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Propedêutica Bíblica. 9 de Dezembro de 2013 Verdade na Bíblia

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Propedêutica Bíblica

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ORAÇÃO

Ezequiel 33, 30-33

30«E tu, filho de homem, fica sabendo que os filhos do teu povo te

criticam, ao longo das paredes e às portas das casas. Dizem uns aos outros: 'Vinde ouvir a palavra que vem da parte do SENHOR.' 31Depois,

acorrem em multidão a tua casa, sentam-se diante de ti, escutam o que dizes, mas não o põem em prática. Não fazem senão o que lhes agrada e não procuram senão o seu proveito. 32És para eles como um

trovador dotado de bela voz e que toca bem a sua cítara. Ouvem as tuas palavras, mas não as põem em prática. 33Porém, quando tudo isto

se realizar e eis que está já a acontecer reconhecerão que havia um profeta entre eles.»

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Cultura e texto Bíblico

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Verdade na Bíblia

Que a Sagrada Escritura não engane, está

subentendido no próprio Dogma da Inspiração.

Jo 10,35 – A Escritura não pode ser colocada em

dúvida

Lc 24, 44 / Act 1,16 – A Escritura deve cumprir-se

Mt 4,4 (…) “Está escrito” – introduz a escritura

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Inerrância – consequência da inspiração

É em virtude da inspiração que os Livros da Bíblia são para nós Palavra de Deus: oferecem ao homem a verdade sem erro, que o guia para a salvação histórica e escatológica

A Bíblia é uma unidade. AT e NT juntos, como conjunto unitário (analogia scripturae / semelhante à analogia fidei), permite o entendimento de cada texto no seu sentido autêntico

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“Os padres sinodais sublinhavam justamente que o tema da inspiração está também ligado ao tema da verdade das Escrituras. Por isso, um aprofundamento da dinâmica da inspiração levará, sem dúvida, também a uma maior compreensão da verdade contida nos livros sagrados” – VD 19

A bíblia contém (como veremos mais adiante) afirmações que os nossos conhecimentos actuais rotulariam de “erróneas” (Gn 1, 6-7)

Estão presentes 2 concepções de verdade:

Gregos (Alêtheia) – o ser verdadeiro, realidade permanente e fixa, apreendida intelectualmente. Opõe-se à ilusão e ao engano

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Verdade na Bíblia

Para os israelitas (emet), significava sobretudo firmeza, fidelidade aos outros e à palavra dada, aquilo ou aquele a que se pode dar fé. Dava coesão, estabilidade, segurança, realismo à vida. Não é apenas objecto de ensino ou de estudo; exige compromisso e entrega pessoal. Obtinha-se mais com a acção. Sobretudo, salvava; libertava do mal, não da ignorância. Era um ser pessoal: Deus!

A verdade hebraica é essencialmente religiosa. Como a religião é histórica, realiza-se nos acontecimentos e na fidelidade de Deus à sua Aliança com os homens.

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Verdade na Bíblia

Em última análise, a verdade como revelação

consiste na autenticidade do encontro entre os

interlocutores, Deus e o homem

Jesus manifesta plena e definitivamente Deus: “Eu

sou a verdade” (Jo 14,6).

Na polémica com os autores pagãos, os cristãos

resvalarão para a concepção grega: quem aceita a

Sagrada Escritura, procura fazer uma síntese

criativa entre verdade grega e cristã; quem a

rejeita, combaterá precisamente a partir da

pretensa verdade absoluta greco-romana.

(10)

Verdade na Bíblia

Os apologistas cristãos procuram demonstrar

coerência entre verdade bíblica e mentalidade

grega. Momentaneamente, ganharam terreno,

mas enveredaram por um caminho que

conduziu a situações difíceis. Aos poucos e

poucos, foi-se entendendo a verdade bíblica à

maneira grega.

Embora Santo Agostinho tenha retomado a

posição dos Padres (verdade religiosa), com a

cristandade, a Bíblia foi considerada com todas

as verdades: histórica, científica, filosófica…

(11)

Verdade na Bíblia

Com a escolástica medieval, a Escritura foi

considerada como fonte: cada afirmação

aceitava-se como verdadeira em si, sem

necessidade de demonstração, capaz de gerar

um discurso racional donde se poderia deduzir

mais conhecimento do sobrenatural.

Valorizava-se ao máximo a verdade lógica; tinha

o mesmo valor em cada uma das frases,

tivessem a ver com o religioso, com as ciências

naturais, ou com a história.

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Verdade na Bíblia

Esta redução teve pontos positivos: defendeu o

realismo e evitou o relativismo; mas era

problemática a sua aplicação às diversas

formas

linguísticas.

A

preocupação

pela

verdade e pelo erro estreitava o horizonte da

verdade a descobrir no texto. A Escritura era

como um catálogo de afirmações.

A perspectivação estreita da verdade foi

proposta agressivamente pelo racionalismo e

aceite por muitos teólogos católicos.

(13)

Verdade na Bíblia

Quer o conceito semita, quer o grego,

coincidem num ponto: a relação de

conformidade ou de correspondência. E

isto não se deve minimizar. Nos semitas,

conformidade com Palavra dada e o seu

cumprimento; nos gregos, conformidade

entre os factos e a sua percepção

intelectual.

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Verdade na Bíblia

• S. Justino em diálogo com Trifão dizia: “Que as Escrituras

possam opor-se entre si, é coisa que não ousarei pensar. E se houvesse algo na Escritura que assim parecesse, preferiria confessar que não compreendo o que aquilo significa.”

• Santo Ireneu: “Se não podemos encontrar uma solução para todas as dificuldades que aparecem na Bíblia, seria impiedade querer procurar um Deus diferente do que Ele É!”

• As discordâncias levaram muitos escritores a recorrerem à

interpretação alegórica, como a forma de recuperar a verdade que, de outra forma, pareceria comprometida.

(15)

Verdade na Bíblia

Já no judaísmo estavam presentes discordâncias (pelo

menos aparentes) entre os Livros do AT.

A tradição transmitia que que uma das bênçãos que

se receberia com o regresso de Elias seria a

explicação das aparentes discordâncias, por

exemplo, entre Ezequiel e a Torah.

As dificuldades foram patentes no cristianismo

nascente, obrigando a uma comparação entre AT e

NT. A primeira resposta foi ditada pela fé.

(16)

Verdade na Bíblia

• No que respeita às discordâncias dos sinópticos

e do evangelho de João, Orígenes lembra que “é

necessário precisar que a verdade, no que se

refere a estes factos, está no seu significado

inteligível

• No que respeita à pretensão da verdade

científica na bíblia, Agostinho disse: «(O Senhor)

queria fazer cristãos, não cientistas» “O Senhor

não quis ensinar nada que fosse inútil para a

(17)

Verdade na Bíblia

Até finais de séc. XVII (e mais tarde), a Bíblia era

tomada por um livro de informações científicas:

origem do mundo natural, da vida humana, das

línguas, dos povos…

Outra corrente (Galileo, por exemplo – 1564-1642)

procurava distinguir enunciados científicos de

enunciados bíblicos. Galileo foi um dos momentos

particularmente dramático deste conflito.

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Verdade na Bíblia

- S. Tomás de Aquino diz que a verdade na Escritura é questão de direito (não de facto). O dado de fé da verdade da Escritura deve ser objecto de um exame crítico.

-É preciso manter firmemente a “verdade na Escritura” -Quando a Escritura permite várias interpretações, é preciso descartar aquelas que a razão mostra serem inexactas

- A primeira e realmente contestação aconteceu na era

moderna, com o caso Galileo. Foi uma discussão – choque sobre a inerrância da Escritura, em confronto com as

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Verdade na Bíblia

- Regressemos à posição exegética de Galileo:

-“… Descendo destas coisas ao que nos interessa,

segue-se por necessária consequência que não tendo querido o Espírito Santo ensinar-nos se o céu se move ou se está parado, nem se a sua figura é plana ou em forma de esfera (…) Se o Espírito Santo não quis ensinar-nos semelhantes posições por não corresponderem à sua intenção, acaso poderá haver posição herética que não se refira de maneira alguma à salvação das almas? (…) atenho-me ao que ouvi (Cardeal Barónio), a

intenção do Espírito Santo é ensinar-nos como se vai ao céu , e não como vai o céu.”

(20)

o homem e para sua

Verdade na Bíblia

Mesmo com as condenações de Galileo, as

reflexões teológicas sobre a autoridade das

escrituras continuaram: Pe. Mersenne

(1588-1648);

Descartes,

Pascal,

Pe.

Malebranche diziam, cada um com o seu

matiz,

que

as

Escrituras

não

têm

autoridade em matéria de filosofia natural.

Descartes insistia que a Bíblia foi escrita para

(21)

Verdade na Bíblia

Para

muitas

dificuldades

que

surgiam,

procuravam-se soluções de tipo concordista.

Mais graves, foram as questões levantadas, no

séc. XIX, no campo da história e da arqueologia,

e com o estudo das literaturas do antigo

Próximo Oriente.

Inicialmente,

deram-se

soluções

deficientes:

limitou-se a inspiração e a inerrância às partes

da fé e costumes (posição corrigida pela

“Providentissimus Deus”)

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Verdade na Bíblia

- Respostas da Exegese Católica:

-Limitar o âmbito da Sagrada Escritura. Newman, por exemplo, julgava que a inspiração não se estendia ao material de pouca importância (meramente

anedótico, sem relação com a matéria de fé e de moral

-Em 1902, outra teoria é elaborada na revista Études: o Pe. Prat fala da teoria das Citações Implícitas,

segundo a qual os autores sagrados, ao mencionarem narrações de outros sem dizerem expressamente a proveniência, não se tornariam fiadores delas

(23)

Verdade na Bíblia

A Pontifícia Comissão Bíblica deita esta teoria por terra: admitindo que existam citações implícitas na Bíblia, pressupõe-se que o autor as faça suas pelo facto de não citar as fontes

A resposta que mais atenção teve foi a do Mons. Maurice D’Hulst (em 1893): “Uma coisa é revelar, outra é inspirar. A revelação é um ensinamento divino que só pode referir-se à verdade. A inspiração é uma acção motora que leva o escritor sacro a escrever, guia-o, impele-o e vigia-o. A inspiração garante o escrito de todo o erro em matéria de fé e de moral. Mas não além disso. A inspiração teria os mesmos limites da infalibilidade da Igreja”

(24)

Verdade na Bíblia

Esta teoria parecia resolver a questão… mas fez uma

distinção artificial e acabou por prejudicar a

universalidade da inspiração.

“Uma distinção entre doutrina religiosa e coisas

profanas na Bíblia, pressupõe uma concepção

intelectualista da revelação, como se Deus apenas

tivesse revelado e comunicado doutrinas.

Por outro lado, a limitação da inerrância apenas às

coisas religiosas, implicaria que muitas coisas na

Bíblia fossem profanas…

Como entender a inspiração dos autores para estes

escreverem coisas profanas?

(25)

Verdade na Bíblia

- Encíclica Providentissimus Deus (Leão XIII)

contradisse a solução de D’Hulst: “É totalmente

ilícito, ou restringir a inspiração a algumas partes

da Sagrada Escritura, ou pensar que o autor

sagrado tenha errado. Não se pode tolerar que,

para se desfazer das objecções que nos são feitas,

restrinjamos o âmbito da inspiração a algumas

partes apenas. Por sua essência, a inspiração

divina exclui todo o erro

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Verdade na Bíblia

As encíclicas Spiritus Paraclitus (Bento XV),

Pascendi (Pio X) e Divino Afflante Spiritu

(Pio XII) reforçam este pronunciamento.

Todavia,

podemos

reconhecer

que,

na

posição de D’Hulst havia uma intuição justa:

é necessário (de alguma forma) interpretar

a verdade Bíblica sob o aspecto religioso,

como dirá o Concílio Vaticano II (DV, nº 11).

(27)

Verdade na Bíblia

• Embora fossem notáveis esforços de precisão, a verdade é que abriam espaços a equívocos: Não há paridade entre fenómenos da natureza e acontecimentos históricos no âmbito da história da salvação. Que tipo de história seria “segundo as aparências”? Que semelhança pode haver entre as coisas naturais e a história, quando as coisas físicas se referem a tudo o que aparece sensivelmente (deve concordar com o fenómeno); pelo contrário, a principal lei da história é esta: a necessidade de que o escrito concorde com as coisas acontecidas.

(28)

Verdade na Bíblia

Outras respostas inadequadas apareceram depois da

Providentissimus Deus:

Teoria da Verdade Relativa e da falibilidade parcial

(admitiam-se erros na Bíblia para as coisas científicas e históricas.)- A. Loisy

Teoria das aparências históricas

(estendia-se às secções narrativas históricas da Bíblia o que se pode e o que se deve dizer das coisas científicas: o teólogo, ao não descrever a essência íntima do fenómeno científico, mas apenas a sua aparência sensível, expõe não os factos objectivamente, mas como são

(29)

Verdade na Bíblia

• A Encíclica Divino Afflante Spiritu abre um

novo caminho de compreensão: recorda que

os escritores expunham os factos com uma

técnica expositiva e linguística diferente da

nossa: “trata-se de modos nativos e usuais

de dizer ou narrar, que usavam nas suas

conversas e troca de ideias.” Isto é,

reconhece-se a legitimidade dos géneros

literários, e convidam-se os exegetas a uma

correcta compreensão destes

(30)

Verdade na Bíblia

• Ler DV 11

• Será importante percorrer o itinerário da

formação do texto para melhor o entender

• O esquema pré-conciliar era negativo. O

vocabulário usado gira em torno de “erro e

inerrância”. O termo Verdade aparecia 3

vezes, sem relação com a revelação e a

salvação

(31)
(32)

Verdade na Bíblia

• Verdade era apenas conformidade com a

realidade objectiva que o autor sagrado quis

narrar por escrito.

• O esquema I afirma que a Inspiração exclui

necessariamente todo o erro em qualquer coisa

religiosa ou profana. Cita a Providentissimus Deus

e a Divino Afflante Spiritu, que afirmam que a

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Verdade na Bíblia

• O esquema II não foi discutido (foi distribuído e

pediram-se observações por escrito).

• Preocupa-se sobretudo com a interpretação da

Sagrada Escritura; o termo verdade adquire

conteúdo teológico (Verdade que Deus quis

comunicar).

• Deixou de se dizer: “não tem erro”, para se afirmar:

“ensina sem erro a Verdade” – é o Livro de Deus não

porque isenta de erros, mas porque ensina sem erro

a verdade de Deus

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Verdade na Bíblia

Espontaneamente surge a questão: Que

Verdade ensina a Bíblia?

O esquema IV dá uma resposta: o tema do cap

11 passa a ser o facto da Inspiração e da

Verdade (enquanto verdade salvífica).

Na discussão do esquema III, solicitou-se que

se especificasse (lealmente) que verdades a

Bíblia nos quis ensinar. Sublinhou-se que, em

termos de história natural, a Bíblia tem um

“deficit a veritate”

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Verdade na Bíblia

• Se, por um lado, as descobertas do Oriente confirmavam a credibilidade do AT, por outro, ofereceram um resultado que não seria contradito pelo progresso das ciências.

• Mc 2,26, lido em paralelo com 1Sm 21, 5ss. Mt 27,9 cita Zc 11,12, e não Jeremias; Dn 1,1 (assédio de Jerusalém) aconteceu não no terceiro ano de Joaquim, mas 3 anos mais tarde.

• No que se refere à veste exterior, manifesta-se a

condescensio Verbi Divini, de que fala a DV 13. a sua

falibilidade não questiona a Verdade da Bíblia.

• A escolha da expressão veritatem salutarem

compreendem-se os factos que estão relacionados com a história da salvação.

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Verdade na Bíblia

• Assim, a verdade salvífica contida na Escritura é o

desenvolvimento da história da salvação, e portanto

refere-se não só às palavras e às doutrinas, mas

também aos factos.

• Este termo vinha já de Trento; mas era novidade

aplicá-lo ao problema da inerrância bíblica.

• No entanto, muitos julgaram que se oporia à

providentissimus Deus, dando largas a que se

resumisse a verdade a questões da Fé e da moral. A

14 de Outubro de 1965, escreveram a Paulo VI

alertando que a introdução desse conceito

restringiria inerrância na Bíblia

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Verdade na Bíblia

• A comissão, mesmo tendo esclarecido que a

fórmula não queria introduzir nenhuma

limitação, renunciou a ela. Optou por uma

equivalente: “por isso mesmo se deve

acreditar que os livros da Escritura ensinam

com certeza, fielmente e sem erro a verdade

que Deus, para nossa salvação, quis que

fosse consignada nas sagradas Letras”

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Verdade na Bíblia

• O Concílio assumiu uma atitude positiva quanto a este problema. Não nos abeiramos da Escritura simplesmente porque ela não erra, mas porque nos transmite a “Palavra da Salvação”.

• Inspiração e inerrância devem ser entendidas em primeiro lugar à luz da vontade de Deus 2 Tim 3, 16-17

• A formulação anterior prestava-se a equívocos. A nova formulação não permite uma interpretação errada. Não há limite à inspiração, mas indica a sua especificação formal. Assim devem-se resolver as dificuldades das suas inexactidões geográficas e cronológicas. O Concílio dá doutrina; não constrói uma teoria.

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Verdade na Bíblia

• Objecto formal da Revelação e da verdade Bíblica:

– A revelação histórica da Bíblia tem conteúdos que também são objecto da filosofia, da história e das ciências exactas. Não se deve partir deles isoladamente, mas do como e quanto o objecto formal da inspiração (a razão da salvação) se realiza neles.

– Inspiração e verdade aplicam-se a toda a escritura: a segunda em diferentes graus, dependendo da maneira como se realiza o objecto formal da Escritura inspirada

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Verdade na Bíblia

• No âmbito da metafísica: não pretende ser um

sistema coerente como Aristóteles ou Platão.

Deste ponto de vista técnico, a Bíblia nada

ensina. Em contrapartida, traz a afirmação

explícita ou difusa de realidades ou valores que

regem a metafísica: a unicidade de Deus vivo, a

criação, a antropologia sem dualismos…

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Verdade na Bíblia

• No âmbito das ciências naturais: as ideias

podem mudar, a ciência deve evoluir, sem que a

mensagem bíblica venha a sofrer com isso. O

Biblista e o teólogo devem vigiar para que não se

emprestem à Bíblia afirmações que ela não faz…

• A ideia de criação deixa intacta a questão de

como Deus cria, que partes confia às causas

segundas…

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Verdade na Bíblia

• No âmbito da História envolvem-se muitos aspectos, tais como o da variedade dos géneros literários. É importante

não confundir “História exacta” com “História

verdadeira”. O ensinamento dos livros sagrados não pode ignorar a história, porque a revelação não se refere a verdades abstractas (espiritualidade desencarnada), mas a um facto: a realização da salvação por meio de Cristo: ponto de chegada de uma longa preparação histórica, e ponto de partida para uma nova etapa no desígnio salvífico

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Verdade na Bíblia

• Géneros Literários e verdade na Bíblia: é necessário identificar e fazer correcto uso dos géneros literários para chegarmos às autênticas afirmações bíblicas e à sua verdade. O seu carácter específico é o nexo íntimo entre forma literária e conteúdo que se quer exprimir e comunicar. Esta questão fora já identificada na Divino

Afflante Spiritu. O nº 12 DV faz disso um imperativo

precioso. O Livro de Jonas, por exemplo: dá ideia de ser um relato histórico da vida daquele homem. O peixe poderá ser um carácter imaginário e miraculoso (insere-se no contexto de mitos de ingestão, muito difundidos…)

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Verdade na Bíblia

• Progresso da Revelação e verdade das afirmações bíblicas: a Bíblia é o Livro do Povo de Deus, instrumento da sua divina educação. O mistério da salvação é revelado na história e através da história (cresce com o tempo). Deus conduz os homens gradualmente (Heb 1, 1-2). A este propósito, ler DV 15

• Do ponto de vista dogmático, nenhum texto do AT apresenta uma doutrina completa sobre qualquer ponto da fé. É necessário relê-los todos a partir de Cristo, projectando neles a Sua luz, para entender o seu alcance exacto (por exemplo, o messianismo régio…)

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Verdade na Bíblia

• Do ponto de vista moral, é a mesma coisa. A Lei da perfeição veio até nós com Jesus. Inclusivamente, a Escritura comportava imperfeições por causa da dureza do nosso coração (Mt 5, 17-19).

• Pontos de maior dificuldade: herem (ordem de matar e destruir tudo e todos nas terras conquistadas), A

matança no monte Carmelo por obra de Elias, Vingança e Salmos imprecatórios.

• A Lei de Talião (Ex 21, 23-24) tende a limitar os excessos da vingança, louvada em Gn 4, 23-24).

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Verdade na Bíblia

• Nos salmos imprecatórios, invoca-se a vingança divina (tem-se um sentido agudíssimo da justiça de Deus; a verdadeira solução está no NT)

• A verdade de cada texto está na globalidade de toda a mensagem do AT e do NT. É o princípio da Analogiae

Scripturae, consagrado na DV 12. Hugo de S. Vitor dizia

que a Escritura é um só Livro, e este único Livro é o próprio Cristo.

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Verdade na Bíblia

• A verdade de cada texto do AT não tem carácter

definitivo, mas é aberta e complementar, em relação a todo o conjunto dos livros do AT no Cânone: “O todo

compreende e conserva também o particular”. Sem o NT, estão incompletos, sem a total dimensão da sua verdade. • Mas deve ficar claro o valor perene do AT. Também o NT

carece do AT para ser perfeitamente claro.

(48)

SEMESTRE

Datas das Aulas

14 Outubro 21 Outubro 28 Outubro 4 Novembro 11Novembro 18 Novembro 25 Novembro 2 Dezembro 9 Dezembro 16 Dezembro 6 de Janeiro 13 Janeiro 20 Janeiro 27 Janeiro 3 Fevereiro

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Propedêutica Bíblica

Referências

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