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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA CONSULTORIA GERAL

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TRIBUNALDECONTASDOESTADODESANTACATARINA CONSULTORIAGERAL

PROCESSO Nº: REC-10/00748712

UNIDADE GESTORA: Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina S.A. - BADESC

RESPONSÁVEL: Renato de Mello Vianna INTERESSADO:

ASSUNTO: Recurso de Reexame da decisão exarada no Processo -PCA-05/00819262 - Prestação de Contas de Administrador - Exercício 2004

PARECER Nº: COG - 965/2012

RECURSO DE RECONSIDERAÇÃO.

FUNGIBILIDADE. PRESTAÇÃO DE CONTAS DE ADMINISTRADOR. PROCEDÊNCIA.

Imputação de multa. Duplicidade. Cancelamento.

Havendo responsabilização do Administrador Público em processos distintos, pelo mesmo fato ocorrido no mesmo exercício financeiro, deve uma das multas ser cancelada.

Renegociações em contratos financeiros. Procedimentos equânimes e isônomicos com respaldo na Resolução do BADESC.

A Resolução n. 03/99, do BADESC, delimita procedimentos equânimes e isônomicos para todos os tomadores de empréstimos, o que inviabiliza a aplicação de multa.

Sr. Consultor,

1. INTRODUÇÃO

1.1. Relatório

Trata-se de Recurso de Reexame do Acórdão interposto pelo Sr. Renato de Mello Viana – Diretor-Presidente da Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina S.A. – BADESC no exercício de 2004, devidamente qualificado nos autos do Processo n. PCA-05/00819262, em face do Acórdão n. 0643/2010, cujo teor é o seguinte:

ACORDAM os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, reunidos em Sessão Plenária, diante das razões apresentadas pelo Relator e com fulcro nos arts. 59 da Constituição Estadual e 1º da Lei Complementar n. 202/2000, em:

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de Fomento do Estado de Santa Catarina S.A. - BADESC.

6.2. Aplicar ao Sr. Renato de Mello Vianna - ex-Diretor-Presidente da Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina S.A. - BADESC, com fundamento no art. 69 da Lei Complementar n. 202/2000 c/c o art. 108, parágrafo único, do Regimento Interno, as multas a seguir relacionadas, fixando-lhe o prazo de 30 (trinta) dias, a contar da publicação deste Acórdão no Diário Oficial Eletrônico desta Corte de Contas, para comprovar ao Tribunal o recolhimento ao Tesouro do Estado das multas cominadas, sem o quê, fica desde logo autorizado o encaminhamento da dívida para cobrança judicial, observado o disposto nos arts. 43, II, e 71 da Lei Complementar n. 202/2000:

6.2.1. R$ 500,00 (quinhentos reais), por deixar de adotar medidas necessárias e suficientes para evitar a ocorrência de irregularidades constatadas no preenchimento de dados em documentos fiscais, quanto à ausência de discriminação dos produtos e/ou despesas contratadas bem como dos dados do contratante, contrariando as disposições dos arts. 63 da Lei n. 4.320/64 e 37, caput, da Constituição Federal (item 2.5 do Relatório DCE);

6.2.2. R$ 500,00 (quinhentos reais), em razão da autorização do pagamento por serviços realizados pelas empresas EPROL - Estudos e Projetos S/C Ltda., e RDA - Consultoria Financeira Ltda., contratados sem o necessário procedimento licitatório, afrontando os arts. 37, XXI, da Constituição Federal e 2º, caput, da Lei n. 8.666/93 (item 2.7 do Relatório DCE);

6.2.3. R$ 1.000,00 (mil reais), pela permissão da renegociação de empréstimos sem a adoção de normas claras e objetivas que delimitem procedimentos equânimes para todos os mutuários, contrariando as disposições do art. 37, caput, da Constituição Federal, notadamente o princípio da impessoalidade (item 2.8 do Relatório DCE).

6.3. Determinar à Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina - BADESC que, nos casos em que haja procedido ao pagamento de multa derivada da ação ou omissão de seus empregados, instaure o devido processo administrativo com a finalidade de obter ressarcimento pela despesa que a entidade arcar, sob pena de responsabilidade solidário do gestor omisso, com possibilidade de futura imputação de débito no âmbito desta Corte de Contas.

6.4. Determinar à Secretaria-Geral deste Tribunal que, após o trânsito em julgado desta deliberação, extraia cópia das fs. 30 a 48, 82 a 87, 163 a 167 e 173 a 252 das presentes contas para juntada ao Processo n. RLA 08/00533780, uma vez que o assunto acerca do apoio dado às Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) está sendo tratado de maneira mais abrangente no processo mencionado.

6.5. Dar ciência deste Acórdão, do Relatório e Voto do Relator que o fundamentam, bem como do Relatório de Reinstrução DCE/Insp.4/Div.11 n. 032/07:

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6.5.2. à Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina S.A. - BADESC

6.5.3. ao responsável pelo controle interno do BADESC.

O Acórdão n. 0643/2010 foi publicado no Diário Oficial Eletrônico do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina n. 585 em 04/10/2010.

É o Relatório.

1.2. Requisitos de admissibilidade

Os pressupostos de admissibilidade do Recurso de Reconsideração são cabimento, adequação, legitimidade, tempestividade e singularidade.

Quanto ao cabimento e adequação, verifica-se que o ato impugnado é acórdão proferido quando do julgamento das contas anuais prestadas por administrador público.

In casu, foi manejado Recurso de Reexame, quando adequado é o

Recurso de Reconsideração, previsto no artigo 77, da Lei Complementar n. 202/00, manejável contra decisão proferida em processo de prestação ou tomada de contas de administrador. Assim, uma vez atendido aos demais pressupostos, urge aplicar ao caso concreto o princípio da fungibilidade recursal.

No que tange à legitimidade, verifica-se que o Recorrente está habilitado a se irresignar contra decisão deste Tribunal de Contas, haja vista ter figurado como Responsável pelo ato de gestão irregular do acórdão atacado.

Pelo que se extrai dos autos, o recurso é singular, haja vista que não há notícia ou registro da interposição de outro recurso contra o Acórdão n. 0643/2010 por parte do Recorrente para discutir o mérito.

Por fim, em relação à tempestividade, verifica-se que o Acórdão originário foi publicado em 04/10/2010 no Diário Oficial Eletrônico do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina n. 585. O presente recurso foi interposto em 29/10/2010, portanto, atendido ao prazo legal estabelecido no art. 77, da Lei Complementar n. 202/00.

Por estarem preenchidos todos os pressupostos de admissibilidade e, aplicando-se o princípio da fungibilidade recursal, sugere-se ao Excelentíssimo Senhor Conselheiro Relator que conheça do presente Recurso de Reconsideração.

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O Recorrente insurge-se contra as multas aplicadas no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) e de R$ 1.000,00 (mil reais), referentes aos itens 6.2.2.

e 6.2.3. do Acórdão n. 0643/2010, respectivamente, ambas com fundamento no

artigo 69, da Lei Complementar n. 202/2000 c/c artigo 108, parágrafo único, do Regimento Interno deste Tribunal de Contas.

2.1 Em razão da autorização do pagamento por serviços realizados pelas empresas EPROL - Estudos e Projetos S/C Ltda., e RDA - Consultoria Financeira Ltda., contratados sem o necessário procedimento licitatório (item 6.2.2.)

Durante a instrução do processo PCA-05/00819262, a Diretoria Técnica apontou como irregulares as contratações das empresas EPROL – Estudos e Projetos S/C Ltda. e RDA – Consultoria Financeira Ltda., por não terem sido precedidas de licitação, como prevê o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal.

O Recorrente afirma que a modalidade de Credenciamento adotada pela Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina S.A. – BADESC – é licitatória e foi cumprida efetivamente através do Edital 002/2002, documento colacionado aos autos do processo originário (fls. 221/224). Além disso, alega a sua ilegitimidade passiva já que tal credenciamento teria ocorrido em 04 de junho de 2002, sendo, desta forma, anterior a investidura do Recorrente como Diretor Presidente do BADESC, razão pela qual requer a relevação da penalidade aplicada.

Não lhe assiste razão.

Durante o julgamento da Prestação de Contas do exercício de 2006 desta Unidade Gestora, processo n. PCA-06/00170071, e da análise do seu respectivo Recurso de Reconsideração n. REC-09/00615516, restou constatado que os atos de contratação das aludidas empresas ocorreram no ano de 2004, e não em 2002 como quer fazer crer o Recorrente.

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O Recorrente equivoca-se quando afirma que a contratação ocorreu por meio de credenciamento no ano de 2002, para justificar as contratações impugnadas pela Diretoria Técnica.

Colhe-se do Parecer n. COG-046/2011, da lavra do Auditor Fiscal de Controle Externo Sandro Luiz Nunes, referente ao Recurso de Reconsideração supramencionado:

“Ainda que tenha efetivamente ocorrido o mencionado Credenciamento por meio do Edital n. 02/2002, conforme atesta o documento fl. 543 dos autos do processo PCA-06/00170071, o fato é que a contratação impugnada não decorreu desse expediente, haja vista que o que demonstram quanto à contratação da empresa RDA Consultoria Empresarial, cujo pedido de contratação foi realizado em 29/06/2004, e a proposta comercial foi apresentada em 06/07/2004 (fls. 104 e 106 dos autos PCA-06/00170071)”.

Ocorre, entretanto, que o Sr. Renato de Mello Vianna, ora Recorrente já fora responsabilizado pelo mesmo fato dentro do mesmo período: contratação das empresas EPROL - Estudos e Projetos S/C Ltda. e RDA - Consultoria Financeira Ltda. sem o necessário procedimento licitatório, durante o exercício de 2004, como se verifica no item 6.2., subitem 6.2.1 do Acórdão n. 1220/2009, exarado no Processo PCA 06/00170071:

6.2.1. R$ 500,00 (quinhentos reais), em face da realização de pagamentos para as empresas EPROL - Estudos e Projetos S/C Ltda. e RDA - Consultoria Financeira Ltda., contratadas sem o necessário procedimento licitatório, em descumprimento aos arts. 37, XXI, da Constituição Federal e 2°, caput, da Lei (federal) n. 8666/93 (item 2.3 do Relatório DCE);

Neste sentido, então, sugerimos o cancelamento do débito imposto em duplicidade ao Recorrente no item 6.2.2 do Acórdão n. 0643/2010.

2.3. Pela permissão da renegociação de empréstimos sem a adoção de normas claras e objetivas que delimitem procedimentos equânimes para todos os mutuários, contrariando o princípio da impessoalidade.

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BADESC – não seguiria regras objetivas para conferir tratamento isonômico aos tomadores de empréstimo.

O Recorrente assevera que existem sim normas internas que permitem a renegociação de empresas com a adoção de normas claras e objetivas, atendendo ao disposto no caput, do artigo 37, da Constituição Federal. Tratam-se das Resoluções ns. 03/99 e 46/99, do BADESC, acostadas às fls. 234/238 dos autos do Processo n. PCA-05/00819262.

Observa-se nas referidas Resoluções que, como afirma o Recorrente, toda renegociação está devidamente amparada. A Resolução n. 03/99 estabelece Políticas e Procedimentos para cobrança e recuperação de inadimplência, se atentado sempre a viabilidade financeira do mutuário de arcar com as condições estabelecidas e obrigatoriamente é submetida previamente à apreciação do Comitê de Crédito – COMIC, e, posteriormente, a aprovação da Diretoria Coleqiada- DICOL. Além disso, ambas as Resoluções trazem em seu bojo normas específicas para os tomadores de empréstimo, assim como determinam procedimentos equânimes e isonômicos, senão vejamos:

Resolução n. 03/99: [...]

6. estipular que as operações, objeto de renegociação, terão os saldos das dívidas recompostos com encargos de 1% ao mês de juros, mais variação da taxa referencial – TR. Excepcionalmente os juros poderão ser reduzidos, podendo ser admitido somente a correção pela TR, cuja bonificação será concedida através de desconto nas parcelas, desde que os pagamentos das mesmas ocorram até a data do vencimento. O acordo poderá, ainda, isentar o devedor da multa contratual de 10% tanto na esfera administrativa, quanto na judicial;

7. determinar que o refinanciamento dos saldos apurados, serão recompostos com encargos de 6,5% a.a., mais variação pela TJLP, ou ao custo original do contrato;

8. estipular que as operações deverão ser refinanciadas em prazos compatíveis com a capacidade de pagamento do financiado, limitado ao prazo máximo de 120 meses, incluída uma carência a ser definida de acordo com a capacidade de pagamento da empresa, através de projeção do fluxo de caixa. No prazo de carência, os encargos serão cobrados mensalmente ou trimestralmente;

9. dispor que, a critério do Banco, o sistema de amortização poderá ser tanto o sistema “SAC”, quanto o “PRICE”;

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10. determinar que, para o refinanciamento deverão ser reavaliadas as garantias e ajustada a relação garantia/financiamento. O ajuste, porém, não deverá ser condicionante do acordo;

[...]

Analisa-se também, às fls. 271, que o Relatório de Reinstrução DCE/INSP/04/DIV/11 n. 032/07 não se ateve a estas Resoluções, alegando que tais renegociações ocorreram somente com respaldo na legislação brasileira e em normas e práticas específicas do setor financeiro, não mencionando as Resoluções ns. 03/99 e 45/99, do BADESC:

Outrossim, atualmente, a Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina S.A. – BADESC – ainda possui Resolução mais específica, editada pelo ora Recorrente, trazida aos presentes autos às fls. 07/28.

Desta forma, pelos fatos e fundamentos mencionados acima, sugere-se o cancelamento da penalidade aplicada no item 6.2.3. do Acórdão proferido.

3. CONCLUSÃO

Diante do exposto, a Consultoria Geral emite o presente Parecer no sentido de que o Vice-Presidente Luiz Roberto Herbst proponha ao Egrégio Tribunal Pleno decidir por:

3.1. Conhecer do Recurso de Reconsideração, interposto nos termos do art. 77, da Lei Complementar nº 202, de 15 de dezembro de 2000, interposto contra o Acórdão n. 0643/2010, exarado na Sessão Ordinária de 20/09/2010, nos autos do Processo n. PCA-05/00819262, e no mérito dar-lhe provimento para: 3.1.1. Cancelar a multa de R$ 500,00 (quinhentos reais), aplicada ao Sr. Renato de Mello Vianna, constante do item 6.2.1. da Deliberação Recorrida. 3.1.2. Cancelar a multa de R$ 1.000,00 (mil reais), aplicada ao Sr. Renato de Mello Vianna, constante do item 6.2.2. da Deliberação Recorrida. 3.1.3. Ratificar os demais termos da Deliberação Recorrida.

3.2. Dar ciência da Decisão, ao Sr. Renato de Mello Vianna e à Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina S.A. - BADESC.

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THEOMAR AQUILES KINHIRIN

AUDITOR FISCAL DE CONTROLE EXTERNO

De acordo:

JULIANA FRITZEN COORDENADORA

Encaminhem-se os Autos à elevada consideração do Exmo. Sr. Relator Luiz Roberto Herbst, ouvido preliminarmente o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas.

HAMILTON HOBUS HOEMKE CONSULTOR GERAL

Referências

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