• Nenhum resultado encontrado

EFEITOS DE 6 SEMANAS DE UM TRABALHO FORÇA SOBRE A PERFORMANCE DE SPRINT, DE SALTO VERTICAL E DE REMATE EM JOVENS FUTEBOLISTAS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "EFEITOS DE 6 SEMANAS DE UM TRABALHO FORÇA SOBRE A PERFORMANCE DE SPRINT, DE SALTO VERTICAL E DE REMATE EM JOVENS FUTEBOLISTAS"

Copied!
29
0
0

Texto

(1)

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

EFEITOS DE 6 SEMANAS DE UM

TRABALHO

FORÇA

SOBRE

A

PERFORMANCE DE SPRINT, DE

SALTO VERTICAL E DE REMATE

EM JOVENS FUTEBOLISTAS

Nuno Miguel Gaspar Pereira

Orientador: Prof. Dr. Mário Cardoso Marques

(2)

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

EFEITOS DE 6 SEMANAS DE UM TRABALHO FORÇA SOBRE

A PERFORMANCE DE SPRINT, DE SALTO VERTICAL E DE

REMATE EM JOVENS FUTEBOLISTAS

Nuno Miguel Gaspar Pereira

Orientador: Professor Doutro Mário Cardoso Marques

Universidade da Beira Interior

(3)

Dissertação apresentada à UTAD, no DEP – ECHS, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física dos Ensino Básico e Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do artigo 6º do regulamento dos Cursos de 2ºs Ciclos de Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação do Professor Doutor Mário António Cardoso Marques

(4)

4

AGRADECIMENTOS

- Ao meu Orientador Professor Doutor Mário António Cardoso Marques, pela sua disponibilidade, compreensão e orientação que permitiram a realização e conclusão deste estudo;

- À minha família pais, irmão, sogra e as grandes encorajadoras deste processo, a minha esposa (Jó) e filha (Bárbara). Estes foram a base do meu sucesso, para eles o meu muito obrigado; -Ao meu tio Décio Ferreira, pela disponibilidade, compreensão e principalmente paciência que teve com a minha pessoa durante o meu processo de formação académica.

- Ao Abambres Sport Club, ao seu departamento juvenil e aos atletas que fizeram parte deste estudo;

-Ao amigo e colega de curso Pedro Pereira pela disponibilidade concedida na realização deste estudo com a utilização dos seus atletas para a realização do mesmo.

-Ao Diretor, Prof. José Maria e agentes de educação da escola EB, 2,3 Diogo Cão de Vila Real, que se disponibilizaram para colaborar comigo sempre que foram solicitados.

-Ao Prof. José Pires, orientador de estágio, pelos ensinamentos, partilha de ideias e compreensão demonstrada durante este processo pedagógico.

- O meu agradecimento especial também a todos os colegas (aquele grupo restrito), que sempre se disponibilizaram e ajudaram durante a minha formação académica. Bons momentos! Obrigado e contem sempre comigo no que precisarem.

- O meu agradecimento também para a maioria dos professores da UTAD, departamento de desporto, pela compreensão, disponibilidade, partilha de ideias e facultação de documentos. No entanto permitam-me que destaque três em especial, Prof. Dr. Francisco Saavedra, Prof. Dr. Nuno Garrido e Prof. Dr. Fontainhas, atualmente Co-Reitor da UTAD. Muito obrigado a todos! - Ao Sport Clube de Vila Real, na pessoa do Sr. Presidente, Sr. Artur Ribeiro, ao Mister Abel Ferreira, restantes elementos do departamento sénior, ao Sr. Fonseca, técnico de roupa e aos atletas seniores pela abertura, disponibilidade e compreensão que tiveram para comigo sempre que foram solicitados;

-Ao amigo “Chico” Aguiar pela disponibilidade na gravação de imagens durante a realização dos testes.

-Ao meu grande amigo, conselheiro e companheiro, Sr. Henrique pela disponibilidade e prontidão sempre evidencia para superar qualquer dificuldade.

(5)

5 ÍNDICE RESUMO ... 6 ABSTRACT ... 7 RÉSUMÉ………...8 1.INTRODUÇÃO ... 9 2.HIPÓTESE……….. 13 3.MÉTODOS ... 13 3.1.Amostra ... 13 3.2.Desenho Experimental ... 14 3.3.Treino de Força ... 15 3.4.Avaliação ... 16 3.4.1.Velocidade da bola ... 16 3.4.2.Salto vertical ... 16 3.4.3.Sprint ... 17 3.5.Análise estatística ... 17

4.APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ... 18

5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 21

6. PRINCIPAIS CONCLUSÕES ... 23

(6)

6

RESUMO

Objectivo: A presente dissertação teve como objectivo examinar os efeitos da aplicação de

um treino de força durante 6 semanas sobre a performance de salto vertical, de sprint e de remate em jovens futebolistas sub15 praticantes da modalidade de futebol. Métodos: A amostra foi constituída por 21 jogadores de futebol do escalão de iniciados que participaram no campeonato distrital da Associação de Futebol Vila Real cuja média de idades foi de 14,14±0,46. A totalidade da amostra com uma média de idades foi posteriormente dividida em dois grupos: um grupo experimental (GE=11) e um grupo de controlo (GC=10). O GE realizou, para além dos habituais treinos de futebol e jogos oficiais, um programa de treino de força de carácter explosivo com a duração de seis semanas e com uma frequência semanal de duas sessões. O GC apenas efectuou o programa habitual de treino de futebol e jogos oficiais. Ambos os grupos foram avaliados antes e após as 6 semanas para as capacidades referidas. Resultados: O GE apresentou apenas aumento com significativo estatístico na velocidade de remate (VR: p=0,03). No sprint de 15m (V0-15:p=0,12), 30m (V0-30: p=0.24) e no salto com contramovimento (CMJ: p=0,29) apresentou uma ligeira melhoria, no entanto sem significado estatístico, no sprint entre os 15 m e os 30 m (V15-30: p=0.13) não se verificaram melhorias. De realçar que o GC apresentou ligeiras melhorias na VR, no sprint de 15m e de 30m, mas sem significado estatístico. Conclusões: O programa de treino de força aplicado durante 6 semanas revelou-se eficaz apenas na VR. No sprint, nas variáveis V15m e V30m e no CMJ, verificaram-se algumas melhorias, mas sem significado estatístico, o GC também revelou melhorias nas componentes referenciadas à excepção do CMJ. Estas melhorias verificadas em ambos os grupos poderão dever-se essencialmente às adaptações desenvolvidas nos treinos e nas competições. No sprint na distância entre V15m e V30m não se verificou qualquer melhoria em ambos os grupos.

Palavras-chave: FUTEBOL, TREINO DE FORÇA, JOVENS PRATICANTES, REMATE,

(7)

7

ABSTRACT

Objective: The aim of the present study was to examine the effects of a specific strength

training program during 6 weeks over ball kick velocity, vertical jump height and a sprint performance in young soccer players under 15. Methods: 12 soccer players took part in the national championship. The sample was divided into two groups: a experimental one (GE=7, 14.29 ± 0.49 years) and a control group (GC=5, 14.20 ± 0.45 years). Apart of daily soccer tasks and competitions the GE was submitted to a 6 weeks strength training program composed by sprints, jumps with a frequency of two session per week. The GC only participated in the soccer sessions and official matches. Both groups were tested before and after 6 weeks over the addressed physical capacities. Results: The EG showed only statistically significant increase in the speed shooting (RV: P = 0.03). In the 15m sprint (V0-15: p = 0.12), 30m (V0-30: p = 0.24) and countermovement jump (CMJ: p = 0.29) showed a slight improvement, however not statistically significant, in the sprint between 15 m and 30 m (V15-30: p = 0.13) there were no improvements. Importantly, the GC showed slight improvements in VR in the 15m sprint and 30m, but without statistical significance. Conclusion: The strength training program applied for 6 weeks was effective only in VR. In the sprint, in the variables V15m and V30m and CMJ, there were some improvements, but without statistical significance, the GC also revealed improvements in the referenced components, but not in CMJ. These improvements observed in both groups could be due mainly to adaptations developed in training and competitions. In the sprint distance between V15m and V30m no improvement was observed in both groups.

Key-Words: FOOTBALL, STRENGTH TRAINING, YOUNG PLAYERS, KICK, JUMP,

(8)

8

Résumé:

Objectif: Ce document vise à examiner les effets de l'application de la musculation pendant 6 semaines sur la performance de saut vertical, sprint et tourné en jeunes footballeurs sub15 praticiens de la pratique du soccer. Méthodes: L'échantillon se composait de 21 joueurs de soccer de l'initié de classement qui ont participé au championnat du district de Vila Real Football Association dont la moyenne d'âge était de 14,14 ± 0,46. L'ensemble de l'échantillon (avec une moyenne d'âge) a été plus tard divisé en deux groupes: un groupe expérimental (EG = 11) et un groupe contrôle (CG = 10). Le GE a fait, au-delà des jeux habituels de formation et de compétitivité du football, un programme de formation de force explosive d'une durée de 6 semaines avec deux sessions hebdomadaires. Le programme du GC n`a fait que la pratique du soccer et les jeux de compétitivité. Les deux groupes ont été évalués avant et après 6 semaines pour ces capacités. Résultats: Les EG n`ont montré une augmentation statistiquement significative que dans le tir de vitesse (RV: P = 0,03). Dans le sprint 15m (V0-15: p = 0,12), 30m (V0-30: p = 0,24) et le saut avec contre-mouvement (CMJ: p = 0,29) a montré une légère amélioration, cependant ce n`a pas été statistiquement significative ; dans le sprint entre 15 m et 30 m (V15-30: p = 0,13), il n`y a pas eu aucune amélioration. Il faut mettre en évidence que, le GC a montrée une légère amélioration du VR dans le sprint de 15m et 30m, mais sans signification statistique. Conclusions: Le programme de formation de force appliquée pendant 6 semaines n`a été efficace que dans la VR. Dans le sprint, dans les variables V15m et V30m et RMC, il ya eu quelques améliorations, mais sans signification statistique, le GC a aussi révélé des améliorations dans les composants référencés à l`exception du CMJ. Ces améliorations observées dans les deux groupes pourraient être dues principalement à des adaptations développées dans la formation et dans les matchs compétitifs. Dans la distance sprint entre V15m et V30m il n'y a eu aucune amélioration dans les deux groupes.

MOTS CLEF: FOOTBALL, ENTRAINMENT DE FORCE, JEUNES PRATICIENS, TIRE,

(9)

9

1.INTRODUÇÃO

O futebol é um desporto colectivo de elevada complexidade e especificidade ao nível das habilidades motoras, técnicas e tácticas próprias do jogo (Garganta et al. 2003). De acordo com Ferreira (1997), no futebol o jogador devera dominar determinado número de elementos técnicos, tácticos e físicos que lhe permita responder às necessidades que lhe são criadas pelo jogo, procurando adquirir uma maior eficiência através da realização das acções sistematizadas no treino, que permitam evitar aquisição de gestos incorrectos e acções desnecessárias. Garganta (1997), refere que uma das facetas importantes no jogador de futebol prende-se com a sua aptidão para seleccionar os recursos motores mais adequados no sentido de responder à configuração do jogo num determinado instante e com a capacidade de os utilizar no momento de materializar a acção. Um jogo de futebol realiza-se num contexto diversificado e variado sem que consigamos perspectivar quantas acções de saltos, sprints e remates se vão realizar durante um jogo. Sendo assim os jogadores devem coordenar as suas acções com o objectivo de conseguir superar as dificuldades inerentes ao jogo, ser mais explosivo, capaz de saltar, cabecear e de rematar mais vezes, ter a maior capacidade de força nos membros inferiores para que o adversário não consiga superar um remate potente que permita atingir o objectivo do jogo, marcar golos. Segundo Sousa et al. (2003) referem que no futebol as acções de carácter explosivo têm cada vez mais influência na eficácia das acções de jogo e também fundamentalmente do resultado final das partidas. O mesmo autor refere que a performance de um jogador, em resposta às exigências colocadas pelo jogo de futebol, faz apelo a diferentes capacidades motoras de natureza condicional. Exigências relativas às acções de curta duração e alta intensidade são evidentes nas acções de remate, sprint, salto, nas mudanças de direcção, de sentido de deslocamento e nas acelerações. O futebol é uma modalidade desportiva caracterizada por esforços curtos e intensos onde fazem parte um conjunto importante de acções técnicas que fazem um apelo específico à capacidade de produzir força rapidamente, com especial destaque para a corrida rápida (sprint) executada com ou sem mudanças de direcção, variações de velocidade, travagens ou arranques bruscos, pontapés de baliza, cantos, livres, saltos, remates e outros gestos que façam um apelo específico à capacidade de produzir força (Bangsbo, 1997).

Segundo Garganta (1977), o futebol é considerado um desporto intermitente, porquanto constitui uma alternância de esforços e acções de duração e intensidade variáveis. Os jogadores realizam esforços aleatórios, ocorrendo fases de intensa participação (sprints, saltos, tackles, remates, etc.) entrecortadas por períodos de menor intensidade, como marcha e corrida.

(10)

10

Para o mesmo autor a maior parte das acções críticas ou decisivas do jogo (remates, desmarcações, saltos, acelerações, mudanças de direcção e sentido, etc.), são executadas de forma explosiva, portanto, com elevada velocidade.

No entanto para Soares, et al. (2001) a capacidade motora força tem assumido papel preponderante na preparação física dos desportos colectivos, como o futebol. Segundo os autores a força muscular dos membros inferiores é um importante factor da prestação como suporte de habilidades e acções motoras específicas como, a corrida, os saltos, passes e remates. Na mesma linha de pensamento Rebelo & Oliveira, (2006) referem que a manifestação de força explosiva é fundamental durante as múltiplas acelerações, mudanças “bruscas” de direcção com e sem bola, e crucial para uma melhor impulsão vertical para cabecear com eficácia. Esta capacidade motora é igualmente decisiva para o desenvolvimento de um conjunto de execuções técnicas da modalidade e para uma eficiente inclusão de acções tácticas. Os mesmos autores referem que os esforços de intensidade máxima realizados pelos futebolistas em jogo se caracterizam por serem de curta duração (2-6 segundos) e que os deslocamentos em sprinte se associam, muitas vezes, a mudanças de direcção e ou sentido da corrida e a travagens bruscas, cerca de 25-30 vezes por jogo, perante estas referencias e de acordo com a literatura estas acções exigem a produção de níveis elevados de força. Segundo variadíssimos autores, a força é uma variável determinante para elevar o rendimento específico do futebolista nas acções técnicas referidas anteriormente (Marques, 2004). Também WilsOff et al., (2004) referem que esta capacidade motora é considerada uma componente essencial dos importantes esforços para o sucesso no futebol e essencial para se alcançarem elevadas performances durante a competição (Fleck e Kraemer, 1987; Bompa, 1995; Gonzaléz-Badillo, 2001). Sobre este tema, é importante evidenciar que parte dos erros técnicos cometidos pelos jogadores ainda muito jovens não se deve a uma técnica deficiente ou a uma deficiente coordenação motora, mas sim à falta de força (Marques e Oliveira, 2001; Mitra e Mogos, 1990; Nielsen et al. 1980). Por vezes esta deficiência é constatada em situações complexas do jogo quando as crianças ou jovens tentam compensar o défice de força utilizando recursos nem sempre ideais nas mais variadas situações de jogo e habilidades motoras (Gonzalez-Badillo, 2000).

A maioria das modalidades desportivas está regulamentada em termos competitivos por escalões etários, é recorrente verificar-se a seguinte divisão etária nos mais jovens, minis ou infantis e iniciados (pré-púberes: 7-12), juvenis ou cadetes (púberes:12-15/16) e adolescentes (Marques, 2010). Neste capítulo de interesse, durante o processo de formação dos mesmos é importante a introdução de programas de força que possam potenciar o crescimento harmonioso do jovem

(11)

11

praticante, respeitando criteriosamente as etapas de crescimento e maturação dos atletas, ou seja, o seu desenvolvimento biológico e não de acordo com a lógica funcional.

Nos jovens, tal como nos adultos, os programas destinados ao desenvolvimento da força devem-se coadunar às necessidades específicas de cada atleta e à própria especificidade da modalidade (Marques & Oliveira, 2001). Na mesma linha de pensamento (Marques, 2001) refere que deve-se promover uma formação multilateral específica onde predomine a formação das capacidades técnico-coordenativas. Actualmente, sabe-se que o treino de força em crianças e jovens permite aumentar a performance tal como é evidenciado por vários estudos (Garrido, et al. 2010; Faigenbaum, et al., 2009; Huijgen, et al 2010). A força enquanto componente essencial do rendimento tem vindo a ganhar espaço e importância nos programas de treino dos jovens futebolistas como uma importante ferramenta de desenvolvimento motor, com especial destaque em acções motoras específicas no rendimento dos jogadores de futebol, entre as quais se destaca principalmente a manifestação da força explosiva (Taskin, 2008). Por exemplo, a força explosiva é fundamental nas acelerações, mudanças de direcção com e sem bola, e determinante para uma melhor impulsão vertical, para um cabeceamento mais eficaz (Rebelo & Oliveira, 2006). Apesar de a literatura ser todavia escassa e inclusiva (Seabra, Maia e Garganta, 2001), são vários os estudos (Thomas et al., 2008; Marques & van den Tillaar, 2009; Wong et al., 2010) que vêem demonstrando que a aplicação de programas de força tem uma relação directa na melhoria em gestos típicos do futebol (Sousa et al., 2003).

A relação entre a força dos membros inferiores e a capacidade de aceleração foi estudada por Martínez, Salgado, Lago, e Peñas (2004). Estes autores puderam observar uma correlação positiva e significativa, sendo esta maior quando as distâncias eram menores e em percursos com mudanças sucessivas de direcção. Relativamente ao salto vertical, esta habilidade ocupa um lugar de relevo no futebol, pois durante uma partida observam-se varias acções como impulsão para cabecear, dificultar acção do adversário, técnica de salto e voo do guarda-redes. Thomas, French e Hayes (2008) mostraram que existe uma relação entre o treino pliométrico e a performance do salto vertical e da agilidade em jogadores de futebol, existindo simultaneamente uma melhoria relativamente das habilidades específicas. Recentemente, Faingenbaum et al (2007) sugeriram que o treino pliométrico também pode ser seguro e eficaz para crianças e adolescentes, desde que sejam seguidas as directrizes de treino apropriadas à idade. Também Matavulj et al (2001) comprovaram que o treino pliométrico melhora o desempenho na impulsão vertical em jogadores de basquetebol juvenis e Kotzaminidis (2006) relatou que o treino pliométrico reforça o desempenho na impulsão vertical e velocidade em rapazes pré-púberes. No entanto é importante salientar a capacidade de resposta do sistema

(12)

músculo-12

esquelético ao treino também dependem do nível inicial de aptidão e do historial de treino dos indivíduos (Faigenbaum et al. 2009; Shaw et al., 2009). Uma outra habilidade onde a força explosiva é importante, é o remate. Segundo Sousa et al. (2003) a relação entre a força explosiva dos membros inferiores e a velocidade máxima imprimida à bola è um tema medianamente estudado e algo controverso. Contudo, ainda assim, o remate tem sido das técnicas que os investigadores mais têm procurado investigar devido a relevância que esta apresenta na decisão de um jogo de futebol. Nunome. et al (2002) referem que de entre as várias técnicas do futebol, o remate é das mais importantes e das mais estudadas segundo (Lees & Nolan, 2002). De acordo com (Lees & Nolan, 1998) esta acção técnica apresenta uma elevada complexidade motora, cuja eficácia depende da influência recíproca de vários factores, principalmente à adequação da tarefa às condicionantes do jogo, ao local e ao momento de realização, bem como aos níveis de força muscular. Segundo Garganta (1977), o remate é a acção de finalização por excelência, encontrando-se a sua importância justificada pelo facto da sua acção representar o culminar de uma sequência de jogo ofensivo e que define o resultado de uma partida de futebol. Sousa et al. (2003) observaram uma correlação positiva entre a força explosiva dos membros inferiores e a velocidade de saída da bola no remate. Também (Lees & Nolan, 1998), referem que é de esperar uma relação positiva entre a força muscular e a performance do remate, pois os músculos são os responsáveis pelo incremento contínuo da velocidade do pé. Sendo assim os músculos também são responsáveis pela transmissão de força à bola, bem como pela variação de energia e de potência. No entanto alguns resultados de estudos realizados sugerem que, para além da força muscular, a performance do remate pode ser influenciada por outras variáveis, como por exemplo a coordenação motora e o nível competitivo dos praticantes.

O Futebol de formação possui impressões digitais próprias, ou seja, características que lhe dão uma autonomia peculiar, que evidencie uma metodologia que se identifique com as suas necessidades e particularidades (Leal & Quinta, 2001). A formação dos jovens futebolistas é um processo longo, contínuo e evolutivo, em que o seu desenvolvimento biológico não acontece de forma similar entre eles, mas de acordo com o seu ritmo de desenvolvimento nos diferentes estados maturacionais. Assim, uma das grandes tarefas dos profissionais do desporto é a constante pesquisa científica para recolher e seleccionar informação que fundamente as decisões a tomar na orientação da sua metodologia no processo de treino. E como tal a força muscular é avaliada para determinar o nível da condição muscular do atleta, quantificar a importância e o significado relativo da força nas diferentes actividades desportivas, identificar as deficiências especificas da função muscular de forma a poder elimina-las ou minimiza-las e para avaliar a

(13)

13

eficácia e os efeitos dos vários programas de treino e intervenções ao nível da reabilitação tendo em conta os objectivos previamente estabelecidos (Reilly 1996).

Um dos problemas mais pertinentes do treino é a análise dos factores de rendimento e o efeito que as cargas de treino podem ter sobre a performance final em determinadas modalidades desportivas. Contudo, cada vez mais é importante os profissionais do desporto fundamentarem conhecimentos para estimular e expor os seus jogadores a melhorar as capacidades motoras, força, velocidade e agilidade no treino, com o objectivo de melhorar o potencial físico dos jogadores e como consequência, a qualidade no jogo. No entanto, parece-nos relevante a avaliação das capacidades motoras condicionais em jogadores não só do escalão sénior, como tem prevalecido, mas também procurar a caracterização dos jogadores de Futebol em escalões etários mais jovens, especificamente no escalão de iniciados (sub-15).

2- Hipótese

Os jovens jogadores de futebol masculinos, que realizam o programa de treino de força proposto, para além do programa de treino normal de futebol, aumentam de forma estatisticamente significativa o desempenho no teste de salto vertical com contra movimento, sprint de curta duração e remate ao contrário dos atletas que não o realizam.

3.MÉTODOS

3.1.Amostra

A amostra foi composta por vinte e um jogadores de futebol (JF) do sexo masculino, com média de idades compreendidas entre os 13 e 15 anos, 14,14±0,466, altura média de 1,74±0,066 e peso médio de 62,74±8,019. Os atletas pertencem a uma equipa de iniciados (sub-15), do Abambres Sport Club, que participa no campeonato distrital de iniciados da Associação de Futebol de Vila Real (A.F.V.R). Todos os sujeitos eram saudáveis e possuíam exame médico que comprovava as suas aptidões para a prática desportiva. Os responsáveis pela equipa, os pais dos atletas e os próprios atletas foram esclarecidos relativamente ao tipo de trabalho desenvolvido. Após os esclarecimentos todos aprovaram a participação.

(14)

14

3.2. Desenho Experimental

Os atletas foram divididos em dois grupos homogéneos: Grupo de controlo (GC) e grupo experimental (GE). O período de avaliação foi efectuado entre Janeiro e Março de 2011. De referir que o GC limitou-se apenas a cumprir o treino habitual da equipa de futebol e o GE para além do treino de futebol foi sujeito a um programa de treino da força duas vezes por semana. Dos 21 atletas, 19 pertenciam ao clube no ano anterior e mantêm o mesmo treinador e apenas 2 atletas transitaram de outro clube, no entanto todos eles tinham os mesmos estímulos semanais e com o mesmo volume de treino. Os JF foram classificados como pouco experientes no TF. Para além dos três treinos semanais a que todos os atletas estavam sujeitos no clube onde habitualmente treinavam futebol, desenvolveu-se e aplicou-se, em paralelo, os seguintes programas de treino de força: o GC apenas realizou as sessões normais (três dias por semana) de futebol durante seis semanas; o GE submeteu-se, antes de cada sessão de treino técnico/táctico, a um programa de força com a duração de 6 semanas com duas sessões semanais, para além dos três treinos habituais de futebol (Tabela 1).

(15)

15

3.3.Treino de Força

Tabela 1 – Treino de Força para 6 semanas

Exercícios Sessão 1 Sessão 2 Sessão 3 Sessão 4 Sessão 5

Salto Bilateral (sem flexão) 3 x 20 3 x 20 3 x 20 3 x 25 3 x 25 Salto Bilateral (com flexão) 3 x 10 3 x 10 3 x 10 3 x 10 4 x 10 Salto Unilateral curto e rápido, com a

perna dominante no solo

3 x 10 3 x 10 3 x 10 3 x 10 2 x 10

Salto Unilateral o mais distante possível, com a perna dominante no solo

2 x 8 2 x 8 2 x 8 2 x 8 3 x 8

Sprint (20 m) 5 x 20m 6 x 20m 6 x 20m 6 x 20m 2 x 4 x 20m

Exercícios Sessão 6 Sessão 7 Sessão 8

Salto Bilateral (sem flexão) 3 x 25 3 x 30 3 x 30

Salto Bilateral (sem flexão) 4 x 10 3 x 10 3 x 10

Salto Unilateral curto e rápido, com a perna dominante no solo

2 x 10 3 x 10 3 x 10

Salto Unilateral o mais distante possível, com a perna dominante no solo

3 x 8 3 x 10 3 x 10

Sprint (da posição de deitado) 2 x 4 x 10m 5 x 30m 5 x 15m

Exercícios Sessão 9 Sessão 10 Sessão 11 Sessão 12

Salto Bilateral (sem flexão) nas escadas – 1 degrau

4 x 20 4 x 20 5 x 20 5 x 20

Salto Bilateral (com flexão) o mais distante possível

4 x 10 4 x 10 4 x 10 4 x 10

Salto Unilateral curto e rápido, com a perna dominante no solo

3 x 10 3 x 10 3 x 10 3 x 10

Cabeceamento sem bola, o mais alto possível

3 x 5 3 x 5 3 x 5 3 x 5

(16)

16

3.4. Avaliação

Para a avaliação os indivíduos foram sujeitos a um aquecimento prévio de 15 minutos efectuado pelo treinador. Entre cada teste foi atribuído um repouso de 5 minutos evitando a fadiga dos atletas. Todos os sujeitos foram previamente familiarizados com os procedimentos efectuados. Os testes foram efectuados pela seguinte ordem: velocidade e precisão do remate, salto vertical e sprint. Todos os testes foram repetidos no pré-teste e no pós-teste.

3.4.1.Velocidade da bola

O teste de velocidade da bola durante o remate (VR) foi efectuado utilizando uma bola Lacatoni colocada a uma distância de onze metros da baliza com medidas regulares. A bola utilizada no pré-teste e no pós-teste possuía a mesma pressão, de 0.8 atmosferas. Os sujeitos a cada remate eram incentivados a executaram os remates à maior força possível com o pé dominante. Para avaliar a VR foi usado um radar (Stalker – Profissional Sports Radar), calibrado da seguinte forma: Setup menu: Ball Lo 16; range: Low. O radar foi colocado atrás da posição inicial da bola, no mesmo plano de deslocamento da bola à baliza (0º), diminuindo o erro associado (erro de 0.013 m/s). Foram concedidos três remates a cada indivíduo, sendo o resultado final a média da velocidade dos três remates expresso em metros por segundo. Cada remate foi dividido por três minutos de repouso.

3.4.2.Salto vertical

A avaliação do salto efectuou-se através do teste de salto com contramovimento (CMJ). Cada sujeito iniciou com uma posição erecta, com a planta dos pés em contacto com o tapete e mãos nos quadris. Efectuava um salto vertical após uma flexão dos joelhos a 90º (contramovimento). Para a avaliação deste salto recorreu-se a uma plataforma de contactos (Ergojump, Digitime

1000, Digest Finland). O ergómetro utilizado para avaliar o CMJ esteve ligado a um cronómetro

digital para registar o tempo e altura de voo (cm). A avaliação da força explosiva foi realizada de acordo com o protocolo descrito por Marques e González-Badillo (2006). Foram realizados três saltos, cada um seguido de três minutos de descanso reduzindo a possibilidade de fadiga. Foi utilizado o melhor dos três saltos. Sempre que se verificava algum incumprimento na realização do salto este era repetido após o referido tempo de repouso.

(17)

17

3.4.3.Sprint

No teste do sprint avaliou-se as velocidades dos 0 aos 15 metros (V0-15), a velocidade dos 15 aos 30 metros (V15-30) e a velocidade dos 0 aos 30 metros (V0-30). Os sujeitos posicionaram-se atrás da linha de partida, na posição de pé, com o tronco ligeiramente inclinado para a frente. Os tempos foram medidos em segundos, através de três pares de células fotoeléctricas (Micrograte Equipment, Racetime2 Light Radio Kit, USA). Os membros inferiores estavam afastados no sentido antero-posterior, ligeiramente flectidos e o pé mais adiantado colocado imediatamente atrás da linha de partida. Os atletas realizavam um sprint com a máxima velocidade até ultrapassar a linha de chegada. O teste foi realizado em linha recta numa distância de 30 metros. Os tempos foram medidos através de três pares de células fotoeléctricas, colocadas nos seguintes pontos: um par de células no ponto de partida; o segundo par aos 15 metros; e o terceiro par aos 30m. Foram realizadas duas repetições, efectuando-se a média dos dois testes. Entre cada repetição efectuou-se um repouso de 5 minutos evitando fadiga.

3.5. Estatística

No tratamento de dados os procedimentos estatísticos foram elaborados através do SPSS 15.0. A utilização deste programa permitiu uma análise descritiva para o estudo da média aritmética e do desvio padrão. Através da utilização do T-Test comparou-se o pré-teste e o pós-teste verificando a existência de diferenças estatisticamente significativa. Foi aceite um nível de significância de p <0.05.

(18)

18

4. RESULTADOS Velocidade a 15 metros

Na tabela 2 são apresentados os valores médios e desvio padrão do tempo realizado na V15m pelos dois grupos de atletas em estudo antes e após o programa de treino.

Tabela 2 – Valores da média e desvio padrão dos tempos no V15m.

Grupos V15 m Média ± DP (s)

GC (n=11)

Antes Após

2,69±0,174 2,62±0,251

GE (n=10) 2,73±0,107 2,64±0,245

Legenda: V15m= Velocidade aos 15 metros DP= Desvio Padrão

De acordo com os dados obtidos na tabela 2 constatamos que após as seis semanas de treino verificou-se uma diminuição do tempo necessário para percorrer a distância de 15 metros, em ambos os grupos. No entanto estes resultados não apresentam significado estatístico para o GC (p=0,33) e GE (p=0,12).

Velocidade dos 15 aos 30 metros

Na tabela 3 são apresentados os valores médios e desvio padrão do tempo realizado na velocidade dos 15m aos 30 m pelos dois grupos de atletas antes e após o programa de treino.

Tabela 3 – Valores da média e desvio padrão no V15-30m.

Grupos V15 m aos 30m Média ± DP(s)

GC (n=11)

Antes Após

2,02±0,118 2,02±0,149

GE (n=10) 2,06±0,137 2,05±0,132

(19)

19

A análise à tabela 3 permite-nos constatar que após seis semanas de treino, não se observou um aumento significativo dos resultados obtidos na velocidade dos 15 aos 30 metros, pelos grupos GC (p=0,87) e GE (p=0,13).

Velocidade a 30 metros

Na tabela 4 são apresentados os valores médios e desvio padrão das melhores performances obtidas na velocidade aos 30 metros (V30 m) pelos dois grupos de atletas antes e após o programa de treino.

Tabela 4 – Valores da média e desvio padrão no V30m.

Grupos V30 m Média ± DP(s)

GC (n=11)

Antes Após

4,78±0,235 4,72±0,289

GE (n=10) 4,81±0,226 4,78±0,234

Legenda: V30m= Velocidade aos 30 metros DP= Desvio Padrão

De acordo com a análise à tabela 4 permite-nos constatar a diminuição do tempo necessário para percorrer a distância de 30 metros, após o programa de treino, nos grupos GC (p=0,19) e GE (p=0,24), porém sem significado estatístico.

Velocidade do remate

Na tabela 5 são apresentados os valores médios e desvio padrão dos remates obtidos com melhor performance, no teste de avaliação da velocidade do remate (VR) pelos atletas dos dois grupos em estudo, antes e após o programa de treino.

(20)

20

Tabela 5 – Valores da média e desvio padrão da VR.

Grupos VR Média ± DP (Km/h)

GC (n=11)

Antes Após

81,73±8,158 87,57±7,320

GE (n=10) 78,68±9,153 83,84±9,810

Legenda: VR= Velocidade do remate DP= Desvio padrão

A análise à tabela 5 permite-nos constatar o aumento da velocidade da bola no remate a partir dos onze metros, após o programa de treino, nos grupos GC e GE, sendo esse aumento significativamente estatístico para o GE (p=0,03).

Salto vertical

Na tabela 6 são apresentados os valores da média e desvio padrão dos resultados obtidos na altura de voo (A), pelos dois grupos, no CMJ, antes e após seis semanas de treino de força.

Tabela 6 – Valores da média e desvio padrão dos resultados obtidos no CMJ.

Grupos A Média ± DP (cm)

GC (n=11)

Antes Após

0,356±0,045 0,353±0,048

GE (n=10) 0,333±0,025 0,554±0,589

Legenda: A= Altura de voo DP = Desvio padrão

De acordo com a análise da tabela 6, os resultados obtidos por ambos os grupos, GC (p=0,66) e GE (p=0,29) na A no CMJ, não apresentam significado estatístico, embora o GE apresentasse uma ligeira melhoria dos resultados obtidos.

(21)

21

5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O presente estudo teve como principal objectivo avaliar os efeitos de um programa de treino de força sobre a performance do salto, sprint e remate ao longo de 6 semanas. Com o nosso melhor conhecimento, a literatura existente sobre o tema é escassa sobretudo em crianças e adolescentes (Wong et al. 2009).

Relativamente ao estudo elaborado começo por referir a capacidade de salto vertical, os resultados obtidos são similares aos de Alves et al. (2010) efectuaram um estudo com atletas de futebol (17.4 anos) onde aplicaram um TF com a duração de 6 semanas. Foram constituídos dois grupos com diferentes frequências semanais de TF (um grupo treino 2 vezes por semana e um outro apenas uma vez por semana). Os autores puderam observar melhorias significativas no salto vertical sem contramovimento, no entanto, não encontraram diferenças significativas no CMJ. Os investigadores atribuíram este resultado à curta duração do programa. Por sua vez, Chelly et al. (2009) num estudo muito semelhante, realizaram um TF um pouco mais extenso (8 semanas), tendo verificado uma ausência de melhorias significativas no CMJ. A amostra destes dois estudos, apesar de serem jovens jogadores, possui uma idade média superior à do nosso estudo. Um outro estudo realizado por Marques e González-Badillo (2005) com atletas basquetebolistas que registam uma média de idade (15.1 anos) semelhante ao nosso, puderam examinar a influência da aplicação do TF desenvolvido com pesos livres neste grupo de crianças. Estes autores observaram ganhos significativos na impulsão no salto vertical. Perante esta panóplia de resultados observados nesta variante da força, podemos constatar que o programa de treino aplicado durante as 6 semanas no nosso estudo foi de curta duração. Relativamente à capacidade de sprint, constatamos que o GE melhorou nas distâncias V0-15m e V0-30m, no entanto os resultados obtidos não foram significativos. Na V15-30m este grupo não apresentou melhorias. Podemos também destacar que o GC, obteve melhorias muito semelhantes ao GE na V0-15m e V0-30m, no entanto é de referir que o GC não efectuou TF, tendo apenas realizado sessões de treino normais, e os jogos oficiais do campeonato em que participavam. Sendo assim podemos constatar que as melhorias do GC advêm do tipo de treino que os jogadores de futebol estão sujeitos, ou seja, a própria especificidade do jogo e a metodologia utilizada (exercícios específicos) no treino podem estimular ganhos importantes na manifestação de força. No entanto, os dados observados no GE na V15m (2,64±0,245) divergem relativamente ao estudo realizado por Alves et al. (2010), na distância de V15m (2.38±0.09 s) embora este tivesse sido realizado com juniores amadores do campeonato nacional. Também Chelly et al. (2009), num estudo realizado durante 8 semanas em jovens com idades semelhantes

(22)

22

ao nosso estudo observou valores divergentes embora estes autores tivessem avaliado diferentes distâncias (5, 35 e 40 m). Na variável V30m os valores obtidos (4,78 s), também diferem dos obtidos por alguns autores, recentemente (Marques et al., 2010) num estudo realizado com futebolistas juniores amadores apresenta valores (4.50 s) na mesma variável. Já Wong et al. (2009), após a aplicação de um programa de treino de força em jovens futebolistas sub-14, de 12 semanas, observou valores muito próximos dos obtidos no nosso estudo (4,74s), embora o programa de treino aplicado por estes autores fosse mais extenso. No entanto o estudo de Gonzalez e Aguiar (2001), não determinou qualquer relação entre a corrida linear de curta duração (30 metros) e a força explosiva dos membros inferiores.

Relativamente à velocidade do remate, o programa de treino aplicado revelou-se eficaz, visto que o valor médio obtido (83,84 km/h) apresentou significado estatístico para o GE (p=0,03). De realçar também que o GC registou melhorias embora sem significado estatístico. Estes valores diferem relativamente, aos observados (77,2km/h,) por Wong et al. (2010). Também Manolopoulos et al. (2006) verificou aumentos significativos na VR (101 km/h), embora este estudo tivesse uma maior duração (10 semanas). Outros estudos revelam uma diferença de valores significativa em relação ao nosso, Jardim e Garganta (2003), observaram valores médios de 26.60 m/s num estudo realizado em escalões de formação com a média de idade ligeiramente superior ao nosso grupo de atletas. Seria interessante também termos efectuado um teste intermédio com o intuito de verificar de que modo o TF estaria a influenciar esta habilidade nas primeiras 3 semanas e verificar de forma mais clara a evolução dos resultados.

Respondendo de forma objectiva à hipótese central do estudo, podemos afirmar que o TF, apenas revelou níveis de performance com significado estatístico na VR no GE. Nas componentes salto e sprint verificaram-se algumas melhorias, no entanto as mesmas não contribuíram para obter performances com significado estatístico nos jovens futebolistas de sub15. Perante estes resultados podemos afirmar que programa de treino aplicado durante as 6 semanas revelou-se insuficiente para obter níveis de performance nas componentes, sprint e CMJ.

(23)

23

6. PRINCIPAIS CONCLUSÕES

 Através da aplicação do TF verificaram-se níveis de performance com significado estatístico na VR;

 Verificaram-se melhorias no sprint, nas variáveis V15 e V30m e no CMJ, mas sem significado estatístico, o GC também revelou melhorias nas componentes referenciadas à excepção do CMJ. Estas melhorias verificadas em ambos os grupos poderão dever-se essencialmente às adaptações desenvolvidas nos treinos e nas competições.

 No sprint na distância entre V15 e V30 não se verificou qualquer melhoria em ambos os grupos.

 Perante os resultados obtidos podemos afirmar que o programa de treino aplicado aos sub 15 durante as 6 semanas revelou-se insuficiente para obter níveis de performance nas habilidades motoras específicas como o salto e o sprint;

Partindo dos resultados obtidos neste estudo ficou patente a necessidade de implementar mais testes para avaliar estas habilidades motoras especificas, com a finalidade de contribuir para uma melhor caracterização da modalidade.

Relembramos também aos treinadores das modalidades desportivas colectivas que para aplicar um programa de TF não é necessário a utilização de qualquer máquina ou material específico, apenas planeá-lo, ajustado aos sujeitos envolvidos, à especificidade dos gestos e as acções desportivas que se pretende desenvolver. Um programa TF idêntico ao aplicado não apresenta qualquer grau de dificuldade, nem necessita de muitos recursos materiais, sendo por isso um

(24)

24

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Alves, J. (2006). O Treino da força no futebol: A influência da aplicação de um programa de

treino de força na performance do salto, de sprint e de agilidade. Tese de Mestrado em Ciências de Desporto na Área de Especialização de Treino de Alto Rendimento apresentada à FCDEF-UP

Abrantes, C.; Maças, V.; Sampaio, J. (2004). Variation in football players sprint test

performance across different ages and levels of competition. Journal of Sports Science and Medicine , 3 (YISI 1), 44-49 .

Alves, J.; Rebelo, A.; Abrantes, C.; Sampaio, J. (2010). Short-Term Effects of Complex and

Contrast Training in Soccer Players’ Vertical Jump, Sprint and Agility Abilities. Journal of

Strength and conditioning Research. 24(4)/936-941.

Aziz, A.; Mukherjee, S.; Chia, M.; Teh, K.. (2008). Validity of the Running Repeated Sprint

Ability Test Among Playing Positions and Level os Competitiveness in Trained Soccer Players.

International Journal of Sports Medicine, 29:833-838.

Chelly, M.; Fatholoun, M.; Cherif, N.; Amar, M.; Tabka, Z.; Praagh, E. (2009). Effects of a

Back Aquat Training Program on Leg Power, Jump, and Sprint Performances in Junior Soccer Players. Journal of Strength and Conditioning Research. 23(8)/2241-2249.

Carvalho, C,; Carvalho, A.; Não se deve identificar força explosiva com potencia muscular,

ainda que existem algumas relações entre ambas. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, Vol.6, nº2, 241-248.

Cometti, G., Maffiuletti, N.A., Pousson, M., Chatard, J-C., Maffulli. N.; Isokinetic Strength

and Anaerobic Power of Elite, Subelite and Amateur French Soccer Players. Int J Sports Med 2001; 22: 45±51

Faigenbaum, A.; Kraemer, W.; Blimkie, C.; Jeffreys, I.; Micheli, L.; Nitka, M.; Rowland, T.

(2009). Youth Resistance Training: Updated Position Statement Paper From the National Strength and Conditioning Association. Journal of strength and Conditioning Research. 23(Supplement 5)/S60-S79.

(25)

25

Faigenbaum , A.D., Milliken, L.A., Loud, R.L., Burak, B.; Wescott, W.; Doherty, C.; (2002).

Comparison of 1 and 2 days per week of strength training in children . Research, quarterly for

exercise and sport, vol.73, nº 4 pp 416–424.

Faigenbaum, A.; (2007). Resistance Training for Children and Adolescents: Are There Health

Outcomes Americam Journal of Lifestyle Medicine ; 1; 190

Faigenbaum, A.; Loud, R.; O’connell, J.; Glover, S.; O’connell, J.; Westcott, W. (2001).

Effects of Different Resistance Training Protocols on Upper-Body Strength and Endurance Development in Children. Journal of Strength and Conditioning Research, 15(4), 459-465.

Faigenbaum, A.; Westcott, W.; Loud, R.; Long, C. (1999). The Effects of Different

Resistance Training Protocols on Muscular Strength and Endurance Development in Children.

Pediatrics; 104; e5. DOI: 10.1542/peds.104.1e5

Disponível em: http://www.pediatrics.org/cgi/content/full/104/1/e5 consultado a 16/4/2007.

Faigenbaum, A.; McFarland , J.; Keiper, F.; Tevlin, W.; Ratamess , N.; Kang, J.; and Hoffman, J.; (2007). Effects of a short-term plyometric and resistance training program on

fitness performance in boys age 12 to 15 years. Journal of Sports Science and Medicine 6, 519-525.

Garrido, N.; Marinho, D.; Reis, V.; Tillaar, R.; Costa, A.; Silva, A.; Marques, M. (2010).

Does combined dry land and aerobic training inhibit performance of young competitive swimmers?. Journal of Sports Science and Medicine, 9, 300-310.

González-Badillo, J.; Marques, M. (2009). Relationship Between Kinematic Factors and

Countermovement Jump Height in Trained Track and Field Athletes. Journal of strength and

Conditioning Research, 0(0)/1-5.

Garganta, J. (1977); Modelação táctica do jogo de futebol. Estudo de organização da fase

ofensiva em equipas de alto rendimento. Dissertação apresentada às provas de doutoramento no ramo de ciências do desporto. FCDEF-UP.

(26)

26

Hansen, L.; Bangsbo, J.; Twisk, J.;and Klausen, K.; ()Development of muscle strength in

relation to training level and testosterone in young male soccer players . J. Appl.Physiol. 87(3):

1141–1147, 1999.

Huijgen, B. Elferink-Gemser, M. ; Post, W ; Visscher, C.; (2010) Development of dribbling in talented youth soccer players aged 12-19 years: A longitudinal study. Journal of Sports Sciences 28(7): 689–698

Hoff, J.; Helgerud, J. (2004). Endurance and Strength Training for Soccer Players,

Physiological Considerations. Sports Medicine, 34(3), 165-180.

Kellis, E.; Katis, A. (2007). Biomechanical characteristics and determinants of instep soccer

kick. Journal of Sports Science and Medicine, 6, 154-165.

Jardim, N.; Garganta, J.; (2003). Velocidade da bola no remate em futebol. Estudo

comparativo da performance de praticantes de diferentes idades e níveis competitivos. Revista

Digital de Alto Rendimento em Fútbol

Ferreira, J. (1977); Iniciação Tecnica. Revista Treino Desportivo,7, 5- 18.

Leal, M. & Quinta, R. (2001). O Treino no Futebol uma concepção para a formação. Braga.

Edição APPACDM de Braga.

Manolopoulos, E.; Papadopoulos, C.; Kellis, E. (2006) Effects of combined strength and kick

coordination training on soccer kick biomechanics in amateur players. Scandinavian Journal of

Medicine Science in Sports: 16: 102-110.

Marques, A. e Oliveira, J. (2001). O treino de jovens desportistas. Actualização de alguns

temas que fazem a agenda do debate sobre a preparação dos mais jovens. Revista Portuguesa de

Ciências do Desporto, Vol.1, nº1, 130-137.

Marques, M. (2004) O trabalho de força no alto rendimento desportivo: da teoria à prática.

(27)

27

Marques, M., (2010) O treino de força em crianças e jovens. Revista de Medicina Desportiva in

forma, 1(6), 21-24.

Marques, M.; González-Badillo, J. (2005). O efeito do treino de força sobre o salto vertical em

jogadores de basquetebol de 10-13 anos de idade. Revista Brasileira Ciência e Movimento, 13(2): 7-15.

Marques, M.; González-Badillo, J. (2006). In-Season Resistance Training and Detraining in

Professional Team Handball Players. Journal of Strength and Conditioning Research, 10(3), 563-571.

González-Badillo, J.; Marques, M.; (2009). Relationship between kinematic factors and

countermovement jump height in trained track and field athletes. Journal of Strength and

Conditioning Research, 0(0)/ 1-5

Marques, M.C, Travassos, B. & Almeida, R. (2010). A força explosiva, velocidade e

capacidades motoras específicas em futebolistas juniores amadores: Um estudo correlacional. Motricidade, 6(3), 5-12.

Milliken, L.A., Faigenbaum , A.D., Loud, R.L.,.; Wescott, W.; (2008). Correlates of upper

and lower body muscular strength in children. Journal of Strength and Conditioning Research vol.22, nº 4 / 1339–1346

Masuda, K.; Kikuhara, N.; Demura, S.; Katsuta, S.; Yamanaka, K. (2005) Relationship

between muscle strength in various isokinetic movements and kick performance among soccer players. Journal of Sports Medicine and Physical Fitness. 45:44-52.

Magalhães, J.; Oliveira, J.; Ascensão, A.; Soares, J.; (2001) Avaliação isocinética da força

muscular de atletas em função do desporto praticado, idade, sexo e posições especificas. Revista

Portuguesa de Ciências do Desporto, vol.1, nº 2 [13-21].

Martinez, L.; Salgado, J.; Lago, E.; Peñas, C.; (2004) Relacion entre parâmetros

antropométricos y manifestaciones de fuerza y velocidade en futbolistas en edades de formacion.

(28)

28

Materko, W.; Duarte, M.; Santos, E.; Júnior, H.; (2010) Comparação entre dois sistemas de

treino de força no desenvolvimento da força muscular máxima, vol. 6, n. 2, pp. 5-13

Prestres, J.; Lima, C.; Frollini, A.; Donatto, F.; Conte, M.; (2009).Comparision of linear and

reverse linear. Periodization effects on maximal strength and body composition . Journal of

Strength and Conditioning Research. Vol.0, nº 0, 1-9.

Pollard, R. (1995). Do long kicks pay off? Soccer Journal, 40(3), 41-43.

Sousa, P.; Garganta, J.; Garganta, R. (2003). Estatuto posicional, força explosiva dos

membros inferiores e velocidade imprimida à bola no remate em Futebol. Um estudo com jovens praticantes do escalão sub-17. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, vol.3, nº 3 [27-35].

Seabra, A., Maia, J. A. & Garganta, R. (2001) Crescimento, maturação, aptidão física, força

explosiva e habilidades motoras específicas: Estudo em jovens futebolistas do sexo masculino dos 12 aos 16 anos de idade. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, vol.1, nº2, [22-35].

Santos, E., Janeira., M. (2008) Effects of complex training on explosive strength in adolescent

male Basketball players. Journal of Strength and Conditioning Research, 22(3), 903-909.

Shaw, BS; Shaw, I.; and Brown, GA.;(2009) . Comparison of resistance and concurrent

resistance and endurance training regimes in the development of strength. J Strength Cond Res 23(9): 2507–2514.

Taskin, H.; (2008). Evaluating Sprinting Ability, Density, of Acceleration, and Speed Dribbling

Ability of Professional Soccer Players With Respect to Their Positions. Journal of Strength and

Conditioning Research, 22(5)/1481-1486.

Thomas, K.; French, D.; Hayes, P.; (2008). The Effect of Two Plyometric Training Techniques

on Muscular Power and Agility in Youth Soccer Players. Journal of strength and Conditioning

(29)

29

Wisløff, U.; Castagna, C.; Helgerud, J.; Jones, R.; Hoff, J.; Strong correlation of maximal squat strength with sprint performance and vertical jump height in elite soccer players. Br J Sports Med 2004;38:285–288

Wong, P., Chamary, K. & Wilsloff, U. (2009). Effects of 12-week on-field combined strength

and power training on physical performance among u-14 young soccer players. Journal of Strength and Conditioning Research, 24(3): 644-652.

Referências

Documentos relacionados

Estudos que analisam a dinâmica dos rendimentos por meio de componentes permanente e transitório permitem a identificação do comportamento da renda como sendo

[40] Uma hipótese implícita quando o método de captura-recaptura é usado para estimar o tamanho de uma população é a de que quando os indivíduos são marcados no processo de

Assim, a presente pesquisa objetiva apresentar uma proposta voltada à re- ferida zona de esperança, que pressuponha o uso correto dos direitos do homem, a partir de uma

1.1 A presente seleção de Tutor a Distância será regida por este Edital e será executada pelo DEaD/IFMA Campus São Luís Monte Castelo e Comissão de

Desta forma, emulsões de petróleo estabilizadas por Triton-X-100 foram produzidas e avaliadas quanto a estabilidade, viscosidade, condutividade e tamanho das gotas com o objetivo

Ninguém quer essa vida assim não Zambi.. Eu não quero as crianças

No Projeto de Autonomia e Flexibilidade Curricular (PAFC) entretecem-se renovados desafios para os docentes, nomeadamente no que concerne à componente de Cidadania e

[r]