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Cantinho da Oração em família

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Academic year: 2021

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Cantinho da Oração em família

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º ANO

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A família reúne-se no seu «Cantinho da Oração». Sugere-se a colocação de uma cruz, uma vela acesa e uma imagem de Nossa Senhora. Podem usar-se estatuetas ou estampas. Se a família tiver alguma devoção especial a um santo ou santa em particular, pode também colocar-se a sua imagem. A cruz deve ser sempre central. Convém que haja perto cadeiras para todos se sentarem.

Antes de começar a oração, é preciso combinar tarefas: uma pessoa preside (sugere-se que seja a criança) e são necessários 2 leitores. Caso no momento de oração participem apenas duas pessoas, então uma preside e a outra responde e faz as leituras.

Após alguns momentos de silêncio, todos rezam como se segue (o V. marca as intervenções de quem preside e o R. a resposta de todos):

V. Em nome do Pai, (†) do Filho e do Espírito Santo.

R. Ámen.

A seguinte oração (Confissão) é rezada por todos ao mesmo tempo:

Confesso a Deus todo-poderoso e a vós, irmãos, que pequei muitas vezes por pensamentos e palavras, atos e omissões, por minha culpa [batendo com a mão no peito], minha tão grande culpa. E peço à Virgem Maria, aos Anjos e Santos, e a vós, irmãos, que rogueis por mim a Deus, Nosso Senhor.

Então, a criança que preside explica o sentido da celebração:

O problema do mal é, talvez, o maior mistério que se coloca à humanidade e o desafio mais sério que os seres humanos têm de enfrentar. Trata-se de uma realidade que todos os dias nos submerge e afoga, e que se traduz num imenso cortejo de misérias de toda a espécie, de tragédias colossais, de dores inumeráveis, de lágrimas sem fim… De onde vem esse «mal» que desfeia o mundo e que enche de sofrimento a vida dos homens e das mulheres? Deus não criou um mundo «bom» e bonito? O projeto de Deus não era que os Seus filhos e filhas fossem felizes e encontrassem a Vida

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plena? Então, porque é que estamos «condenados» a conviver com o mal e a ver as nossas vidas e a nossa história marcadas por essa realidade?

Ao longo dos séculos, estas perguntas sempre inquietaram o ser humano. E procuraram-se respostas. Também o Povo bíblico se perguntou pela origem do mal. As suas respostas estão marcadas pela fé e refletem a sua profunda experiência religiosa. São reflexões sábias, coerentes, com uma grande dose de verdade. Não explicam tudo de forma definitiva, mas fazem-nos caminhar.

A primeira certeza defendida pelo Povo bíblico é a de que não foi Deus quem criou o mal. Deus criou um mundo bom e apontou-nos, desde os primeiros passos dos seres humanos sobre a terra, os caminhos que devíamos escolher para que pudéssemos encontrar a vida e a felicidade: avisou-nos de que a escolha de caminhos de egoísmo, de orgulho e de auto-suficiência introduziriam na nossa história e na nossa vida desequilíbrios graves, capazes de alterar o projeto bom de Deus e de criar sofrimento e morte. À recusa das indicações de Deus, ao egoísmo e à auto-suficiência de querer encontrar a felicidade sem Deus (apesar de nunca se conseguir), a Bíblia chama pecado.

A segunda certeza do Povo bíblico é a de que Deus nos quer livres. Deus não quer que sejamos umas «marionetas», mas que façamos as nossas próprias opções. Isto implica um risco altíssimo: o risco de escolhermos mal. Deus prefere respeitar a nossa liberdade, aceitar as nossas escolhas, deixar-nos descobrir, com os deixar-nossos erros e pecados, o sem-sentido de algumas das nossas opções. À semelhança dos textos das semanas anteriores, o texto bíblico de «Adão e Eva» que vamos escutar não nos conta uma história do

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passado, mas mostra-nos o que somos no presente. O Livro do Génesis não é um livro de História, é um livro de Teologia: fala-nos do que somos hoje! Escutemos com atenção.

Todos se sentam. Então, entoa-se o seguinte cântico (repete-se várias vezes):

Bendiz o Senhor, louva o Seu Santo Nome! Bendiz o Senhor que à vida nos conduz.

O leitor 1 proclama a seguinte leitura (Gn 3, 1-24).

Leitura do Livro do Génesis

A serpente era o mais astuto de todos os animais que o Senhor Deus fizera; e disse à mulher: «É verdade ter-vos Deus proibido comer o fruto de todas as árvores do jardim?». A mulher respondeu-lhe: «Podemos comer o fruto das árvores do jardim; mas, quanto ao fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: ‘Nunca o deveis comer, nem sequer tocar nele, pois, se o fizerdes, morrereis’». A serpente retorquiu à mulher: «Não, não morrereis; porque Deus sabe que, no dia em que o comerdes, abrir-se-ão os vossos olhos e sereis como Deus, ficareis a conhecer o bem e o mal». Vendo a mulher que o fruto da árvore devia ser bom para comer, pois era de atraente aspecto e precioso para esclarecer a inteligência, agarrou do fruto, comeu, deu dele também a seu marido, que estava junto dela, e ele também comeu. Então, abriram-se os olhos aos dois e, reconhecendo que estavam nus, coseram folhas de figueira umas às outras e colocaram-nas, como se fossem cinturas, à volta dos rins.

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Ouviram, então, a voz do Senhor Deus, que percorria o jardim pela brisa da tarde, e o homem e a sua mulher logo se esconderam do Senhor Deus, por entre o arvoredo do jardim. Mas o Senhor Deus chamou o homem e disse-lhe: «Onde estás?». Ele respondeu: «Ouvi o rumor dos Vossos passos no jardim e, como estava nu, tive medo e escondi-me». Disse Deus: «Quem te deu a conhecer que estavas nu? Terias tu comido dessa árvore, da qual te proibira comer?». Adão respondeu: «A mulher que me destes por companheira deu-me do fruto da árvore e eu comi». O Senhor Deus perguntou à mulher: «Que fizeste?». E a mulher respondeu: «A serpente enganou-me e eu comi».

Disse então o Senhor Deus à serpente: «Por teres feito semelhante coisa, maldita sejas entre todos os animais domésticos e todos os animais selvagens. Hás-de rastejar e comer do pó da terra todos os dias da tua vida. Estabelecerei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a descendência dela. Ela há-de atingir-te na cabeça e tu a atingirás no calcanhar». Depois, disse à mulher: «Aumentarei os sofrimentos da tua gravidez, entre dores darás à luz os filhos. Procurarás apaixonadamente o teu marido, mas ele te dominará». A seguir, disse ao homem: «Porque atendeste à voz da tua mulher e comeste o fruto da árvore, a respeito da qual Eu te tinha ordenado: ‘Não comas dela’, maldita seja a terra por tua causa. E dela só arrancarás alimento à custa de penoso trabalho, todos os dias da tua vida. Produzir-te-á espinhos e abrolhos, e comerás a erva dos campos. Comerás o pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de onde foste tirado; porque tu és pó e ao pó voltarás».

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Adão pôs à sua mulher o nome de Eva, porque ela seria mãe de todos os viventes. O Senhor Deus fez a Adão e à sua mulher túnicas de peles e vestiu-os. O Senhor Deus disse: «Eis que o homem, quanto ao conhecimento do bem e do mal, se tornou como um de nós. Agora é preciso que ele não estenda a mão para se apoderar também do fruto da árvore da Vida e, comendo dele, viva para sempre». O Senhor Deus expulsou-o do jardim do Éden, a fim de cultivar a terra, da qual fora tirado. Depois de ter expulsado o homem, colocou, a oriente do jardim do Éden, os querubins com a espada flamejante, para guardar o caminho da árvore da Vida.

Palavra do Senhor.

R. Graças a Deus.

Segue-se o Salmo Responsorial:

Pecámos, Senhor: tende compaixão de nós.

1| Compadecei-Vos de mim, ó Deus, pela vossa bondade, pela vossa grande misericórdia, apagai os meus pecados. Lavai-me de toda a iniquidade

e purificai-me de todas as faltas.

2| Porque eu reconheço os meus pecados

e tenho sempre diante de mim as minhas culpas. Pequei contra Vós, só contra Vós,

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7 3| Criai em mim, ó Deus, um coração puro e fazei nascer dentro de mim um espírito firme. Não queirais repelir-me da vossa presença

e não retireis de mim o vosso espírito de santidade.

4| Dai-me de novo a alegria da vossa salvação e sustentai-me com espírito generoso.

Abri, Senhor, os meus lábios

e a minha boca cantará o vosso louvor.

O leitor 2 faz a seguinte leitura:

Deus criou um mundo bom, semelhante a um «jardim» e confiou-o ao ser humano. E o ser humano estragou tudo! O texto bíblico que lemos fala-nos de uma serpente. Em quase todas as culturas, a serpente é tida como um animal matreiro e perigoso; a forma como se desloca – rastejando – é frequentemente interpretada como um símbolo de algo insidioso, algo de mau que se impõe mesmo contra a nossa vontade. Por isso, o autor bíblico escolheu a serpente como um símbolo do mal, um símbolo do diabo. A serpente do texto bíblico é realmente um animal estranho: até é capaz de falar! E, pior ainda, naquilo que diz, é capaz de enganar a mulher.

«É verdade ter-vos Deus proibido comer o fruto de todas as árvores do jardim?»: a serpente sabe que não é verdade, que não foi isso que Deus disse. O que Deus disse é que o homem e a mulher deveriam comer de todas exceto de uma. A serpente virou tudo ao contrário, para transformar uma ordem ampla («comei de tudo, menos uma») numa proibição estrita («não comais

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de nenhuma»). A mulher sabia perfeitamente que a serpente estava errada. Por isso lhe responde que Deus, permitindo-lhes comer de todas, avisou que uma delas provocaria a morte. A serpente negou isso; e tentou enganar a mulher, dizendo-lhe que o fruto dessa árvore não só não levaria à morte, como traria «o conhecimento do bem e do mal». Mas esse conhecimento já a mulher tinha, pois sabia o que devia e o que não devia fazer. Ainda assim, o desejo possuiu a mulher e ela deixou-se enganar. E, tendo oferecido o fruto ao homem, ele fez o mesmo. Não é a mulher a culpada: são os dois!

O resultado foi uma catástrofe. Afinal, o fruto não trouxe o «conhecimento do bem e do mal» (a serpente tinha-lhes mentido), mas trouxe desgraças (Deus tinha dito a verdade). Em primeiro lugar, perceberam que estavam nus. Até aí, a nudez não tinha sido problema; agora, sentiam vergonha. Alguma coisa na relação entre o homem e a mulher tinha mudado... A seguir, quando ouviram os passos de Deus, esconderam-se. Até aí, a presença de Deus nunca fora problema; agora, tinham medo d’Ele. Alguma coisa na relação do ser humano com Deus tinha mudado… Finalmente, Deus pronunciou as maldições correspondentes ao ato deles: começou a violência do homem sobre a mulher (a relação matrimonial ficou desfeita), começaram as dores da mulher ao dar à luz (a maternidade deixou de ser apenas motivo de alegria), começou a destruição do planeta e as dificuldades do homem em arranjar alimento (o trabalho humano tornou-se maldição e a ecologia foi abalada). O ser humano estragou tudo!

Tudo por causa de um fruto? Só isso? Entendamos o que é o «fruto». O fruto é tudo aquilo que nós desejamos e tomamos para nós, mesmo sabendo que é mau, que é contrário à vontade de Deus, que é capaz de nos destruir. A

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droga é um bom exemplo do que é o «fruto proibido»: sabemos que é má, sabemos que não é da vontade de Deus que o ser humano use drogas, sabemos que é capaz de nos matar… e, mesmo assim, tanta gente se deixa levar pela «conversa da serpente» («a droga é fixe», «a droga põe-te num estado maravilhoso», «isso só te faz mal se usares muito», «a droga só mata os mais fracos», etc.) e, no final, destrói tudo: casamentos, famílias, vidas inteiras e a própria vida.

Mas o texto bíblico não tem apenas desastres; também tem promessas de salvação futura. Primeiro, quando Deus amaldiçoa a serpente, já lhe anuncia que da descendência da mulher virá alguém que calcará a descendência da serpente, que não sofrerá as consequências do seu veneno. Deus já está a falar de Maria! Segundo, mesmo no final, quando Deus envia os Anjos de Fogo (os Querubins) para guardar a Árvore da Vida (pois o seu fruto, que traz a vida eterna, terá de ficar protegido para que o ser humano não o roube como fez com o fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal; o fruto da Árvore da Vida terá de ser oferecido gratuitamente por Deus), aqui, Deus já está a pensar no Seu Filho Jesus, que, a seu tempo, subirá à cruz, a definitiva Árvore da Vida, para nos dar a vida em abundância, a Vida Eterna! Em silêncio, peçamos a Deus que nos ajude a compreender cada vez mais profundamente o sentido deste texto absolutamente extraordinário.

No final da meditação, vem um momento longo de silêncio (3 minutos). Todos são convidados a pedir a graça de compreender cada vez mais profundamente o sentido do texto do «pecado original» e da promessa de salvação. Quem quiser, pode ajoelhar-se.

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Ao fim do tempo assinalado, todos se levantam e cantam:

O Senhor é a minha força, ao Senhor o meu canto. Ele é nosso Salvador, n’Ele eu confio e nada temo.

A criança que preside inicia as preces:

Oremos a Deus Pai todo-poderoso, que na vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo, o Filho de Maria Santíssima, nos libertou da herança do antigo pecado e nos abriu as portas da Vida, e peçamos com fé:

Concedei-nos, Senhor, a Vossa graça. Os leitores 1 e 2, alternadamente, propõem as preces.

1| Para que o papa, os bispos e os presbíteros dêem testemunho, por palavras e por obras, da santidade a que Deus os chama dia após dia, oremos.

2| Para que os cristãos do mundo inteiro acreditem realmente em Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado no mundo, oremos.

3| Para que os governantes sejam homens de paz e os povos possam viver tranquilos e progredir no bem-estar, na justiça e na liberdade, oremos.

4| Para que os homens e as mulheres do nosso tempo descubram em Cristo a luz das nações e edifiquem um mundo mais justo e mais fraterno, oremos.

5| Por todos nós, para que deixemos de lado todo o mal e pecado que nos escraviza e caminhemos alegremente à luz dos ensinamentos de Jesus, oremos.

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11 No final, conclui com a seguinte oração:

V. Senhor Deus, cada um de nós foi criado à Vossa imagem e semelhança. Às vezes, com o nosso pecado e com todas as coisas más que provocamos no mundo, essa semelhança vai ficando mais difícil de se ver; mas a Vossa imagem continua bem impressa dentro de nós. Fazei-nos descobrir esse tesouro, para que respeitemos todas as pessoas, cultivemos e guardemos a natureza e Vos louvemos em todo o tempo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

R. Ámen.

O momento de oração conclui-se do seguinte modo:

V. O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna.

R. Ámen.

E, voltados para a imagem de Nossa Senhora, rezam em conjunto:

À Vossa proteção nos acolhemos, Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita.

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Para saber mais…

O pecado dos pais tem consequências na vida dos filhos.

Adão e Eva mancharam o projeto de Deus, quando romperam com Ele. Nos seus filhos, Caim e Abel, a desgraça subiu de tom.

Procura, na tua Bíblia, o seguinte texto:

Gn 4, 1-16

(Livro do Génesis, capítulo quarto, versículos 1 a 16).

Consulta também as imagens do teu catecismo, nas páginas 22 e 23.

Referências

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