PROVAS DA SEGUNDA ETAPA PS2007/UFG

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PROVAS DA SEGUNDA ETAPA – PS2007/UFG

Esta parte do relatório mostra o desempenho dos candidatos na prova de Língua Portuguesa da 2ª etapa do PS2007. Inicialmente, são apresentados os dados gerais dos candidatos. Em seguida, são apresentados dois gráficos sobre a prova: o primeiro mostra a distribuição do total de candidatos da 2ª fase em relação às notas obtidas em Língua Portuguesa, enquanto o segundo contém as médias das notas alcançadas em cada questão da prova. A nota máxima em cada questão é 5,0 pontos. Na seqüência, temos a questão, a resposta esperada (RE) e mais dois gráficos demonstrando o desempenho do total de candidatos e dos candidatos dos cursos que tiveram a maior nota de corte em cada grupo (Engenharia Civil ─ Grupo 1, Medicina ─ Grupo 2 e Direito ─ Grupos 3 e 4) nesta questão. Estes gráficos serviram de base para as análises sobre a questão, que são apresentadas logo em seguida.

Dados gerais - Candidatos

LÍNGUA PORTUGUESA

Distribuição das notas de Língua Portuguesa ps2007 - 2ª etapa 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000

Média por questão - Lingua Portuguesa PS2007/UFG - 2ª etapa 1,88 2,02 _1,79 1,40 1,86 0,79 1,23 1,26 1,84 1,47 0 0,5 1 1,5 2 2,5 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Figura 1: Distribuição das notas dos candidatos presentes de todos os GRUPOS Figura 2: Média dos candidatos presentes de todos os GRUPOS

▬▬▬QUESTÃO 1▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

Em uma entrevista, Ferreira Gullar, ao ser perguntado: “Você começou estudando gramática. É preciso isso para escrever bem?”, responde: “Não (com ironia). E nem é preciso saber português. É ler os jornais e ver a TV para perceber. Outro dia ouvi ‘as quinhentas

milhões de pessoas’. Eles não sabem que ‘quinhentos’ é palavra masculina. Confundem

‘este’ com ‘esse’. ‘Esse programa que estão vendo...’. Para eles é tudo a mesma coisa. Ignoram que as palavras têm sentido preciso e, para escrever bem, é preciso saber o significado, as relações entre elas, quais se combinam, como convivem. Para isso é preciso ter lido algo”.

LÍNGUA PORTUGUESA, São Paulo: Segmento, ano 1, n. 5, 2006.

PS2007/UFG - Nº de candidatos 1ª etapa 2ª etapa

Inscritos Presentes Classificados Presentes Aprovados Grupo 1 4995 4743 2057 2000 916 Grupo 2 10538 9977 2427 2376 748 Grupo 3 12554 11757 4211 4071 1759 Grupo 4 1178 1079 538 503 198 Total 29265 27556 9233 8950 3621 Medicina 4067 3821 475 468 110 Engenharia 876 843 272 262 84 Direito 1565 1477 250 244 60

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Considerando-se o trecho transcrito da entrevista de Ferreira Gullar, explique

a) a alteração ocorrida na resposta do entrevistado com o acréscimo da expressão, entre parênteses, “com ironia”;

RE: O uso da expressão (com ironia) altera o sentido da resposta dada por Ferreira Gullar. Assim, quando o autor afirma “e nem é preciso saber português”, o leitor deve entender o contrário, ou seja, que é de fato necessário saber português para escrever bem. (2,5 pontos)

b) a regra que os falantes utilizam quando dizem “as quinhentas milhões de pessoas”.

RE: Ao dizerem “as quinhentas milhões de pessoas”, os falantes fazem a concordância de gênero entre a palavra quinhentas e o termo pessoas e não com milhões. (2,5 pontos)

Desempenho dos candidatos no PS2007-2ª etapa Língua Portuguesa - Questão 1

0 200 400 600 800 1000 1200 0 0, 25 _0,5 0, 75 1 1, 25 _1,5 1, 75 2 2, 25 _2,5 2, 75 3 3, 25 _3,5 3, 75 4 4, 25 _4,5 4, 75 5 Notas

Língua Portuguesa - Questão 1 - Engenharia Civil PS2007/UFG - 2ª etapa 1 3 4 4 4 4 23 25 25 11 25 15 29 35 36 14 6 0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3 3,25 3,5 3,75 4

Figura 3: Distribuição das notas da questão 1 dos candidatos presentes Figura 4: Distribuição das notas dos candidatos presentes – Engenharia Civil Língua Portuguesa - Questão 1 - Medicina

PS2007/UFG - 2ª etapa 4 4 8 7 32 28 30 21 36 21 52 46 82 52 36 7 ₄ 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3 3,25 3,5 3,75 4 4,25 4,5

Língua Portuguêsa - Questão 1 - Direito PS2007/UFG - 2ª etapa 3 1 4 8 5 24 12 17 12 19 14 33 35 33 12 12 1 0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3 3,25 3,5 3,75 4 4,5

Figura 5: Distribuição das notas dos candidatos presentes - Medicina Figura 6: Distribuição das notas dos candidatos presentes - Direito Análise da questão:

Nesta questão, foram abordados conhecimentos de recursos argumentativos (ironia) e de variação lingüística. Foram exigidas as seguintes habilidades: produzir e interpretar efeitos de sentido nos textos por meio de marcas lingüísticas e discursivas, explícitas e implícitas; compreender e interpretar dados da língua portuguesa nos diversos níveis de sua estruturação, em suas modalidades oral e escrita. Os gráficos apresentam uma boa distribuição das notas, tanto no geral quanto nos cursos de maior demanda, mesmo que, nestes, nenhum candidato tenha alcançado nota máxima. Muitos candidatos não perceberam a relação entre o efeito da ironia e de seu uso pelo escritor, apresentando, no item (a), a definição de ironia, que não havia sido solicitada na questão.

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▬▬▬QUESTÃO 2▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬ Menina mal - amada

[...] Minha mãe, muito viúva, isolava-se em seu mundo de frustrações, ligada maternalmente à caçula do seu terceiro casamento.

Eu, perna mole, pandorga, moleirona, vencendo sozinha as etapas destes primeiros tempos. Afinal, paramos no détraqué.

Tudo isso, aumentava minha solidão e eu me fechava, circunscrita no meu mundo de faz-de-conta... [...]

CORALINA, Cora. Melhores poemas de Cora Coralina. Seleção de Darci F. Denófrio. São Paulo: Global, 2004. p. 117.

A partir do cenário idealizado no fragmento do poema, explique o sentido que a palavra “muito” adquire no texto.

RE: A palavra “muito” reforça os sentimentos de solidão, tristeza, frustração ocasionados pelo estado de viuvez da personagem, o que pode estar relacionado ao fato de ela ter ficado viúva mais de uma vez.

OU

O “muito” serve para mostrar o quanto a mãe se entregara à viuvez, enfatizando os aspectos negativos desse estado, o que pode estar relacionado ao fato de ela ter ficado viúva mais de

uma vez. (5,0

pontos)

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 0 0 ,2 5 0 ,5 0 ,7 5 ₁ 1 ,2 5 1 ,5 1 ,7 5 ₂ 2 ,2 5 2 ,5 2 ,7 5 ₃ 3 ,2 5 3 ,5 3 ,7 5 ₄ 4 ,2 5 4 ,5 4 ,7 5 ₅ Notas

Língua Portuguesa - Questão 1 - Engenharia Civil PS2007/UFG - 2ª etapa 1 3 4 4 4 4 23 25 25 11 25 15 29 35 36 14 6 0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3 3,25 3,5 3,75 4

PS2007/UFG - 2ª etapa 6 7 ₅ 7 22 9 21 10 35 10 48 26 46 33 34 79 35 19 13 3 2 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0 0, 25 0,5 _0,75 1 1, 25 1,5 _1,75 2 2, 25 2,5 _2,75 3 3, 25 3,5 _3,75 4 4, 25 4,5 _4,75 5

Língua Portuguêsa - Questão 2 - Direito PS2007/UFG - 2ª etapa 1 2 4 1 6 19 12 8 19 6 28 11 25 20 36 28 15 2 ₁ ₁ 0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3 3,25 3,5 3,75 4 4,25 4,5 4,75

Figura 9: Distribuição das notas dos candidatos presentes - Medicina Figura 10: Distribuição das notas dos candidatos presentes - Direito

Análise da questão:

Nesta questão, foram abordados conhecimentos sobre concepções de gramática. Foram exigidas as habilidades de reconhecer e usar diferentes recursos lingüísticos na produção do texto escrito, para a criação do efeito de sentido pretendido. A distribuição das notas foi boa tanto no geral quanto nos cursos que tiveram a maior nota de corte.

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▬▬▬QUESTÃO 3▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬ Pequeno dicionário do planeta moda

Duas vezes por ano o Brasil sedia um dos principais eventos do mundo da moda, a São Paulo Fashion Week. Quem desembarca desavisadamente no Pavilhão do Ibirapuera, em São Paulo, acha que o idioma oficial da maratona de desfiles é o inglês – bookers e scouters borboleteiam de um lado para outro, enquanto os maquiadores desprezam quem os chama pela palavra em português que designa a profissão – preferem ser conhecidos como make-up artists. Num segundo momento, percebe-se que a língua é muito mais complicada. A São Paulo Fashion Week, que começa na quarta-feira 12, é um planeta à parte, com códigos próprios. [...]

ÉPOCA. São Paulo: Globo, n. 425. 17 jul. 2006, p. 84.

De acordo com o texto, por que se pode afirmar que a expressão “planeta moda” caracteriza o ambiente das passarelas?

RE: A expressão “planeta moda” caracteriza o ambiente das passarelas, pois além de ali se fazer

uso da língua inglesa, esse ambiente revela comportamentos e regras próprias que o tornam um mundo particular.

OU

Porque o texto afirma que a São Paulo Fashion Week é um planeta à parte, com códigos próprios, distante da realidade do mundo comum.

(5,0 pontos)

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 0 0 ,2 5 0 ,5 0 ,7 5 ₁ 1 ,2 5 1 ,5 1 ,7 5 ₂ 2 ,2 5 2 ,5 2 ,7 5 ₃ 3 ,2 5 3 ,5 3 ,7 5 ₄ 4 ,2 5 4 ,5 4 ,7 5 ₅ Notas

Língua Portuguesa - Questão 3 - Engenharia Civil PS2007/UFG - 2ª etapa 31 9 14 7 15 13 33 10 19 8 32 6 25 3 16 6 12 2 3 0 5 10 15 20 25 30 35 0 _{0,25 0,5 0,7}5 1 _{1,25 1,5 1,7}5 2 _{2,25 2,5 2,7}5 3 _{3,25 3,5 3,7}5 4 4,25 4,5

PS2007/UFG - 2ª etapa 13 4 7 5 9 13 34 10 31 24 66 26 49 19 74 21 44 6 11 2 2 0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 0, 25 0,5 _0,75 1 1, 25 1,5 _1,75 2 2, 25 2,5 _2,75 3 3, 25 3,5 _3,75 4 4, 25 4,5 _4,75 5

Língua Portuguêsa - Questão 3 - Direito PS2007/UFG - 2ª etapa 7 10 2 2 4 7 2 28 12 37 19 34 12 28 12 20 3 4 ₂ 0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 _0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3 3,25 3,5 3,75 4 4,25 4,5 5

Nesta questão, foram abordados conhecimentos sobre as características dos vários discursos (jornalístico). Foi exigida a habilidade de reconhecer as diferentes funções da língua, oral e escrita, no uso cotidiano. Embora tenha apresentado uma considerável concentração de notas zero no geral, nos cursos de Engenharia Civil, Medicina e Direito a distribuição das notas foi boa. A dificuldade apresentada pelos candidatos refere-se à habilidade de leitura e interpretação. Possivelmente, os

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candidatos não entenderam o conceito polissêmico de idioma, no sentido de um código de comunicação próprio do mundo da moda, e não como conceito de língua, demonstrando dificuldade na compreensão do texto que se apresenta com muitas metáforas.

▬▬▬ QUESTÃO 4 ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

O slogan abaixo faz parte da propaganda de um novo carro de luxo lançado recentemente no mercado.

“Um carro que diz onde você chegou antes mesmo de ter saído da garagem.” ISTOÉ, São Paulo: Editora Três. 1928. 30 ago. 2006, p. 16-17.

Analisando o slogan da propaganda, que idéia fica subentendida em relação à posse do carro anunciado?

RE: A idéia subentendida é que a pessoa que adquiriu o carro anunciado no slogan transmite uma imagem de sucesso e prestígio. O possuidor do carro parece ter atingido uma condição socioeconômica tão boa que não é nem necessário tirar o carro da garagem para saber seu status. O fato de possuir algo tão luxuoso já é suficiente para mostrar a relevância social que uma pessoa é capaz de atingir. (5,0 pontos)

Língua Portuguesa - Questão 4

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 0 0 ,2 5 0, 5 0 ,7 5 1 1 ,2 5 1, 5 1 ,7 5 2 2 ,2 5 2, 5 2 ,7 5 3 3 ,2 5 3, 5 3 ,7 5 4 4 ,2 5 4, 5 4 ,7 5 5 Notas

Língua Portuguesa - Questão 4 - Engenharia Civil PS2007/UFG - 2ª etapa 107 3 ₁ 3 2 2 4 8 43 16 16 ₁₃ 29 11 6 0 20 40 60 80 100 120 0 0,25 0,5 1 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3 3,25 3,5 3,75 4

PS2007/UFG - 2ª etapa 115 4 5 6 ₂ 10 4 9 52 18 55 48 75 39 11 ₈ 4 4 ₁ 0 20 40 60 80 100 120 0 0, 25 _0,5 1 1, 25 _1,5 2 2, 25 _2,5 2, 75 3 3, 25 _3,5 3, 75 4 4, 25 _4,5 4, 75 5

Língua Portuguêsa - Questão 4 - Direito PS2007/UFG - 2ª etapa 51 1 2 2 2 2 4 7 31 15 36 35 35 13 2 4 1 2 0 10 20 30 40 50 60 0 0,25 0,5 1 1,25 1,5 2 2,25 2,5 2,75 3 3,25 3,5 3,75 4 4,25 4,5 4,75

Nesta questão, foram abordados conhecimentos acerca dos recursos argumentativos (subentendidos). A habilidade exigida era a de descobrir por meio da leitura o subentendido na elaboração do texto publicitário. Os gráficos acima mostram uma concentração de notas baixas, principalmente zero no geral e no curso de Engenharia Civil, melhorando um pouco a distribuição nos cursos de Medicina e Direito. O baixo desempenho dos candidatos se explica pela dificuldade de leitura e percepção dos sentidos implícitos no texto do slogan. Uma vez que se trata de um gênero textual de circulação pública e de fácil acesso à toda população, esperava-se um bom desempenho dos candidatos. No entanto, o que se percebeu foi uma dificuldade de sistematização do conhecimento por parte destes que, muitas vezes, confundem informação com conhecimento,

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principalmente ao utilizarem referências atuais, mas descontextualizadas em relação ao que a questão solicitou.

▬▬▬ QUESTÃO 5 ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

Disponível em: <www.greenpeace.org.br>. Acesso em: 8 set. 2006.

A imagem acima é de uma campanha publicitária de uma organização não-governamental,

Greenpeace, e retrata uma das cenas de seca ocorrida na Amazônia em 2005. Explique como o

efeito de sentido pretendido por essa campanha atinge o leitor.

RE: Para atingir o leitor, a campanha publicitária recorre a estratégias como ironia, por meio do jogo de contraposição entre a imagem da seca na Amazônia e a placa de boas-vindas ao futuro. Essa oposição causa impacto no leitor, uma vez que a imagem de um rio seco da Amazônia, reconhecida pela abundância de águas, se contrapõe à placa indicativa “Bem-vindo ao futuro” que geralmente remete a valores positivos, como a esperança de um mundo melhor.

(5,0 pontos) Língua Portuguesa - Questão 5

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 0 0, 25 ₀,5 0, 75 1 1, 25 ₁,5 1, 75 2 2, 25 ₂,5 2, 75 3 3, 25 ₃,5 3, 75 4 4, 25 ₄,5 4, 75 5 Notas

Língua Portuguesa - Questão 5 - Engenharia Civil PS2007/UFG - 2ª etapa 1 9 11 12 39 21 64 15 47 17 20 5 1 2 0 10 20 30 40 50 60 70 0,25 0,5 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3 3,25 3,5 3,75

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Língua Portuguesa - Questão 5 - Medicina PS2007/UFG - 2ª etapa 6 4 ₂ 20 15 63 37 99 85 87 25 14 5 4 ₁ ₁ ₁ ₁ 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0, 5 1 1, 25 1,5 _1,75 2 2, 25 2,5 _2,75 3 3, 25 3,5 _3,75 4 4, 25 4,5 _4,75 5

Língua Portuguêsa - Questão 5 - Direito PS2007/UFG - 2ª etapa 1 2 2 2 5 5 26 33 71 44 26 8 12 2 4 1 1 0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 0,5 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3 3,25 3,5 3,75 4 4,5 5

Nesta questão, foram abordados conhecimentos sobre os gêneros discursivos e sua funcionalidade. Foram exigidas as habilidades de ler, interpretar e produzir textos que utilizem as linguagens verbal e não-verbal. A distribuição das notas foi boa tanto no geral quanto nos cursos de Engenharia Civil, Medicina e Direito. Talvez alguns candidatos tenham considerado a imagem de um leito seco de um rio da Amazônia como uma “pegadinha”, o que está completamente em desacordo com os padrões de elaboração das provas da UFG. Além disso, muitos candidatos não perceberam a atualidade da questão, pois demonstraram acreditar que a seca só pode ocorrer na região Nordeste do Brasil, demonstrando, assim, pouca intimidade com a leitura atual e com conhecimentos contextualizados de Geografia, já que se trata de uma questão interdisciplinar. No que se refere especificamente aos conhecimentos de Língua Portuguesa, os candidatos apresentaram dificuldade em explicar a ironia presente no texto publicitário e as características desse gênero. Embora tenha se verificado essas dificuldades, houve, no geral, desempenho satisfatório.

▬▬▬ QUESTÃO 6 ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

A parte do romance O fantasma de Luís Buñuel, de Maria José Silveira, intitulada “1988 - Dina: O ciclo das águas”, tematiza a personagem Dina, cuja configuração repercute no encadeamento das histórias de outras personagens. Com base no exposto,

a) explicite duas situações nas quais essa personagem exerce um papel aglutinador;

RE: O reencontro e compartilhamento de confissões de Tadeu – auxílio de Dina em sua doença.

OU

Reencontro com Tonho - perdão de Dina por sua confissão. OU

Reencontro e compartilhamento de confissões de Esmeralda - Dina recebe a carta. OU

Lembrança da época em que as personagens compunham um grupo de amigos que exercia a militância política contra o regime militar vigente. (2,0 pontos)

b) explique como essa parte do romance determina a organização da obra. RE: Estabelece uma relação com o cinema surrealista de Buñuel. OU

A cronologia ─ a seqüência dos capítulos em décadas (encontro real ou no campo da memória das personagens com intervalo de 10 anos).

OU

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OU

Pela relação com o livro de memórias de Buñuel, que acabara de sair “Meu último suspiro”. (3,0 pontos) Literatura - Questão 6 0 1000 2000 3000 4000 5000 0 0, 25 ₀,5 0, 75 1 1, 25 ₁,5 1, 75 2 2, 25 ₂,5 2, 75 3 3, 25 ₃,5 3, 75 4 4, 25 ₄,5 4, 75 5 Notas

Literatura - Questão 6 - Engenharia Civil PS2007/UFG - 2ª etapa 84 9 14 10 37 9 27 15 32 1 3 4 6 ₁ ₃ ₃ 4 ₁ ₁ 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0 _{0,25 0,5 0,7}5 1 _{1,25 1,5 1,7}5 2 _{2,25 2,5 2,7}5 3 _3,5 3,75 4 4,5 4,75 5

Figura 23: Distribuição das notas da questão 6 dos candidatos presentes Figura 24: Distribuição das notas dos candidatos presentes – Engenharia Civil Literatura - Questão 6 - Medicina

PS2007/UFG - 2ª etapa 30 8 10 19 41 30 46 36 79 15 22 7 12 10 15 12 18 10 17 17 16 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0 0, 25 _0,5 0, 75 1 1, 25 _1,5 1, 75 2 2, 25 _2,5 2, 75 3 3, 25 _3,5 3, 75 4 4, 25 _4,5 4, 75 5

Literatura - Questão 6 - Direito PS2007/UFG - 2ª etapa 42 10 13 14 26 15 19 27 34 1 1 3 5 2 4 5 9 3 7 2 3 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 33,25 3,5 3,75 44,25 4,5 4,75 5

A questão teve como objetivo avaliar a capacidade do candidato em compreender a relação entre estrutura e conteúdo do romance, percebendo que o capítulo sobre a personagem Dina era central e conferia lógica a essa estrutura. É nesse capítulo que as personagens marcam os encontros a cada dez anos, tal qual desejaria Buñel, e ainda é nele que se explica o título da obra. Os gráficos apresentados indicam que grande parte dos candidatos não percebeu essa relação.

▬▬▬ QUESTÃO 7 ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

Nos contos “Vestida de preto” e “Frederico Paciência”, do livro Contos novos, de Mário de Andrade, os narradores-protagonistas ensaiam formas diversas de afetividade. Com base na leitura dos textos, responda:

a) Que tipo de sentimento prevalece em cada conto?

RE: Amor entre homem mulher/amor heterossexual.

Amor entre homem e homem/amor homossexual (homoerotismo). (2,0 pontos)

b) Dado o distanciamento temporal dos acontecimentos vivenciados pelos narradores, que avaliação das experiências amorosas eles apresentam em cada conto?

RE: “Vestida de preto”: a experiência amorosa da infância se transforma em sensações eróticas OU idealização amorosa OU amadurecimento.

“Frederico Paciência”: a experiência amorosa da adolescência se transforma em

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Literatura - Questão 7 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 0 0, 25 ₀,5 0 ,7 5 1 1, 25 ₁,5 1, 75 2 2, 25 ₂,5 2, 75 3 3, 25 ₃,5 3, 75 4 4, 25 ₄,5 Notas

Literatura - Questão 7 - Engenharia Civil PS2007/UFG - 2ª etapa 23 4 33 16 19 ₁₅ 21 18 25 19 22 12 18 8 ₇ 3 1 0 5 10 15 20 25 30 35 0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3 3,25 3,5 3,75 4

PS2007/UFG - 2ª etapa 7 3 11 21 32 29 36 35 29 43 66 30 51 36 27 5 8 1 0 10 20 30 40 50 60 70 0 0, 25 _0,5 0, 75 1 1, 25 _1,5 1, 75 2 2, 25 _2,5 2, 75 3 3, 25 _3,5 3, 75 4 4, 25

Literatura - Questão 7 - Direito PS2007/UFG - 2ª etapa 9 5 22 15 16 17 16 10 23 18 31 11 26 12 13 1 0 5 10 15 20 25 30 35 0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3 3,25 3,5 3,75

Nesta questão, a proposta incluía a verificação de leitura e a análise de certos aspectos da composição narrativa de dois contos de Mário de Andrade, envolvendo o tratamento do tema dos relacionamentos afetivos diferenciados e a visão distanciada temporalmente que os narradores apresentam da experiência amorosa. O desempenho dos candidatos indica que houve compreensão da proposta, explicitada pela baixa freqüência de nota zero e pelo bom índice de acertos parciais. Entretanto, o baixo índice de notas máximas evidencia a dificuldade dos candidatos para construir respostas que exigem a distribuição gradativa dos conhecimentos pelas várias etapas da questão. Com base nos gráficos, é possível concluir que os candidatos apresentaram um desempenho mediano, atingindo parcialmente os objetivos da questão quanto às habilidades e aos conhecimentos solicitados.

▬▬▬ QUESTÃO 8 ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

Os protagonistas de Ubirajara, de José de Alencar, e Calabar, de Chico Buarque e Ruy Guerra, são representantes de grupos sociais característicos dos períodos pré-colonial e colonial brasileiros. Que projeto político – concreto ou utópico – essas personagens centrais propõem para as suas respectivas sociedades?

RE: O projeto político do protagonista é o de promover a unificação das tribos Araguaia e

Tocantins, que passam a formar a grande nação dos Ubirajaras. OU

Ubirajara executa o projeto de harmonização e integração dos interesses coletivos das duas tribos.

Calabar tem como projeto um movimento de oposição aos interesses da metrópole por defender precocemente um ideário de libertação nacional. (5,0 pontos)

(10)

Literatura - Questão 8 32 8 4 68 7 51 4 23 4 3 26 25 3 63 5 25 1 3 41 18 9 ₃48 25 7 ₄₄3 26 3 3 66 2 01 ₂₃8 6 6 ₉₈ 10 21 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 0 0, 25 0,5 _0,75 1 1, 25 1,5 _1,75 2 2, 25 2,5 _2,75 3 3, 25 3,5 _3,75 4 4, 25 4,5 _4,75 5 Notas

Literatura - Questão 8 - Engenharia Civil PS2007/UFG - 2ª etapa 56 16 5 6 10 6 21 13 14 13 16 10 17 9 16 16 9 1 8 2 0 10 20 30 40 50 60 0 0, 25 ₀,5 0, 75 1 1, 25 ₁,5 1, 75 2 2, 25 ₂,5 2, 75 3 3, 25 ₃,5 3, 75 4 4, 25 ₄,5 5

PS2007/UFG - 2ª etapa 52 10 18 10 11 17 20 11 16 5 22 17 42 34 57 34 46 19 21 3 5 0 10 20 30 40 50 60 0 0, 25 0,5 _0,75 1 1, 25 1,5 _1,75 2 2, 25 2,5 _2,75 3 3, 25 3,5 _3,75 4 4, 25 4,5 _4,75 5

Literatura - Questão 8 - Direito PS2007/UFG - 2ª etapa 38 6 ₅ 7 ₅ 9 18 8 21 7 ₆ 14 16 21 20 18 11 8 ₇ 0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 0,25 0,5 0,75 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3 3,25 3,5 3,75 4 4,25 4,5

Nesta questão, a intenção era ressaltar que ambas as obras apresentam protagonistas cujas ações encaminham para a realização de projetos políticos relevantes na obra: a unificação de duas tribos no romance Ubirajara e o ideário precoce de libertação nacional personificado pelo herói da peça teatral Calabar. Tratou-se de uma questão comparativa, em que o candidato deveria identificar os projetos políticos de cada protagonista. Exigia-se do candidato a capacidade de aproximar e de analisar contextos narrativos diferentes e perceber aspectos ideológicos convergentes, uma vez que ambos visavam atingir um resultado político, concreto ou utópico, que afetava a vida da coletividade representada em cada obra. O desempenho dos candidatos reflete o nível de complexidade da questão.

▬▬ QUESTÃO 9 ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

Leia as estrofes do poema “O prato azul-pombinho”, de Cora Coralina. Minha bisavó – que Deus a tenha em glória –

sempre contava e recontava em sentidas recordações de outros tempos a estória de saudade daquele prato azul-pombinho. Era uma estória minuciosa. Comprida, detalhada. Sentimental.

Puxada em suspiros saudosistas E ais presentes.

E terminava, invariavelmente, depois do caso esmiuçado: “– Nem gosto de lembrar disso...” É que a estória se prendia Aos tempos idos em que vivia Minha bisavó

Que fizera deles seu presente e seu futuro. [...]

CORALINA, Cora. Melhores poemas de Cora Coralina. Seleção de Darci F. Denófrio. São Paulo: Global, 2004. p. 47.

(11)

De acordo com a leitura dos fragmentos, explicite: a) A lembrança a que o eu poético faz alusão.

RE: O prato azul-pombinho OU a quebra do prato azul-pombinho, última peça do aparelho de

jantar da família. (2,0

pontos)

b) Como são construídos os traços épico e lírico.

RE: O épico é construído pelo ato de a bisavó contar e recontar estórias minuciosas, compridas e detalhadas de outros tempos. O lírico é construído sob ótica subjetiva. OU o lírico é construído pelas estórias que eram contadas por recordações saudosas. OU o lírico é construído pelo passado que se mescla ao presente e ao futuro. (3,0 pontos)

Literatura - Questão 9 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 0 0, 25 ₀,5 0, 75 1 1, 25 ₁,5 1, 75 2 2, 25 ₂,5 2, 75 3 3, 25 ₃,5 3, 75 4 4, 25 ₄,5 4, 75 5 Notas

Literatura - Questão 9 - Engenharia Civil PS2007/UFG - 2ª etapa 20 1 14 2 17 14 29 8 26 12 20 8 21 16 15 1012 5 10 2 2 0 5 10 15 20 25 30 35 0 0, 25 0,5 _0,75 1 1, 25 1,5 _1,75 2 2, 25 2,5 _2,75 3 3, 25 3,5 _3,75 4 4, 25 4,5 _4,75 5

PS2007/UFG - 2ª etapa 5 ₃ ₃ 1 14 7 29 16 19 9 53 25 31 19 36 31 56 46 43 22 2 0 10 20 30 40 50 60 0 0, 25 _0,5 0, 75 1 1, 25 _1,5 1, 75 2 2, 25 _2,5 2, 75 3 3, 25 _3,5 3, 75 4 4, 25 _4,5 4, 75 5

Literatura - Questão 9 - Direito PS2007/UFG - 2ª etapa 11 4 4 9 9 19 5 20 3 28 5 24 11 19 5 33 17 17 2 0 5 10 15 20 25 30 35 0 0,25 0,5 1 1,25 1,5 1,75 2 2,25 2,5 2,75 3 3,25 3,5 3,75 4 4,25 4,5 4,75

A questão exigia do candidato a identificação e interpretação de recursos estilísticos da coletânea de poesia de Cora Coralina, cujo poema destacado foi “O prato azul - pombinho”. O primeiro tópico do enunciado apontou para uma exploração intratextual direta, em que a apresentação do fragmento objetivava oferecer elementos para o candidato responder à questão. O segundo tópico amplia a perspectiva sobre o poema, colocando-o no campo de preocupações teóricas, no que diz respeito à questão de hibridização de lírica e de narrativa, tema recorrente em fortuna crítica da poetisa. A questão demonstra certa complexidade estrutural por exigir capacidade de interpretar, relacionar e explicar o entrelaçamento de gêneros presentes no poema, sem, no entanto, tornar-se difícil em relação ao conteúdo proposto, tal como se observa nos gráficos apresentados.

(12)

▬▬▬ QUESTÃO 10 ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

Leia os fragmentos do poema “Violões que choram...”, de Cruz e Sousa. [...]

Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias dos violões, vozes veladas, Vagam nos velhos vórtices velozes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. [...]

Velhinhas quedas e velhinhos quedos, Cegas, cegos, velhinhas e velhinhos, Sepulcros vivos de senis segredos, Eternamente a caminhar sozinhos; [...]

SOUSA, Cruz e. Broquéis, Faróis e Últimos sonetos. 2ª. ed. reformulada. São Paulo: Ediouro, 2002. p. 78 e 81. (Coleção Super Prestígio).

Com base na leitura desses fragmentos, explicite a figura de linguagem predominante nas estrofes e explique sua função na estética simbolista.

RE: A figura é aliteração OU figura de repetição de consoantes OU figura de repetição de

fonemas consonantais, cuja função é intensificar a musicalidade OU a melodia OU o tom musical OU o caráter musical dos versos, criando um efeito de sugestão do violão OU da música do violão OU das cordas do violão OU criando um efeito de vaguidão que conota o tema

do poema simbolista . (5,0 pontos) Literatura - Questão 10 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 0 0, 2 5 0, 5 0, 7 5 1 1, 2 5 1, 5 1, 7 5 2 2, 2 5 2, 5 2, 7 5 3 3, 2 5 3, 5 3, 7 5 4 4, 2 5 4, 5 4, 7 5 5 Notas

Literatura - Questão 10 - Engenharia Civil PS2007/UFG - 2ª etapa 43 5 ₃ ₂ ₂ 7 36 14 12 12 6 5 87 8 7 1 8 5 1 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 0 ,2 5 0 ,5 0 ,7 5 1 1 ,2 5 1 ,5 1 ,7 5 2 2 ,2 5 2 ,5 2 ,7 5 3 3 ,2 5 3 ,5 3 ,7 5 4 4 ,5 5

Figura 39: Distribuição das notas da questão 10 dos candidatos presentes Figura 40: Distribuição das notas dos candidatos presentes – Engenharia Civil

Literatura - Questão 10 - Medicina PS2007/UFG - 2ª etapa 9 ₃ ₄ ₂ ₂ ₃ 19 _{9 14 3 8 10} 182 61 39 10 29 25 27 8 ₃ 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 0 0, 25 0,5 _0,75 1 1, 25 1,5 _1,75 2 2, 25 2,5 _2,75 3 3, 25 3,5 _3,75 4 4, 25 4,5 _4,75 5

Literatura - Questão 10 - Direito PS2007/UFG - 2ª etapa 15 3 3 1 2 20 8 7 6 ₂ 8 105 24 ₁₉ 4 8 3 3 4 0 20 40 60 80 100 120 0 0,25 0,5 0,75 1 1,5 _1,75 2 _{2,25 2,5 2,7}5 3 _{3,25 3,5 3,7}5 4 _{4,25 4,5 4,7}5

(13)

Análise da questão:

A questão explorou um poema de ampla divulgação “Violões que choram...” de Cruz e Sousa. O enunciado propunha duas solicitações. A primeira pedia a identificação da figura de linguagem predominante no fragmento do poema. A segunda vinculava o dado estrutural ao contexto estético em que o poema está inserido. O desempenho dos candidatos revela que a questão foi de difícil resolução pelo fato de requerer a explicitação da figura de linguagem predominante nas estrofes apresentadas e a explicação da função dessa figura de linguagem na estética simbolista.

(14)

PROVA DE REDAÇÃO – PS 2007

Esta parte do relatório mostra o desempenho dos 8992 candidatos que realizaram a prova de Redação do PS 2007. Inicialmente são apresentados três gráficos sobre a prova: o primeiro mostra a distribuição do total de candidatos da 2ª fase em relação às notas obtidas em Redação; o segundo contém a freqüência das notas de todos os candidatos que realizaram a prova e o terceiro mostra a freqüência das notas somente dos candidatos aprovados. Logo após há mais dois gráficos: o primeiro mostra a opção pelo gênero textual entre os presentes e os classificados e o segundo contém as notas e médias em cada critério de correção dos presentes e classificados. Na seqüência, temos a proposta da prova, os critérios de correção e os comentários da banca corretora sobre o desempenho dos candidatos.

Distribuição das notas de redação PS2007/UFG

0 5 10 15 20 25 30 35 40 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000

Figura 43: Distribuição das notas dos candidatos presentes de todos os GRUPOS

Frequência do desempenho em redação PS2007/UFG 8992 redações 0 200 400 600 800 1000 1200

(15)

Frequência do desempenho em redação PS2007/UFG 3621 redações - aprovados 1 3 5 6 7 14 13 34 48 69 98 14 4 18 8 22 4 28 8 309 37 0 34 9 ₃₆7 26 2 25 3 18 8 13 0 95 54 ₄₁ 19 16 ₇ ₆ 0 13 0 50 100 150 200 250 300 350 400 9 ₁₀ ₁₁ ₁₂ ₁₃ ₁₄ ₁₅ ₁₆ ₁₇ ₁₈ ₁₉ ₂₀ ₂₁ ₂₂ ₂₃ ₂₄ ₂₅ ₂₆ ₂₇ ₂₈ ₂₉ ₃₀ ₃₁ ₃₂ ₃₃ ₃₄ ₃₅ ₃₆ ₃₇ ₃₈ ₃₉ ₄₀

Figura 45: Freqüência do desempenho dos candidatos aprovados de todos os GRUPOS

Opção de Gênero Textual - Presentes

28,94% 13,89% 57,13% 0,03% Carta pessoal (C) Fábula (B)

Artigo de opinião (A) Branco

Figura 46: Opção textual dos candidatos presentes de todos os GRUPOS

Opção de Gênero Textual - Classificados

28,35% 13,67% 57,98% 0,00% Carta pessoal (C) Fábula (B)

Artigo de opinião (A) Branco

(16)

Quadro de notas e médias - Presentes 62,83% 53,66% 60,06% 62,17% 68,31% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00%

Tem a Coletânia Gênero textual Língua padrão Coes ão-coerência Média (%)

Figura 48: Quadro de notas e médias dos candidatos presentes de todos os GRUPOS

Quadro de notas e médias - Classificados

65,10% 55,82% 62,32% 70,09% 64,05% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00%

Tem a Coletânia Gênero textual Língua padrão Coes ão-coerência Média (%)

Figura 49: Quadro de notas e médias dos candidatos classificados de todos os GRUPOS

Instruções

A prova de redação apresenta três propostas de construção textual. Para produzir o seu texto, você deve escolher um dos gêneros indicados abaixo:

A – artigo de opinião B – fábula

C – carta pessoal

O tema é único para os três gêneros e deve ser desenvolvido segundo a proposta escolhida. A fuga do tema anula a redação. A leitura da coletânea é obrigatória. Ao utilizá-la, você não deve copiar trechos ou frases sem que essa transcrição esteja a serviço do seu texto.

(17)

Tema

Há padrões para ser feliz?

Coletânea

Felicidade não tem preço

Eu sonhei com um pote de ouro/ Meu lindo tesouro/ Pobreza nunca mais/ Sonho de menino, virei um grã-fino!

De quina pra Lua estou em cartaz/ O jogo da vida aprendi a ganhar/ Adeus pindaíba, chega de chorar! Oh! Felicidade me diz o teu preço/ Eu sei que mereço e posso pagar

Bem-me-quer meu bem querer!/ Vou comprar seu coração/ Tô pagando por um beijo/ Saciando meu desejo no baú da ilusão

Sou o dono do mundo/ Meu tempo é dinheiro, eu quero investir/ Nessa ciranda onde a grana fala alto Lá no céu tô perdoado, já paguei sem refletir/ Mas a realidade da desigualdade/ Me faz despertar Não quero essa falsa alegria/ Chega de hipocrisia, pois a vida é muito mais

A felicidade não tem preço/ Hoje reconheço que a riqueza se desfaz! Eu quero é viver, a vida gozar!/ Saber ser feliz e aproveitar

Rocinha encanta e mostra a verdade/ Dinheiro não compra a felicidade

ACADÊMICOS DA ROCINHA. Samba enredo 1990. Disponível em: <www. musicas.mus.br/letras> Acesso em: 6 nov. 2006. [...] Para Aristóteles, a causa final do homem, seu objetivo supremo é a felicidade. Ela não é um forte prazer que se esvai logo em seguida; ao contrário, deve ser algo perene e tranqüilo, sem excessos, pois o excesso faz com que uma boa ação torne-se seu oposto. Uma pessoa amável em demasia, por exemplo, não passa de um incômodo bajulador. Atingir a felicidade depende então de uma conduta moral moderada, sem excesso, baseada no que Aristóteles denomina “meio-termo”. Tal conduta deve ser forjada pelo hábito, de modo análogo ao atleta que se forma por repetidos exercícios. Habituar-se a uma boa conduta é ter bons costumes, e isso vale muito mais do que praticar uma série de ações isoladas. Tal hábito é adquirido, sobretudo, pelo exercício do intelecto, que no campo moral, aspira ao que é razoável. A felicidade, em suma, obtém-se por meio da vida contemplativa, uma vida intelectual sossegada, longe das perturbações do cotidiano. [...] Em o Sistema da Natureza, Paul Heinrich Thiry, barão de Holbach, defende teses materialistas: as matérias distinguem-se umas das outras por propriedades qualitativamente diferentes, e compõem todos os seres, cuja série ordenada é a natureza. Em tal série não há nenhuma causa final – mera superstição inventada por sacerdotes –, e se os homens buscam certos valores como fim é porque desejam o prazer e rejeitam a dor. Para Holbach, a religião, que impede a realização do prazer, é antinatural; o que importa é, contra isso, reorganizar e reformar a sociedade de tal maneira que cada um possa sentir prazer em desejar o bem estar dos outros.

HISTÓRIA DA FILOSOFIA. São Paulo: Nova Cultural, 2004. p. 63 e 268. (Coleção Os Pensadores). [Adaptado]. A felicidade começa no cérebro. Faça algo bem feito, receba um agrado ou um carinho ou ache graça em uma piada, e seu sistema de recompensa se encarrega de fazer com que as regiões do cérebro que cuidam de movimentos automáticos – aqueles que fazemos sem precisar pensar – estampem um belo sorriso em seu rosto. A neurociência explica: um trabalho recente mostrou que o sorriso genuíno já basta para ativar o córtex da insula, região do cérebro que nos dá sensações subjetivas como a do bem-estar. Ver alguém sorrir também funciona. Um sorriso no rosto de quem fala com você aciona as mesmas áreas do cérebro responsáveis pelo seu próprio sorriso. [...] É como se ver alguém sorrindo bastasse para você se sentir sorrindo por dentro também. Uma vez que seu cérebro repete por dentro o sorriso que ele vê por fora, o bem-estar do outro é contagiante. Felicidade gera felicidade: ela passa de um cérebro para o próximo por meio do sorriso.

HERCULANO – HOUZEL, Suzana. A beleza do sorriso. Folha de S. Paulo, São Paulo,17 ago. 2006, p. 5. Equilíbrio [Adaptado]. Em respostas obtidas na pesquisa do Datafolha, 76% dizem-se felizes e 22% se dizem mais ou menos felizes, e comparando os números aos obtidos quando tinham de falar da felicidade dos outros, ficamos surpresos com a diferença. Só 28% dos entrevistados vêem felicidade na vida desses outros, e 55% os acham mais ou menos felizes. Pode parecer paradoxal, mas não é absurdo. Quando falo da minha felicidade, falo de esperança e futuro. Quando falo dos outros, idealizo menos.

(18)

Com este objetivo de medir o grau de felicidade de uma população, a New Economics Foundation (NEF), em parceria com a organização ambiental Friends of the Earth, decidiu criar um ranking diferente: o índice Planeta Feliz (IPF). No total, 178 países se classificaram a partir de um critério curioso: a comparação entre a expectativa de vida, o sentimento de alegria na população e quantidade de recursos naturais consumidos no País. [...] O primeiro lugar, ficou com o desconhecido Vanuatu, um arquipélago no Oceano Pacífico, formado por 83 ilhas e com uma população total de 211 mil habitantes, que vivem da pesca, agricultura e de um turismo ainda pouco explorado. Para estar no topo do IPF, os vanuatenses preservam suas praias e florestas e se declaram satisfeitos com a própria vida. Inversamente, os países mais ricos do mundo, como Estados Unidos (150o_{) e França (129}o_{) ocupam as} últimas posições devido ao consumismo desenfreado de sua população, que destrói o ambiente e não é capaz de deixar seus cidadãos felizes. O Brasil ocupa a 63o_{colocação, coincidentemente a mesma} posição em que está no ranking de Desenvolvimento Humano da Organização das Nações Unidas (ONU).

Felicidade: é realmente possível atingi-la. Filosofia, ciência e vida. São Paulo: Escala, ano 1, n. 2, 2006. p. 36.[Adaptado]. Os manuais de auto-ajuda são exemplos de tirania. De pequenas tiranias consumidas por escravos dóceis e fiéis que acreditam em dois equívocos. O primeiro é conhecido: não existe manual de auto-ajuda que não apresente o infortúnio como um elemento estranho à condição humana. A tristeza é uma anormalidade, dizem. O fracasso não existe e, quando existe, deve ser imediatamente apagado, ordenam. Na sapiência dos manuais, a infelicidade não é um fato; é uma vergonha e uma proibição. O que implica o seu inverso: se a infelicidade é uma proibição, a felicidade é obrigatória por natureza. Obrigatória e radicalmente individual. Ela não depende da sorte, da contingência e da ação de terceiros: daqueles que fazem, e tantas vezes desfazem, o que somos e não somos. Depende, exclusiva, e infantilmente, de nós.

COUTINHO, João Pereira. O direito à infelicidade. Folha de S. Paulo, São Paulo, 30 ago. 2006, p. E2.

Daniel Gilbert, professor de psicologia da Universidade de Harvard, levanta uma bela questão: estamos apostando todas as nossas fichas em lugares errados na tentativa de sermos felizes. Fazemos planos de comprar uma casa, ter filhos, ganhar mais dinheiro, ser mais reconhecidos profissionalmente, uma série de outros projetos que, para ele, não serão necessariamente sinônimo de felicidade no futuro. Gilbert propõe o seguinte exercício: “Pense que você só tem mais 10 minutos de vida. O que faria com esse tempo?” [...] Imagine quais seriam suas respostas – segundo Gilbert, elas vão retratar exatamente tudo o que você dá valor hoje em dia. É de arrepiar.

SGARIONI, Marina. A tal felicidade. Emoção e inteligência. São Paulo: Abril. n. 9, 2006. p. 61. [Adaptado].

Gilbert descarta rapidamente a idéia de que os antigos têm o monopólio sobre a sabedoria com relação à felicidade, em parte porque as vidas deles eram fundamentalmente diferentes das nossas. Como diz, nós raramente pensamos sobre o fato de que quase todos nós temos três grandes decisões a tomar: onde viver, o que fazer, e com quem casar. Mas estamos entre os primeiros seres humanos a exercer esse direito de escolha. Ao longo da maior parte da história documentada, as pessoas viviam na região em que nasciam, faziam o que seus pais faziam, e se casavam de acordo com suas religiões, castas ou por influência da geografia. [...] As revoluções agrícola, industrial e tecnológica deflagraram uma explosão de liberdade pessoal que nossos ancestrais nunca exerceram e, como diz Gilbert, “pela primeira vez a felicidade está em nossas mãos”. [...] De modo semelhante, continuamos a nos esforçar para adquirir carros maiores ou amantes melhores, mesmo quando a experiência nos ensina que nos adaptaremos rapidamente aos novos encantos e que eles não nos tornarão mais felizes. “Os psicólogos definem esse processo como ‘habituação’, os economistas empregam o termo ‘utilidade marginal declinante’ e o resto de nós usa a palavra ‘casamento’”, diz Gilbert. [...] Os pesquisadores acreditam que entre 50% e 80% da variação entre os diferentes médios níveis de felicidade que as pessoas ostentam pode ser explicada pelos seus genes, e não pelas experiências de vida pelas quais elas passam.

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Propostas de redação

A — ARTIGO DE OPINIÃO

O artigo de opinião é um texto escrito para ser publicado em jornais e revistas, e traz reflexões a respeito de um tema atual de interesse do grande público. Nesse gênero, o autor desenvolve um ponto de vista a respeito do tema com argumentos sustentados por informações e opiniões que se complementam ou se opõem. No texto, predominam seqüências expositivo-argumentativas.

Escreva um artigo de opinião para um jornal local, discutindo a necessidade e a imposição de um padrão de felicidade. Defenda seu ponto de vista, apresentando argumentos que o sustentem e que possam refutar outros pontos de vista.

B — FÁBULA

A fábula é uma narrativa ficcional curta cuja mensagem pode ser sintetizada em uma moral no final do texto, ou seja, um ensinamento encerra uma lição. Suas personagens, geralmente animais, representam características e sentimentos humanos e é comum o diálogo entre elas.

Escreva uma fábula em que as personagens (animais) vivam um conflito ao saberem que só têm uma semana de vida. A história que você vai criar deve apresentar as personagens vivendo o drama da busca pela felicidade nos seus últimos momentos de existência. Isso deve ser evidenciado por meio de ações, convicções, comportamentos, relacionamentos e desejos das personagens. A moral da história deve transmitir um ensinamento a respeito do que significa ser feliz.

C – CARTA PESSOAL

A carta pessoal é um gênero utilizado para comunicar a amigos ou familiares notícias ou assuntos de interesse comum, de forma mais longa e detalhada.

Imagine que você seja um jornalista em viagem pelo arquipélago de Vanuatu e decide morar definitivamente naquele lugar. Escreva uma carta a algum familiar ou amigo, comunicando a sua decisão. Argumente em favor de sua escolha, procurando convencer o seu interlocutor de que naquele lugar, entre os muitos que já conheceu como correspondente internacional, você encontrou verdadeiras razões para ser feliz. Para escrever sua carta, considere as características interlocutivas próprias desse gênero.

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CRITÉRIOS DE CORREÇÃO DA PROVA DE REDAÇÃO

I – ADEQUAÇÃO

A- ao tema = 0 a 8 pontos

B- à leitura da coletânea = 0 a 8 pontos C- ao gênero textual = 0 a 8 pontos D- à modalidade = 0 a 8 pontos

II – COESÃO – COERÊNCIA = 0 a 8 pontos

▬▬▬ I – ADEQUAÇÃO ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

Adequação ao tema

Desempenho Critério Pontos

Nulo Fuga ao tema (anula a redação). 0

Fraco Mínima articulação das idéias em relação ao desenvolvimento do tema, segundo a proposta escolhida.

Uso inapropriado das informações textuais ou extratextuais.

2

Regular Articulação limitada das idéias em relação ao desenvolvimento do tema, segundo a proposta escolhida.

Uso limitado das informações textuais ou extratextuais.

4

Bom

Considerações satisfatórias: exploração de algumas possibilidades de idéias entre as várias que o tema favorece, segundo a proposta escolhida.

Uso satisfatório das informações textuais ou extratextuais. Indícios de autoria.

6

Ótimo

Reflexões que levem à exploração das variadas possibilidades de idéias que a proposta de tema favorece, segundo a proposta escolhida.

Uso crítico das informações textuais e extratextuais. Extrapolação do recorte temático.

Evidência de autoria.

8

Adequação à leitura da coletânea

Nulo Desconsideração ou cópia da coletânea. 0

Fraco Uso inapropriado das informações da coletânea.

Emprego excessivo de elementos transcritos da coletânea. 2 Regular

Uso limitado das informações da coletânea (parcial e superficial).

Uso de transcrição e de paráfrases sem demonstração de um exercício de autoria.

Leitura ingênua.

(21)

Bom

Uso satisfatório das informações da coletânea (abrangente e interpretativo). Percepção de pressupostos e subentendidos.

Citação direta e indireta (paráfrase) consistente com o projeto de texto. Identificação de pontos de vista presentes na coletânea.

Indícios de intertextualidade.

6

Ótimo

Extrapolação da coletânea: relação entre as informações da coletânea e outras fontes de referência (intertextualidade e interdiscursividade).

Percepção e exploração de pressupostos e subentendidos. Leitura crítica (relação entre informações e pontos de vista).

8

Adequação ao gênero textual

Artigo de opinião

Nulo O texto não corresponde a um artigo de opinião. 0

Fraco

Listagem de comentários sem articulação entre si.

Ausência das marcas de argumentação e de sustentação do ponto de vista. Afirmações sem sustentação lógica ou factual.

Ausência de projeto de texto.

Ausência de mobilização dos aspectos enunciativos: suporte (jornal local); papel do locutor e do interlocutor.

2

Regular

Articulação em torno de uma idéia central.

Afirmações convergentes com sustentação lógica ou factual.

Uso limitado dos recursos argumentativos (citação, ironia, exemplificação, negação, comparação etc.) e de sustentação do ponto de vista.

Indício de projeto de texto.

Mobilização regular dos aspectos enunciativos: suporte (jornal local); papel do locutor e do interlocutor.

4

Bom

Apresentação e sustentação de diferentes pontos de vista.

Afirmações convergentes e divergentes com sustentação lógica ou factual. Uso adequado dos recursos argumentativos (citação, ironia, exemplificação, negação, comparação, depoimentos, dados, retrospectivas históricas etc.) a serviço do projeto de texto.

Mobilização satisfatória dos aspectos enunciativos: suporte (jornal local); papel do locutor e do interlocutor.

6

Ótimo

Discussão ou reflexão sobre diferentes pontos de vista.

Uso crítico dos argumentos e contra-argumentos a serviço do projeto de texto. Exploração consciente dos recursos argumentativos (citação, ironia,

exemplificação, negação, comparação, depoimentos, dados, retrospectivas históricas etc.) com vistas ao enriquecimento do projeto de texto.

Mobilização excelente dos aspectos enunciativos: suporte (jornal local); papel do locutor e do interlocutor.

8

(22)

Nulo O texto não corresponde a uma fábula. 0

Fraco

Ausência de projeto de texto. Ausência da moral da história. Relato fragmentado de fatos.

Uso precário de elementos constitutivos das seqüências descritivas, narrativas e explicativas.

Não mobilização das diferentes vozes enunciativas (narrador, personagens) em discursos direto e indireto.

2

Regular

Presença de uma linha narrativa tênue que evidencie indícios de estabelecimento de um conflito.

Indícios de projeto de texto.

Construção inapropriada da moral da história.

Indícios de elementos constitutivos das seqüências descritivas, narrativas explicativas (operação com narrador, personagens, situações, tempo, espaço etc).

Mobilização limitada das diferentes vozes enunciativas (narrador, personagens) em discursos direto e indireto.

Indícios de progressão temporal entre os acontecimentos relatados.

4

Bom

Presença de uma linha narrativa que evidencie o estabelecimento de um conflito.

Projeto de texto definido.

Construção apropriada da moral da história.

Presença de elementos constitutivos das seqüências descritivas, narrativas e explicativas (operação com narrador, personagens, figuratividade, situações, tempo, espaço etc).

Mobilização apropriada das diferentes vozes enunciativas (narrador, personagens) em discursos direto e indireto.

Marcas de progressão temporal entre os acontecimentos relatados.

6

Ótimo

A linha narrativa evidencia um desenvolvimento consciente do conflito, movendo toda a trama da história.

Projeto de texto consciente.

Moral da história construída de modo a promover reflexões a respeito do tema. Trabalho consciente com elementos constitutivos das seqüências descritivas, narrativas e explicativas (operação com narrador, personagens, figuratividade, situações, tempo, espaço etc).

Mobilização consciente das diferentes vozes enunciativas (narrador, personagens) em discursos direto e indireto.

Organização consciente da progressão temporal, indicando posterioridade, concomitância e anterioridade entre os episódios relatados.

8

(23)

Nulo O texto não corresponde a uma carta pessoal. 0

Fraco

Ausência de projeto de texto.

Listagem de comentários sem articulação entre si. Uso precário de marcas de interlocução.

Afirmações sem sustentação lógica ou factual. 2

Regular

Indício de projeto de texto.

Presença de uma linha argumentativa tênue que evidencie as razões da decisão tomada pelo locutor.

Uso limitado de recursos para persuadir o interlocutor a aceitar a decisão do locutor. Seleção limitada de fatos, motivos que justifiquem a decisão do locutor.

Recuperação inapropriada dos fatos motivadores da elaboração da carta.

Construção limitada da imagem do interlocutor e de estratégias de convencimento. Uso limitado dos recursos argumentativos (citação, ironia, exemplificação, negação, comparação etc) revelado na presença de seqüências descritivas, narrativas, explicativas e argumentativas.

4

Bom

Projeto de texto definido.

Presença de uma linha argumentativa que evidencie as razões da decisão tomada pelo locutor.

Uso adequado de recursos para persuadir o interlocutor a aceitar a decisão do locutor. Construção da imagem do interlocutor e de estratégias de convencimento.

Seleção adequada de fatos, motivos que justifiquem a decisão do locutor. Recuperação apropriada dos fatos motivadores da elaboração da carta.

Uso adequado dos recursos argumentativos (citação, ironia, exemplificação, negação, comparação etc) revelado na presença de seqüências descritivas, narrativas,

explicativas e argumentativas.

6

Ótimo

Projeto de texto consciente.

Presença de uma linha argumentativa consistente que evidencie as razões da decisão tomada pelo locutor.

Uso consciente de recursos para persuadir o interlocutor a aceitar a decisão do locutor. Construção elaborada da imagem do interlocutor e de estratégias de convencimento. Seleção adequada de fatos, motivos que justifiquem a decisão do locutor e que evidenciem uma análise crítica do tema.

Recuperação apropriada dos fatos motivadores da elaboração da carta como um recurso consciente de persuasão.

Uso consciente dos recursos argumentativos (citação, ironia, exemplificação, negação, comparação etc) revelado na presença de seqüências descritivas, narrativas,

explicativas e argumentativas.

8

Adequação à modalidade

Nulo Problemas generalizados e recorrentes de morfologia, sintaxe e ortografia.

Uso de linguagem iconográfica 0

Fraco Desvios sistemáticos da modalidade escrita (vocabulário, elementos dos níveis

(24)

Predominância indevida da oralidade.

Linguagem inapropriada ao gênero escolhido (recursos iconográficos, tabelas, gráficos etc.)

Regular

Desvios recorrentes da modalidade escrita (vocabulário, elementos dos níveis morfossintático, semântico e pragmático).

Interferência indevida da oralidade na escrita. 4 Bom

Uso satisfatório dos recursos lingüísticos, apresentando desvios eventuais (vocabulário, elementos dos níveis morfossintático, semântico e pragmático). Uso adequado das estruturas da oralidade na escrita.

6

Ótimo

Uso excelente dos recursos lingüísticos (vocabulário, elementos dos níveis

morfossintático, semântico e pragmático), demonstrando competência no manejo da modalidade escrita.

Exploração dos níveis de linguagem a serviço do projeto de texto.

8

▬▬▬ II – COESÃO – COERÊNCIA ▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

Nulo Texto caótico (sem organização, sem sentido etc.) 0

Fraco

Texto com problemas de predicação, de construção frasal, de paragrafação e de lexicalização (impropriedade vocabular), constituindo uma seqüência de frases desarticuladas.

Uso inapropriado da pontuação e dos elementos de articulação textual. Problemas lógico-semânticos: tautologia, contradição, ambigüidade.

2

Regular

Texto com problemas de paragrafação.

Uso assistemático da pontuação e dos elementos de articulação textual.

Problemas lógico-semânticos não recorrentes como tautologia, contradição, generalização indevida, ambigüidade não-intencional.

Uso de linguagem inadequada à pessoa do locutor ou do interlocutor.

4

Bom

Domínio do desenvolvimento paragráfico.

Uso apropriado do sistema de pontuação e dos elementos de articulação textual. Uso apropriado de recursos lógico-semânticos: inferência, ambigüidade intencional, referências compartilhadas, generalização pertinente etc.

Uso de linguagem adequada à pessoa do locutor ou do interlocutor.

6

Ótimo

Uso apropriado de paragrafação, construção frasal (períodos), predicação e lexicalização/referenciação.

Uso figurativo-estilístico das variedades lingüísticas.

Uso de linguagem adequada à pessoa do locutor ou do interlocutor, de modo a valorizar o tipo de interação estabelecida.

Domínio do sistema de pontuação e dos elementos de articulação textual.

Uso excelente de recursos lógico-semânticos: inferência, ambigüidade intencional, referências compartilhadas, generalização pertinente etc.

8

(25)

A partir dos objetivos que norteiam o candidato na realização da prova de Redação, considera-se que ele deva reconhecer características e especificidades dos gêneros discursivos; produzir textos coerentes, considerando o papel de locutor, de interlocutor, o lugar e o momento da interação verbal; depreender nos textos a funcionalidade de diferentes gêneros discursivos e o seu contexto de produção e recepção; produzir efeitos de sentido nos textos por meio de marcas, lingüísticas e discursivas, explícitas e implícitas.

No que concerne aos conhecimentos específicos, a prova de Redação procura contemplar características dos diferentes discursos (político, acadêmico, publicitário, narrativo, poético, argumentativo, jornalístico etc.); recursos argumentativos; estabelecimento e recuperação da referência textual; progressão seqüencial do texto; fatores de textualidade (coesão, coerência, intertextualidade, informatividade, intencionalidade, aceitabilidade, situacionalidade); gêneros discursivos e sua funcionalidade e os níveis de linguagem.

O tema da Redação do Processo Seletivo de 2007, pela sua atualidade, possibilitou a construção de embates no próprio texto, a partir da diversidade de concepções acerca dos padrões para ser feliz. Além disso, exigiu uma mobilização de outros saberes numa postura mais interdisciplinar e intertextual. O desempenho em relação a esse item foi considerado satisfatório, pois a maioria dos candidatos alcançou uma média suficiente para a classificação, como se verifica no quadro de notas e médias. Outro aspecto relevante é o fato de que um número bem reduzido de candidatos teve sua prova anulada por fuga ao tema (gráfico de freqüência do desempenho nas redações do PS 2007/ 8992 redações). Conclui-se que o tema foi acessível à grande maioria dos candidatos.

A coletânea possibilitou aos candidatos a leitura de diferentes textos sobre o tema proposto. Com isso, esperou-se que o candidato fizesse uso das informações desses textos de forma abrangente e interpretativa; percebesse os pressupostos e subentendidos; identificasse pontos de vista presentes nos textos e fosse capaz de realizar uma leitura intertextual. Como se observa no quadro de notas e médias, um pouco mais da metade dos classificados alcançou a metade dos pontos nesse quesito, o que demonstra certa deficiência de leitura e interpretação ou o não uso das informações contidas na coletânea.

A prova de Redação ofereceu três diferentes gêneros do discurso para que o candidato realizasse sua escolha para o desenvolvimento do tema, quais sejam:

a) artigo de opinião: foi exigido que o candidato desenvolvesse um ponto de vista a respeito do

tema com argumentos sustentados por informações e opiniões que se complementassem e/ou se opusessem. Foi pedido que o candidato escrevesse um artigo de opinião para um jornal local em que discutisse a necessidade e a imposição de um padrão de felicidade e defendesse seu ponto de vista, apresentando argumentos que pudessem sustentá-lo, como também refutasse outros pontos de vista. Esperava-se que o candidato mobilizasse satisfatoriamente os aspectos enunciativos como: suporte (jornal local), o papel do locutor e o do interlocutor, bem como explorasse os recursos argumentativos (citação, ironia, exemplificação, negação, comparação, depoimentos, dados, retrospectivas históricas etc.) a serviço de seu projeto de texto.

b) fábula: o candidato deveria produzir uma narrativa ficcional curta que pudesse ser sintetizada em

uma moral ou em um ensinamento que encerrasse uma lição. O candidato deveria escrever uma fábula em que as personagens (animais) vivessem um conflito ao saberem que só teriam uma semana de vida. A trama deveria contemplar o drama das personagens na busca pela felicidade em seus últimos momentos de existência. Era esperado que o candidato fosse capaz de construir uma linha narrativa que evidenciasse um desenvolvimento consciente do conflito, movendo toda a trama da história. Esperava-se, também, que o candidato mobilizasse as diferentes vozes enunciativas (narrador, personagens), organizasse a progressão temporal, indicando posterioridade, concomitância e anterioridade entre os episódios relatados e trabalhasse conscientemente com os elementos constitutivos das seqüências descritivas, narrativas e explicativas (operação com narrador, personagens, figuratividade, situações, tempo, espaço etc.).

(26)

c) carta pessoal: esperava-se, com este gênero, que o candidato produzisse uma carta pessoal,

com o objetivo de comunicar a amigos ou familiares a sua decisão em morar definitivamente numa ilha. Nessa carta, o candidato deveria argumentar em favor de sua escolha, procurando convencer o seu interlocutor de que, naquele lugar, entre os muitos que já conhecera como correspondente internacional, ele encontrou verdadeiras razões para ser feliz. O candidato, para escrever sua carta, deveria considerar as características interlocutivas próprias desse gênero, seguir uma linha argumentativa que evidenciasse as razões da decisão tomada pelo locutor, usar conscientemente os recursos de persuasão, de argumentação e estratégias de convencimento, selecionando fatos, motivos que justificassem a decisão do locutor e evidenciassem uma análise crítica do tema.

A partir das notas e médias apresentadas nos resultados da avaliação, a maioria dos candidatos alcançou um pouco mais da metade da nota atribuída ao item gênero. Isso é um indicativo de que os candidatos não possuem um conhecimento sistematizado do que sejam os gêneros propostos pela prova. Entretanto, esse item não é decisivo na classificação dos candidatos, pois a porcentagem dos classificados em relação à dos presentes manteve-se praticamente a mesma.