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CONFLITO DE COMPETÊNCIA IMPROCEDENTE PARA DECLARAR A COMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITANTE JUÍZO DE DIREITO DA VARA DE REGISTROS PUBLICOS DE APUCARANA.

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C

CONFLITO DE COMPETÊNCIA CÍVEL Nº 1552316-7, DA COMARCA DE APUCARANA

SUSCITANTE : JUÍZO DA VARA DE FAMILIA E SUCESSÕES, INFÂNCIA E JUVENTUDE, ACIDENTES DO TRABALHO, REGISTROS PÚBLICOS E CORREGEDORIA DO FORO EXTRAJUDICIAL DA COMARCA DE APUCARANA SUSCITADO : JUÍZO DA VARA DE FAMILIA E SUCESSÕES DO FORO REGIONAL DE MANDAGUARI DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE MARINGÁ

INTERESSADA : MARIA DE LOURDES BARBARA GOMES RELATORA : DESEMBARGADORA LENICE BODSTEIN

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA CÍVEL. AÇÃO DE RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL.

SITUAÇÃO FÁTICA. CONFLITO ENTRE A VARA DE FAMÍLIA E DE REGISTROS PÚBLICOS PARA APRECIAÇÃO DO PLEITO DE RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL PARA FINS DE DUPLA CIDADANIA.

COMPETÊNCIA. AÇÃO PROPOSTA INICIALMENTE NO DOMICÍLIO DA AUTORA. DECLINAÇÃO DA COMPETÊNCIA PARA A COMARCA ONDE FOI LAVRADO O ASSENTO. COMPETÊNCIA RELATIVA. IMPOSSIBILIDADE DE DECLINAÇÃO DE OFÍCIO. SUMÚLA 33 DO STJ. PECULIARIDADE NO CASO CONCRETO. JUÍZO SUSCITADO QUE NÃO DETÉM COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATERIA PARA PROCESSAR O FEITO. CONFLITO IMPROCEDENTE.

CONFLITO DE COMPETÊNCIA IMPROCEDENTE PARA DECLARAR A COMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITANTE – JUÍZO DE DIREITO DA VARA DE REGISTROS PUBLICOS

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V

VISTOS, examinados e discutidos estes autos de Conflito de Competência Cível nº 1552316-7, em que é SSuscitante JUÍZO DA VARA DE REGISTROS PÚBLICOS DA COMARCA DE APUCARANA e Suscitado JUÍZO DA VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DE MANDAGUARI, tendo como Interessada MARIA DE LOURDES BARBARA GOMES.

RELATÓRIO

Trata-se de Conflito Negativo de Competência suscitado pela Juíza de Direito da Vara de Registros Públicos e Corregedoria do Foro Extrajudicial da Comarca de Apucarana sob o fundamento de que o feito deve tramitar no Juízo de Mandaguari porque por se tratar de incompetência relativa, a parte pode ajuizar a ação tanto em seu domicílio quanto o da lavratura do Registro Civil.

Conclui, assim, pela prorrogação da competência para o Juízo Suscitado bem como da impossibilidade de reconhecimento da incompetência de ofício pelo magistrado.

Foi designado o Juízo Suscitado para resolver, em caráter provisório, as medidas urgentes, mov. 5.1 – grau recursal.

As Autoridades suscitada e suscitante prestaram informações solicitadas (fls. 13/15 e 17/18).

A douta Procuradoria Geral de Justiça, no pronunciamento de fls. 21/223, manifestou-se pelo reconhecimento da competência do Juízo Suscitante, qual seja, da Comarca de Apucarana.

É o relatório. VOTO

Dos Pressupostos de Admissibilidade

Conhece-se do Conflito de Competência Cível com base no artigo 115 do Código de Processo Civil de 1973 e artigo 66 do Novo

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Código de Processo Civil. D

Do conflito de competência

Inicialmente a lide foi proposta do Juízo da Vara de Família e Sucessões do Foro Regional de Mandaguari da Comarca da Região Metropolitana de Maringá, local à época do domicilio da Autora, que declinou da competência para a Vara de Registros Públicos de Apucarana sob o argumento de que seria ela competente por ser a Comarca da lavratura do registro de nascimento.

Por sua vez, o Juízo da comarca de Apucarana suscitou o presente conflito por entender que:

2. Compulsando-se os autos, verifica-se que a ação foi inicialmente proposta no foro de domicílio da autora, qual seja, Mandaguari.

No caso, como se trata de competência territorial, esta é relativa, portanto, não é possível o reconhecimento da incompetência de ofício pelo

magistrado, a teor da Súmula nº 33 do STJ[1]. Ainda,

como no caso, onde, smj, a autora optou por um dos foros possíveis.

Ademais, nos termos do § 5° art. 109, da Lei n° 6.015/73, a ação de retificação de registro civil pode ser proposta no local onde o ato foi lavrado ou no domicílio do autor. Aliás, assim é, caso contrária, uma pessoa que mora em localidade muito distante de onde seu registro foi lavrado teria (quase) impossibilitado o acesso à jurisdição, o que não se pode admitir. Não há dúvidas, não é o caso, pois o domicílio da autora é próximo ao deste Juízo, mas não cabe ao Juízo impor, quando há opções, onde o processo tramitará, mas à parte.

E, ainda:

Ante ao exposto, apesar de ser, também, competente este Juízo, a parte optou por outro,

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prorrogando-se a competência deste primeiro, no

caso, de Mandaguari, razão pela qual, SSUSCITO

CONFLITO NEGATIVO DE CCOMPETÊNCIA.

Da leitura dos autos, denota-se que o cerne da discussão entre os Juízos está em torno da competência (territorial) para apreciação do pedido da Autora.

Outrossim, verifica-se discutível a declinação da competência territorial, de ofício, por se tratar de competência relativa, ou seja, as partes podem modifica-la, elegendo o foro onde serão propostas as ações.

Consiste numa faculdade que a lei concede às partes para que disponham sobre o foro competente, da maneira que atenda seus interesses. Vejamos o que dispõe o artigo 63, do Código de Processo Civil, respectivamente:

As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações”.

No caso ora analisado, poderia a Autora optar pelo foro do seu domicilio ou da lavratura do Assento, não sendo cabível o Juiz declinar da competência de officio.

Outrossim, a Autora ajuizou a ação na comarca de seu antigo domicílio, qual seja, Mandaguari e equivocadamente foi distribuída para a Vara de Família e Sucessões.

Ressalta-se que a Autora demanda a retificação do nome de seus avós maternos, lavrado na comarca de Apucarana/PR, sob nº 085233 01 55 1954 1 00017 229 00118763 19 (mov. 1.5).

Sobre o foro competente para a propositura da ação de retificação de registro civil, a Lei nº 6.015/1973 dispõe em seus art. 57, caput e art. 109, §§ 4º e 5º:

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Art. 57. A alteração posterior de nome, somente por exceção e motivadamente, após audiência do Ministério Público, será permitida por sentença do juiz a que estiver sujeito o registro, arquivando-se o mandado e publicando-se a alteração pela imprensa, ressalvada a hipótese do art. 110 desta Lei.

Art. 109. Quem pretender que se restaure, supra ou retifique assentamento no Registro Civil, requererá, em petição fundamentada e instruída com documentos ou com indicação de testemunhas, que o Juiz o ordene, ouvido o órgão do Ministério Público e os interessados, no prazo de cinco dias, que correrá em cartório.

(...)

§4º Julgado procedente o pedido, o Juiz ordenará que se expeça mandado para que seja lavrado, restaurado e retificado o assentamento, indicando, com precisão, os fatos ou circunstâncias que devam ser retificados, e em que sentido, ou os que devam ser objeto do novo assentamento.

§§5º Se houver de ser cumprido em jurisdição diversa, o mandado será remetido, por ofício, ao Juiz sob cuja jurisdição estiver o cartório do Registro Civil e, com o seu “cumpra-se”, executar-se-á.

Assim, consoante a Lei de Registros Públicos, a parte pode propor a Ação de Retificação de Registro Público tanto no local em que foi lavrado o assento, quando no local de seu domicílio, tratando-se de regra de competência relativa (grifei)

Não obstante o entendimento já consolidado na jurisprudência do colendo Superior Tribunal de Justiça, consignado em sua Súmula nº 33, no sentido de que “a incompetência relativa não pode ser

declarada de ofício”, no caso dos autos, falece de competência para a

tramitação do feito o Juízo da Vara de Família de Mandaguari.

Isto porque, o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná ao atribuir competência às Varas Judiciais, assim definiu em seu artigo 6º:

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“À vara judicial a que atribuída competência de Família e Sucessões compete:

I – processar e julgar:

a) as causas de nulidade e anulação de casamento, de separação judicial e divórcio, as relativas ao casamento ou seu regime de bens;

b) as causas decorrentes de união estável, como entidade familiar;

c) as causas relativas a direitos e deveres dos cônjuges ou companheiros, um em relação ao outro e dos pais em relação aos filhos, ou destes em relação àqueles;

d) as ações de investigação de paternidade, cumuladas ou não com petição de herança, e as demais relativas à filiação;

e) as ações de alimentos fundadas no estado familiar e aquelas sobre a posse e guarda de filhos menores, entre os pais e entre estes e terceiros;

f) as causas relativas à extinção, suspensão ou perda do poder familiar, ressalvadas as de competência das varas judiciais a que atribuída a competência da Infância e Juventude;

g) as causas relativas a direitos sucessórios;

II – autorizar os pais a praticarem atos dependentes de consenso judicial, relativamente à pessoa e aos bens dos filhos, bem como os tutores, relativamente aos menores sob tutela;

III – declarar a ausência;

IV – dar cumprimento às cartas de sua competência. §1º A cumulação de pedido de caráter patrimonial não altera a competência estabelecida neste artigo.

§2º Cessa a competência do juízo de família desde que se verifique o estado de abandono da criança ou adolescente”.

Por outro lado, a competência das Varas de Registros Públicos está disciplinada no artigo 8º, da mesma Resolução:

“À vara judicial a que atribuída competência de Registros Públicos e Corregedoria do Foro Extrajudicial compete:

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I – processar e julgar as causas contenciosas ou administrativas que se refiram diretamente aos registros públicos, incluídos os procedimentos de averiguação de paternidade, bem como as dúvidas dos Registradores e Notários sobre atos de sua competência;

II – fiscalizar e orientar os serviços notariais e de registro da respectiva Comarca ou Foro, adotando as providências normativas e disciplinares, no âmbito de sua competência, com relação aos respectivos agentes delegados;

III – dar cumprimento às cartas de sua competência”.

Conforme informação extraída do site do Tribunal de Justiça, o Foro Regional de Mandaguari, pertencente a Comarca da Região Metropolitana de Maringá, é assim composto:

- Juizado Especial e Criminal;

- Vara Cível, da Fazenda Pública, Acidentes do Trabalho, Registros Públicos e Corregedoria do Foro Extrajudicial;

- Vara Criminal, Família e Sucessões, Infância e Juventude e Juizado Especial Cível, Criminal e da Fazenda Pública.

Verifica-se, assim, que optou a Magistrada singular por remeter os autos à Comarca de Apucarana e não para a Vara de Registros Públicos de Mandaguari.

A incompetência do Juízo suscitado é absoluta, em razão da matéria.

Como bem consignou o ilustre Procurador de Justiça, nas fls. 23:

“Embora questionável a declinação de ofício, na parte

referente a essa competência relativa, como bem

pontuou a douta juíza suscitante, em espécie, a

autora veio aos autos após determinação de remessa

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e nada mencionou a respeito, anuindo com a decisão de mudança de comarca (fls. 51).

Considerando portanto, a proximidade da residência da autora com o foro para o qual se declinou a competência, bem como a sua ausência de discordância ao peticionar nos autos, situações que evidenciam a inexistência de prejuízos, há que prevalecer a Vara de Registros Públicos da Comarca de Apucarana, igualmente competente para a matéria colocada sob apreciação no pedido inicial da ação”

Reconhece-se, assim, a competência do Juízo Suscitante para apreciar e julgar o feito.

IIsto Posto:

A decisão é para conhecer e julgar improcedente o Conflito de Competência, declarando-se a competência do Juízo Suscitante – Vara de Registros Púbicos e Corregedoria do Foro Extrajudicial de Apucarana – para a apreciação da lide.

DISPOSIÇÃO:

ACORDAM os integrantes da Décima Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, em composição integral, em julgar improcedente este Conflito de Competência Cível.

Participaram do julgamento a Excelentíssima Senhora Desembargadora Lenice Bodstein, Presidente com voto, e os Excelentíssimos Senhores Desembargador Sigurd Roberto Bengtsson e o Juiz Substituto de Segundo Grau Gil Francisco de Paula Xavier F. Guerra.

Curitiba, 07 de dezembro de 2016. LENICE BODSTEIN

Referências

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