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A legitimação acadêmica do campo do jornalismo empresarial. Fonte: Suzi Garcia Hantke

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Academic year: 2021

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(1)

A legitimação acadêmica do campo 

do jornalismo empresarial

(2)

• anos 1970, os jornais e revistas empresariais  pairavam sob um domínio misto, em que  relações públicas, jornalistas e até profissionais  de recursos humanos reivindicavam para si a  responsabilidade pela produção de tais materiais  editoriais. • Francisco Gaudêncio Torquato do Rego  sistematizar conceitualmente o campo,  definindo‐o como pertencente à área do  jornalismo: Torquato levou à academia uma  questão da vivência da profissão, delimitando  tecnicamente o campo do jornalismo empresarial  e vinculando‐o à prática jornalística.

(3)

• Com a tese de Gaudêncio Torquato, o assunto  tornou‐se, pela primeira vez no país, objeto de  estudo em uma universidade. O pioneirismo  trouxe consigo dificuldades inerentes.  Além da  ausência de referências nacionais sobre o tema, o  jornalista teve de enfrentar a resistência dos  próprios docentes da Universidade de São Paulo  e dos profissionais de relações públicas.  • Sua hipótese de que o jornalismo empresarial  integrava o grande campo do jornalismo abriu  uma disputa conceitual com a área de relações  públicas.

(4)

Paralelamente à disputa entre jornalismo e 

relações públicas, a escolha do objeto de 

estudo da tese também revelou outra 

polêmica: a vinculação do jornalismo 

empresarial como uma atividade subserviente 

ao sistema de economia de mercado. 

(5)

• A década de 1970 foi marcada por forte  maniqueísmo ideológico, alimentado pelos  regimes ditatoriais da América Latina. No Brasil,  em particular, as universidades assumiram um  papel de resistência política ao regime militar,  num embate representado por duas opções  opostas, o sistema de economia de mercado e o  socialista. As empresas simbolizavam, nesse  contexto, a vinculação ao primeiro.  • A ausência de pesquisas sobre comunicação  organizacional é explicada em grande parte por  esse cenário. “

(6)

intenção do autor de sistematizar conceitos 

sobre as publicações empresariais baseando‐

se na teoria do jornalismo. 

a tese trazia uma proposta adicional: gerar um 

modelo para ser utilizado na prática pelas 

empresas.:

– fez um levantamento para identificar as  características das publicações empresariais  brasileiras da época.

(7)

• Diagrama de Laswell – diretrizes para identificar fatores  determinantes  da qualidade e eficácia das publicações: • Quem: indica o controle da publicação (qual  departamento dentro da empresa é o responsável  pelas publicações);O quê: diz respeito à análise de conteúdo;Para quem: relacionado ao grupo atingido pela  comunicação (público interno, externo ou misto);Canal: delimita a natureza da publicação (boletim,  jornal ou revista) e suas peculiaridades, como  periodicidade e utilização de gêneros jornalísticos;Efeitos: permite a aferição do impacto da publicação.

(8)

Cabe à comunicação, segundo ele, reunir as 

diversas partes que integram uma 

corporação:

Uma organização dialoga com três sistemas:

a. Sistema ambiental: onde estão inseridos os padrões  sociais, culturais, políticos e econômicos – ambiente de  atuação; – b. Sistema competitivo: que agrupa a estrutura industrial  do ambiente, o relacionamento e os tipos de relação entre  a produção e o consumo – ambiente de competição; – c. Sistema organizacional: que se refere às suas próprias  estruturas internas, com objetivos, programas e políticas – ambiente interno de organização.

(9)

O jornalista detalha como as informações 

podem ser transmitidas, explicando a 

diferença entre

– canais formais (instrumentos oficiais) e informais  (expressões livres dos trabalhadores);  – fluxos de informação (vertical, horizontal e  lateral); – métodos (visuais, auditivos e visual/auditivo); e  seus respectivos veículos.

(10)

A área de relações públicas era 

entendida como a responsável pelas 

publicações empresariais voltadas ao 

público externo.

Já as revistas e os jornais de empresa 

dirigidos ao público interno eram 

disputados pelos departamentos de 

relações industriais, de pessoal e de 

vendas. 

(11)

• Na defesa de que as publicações empresariais são de natureza  jornalística, são aplicados os seguintes argumentos: • 1. O jornalismo é uma atividade de comunicação de massa por  se dirigir a uma audiência ampla, anônima e heterogênea e ser  pública, rápida e efêmera. As publicações de empresa se  enquadram nesses parâmetros por possuir audiência  heterogênea (seus públicos apresentam variações em relação  ao nível cultural, de instrução e idade) e anônima em relação ao  comunicador. • 2. As matérias jornalísticas se enquadram em quatro grandes  gêneros jornalísticos: interpretativo, opinativo, informativo e de  entretenimento. Esses mesmos gêneros estão presentes nas  publicações empresariais.  • 3. O jornalismo é definido, segundo Otto Groth, por quatro  características: periodicidade, atualidade, difusão e  universalidade. • Essas mesmas características podem ser encontradas nas publicações de  empresa, que seguem uma periodicidade determinada, apresentam  assuntos da atualidade da empresa, escolhidos para ser difundidos pela  amplitude de interesses que despertam.

(12)

Boletim

» Periodicidade: intervalos menos espaçados entre as  edições, já que o seu produto básico é a notícia.

» Atualidade: mais apropriado para as informações  imediatas que precisam chegar com urgência junto ao  público. » Universalidade: por seu reduzido número de páginas, o  boletim é o canal que apresenta menor variedade  temática. » Difusão: exige o mais rápido sistema de difusão.

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Jornal

» Periodicidade: a periodicidade do jornal de empresa deve  estar situada entre a periodicidade do boletim e a da  revista. Periodicidade média. » Atualidade: a atualidade do seu conteúdo deve ser  mantida pela periodicidade. Os fatos devem ser tratados  de forma a não perder a atualidade durante o intervalo  entre as edições. Presta‐se também ao jornalismo de  interpretação, de opinião e de entretenimento, gêneros  que dão às matérias um caráter atemporal. » Difusão: o seu esquema de difusão deve completar‐se  entre a etapa final de produção de uma edição e o início  da programação de outra edição. 

(14)

Revista

» Periodicidade: por seu conteúdo essencialmente  interpretativo e por seu grande número de páginas,  apresenta intervalos mais espaçados entre as edições. » Atualidade: evita, na medida do possível, informações  urgentes, imediatas e apresenta sobretudo um conteúdo  de interesse permanente. » Universalidade: o número de páginas amplia o universo  de conteúdo, sendo o veículo que oferece maior volume  temático. » Difusão: por sua natureza técnica e por seu conteúdo  interpretativo, permite um esquema de difusão mais  demorado.

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Modelo proposto:

Porte da empresa: uma comunidade entre 2.500  a 3.000 pessoas já justifica o investimento para a  produção de uma publicação interna  – Responsabilidade pela publicação: jornalista  profissional (idealmente)subordinado à presidência da empresa – Natureza do canal: o jornal interno é apontado  como o canal mais adequado por ser um veículo  típico do gênero informativo e de periodicidade  média .

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Conteúdo: O índice indicado é de 30 a 40% de  matérias institucionais e de 60 a 70% de matérias  de interesse da comunidade. – Escolha dos assuntos:  pesquisa para conhecer as  características do público‐leitor: quantidade,  estado civil, sexo, formação escolar, entre outros  pontos. Paralelamente à pesquisa, o editor deve  percorrer todas as áreas da empresa para  conhecer de perto o grupo. 

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Gêneros jornalísticos: 40% de matérias interpretativas,  30% do gênero opinativo, 20% do gênero  informativo e 10% de matérias de entretenimento.  • Captação de informações: os empregados devem  participar do planejamento da publicação e  representantes do corpo da empresa como  correspondentes. • Estrutura editorial: a proporção indicada é de 60 a  70% de texto e 30 a 40% de ilustrações e espaço  branco.

Referências

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