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A empresa é uma atividade que poderá ser realizada por um empresário individual (pessoa física) ou por uma sociedade empresária (pessoa jurídica).

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AULA 3 - Empresário

Considerações iniciais

Sabemos que, atualmente, o Direito Comercial adota a “Teoria da Empresa”, que define empresa como qualquer atividade organizada para a produção e circulação de bens e serviços, salvo as atividades intelectuais. Logo, empresa é sinônimo de atividade empresarial, ou seja, atividade de produção ou circulação de bens e serviços.

Na linguagem comum, utilizamos a expressão “empresa” muitas vezes para designar a sociedade empresarial, ou ainda, um estabelecimento comercial. Exemplo: “a empresa foi pintada”, “a empresa foi assaltada”, “hoje vou até a empresa”. Assim, não podemos confundir “empresa” com “sociedade empresarial” nem com o local em que se desenvolve a atividade empresarial.

A empresa é uma atividade que poderá ser realizada por um empresário individual (pessoa física) ou por uma sociedade empresária (pessoa jurídica).

Ressalte-se que os sócios da sociedade empresária não são empresários, empresária é a sociedade. Os seus sócios poderão ser chamados de investidores ou empreendedores, mas não de empresários.

3.1. Empresário

3.1.1. Conceito

O Código Civil Brasileiro define empresário.

Art 966: Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade

econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

Parágrafo único: Não se considera empresário quem exerce profissão

intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.

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3 A empresa é uma atividade que poderá ser realizada por um empresário individual (pessoa física) ou por uma sociedade empresária (pessoa jurídica). Estamos nos referindo, nesse item, ao empresário no sentido amplo, ou seja, tanto o empresário individual como a sociedade empresária.

Da definição legal de empresário, extraímos alguns requisitos necessários para a caracterização do exercício da atividade empresarial. São eles: profissionalidade, atividade

econômica, atividade organizada, produção e circulação de bens e serviços. Vejamos

cada um deles:

Profissionalidade

O empresário exerce profissionalmente a atividade empresarial. Esse profissionalismo engloba os conceitos de pessoalidade, habitualidade e monopólio das informações.

Habitualidade

Diz respeito à repetição diuturna de atos, à reiteração da prática da atividade. Assim, não será empresário aquele que exerce, esporadicamente ou eventualmente, a venda de bens.

Pessoalidade

Se traduz na necessidade de o empresário exercer pessoalmente a atividade empresarial. A pessoalidade não requer que o empresário exerça a atividade sozinho, este pode contratar empregados, mão-de-obra necessária à consecução da atividade. No entanto, esses empregados não são empresários, pois exercem a atividade em nome do empregador, sendo considerados seus prepostos.

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4 produto ou serviço que executa, ou seja, conhece as técnicas de produção dos bens e da execução dos serviços, qualidades necessárias, matéria-prima empregada, condições de uso, nocividade, defeitos e outros. Será empresário aquele que exercer a atividade empresarial profissionalmente, ou seja, com habitualidade, pessoalidade e com o monopólio das informações.

Atividade econômica

A atividade empresarial é considerada econômica porque tem como finalidade a obtenção de lucro. Ressalte-se que o lucro pode ser a finalidade da atividade ou apenas um meio para se alcançar outros objetivos.

A atividade empresarial é organizada, pois nela estão presentes os quatro fatores de produção: capital, insumos, mão-de-obra e tecnologia. Assim, não será empresário quem exerce atividade econômica de produção e circulação de bens ou serviços sem um desses

Atividade organizada

Capital Insumos Mão de obra Tecnologia

Fatores de produção

Atividade Organizada

Atividade econômica

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5 freguesas para vendê-las (sacoleiras) explora atividade de circulação de bens com finalidade lucrativa, mas não poderá ser considerada empresária, pois não organiza mão-de-obra, não possui empregados.

Produção ou circulação de bens ou serviços

Produzir bens é fabricá-los, é a essência da indústria e toda atividade industrial é empresarial. Produzir serviços é a mesma coisa que prestar serviços. A circulação de bens é a atividade de comércio, a mediação entre o produtor e o consumidor, e a circulação de serviços também requer essa mediação, ou ainda, intermediar a prestação de serviços.

3.1.2. Requisitos da atividade empresarial

Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos”.

Ao empresário individual é proibido o exercício da atividade empresarial, se lhe faltar capacidade ou se estiver proibido de exercer a empresa por razões determinadas na lei.

Produção de bens •produção •mediação •Circulação Produção de serviços •prestação •mediação •Circulação

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6 capacidade civil.

Capacidade civil é a aptidão da pessoa física para exercer direitos e assumir

obrigações. O Código Civil, em seus artigos 3º e 4º, estabelece quem são as pessoas consideradas incapazes de exercer os atos da vida civil, dividindo-as em duas categorias: os absolutamente e os relativamente incapazes. Vejamos:

Absolutamente incapazes

1. os menores de dezesseis anos;

2. os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;

3. os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.

Relativamente incapazes

1. os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento

reduzido;

os excepcionais, sem

desenvolvimento mental completo; os pródigos. os menores de dezesseis anos;

os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a

prática desses atos;

os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.

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7 discernimento reduzido;

3. os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 4. os pródigos.

A menoridade cessa aos dezoito anos completos. Logo, poderá ser empresário o maior de dezoito anos que não possua nenhuma das limitações impostas pelo Código Civil e expostas acima.

No entanto, poderá o menor de dezoito anos ser empresário se este for emancipado. As causas de emancipação estão previstas no artigo 5º do Código Civil, abaixo transcrito:

Art. 5º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica

habilitada à prática de todos os atos da vida civil.

Parágrafo único Cessará, para os menores, a incapacidade:

I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante

instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;

II - pelo casamento;

III - pelo exercício de emprego público efetivo;

IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;

V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de

emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria”.

No entanto, prevê a lei uma exceção, permitindo que o incapaz exerça atividade empresarial, se autorizado pelo juiz. Referida autorização só será concedida para o empresário incapaz continuar exercendo a atividade empresarial já iniciada quando ainda era capaz. Nunca será concedida autorização para o incapaz iniciar o desenvolvimento da empresa.

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8 doença mental; ou no caso do herdeiro incapaz.

Os proibidos de exercer a empresa

Não podem ser empresários os legalmente impedidos. Chamamos de impedimentos empresariais as hipóteses em que a pessoa capaz não pode exercer a atividade empresarial. São elas:

1. Deputados e Senadores não podem ser diretores ou controladores de empresas que tenham relação com o Poder Público (art.54, II, “a”, CF);

2. Funcionários Públicos não podem ser empresários individuais, nem diretores ou controladores de sociedades empresariais, podem ser cotistas ou acionistas;

3. Membros da Magistratura e do Ministério Público não podem ser empresários individuais, nem diretores ou controladores de sociedades empresariais, podem ser cotistas ou acionistas;

4. Militares da ativa, inclusive constituindo crime militar; 5. Corretores e leiloeiros são proibidos de exercer; 6. Médicos em relação à farmácia e laboratórios;

7. Os falidos não reabilitados não podem nem ser sócios; só após o trânsito em julgado da sentença que extinguir suas obrigações civis e penais (após sua reabilitação);

8. Estrangeiros com relação à pesquisa e lavra de recursos minerais e hidráulicos, empresa jornalística de radiofusão (só pode ser sócio com, no máximo, 30% do capital social);

9. Empresários individuais e sociedades que sejam devedoras da previdência social.

Observação: esses impedimentos são pessoais, não se estendem aos parentes.

Pense !!!

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9

Os prepostos do empresário

Um dos elementos da empresa, ou um dos fatores de produção da empresa, é a presença de trabalhadores. O empresário, necessariamente, deve contratar mão-de-obra para auxiliá-lo no exercício da atividade empresarial.

Esses trabalhadores podem ser contratados segundo as normas da CLT (Consolidação

das Leis do Trabalho) como empregados, ou como profissionais autônomos.

Independentemente da forma da contratação, essas pessoas são denominadas de prepostos, e o empresário para os quais prestam serviços e aos quais estão subordinados são chamados de preponente.

Os atos praticados pelos prepostos no exercício de suas funções obrigam o empresário (preponente). Por exemplo: o funcionário de uma loja que vende um aparelho eletrônico para o cliente, prometendo o desconto de 30% em seu preço, tanto obriga o empresário a fornecer tal desconto, como a entregar o aparelho.

O preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-se substituir no desempenho de sua função, sob pena de responder, pessoalmente, pelos atos do substituído.

Os prepostos que agirem com culpa (negligência, imprudência ou imperícia) no desempenho de suas funções, obrigam o empresário a indenizar diretamente os terceiros lesados que, depois, podem cobrar os valores pagos destes. Contudo, se os prepostos agirem com dolo (com intenção, vontade), responderão solidariamente com o empresário pelos danos causados a terceiros.

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3.2. Obrigações do Empresário

3.2.1. Inscrição, escrituração e balanço.

As sociedades empresárias, ou seja, aquelas formadas por duas ou mais pessoas que exercem atividade própria de empresário (indústria, comércio ou serviços não especializados), vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais.

Já as sociedades simples, ou seja, as sociedades compostas por duas ou mais pessoas que exercem profissão intelectual, de natureza cientifica, literária ou artística, mesmo se contar com auxiliares ou colaboradores, submetem-se ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas.

Em linhas gerais, os empresários estão sujeitos às seguintes obrigações:

1. registrar-se na Junta Comercial antes de dar início à exploração de sua atividade; 2. manter escrituração regular de seus negócios;

3. levantar demonstrações contáveis periódicas.

A segunda obrigação do empresário é o dever de manter a escrituração dos negócios de que participam de maneira regular. Isso significa que o exercio regular da atividade empresarial pressupõe a organização de uma contabilidade, a cargo de profissionais habilitados. Para tanto o empresário deve providenciar o preenchimento dos livros empresariais.

Culpa

Imprudência

Imperícia

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1 1 instrumento de escrituração. Os livros são documentos unilaterais, que registram atos e fatos reputados importantes pela lei para o funcionamento regular da empresa.

Vale lembrar que essa obrigação do empresário surge do poder de fiscalização estatal sobre a atividade empresarial, que se dá através da inspeção de tais livros.

A escrituração possui três funções, a saber: a) função gerencial: auxiliar o empresário a administrar e tomar as melhores decisões sobre a sua atividade, na medida que permite a avaliação dos seus resultados; b) função documental: surge da necessidade de demonstração dos resultados da sua atividade a terceiros; c) função fiscal: através do controle da incidência do pagamento dos tributos. E essa função surge da necessidade do Estado de controlar a arrecadação tributária de determinada atividade.

A lei civil determina que o empresário, qual seja a de fazer balanços periódicos. A elaboração das demonstrações contábeis, em regra, são feitas anualmente. Contudo, as instituições financeiras e as sociedades anônimas, as quais distribuem dividendos semestrais, estão obrigadas a fazer tal levantamento em cada semestre.

Nas sociedades limitadas a obrigação se resume ao levantamento do balanço geral do ativo (todos os bens, dinheiro e créditos) e passivo (todas as obrigações de que é devedora) e as demonstrações de resultados (lucros e perdas), observadas as técnicas aceitas pela contabilidade.

Já nas sociedades anônimas a lei é bem mais exigente. Sendo assim, o balanço patrimonial deve apresentar determinadas contas de ativo (circulante, realizável a longo prazo e permanente) e de passivo ( circulante, exigível a longo prazo, resultados futuros e patrimônio líquido). A lei também exige, além do balanço patrimonial, o levantamento de outras três demonstrações contábeis: lucros ou prejuízos acumulados, resultado do exercício e, origens e aplicações de recursos.

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http://www.crcsp.org.br/portal_novo/publicacoes/guia_pratico/parte2.htm

3.3. Profissional Intelectual

3.3.1. Conceito e características.

A atividade intelectual (individual ou sob sociedade) não constitui atividade empresarial. É o que determina o 966 do Novo Código Civil:

Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.

Não se transforma em empresa em decorrência do emprego de auxiliares ou colaboradores, enquanto os sócios praticarem a atividade fim (intelectual) e os colaboradores e auxiliares praticarem atividade meio.

E assim é em todas as profissões liberais regulamentadas, como os advogados, médicos, engenheiros, contabilistas e agentes da propriedade industrial, quer atuem de forma autônoma ou através de sociedades uniprofissionais.

Os seus sócios sempre responderão integralmente pelo exercício de sua atividade liberal e regulamentada, mesmo que o tipo societário restrinja sua responsabilidade patrimonial pelas dívidas sociais, sendo coisas diferentes a responsabilidade perante bancos e fornecedores da responsabilidade profissional de médicos, advogados, engenheiros, contabilistas, agentes da propriedade industrial e outros, responsabilidade esta que decorre diretamente dos regulamentos de cada uma dessas profissões.

Após a promulgação do Código Civil de 2002, é equivocado e ultrapassado falar-se em cunho empresarial para qualificarem-se sociedades profissionais de grande porte ou que adotam tipos societários que tanto servem para as sociedades empresárias quanto para as não

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pessoas jurídicas.

3.4. Empresário Individual

3.4.1. Conceito e características.

Empresário individual é a pessoa física que exerce atividade empresarial. Lembramos que os sócios da sociedade empresária (pessoa jurídica) não são considerados empresários, e as regras aplicadas ao empresário individual são diferentes daquelas aplicadas às sociedades empresárias.

Observa-se, na prática, que o empresário individual não desenvolve atividades de grande porte que necessitem de grandes investimentos. As atividades desenvolvidas por eles, na maioria das vezes, são pequenos negócios, como padarias, pequenas mercearias, artesanato e outros.

3.5. EIRELI

Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI é aquela constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não poderá ser inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. O titular não responderá com seus bens pessoais pelas dívidas da empresa.

A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. Ao nome empresarial deverá ser incluído a expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada.

A EIRELI também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração.

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1 4 Comercial e, em função da natureza das atividades constantes do objeto social, inscrições em outros órgãos, como Receita Federal (CNPJ), Secretaria de Fazenda do Estado (inscrição estadual e ICMS) e Prefeitura Municipal (concessão do alvará de funcionamento e autorização de órgãos responsáveis pela saúde, segurança pública, meio ambiente e outros, conforme a natureza da atividade).

Referências

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