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XIV SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ. Necessidades Energéticas e Consequências Ambientais

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Academic year: 2021

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XIV SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS

DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ

Necessidades Energéticas e Consequências Ambientais

O uso da radiofrequência no envelhecimento cutâneo: uma revisão bibliográfica

Rosane Vianna Gonzalez

Professor no Curso de Educação Física

UNAERP – Universidade de Ribeirão Preto – Campus Guarujá rosaneviannafisio@hotmail.com

Dra. Livia Assis

UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo – Campus Baixada Santista livinha_fisio@gmail.com

Este simpósio tem o apoio da Fundação Fernando Eduardo Lee

Resumo:

Este artigo é uma revisão bibliográfica sobre os estudos da radiofrequência em face e pescoço. A radiofrequência (RF) é considerada um método seguro e não invasivo para tratamento de flacidez cutânea. Apresenta eficácia comprovada e seus efeitos baseiam-se no aquecimento da derme profunda, aquecendo o colágeno e as fibras elásticas. O calor gerado pela radiofrequência leva a retração do colágeno, melhorando a firmeza e a elasticidade da pele. Além disso, o aquecimento induz, a ativação dos fibroblastos, levando a neocolagenização (alterada em diâmetro, espessura) com o consequente remodelamento da pele. Sendo assim, objetivo desse trabalho foi verificar através de uma revisão bibliográfica, a eficácia da radiofrequência aplicada à fisioterapia dermatofuncional no envelhecimento cutâneo para flacidez de rosto e pescoço. Os estudos revisados mostraram que os resultados obtidos com a radiofrequência foram positivos com relação aos sinais de flacidez em rosto e pescoço, assim como rugas na face. Assim, pode-se concluir que a radiofrequência pode ser utilizada como um recurso terapêutico promissor para a área da fisioterapia dermatofuncional, devido aos resultados positivos na melhora do aspecto do envelhecimento cutâneo.

Palavras-chave: radiofrequência, colágeno e envelhecimento.

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Summary:

This article is a bibliographical review about understanding the importance of Radiofrequency (RF) is considered a safe and noninvasive method for treating sagging skin. It has proven its efficacy and it is based on heating the deep dermis, heating the collagen and elastic fibers. The heat generated by radiofrequency leads to shrinkage of collagen, improving firmness and elasticity of the skin. Then, the heating induces activation of the fibroblasts, leading to neocolagenasis (amended diameter, thickness) with consequent skin remodeling. The aim of this study was to verify though a scientific analysis the efficacy of radiofrequency applied to dermatofuncional therapy in cutaneous aging for face and neck sagging.. Eight articles, and any literature review and eight intervention were used. The articles showed that the results obtained were positive with radiofrequency signals with respect to sagging face and necks as well as wrinkles on the face. It can be concluded that the radiofrequency can be used as a promising therapeutic approach to the area of dermatofuncional therapy due to the positive results in improving the appearance of skin aging.

Key words: radiofrequency, collagen, cutaneous.

Seção 1 - Curso de Educação Física - Meio Ambiente. Apresentação: Oral

1. Introdução

O envelhecimento da pele é um processo inevitável de acumulação

de mudanças físicas, psicológicas e sociais ao longo do tempo e é praticamente irreversível. Este processo está associado com uma redução na capacidade funcional que aumenta a suscetibilidade a problemas cutâneos e o subsequente desenvolvimento de rugas e flacidez. Assim, a manutenção da aparência física em idade avançada é importante para o bem-estar emocional, mental e psicossocial (GUPTA, 2010).

Com o tempo, os estudos foram buscando fórmulas cada vez mais efetivas, para prolongar as condições da juventude, mantendo a relação da estética com a saúde. Nos dias de hoje, a fisioterapia dermatofuncional tem recursos para recuperar e ressaltar a saúde e o cuidado com a pele (LÓPEZ AGÜERO E STELLA, 2007). Entre esses recursos a radiofrequência é o procedimento não invasivo mais amplamente utilizado (ALSTER E LUPTON, 2007).

A radiofrequência é a radiação eletromagnética na faixa de 3-300 GHz de frequência. Os efeitos principais de energia de radiofrequência sobre os tecidos são considerados térmicos. O objetivos dos novos dispositivos com base nestas gamas de frequencia é para aquecer as camadas específicas da pele. O uso dirigido de radiofrequencia pode induzir o aquecimento dérmico e causa a degeneração do colágeno (Elsaie, 2009).

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3 No tratamento com radiofrequência tem-se como objetivo elevar a temperatura do tecido em torno de 40º C A 43º C, nesta temperatura, além da vasodilatação também estimula a formação de novas fibras de colágeno. (BORGES, 2010). Quando a temperatura é atingida da forma adequada, há uma parcial desnaturação do colágeno, que dá origem ao novo colágeno, que através da contração do tecido epitelial ocorre a neocolagenase mais profundamente à pele, observando o resultado como o de redução de rugas. (FITZPATRICK e col. 2003).

A radiofrequência não ablativa pode ser uma opção de tratamento eficaz e segura para rugas periorbitais em pacientes, através da reorganização do colágeno e consequentemente da elastina. (LEE e col, 2015).

Resumidamente, o uso da radiofrequência por fisioterapeutas dermatofuncionais é indicado para alterações causadas nas fibras de colágeno, que através da energia térmica causa o aquecimento tecidual e induz a neocolagenese. (HARRIS, 2007)

2. Objetivo

O objetivo desse trabalho é verificar, através de uma revisão bibliográfica, a importância da prática do uso da radiofrequência no envelhecimento cutâneo.

Objetivos específicos

O objetivo desse trabalho é verificar, através de uma revisão bibliográfica, a importância da radiofrequência não ablativa para face e pescoço.

Conhecer as adaptações pertinentes ao envelhecimento cutâneo.

3. Justificativa

Este trabalho se justifica pela importância de compreender e esclarecer de fato os benefícios e riscos do uso da radiofrequência no envelhecimento cutâneo no processo de envelhecimento da pele. Outra justificativa é a necessidade de ampliação de conhecimento para o profissional de Educação Física envolvido nessa situação de envelhecimento cutâneo.

4. Revisão bibliográfica.

4.1. Sistema Tegumentar

A pele é o maior órgão do corpo humano e cumpre várias tarefas essenciais no organismo. Este órgão compõe o limite entre o interior e o exterior do nosso corpo, fornece proteção contra ameaças mecânicas e químicas, fornece as defesas imunológicas inatas e adaptativas, que permitem a termo regulação e a produção de vitamina D, além de atuar como importante órgão sensorial (CHUONG e col., 2002).

Sabe-se que a pele é composta por duas camadas: epiderme e derme. Entre elas encontra-se a zona da membrana basal, uma rede de

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4 macromoléculas que liga os queratinócitos da camada basal com as fibras colágenas da derme papilar (LAI-CHEONG e MCGRATH, 2009).

Entre a derme e epiderme está presente a junção dérmico-epidérmica (JDE), uma zona de membrana basal crítica para a comunicação intercelular e de coesão. Todas as camadas da pele mostram alterações relacionadas com a idade em termos da sua estrutura e função (ARAÚJO e col., 2015).

Com relação à epiderme, esta é composta por aproximadamente 95% de células chamadas queratinócitos, os quais sintetizam uma proteína chamada queratina. Os queratinócitos formam quatro camadas que são submetidas a transformação continua: camada basal, espinhosa, granular e córnea. O 5% restante é formado por melanócitos, células de Langerhans e de Merkel (ELDER, 2014).

Já a derme é composta por colágeno, fibras elásticas e reticulares, principais fibras do tecido conjuntivo denso, alimentadas por vasos sanguíneos, linfáticos e nervos, além de folículos pilossebáceos e glândulas sudoríparas (HARRIS, 2009).

De acordo com a literatura, a derme poder ser dividida em dois compartimentos: a derme papilar e a derme reticular. O tecido conectivo é o componente mais abundante desta camada (70%) e é constituído por fibras de colágeno. Os fibroblastos, células dendríticas, mastócitos e macrófagos constituem os principais componentes celulares da derme. Os componentes extracelulares incluem colágeno, fibras elásticas e substancia fundamental amorfa (BARCAUI E e col., 2015).

O colágeno é uma macromolécula (união de aminoácidos) que para ser absorvido deve passar por um processo de quebra para formar moléculas menores. Este é considerado a maior proteína no corpo, representando 30% do total das proteínas. Sua principal função é fornecer resistência e dar integridade estrutural a vários tecidos e órgãos do organismo (DE OLIVEIRA GUIRRO, 2002).

As matrizes colágenas e elásticas são incorporadas em uma substância fundamental rica em hidratos de carbono. Estas moléculas hidrófilas, em conjunto com o ácido hialurônico, são distribuídos ao longo da derme, onde desempenham um papel chave na manutenção da hidratação da pele (ARAÚJO e col., 2015).

Segundo Harris (2009), o colágeno é caracterizado como uma proteína de extrema importância e tem como principal função o suporte internamente da matriz extracelular. A derme está constituída por um grande número de fibras colágenas, sendo assim, consideradas como as principais fibras do tecido conjuntivo denso. Os tipos de colágeno existentes na pele são:

- Tipo I - O mais importante na derme e pode ser encontrado também em ossos e cartilagens. É sintetizado por fibroblastos;

- Tipo II - Também existente em grande número na derme, mas principalmente em volta dos nervos e vasos sanguíneos, é abundante em hidroxiprilina e cistina e também pode ser chamado de reticulina;

- Tipo III - Constitui fibras reticulares. Presente nos músculos lisos, endoneuro e abundando o tecido conjuntivo frouxo, constitui fibras reticulares;

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5 - Tipo IV e VII - Possuem como função manter a integridade da membrana basal. Responsável pela nutrição de forma adequada das células da camada basal encontrada na epiderme (HARRIS, 2009).

Assim, as fibras de colágeno podem ser alteradas de acordo com seu diâmetro e sua forma com o efeito do aquecimento, o que causa a reorganização. Vale ressaltar que na derme papilar estas fibras são mais delicadas e finas em comparação com aquelas da derme reticular, presentes como feixes de fibras mais espessas (ELDER, 2014).

Com relação à elastina, outro componente da derme, esta é considerada a proteína mais resistente do corpo humano, sendo responsável pela elasticidade das fibras dos tecidos elásticos. Têm como localização a periferia dos feixes colágenos e oferece a pele propriedades de recuo elástico. Quando acontece algum defeito ou dano da elastina podem aparecer rugas, mesmo sem a alteração por envelhecimento, podendo acontecer em qualquer idade durante a vida. Além disso, o tecido subcutâneo é composto por adipócitos que apresentam citoplasma globoso, sem vacúolos. Os lóbulos de gordura são separados por septos fibrosos onde passam pequenos vasos (WORTSMAN, 2012)

4.2. Envelhecimento Cutâneo

O envelhecimento da pele é um processo inevitável de acumulação de mudanças físicas, psicológicas e sociais ao longo do tempo e é praticamente irreversível. Este processo está associado com uma redução na capacidade funcional que aumenta a suscetibilidade a problemas cutâneos e o subsequente desenvolvimento de rugas e flacidez. Assim, a manutenção da aparência física em idade avançada é importante para o bem-estar emocional, mental e psicossocial (GUPTA, 2010).

Dessa forma, o envelhecimento facial cria preocupações especiais devido a sua estética e impacto social. Vários fatores intrínsecos e extrínsecos afetam a aparência do rosto humano ao longo do tempo, incluindo a composição

genética, perda de dentes

fumo, exposição ao sol e outras influencias ambientais (SVEIKATA e col., 2011).

Assim, conforme Bagatin (2009) o envelhecimento deve ser visto como a combinação de três processos biológicos:

1. Envelhecimento natural ou intrínseco: definido como natural, inevitável, comum a todas as pessoas, relacionado a fatores genéticos, cumulativo, caracterizado por atrofia da pele e rugas finas por afetar principalmente as fibras elásticas dérmicas, levando à elastose da derme reticular.

2. Foto envelhecimento ou envelhecimento extrínseco: depende da relação entre o foto tipo e a exposição à radiação solar, com elastose na derme reticular superficial é também cumulativo, mas pode ser evitado. Caracteriza-se por rugas profundas, pele espessada, amarelada, seca, melanoses, telangiectasias, poiquilodermia, queratoses actínicas e maior ocorrência de câncer de pele corresponde a 85% das rugas presentes na pele envelhecida.

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6 3. Aspectos clínicos relacionados ao fumo: pele seca, atrófica, rugas profundas. O escore do envelhecimento cutâneo é maior nos brancos e tabagistas.

A derme de um indivíduo jovem é uma associação complexa de colágenos fibrilares, proteínas microfibrilares e fibras elásticas embebidas numa substância fundamental rica em proteoglicanos. Estas moléculas conferem características diferentes para a pele: o colágeno proporciona uma resistência a tração, a elastina contribui para a resiliência e capacidade de recolhimento, ao passo que os proteoglicanos são importantes para a hidratação (BLUME-PEYTAVI e col., 2016).

Clinicamente, os sinais da pele intrinsecamente envelhecida raramente manifestado antes da idade de 70 anos são a palidez e o ressecamento, caracterizados por rugas finas. No entanto, em áreas que tenham sido expostos a radiação UV solar, crônica, a aparência clínica é muito diferente: a pele parece pálida e áspera e muitas vezes, apresenta-se com lesões hipo e hiperpigmentada (manchas senis). Extrinsecamente a pele envelhecida também apresenta rugas grossas com maior flacidez, especialmente nas áreas de mudança dinâmica devido a expressão facial como na região periorbital (DE CARVALHO e col., 2011).

Análises microscópicas observaram que com a idade há um aumento de colágeno denso da rede e a redução da estabilidade de ligações cruzadas. Como dito anteriormente, a elastina é o principal componente das fibras elásticas na derme, mostrando sinais de diminuição da sua função, fornecendo menos capacidade de resistência e tração (CARDOSO, 2006).

A epiderme com a idade é atrófica, com diminuição de sulcos. Funcionalmente, a epiderme mostra uma redução da capacidade para a função de barreira e reparação. O processo lipídico diminui com o avanço da idade as enzimas necessárias para a produção de cerâmidas; a glicoproteina de queratinócitos transmembranar que tem um papel regulador na proliferação de queratinócitos; e a manutenção da homeostase do ácido hialurônico local, que contribui com o adelgamento epidérmico e com a redução das propriedades visco elásticas (CHUONG e col., 2002).

A derme é composta principalmente por uma matriz extracelular complexa (ECM) que fornece a pele força, elasticidade e conformidade. Ele suporta o órgão de habitação vascular complexo, o sistema linfático e sistemas neuronais. A ECM apresenta alterações estruturais e funcionais tanto intrínseca quanto a extrínseca levando ao envelhecimento da pele. Com o aumento da idade, a atrofia da matriz dérmica ocorre incluindo uma redução na deposição de colágeno do tipo I e II(GRAHAM e col., 2010).

As matrizes colágenas e elásticas são incorporadas em uma substância fundamental rica em hidratos de carbono. Estas moléculas hidrófilas, em conjunto com o ácido hialurônico são distribuídos ao longo da derme, onde desempenham um papel chave na manutenção da hidratação da pele (ARAÚJO e col., 2015).

Assim, a pele é o órgão de maior evidencia no corpo humano, sendo um marcador real da idade cronológica. Além disso, é de grande importância

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7 psicológica, pois é a primeira a ser desfavorecida com o envelhecimento, tendo como desvantagens, as alterações cutâneas provocadas pelo tempo, principalmente na coloração, textura e elasticidade (DE CARVALHO e col ., 2011).

Com o tempo, os estudos foram buscando fórmulas cada vez mais efetivas, para prolongar as condições da juventude, mantendo a relação da estética com a saúde. Nos dias de hoje, a fisioterapia dermatofuncional tem recursos para recuperar e ressaltar a saúde e o cuidado com a pele (LÓPEZ AGÜERO E STELLA, 2007). Entre esses recursos a radiofrequência é o procedimento não invasivo mais amplamente utilizado (ALSTER E LUPTON, 2007).

4.3. Radiofrequência Não Ablativa (RF)

Devido à alta demanda por tratamentos antienvelhecimento ao longo da última década, uma proliferação de tratamentos estéticos foi desenvolvida baseada em tecnologias não ablativas, substituindo os tradicionais ablativos (ELSAIE, 2009).

O tratamento por radiofrequência vem sendo considerado um grande avanço, que permite a correção de sinais de envelhecimento, com baixo risco e exigências modernas, onde a racionalização do tempo é imperativa. Ela pode ser utilizada isoladamente ou associada a outros recursos terapêuticos para ação de diversas condições inestésicas como: rejuvenescimento e tensionamento da pele, redução de celulite, gordura localizada, melhora na aparência de cicatrizes, tratamento para flacidez, pós-lipoaspiração, tratamento de acne e tratamento de estrias (ALSTER E LUPTON, 2007).

A radiofrequência é um recurso que já existe há muitos anos. Desde 1911, já era utilizada para corte e cauterização do tecido e em 1976 foi utilizada para fins medicinais, para combater células de câncer, porém, para esses fins eram utilizadas potencias mais altas da radio frequência. Atualmente tem-se mostrado importante no que diz respeito a fins terapêuticos, com potência adequada somente para aumentar a temperatura do tecido sem que ocorra agressão à pele. Apenas em 2008 foi fabricada a primeira radiofrequência, chamada Spectra da empresa Tonederm, seguido pelo Hertix da empresa KLD para disfunções estéticas (AGNE, 2009).

A radiofrequência é a radiação eletromagnética na faixa de 3-300 GHz de frequência. Os efeitos principais de energia de RF sobre os tecidos são considerados térmicos. O objetivos dos novos dispositivos com base nestas gamas de frequencia é para aquecer as camadas específicas da pele. O uso dirigido de RF pode induzir o aquecimento dérmico e causa a degeneração do colágeno (ELSAIE, 2009).

Para Da Cunha e col., ocorre esse aquecimento volumétrico sobre as camadas mais internas da pele, a superfície se mantem resfriada e protegida. Aquecidas, as fibras colagenas desnaturam e se contraem levando a retração do tecido, ocorrendo a contração imediata das das fibras colágenas, que se retraem, bem como o estímulo a formação de novas fibras (neocolagenese tardia), tornando-as mais eficientes na sustentação da pele.

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8 Desta forma, a radiofrequência não ablativa funciona através de passagem de uma corrente através da derme a uma profundidade pré-definida para produzir pequenos ferimentos térmicos na derme que por sua vez, estimula a remodelação dérmica para produzir colágeno novo e amaciar os defeitos da cicatriz. É utilizada para tratamento de flacidez da pele a partir de um aumento da temperatura do tecido a partir de uma alta frequência, corrente alternada (0,3 a 10 MHz). Esta terapia tem como objetivo é induzir dano térmico para estimular a neocolagenase em profunda camada da pele e do tecido subcutâneo (ARAÚJO e col., 2015).

Devido a sua eficiência e segurança, de RF é amplamente utilizado no campo da estética para o aquecimento de um tecido biológico em aplicações estéticas como rítides e flacidez de face e pescoço. Esta forma de terapia difere de laser na medida em que utiliza corrente elétrica, em vez de uma fonte de luz Quando a temperatura é atingida da forma adequada há a parcial desnaturação do colágeno, que dá origem ao novo colágeno, que através da contração do tecido epitelial ocorre a neocolagenese mais profundamente à pele, observando o resultado como o de redução de rugas (FITZPATRICK e col., 2003).

Na utilização da radiofrequência para a neocolagenese é de extrema importância que a temperatura do tecido seja monitorada por de um termômetro, que por meio de infravermelho faz uma captação térmica da temperatura tecidual. Se na medição o valor acusado é de 40°C - 41°C é provável que na derme a temperatura esteja em torno de 45°C (AGNE, 2009).

Uma lesão térmica pode resultar numa retração tecidual seguida por uma resposta inflamatória acompanhada pela migração de macrófagos e fibroblastos para o local com remodelagem tecidual. O tratamento com RF promove os mediadores do processo de reparação tecidual que envolve a produção de fatores de crescimento e outras proteínas estruturais (SADICK e col., 2014).

A ativação de fibroblastos induz a síntese natural de fibras de colágeno (neocolagenase) e de fibras elásticas (neoelastogenese). Este processo de cicatrização secundária envolve a deposição de colágeno, assim como da elastina, e pode perdurar por meses. Inicialmente um aquecimento seletivo volumétrico provoca o endurecimento de tecido dérmico e subcutâneo, resultando numa imediata redução do volume. As fibras de colágeno contraem-se originando processos inflamatórios que induzem a proliferação de fibroblastos e a reconstrução do colágeno (BORGES, 2010).

Ademais, este processo de reconstrução do colágeno é permanentemente induzido durante os tratamentos de radiofrequência, o espessamento dérmico fibroso é reduzido a probabilidade de formação de hérnias adiposas na derme e, consequentemente as irregularidades da pele (GOLD E ADELGLASS, 2014).

Para Tanaka e col., (2014) a radiofrequência bipolar melhora a flacidez da pele após o tratamento, avaliando histologicamente em pacientes onde foram tratadas de um lado da face e o lado não tratado serviu como controle. Através de estudos, Kim e col. (2013) utilizando a RF mono e bipolar avaliou a eficácia para rugas periorbitais, em 3 sessões , com intervalos de 3 semanas e demonstrou uma melhora significativa.

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9 Além disso, o teor de água da pele varia entre diferentes áreas do corpo, com o tempo do dia, umidade do ambiente, a hidratação interna e a utilização de agentes hidratantes tópicos. Assim, o fluxo de radiofrequência através da pele depende de vários fatores que podem não ser uniformes. Esta reação é ditada pela seguinte fórmula: energia (J) = I2xRxT (em que I= corrente, R= impedância do tecido e T= tempo de aplicação). Tecidos de alta impedância, tais como gordura subcutânea, geram mais calor e contabilizam os efeitos mais profundos térmicos de dispositivos de radiofrequência devido a capacidade destes sistemas não ablativo para induzir neocolagenase dérmica sem rompimento epidérmico (limitando assim os efeitos adversos e praticamente eliminando a recuperação pós-operatória) (ELSAIE, 2009).

Em dispositivos de radiofrequência fracionada bipolar, matrizes de eletrodos positivos e negativos são ordenados na ponta de contato, a fim de gerar múltiplas ondas de radiofrequência. Quando encontra a alta impedância dos tecidos, esta energia eletromagnética cria uma massa de calor multieletrodos resultantes na coagulação da derme e menor ablação epidérmica (SADICK e col., 2011).

Para Chipps e col., (2013) a radiofrequência monopolar demonstrou uma melhora global na aparência do rosto e pescoço em relação a flacidez e rugas , sugerido pela satisfação geral do paciente. Foram realizados intervalos de um mês e depois de 120 dias uma segunda sessão.

Uma rede de fibras de colágeno e elastina fornece firmeza para a pele e determina o seu grau de firmeza e elasticidade. Ao longo do tempo, esta rede de fibra solta e quebra, alterando a aparência e a função da pele. Quando as fibras de colágeno são aquecidas, algumas ligações cruzadas são quebradas, causando a estrutura de tripla hélice para relaxar. Além de um certo nível de acordo com uma combinação entre temperatura e tempo de exposição, as fibras de colágeno sofrem desnaturação e quando as ligações cruzadas se mantêm pelo menos parcialmente o encolhimento do colágeno e de espessamento é conseguido (ARNOCZKY E AKSAN, 2000).

Segundo Lee e col., (2015) examinar a eficácia clinica e a segurança da RF para tratamentos de rugas periorbitais, durante 3 sessões com intervalos de 4 semanas, com resultados muito eficientes.

Quanto maior for a energias da radiofrequência fracionada (FRF), maior ablação dérmica e com coagulações mais profundas. Após o aquecimento observa-se a hiperemia como consequência da vasodilatação e o aumento do fluxo de sangue, que como efeito aumenta a circulação periférica e assim melhora a oxigenação do tecido por meio de corrente sanguínea. No tratamento, com a RF tem-se como objetivo elevar a temperatura do tecido em torno de 40ºC a 43ºC, nesta temperatura, além de ocorrer a vasodilatação, também ocorre a estimulação para a formação de novas fibras de colágeno (BORGES, 2010).

Assim, Taub e col., (2012) , realizou tratamentos de RF monopolar compostos de duas sessões com intervalos de 15,30 e 60 dias, com temperatura de 40ºC e 42C, apresentando melhora na textura e rugas da pele , sem desconforto ou complicações.

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10 De acordo com Javate e col., (2014) o tratamento com radiofrequência melhora na redução nas rugas e flacidez de pálpebra e do tecido periorbital, após realizar 1 ou 2 sessões numa temperatura de 40ºC – 42ºC e realizando imagens na documentação objetiva.

Akita e col., (2014) avaliou a eficácia e a segurança da radiofrequência bipolar para melhora de rugas e flacidez em asiáticos, com melhoras significativas em rugas no canto lateral e pálpebra inferior, realizando 3 sessões de RF a cada 4 semanas.

Para De Carvalho e col ., (2011) o tempo de realização de análise de dados referente à radiofrequência não se deve limitar apenas a dados colhidos imediatamente após o tratamento, pelo fato de que o colágeno continua o processo de reestruturação até mesmo 6 meses após o estímulo térmico na temperatura adequada. As possíveis reações transitórias após o uso da radiofrequência são: sensação de calor e desconforto, eritema, equimose, dor e sensação de estiramento da pele.

Segundo Alexiades e Berube, (2015) a radiofrequência bipolar fracionada é eficaz no tratamento de rugas e flacidez de rosto. O estudo teve como objetivo determinar as configurações ideais de temperatura e duração de tratamento para rugas e flacidez de rosto e pescoço. A temperatura variou de 52ºC a 67ºC e reavaliado após 1, 3 e 6 meses. Com resultados positivos.

De uma forma resumida, a elevação da temperatura subcutânea promove o aumento da circulação sanguínea, melhorando a oxigenação e diminuindo a concentração de toxinas. O aquecimento local estimula a produção de colágeno e o aumento do metabolismo que provoca quase que na mesma hora a contração das fibras e a tonificação da pele, provocando assim o efeito imediato de tensionamento da pele (FRITZ e col., 2004).

Assim, o presente estudo se mostra de suma importância, pois a radiofrequência é um excelente recurso fisioterapêutico, assim como para fins acadêmicos, como material de futuras pesquisas científicas. O tema foi escolhido a fim de expandir o conhecimento sobre a técnica, conhecendo a sua eficácia no envelhecimento cutâneo. Para a instituição acadêmica será um novo referencial que poderá ser utilizado como um instrumento de pesquisa aos interessados no assunto.

5. Considerações Finais

Com essa revisão de literatura, o presente estudo demonstrou que a tecnologia radiofrequência apresenta resultados satisfatórios para o tratamento de flacidez de face e pescoço. Este estudo confirma as conclusões de estudos anteriores, ou seja, confirma que o aquecimento dos tecidos pela energia de radiofrequência isoladamente é eficaz e seguro na redução de rugas, flacidez da face e pescoço, porém mais estudos serão necessários para avaliar os resultados. Assim, este estudo realizado com base em uma análise de produção científica demonstra que a radiofrequência, utilizada na fisioterapia dermatofuncional, desempenha um papel importante na a melhora nas alterações de flacidez, no aumento na produção de colágeno e consequentemente uma pele mais jovem. Ademais, os artigos consultados

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11 obtiveram melhora no aspecto estético após as intervenções, sendo todos utilizados isoladamente, sem associação com outras técnicas existem.

6. Referências Bibliográficas

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AKITA, H. et al. The clinical experience and efficacy of bipolar radiofrequency with fractional photothermolysis for aged Asian skin. Exp Dermatol, v. 23 Suppl 1, p. 37-42, Oct 2014.

ALEXIADES, M.; BERUBE, D. Randomized, blinded, 3-arm clinical trial assessing optimal temperature and duration for treatment with minimally invasive fractional radiofrequency. Dermatol Surg, v. 41, n. 5, p. 623-32, May 2015.

ALSTER, T. S.; LUPTON, J. R. Nonablative cutaneous remodeling using radiofrequency devices. Clinics in dermatology, v. 25, n. 5, p. 487-491, 2007. ARAÚJO, A. R. D. et al. Radiofrequency for the treatment of skin laxity: mith or truth. Anais brasileiros de dermatologia, v. 90, n. 5, p. 707-721, 2015.

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12 DE OLIVEIRA GUIRRO, E. C. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos-recursos-patologias. Manole, 2002.

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