• Nenhum resultado encontrado

PROJETO CONTA MAIS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "PROJETO CONTA MAIS"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

PROJETO CONTA MAIS

Educação Coordenador da atividade: José Francisco FLORES Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Autores: José Francisco FLORES1; Lúcio de Souza GASTAL2; Roberta Passos dos SANTOS3

Resumo

O Conta Mais é um projeto de incentivo à leitura, que através da realização de oficinas literárias e contação de histórias, além do empréstimo de caixa-estante, vem oferecendo possibilidades de experiência de leitura e literatura diversificadas. O projeto tem como um dos objetivos principais implementar atividades e produtos para promoção da leitura informativa e recreativa em diferentes espaços, tais como na Brinquedoteca e Creche da UFRGS, Museu da UFRGS e escolas públicas de ensino fundamental.

Palavra-chave: contação de histórias; incentivo à leitura; oficina de literatura.

Introdução

A proposta deste projeto nasceu, originalmente, da necessidade de despertar, nas crianças e jovens, o interesse pela literatura e contação de histórias, de tal forma que pudesse estimular a leitura recreativa e informativa, ampliando as oportunidades de encontro entre o texto literário e o leitor.

Além desses aspectos também se identificou a emergência de motivar a valorização do patrimônio cultural, da memória e o senso de pertencimento a uma comunidade, a uma instituição, a um povo, uma cultura. Ao aproximar o leitor de textos lúdicos e informativos e de exposições exibidas no Museu da UFRGS ampliou-se a possibilidade de incentivo a novos leitores e o acesso à fruição e à produção de bens culturais.

1 José Francisco Flores, Técnico em Assuntos Educacionais M useu da UFRGS. 2

Lúcio de Souza Gastal, aluno, Geografia.

3

(2)

2

Dessa forma o projeto também se propôs, ao longo de sua trajetória, a assessorar professores na seleção de títulos; estimular o público para leituras diversificadas; diminuir as dificuldades advindas de fatores socioeconômicos e linguísticos para o acesso à leitura e à fruição literária e estímulo à imaginação e criatividade.

O projeto, através de contações de histórias e empréstimo de livros de literatura infantil e juvenil, já beneficiou alunos e professores das redes de escolas públicas, difundindo a produção intelectual e cultural para crianças e adolescentes, identificando e divulgando bens e valores culturais.

As contações de histórias vêm ocorrendo com a participação de estudantes de graduação que se propõem a serem contadores. É, portanto, um excelente laboratório para aproximar o graduando à realidade de sua futura profissão, no caso da docência, tendo contato diário com a comunidade escolar e, também com várias situações sócio-econômicas. Neste sentido, o desenvolvimento do projeto proporciona aos graduandos a possibilidade de vivenciar ambientes educacionais, suas rotinas, organizações, eventos, relações entre os diversos atores da comunidade escolar.

Metodologia

A atividade de contação exige dos graduandos a seleção, preparação, ensaios, discussões e reflexões a respeito da história a ser contada. Aspectos sociais, psicológicos, motivadores da leitura são identificados a partir da interação com as crianças e adultos que formam os públicos das contações.

O bolsista contador tem liberdade de escolher a história que deseja contar. Após preparar sua história e ensaiar apresenta para seus pares e demais componentes da equipe. Nesse sentido, são feitas análises conjuntas, com sugestões de possibilidades. Quando é o caso, são indicados recursos que poderão enriquecer o momento da contação.

O Museu da UFRGS dispõe de alguns materiais e recursos como fantoches, cenários, figuras e objetos, que poderão servir para ilustrar as histórias. Mesmo assim, o contador é incentivado a criar seus próprios recursos cenográficos e formas de interpretação ou encenação.

Cada contação sempre acontece com a participação ativa do público, motivando a que não sejam meros espectadores, mas atuantes e participantes. Terminada a história, os públicos são desafiados a realizar atividades lúdicas interativas, com brincadeiras de interpretação e criação. A partir das histórias contadas, os professores das turmas visitadas

(3)

3

são estimulados a refletir e desenvolver diferentes práticas que podem acrescer em seu plano de trabalho pedagógico em qualquer área de conhecimento.

Desenvolvimento e processos avaliativos

Acreditando na importância da leitura e da literatura na formação de um leitor crítico e consciente, o projeto vem disponibilizando o empréstimo de caixa-estante, contações de histórias e oficinas literárias, beneficiando visitantes do Museu da UFRGS, as crianças que frequentam tanto a Brinquedoteca quanto a Creche da UFRGS e escolas públicas de Porto Alegre, que não têm biblioteca ou onde a mesma encontra-se inoperantes.

A Caixa-Estante com livros de literatura infantil e juvenil, de acordo com a faixa etária e com temas variados destina-se ao empréstimo por um tempo determinado. O professor fica responsável pelo empréstimo extraclasse ou consulta local, explorando a mesma em diversas turmas.

A Hora da história é o momento reservado para os alunos desfrutarem da história apresentada por contadores, os acadêmicos extensionistas, utilizando diferentes técnicas e recursos, tais como: avental, teatro de fantoches, flanelógrafo, quadro de pregas, álbum seriado e outros. São desenvolvidas atividades lúdicas e recreativas, despertando interesse dos professores em fazer o mesmo com outras obras e provocando seus alunos para outras atividades tais como: dramatizações, propagandas, comentários, montagem de livros.

A Oficina Literária, no projeto original e até 2018, consistia em dinâmicas e atividades de estímulo à leitura para professores, pais e profissionais, motivando-os a explorar as histórias e encontrar seu encantamento.

No Museu, as histórias contadas são, geralmente, vinculadas à exposição vigente e/ou à valorização do patrimônio cultural e à memória, ressaltando o momento lúdico das histórias e criando novas aproximações entre público e narrativa expográfica. O grupo ao agendar a visita à exposição conta com mais esta ação educativa que poderá enriquecer a vivência fora do ambiente escolar.

O acadêmico extensionista desenvolve diversas atividades que envolvem aspectos das áreas de Biblioteconomia, Letras, Museologia, Pedagogia, Artes dentre outros. O projeto vem possibilitando ao longo de sua existência diferentes experiências aos bolsistas que dele participam, tais como: análise temática, classificação, processamento técnico do acervo (registro de obras, colocação de bolsos para empréstimo), elaboração, distribuição e recolhimento das caixas-estantes, elaboração da listagem de bibliografia dos livros da

(4)

4

estante, tabulação dos dados estatísticos, assessoramento quanto ao uso da caixa-estante (professores/alunos), leitura e seleção de livros para comporem o acervo das caixas-estantes e a contação de histórias, digitação das obras, preparação da Hora da história e das atividades recreativas sobre a obra contada.

A fim de selecionar bolsistas interessados em participar do projeto é feita divulgação através de edital. São realizadas entrevistas nas quais se consideram aspectos como desinibição, disposição para trabalho colaborativo, além da disponibilidade de horários. Nos horários em que não ocorrem contações os bolsistas cumprem sua carga horária como mediadores das exposições no Museu. Não são feitas restrições quanto ao curso de origem dos alunos, o que proporciona trânsito e interações entre áreas acadêmicas. O projeto é avaliado periodicamente e a cada retorno das escolas visitadas ou dos grupos que visitam as exposições do Museu da UFRGS envolvendo relatórios individuais dos discentes contadores de histórias e, em ocasiões específicas em reunião do grupo.

Considerações Finais

O projeto é um excelente laboratório para aproximar o graduando à realidade de sua futura profissão (mesmo que este não esteja direcionado à licenciatura), da situação da leitura nas escolas públicas, nas bibliotecas escolares e a prática em sala de aula e no Museu da UFRGS.

Em relação aos bolsistas graduandos podemos avaliar a experiência no Conta Mais como tendo contribuído para sua formação, pois a proximidade com ambientes escolares possibilita vivências e experiências próximas a sua prática de futura profissão. A realização de relatório para cada atividade de contação possibilita a auto-avaliação e incentiva reflexões que somente a ação de escrever proporciona. Selecionar a história, preparar a forma de contá-la, realizar a contação, propor atividade com as crianças e escrever o relatório, compõem uma sequencia de ações que auxiliam de forma significativa na formação profissional.

A experiência de decidir qual história contar, buscar literatura de apoio, testar formas de expressão, criar material ilustrativo, etc, desafiam os envolvidos no projeto a realizarem pesquisas e debates com discussões teóricas. Tais aspectos promovem a experiência de ampliar conteúdos adaptando linguagens aos diversos públicos aprofundando e diversificando aprendizados. Percebe-se também que, a partir da experiência de contação de histórias, os alunos desenvolvem a habilidade de adaptar sua linguagem para diferentes públicos e contextos. Com isso ampliam sua formação

(5)

5

acadêmica, no sentido de conseguir dialogar com variados públicos e de articular variadas áreas de conhecimento e conteúdos.

As atividades do Museu também integram-se em outros projetos desenvolvidos pela PROREXT. Dessa forma acreditamos estar incentivando formação profissional e humana mais abrangente, influenciando na atuação socialmente referenciada.

Para as escolas o projeto tem incentivado novas práticas dos professores, proporcionado experiência diversificada no ambiente escolar como incentivo à leitura. Salientamos que o projeto oferece atividades culturais diferenciadas sem nenhuma despesa para as escolas, que por serem públicas, não dispõem de recursos.

Dessa forma consideramos que os objetivos vêm sendo alcançados.

Referências

SISTO, Celso. Textos e pretextos sobre a arte de contar histórias. Chapecó: Argos, 2001. FASANELLO, Marina Tarnowski; PORTO, Marcelo Firpo de Souza. A arte de contar histórias, integrada a outras linguagens de arte: uma prática pedagógica na educação básica. Pro-Posições, Campinas, v. 23, n. 3, p. 123-131, Dec. 2012. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010373072012000300008&lng= en&nrm=iso

FRAGA, Hilda Jaqueline de; CARDOSO, Claudira do Socorro Cirino; QUEVEDO, Éverton Reis; BARROSO, Vera Lucia Maciel; Souza, Renata Cássia Andreoni. Experimentações em lugares de memória: ações educativas e patrimônios. Porto Alegre/RS: Selbach & autores associados, 2015.

ZILBERMAN, Regina. Como e por que ler a literatura infantil brasileira. Rio de Janeiro: objetiva, 2005.

BERTOTTO, Marcia; PEREIRA, Walmir (Org.). I Salão Científico Cultural MARS/Santander Cultural: patrimônio cultural e museus. Porto Alegre, Museu da UFRGS, 2013.

Referências

Documentos relacionados

A Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, por intermédio da Divisão Multidisciplinar de Assistência ao Estudante (DIMAE/PROAES) torna público o lançamento do presente edital

O INSTITUTO EUVALDO LODI – IEL/CE, na qualidade de Agente de Integração de Estágio, responsável pelo Processo Seletivo de ESTAGIÁRIOS do TRIBUNAL DE JUSTIÇA

O aumento no número de neurônios da camada intermediária, assim como, a inclusão de uma segunda camada não favoreceu melhores ajustes, enquanto o aumento no número de

Estamos em um nível pré-expressivo 1 , onde o ator trabalha, em seu treinamento cotidiano, sua energia, sua presença, “o bios de suas ações e não seu significado” como nos

Foram feitas, ainda, aproximadamente 200 prospecções com trado para descrição dos solos em diferentes pontos da folha, além da consulta de seis perfis de solos descritos no

No entanto, quando se eliminou o efeito da soja (TABELA 3), foi possível distinguir os efeitos da urease presentes no grão de soja sobre a conversão da uréia em amônia no bagaço

Diante das consequências provocadas pelas intempé- ries climáticas sobre a oferta de cana-de-açúcar para a indústria, a tendência natural é que a produção seja inferior

quantificar os benefícios para efeito de remunerar o seu gerador. A aprovação da idéia e a autorização para sua implementação dependem da alta administração,