BOLETIM DO LEITE
Uma publicação do CEPEA - ESALQ/USP
Ano 13 - Nº153 - Abril de 2007
MERCADO EM ALTA
Preços ao produtor,
de exportação e
derivados seguem
elevados neste ano.
Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP www.cepea.esalq.usp.br
Custo do Leite – CNA
A CNA em parceria com a Conab e o Cepea reuniram-se com objetivo de desenvolver uma metodologia de apuração de custos de produção de leite. Pág. 4
Insumos
Tanto para o milho quanto para o farelo de soja, abril começa com queda de preços. Pág. 6
Fique Atento
A estiagem de outono em Minas pode chegar a oito meses, diz Embrapa. Pág. 8
P
reços
ao
Produtor
reagem
mais
de
4%
no
mês
O preço médio recebido pelo produtor deleite teve novo aumento no pagamento de março, referente à produção de fevereiro. De acordo com o Cepea (Centro de Estu-dos AvançaEstu-dos em Economia Aplicada), da Esalq-USP, o preço médio nacional (sete estados) passou de R$ 0,5005/litro para R$ 0,5214/litro, aumento de 4,19%.
Com essa nova alta, o preço médio do último pagamento ficou 13,2% acima do praticado no mesmo mês do ano passa-do e 5% acima da média passa-dos últimos seis anos (2001 a 2006) em termos reais – de-flacionados pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). A média de mar-ço é uma das maiores dos últimos anos. A média recebida no último mês é a maior desde agosto de 2005, considerando-se a série deflacionada. Em relação aos meses de março, especificamente, só em 1994 e de 2005, as médias foram acima da atual. No mercado spot de leite cru - produto comercializado entre as empresas -, que tem forte ligação com o leite ao produtor, o preço segue em alta desde o começo de dezembro. Segundo os levantamentos quinzenais do Cepea, daquele período até a primeira quinzena de março, o aumento chega a 18% no estado de São Paulo. No mesmo período (valor médio recebido em dezembro frente ao de março), o leite ao produtor paulista foi reajustado em 5,1%. Esses aumentos têm ocorrido porque o volume de leite recebido pelas em-presas (laticínios) diminuiu nos últi-mos meses. Em fevereiro, o Índice de Captação de Leite (ICAP-L) do Cepea
ficou em 121,46, queda de 2,34% em re-lação aos 124,44 de janeiro. No acumu-lado deste ano, a diminuição é de 5,22%. Com a diminuição do volume processado,
as indústrias encontram espaço para rea-justar os preços de venda de derivados no atacado. Para se ter uma idéia deste movi-mento, produtos como queijo mussarela, leite em pó e leite UHT tiveram fortes
va-m
ercado
de
leite
a
o
P
rodutor
m
arço
/07
2
REGIÃO
MÁXIMO MÍNIMO MÉDIO PREÇO BRUTO1 PREÇO
LÍQUIDO MÉDIO2 Noroeste Metropolitana Porto Alegre Média Estadual - RS 0,5540 0,3472 0,5030 0,4275 0,5168 0,3409 0,4634 0,4392 0,5408 0,3547 0,4872 0,4239 Mesorregiões do
Rio Grande do Sul - RS
1 Valor Bruto; Inclusos frete e INSS 2 Valor Líquido; Livre de frete e INSS
REGIÃO
MÁXIMO MÍNIMO MÉDIO PREÇO BRUTO1 PREÇO
LÍQUIDO MÉDIO2 Centro Oriental Paranaense Oeste Paranaense Norte Central Paranaense Média Estadual - PR 0,5632 0,4508 0,5166 0,4758 0,5095 0,3848 0,4413 0,4127 0,5181 0,3656 0,4752 0,4406 0,5271 0,4087 0,4800 0,4411 Mesorregiões do Paraná - PR REGIÃO
MÁXIMO MÍNIMO MÉDIO PREÇO BRUTO1 PREÇO
LÍQUIDO MÉDIO2 São José do Rio Preto Macro Metropolitana Paulista Vale do Paraíba Paulista Média Estadual - SP 0,5880 0,3974 0,5612 0,5290 0,5959 0,5065 0,5606 0,5140 0,5734 0,5113 0,5537 0,5088 0,5334 0,4156 0,5496 0,5167 Mesorregiões de São Paulo - SP REGIÃO
MÁXIMO MÍNIMO MÉDIO PREÇO BRUTO1 PREÇO
LÍQUIDO MÉDIO2 Triângulo Mineiro/ Alto Paranaíba Sul/Sudoeste de Minas Vale do Rio Doce Média Estadual - MG 0,5803 0,4851 0,5337 0,4231 0,6097 0,4837 0,5695 0,5244 0,6294 0,5224 0,5451 0,5081 0,5935 0,4893 0,5416 0,4806 Mesorregiões de Minas Gerais - MG REGIÃO
MÁXIMO MÍNIMO MÉDIO PREÇO BRUTO1 PREÇO
LÍQUIDO MÉDIO2 Centro Goiano Sul Goiano Média Estadual - GO 0,5626 0,4807 0,5216 0,4706 0,5588 0,4677 0,5218 0,4813 0,5603 0,4727 0,5217 0,4771 Mesorregiões de Goiás - GO REGIÃO
MÁXIMO MÍNIMO MÉDIO PREÇO BRUTO1 PREÇO
LÍQUIDO MÉDIO2
Centro Sul Baiano
Sul Baiano Média Estadual - BA 0,4422 0,4028 0,4388 0,3957 0,4697 0,3882 0,4600 0,4403 0,4584 0,4005 0,4473 0,4199 Mesorregiões da Bahia - BA REGIÃO
MÁXIMO MÍNIMO MÉDIO PREÇO BRUTO1 PREÇO
LÍQUIDO MÉDIO2 Oeste Catarinese Vale do Itajaí Média Estadual - SC 0,5256 0,4171 0,4847 0,4432 0,5200 0,4000 0,4400 0,4200 0,5219 0,4118 0,4727 0,4354 Mesorregiões de Santa Catarina - SC
Preços pagos ao produtor em
março/07 referentes ao
leite entregue em fevereiro/07
R$/litro tipo C
“O preço médio nacional
passou para
R$ 0,5214/litro, aumento
de 4,19%. Com essa
nova alta, o preço médio do
último pagamento
ficou 13,2% acima do
praticado no mesmo
mês do ano passado
e 5% acima da média dos
MARÇO
lorizações da primeira quinzena de março em relação à primeira de janeiro. No esta-do de São Paulo, por exemplo, a mussarela teve alta de quase 18%, o leite em pó, de 14% e o leite UHT, de 8%.
Os preços do leite ao produtor subiram em todos os estados pesquisados pelo Ce-pea, sendo que a maior alta foi registrada em São Paulo, de 5,96%, seguido por Goi-ás, reajuste de 5,55%. Em Minas Gerais, maior estado produtor de leite do País, o aumento médio foi de 3,8%, o que equiva-le a quase R$ 0,02/litro.
Quanto aos volumes captados, a diminui-ção também ocorreu em todos os estados, sendo que a maior, de quase 4%, foi regis-trada em Goiás. Em São Paulo, a queda do ICAP-L/Cepea ficou próxima a 1%, en-quanto que em Minas, chegou a 3,5%.
ICAP-L/CEPEA-Esalq/USP IBGE - PTL Patamar de fev de 2006 80 90 100 110 120 130 140 ju n-04 ju l-0 4 ag o-04 se t-0 4 ou t-0 4 no v-04 de z-04 ja n-05 fe v-05 m ar -0 5 ab r-0 5 m ai -0 5 ju n-05 ju l-0 5 ag o-05 se t-0 5 ou t-0 5 no v-05 de z-05 ja n-06 fe v-06 m ar -0 6 ab r-0 6 m ai -0 6 ju n-06 ju l-0 6 ag o-06 se t-0 6 ou t-0 6 no v-06 de z-06 ja n-07 fe v-07 128,13 124,44 121,46
Gráfico 1: ICAP-L/Cepea - Índice de Captação de Leite (Junho de 2004 = 100) - JANEIRO/07.
3
Equipe Leite:
Gustavo Beduschi - Pesquisador do projeto Leite; Viviane P. Paulenas, Lucas Detoni Rizzollo e Marcelo Bahia Gama.
Equipe Macroeconômica:
Humberto Francisco Silva Spolador, Fabiana C. Fontana e Simone F. Silva - Pesquisadores do projeto Macroeconomia.
Equipe Grãos:
Mauro Osaki e Lucilio Alves - Pesquisadores do projeto Grãos; Luciano van den Broek, Ana Amélia Zinsly, Flavia Gutierrez, Gustavo Silva Oukawa, Vanessa Cristina Granello e Matheus Rizato.
Editores Científicos:
Geraldo Sant´Ana de Camargo Barros e Sergio De Zen
Editor Executivo:
Eng. Ag. Gustavo Beduschi
Jornalista Responsável:
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Diagramação Eletrônica/Arte: Tel: (19) 3435-7503 Tiragem: 8.000 Contato: C.P 132 - 13400-970 Piracicaba, SP Tel: 19 3429-8831 19 3429-8859 leitecepea@esalq.usp.br http://www.cepea.esalq.usp.br
O Boletim do Leite pertence ao Cepea - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - USP/ Esalq. A reprodução de conteúdos publicados por este
imformativo é permitida desde que citados os nomes dos autores, a fonte Boletim do Leite/Cepea e a devida data de publicação.
ExpEdiEntE
“A maior alta foi registrada
em São Paulo, de
5,96%, seguido por Goiás,
reajuste de 5,55%.
Em Minas Gerais, o
aumento médio
foi de 3,8%%, quase
R$ 0,02/litro.”
Por Gustavo Beduschi Equipe Leite Cepea - Esalq/USP
E-mail: leitecepea@esalq.usp.br
Fonte: CEPEA - Esalq/USP
0,40 0,42 0,44 0,46 0,48 0,50 0,52 0,54 0,56 0,58 0,60 0,62 0,64
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
R $/ lit ro 2006 2005 Média Histórica 2001 a 2006 2007 2004
Gráfico 2: Série de preços médios pagos ao produtor deflacionada pelo IPCA (média de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA)
Fonte: CEPEA - Esalq/USP
4
t
rabalhando
Para
o
s
etor
cna, conab
e
cePea
realizam
levantamento
de
custo
de
Produção
de
leite
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com a Com-panhia Nacional de Abastecimento (CO-NAB) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) realizaram entre os dias 29 e 30 de março, em Orizo-na-GO, reunião com objetivo de desenvol-ver a metodologia de apuração de custos de produção de leite. O trabalho pretende subsidiar o Governo Federal na operacio-nalização do Programa de Garantia de Pre-ços para a Agricultura Familiar (PGPAF). O PGPAF foi criado no final de 2006 com o propósito de ser um mecanismo de ga-rantia de renda aos produtores familiares. O programa concederá um bônus, para compensar as perdas ocorridas, toda vez que o preço de mercado se situar abaixo do custo de produção.
O bônus (garantia de preço) será expres-so em percentual, calculado pela partici-pação do custo em relação ao preço rece-bido pelo produtor. Exemplificando: se o custo de produção for de R$ 0,55 por litro e o preço for de R$ 0,50, o bônus será de 10% (R$ 0,55 dividido por R$ 0,50). Esse percentual será aplicado sob a forma de desconto sobre o saldo devedor nos finan-ciamentos de custeio do PRONAF.
O PGPAF beneficia produtores de milho, feijão, mandioca, arroz, soja e leite e já está sendo operacionalizado para todas essas atividades, com exceção do leite, so-bre o qual não há informações oficiais de custo de produção.
A reunião em Orizona contou com a parti-cipação de produtores e técnicos que atu-am naquela mesorregião. Foi caracteriza-do o sistema típico de produção local, para produtores inseridos no Pronaf, com base em indicadores zootécnicos e econômicos. O grupo de trabalho consensuou que o sistema de produção mais freqüente na região é caracterizado por rebanhos com produção de 100 a 150 litros/dia, produ-tividade de 7 litros/vaca/dia e animais mestiços Holandês/Zebu. A alimentação nesses sistemas de produção é composta por silagem de milho, nos meses de maio a outubro, e pastagem de brachiária nos demais meses. Para os animais em produ-ção, também há suplementação com ração concentrada durante o ano todo.
Os resultados preliminares apontaram que os principais fatores que oneram o custo de produção são os itens relacionados ao manejo alimentar do rebanho. Somando as despesas com silagem de milho, ração e suplemento
mineral, tem-se um total de 66% do desem-bolso com a atividade. Em decorrência da baixa produção diária, os custos unitários de depreciações de máquinas, benfeitorias e equipamentos são elevados, chegando a quase 23% do Custo Operacional Total. Ainda que os dados não sejam consolida-dos, percebeu-se que a receita dos pro-dutores familiares da região de Orizona é superior aos custos de desembolso. Po-rém, a receita é insuficiente para cobrir as depreciações, isto é, o produtor não con-segue, sem buscar outras fontes de recur-so, repor o capital investido em máquinas, benfeitorias e equipamentos.
A CONAB realizará levantamento de custo de produção de leite nas principais regiões do País onde há financiamento de custeio do PRONAF. Também preten-de ampliar o estudo para os sistemas preten-de produção não enquadrados no PRONAF. As informações serão de grande valia nas negociações de ampliação de instrumen-tos de apoio a comercialização, como Empréstimo do Governo Federal (EGF) e, na criação de outros, como Prêmio de Risco para Aquisição de Produto Agrícola Oriundo de Contrato Privado de Opção de Venda – PROP para o leite.
Rodrigo Sant´Anna Alvim – Presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA e Marcelo Costa Martins – Assessor Técnico da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA.
rodrigo.alvim@cna.org.br
M anejo Alimentar 66,30% Energia e combustível;
6,40%
Impostos e T axas 4,54% O utros; 15,14%
T ransporte 3,88%
M edicamentos 3,74%
O mercado internacional continua favorável às empresas exportadoras de lácteos. O preço médio dos produtos exportados pelo Brasil, segundo o Índice de Preços de Exportação de Lácteos (IPE-L), do Cepea, passou de US$ 2,04/kg em janeiro para US$ 2,18/kg em fe-vereiro, sendo que a maior correção, de 25%, foi registrada para o leite condensado; com isso, o quilo deste produto chega a US$ 1,53. Mesmo com o aumento do preço do conden-sado e, conseqüentemente da sua participação na pauta de exportação de fevereiro, o leite em pó ainda se mantém como o principal nesse ranking. O preço médio do leite em pó ven-dido pelos brasileiros aumentou 5,7% de ja-neiro para fevereiro, alcançando US$ 2,51/kg. São várias as explicações para os seguidos reajustes no mercado internacional. Uma delas é que o excedente do produto euro-peu está sendo destinado a países do leste daquele continente, recém-incorporados à Comunidade Européia, abrindo espaço para outros players.
O fato é que, mesmo diante de um câmbio aparentemente pouco atrativo para vendas externas, os preços em dólar se apresentam bem convidativos aos negócios. Em feverei-ro de 2006, o preço médio de venda do lei-te em pó foi de US$ 2,11/kg, com o câmbio brasileiro a R$ 2,162/US$, ou seja, um quilo representava R$ 4,56. Já em fevereiro deste ano, a cotação do dólar caiu para R$ 2,098, mas o preço médio foi para US$ 2,51/kg, fazendo com que um quilo equivalha a R$ 5,26, aumento de 15,3% aos exportadores.
DERIvADOS NO MERCADO INtERNO
Com exceção da manteiga, os demais deriva-dos pesquisaderiva-dos pelo Cepea tiveram aumen-tos em fevereiro, no mercado atacadista do
estado de São Paulo - principal referência de consumo no País. De janeiro para fevereiro, o queijo mussarela foi reajustado em pouco mais de 8% - equivalente a mais 50 centavos por quilo -, comercializado na média de R$ 6,50/kg. Em dezembro e janeiro, porém, esse produto havia sofrido fortes quedas; mesmo com a recuperação atual, seu preço ainda está abaixo da média de novembro (R$ 6,94/kg). A segunda maior alta no mês foi registrada
para o leite pasteurizado, com uma correção de 4%, elevando o litro para R$ 0,95 no ata-cado paulista. Para o UHT, o aumento foi de 3,1%, com o litro subindo para R$ 1,15. O leite em pó foi reajustado em apenas 0,53%, mas sua tendência de alta segue des-de setembro/06. Daquele mês a fevereiro/07, o preço médio do leite em pó (comercializa-do em sachê de 400 gramas) passou de R$ 7,08/kg para R$ 7,65/kg.
d
erivados
&
e
xPortação
d
emanda
externa
e
Pouca
oFerta
no
mercado
interno
Puxam
Preços
dos
derivados
5
Fonte: Cepea/Esalq-USP
R$/L Var% R$/L Var% R$/kg Var% R$/kg Var% R$/kg Var% R$/kg Var%
GO MG PR RS SP
PREÇOS MÉDIOS DOS DERIVADOS PRATICADOS EM DEZEMBRO E AS VARIAÇÕES EM RELAÇÃO AO MÊS ANTERIOR
Leite
Pasteurizado Leite UHT Queijo Prato
Leite em Pó
-integral (sachê 400 g) Manteiga (200 g)
Queijo Mussarela Unidade Estado 0,91 -0,99% 1,24 3,3% 7,08 6,7% 9,39 3,8% 7,44 -1,3% 5,96 7,6% 0,91 1,48% 1,22 1,9% 7,84 1,8% 9,65 3,3% 7,90 2,1% 6,98 6,3% 0,89 3,68% 1,05 -2,2% 7,49 -2,3% 6,97 4,0% 6,61 -16,4% 6,29 0,4% 0,81 1,52% 1,10 5,2% 7,85 0,7% 7,79 15,6% 7,35 -2,4% 7,77 0,3% 0,95 3,67% 1,15 3,2% 7,73 0,0% 7,68 2,4% 8,42 -1,0% 6,49 8,2%
Por Gustavo Beduschi Equipe Leite Cepea - Esalq/USP
E-mail: leitecepea@esalq.usp.br
Fonte: Cepea/Esalq-USP
Gráfico 1: Índice de preços exportados de leite e derivados (IPE-L/CEPEA)
IPE-Lácteo R$/kg IPE-Lácteo US$/kg
US$/kg R$/kg Fevereiro 2006 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00 5,50 ja n/ 04 fe v/ 04 m ar /0 4 ab r/0 4 m ai /0 4 ju n/ 04 ju l/0 4 ag o/ 04 se t/0 4 ou t/0 4 no v/ 04 de z/ 04 ja n/ 05 fe v/ 05 fe v/ 07 m ar /0 5 ab r/0 5 m ai /0 5 ju n/ 05 ju l/0 5 ag o/ 05 se t/0 5 ou t/0 5 no v/ 05 de z/ 05 ja n/ 06 fe v/ 06 m ar /0 6 ab r/0 6 m ai /0 6 ju n/ 06 ju l/0 6 ag o/ 06 se t/0 6 ou t/0 6 no v/ 06 de z/ 06 ja n/ 07 R$ 4,56 U$ 2,18
Gráfico 2: Preços do leite em pó e manteiga para o estado de São Paulo
Fonte: Cepea/Esalq-USP 5,75 6,00 6,25 6,50 6,75 7,00 7,25 7,50 7,75 8,00 8,25 m ar /0 6 ab r/0 6 m ai /0 6 ju n/ 06 ju l/0 6 ag o/ 06 se t/0 6 ou t/0 6 no v/ 06 de z/ 06 ja n/ 07 fev /0 7 R $/ kg
De 2003 para cá, o produtor precisou, na média, do equivalente a 1.755 litros de lei-te C para comprar uma tonelada de uréia para a alimentação do rebanho. A pior re-lação de troca do período, para o produtor, foi verificada em janeiro de 2004, quando foram necessários quase 2.090 litros de lei-te para adquirir uma tonelada de uréia. De janeiro de 2003 a março de 2007, o preço da uréia subiu 39,5% no mercado paulista e o do leite recebido pelos produtores, tam-bém em São Paulo, 28,5%. Devido a essa diferença, em março deste ano, o produtor precisou de quase 10% a mais de leite para adquirir a mesma quantidade de uréia. A alimentação é responsável por grande parte dos custos da pecuária leiteira e, portanto, é muito importante conhecer as características dos alimentos para o corre-to balanceamencorre-to das dietas. Os alimencorre-tos protéicos tradicionais, como o farelo de soja, costumam ser os componentes mais
caros dos concentrados das vacas leiteiras. O uso de uréia, fonte de “proteína não-ver-dadeira”, (nitrogênio não-protéico - NNP) é uma alternativa, já que é a fonte de pro-teína mais barata que produtores têm à
disposição.
Não se pode esquecer que a uréia tem tam-bém outras utilidades, como a correção do nível de proteína da cana que é fornecida aos animais, por exemplo.
5 6
MILHO
RELAçãO DE tROCA - Estado de São Paulo
ABRIL COMEçA COM quEDAS DE PREçOS
Neste período de colheita, as quedas dos preços internos do milho estavam sendo amenizadas pelos elevados patamares in-ternacionais, mas as notícias do início de abril mudaram o cenário. Os fatores que se juntam são: a Conab indicou aumento da produção de verão e na safrinha, os Estados Unidos devem aumentar mais que o previs-to a área plantada e, para completar, o dólar se desvalorizar ainda mais, o que reduz o preço de paridade de exportação em reais. Ao longo de março, as cotações futuras do milho na Bolsa de Chicago (CBOT)
manti-veram-se próximas a US$ 4,00/bushel, maior valor do grão desde julho de 1996. Já na primei-ra semana de abril, o contprimei-rato Maio na CBOT recuou 2,3%. No correr de março, o Indicador do milho CEPEA/ESALQ (região Campinas) teve queda de apenas 3%, contra 18,2% em março do ano passado. Contudo, na primeira semana de abril, o Indicador já caiu quase 2%. A base de formação dos preços no mercado interno continuará firmemente ligada ao mercado internacional. Segundo relatório do USDA divulgado no dia 30 de março, a área plantada com milho nos EUA deve
to-talizar 36,63 milhões de hectares em 2007, 15,1% a mais que na safra passada e a maior área já plantada em mais de 60 anos no país. No Brasil, as atenções estarão voltadas para a safrinha. A estimativa da Conab divulga-da em abril aponta que a área de safrinha pode chegar a 4.094,1 mil hectares, recorde histórico, com a produção prevista em 14,4 milhões de toneladas. Com isso, a produção total de milho na safra de 2006/07 chegaria a 51,05 milhões de toneladas. Daqui para fren-te, a produção brasileira depende apenas do clima, pois o plantio praticamente encerrou.
quANtOS LItROS DE LEItE SãO NECESSáRIOS PARA ADquIRIR uMA tONELADA DE uRéIA?
Por Mauro Osaki e Luciano van den Broek
Equipe Grãos Cepea - Esalq/USP
E-mail: graoscepea@esalq.usp.br
e Viviane P. Paulenas,
Equipe Leite Cepea - Esalq/USP
E-mail: leitecepea@esalq.usp.br
quantos litros de leite são necessários para adquirir uma tonelada de uréia.
F on te : C E P E A E sa lq /U SP 0 500 1000 1500 2000 2500 ja n/ 03 m ar /0 3 m ai /0 3 ju l/0 3 se t/0 3 no v/ 03 ja n/ 04 m ar /0 4 m ai /0 4 ju l/0 4 se t/0 4 no v/ 04 ja n/ 05 m ar /0 5 m ai /0 5 ju l/0 5 se t/0 5 no v/ 05 ja n/ 06 m ar /0 6 m ai /0 6 ju l/0 6 se t/0 6 no v/ 06 ja n/ 07 m ar /0 7
m
ercados
de
A dieta que tem como base cana picada me-canicamente (acrescida de uréia), normal-mente apresenta menores custos ao produ-tor de leite. Na comparação de março deste ano com o mesmo mês de 2006, essa dieta teve aumentos significativos, mas ainda é a mais “barata” – o que não significa que tem a melhor relação custo x benefício.
O custo da dieta à base de cana com corte mecanizado e corrigida com uréia para va-cas de 15 litros era de R$ 2,81 por animal/dia em março de 2006 e, neste ano, passou para R$ 3,14, aumento de 12%. Em relação às va-cas de 30 litros, o custo da dieta em 2006 era de R$ 4,55 e, em março deste ano, passou para R$ 5,03/dia.
Se analisadas diferentes dietas (observação feita com dietas à base de silagem de milho, silagem de sorgo, silagem de tanzânia e de cana, com colheita manual ou mecanizada) para vacas de produções de 15 e 30 litros, a maioria teve aumentos nos custos. A exce-ção foi da dieta à base de silagem de milho
fornecida para vacas de 15 litros, que apre-sentou redução de 5% no custo – compa-ração março/06 a março/07. Para vacas de 30 litros, a dieta à base de silagem de milho teve o custo elevado em apenas 1%.
As dietas que mais encareceram foram aque-las com base na silagem de capim tanzânia.
Para vacas de 15 litros, o aumento é de 16% e para as de 30 litros, de 14% entre as médias de março do ano passado e deste. O custo da dieta com silagem de capim tanzânia para vacas de 15 litros em março deste ano esteve em R$ 5,43/dia e para as vacas de 30 litros, de R$ 6,69/dia.
RECuO FOI DE 11% EM MARçO
7
SOJA e FARELO de soja
RELAçãO DE tROCA - Estado de São Paulo
Os preços do farelo de soja seguem emqueda no início de abril em todas as regi-ões acompanhadas pelo Cepea. Em mar-ço, a baixa na região de Rondonópolis foi de 6% e, em Campinas, chegaram a 11%. A pressão vem do aumento da oferta de soja neste período de colheita – em mar-ço, se colhe aproximadamente 39% da sa-fra nacional. De acordo com a estimativa da Conab, divulgada no início de abril, a produção brasileira será de 57,96 milhões de toneladas, recorde histórico.
As quedas internas, contudo, ainda têm
sido amenizadas pelas elevadas cotações na Bolsa de Chicago (CBOT). Desde o início de 2006, os preços do farelo para primeiro vencimento mantêm-se acima de US$ 210,00/tonelada curta – valores mais altos desde julho de 2005. Esse mo-vimento altista está atrelado à redução na área a ser plantada nos Estados Unidos com a oleaginosa, em detrimento à área de milho. Segundo previsão do USDA, a área cultivada com soja na safra 2007/08 dos Estados Unidos deve totalizar 27,16 milhões de hectares, 11,2% a menos que
na safra anterior.
O mercado da soja já trabalhava em pata-mares elevados justamente pela expecta-tiva, agora confirmada, de queda na área dos EUA. Isso favorece o Brasil e a Argen-tina, que estão colhendo a produção da safra 2006/07, enquanto os americanos se preparam para plantar a safra 2007/08 a partir de maio.
Daqui pra frente, os preços internacio-nais vão oscilar de acordo com as condi-ções climáticas nas regiões produtoras americanas.
quAL FOI O GAStO DIáRIO COM ALIMENtAçãO DO REBANHO?
(COMPARAtIvO ENtRE MAR-06 E MAR-07)
qual foi o gasto diário com alimentação do rebanho.
F on te : C E P E A E sa lq /U SP 0 1 2 3 4 5 6 7 S ilagem de Milh o
+ C on cen trado S ilagem de S orgo+ C on cen trado S ilagem deTan zân ia + C on cen trado C an a P icada baixa u réia Man u al C an a P icada baixa u réia Mecan iz. 2006 (15L/d ia) 2007 (15L/d ia) 2006 (30L/d ia) 2007 (30L/d ia)
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IMPRESSO
Uso dos Correios
C.Pos ta l 1 32 - 13 40 0-97 0 Pi ra ci ca ba , SP
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Representantes de cooperativas e produto-res de laticínios do Agproduto-reste se reuniram, em Caruaru, para discutir a criação de uma grande cooperativa para garantir a implantação da fábri-ca da Cooperativa Central Mineira de Laticínios - Cemil no município. A empresa tem interesse de investir cerca de R$ 10 milhões numa unidade que vai gerar 200 empregos diretos, mas precisa garantir uma oferta inicial de 100 mil litros de lei-te por dia na região. O presidenlei-te da Organiza-ção das Cooperativas Brasileiras em Pernambuco - OCBPE, Malaquias Ancelmo de Oliveira, explica que para se filiar à Cemil - uma cooperativa cen-tral integrada por várias cooperativas - é necessá-rio integralizar um capital mínimo de R$ 150 mil. (Diário do Commercio/PE)
A licença prévia para a instalação da fábrica da Nestlé, no município de Palmeira das Missões, pode sair nas próximas semanas, informou o dire-tor-presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental - Fepam, Irineu Schneider. A fundação solicitou novos documentos à empresa, que já fo-ram fornecidos e, se estiverem todos de acordo, a licença deve ser emitida nos próximos dias. O pro-cesso está sob análise do Serviço de Licenciamen-to Ambiental da Fepam. O prefeiLicenciamen-to de Palmeira das Missões, Celso Valduga, acredita que a libe-ração saia na próxima semana. ´Depois que sair a licença, em três ou quatro dias, daremos início à
terraplenagem´, informou. (Correio do Povo/RS)
Os meteorologistas dão um novo alerta: a es-tiagem que começa no outono deve castigar o campo mais uma vez na região de Minas Gerais. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-pecuária - Embrapa, a mudança brusca no tempo é resultado do aquecimento global. “Nós podere-mos ter uma estação de seca de sete a oito me-ses, enquanto o esperado seria em torno de seis meses. É como se o verão estivesse expandindo e o inverno, diminuindo”, explica o pesquisador Daniel Guimarães. Preocupada com as mudanças climáticas, a Federação da Agricultura de Minas
começou uma campanha. (G1)
Os preços mundiais seguem aumentando, de novo em março, com as cotações do leite em pó subindo rapidamente. A oferta segue escassa depois da seca na Austrália e as menores produ-ções dos Estados Unidos e na Argentina, de acordo com o Conselho Lácteo Britânico. Além disso, uma redução na oferta de leite na segunda metade de 2006 levou a uma redução nas exportações de leite desnatado em pó, enquanto que a demanda mun-dial aumentou. A alta dos preços mundiais de leite desnatado e integral em pó ocasionou uma
redu-ção até zero, das restituições na UE. (Agrodigital)
As chuvas dos últimos meses vêm favorecen-do a produção leiteira na região de São Borja, ao contrário de anos anteriores. Com pastagens abundantes, a produção é das melhores dos úl-timos tempos, conforme o zootecnista Eduardo Rossi, da Emater. Segundo ele, São Borja já pro-duziu mais de um milhão de litros de leite no ano passado e a tendência é de expansão. Já são mil matrizes leiteiras no rebanho municipal, a maio-ria em lactação. A oferta regular de 10 mil a 12 mil litros por dia. O maior problema para o produtor é o preço. Dependendo do volume entregue, a re-muneração pela indústria varia R$ 0,32 a R$ 0,40 o litro, considerada insuficiente em função dos
custos de produção. (Correio do Povo/RS)
Produtores de leite in natura da região de Rio Verde de Mato Grosso assinaram um TAC, Termo de Ajustamento de Conduta, para que, no prazo de seis meses, comecem a comercializar o produto pasteurizado. Quem não se ajustar ao prazo será impedido de vender o leite. Pelos ter-mos do acordo, os produtores terão que criar uma cooperativa e implantar um laticínio, ou deverão entregar o leite em laticínio já existente. A fisca-lização do cumprimento do TAC será feita pela Vigilância Sanitária com apoio do Iagro, Agência Estadual de Defesa Animal e Vegetal de Mato
Grosso do Sul. (Campo Grande News/MS)
O aumento do consumo de leite longa-vida e de queijos no mercado gaúcho determinou a tendência de alta no preço do leite, que deve se manter até o mês de junho. A projeção foi desta-cada na reunião do Conselho Estadual do Leite, Conseleite, realizada ontem na sede da Fetag, em Porto Alegre, que definiu o valor de referência do litro no mês de fevereiro em R$ 0,4426. Para o mês de março, o valor projetado foi de R$ 0,4503. ´É uma boa notícia para o produtor´, afirmou o presidente do Conseleite, Carlos Feijó, ao lem-brar que, em relação a 2006, a produção gaúcha é maior, mas está em queda se comparada ao mês anterior. Ele lembra que março é mês de recuo na
produção devido ao clima. (Correio do Povo/RS)
O Programa de Apoio à Cadeia Produtiva do Leite do Banco do Brasil - BB Leite alavancou a tomada de financiamentos na safra 2006/07 no Rio Grande do Sul. Entre julho de 2006 e feve-reiro deste ano, foram fechados 9.543 contratos no RS entre operações de custeio, investimento e comercialização, um incremento de 89,5% em relação ao mesmo período da safra 2005/06. Já o volume financiado cresceu 44,46%, totalizan-do R$ 64,44 milhões. As operações de custeio
apresentaram o maior crescimento. (Correio
do Povo/RS)
FIQUE
ATENTO
Lucas Detoni Rizzollo Equipe Leite Cepea - Esalq/USP