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A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO E O PAPEL DO

PROFESSOR

Professor(a), chegamos ao último texto do Projeto Alfabetização e Letramento. Ao longo dos seis textos anteriormente apresentados, discutimos os principais aspectos envolvidos no aprendizado da leitura e da escrita pelas crianças que agora ingressam no ensino fundamental aos seis anos.

Iniciamos pensando nesse sujeito da aprendizagem, procurando discutir suas características, maneiras de ser, necessidades, especificidades de seu desenvolvimento e as suas maneiras privilegiadas de aprender. Procuramos ressaltar a idéia de que as crianças, mesmo freqüentando o primeiro ano do ensino fundamental, continuam sendo crianças de seis anos, com necessidades e formas específicas de interagir com o mundo, próprias dessa faixa etária. Refletimos, também, sobre o fato de que sua inserção no ensino fundamental estende para nove anos o seu tempo de escolaridade obrigatória, o que contribui para a ampliação das possibilidades de seu acesso a múltiplas e significativas experiências, não podendo ser considerado como uma medida que visa antecipar o seu processo de alfabetização.

Vimos que a linguagem escrita não é a única forma de as crianças interagirem com os outros sujeitos sociais e adentrarem o mundo escolar. Destacamos a importância do trabalho com as múltiplas linguagens, tais como o brincar, as linguagens: oral, plástica, musical, corporal, cênica, virtual, entre outras.

Explicitamos o processo pelo qual as crianças se apropriam, desde muito cedo, dos conhecimentos relativos à linguagem escrita em uma sociedade letrada, e como são diversas as experiências das crianças em relação a esse objeto, dependendo da classe social da qual são oriundas e da cultura na qual estão inseridas. Demarcamos essas diferenças, tanto no que se refere às experiências de uso da fala e da

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capacidade de compreender o que ouve, quanto em relação às vivências socioculturais que envolvem a leitura e a escrita.

Tratamos a linguagem escrita como um objeto de uso social que circula em uma sociedade letrada, e destacamos suas diferenças em relação à linguagem oral.

Ao longo dos artigos anteriores, procuramos demonstrar a complexidade do processo de alfabetização, discutindo as competências necessárias para o aprendizado da leitura e da escrita, e abordando os diferentes aspectos envolvidos no processo de alfabetização e letramento: funcionais, textuais, gráficos e relativos à construção do sistema alfabético de representação.

No desenvolvimento de todo o projeto fizemos menção à organização do trabalho pedagógico e ao papel do professor. Este artigo, assim, será dedicado a essas questões, exclusivamente.

O papel do professor

Pelo que vimos, o professor tem o papel de mediador cultural, isto é, ele está entre a criança e a cultura, com todos os conhecimentos, valores e procedimentos dos quais as novas gerações necessitam e desejam se apropriar para viver em nossa sociedade.

O professor, para estabelecer tal ponte, necessita conhecer tanto o sujeito quanto o objeto de sua ação, isto é, a criança com a qual trabalha, os aspectos da cultura na qual pretende inseri-la e as características específicas do conhecimento que pretende ajudar a criança a construir, no caso, a linguagem escrita em toda a sua complexidade.

Os conhecimentos sobre a criança

Na sociedade contemporânea - embora haja inserções diferenciadas das crianças nas diversas culturas que coexistem em um mesmo país, um mesmo estado, uma mesma cidade, definindo, portanto, uma diversidade na constituição desses sujeitos -, podemos dizer que “há

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uma cultura da infância, uma lógica infantil que se diferencia do mundo adulto”. (Gouvêa, 2002). Há uma interação, entre os aspectos da natureza e da cultura, que vai constituindo as especificidades do ser criança nessa sociedade.

Nesse sentido, é muito importante que o(a) professor(a) leia, estude, pesquise como as diferentes ciências – Antropologia, Psicologia, Sociologia, Neurociências, entre outras – têm avançado no entendimento desta criança.

Contudo, isso não é suficiente para se conhecer os meninos e meninas que se encontram diante do(a) professor(a) na sala de aula, uma vez que os livros, em geral, falam de crianças abstratas; ou seja, muitas vezes o que os livros dizem não corresponde ao que percebemos nas crianças com as quais trabalhamos.

Para conhecer essa criança concreta que se constituiu e ainda se constitui como ser humano na família e na comunidade a qual pertence, é preciso, ao acolhê-las no espaço escolar, conhecê-la na sua singularidade: condições de vida, saberes, valores, práticas, experiências anteriores ao ingresso na escola e relações que

estabelece em função de sua classe social, idade, sexo, cor, etnia, religião, trabalho dos pais, formas de lazer etc.

Somente após um mapeamento geral da classe e um conhecimento sobre cada criança na sua individualidade, é possível planejar o trabalho pedagógico com segurança.

Destaque-se que essa não é uma tarefa exclusiva do(a) professor(a), mas da escola como um todo e que deve ser prevista na proposta pedagógica.

No que se refere especificamente aos conhecimentos das crianças em relação ao aprendizado da linguagem escrita, é importante ter claro que, embora elas já tenham adquirido muitos conhecimentos em suas práticas sociais, não podemos ter a expectativa de que elas chegam ao ensino fundamental dominando esse ou aquele conteúdo. Isso se deve ao fato de que nem todas as crianças freqüentaram instituições

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de educação infantil – e, além disso, a alfabetização não é compromisso dessas instituições.

O fundamental é investigarmos: em que contexto de letramento a criança está inserida? Que papel assume a escrita no seu meio familiar? Quais os usos que a família faz da leitura e da escrita no cotidiano? Como a criança, antes de seu ingresso no ensino

fundamental, interagia com esse objeto no ambiente doméstico e em sua comunidade? Que conhecimentos sobre a linguagem escrita ela já construiu?

Você deve estar se perguntando: como fazer isso?

Existem numerosas maneiras e vários instrumentos para se conhecer todos esses aspectos: questionários realizados com a família no momento da matrícula ou no início do ano letivo, reuniões com pais, fichas e/ou cadernos de registro das observações que vão sendo feitas pelo(a) professor(a) no cotidiano, avaliação diagnóstica realizada no inicio do ano. Entretanto, não nos cabe nos limites deste texto esgotarmos as sugestões. Na realidade, a escolha desses instrumentos deve ser feita pelo coletivo da escola e explicitada na Proposta Pedagógica.

Os conhecimentos sobre a língua necessários à mediação do professor

Sabemos que a familiaridade com um conhecimento só se adquire com seu uso constante. Assim, para o(a) professor(a) formar leitores e produtores de texto, é necessário que a escrita e a leitura sejam parte integrante de sua vida e, sobretudo, que este tenha uma relação afetiva com essas atividades, realizando-as com prazer.

É claro que, quanto mais ler e escrever, mais condições o(a) professor(a) terá para utilizar essas experiências ao ensinar seus alunos, mostrando a importância do uso desses conhecimentos na sua interação com o mundo e com as pessoas.

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Entretanto, como não basta gostar de crianças para ser um(a) bom(boa) professor(a), também não é suficiente apenas ler e escrever para alfabetizar letrando.

Para tal empreitada, o(a) professor(a) precisa, em primeiro lugar, conceber a língua escrita como objeto social que circula em nossa sociedade, atendendo às diferentes funções de acordo com as necessidades de sua utilização. Precisa entender, ainda, que o fato de a escola ter sido incumbida historicamente de ensiná-la não a torna um conhecimento escolar, ou seja, a língua escrita não deve ser aprendida/ensinada meramente para cumprir tarefas escolares. Assim, é fundamental que a leitura e a escrita sejam trazidas para o ambiente escolar pensadas como um objeto social, o que significa dizer que no processo de aprendizagem ela não deve ser dissociada de seus usos.

Para conhecer as crianças é necessário ao(à) professor(a) ler, estudar e pesquisar. Da mesma forma, para conhecer o objeto que ensina, é fundamental que este faça o mesmo. Para tanto, aquele que atua junto às crianças de seis anos, na perspectiva de sua inserção no mundo letrado, precisa compreender a língua escrita para poder ensiná-la.

Nesse sentido, o(a) professor(a) necessita conhecer os fundamentos e o funcionamento do sistema alfabético da escrita, envolvendo as regularidades e irregularidades da ortografia. É preciso que conheça, também, as características do texto, sendo capaz de escrever e identificar textos coerentes, compreendendo e fazendo uso de elementos coesivos. Deve também conhecer as diversas funções da escrita em nossa sociedade e saber usá-las nas diferentes situações, sendo capaz de produzir textos de diversos gêneros e com diferentes tramas em suas práticas sociais.

É fundamental que o(a) professor(a) faça uso das contribuições da Lingüística, da Psicolingüística e da Sociolingüística, para o entendimento do processo de alfabetização, a fim de não apenas

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transmitir conhecimentos de maneira superficial, reproduzindo os conteúdos dos livros didáticos, mas ensinar a linguagem escrita, compreendendo “o porquê” e o “para quê” daquilo que é ensinado. Os vários estudos dessas disciplinas têm contribuído muito, sobretudo nos últimos vinte anos, para o entendimento da língua e da sua aquisição pelas crianças.

A organização do trabalho pedagógico

Para utilizar, de forma competente os conhecimentos sobre a criança e sobre o objeto que ensina, de forma a possibilitar aprendizagens prazerosas e com sentido e significado para as crianças, é

fundamental que o(a) professor(a) busque entender e se atualizar em relação aos conhecimentos relativos à Pedagogia propriamente dita, tendo em vista a organização do trabalho pedagógico, a saber:

organização dos objetivos, dos conteúdos, dos tempos, dos espaços, dos materiais, das crianças, das metodologias de trabalho, bem como as intervenções e posturas que permeiam a ação pedagógica.

Em relação à organização do tempo, é preciso, por um lado, pensar que as crianças, ingressando aos seis anos no ensino fundamental de nove anos, terão mais tempo para serem alfabetizadas. Por outro, é importante refletir sobre as formas de aproveitamento do tempo que a criança permanece na escola, o planejamento das ações cotidianas e em como o trabalho com a linguagem escrita se insere nesse

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No que diz respeito à organização dos espaços e dos materiais ao longo do Projeto Alfabetização e Letramento, já foram feitas referências à importância do contexto na qualidade das interações estabelecidas pelas crianças com a linguagem escrita. Já foi abordada, exaustivamente nesse projeto, a questão do meio sociocultural como decisivo para esse aprendizado. Sabemos, também, que o espaço físico e os recursos materiais utilizados fazem parte desse contexto de aprendizagem.

Assim, para o desenvolvimento de um trabalho de qualidade em torno da linguagem escrita, é necessário que, nas propostas pedagógicas das instituições, a materialidade desse contexto seja objeto de discussão e planejamento dos(as) professores(as), envolvendo a organização do espaço e de formas de utilização dos recursos físicos pelas crianças.

Dessa maneira, se considerarmos no trabalho com a linguagem escrita a importância dos aspectos ligados ao letramento e à aquisição da escrita como sistema de representação, temos que criar um ambiente alfabetizador. Isso significa trazer para as crianças o mundo da leitura e da escrita em situações em que elas se tornem necessárias no cotidiano do trabalho, possibilitando o acesso a bons textos escritos em diversos gêneros discursivos, e ampliando a rede de interlocutores da criança por meio de situações reais de leitura e escrita.

Uma das formas de propiciar esse ambiente alfabetizador é por meio da criação, na instituição e na sala de aula, de espaços onde elas possam interagir individual ou coletivamente com a leitura e a escrita. Por exemplo, organizar um espaço onde devem ficar os diferentes livros e revistas de uso das crianças que, dependendo das condições, pode ser uma biblioteca de uso de toda a instituição, uma biblioteca de sala ou mesmo um cantinho para a guarda dos livros. O importante é que a criança tenha fácil acesso a esses materiais.

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Os diferentes espaços da escola podem também ser pensados para o desenvolvimento de ações relacionadas a essa aprendizagem. O jardim, o pátio coberto, a área externa podem ser utilizados para momentos de leitura, assim como o refeitório, a horta e as paredes da escola, com seus cartazes e indicativos contextualizados, podem ser favorecedores de situações de escrita ou de oportunidades de leitura.

Além disso, as saídas do ambiente institucional, ampliando os espaços físicos e culturais, sempre oferecem situações significativas, em que o uso da leitura e da escrita se torna necessário.

Quanto à organização das crianças, sabemos que é nas interações sociais que nós, humanos, construímos o saber. Também já faz parte do senso comum dos(as) educadores(as) a convicção de que o conhecimento, antes de sua apropriação individual por cada membro da espécie, encontra-se no coletivo. Assim, ao se pensar no aprendizado da linguagem escrita, é fundamental que não percamos de vista que as condições adequadas para a construção desse conhecimento específico também estão no coletivo de crianças e na possibilidade de trocas existentes nas relações que elas estabelecem, mediadas pelo adulto.

Uma questão que sempre se coloca para os(as) professores(as), no início do ano, em relação à organização das turmas, é se essas devem ser homogêneas ou heterogêneas. No entanto, essa é uma falsa questão, já que uma turma homogênea é um mito, algo impossível de ser realizado. Mesmo que fosse possível organizar, nos primeiros dias de aula, a partir de uma cuidadosa avaliação diagnóstica, uma turma com características, níveis de desenvolvimento e competências comuns, logo em seguida seriam necessários novos agrupamentos e reorganizações, uma vez que os tempos e os ritmos das crianças são sempre diferentes e suas experiências e aprendizagens não são controláveis.

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Desta maneira, o que deve ser buscado não é a homogeneidade, mas as trocas entre os diferentes, possibilitando o intercâmbio de experiências, a aprendizagem uns com os outros. Para tanto, é fundamental a ação intencional do(a) professor(a) junto ao grupo de crianças, criando situações em que possam interagir em duplas, em trios, em grandes grupos e, até mesmo, trabalhar individualmente, em alguns momentos, tendo em vista a apropriação por parte de cada um e as reflexões sobre o seu próprio processo.

Vale ressaltar a importância de serem desenvolvidas atividades no coletivo, mediadas pelo(a) professor(a), até que as crianças se apropriem das estratégias de trabalho, para que então sejam capazes de realizá-las mais autonomamente em pequenos grupos.

No que se refere à organização das formas de aprender – metodologias, atividades, intervenções e posturas – de acordo com as idéias desenvolvidas ao longo desse projeto, toda ação pedagógica relativa à linguagem escrita deve ser desenvolvida por meio do texto, considerando-o como unidade mínima da língua, que tem sempre uma determinada função social ou psicológica. Nesse sentido, tem objetivos, interlocutores e estruturas específicas.

É importante enfatizar que, no desenvolvimento dessa ação, sempre deve ser levada em consideração a funcionalidade do texto. Em alguns momentos, temos que focar o nosso olhar em um ou outro(s) aspecto(s) que constitui(em) a linguagem escrita. Isto significa que, de forma intencional e planejada, ora centramos nossa intervenção nos aspectos textuais, ora nos aspectos relativos à representação do sistema de escrita, ora nos aspectos gráficos.

O papel do(a) professor(a), no que se refere aos aspectos textuais, se cumpre quando:

- assume, inicialmente, o papel de escriba e leitor, tendo em vista que, mesmo sem saber ler e escrever, convencionalmente, as crianças conseguem produzir e compreender a linguagem escrita;

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- oportuniza atividades de produção de textos, nas quais ele escreve pelo grupo, questionando as crianças sobre objetivos e interlocutores do texto, e negociando o enunciado, de modo a se aproximar da linguagem que se escreve (aspectos estruturais e lingüísticos do texto);

- possibilita o desenvolvimento de diversas estratégias de antecipação do significado dos textos, nas quais as crianças coloquem em jogo tudo o que sabem para descobrir o que não sabem;

- favorece a compreensão de textos lidos, através da busca de indícios que permitam não apenas a confirmação das hipóteses levantadas, como também possibilitem às crianças inferir e extrapolar o texto.

Em relação ao processo de construção do sistema de representação da escrita e dos aspectos gráficos pelas crianças, é importante que o professor:

- busque compreender e valorizar o nível em que as crianças se encontram;

- questione, crie conflitos e informe, tanto por meio de perguntas, quanto na própria organização dos materiais com os quais as crianças irão trabalhar;

- dê oportunidade para que as crianças produzam escritas à sua maneira e leiam, apontando o que escrevem;

- ofereça, para tais produções e leituras, textos oralmente garantidos ou textos que não necessitem de planejamento prévio (títulos, etiquetas, listas etc.). Assim, as crianças não precisam pensar na sua estrutura e organização, concentrando-se nas letras que necessitam usar para compor as palavras. No caso de leitura, elas podem ajustar a leitura ao texto que já conhecem de memória (por exemplo, letras de músicas, poesias, parlendas etc.);

- favoreça a conhecimento da escrita do nome próprio de todas as crianças da turma, para que eles sirvam tanto como confronto para as prováveis hipóteses de escrita e leitura elaboradas pelas crianças,

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quanto para a apropriação do repertório de letras e de seu traçado, bem como para contribuir na análise fonológica de outras palavras a se construir;

- seja um bom modelo de escriba e leitor, no que se refere à postura corporal, à preensão do lápis, à organização espacial da escrita, além de orientador das crianças quanto a esses aspectos.

O como se aprende também é de vital importância nesse processo. Um dos paradigmas da educação atual reside na transdisciplinaridade, ou seja, em um trabalho pedagógico que não fragmente o saber e que considere, ao mesmo tempo, a complexidade do conhecimento e do ser humano que aprende.

Não é possível mais pensar em um aprendizado da língua materna descolado das demais aprendizagens e fora de contextos significativos. Entendemos que os usos da língua escrita nos são colocados pelas exigências do mundo social. É assim também que se aprende a trabalhar com os diversos tipos de texto. Nesse sentido, o desenvolvimento de projetos de trabalho possibilita o uso da leitura e da escrita em situações contextualizadas, com sentido e significado para as crianças.

Mas os projetos não são momentos exclusivos de uso desse instrumento. É possível pensar no trabalho com a linguagem escrita em atividades de rotina, como a chamada, o planejamento, a avaliação, entre outras, além de situações em que a leitura e a escrita têm significado, sem necessariamente estarem ligadas a um projeto – por exemplo a leitura ou escrita de um bilhete, a leitura das regras de um jogo, a elaboração de uma lista de ingredientes de uma receita etc.

É também possível pensar em seqüências de atividades, isto é, atividades que se desdobram em outras. Por exemplo, a partir de uma leitura, produzir um desenho; ou a partir de uma história, fazer uma dramatização; ou após um passeio no zoológico, escrever um relatório para ser apresentado para outra turma etc.

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Para finalizar esse projeto é importante destacar que, embora muito importante, a linguagem escrita não deve ser o único aspecto a ser privilegiado nas propostas pedagógicas das escolas no seu trabalho com as crianças que ingressam aos seis anos no ensino fundamental. Nessa fase, é muito importante que sejam desenvolvidas propostas voltadas para a construção da autonomia da criança, na perspectiva do autocuidado; para a vivência dos movimentos no espaço, estruturando sua corporeidade; para a exploração do mundo físico e social, compreendendo e ampliando a cultura na qual a criança está imersa; para o desenvolvimento do brincar e das linguagens oral, corporal, visual e musical que, juntamente com a linguagem escrita e de forma interdependente, contribuem para a estruturação do pensamento e possibilitam a relação da criança com o mundo.

BIBLIOGRAFIA

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GOUVÊA, M. C. S. “Infância Sociedade e Cultura”. In: CARVALHO, A.;

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LOPES, K. R.; MENDES, R. P.; FARIA, V. (Orgs.). Livro de estudo: módulo IV Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica/Secretaria de Educação a Distância, 2006. (Coleção Proinfantil)

Site do Centro de alfabetização leitura e escrita da UFMG:

Referências

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