTRUÇÕES PAIS DOS SANTOS, LDA. “ ... 3

1.1.1.Historial da Empresa ... 3

1.1.2.Construções já realizadas ... 6

1.2.Referências Comerciais ... 10

1.3.Evolução do Volume de Negócios ... 11

1.4.Estrutura Interna da Empresa ... 12

1.4.1. Memória Descritiva ... 12

1.4.2. Organograma da Empresa ... 13

1.4.3. Funcionários da Empresa ... 14

1.4.4. Atividades Desenvolvidas na Empresa ... 15

CAPÍTULO 2 ... 16

2.1. Introdução ... 17

2.2. Office Work ... 17

2.2.1. Objetivos das medições ... 18

2.2.2. Princípios de base ... 21

2.2.3. Regras Gerais ... 22

2.2.4. Unidades de Medida ... 23

2.2.5. Técnico responsável ... 23

2.2.6. Medições ... 24

2.2.7. Mapa de medições e quantidades ... 30

2.2.8. Orçamentação ... 31

2.2.9. Mapa de medições das armaduras ... 47

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2.2.11. Orçamento ... 66

CAPÍTULO 3 ... 77

3.1. Introdução ... 78

3.2. Planeamento dos Trabalhos ... 78

3.3. Plano de Trabalhos da Obra “Construção de uma Habitação Unifamiliar” sita em Colmeal da Torre ... 81

3.4. Acompanhamento de Obra ... 85

3.4.1. Preparação e montagem de estaleiro ... 85

3.4.2. Escavações e Movimento de Terras ... 86

3.4.3. Cofragens ... 86 3.4.4. Colocação de armaduras ... 87 3.4.5. Laje Aligeirada ... 89 3.4.6. Betonagens ... 90 3.4.7. Descofragem ... 92 3.4.8. Alvenarias ... 92 3.4.9. Revestimentos: Reboco ... 94 3.4.10. Revestimentos: Pintura ... 95 3.4.11. Revestimentos: Azulejos ... 96

3.4.12. Acabamento do pavimento: Mosaico, Parqué, etc. ... 97

3.5. Higiene e Segurança em Obra ... 97

3.5.1. Utilização de Equipamentos de Proteção Individual ... 100

3.5.2. Utilização de Equipamentos de Proteção Coletiva ... 101

3.5.3. Conclusões Gerais da Segurança em Obra ... 103

CAPÍTULO 4 ... 104

4.1. Conclusão ... 105

4.2. Bibliografia ... 106

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Índice de Figuras

Figura 1:Planta de localização da sede da empresa. ... 5

Figura 2: Centro de Dia em Carvalhal Formoso. ... 6

Figura 3: Moradia em Gonçalo – Guarda. ... 6

Figura 4:Moradia rural em Monte do Bispo – Belmonte. ... 7

Figura 5: Igreja de Perificós – Sabugal. ... 7

Figura 6: Moradia em Caria – Belmonte. ... 8

Figura 7: Fase de construção da habitação unifamiliar. ... 8

Figura 8: Moradia em Carvalhal Formoso – Belmonte. ... 9

Figura 9: Laje aligeirada. ... 26

Figura 10: Exemplo de quantificação de materiais ... 35

Figura 11: Livro de obra... 45

Figura 12: Escavação para obter as cotas de base de projeto. ... 86

Figura 13: Cofragens em madeira. ... 87

Figura 14: Cofragens em madeira. ... 87

Figura 15: Cofragens de um muro de suporte em painéis DOKA. ... 87

Figura 16: Cofragens de um muro de suporte em painéis DOKA. ... 87

Figura 17: Colocação de armaduras. ... 88

Figura 18: Colocação de armaduras. ... 88

Figura 19: Armadura de um muro de suporte. ... 88

Figura 20: Laje aligeirada. ... 89

Figura 21: Tarugo na laje aligeirada. ... 89

Figura 22: Camião do betão. ... 90

Figura 23: Betonagem em laje aligeirada e maciça. ... 91

Figura 24: Betonagem em laje aligeirada e maciça. ... 91

Figura 25: Betonagem em muro de betão armado. ... 91

Figura 26: Betonagem em vigas de fundação. ... 91

Figura 27: Colocação da argamassa. ... 93

Figura 28: Colocação de argamassa. ... 93

Figura 29: Retirada do excesso de argamassa. ... 94

Figura 30: Muro de blocos. ... 94

Figura 31: Habitação rebocada. ... 95

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Figura 33: Azulejo de uma casa de banho. ... 96

Figura 34: Mosaico de uma habitação. ... 97

Figura 35: Uso de capacete e luvas de proteção. ... 100

Figura 36: Uso de botas e luvas de proteção. ... 100

Figura 37: Andaime sem guarda corpos, rodapé, escada interior, piso do andaime completo e proteções laterais. ... 101

Figura 38: Armador de ferro sem capacete. ... 102

Figura 39: Trabalhador não usa capacete de proteção individual. ... 102

Índice de Tabelas

Tabela 1: Evolução do volume de negócios. ... 11

Tabela 2: Quadro técnico da empresa. ... 14

Tabela 3: Mapa de medições e quantidades. ... 24

Tabela 4: Mapa de medições e quantidades de aço. ... 27

Tabela 5: Quantidade de cimento e areia para 1m3 de argamassa. ... 37

Tabela 6: Quantidade de cimento e areia para 1m3 de argamassa. ... 38

Tabela 7: Mapa de medições de aço nos pilares e fundações ... 48

Tabela 8: Mapa de medições de aço no teto r/chão ... 50

Tabela 9: Mapa de medições de aço no teto 1º andar ... 54

Tabela 10: Total de barras de aço ... 55

Tabela 11: Mapa de medições ... 56

Tabela 12: Orçamento de uma moradia unifamiliar ... 66

Tabela 13: Orçamento - Opções ... 75

Tabela 14: Matriz de correlações. ... 81

Tabela 15: Plano de trabalhos ... 83

Tabela 16: Plano de trabalhos ... 84

Índice de Gráficos

Gráfico 1: Evolução do volume de negócios... 11

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Objetivos do Estágio

A realização do estágio tem como principal objetivo o acesso à Ordem dos Engenheiros Técnicos.

O plano de estágio visa ser um instrumento de orientação para o futuro da estagiária, atuando como facilitador de aprendizagem e contribuindo para o desenvolvimento de competências.

Tendo em conta os interesses e expectativas da estagiária esta propôs-se desenvolver durante o seu estágio as seguintes atividades:

 Realização de medições de projetos de construção e reconstrução;  Elaboração de propostas para concursos públicos;

 Elaboração de orçamentos de obras públicas e particulares;  Análise do plano de segurança e saúde das empreitadas;  Acompanhamento de obras.

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CAPÍTULO 1

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1.1. A Empresa “CONSTRUÇÕES PAIS DOS SANTOS, LDA. “

1.1.1. Historial da Empresa

A empresa Construções Pais dos Santos, Lda. é uma empresa fundada no ano de 1997 numa sociedade por cotas entre dois irmãos, Sr. Carlos Manuel Pais dos Santos (e esposa) e o Sr. António José Pais dos Santos.

Em 2003 essa sociedade extingue-se com o acordo de ambos os sócios, saindo então, o Sr. António José Pais dos Santos. As Construções Pais dos Santos Lda., passam a ser dirigidas pelo casal, Sr. Carlos Manuel Pais dos Santos e a Sra. Leonor Sequeira Marques Santos, localizando-se então até aos dias de hoje na Rua Pedro Álvares Cabral, nº 35 R/Chão em Belmonte. É uma pequena e média empresa com certificação de PME líder que desde então tem sido responsável pela restauração de edifícios, construção de obras públicas e privadas, movimentação de terras e jardinagem, acabamentos especializados, entre outras infraestruturas.

Tendo em conta as necessidades da sociedade atual o sector da Construção Civil é um dos, senão o mais importante, fator de desenvolvimento global. Como tal ao longo dos tempos a empresa tem vindo a desenvolver elevados níveis de conhecimento no cumprimento das atividades profissionais, dedicando-se à instrução dos seus técnicos, valorizando as ações de formação com os temas virados para a tecnologia da construção, novos materiais e como não poderia faltar a higiene e segurança no trabalho.

Os trabalhos de construção, pela sua própria natureza, comportam em si um elevado grau de risco de ocorrência de acidentes, tornando-se importante que os mesmos sejam desenvolvidos com base na adoção de métodos e procedimentos que contribuem e aumentem a segurança de todos.

Assim as Construções Pais dos Santos, Lda., têm vindo a implementar medidas preventivas, cada vez mais rigorosas de modo a salvaguardar a segurança de todos os trabalhadores nunca descurando da utilização dos equipamentos de proteção coletiva e

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4 individual, a empregar nos locais adequados em função dos riscos a que os trabalhadores poderão estar expostos.

O resultado final dessas formações é qualidade, desempenho e fiabilidade, capacidade de analisar, e compreender as especialidades de cada projeto proporcionando as melhores soluções de forma a minimizar os custos de construção, cumprindo assim os requisitos exigidos pelos clientes.

HABILITAÇÕES

Categoria Descrição da SubCategoria Classe

1ª Categoria Edifícios e Património

Construído Edifícios de Construção Tradicional 2

Reabilitação e Conservação de Edifícios 1

Estrutura e elementos de betão 1

Estruturas metálicas 2

Estruturas de madeira 2

Alvenarias, rebocos e assentamento de cantarias 1

Estuques, pinturas e outros revestimentos 1

Carpintarias 1

Trabalhos em perfis não estruturais 1

Canalizações e condutas em edifícios 1

Instalações sem qualificação específica 1

2ª Categoria Vias de Comunicação Obras de Urbanização

e Outras

Infra-estruturas Saneamento básico 2

Calcetamentos 2 Ajardinamentos 2 5ª Categoria

Outros Trabalhos Demolições 2

Movimentos de terras 2

Armaduras para betão 1

Cofragens 1

Impermeabilizações e isolamentos 1

Andaimes e outras estruturas provisórias 1

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5 Nº do Alvará: 38124

NIF: 503880817

Denominação: Construções Pais dos Santos, Lda. Morada: Rua Pedro Álvares Cabral, nº 35 R/Chão Distrito: Castelo Branco

País: Portugal

Telefone/Fax: 275 912 395

Data de validade do Alvará: 31-1-2011 Data de Inscrição: 18-12-2001

Classe Máxima: 2

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6 1.1.2. Construções já realizadas

Obra: Construção do Centro de Dia de Carvalhal Formoso Dono de Obra: Câmara Municipal de Belmonte

Adjudicada por: Construções Pais dos Santos, Lda Valor: 54.461,51 €

Figura 2: Centro de Dia em Carvalhal Formoso.

Obra: Alteração e ampliação de uma moradia em Gonçalo Dono de Obra: Maria de Lurdes Rosa Barbas Marques Adjudicada por: Construções Pais dos Santos, Lda Valor: 76.000,00 €

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7 Obra: Construção de uma moradia rural, no Monte do Bispo

Dono de Obra: Manuel Nunes Geraldes

Adjudicada por: Construções Pais dos Santos, Lda Valor: 54.075,00 €

Figura 4:Moradia rural em Monte do Bispo – Belmonte.

Obra: Remodelação da Igreja em Perificós Dono de Obra: Igreja de Perificós

Adjudicada por: Construções Pais dos Santos, Lda Valor: 50.000,00

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8 Obra: Construção de uma moradia unifamiliar em Caria

Dono de Obra: Manuel Gambôa Nascimento Adjudicada por: Construções Pais dos Santos, Lda Valor: 115.075,00 €

Figura 6: Moradia em Caria – Belmonte.

Obra: Construção de uma moradia unifamiliar em Carvalhal Formoso Dono de Obra: Eugénio Alexandre da Costa

Adjudicada por: Construções Pais dos Santos, Lda Valor: 125.00,00 €

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1.2. Referências Comerciais

1.2.1. Clientes

Alguns clientes da empresa são:

 Constrope Construção Civil & Obras Públicas, Lda.  Luís Pais dos Santos, Lda.

 Pavibel Pavimentação & Construção, Lda.  Câmara Municipal de Belmonte

 Camara Municipal de Trancoso  Junta de Freguesia de Malcata

Alguns clientes particulares para os quais atualmente a empresa está em atividade:  Albertina Vaz  João Alves  Ana Lopes  Luís Silvestre  Manuel Reis  Anabela Augusto  Restaurante “O Galo”  Firmino Cairrão

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1.3. Evolução do Volume de Negócios

Desde que a empresa se fundou com uma nova gerência, em 2003 o volume de negócios tem vindo a apresentar, como se poderá facilmente observar pela análise do gráfico 1 apresentado, um aumento gradual do volume de negócios. Poder-se-á dizer que houve anos em que a empresa não teve tanto negócio, mas no geral pode-se afirmar que a empresa está em crescimento. É espectável que devido a todos os fenómenos associados à crise e desemprego, principalmente no sector da Construção Civil, haja no ano de 2012 um decréscimo do volume de negócios, apesar de ainda não ser possível afirmar concretamente, uma vez que este balanço só é feito no final de cada ano.

Tabela 1: Evolução do volume de negócios.

Ano  Volume de  negócios  2003  262.430,00 €  2004  287.290,00 €  2005  383.186,00 €  2006  396.903,00 €  2007  375.512,00 €  2008  665.740,00 €  2009  412.499,00 €  2010  629.010,00 €  2011  528.710,00 € 

Gráfico 1: Evolução do volume de negócios. 0.00 € 200 000.00 € 400 000.00 € 600 000.00 € 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Volume de Negócios Ano

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1.4. Estrutura Interna da Empresa

1.4.1. Memória Descritiva

Atualmente o sector da Construção Civil, como todos sabemos, encontra-se numa profunda deterioração da atividade. Há uma grande quebra na produção e uma perda diária de vários postos de trabalho. Segundo a Federação Portuguesa da Indústria da Construção de Obras Públicas (FEPICOP), o sector perde 90 postos de trabalho por hora.

Apesar de todos estes constrangimentos, a empresa continua a manter um espírito empreendedor e uma capacidade de liderança no mercado, empregando catorze trabalhadores, e dispondo de um vasto conjunto de equipamentos e ferramentas para a realização dos trabalhos da forma mais eficiente face às exigências impostas pela sociedade atual.

A aposta na mão-de-obra qualificada em todos os níveis, no cumprimento dos prazos na conclusão das obras e a utilização de materiais/produtos de elevada qualidade são apenas alguns indicadores que levam ao sucesso e crescimento desta empresa. A seleção dos fornecedores é feita de modo criterioso, para que estes cumpram os prazos de entrega, e para que não hajam atrasos ligados aos seus serviços.

A satisfação do cliente é uma mais-valia para o reconhecimento de qualquer empresa, no mercado de trabalho. A empresa tem vindo então a concentrar forças no sentido de aumentar a sua competitividade, apresentando-se no mercado com serviço de alta qualidade.

Como não poderia deixar de ser, isto só é possível graças à boa organização e exigência dos corpos gerentes.

Assim, a administração da empresa é assegurada, em termos de gestão pela Sra. Leonor Santos enquanto, a direção técnica de obras é assumida pela Engenheira Elsa Guerra e pelo Sr. Carlos Santos como Encarregado Geral.

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Gerência

Administração

Produção

Construção

Obras

Públicas

Obras

Particulares

Técnico

Eng.ª Elsa Guerra 1.4.2. Organograma da Empresa

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14 1.4.3. Funcionários da Empresa

A empresa, como referido anteriormente, é composta por 14 trabalhadores distribuídos em função da sua categoria profissional como se poderá observar no gráfico 2. A Construções Pais dos Santos Lda., são uma pequena-média empresa, pelo que estes são os meios humanos necessários para o desenvolvimento da atividade.

De seguida será apresentada qual a função de cada um deles na empresa.

Gráfico 2: Nº de trabalhadores da empresa.

Do quadro técnico dos colaboradores da empresa (tabela 2), faz parte uma Engenheira Técnica Civil, e uma secretária que organiza toda a contabilidade e gestão da empresa.

Tabela 2: Quadro técnico da empresa. 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 Nº de Efectivos Categoria Profissional

Departamento Área Habilitações

Produção Técnica Licenciatura em Engª. Civil Contabilidade e Gestão Gestão 12º Ano

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15 1.4.4. Atividades Desenvolvidas na Empresa

O estágio não foi direcionado num só campo mas sim para vários. A diversificação dos trabalhos realizados proporcionou à estagiária adquirir, não só um vasto conjunto de conhecimentos, mas também por em prática os diversificados temas abordados teoricamente.

Assim, durante os primeiros meses de estágio começou por adquirir alguns conhecimentos teóricos de medições, e as suas finalidades. Posteriormente, colocou em prática os conceitos apreendidos com a elaboração de mapas de medições e de quantidades de algumas obras já realizadas pela empresa. Mais tarde quando se tornou autónoma nesse campo, elaborou a própria mapas de medições para que a Engenheira orçamentasse. No capítulo II será melhor explicado todo este período de aprendizagem.

Depois deste processo, a estagiária começou a aprender a quantificar de forma detalhada aquilo que fora medido. Uma vez dominados estes dois temas, foram-lhe fornecidos orçamentos também já realizados para analisar, e mais tarde, começou a própria a elaborá-los.

Teve ainda oportunidade de perceber quais os trâmites legais necessários para a empresa concorrer a um concurso público.

Durante este processo de aprendizagem, também acompanhou algumas obras, três construções de habitações unifamiliares, que aquando da sua chegada à empresa já todas elas tinham a parte estrutural concebida (esqueleto/tosco), pelo que só acompanhou a fase de acabamentos e uma reconstrução. Devido ao facto de a orientadora estar grávida a frequência em obra era esporádica.

Para não tornar este relatório exaustivo a estagiária vai apenas debruçar-se na construção de uma moradia unifamiliar, apresentando o mapa de medições, orçamento, e plano de trabalhos a esta feito.

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CAPÍTULO 2

“ Office Work”

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2.1. Introdução

A atividade do Engenheiro Civil divide-se em vários campos da Engenharia dentro dos quais projeto, produção, controlo e gestão de projetos. Quando o Engenheiro Civil está inserido nos quadros técnicos de uma empresa este tem funções de orçamentação, planeamento, gestão e direção de obras.

Neste capítulo serão então abordados temas relacionados com a fase de contratação nomeadamente no que diz respeito a medição e orçamentação.

Como a estagiária não fez um acompanhamento de obra exaustivo, debruçou-se em perceber como funcionam certas burocracias em termos de documentação, como por exemplo o que é necessário para começar a construção de uma obra, para que haja abastecimento de água e drenagem de esgotos, assim como os documentos a apresentar para que a eletricidade seja fornecida. Uma vez colocada a água e eletricidade em obra, como se sabe, deve ser comunicado ao ACT- Autoridade para as Condições de Trabalho a abertura de estaleiro e portanto será abordado também que documentos devem ser apresentados e ainda que documentação deve estar sempre em obra. Por fim quais os procedimentos a realizar para obter a Licença de Habitabilidade quando a obra estiver concluída. Na opinião da estagiária são factos muito importantes.

2.2. Office Work

Quando o cliente leva à empresa os projetos de uma determinada obra, seja para construção, reconstrução ou até mesmo um concurso público, deve ser realizada uma análise exaustiva a todos os projetos com o objetivo de ter um conhecimento superficial do que se irá realizar e anotando todas as dúvidas para que posteriormente possam ser esclarecidas com a visita ao local ou com o engenheiro/arquiteto do projeto de especialidade. A visita ao local é muito importante, porque fazendo um levantamento do local onde se irá implantar a obra e recolhendo o máximo de informação realizando por exemplo um registo fotográfico, este permite esclarecer muitas dúvidas e perceber quais

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18 as dificuldades que ainda se poderão encontrar. Realizando um estudo mais aprofundado, dos projetos após visita ao local, conseguir-se-á perceber as incongruências, informações não completas e omissões que na análise superficial não se conseguiu aperceber. O primeiro passo a ser realizado é efetuar todas as medições desse projeto para então depois ser orçamentado.

Ao longo do estágio e como referido, foram feitas várias medições, no entanto apenas será apresentado um mapa de medições que servirá de exemplo para as restantes.

Antes de passar à apresentação desse mapa será abordado primeiramente alguns conceitos teóricos muito relevantes, que por vezes, devido à falta de tempo, são abordados muito rapidamente nas aulas, e que para a estagiária têm grande importância na vida profissional.

2.2.1. Objetivos das medições

As medições constituem a determinação analítica das quantidades dos trabalhos previstos no projeto ou executadas em obra e têm em regra os objetivos seguintes:

 Possibilitar, a todas as empresas que apresentam propostas de empreitadas, a determinação dos seus custos e a elaboração de orçamentos, com base nas mesmas informações de quantidades e de qualidade de execução dos trabalhos indicados no projeto;

 Proporcionar às empresas adjudicatárias o cálculo das quantidades de materiais e a avaliação das quantidades de mão-de-obra, de máquinas ou outros recursos a utilizar na execução dos trabalhos;

 Permitir o cálculo das variações de quantidades ou de modificações de qualidade que se verificarem durante a construção;

 Facilitar a faturação e o pagamento das situações mensais, no prazo da execução da obra, e a elaboração da conta da empreitada, quando da receção provisória da obra;

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19  Estabelecer as bases para as empresas realizarem a análise e controlo de custos

de trabalhos.

A apresentação, em concursos de medições corretas adaptadas às características de cada obra constitui uma das atividades importantes do projeto, na medida em que permite:

 O cálculo, pelas empresas concorrentes, dos custos de cada trabalho em função do volume de produção, dos materiais a utilizar, dos pormenores de execução, dos processos de construção e das condições de implantação e organização do estaleiro;

 A elaboração de orçamentos em bases comuns, por todas as empresas concorrentes, que facilitem a apreciação das propostas pelo dono de obra.

A evolução da dimensão e complexidade das empreitadas tem incrementado a necessidade das empresas disporem de medições, como elementos que sirvam de base de concurso, pois torna-se praticamente impossível a determinação das quantidades de trabalhos, por cada concorrente, nos prazos da apresentação das propostas que são correntes nas empreitadas.

A importância das medições foi evidenciada no Decreto-Lei nº 48 871, de 17 de Fevereiro de 1969, na medida em que prescreve que “só poderão ser contratadas por preço global as obras relativamente às quais seja possível calcular, sobre projeto, com pequena possibilidade de erro, os custos dos materiais e mão-de-obra a empregar”.

A avaliação das quantidades de mão-de-obra, de materiais, de equipamentos ou de outros recursos a utilizar na execução da obra pode ser deduzido das medições desde que se conheçam os rendimentos dos trabalhos, o que facilita quer o estudo da implantação e organização do estaleiro quer a programação dos recursos durante a construção.

A determinação dos trabalhos a mais ou a menos e das situações mensais de pagamento tem de fundamentar-se em medições realizadas sobre o projeto que, em geral, são retificadas posteriormente, com medidas obtidas diretamente em obra.

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20 A análise e o controlo de custos pelas empresas, durante a execução da obra

podem ser facilitados se as medições além de serem corretas, forem organizadas com base em certos princípios de organização nomeadamente:

 Estabelecimento da relação ou lista de trabalhos de acordo com sistemas de classificação e ordenamento que individualizam cada trabalho segundo os critérios seguintes:

 Os trabalhos medidos devem corresponder às atividades que são exercidas por cada categoria profissional de operário;

 As medições devem descriminar todos os trabalhos, principais e auxiliares, que são realizados durante a execução em obra;

 As medições devem ser decompostas por partes da obra que facilitem a determinação das quantidades de trabalho realizadas pelas equipas de pessoal, durante a progressão da construção.

 Elaboração de medidas que proporcionem a decomposição do preço da obra nas suas partes elementares, em especial para diferenciação dos elementos seguintes:

 Custos diretos  Custos indiretos  Custos de estaleiro

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21 2.2.2. Princípios de base

 As medições podem ser elaboradas a partir do projeto ou da obra. As regras de medição são aplicáveis a ambos os casos mas, na medição sobre projeto, os medidores devem ter conhecimento e experiência suficiente para poderem equacionar e procurar esclarecer, junto dos autores dos projetos, as faltas de informação que são indispensáveis à determinação das medições e ao cálculo dos custos de trabalho.

 Apesar de cada obra possuir, em regra, particularidades que a diferenciam das restantes, podem ser definidos alguns princípios de base a ter em consideração na elaboração de medições, nomeadamente as seguintes:

 O estudo da documentação do projeto peças desenhadas, caderno de encargos e cálculos deve constituir a primeira atividade do medidor.  As medições devem satisfazer às peças desenhadas do projeto e às

condições técnicas, gerais e especiais, do caderno de encargos. Na análise das peças desenhadas e na sua confrontação com o caderno de encargos surgem, com frequência, contradições, erros e omissões que o medidor esclarecerá com o autor de projeto, tornando-se um dos colaboradores importantes dos projetistas.

 As medições devem ser realizadas de acordo com as regras de medição adotadas e, na falta, o medidor deve adotar critérios que conduzam a quantidades corretas. Estes critérios devem ser discriminados de forma clara nas medições do projeto.

 As medições devem ter em consideração as normas aplicáveis aos edifícios, nomeadamente aos materiais e técnicas de execução.

 Dentro dos limites razoáveis das tolerâncias admissíveis para a execução das obras, as medições devem ser elaboradas de modo a que não sejam desprezados nenhum dos elementos constituintes dos edifícios.

 Durante o cálculo das medições devem ser realizadas diversas verificações das operações efetuadas e confrontações entre somas de quantidades parcelares com quantidades globais. O grau de rigor a obter

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22 com estas verificações e confrontações depende, como é evidente, do

custo unitário de cada trabalho.

2.2.3. Regras Gerais

 As medições devem descrever, de forma completa e precisa os trabalhos previstos no projeto ou executados em obra. Recomenda-se que essa descrição seja sempre que possível, sucinta.

 Os trabalhos que impliquem diferentes condições ou dificuldades de execução serão sempre medidos separadamente em rubricas próprias.

 As dimensões a adotar serão em regra as de cada elemento de construção arredondadas ao centímetro. Esta regra não é aplicável às dimensões indicadas na descrição das medições. Sempre que possível, nas medições de projeto, as dimensões serão as indicadas nas cotas dos desenhos ou calculadas a partir das mesmas.

 Salvo indicação em contrário o cálculo das quantidades dos trabalhos será efetuado por aplicação das dimensões segundo a ordem seguinte:

 Comprimento;  Largura;

 Altura ou profundidade.

 As dimensões que não poderem ser determinadas com rigor deverão ser indicadas com a designação de “quantidades aproximadas”.

 As medições devem ser apresentadas com as indicações necessárias à sua perfeita compreensão, de modo a permitir uma fácil verificação ou retificação e a determinação correta do custo. Em regra, as dimensões utilizadas na medição deverão ser sempre verificáveis pelo utilizador.

 Recomenda-se que as medições sejam organizadas por forma a facilitar a determinação dos dados necessários à preparação da execução da obra, inclusive à sua programação e ao controle de produção, nomeadamente nos aspetos seguintes: repartição dos trabalhos por diferentes locais de construção, cálculo das situações mensais e controle de custos.

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23  Os capítulos das medições e da lista de medições poderão ser organizados de

acordo com a natureza dos trabalhos ou por elementos de construção. Quando o critério de organização for o da natureza dos trabalhos, estes deverão ser integrados nos capítulos indicados nestas regras e apresentados pela mesma ordem.

 As medições dos trabalhos exteriores ao edifício (acessos, jardins, vedações, instalações exteriores ao perímetro do edifício entre outros) deverão ser, no seu conjunto, apresentadas separadamente dos trabalhos relativos ao edifício.

2.2.4. Unidades de Medida

As unidades bases de medida são as seguintes:

Designação Símbolo

Unidade Genérica Unidade unid.

Unidade de medidas lineares Metro ml Unidade de superfície Metro quadrado m2

Unidade de volume Metro cúbico m3 Kg Unidade de peso Quilograma

Unidade de tempo Hora h

Dia d

2.2.5. Técnico responsável

O técnico responsável pela elaboração das medições e lista de medições deverá indicar sempre o seu nome, e sempre que as medidas sejam elaboradas por outro técnico o nome deste deverá ser referido no início dos respetivos capítulos.

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24 2.2.6. Medições

De seguida será demonstrado como efetuar a medição, das partes que para a estagiária são as mais importantes, para depois orçamentar.

A tabela 3 representa o mapa de medições utilizado pela empresa para determinação analítica e ordenada das quantidades dos diferentes trabalhos e dos encargos definidos no projeto ou que integram a obra.

MEDIÇÕES REQUERENTE TIPO DE OBRA LOCAL DA OBRA Designação Unidade N.º Partes

Comprimento Largura Altura Parcial Total Total Final

Tabela 3: Mapa de medições e quantidades.

Betão:

A medição do betão é realizada em m3.

Para sapatas ou vigas contínuas a medição é feita multiplicando à área da secção transversal pelo respetivo comprimento. Caso a seção transversal das sapatas contínuas seja variável é utilizada a secção transversal média.

Nos muros de suporte os comprimentos são determinados segundo figuras geométricas, as alturas são determinadas a partir da face superior da sapata e o nível de tosco do primeiro pavimento.

Nas lajes maciças, o comprimento e largura será determinado entre as faces das vigas, lintéis e pilares e a altura é aquela que vem determinada no projeto de estabilidade.

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25 A medição das escadas engloba todos os elementos constituintes desta, patamar,

degraus e a respetiva laje.

Para pilares a medição é feita multiplicando a área da secção transversal pelo respetivo comprimento. Sendo que o comprimento ou altura é a distância entre as faces superiores das sapatas ou vigas de fundação e o nível de tosco do primeiro pavimento.

Nas vigas os comprimentos são determinados segundo formas geométricas simples, serão definidas pelas faces dos pilares ou vigas que intersetam.

Exemplo:

Uma viga 0,30 x 0,40m e um comprimento de 11,3m.

ã á çã

ã 0,3 0,4 11,3

ã 1,36

 Lajes aligeiradas:

A medição será realizada em m2.

Os comprimentos e as larguras serão determinados entre as faces das vigas, lintéis, pilares e paredes entre as quais as lajes se inserem.

As medições deverão ser individualizadas segundo os constituintes da laje (figura 9), assim vigotas, abobadilhas e malha eletrossoldada são medidos em m2, enquanto o betão na camada de compressão nas zonas maciças dos tarugos é medido em m3.

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Figura 9: Laje aligeirada.

 Armaduras:

Nas armaduras, as medições serão descriminadas por elementos de construção, a sua determinação é realizada a partir das formas geométricas das superfícies indicadas em projeto (tabela 4).

Varões ……….... m ………..Kg Redes eletrossoldada ……….. m2 ………Kg

Na rede eletrossoldada, as áreas serão determinadas em m2 e depois convertidas a Kg (de acordo com o peso nominal de cada rede). As áreas serão medidas tendo em conta os levantamentos efetuados, ligações de amarração e sobreposições. As deduções relativas a aberturas só serão contabilizadas quando a sua área for superior a 0,5 m2.

Nos varões os comprimentos serão determinados em m e convertidos em Kg (de acordo com o peso nominal dos varões), os comprimentos serão medidos tendo em conta os levantamentos efetuados, ganchos de amarração e sobreposições. As emendas de varões por soldadura elétrica ou por ligações roscadas, serão medidas à unidade. A medição de cada varão será individualizada em rubrica própria.

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27 Tabela 4: Mapa de medições e quantidades de aço.

MEDIÇÕES DE AÇO DONO DE OBRA: OBRA: LOCAL: Descrição Ø Nº Nº Comprimento Ø Partes Varões 6 8 10 12 16 20 TOTAIS (ml) PERCENTAGEM DE 10% TOTAL Kg / ml 0,22 0,4 0,62 0,89 1,58 2,47 TOTAIS (Kg) TOTAIS BARRAS

A encomenda de aço para as obras que decorriam na empresa era feita em varões de 12 metros de comprimento para o diâmetro correspondente. É sempre dada uma percentagem de 10% aos valores medidos, por causa dos desperdícios.

 Cofragens:

A medição engloba cofragens para proteção de fundações, sapatas, vigas de fundação, lintéis, cintas, muros de suporte, paredes, lajes maciças, lajes aligeiradas, escadas, pilares e vigas. As reduções relativas a aberturas a executar nos moldes só serão executadas quando a sua área for superior a 0,50 m2 como por exemplo aberturas nos elementos de construção, passagens de tubos, cabos ou condutas, cruzamento de vigas com paredes. As medições devem ser feitas em m2.

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28  Revestimentos de coberturas:

A medição deverá ser efetuada em m2 ou à unidade.

A medição é feita a partir da área da seção transversal, nunca esquecendo que as áreas que corresponderam às chaminés, ventilações e outras aberturas só serão deduzidas quando forem superiores a 1 m2.

Á

 Alvenarias:

As medições das alvenarias deverão ser divididas em alvenarias interiores e exteriores (duplas).

A medição será realizada em m2 a partir da área da seção, sem esquecer de descontar todos os vãos pertencentes a essa área.

ã

Os vãos são todas as portas, janelas e todas as deduções relativamente a aberturas com mais de 0,5 m2 de área.

 Revestimentos Interiores e Exteriores:

Reboco, estuque, azulejos, pedra colada, pintura, são alguns revestimentos que são quantificados da mesma maneira sejam eles interiores ou exteriores. A medição é realizada em m2 a partir da área da secção sem esquecer de descontar os vãos.

Nos pavimentos (mosaicos, flutuante, entre outros) exteriores ou interiores a medição será realizada a partir das cotas da superfície à vista incluindo as áreas correspondentes aos vãos, as áreas correspondentes a pilares, colunas, chaminés e ou outras aberturas só serão deduzidas quando a sua abertura for superior a 0,25 m2. Os

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29 rodapés serão descriminados em rubricas próprias com a indicação da secção e a

medição será realizada em m.

Os revestimentos das escadas deverão ser medidos separadamente em espelho, degraus ou passo, corrimão entre outros, em m2 para revestimentos contínuos e m para revestimentos com peças lineares.

Nos tetos a medição será efetuada a partir das cotas da superfície à vista em m2, as áreas correspondentes a pilares, colunas, chaminés e outras aberturas só serão deduzidas quando a sua superfície (área) for superior a 0,25 m2. Sancas, molduras e outros elementos de guarnecimento serão individualizados em rubricas próprias e a medição será realizada em m. Os tetos falsos também serão individualizados em rubricas próprias e em m2.

 Carpintarias:

Nos vãos, as medições deverão ser realizadas à unidade, grades e caixilhos fixos serão medidos em m2. Na designação deverá vir indicado as medidas dos elementos.

Nos equipamentos as medições serão individualizadas em equipamentos fixos e móveis e quantificados à unidade, no entanto, armários fixos ou roupeiros poderão ser medidos em m2.

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30 2.2.7. Mapa de medições e quantidades

O mapa de medições é o elemento chave de contratação entre o dono de obra e o empreiteiro, na medida que serve de suporte à determinação dos preços, no sentido do preço obtido na fase de contratação ser o mais próximo possível do resultado final do custo da obra. Onde constam apenas as medições das quantidades.

O mapa de quantidades não é nada mais do que a decomposição de uma obra em capítulos e atividades sem definir preços unitários.

Os capítulos deverão ser agrupados por:  Elementos de construção;

 Artes;

 Atividades tecnicamente semelhantes;

 Um sistema misto onde encontramos subgrupos.

Exemplo de organização de capítulos:  Demolições;  Movimentos de Terras;  Estrutura;  Alvenarias;  Cobertura;  Instalações;  Revestimentos;  Vãos;  Equipamentos;  Arranjos Exteriores.

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31 2.2.8. Orçamentação

O orçamento é a forma do dono de obra e empreiteiro saberem qual o custo de uma determinada obra. É a partir destes que o empreiteiro adiciona o lucro pretendido e controla a execução dos trabalhos. São o somatório de uma lista de atividades multiplicadas pelas respetivas quantidades parciais.

Deverá obedecer aos seguintes objetivos:

 Procurar obter o custo proposto pela empresa para a execução de um determinado trabalho descrito nas medições e de acordo com o caderno de encargos;

 Estabelecer o documento de controlo dos rendimentos e da mão-de-obra;

 É o documento que poderá servir de contrato para a empresa, onde estão descriminados todos os trabalhos a efetuar em obra, e que poderá ainda servir de esclarecimento ao dono de obra.

De seguida são apresentados alguns conceitos fundamentais para o estudo do Preço Unitário da atividade:

 Artigo: Toda a atividade que é necessária executar numa obra autónoma e que consome recursos (é fundamental a descrição de cada artigo para o conhecimento do que tem que se realizar).

 Tarefa Elementar: Atividade básica necessária à execução de uma tarefa. O conjunto de tarefas elementares permitirá então executar uma determinada atividade.

 Recurso: É o fator humano, material, equipamento, elementar necessário à produção de uma determinada atividade. Também designado, fator de produção.

 Preço Unitário: É o preço pelo qual o empreiteiro pretende vender ao dono de obra a execução de determinada atividade. Este preço tem que se refletir nos custos de produção (recursos) para a empresa e respetivo custo.

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32  Caderno de encargos: local onde está estabelecido a ordem dos trabalhos

definidos em artigos, tem como objetivo descrever como proceder à execução e às condições técnicas para a realização dos trabalhos.

 Memória descritiva: elemento onde estão definidas todas as características da obra, sejam os materiais, bem como a forma a executar o trabalho, contribuindo assim para estabelecer a relação entre o mapa de medição e o orçamento.

O orçamento é criado com base nos capítulos estabelecidos no mapa de medições, descrevendo para cada artigo, o modo como se deve proceder à realização do trabalho proposto pelo artigo bem como todos os materiais e trabalhos necessários ao seu perfeito acabamento/funcionamento.

Os materiais a empregar estarão detalhados na memória descritiva do respetivo projeto de especialidades.

O orçamento é o resultado da multiplicação das quantidades de cada trabalho descrito no mapa de quantidades, pelos respetivos custos. Basta efetuar a multiplicação do preço unitário pela quantidade medida e obtém-se o custo que cada trabalho poderá ter.

Normalmente é dada uma percentagem de 10% ou 20% para a empresa também obter algum lucro. O preço unitário será então o que corresponde a uma unidade de fabrico para se cumprir a tarefa (por exemplo 1 m2 de reboco ou 1m3 de betão), o custo é o valor tributável ao trabalho incluindo os materiais e mão-de-obra e equipamentos com o rendimento por m2 ou m3.

Por rendimento de mão-de-obra entende-se que se trata do tempo necessário que o trabalhador tem de dispensar para executar um determinado trabalho. Existem várias publicações com os rendimentos de mão-de-obra, materiais e equipamentos para os vários trabalhos da construção civil, no entanto, os rendimentos deverão ser determinados pelas próprias empresas, que deverão ser resultado de observação de rendimentos medidos e ponderados, durante um certo período de tempo, através do

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33 contato direto em todo do tipo de trabalho e dimensões. Na realidade o que acontecia na

empresa é que já estava estabelecido o preço para um determinado trabalho/artigo, que inclui a mão-de-obra, os materiais e equipamentos necessários para a execução de determinada atividade.

Quando os preços dos materiais não estavam estabelecidos pela empresa, por exemplo a pintura é de 5€/m2 (preço seco),o que se fazia para obter o preço dos materiais que à partida são novos e não estavam tabelados, era procurar saber qual o seu valor, enviando fax’s ou contactando com os fornecedores para pedir o orçamento com o assunto desejado. Fazia-se o estudo do rendimento dos trabalhadores, materiais e equipamentos necessários à execução de determinada atividade, obtendo-se o preço pretendido.

Para todos os trabalhos que executa, a empresa estabelece um preço unitário, ou no caso de trabalhos relativos a movimentos de terras, abertura de caboucos, entre outros, estabelece o preço a partir do valor global (VG), ou seja, estima um preço para o trabalho. Bem como no caso da empresa dar um trabalho como sub-empreitada (por exemplo, uma estrutura metálica, ou a colocação de um recuperador de calor) também é estabelecido o preço por valor global.

2.2.8.1. Erros e Omissões

Segundo o artigoº. 14 do Decreto-Lei 59/99 existem, dois tipos de erros e omissões:

 Erros e omissões do projeto relativos à natureza ou volume dos trabalhos;

 Erros de cálculo, erros nas quantidades de materiais, ou omissões no caderno de encargos.

Devido aos erros e omissões poderão surgir custos a mais ou menos nas obras, daí surgirem os trabalhos a mais e a menos causados por este “descuido”.

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34 2.2.8.2. Tipos de custos associados à construção

Interessa nesta fase analisar as estruturas de custo na construção civil, ou seja a forma das empresas de construção organizarem os custos das empresas de modo a que o custo total adicionado ao lucro seja o preço de venda.

 Custos Diretos: Neste tipo de custo incidem normalmente todas as despesas associadas à execução de um determinado trabalho.

Exemplo: Mão-de-obra, materiais/acessórios, equipamentos/ferramentas, entre

outros.

 Custos Indiretos: São os custos da empresa comuns a todas as obras.

Exemplo: Seguro de trabalhos humanos e das viaturas, impostos, contribuições,

despesas comerciais, fotocópias, segurança social, salários, entre outros.

 Custos de Estaleiro: São todas as despesas que, como o próprio nome indica, estão relacionadas com o estaleiro. O estaleiro é o local onde se efetuam todos os trabalhos de construção, bem como o local onde se desenvolvem as atividades de apoio. É o local que reúne as instalações sociais, escritórios de obra, ferramentaria, carpintarias entre outros.

Exemplo: Montagem e desmontagem de estaleiro, escritórios, armazéns, oficina de

cofragem de armaduras, carpintarias, ferramentaria, entre outros.

O preço de venda é dado pela seguinte metodologia:

PV = Preço de venda de determinada atividade CD = Custo direto associado à atividade

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35 CI = Custo indireto associado à atividade

CE = Custo de estaleiro associado à atividade l = Lucro Há uma série de fatores associados à determinação dos custos diretos, indiretos e de estaleiro que a estagiária não aprofundará mais, para não tornar o relatório muito exaustivo.

2.2.8.3. Quantidades

Apesar de na empresa os preços já terem incluídos os materiais, e trabalhos necessários para a execução de determinada atividade, a estagiária aprendeu também a quantificar unitariamente os materiais.

Exemplo: Para uma parede de 5x3 m2, qual a quantidade de tijolos, argamassa e areia necessária (figura 10)?

Inicialmente efetuam-se os cálculos para uma fiada de 3 tijolos 30x20x15, para posteriormente calcular para uma área de 15m2.

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36 1º) Nº de tijolos?

Existem 9 tijolos numa área de 98x68 cm

Á 1 Á Então: 0,32 0,22 1 5 3 213 2º) Argamassa? 0,98 0,68 0,15 0,09996 0,20 0,30 0,15 0,009 0,98 0,68 0,009 9 0,081 Então: 0,09996 0,081 0,019

Para alvenaria de tijolo o traço recomendado é de 1:6 utilizando cimento e areia grossa (tabela 5).

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37 Tabela 5: Quantidade de cimento e areia para 1m3 de argamassa.

Traço (em volume) Cimento Areia Kg m3 m3 1:1 800 0,665 0,670 1:1,5 640 0,535 0,800 1:2 535 0,445 0,890 1:2,5 460 0,380 0,950 1:3 400 0,335 1,060 1:4 320 0,270 1,070 1:5 270 0,220 1,110 1:6 230 0,190 1,140 1:7 200 0,165 1,170 1:8 180 0,150 1,190 Se: 0,98 0,68 0,019 5 3 Então: 0,43

Segundo a tabela 5, apresentado acima, 1m3 equivale a 230 Kg.

1 230

0,43

98,2

Supondo que cada saco de cimento tem 35 Kg, para esta parede são suficientes 3 sacos de cimento (35x3=105 Kg)

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38 2º) Areia?

Consultando a tabela 6 e efetuando os cálculos conclui-se que: Tabela 6: Quantidade de cimento e areia para 1m3 de argamassa.

Traço (em volume) Cimento Areia Kg m3 m3 1:6 230 0,190 1,140 1 1,14 0,43

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39 2.2.8.4. Tipos de Empreitadas

De acordo com o modo de retribuição do empreiteiro, as empreitadas podem ser:  Por Preço Global

 Por Série de Preços  Por Percentagem

Entende-se por empreitada por preço global a empreitada cujo montante da remuneração, corresponde à realização de todos os trabalhos necessários para a execução da obra ou parte da obra objeto do contrato. Devem ser contratados por preço global, as obras cujos projetos permitam determinar a natureza e as quantidades dos trabalhos a executar, bem como os custos dos materiais e mão-de-obra.

A empreitada é estipulada por série de preços, quando a remuneração do empreiteiro resulta da aplicação dos preços unitários previstos no contrato para cada espécie de trabalho a realizar às quantidades desses trabalhos realmente executados.

Diz-se empreitada por percentagem, o contrato pelo qual o empreiteiro assume a obrigação de executar a obra por preço correspondente ao seu custo, acrescido de uma percentagem destinada a cobrir os encargos de administração e a remuneração normal da empresa.

2.2.8.5. Adjudicação

Antes de falar de todos os trâmites legais necessários após a obra ser adjudicada, a estagiária gostaria de falar de todo o processo que o cliente teve de passar até obter o Alvará de Construção da obra que pretende realizar.

O primeiro passo do cliente quando pretende realizar uma obra, é o de se deslocar com o arquiteto escolhido por este, para fazer um levantamento do local onde será implantada a habitação. O dono de obra deverá explicar ao arquiteto como pretende que a sua habitação seja. O arquiteto irá assim, proceder à execução do projeto de arquitetura após fazer o levantamento da planta de localização na Câmara Municipal.

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40 Quando pronto, é feito um pedido de viabilização à Câmara Municipal do local, onde se

irá realizar a obra para que seja aprovada a arquitetura. Posteriormente a Câmara Municipal analisará se aprova ou não o projeto. Nem sempre o primeiro projeto de arquitetura é aquele que prevalece, uma vez que há um conjunto de entraves colocados pela Câmara que só são muitas vezes ultrapassados com um novo projeto de arquitetura. Um exemplo de esses entraves é o facto de muitas vezes os arquitetos da Câmara Municipal afirmarem que a habitação terá um grande impacto na envolvente da zona onde está localizada a habitação, entre muitos outros.

Quando aprovado na Câmara Municipal o projeto de arquitetura, entram então os projetos de especialidade para também serem aprovados, não só pela Câmara Municipal mas também para os bombeiros de Coimbra, EDP para certificação de que o local é abastecido de luz, entre outros. Finalmente regressarão à Câmara Municipal já carimbados.

Uma vez aprovados os projetos de especialidade (Projeto de Estabilidade, Isolamento Acústico, Rede de Águas Pluviais, ITED, Rede de Águas e Esgotos, Arranjos Exteriores, Comportamento Térmico), o dono da obra deve deslocar-se a uma ou várias empresas de construção para que lhe apresentem uma proposta (orçamento). A obra é então adjudicada à proposta economicamente mais vantajosa, dentro dos critérios de qualidade satisfatórios. Todos os orçamentos deverão ser acrescentados do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).

É celebrado então um contrato entre o dono de obra e o empreiteiro.

 Contrato:

Segundo o Decreto-Lei n.º 59/99, do Artigo 150.º (Conceito e efeitos contrato / consignação) - Capítulo II, Chama-se consignação / contrato da empreitada ao ato pelo qual o representante do Dono de Obra faculta ao empreiteiro os locais onde hão-de ser executados os trabalhos e as peças escritas ou desenhadas, complementares do projeto, para que se possa proceder á execução.

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41 No contrato deve estar estabelecido o Nome, Morada, Nº de contribuinte, Nº do

Alvará de Construção da Empresa, e o Nome, Morada, Nº de Contribuinte do Dono de Obra. Na 1ª Cláusula do contrato devem estar descritos os trabalhos a realizar em toda a obra; na 2ª Cláusula deve estar estabelecido o valor global dos trabalhos previstos; na 3ª Cláusula estão definidos os prazos de execução dos trabalhos; a 4ª Cláusula é referente ao Planeamento e Coordenação dos trabalhos, na 5ª cláusula estão descritas as condições de execução dos trabalhos; a 6ª Cláusula diz respeito aos Seguros e Encargos legais; a 7ª Cláusula é referente à Forma e Prazos de pagamento; na 8ª Cláusula é estabelecida a Receção dos trabalhos; e por fim a 9ª Cláusula diz respeito às Omissões.

No final, o contrato deve ser assinado por ambas as partes. Em anexo estará o exemplo de um contrato.

Em termos de documentação, será necessário:

 Bilhete de identidade ou Cartão do Cidadão do dono de obra;  Número da sua conta bancária (NIB).

Uma vez celebrado o contrato é necessária a Licença de Construção para começarem as obras da mesma.

Para obter a licença de construção o dono de obra deve deslocar-se uma vez mais à Câmara Municipal do local onde será construída a habitação e para isso é necessário:

 Alvará da Empresa de Construção Civil;

 Declaração do Seguro de todos os trabalhadores.

Os documentos a apresentar, dependem da localização das Câmaras Municipais, por exemplo a Câmara Municipal de Belmonte apenas necessita dos dois documentos mencionados na epígrafe acima.

Com tudo aprovado, a Câmara Municipal, emite então o Alvará de construção ou a Comunicação prévia de construção (esta é emitida no caso de loteamentos).

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42 2.2.8.6. Início da Construção

Como será de prever, a obra só terá inicio quando o local for abastecido de luz e água.

 Luz:

É pedido à EDP uma requisição de abastecimento de luz. Para isso é necessário o empreiteiro deslocar-se a uma loja EDP com os seguintes documentos:

 Alvará de Construção;

 Certidão Permanente da Empresa;  Nº de Contribuinte da Empresa;  Nº da Conta Bancária da Empresa.

Posteriormente chegará à empresa o contrato emitido pela EDP e o local será fornecido com luz. Muitas vezes o local ainda não é abastecido por luz, pelo que, antes de ser celebrado um contrato com a EDP o dono de obra deverá fazer uma requisição de ligação em baixa tensão (baixada).

 Abastecimento de Águas e Drenagem de Águas residuais e Pluviais:

A requisição do ramal de abastecimento de água é feita de forma muito fácil. Basta dirigir-se à Camara Municipal para pedir a ligação da água, e fazer logo a requisição do contador de água. O departamento de fornecimento de água estima um orçamento para efetuarem a ligação e posteriormente é celebrado um contrato com a empresa de construção. Em termos de documentação é apenas necessário levar o Alvará de Construção da Obra.

Só mais tarde, quando a obra estiver pronta é que o dono de obra ou o empreiteiro fazem a requisição da ligação dos esgotos à fossa pública. A Câmara Municipal estimará um orçamento, a ser pago pelo dono de obra ou empreiteiro conforme o estabelecido no contrato.

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43  Abertura de Estaleiro

Segundo o Decreto-Lei n.º 273/2003, de 29 de Outubro, que estabelece as Regras Gerais de Planeamento, Organização e Coordenação para promover a Segurança, Higiene e Saúde no trabalho em estaleiros da construção, deve ser comunicado ao ACT (Autoridade para a Condições do Trabalho) a abertura de estaleiro segundo o artigo 15.º quando for previsível que a execução da obra envolva uma das seguintes situações.

a) Um prazo total superior a 30 dias e, em qualquer momento, a utilização simultânea de mais de 20 trabalhadores;

b) Um total de mais de 500 dias de trabalho, correspondente ao somatório dos dias de trabalho prestado por cada um dos trabalhadores.

Como tal deverá ser enviada uma Comunicação Prévia para a sede do ACT datada e assinada, onde conste:

 O endereço completo do estaleiro;

 A natureza e a utilização prevista para a obra;

 O dono da obra, o autor ou autores do projeto e a entidade executante, bem como os respetivos domicílios ou sedes;

 O fiscal ou fiscais da obra, o coordenador de segurança em projeto e o coordenador de segurança em obra, bem como os respetivos domicílios;  O diretor técnico da empreitada e o representante da entidade executante, se

for nomeado para permanecer no estaleiro durante a execução da obra, bem como os respetivos domicílios, no caso de empreitada de obra pública;  O responsável pela direção técnica da obra e o respetivo domicílio, no caso

de obra particular;

 As datas previstas para início e termo dos trabalhos no estaleiro;

 A estimativa do número máximo de trabalhadores por conta de outrem e independentes que estarão presentes em simultâneo no estaleiro, ou do somatório dos dias de trabalho prestado por cada um dos trabalhadores, consoante a comunicação prévia;

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44  A estimativa do número de empresas e de trabalhadores independentes a

operar no estaleiro;

 A identificação dos subempreiteiros já selecionados.

A comunicação prévia deve ser acompanhada de:  Declaração do (s) autor (es) do projeto;

 Declaração do coordenador de segurança em projeto;  Declaração da entidade Executante;

 Declaração do coordenador de segurança em obra;  Declaração do fiscal ou fiscais da obra;

 Declaração do diretor técnico da empreitada;

 Declaração do representante da entidade executante;  Declaração do responsável pela direção Técnica da Obra;  Alvará de Construção.

O dono da obra deve comunicar ao ACT qualquer alteração dos elementos da comunicação prévia no que diz respeito ao endereço completo do estaleiro e à estimativa do nº de empresas e de trabalhadores independentes a operar no estaleiro nas quarenta e oito horas seguintes, e dar ao mesmo tempo conhecimento da mesma ao coordenador de segurança em obra e à entidade executante.

A entidade executante deve afixar cópias da comunicação prévia e das suas atualizações, no estaleiro, em local bem visível.

 Aviso de Obra

É necessário vedar o local e preencher o Aviso de Obra com todos os dados da Licença de Construção, e poderá dar-se início aos trabalhos. O Aviso de Obra deve ser afixado em local bem visível no exterior da obra, e em bom estado de conservação. Se

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45 por algum motivo o Aviso de Obra se danificar deverá imediatamente adquirir outro e

recolocá-lo no local.

 Documentos que devem estar sempre presentes em obra Em obra deve estar sempre presente:

 O livro de obra

É no livro (figura 11) que constam os nomes do técnico responsável pela direção de obra, do (s) autor (es) do (s) projeto (s), e do empreiteiro construtor. É onde se faz o registo mensal da execução dos trabalhos. Deve estar sempre em local seco e limpo de modo a garantir o seu bom estado de conservação.

Figura 11: Livro de obra.

Deve ainda constar em obra:

 Plano de Segurança e Saúde;

 Horário de funcionamento do escritório;

 Horário de funcionamento da secção de construção civil;  Apólice do seguro dos acidentes de trabalho;

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46  Ficha de aptidão emitida por uma entidade de “Segurança, Higiene e

Saúde no Trabalho”;

 Declaração em como todos os trabalhadores declaram cumprir todas as regras de higiene e segurança.

 Conclusão dos Trabalhos – Entrega da Obra

Após a conclusão de todos os trabalhos referentes à Construção de uma Moradia Unifamiliar é necessário obter a Licença de Habitabilidade da obra em questão.

Para tal acontecer são necessários os seguintes documentos:  Certificado da Instalação de Gás;

 Certificado CERTIEL emitido pela EDP;  Certificado de ITED;

 Certificado da instalação dos Painéis Solares;

 Livro de obra assinado por todas as entidades responsáveis.

Posto isto, se tudo estiver em conformidade é emita a Licença de Habitabilidade, e resta apenas registar a habitação nas finanças. Para isso é necessário fazer o bilhete de identidade (BI) da obra, onde constam todos os materiais utilizados na construção, fornecedores e respetivas moradas.

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47 2.2.9. Mapa de medições das armaduras

O mapa de medições e quantidades realizado pela estagiária, é referente à construção de uma moradia unifamiliar cujo requerente é a Srª. Ana Catarina Duarte Lopes, situada na rua dos Lameirinhos – Colmeal da Torre – Belmonte. A moradia é constituída por dois pisos, cuja área bruta de construção é de 377,9 m2.

A estrutura resistente da habitação será constituída por um sistema de vigas e pilares de betão armado ligados entre si monoliticamente, cujos materiais a utilizar serão o betão C20 e o aço A400/NR com diâmetros ø6, ø8, ø10, ø12, ø16, cujo significado das designações correspondem a: 400 é tensão de cedência, de 400 Mpa, “N” indica-nos que o seu processo de fabrico é natural e não sofreu qualquer processo de endurecimento, “R” que a superfície é rugosa.

Seguidamente serão apresentados os mapas de medições de armaduras da habitação (tabela 7 a 9).

Referências

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