• Nenhum resultado encontrado

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DE FRUTOS DE MARACUJAZEIRO- AMERELO SOB ADUBAÇÃO POTÁSSICA, BIOFERTILIZANTE E COBERTURA MORTA 1

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DE FRUTOS DE MARACUJAZEIRO- AMERELO SOB ADUBAÇÃO POTÁSSICA, BIOFERTILIZANTE E COBERTURA MORTA 1"

Copied!
14
0
0

Texto

(1)

ISSN 1517-8595

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DE FRUTOS DE MARACUJAZEIRO-AMERELO SOB ADUBAÇÃO POTÁSSICA, BIOFERTILIZANTE E COBERTURA

MORTA1

Vinícius Batista Campos2,Lourival Ferreira Cavalcante3, Tony Andreson Guedes Dantas4,

Jeane Karla de Mendonça Mota5, Artenisa Cerqueira Rodrigues6, Adriana Araújo Diniz7

RESUMO

O maracujazeiro-amarelo é uma cultura típica de países tropicais, seu fruto é expressivamente utilizado para consumo in natura, entretanto, possui igual importância econômica na fabricação de suco integral e concentrado. Desta forma, objetivou-se avaliar a qualidade de frutos de maracujazeiro-amarelo sob adubação potássica, biofertilizante e cobertura morta. O experimento foi instalado em delineamento inteiramente casualizado, no período de novembro de 2005 a julho de 2006, em esquema fatorial 5x2x2 correspondente a cinco doses de potássio (0; 10; 15; 20 e 25 g planta-1), na ausência e presença do biofertilizante bovino, em solo com e

sem cobertura morta. O potássio foi aplicado aos 30 dias após o plantio e a cada 60 dias. O biofertilizante foi adicionado ao solo 30 dias antes e a cada 90 dias após o plantio ata o final da colheita. No pico da produção foram utilizados quatro frutos por unidade experimental para caracterização da massa média de frutos, espessura da casca, diâmetros longitudinal e transversal, rendimento em polpa, pH, sólidos solúveis e acidez titulável. O biofertilizante bovino elevou a espessura da casca. A interação potássio x biofertilizante bovino estimulou o rendimento em polpa dos frutos. A massa média de frutos, diâmetros longitudinal e transversal, acidez titulável e pH, foram compatíveis às exigências tanto para o consumo in natura quanto para industrialização da polpa.

Palavras-chave: Passiflora edulis f. flavicarpa Deg., pós-colheita, fertilização organo-mineral. PHYSICAL AND CHEMICAL CHARACTERISTICS OF YELLOW PASSION FRUITS

UNDER FERTILIZATION POTASSIUM, BOVINE BIOFERTILIZER AND MULCH

ABSTRACT

The yellow passion fruit plants (Passiflora edulis f. flavicarpa Deg), is a crop tipic of Tropical County and its fruit are expressively used in form natural but too exercise economic importance to industrialization of the pulp. In this direction an experiment was carried under potássica, biofertilizante fertilization and covering deceased. The experiment was installed in delineation entirely randomized, during the period of November of 2005 to July of 2006, using a factorial design 5x2x2 corresponding to five levels of potassium (0; 10; 15; 20 and 25 g plant-1) in the

absence and presence of bovine biofertilizer in soil with and without mulch. The potassium was applied to soil 30 days before and the each 60 days after planting. he biofertilizer was applied 30 days before and the each 90 days after the plantation till the end of the harvest. When al

_______________

1 Trabalho financiado pelo CNPq

2Mestrando em Manejo de Solo e Água CCA/UFPB, Areia – PB, e-mail: viniciuspgmsa@homtail.com 3Prof. Dr. DSER/CCA/UFPB, Areia – PB, e-mail: lofeca@cca.ufpb.br; bolsista CNPq.

4 Estudante de Agronomia, Bolsista PIBIC/CNPq/UFPB, Areia – PB, e-mail: tagdantas@hotmail.com

5Mestranda em Construções Rurais e Ambiência/DEAG/UFCG, Campina Grande, e-mail: motajkm@yahoo.com.br 6Mestranda em Produção vegetal/CCA/UFPB, Areia – PB, e-mail: acerqueira@yahoo.com.br

(2)

experimental unit were obtained to characterization of the average mass of fruit, pulp thickness, longitudinal and transversal diameter, pulp percentage, pH, soluble solids content (°Brix) and titillate acidity of the fruits pulp. The bovine biofertilizer application on soil increased the pulp thickness of the fruits. The interaction potassium x bovine biofertilizer stimulated the pulp percentage of the fruits. The values of, mass of fruits, longitudinal and transversal diameters, titillate acidity and pH of the pulp had been compatible to the requirements in such a way for consumption in nature form as to fruits industrialization.

Keywords: Passiflora edulis f. flavicarpa Deg., pós-colheita, fertilização organo-mineral.

INTRODUÇÃO

Dentre as frutíferas de expressão econômica no Brasil, a cultura do maracujá possui destaque nos últimos anos. Originária da América Tropical, com mais de 150 espécies nativas do Brasil, e dessas espécies, o maracujazeiro-amarelo (Passiflora edulis f.

flavicarpa Deg.), é a mais importante,

representando 95% dos pomares comerciais, sendo também a mais cultivada no mundo (Meletti et al., 2002; Araújo et al., 2006). A expressiva importância dessa frutífera é, além da preferência pelo mercado interno e externo, devido também à abertura de novos mercados (Sá, 2005).

Após a colheita, o maracujá-amarelo é

direcionado para linhas distintas de

comercialização: para o mercado interno, destinado ao consumo na forma natural e ao processamento industrial e para o mercado externo de suco concentrado. Um dos principais problemas para a exportação é a adoção de técnicas de conservação pós colheita, o que faz com que o fruto atinja um alto grau de perecibilidade, principalmente quando a colheita coincide com os meses mais chuvosos (Salomão et al., 2001).

Responsável pela síntese de degradação de compostos orgânicos, o potássio também atua na participação do processo de abertura e fechamento dos estômatos, síntese de proteínas de tecidos meristemáticos, na expansão celular e no balanço entre cátions e ânions; sua deficiência causa diminuição na biomassa da planta, reduzindo a produção de matéria seca e a produção dos frutos, também interferindo negativamente na qualidade dos frutos e do suco (Baumgartner, 1987; Brito et al., 2005).

O potássio, depois do nitrogênio, é o

nutriente mais absorvido durante o

desenvolvimento do maracujazeiro. Nos frutos,

atingir o dobro em relação ao nitrogênio (Carvalho et al., 1999; Fortaleza et al., 2005).

O biofertilizante bovino tem sido empregado via pulverização foliar nas mais diversas

culturas como fitoprotetores, porém

ultimamente vêm-se utilizando como

fertilizante com o objetivo de avaliar a possibilidade e o nível de substituição de N e K às culturas (Willer e Yussefi, 2001; Alves, 2006).

Ao avaliar a resposta do maracujazeiro-amarelo, em função da aplicação dos volumes de 4 e 8 litros de biofertilizante bovino por planta no solo, na proporção de 1:1, Silva (2000) observou efeitos positivos sobre a massa média e a espessura da casca dos frutos.

O trabalho teve como objetivo avaliar a caracterização física e química de frutos de maracujazeiro-amarelo sob adubação potássica, em solo sem e com biofertilizante bovino, com e sem cobertura morta.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na

propriedade Macaquinhos, município de Remígio, Paraíba, inserida na microrregião de Esperança, no período de novembro de 2005 a setembro de 2006. Geograficamente, o município de Remígio, localiza-se a 6°53’ 00” de latitude sul, 36°02’00” a oeste do meridiano de Greenwich e a altitude de 470m acima do nível do mar.

O clima do município é do tipo As’,quente e úmido, com pluviosidade caracterizada no período de março a junho. A temperatura do ar variou de 24°C a 24,5°C, e a umidade relativa do ar se manteve entre 70 e 80%.

O solo da área experimental possui declividade da ordem de 10%. Quanto à fertilidade, possui teores baixos de fósforo e matéria orgânica, médios de potássio, cálcio e

(3)

0,44 e 0,42 m3 m-3 nas profundidades de 0-20 e

de 21-40 cm respectivamente.

O experimento foi instalado em

delineamento inteiramente casualizado, em novembro de 2005 com três repetições, em arranjo fatorial 5 x 2 x 2 referente aos níveis de K2O, oriundas do cloreto de potássio (56%

K2O): 0, 10, 15, 20 e 25 g planta-1, na ausência

e presença de biofertilizante bovino, em covas com e sem cobertura morta em camada de 5 cm com restos vegetais. As covas foram abertas nas dimensões 40x40x40 cm, preparadas com cinco litros de esterco bovino de relação C/N 17:1, 100 gramas de calcário calcítico, com PRNT de 82% e 20 gramas de P2O5, na forma de super

fosfato triplo com 42% de P2O5.

As doses de potássio foram aplicadas a partir dos 60 dias após o plantio e a cada dois meses, até o final da colheita. O biofertilizante bovino foi adicionado ao solo 30 dias antes e a cada 90 dias após o plantio, na forma líquida, diluído em água na proporção em volume de 1:4, tomando-se como referência a sugestão de Santos (1992), que recomenda a dose de 15 litros m-2, e, portanto foram fornecidos 12 litros

do insumo numa área de 0,8 m2. O preparo do

biofertilizante foi feito com partes iguais de esterco fresco de bovino e água em fermentação anaeróbica durante o período de 30 dias. Neste período, a cada dois dias agitava-se o recipiente com o insumo para garantir uma adequada fermentação e atividade microbiana.

Para sustentação das plantas usou-se espaldeira com um arame liso n° 12 instalado no topo das estacas, a 2,2 m de altura.

A irrigação foi feita pelo método de

aplicação localizada por gotejamento,

fornecendo-se a cada planta, nos primeiros 60 dias, 2 L, dos 60 aos 90 dias, 4 L e a partir da floração 10 L planta-1 dia-1 (Gondim, 2003) de

água sem risco de sais às plantas (Ayers e Westcot, 1999; Cavalcante e Cavalcante, 2006). A colheita foi realizada num período de 120 dias onde foram colhidos quatro frutos por unidade experimental para avaliação da caracterização física pelo diâmetro longitudinal e transversal ou equatorial, massa média dos frutos, espessura da casca e rendimento em polpa. Quanto aos atributos químicos de qualidade pós-colheita foram determinados a acidez titulável (Instituto Adolfo Lutz, 1985), teores de sólidos solúveis (°Brix) por refratometria e o pH da polpa foi obtido por meio de leituras em potenciômetro.

Os dados foram submetidos à análise de variância para diagnosticar os efeitos significativos das fontes de variação individuais e de suas respectivas interações sobre as variáveis analisadas e, em seguida, foram interpretados por meio de regressão polinomial (Ferreira, 2000).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A massa média dos frutos, de forma geral, exibiu tendência de acréscimo com a elevação das doses de potássio (Figura 1). Essa tendência foi também observada por Araújo et al. (2006). Os valores variaram de 191 a 228 g e foram superiores á oscilação de 124 a 138 g fruto-1

registrada por Silva (2000). Esses resultados estão em consonância também com a variação de 176 a 215 g fruto-1 obtida por Santos (2004),

em cultivo com biofertilizante bovino aplicado ao solo, a cada 60 dias, na forma líquida. Comparativamente com plantas sobre cultivo tradicional, os valores superaram os 138 g fruto -1 em maracujazeiro-amarelo tratado com

potássio em solução nutritiva (Araújo et al., 2006) e a ordem dos 199 e 205 g fruto-1

(4)

= 192,44 - 0,2526X + 0,0473*X

2

R

2

= 0,66

180

190

200

210

220

230

0

5

10

15

20

25

Doses de K2O (g planta-1) M as sa m éd ia d e fru to s (g

Figura 1 - Massa média de frutos de maracujazeiro-amarelo, em função das doses de potássio

aplicado ao solo.

Pelos resultados da Figura 2, a espessura da casca aumentou com a adição de potássio atingindo valor máximo de 8,4 mm no nível equivalente a 11,2 g planta-1 de K

2O. Esse

comportamento está compatível com o apresentado por Araújo et al. (2006) e com Fortaleza et al. (2005), ao concluírem que a espessura da casca do maracujazeiro-amarelo aumentou com as doses de potássio em solução nutritiva e no solo, respectivamente. Por outro lado, discorda de Brito et al. (2005), ao

constatarem que o aumento dos níveis de potássio não interfere na espessura da casca dos frutos. Nos tratamentos sem cobertura do solo, a espessura da casca decresceu com o aumento das doses de potássio. Essa situação, em geral, resulta no maior rendimento em polpa dos frutos e, com efeito, em um dos atributos de preferência tanto para o mercado de consumo in

natura com para o processamento do suco

(Santos et al., 2005).

— = 0,7194 + 0,0208X - 0,0009*X

2

R

2

= 0,5218

--- = 0,9238 - 0,0162X + 0,0005*X

2

R

2

= 0,5066

0,4

0,6

0,8

1,0

0

5

10

15

20

25

Doses de K2O (g planta-1) E sp es su ra d e ca sc a (m m )

Figura 2 - Espessura de casca de frutos de maracujazeiro-amarelo, em função das doses de potássio na

(5)

O biofertilizante, aplicado ao solo na forma líquida, promoveu o aumento da espessura da casca dos frutos, em relação aos tratamentos sem o insumo (Figura 3). Comparativamente, o valor de 0,86 cm obtido foi superior aos 0,69 cm apresentados por Martins et al. (2002), 0,81 cm por Santos (2004), sendo superior também aos 0,60; 0,62 e 0,78 cm obtidos por Brito et al. (2005) em maracujazeiro-amarelo, sob a aplicação de esterco de frango, de ovino e da

mistura de ambos associados com cinco níveis de potássio (0, 27, 54, 81 e 108 g planta-1).

Possivelmente, a adição sistemática do

biofertilizante na freqüência adotada,

promoveu, por meio de reações de sinergismo ou de antagonismo entre alguns nutrientes de modo a refletir no aumento da espessura da casca dos frutos e, em conseqüência, no declínio do rendimento em polpa e de suco.

0,65

0,7

0,75

0,8

0,85

0,9

A

P

Biofertilizante bovino

E

sp

es

su

ra

d

e

ca

sc

a

(m

m

)

Figura 3 - Espessura de casca de frutos de maracujazeiro-amarelo, em solo na ausência (A) e presença

(P) de biofertilizante bovino aplicado ao solo na forma líquida.

Os valores do diâmetro longitudinal (Figura 4) e transversal (Figura 5), não exibiram comportamento definido entre si, quanto ao uso da cobertura morta, biofertilizante e doses de potássio. Percebe-se que na ausência de cobertura do solo, os valores do diâmetro longitudinal (Figura 4A) e transversal (Figura 5A), não se adequaram a nenhum modelo de regressão. Nas respectivas figuras, verifica-se também que, exceto na dose de K2O igual a 25g

planta-1, o diâmetro longitudinal dos frutos foi

inferior ao obtido nos frutos da testemunha. Por outro lado, constata-se na Figura 5A que o diâmetro transversal dos frutos cresceu com o

aumento da aplicação de potássio e biofertilizante ao solo.

Nos tratamentos sem e com cobertura morta, o diâmetro longitudinal e transversal, na ausência e presença do biofertilizante, variou de 8,1 a 10 cm e 7,8 a 9 cm, respectivamente. Essas variáveis são empregadas para classificação do tipo de fruto em alguns mercados consumidores do Brasil. Frutos com essa variação de diâmetros são classificados como do tipo médio a grande no Estado do Rio de Janeiro (3A), e de médio a pequeno (2A), que corresponde a frutos de calibre 3 e 4 no Estado de São Paulo (Balbino, 2005).

0,74 b

(6)

--- =MEDIA = 8,55 — = 9,39 - 0,219X + 0,009**X2 R2 = 0,78 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 D ia m et ro lo ng itu di na l ( m m ) — = 8,753 - 0,080X + 0,004**X2 R2 = 0,53 --- = 8,8597 - 0,212X + 0,009**X2 R2 = 0,94 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 11,0 0 5 10 15 20 25

Doses de K2O (g planta-1)

D ia m et ro lo nt ud in al (m m )

Figura 4 – Diâmetro longitudinal de frutos de maracujazeiro-amarelo, em função das doses de

potássio na ausência (---) e presença (—) do biofertilizante bovino (A) e na ausência (---) e presença (—) de cobertura morta (B).

A

(7)

— = 7,969 - 0,068X + 0,004**X2 R2 = 0,86 --- = MÉDIA = 8,07 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 D iâ m et ro tr an sv er sa l ( m m )

— = 8,882 - 0,161X + 0,005**X

2

R

2

= 0,99

--- = 8,003 - 0,072X + 0,003**X

2

R

2

= 0,54

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

10,0

0

5

10

15

20

25

Doses de K

2

O (g planta

-1

)

D

m

et

ro

tr

an

sv

er

sa

l (

m

m

)

Figura 5 – Diâmetro transversal de frutos de maracujazeiro-amarelo, em função das doses de potássio

na ausência (---) e presença (—) do biofertilizante bovino (A) e na ausência (---) e presença (—) de cobertura morta (B).

O rendimento em polpa dos frutos respondeu diferenciadamente aos efeitos da interação níveis de potássio x biofertilizante bovino. Verifica-se na Figura 6 valores crescentes com adição de K2O até o nível 16,2 g

planta-1 referente ao maior rendimento de 41%

no solo com biofertilizante bovino. Por outro lado, constataram-se reduções da mesma variável com o aumento dos níveis de K2O no

solo sem o insumo. Os valores com aumento de 37 para 40% e redução de 40 para até menos de 35%, nos tratamentos com e sem biofertilizante bovino, são considerados baixos. Conforme

Meletti et al. (2002), o rendimento em polpa admitido como adequado, tanto para o consumo do maracujazeiro-amarelo ao natural como para indústria, é superior a 50%. O rendimento em polpa extraída de frutos oriundos de plantas cultivadas em solo com biofertilizante líquido foi inferior aos 45,5% obtidos por Martins (2000) e á amplitude de 42,7 a 52,8% por Santos (2004). Entretanto, apresentaram-se sensivelmente superiores as médias de 34,8; 35,6 e 33,1% apresentadas por Colauto et al. (1986), Carvalho et al. (1999) e Borges et al. (2003) em cultivo convencional.

A

(8)

— = 37,168 + 0,4699X -0,0145*X

2

R

2

= 0,45

--- = 39,859 - 0,578X + 0,022*X

2

R

2

= 0,5297

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

0

5

10

15

20

25

Doses de K

2

O (g planta

-1

)

R

en

di

m

en

to

e

m

p

ol

pa

(%

)

Figura 6 - Rendimento em polpa dos frutos de maracujazeiro-amarelo, em função das doses de

potássio na ausência (---) e presença (—) de biofertilizante bovino.

Os teores de sólidos solúveis-°Brix foram estatisticamente influenciados pela interação doses de potássio x biofertilizante x cobertura morta. Os dados variaram de 13,8 a 14,5 °Brix (Figura 7A) e de 13,4 a 14,2 (Figura 7B), respectivamente na ausência e presença de cobertura morta do solo sem e com aplicação de biofertilizante bovino.

Possivelmente, as plantas no início da frutificação e formação dos frutos não

estivessem adequadamente supridas no

nutriente tendo como conseqüências teores mais baixos do que dos respectivos autores, em geral, 15% ou acima de 15% °Brix. Plantas

deficientes em K têm como conseqüência, desbalanço no metabolismo, redução da atividade enzimática, e com reflexo negativo na síntese e translocação de carboidratos para os frutos (Marschner, 1995; Pimentel, 2004). Variações de 13,9 a 13,8% e de 13,4 a 14,2% respectivamente no solo sem(1) e com (2) cobertura do solo, na ausência e presença do biofertilizante. Nesse sentido, os teores de sólidos solúveis estão abaixo do mínimo exigido pelos centros consumidores do Brasil, que está além de 15%. (Meletti et al., 2002; Durigan et al., 2004).

(9)

--- = 13,197 + 0,214X - 0,008**X2 R2 = 0,71 — = MEDIA = 13,8 12,5 13,0 13,5 14,0 14,5 15,0 So lid os S ol uv ei s (° B rix ) — = MEDIA = 14,2 --- = MEDIA = 13,4 12,5 13,0 13,5 14,0 14,5 15,0 0 5 10 15 20 25 Doses de K2O (g planta-1) So lid os s ol uv ei s (° B ri x)

Figura 7 - Teores de sólidos solúveis totais (°Brix) de frutos de maracujazeiro-amarelo, em função das

doses de potássio na ausência (---) e presença (—) do biofertilizante bovino (A) e na ausência (---) e presença (—) de cobertura morta (B).

A acidez titulável do suco dos frutos foi significativamente influenciada pelas interações doses de potássio x biofertilizante e doses de potássio x cobertura do solo. Verifica-se que nos tratamentos sem biofertilizante (Figura 8A) e sem cobertura do solo (Figura 8B), a acidez diminuiu com o aumento dos níveis de potássio. Essa tendência dos dados está em conflito com Pretty (1982), ao afirmar que, em frutos de várias espécies, foram obtidas correlações significativamente entre a acidez titulável e o teor de potássio no fruto. Entretanto, Colauto et al. (1986) e Carvalho et al. (1999), não registraram correlação com significâncias estatísticas entre os valores de acidez titulável no suco do maracujazeiro-amarelo e dos teores de potássio no solo.

Os maiores valores da acidez foram 3,55 e 3,63 % correspondentes aos maiores níveis de

K2O 13,1 e 16,8 g planta-1, referentes aos

tratamentos com biofertilizante (Figura 8A) e com cobertura do solo (Figura 8B). Esse comportamento está em acordo com Araújo et al., (2006) após constatarem que a acidez titulável do maracujazeiro-amarelo aumentou com a adição de potássio até um valor máximo de 5,31 g/100 mL de ácido cítrico, sendo em seguida reduzida com o aumento do nutriente adicionado à solução nutritiva. Esses resultados foram inferiores à variação de 3,9 a 4,3 % obtida por Santos (2004) em frutos de maracujazeiro-amarelo em solo tratado com biofertilizante bovino. Por outro lado, situaram-se na faixa de 3 a 5 % admitida como adequada para o consumo ao natural, na forma de suco ou para industrialização (Ruggiero et al., 1996).

A

(10)

— = 3,0683 + 0,0755X - 0,0029**X2 R2 = 0,55 --- = 3,6475 - 0,0028X - 0,0005*X2 R2 = 0,47 2,3 2,5 2,7 2,9 3,1 3,3 3,5 3,7 3,9 A ci de z tit ul áv el ( g/ 10 0 m L ) --- = 3,651 + 0,005X - 0,001**X2 R2 = 0,98 — = 3,065 + 0,067X - 0,002*X2 R2 = 0,49 2,3 2,5 2,7 2,9 3,1 3,3 3,5 3,7 3,9 0 5 10 15 20 25

Doses de K2O (g planta-1)

A ci de z tit ul áv el (g /1 00 m L)

Figura 8 - Acidez titulável da polpa dos frutos de maracujazeiro-amarelo, em função das doses de

potássio na ausência (---) e presença (—) do biofertilizante bovino (A) e na ausência (---) e presença (—) de cobertura morta (B).

O pH da polpa dos frutos dos tratamentos sem cobertura (Figura 9), aumentou com os níveis de potássio fornecidos ao solo. Essa tendência está compatível com a redução da acidez titulável referente aos respectivos tratamentos (Figura 8B). Exceto aos valores referentes aos níveis de K2O 20 e 25 g planta-1,

a tendência do pH com a aplicação do potássio

(Figura 8A). Em ambas as situações, onde a polpa dos frutos apresentava-se com maior acidez titulável, o pH estava sempre mais baixo. Essa condição evidencia que quanto menor for o pH, maior será a concentração de ácido cítrico e de hidrogênio no suco dos frutos, em geral, inclusive do maracujazeiro-amarelo. Essa variável é utilizada para avaliar o caráter ácido

A

(11)

como discutido por Queirós et al. (1998) e Durigan et al. (2004).

Com base nos valores de pH da polpa, com amplitude entre 3,2 e 3,4 (Figura 9), os frutos são de natureza ácida. Conforme Tocchini et al.

(1994), frutos com pH da polpa entre 2,5 e 3,5, são mais adequados ao processamento para produção de suco concentrado que para o consumo na forma de suco ao natural.

— = 3,4534 - 0,0134X + 0,0005*X2 R2 = 0,77 --- = 3,3541 - 0,0074X + 0,0005*X2 R2 = 0,55 3,20 3,25 3,30 3,35 3,40 3,45 3,50 0 5 10 15 20 25

Doses de K2O (g planta-1)

pH

Figura 9 - pH dos frutos de maracujazeiro-amarelo, em função dos níveis de potássio na ausência (---)

e presença (—) de cobertura morta.

CONCLUSÕES

• O aumento das doses de potássio refletiu-se em ganho de massa dos frutos;

• A espessura da casca foi superior nos

tratamentos com a presença do

biofertilizante bovino;

• O rendimento em polpa dos frutos foi superior nos tratamentos com potássio e biofertilizante;

• Os valores de massa média de frutos, diâmetros longitudinal e transversal, acidez titulável e pH, foram compatíveis às exigências tanto para consumo in natura quanto para processamento.

AGRADECIMENTO

Os autores agradecem ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) pelo financiamento da pesquisa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Alves, G.S. Nutrição mineral e produtividade de pimentão (Capsicum annuum L.) em resposta a diferentes biofertilizantes líquidos no solo. Centro de Ciências

Agrárias, Universidade Federal da Paraíba, Areia, 2006. 83 f. (Dissertação de Mestrado).

Araújo, D.C.; Sá, J.R.; Lima, E.M.; Cavalcante, L.F.; Bruno, G.B.; Bruno, R.L.A.; Queirós, M.S. Efeito do volume de água e da cobertura morta sobre o crescimento inicial

do maracujazeiro-amarelo. Revista

Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 4, n.1, p.

121-124. 2000.

Araújo, R.C.; Bruckner, C.H.; Martinez, H.E.P.; Salomão, L.C.C.; Alvarez, V.H.; Souza, A.P.; Pereira, W.E.; Himuzi, S. Quality of yellow passionfruit (Passiflora edulis Sims f.

flavicarpa Deg.) as affected by potassium

nutricion. Fruits. França. v.61, n.2,

p.109-115, 2006.

Ayers, R.S.; Westcot, D.W. A qualidade da água na agricultura. Campina Grande-PB:

UFPB, 1999. 153 p.

Baumgartner, J.G. Nutrição e adubação. In:

RUGGIERO, C. ed. Maracujá. Ribeirão

Preto, UNESP, SP: 1987. p.86-96.

Balbino, J.M.S. Manejo na colheita e pós-colheita do maracujá. In: Costa, A. F. S.; Costa, A. N. (Eds.) Tecnologias para a

(12)

Borges, A.L.; Rodrigues, M.G.V.; Lima, A.A.; Almeida, I.E.; Caldas, R.C. Produtividade e

qualidade de maracujazeiro-amarelo

irrigado, adubado com nitrogênio e potássio.

Revista Brasileira de Fruticultura,

Jaboticabal, v.24, n.1, p.259-262, 2003. Brito, M.E.B.; Melo, A. ; Lustosa, J.P.O.;

Rocha, M.B.; Viégas, P.R.A.; Holanda, F.S.R. Rendimento e qualidade da fruta de

maracujazeiro-amarelo adubado com

potássio, esterco de frango e de ovino.

Revista Brasileira de Fruticultura,

jaboticabal, v.27, n.2, p. 260-263, 2005. Carvalho, A.J.C.; Martins, D.P.; Monnerat,

P.H.; Bernardo, S. Produtividade e qualidade do maracujazeiro-amarelo em resposta à adubação potássica sob lâminas sob lâminas

de irrigação. Revista Brasileira de

Fruticultura, jaboticabal, v.21, n.3, p.

333-337, 1999.

Cavalcante, L.F.; Cavalcante, I.H.L . Uso de água salina na agricultura. In: Cavalcante,

L.F.; Lima, E.M. (Eds.). Algumas

Frutíferas Tropicais e a Salinidade.

Jaboticabal: FUNEP, 2006, Cap. 1, p. 1-17. Colauto, N.M.; Manica, I.; Riboldi, J.;

Ielniczuk, J. Efeito do nitrogênio, fósforo e potássio sobre a produção, qualidade e estado nutricional do maracujazeiro-amarelo. Pesquisa Agropecuária Técnica.

Brasília, v.21, n.7, p. 691.695, 1986.

Durigan, J.F.; Sigrist, J.M.M.; Alves, R.E.; Filgueiras, H.A.C.; Vieira, G. Qualidade e tecnologia pós-colheita do maracujá. In: Lima, A. A.; Cunha, M. A. P. Produção e qualidade na Passicultura. Cruz das

Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2004. Cap.14, p.281-304.

FERREIRA, P.V. Estatística experimental

aplicado à Agronomia. 3 ed. Maceió:

UFAL. 2000. 604p.

Fortaleza, J.F.; Peixoto, J.R.; Junqueira, N.T.V.; Oliveira, A.T.; Rangel, L.E.P. Característica físicas e químicas em nove genótipos de maracujá-azedo cultivado sob três níveis de adubação potássica. Revista Brasileira de Fruticultura, jaboticabal, v.27, n.1, p.

124-127, 2005.

Gondim, S.C. Comportamento do

maracujazeiro-amarelo IAC 273/277 + 275, em função do número de plantas por cova e lâminas de água. Areia: Centro de

Ciências Agrárias, Universidade Federal da

agrobio na cultura do maracujazeiro-amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa Deg.)

CONGRESSO BRASILEIRO DE

FRUTICULTURA, 16. Fortaleza-CE.

Anais... 2000. (CD-ROM).

Instituto Aldofo Lutz. Normas analíticas, métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3 ed., São Paulo: Instituto Adolfo

Lutz, v.1, 533 p. 1985.

Lucas, A.A.T. Resposta do maracujazeiro-amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa

Deg.) a lâminas de irrigação e doses de adubação potássica. Piracicaba: Escola

Superior Luiz de Queiroz. 2002. 105f. (Dissertação de Mestrado).

Marschner, H. Mineral Nutrition of Higher Plants. London, Academic Press, 1995.

889p.

Martins, S.P.; Cavalcante, L.F.; Araújo, F.A.R.;

Cavalcante, I.H.L.; Santos, G. D.

Caracterização de frutos de maracujá amarelo produzidos em solo tratado com biofertilizante líquido. In: Congresso Brasileiro de FruticulturA, 17. 2002, Belém do Pará, Anais...Belém do Pará: 2002.

(CD-Rom).

Meletti, L.M.M.; Soares-scott, M.D.; Bernacci, L.C.; Azevedo, F.J.A. Desempenho das cultivares IAC-273 e IAC-277 de maracujazeiro-amarelo (Passiflora edulis f.

flavicarpa Deg) em pomares comerciais. In:

Reunião Técnica de Pesquisa em

Maracujazeiro-Amarelo, 3., 2002. Viçosa.

Anais... Viçosa: UFV/SBF, 2002.

p.166-167.

Pimentel, C. A relação da planta com a água.

Seropédia: ENA, 2004. 192p.

Pretty, K.M.O potássio e a qualidade da produção agrícola. In: Yamada, T.; Igue, K.; Muzilli, O.; Usherwood, N.R. (Eds.).

Potássio na agricultura brasileira.

Piracicaba: Instituto de Potassa e Fosfato: Instituto Internacional da Potassa. 1982, p. 177-194.

Queirós, M.S.; Lima, E.M.; Cavalcante, L.F.; Oliveira, M.R.T. Caracterização físico-química em frutos de maracujazeiro-amarelo no estado da Paraíba. In: RUGGIERO, C. (Coord.). Maracujá: do plantio a colheita.

Simpósio Brasileiro Sobre a Cultura Do Maracujazeiro-Amarelo, 5. Jaboticabal: 1998. p. 368-370.

(13)

M.E.; Kavati, R.; Pereira, V. de P. Maracujá para exportação: aspectos técnicos da produção. Brasília: EMBRAPA-SPI, 1996, 64p. Publicações Técnicas. FRUPEX, 19 Sá, J.R. Silício e cloreto de sódio na nutrição

e produção de matéria seca do maracujazeiro amarelo em solução nutritiva. Lavras: Universidade Federal de

Lavras, 2005. 163f. (Tese de Doutorado). Salomão, L.C.C.; Vieira, G.; Mota, W.F.

Tecnologia de colheita e pós-colheita. In: Bruckner, C.H.; Picanço, M.C. (eds).

Maracujá Tecnologia de produção, pós-colheita, agroindústria, mercado. Porto

Alegre:Cinco Continentes, 2001. Cap.11, p.283-305.

Santos, A.C.V. Biofertilizantes líquidos: o

defensivo agrícola da natureza. 2 ed., ver. Niterói: EMATER – RIO, 162 p. 1992. (Agropecuária Fluminense, 8).

Silva, J.F. Resposta do

maracujazeiro-amarelo ao biofertilizante bovino aplicado ao solo na forma líquida. Areia: Centro de

Ciências Agrárias, Universidade Federal da

Paraíba, 2000. 34f. (Graduação em Agronomia).

Santos, G.D. Avaliação do maracujazeiro-amarelo sob biofertilizantes aplicados ao solo na forma líquida. Areia: Centro de

Ciências Agrárias, Universidade Federal da Paraíba, 2004. 74f. Dissertação de Mestrado).

Santos, G.P.; Cavalcante, L.F.; Macêdo, J. P. S.; Dantas, T.A.G.; Curvelo, C.R.S.;

Gondim, S.C.; Araújo, F.A.R.

Caracterização de frutos de maracujá-amarelo em solo tratado com superfosfatos.

Anais do CPG em Manejo de Solo e Água,

Areia, v.27, p.1-14, 2005.

Tocchini, R.P. Nisida, A.L.A.C.; Hashizume,

T.; Medina, J.C.; Turatti, J.N.

Processamento: produtos, caracterização e utilização. In: ITAL. Maracujá: cultura,

matéria-prima, processamento e aspectos econômicos. Campinas:ITAL, 1994.p. 161-196.

Wille, H.; Yussefi, M. Organic agriculture wordwide. Stitunng Okalogie & banbad

(14)

Referências

Documentos relacionados

Foram avaliados a produtividade total de frutos, o número de frutos por planta, massa média de frutos, comprimento e largura dos frutos, teor de sólidos solúveis, espessura da polpa

[r]

Dans le but de proposer une organisation didactique de l’expérience de recevoir le diagnostic médical, soutenue par notre expérience dans le domaine de l’annonce et prenant en

Para analisar se há variação intersexual e ontogenética, as dietas de machos e fêmeas e de jovens e adultos foram comparadas por meio do teste de qui-quadrado

• Capacitar tecnicamente Operadores para o Sistema de abastecimento e Tratamento para garantir a água dentro dos padrões de potabilidade estabelecidos;. • Capacitar

e para entre ±1% de , neste caso a variação no sistema será menor que a anterior e a variação na carga será maior, com fator de potência constante.. Fonte: Autoria

Antônio Mariano (1996, p. 206) a partir de diversos relatos, muitas vezes repetidos nos encontros de amigos e mantidos pela tradição oral em Camalaú, anteriormente

Buscamos, com isso, compreender não apenas as ações prescritivas como produtoras de conhecimento escolar, mas, sobretudo, os saberes da prática, criados e recriados,