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Conteúdos matemáticos inseridos na OBMEP: principais dificuldades encontradas pelos alunos do 8º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública

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Academic year: 2021

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XVI Semana Acadêmica, VII Encontro Regional de Educação Matemática e III Encontro de pós-graduação lato-sensu em

Educação e Educação Matemática: A Matemática, suas áreas e aplicações

22 a 25 de outubro de 2019

Conteúdos matemáticos inseridos na OBMEP: principais

dificuldades encontradas pelos alunos do 8º ano do Ensino

Fundamental de uma escola pública

Larissa Santos Barbosa 1

Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - Unifesspa larissa.barbosa@unifesspa.edu.br Gabriela Silva do Monte 2

Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - Unifesspa gabrieladomonte@unifesspa.edu.br

Maria Margarete Delaia 3

Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - Unifesspa mdelaia@unifesspa.edu.br

Resumo

A pesquisa surge da seguinte inquietação: quais as principais dificuldades encontradas pelos alunos do 8º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública para a aprendizagem de conteúdos matemáticos inseridos na OBMEP? Procurando respondê-la traçamos como objetivo geral: identificar e analisar as principais dificuldades encontradas pelos alunos do 8º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública para a aprendizagem de conteúdos matemáticos inseridos na OBMEP, visando subsidiar a elaboração de ações que contribuam para a melhoria desse processo. Foi utilizada a abordagem metodológica quantitativa e qualitativa, por meio de questionários, entrevistas e observações. Para fundamentação teórica, foram utilizados a Base Nacional Comum Curricular – BNCC (2018), Alves (2010), Martins (2015) e Teston e Coelho (2016). Dentre os resultados encontrados é importante destacar que a principal dificuldade, apresentada pela maioria dos participantes da pesquisa, é compreender e desenvolver cálculos em relação as operações básicas da Matemática.

Palavras-chave: Ensino-aprendizagem; Matemática; OBMEP.

1. Introdução

A maioria das pessoas considera a Matemática de entendimento muito difícil, e isso é percebido, principalmente, na educação básica. A escola, entretanto, preocupa-se em possibilitar que seus alunos cumpram todos os conteúdos disponíveis da matriz curricular.

1 Graduanda em Licenciatura em Matemática - Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará 2 Graduanda em Licenciatura em Matemática - Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará

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Criada em 2005, a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas - OBMEP, objetiva propiciar aos educandos um estímulo para aprender matemática e identificar talentos nessa área de conhecimento (IMPA, 2019).

Nesse enfoque, esta pesquisa surge da seguinte inquietação: quais as principais dificuldades encontradas pelos alunos do 8º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública para a aprendizagem de conteúdos matemáticos inseridos na OBMEP? No intuito respondê-lo, traçamos como objetivo geral: identificar e analisar as principais dificuldades encontradas pelos alunos do 8º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública para a aprendizagem de conteúdos matemáticos inseridos na OBMEP, visando subsidiar a elaboração de ações que contribuam para a melhoria desse processo.

2. Materiais e Métodos

Nesse estudo, utilizou-se as abordagens metodológicas quantitativa e qualitativa. Para os alunos, foram aplicados: questionários, atividades diagnóstico, com conteúdos matemáticos inseridos na OBMEP, e realizadas observações. Todas as informações obtidas por meio desses instrumentos foram, cuidadosamente, tabuladas e registradas.

Outra fonte para coleta de dados da pesquisa foi a entrevista semiestruturada com o docente de Matemática responsável pela turma. Essa entrevista teve a mesma finalidade dos questionários aplicados aos alunos, mas sob a ótica do docente. Realizou-se na sala dos professores, sendo este o lugar com menos ruídos e interferências de outros sujeitos. As informações coletadas por meio desse instrumento, foram gravadas em áudio e transcritas, com consentimento da professora, por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Os dados coletados, por meio dos instrumentos utilizados na pesquisa, ainda estão sendo analisados e interpretados pelas autoras, partindo de pressupostos teóricos de autores que falam sobre a temática e alguns dos principais resultados serão apresentados e discutidos a seguir:

3. Resultados e discussão

A pesquisa pautou-se nas cinco unidades temáticas da BNCC, a priori em conteúdos específicos da série em questão.

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Ao analisar a unidade temática Números, a maioria dos participantes dessa pesquisa afirmou tê-la estudado, no entanto indicou possuir dificuldades, tais como: desenvolver cálculos, questões envolvendo divisão e divisão com números decimais.

Vale destacar, que é provável que o motivo para essas dificuldades pode ser devido o desinteresse dos alunos, como exprime a professora, quando questionada sobre as maiores dificuldades encontradas em sala de aula, que existe “falta de interesse [...] há conversas paralelas em sala de aula, falta de atenção e também à base, não sendo culpa da professora anterior [...]. Há, também a tarefa dos pais que deveriam acompanha-los diariamente” (PROFESSORA, 2019).

Como reflexo da fala da professora, em relação aos que disseram ter dificuldades, existem aqueles que ressaltaram ter desconhecimento completo do assunto. Nesse contexto, Alves (2010, p. 12) ressalta que “[...] o papel que o professor desempenha é fundamental na aprendizagem e a metodologia de ensino por ele adotado é determinante para o comportamento dos estudantes”.

Outros alunos afirmaram ter dificuldades de desenvolver questões envolvendo multiplicação e potenciação. Isto pode ser devido, conforme as observações em sala, além da base não consolidada, a falta de interesse, visto que a multiplicação, por exemplo, é um conteúdo que estar presente desde os anos iniciais do fundamental, conforme BNCC, e como a potenciação envolve multiplicação, é possível que a dificuldade nesse conteúdo seja decorrente do mesmo motivo. As dificuldades, também, podem ser justificadas pelo fato de não conseguirem relacionar os conteúdos estudados com situações do cotidiano, pois “[...] o ambiente de aprendizagem diz respeito a todas as condições de aprendizagens proporcionadas aos educandos, tais como: ambiente físico, recursos, propostas metodológicas, entre outras” (SKOVSMOSE apud MARTINS, 2015, p. 30).

Ao analisar a unidade temática Álgebra, a maioria dos alunos afirmou tê-la estudado. Dentre os conteúdos, apontaram: variações de grandezas (diretamente proporcionais, inversamente proporcionais ou não proporcionais; associação de uma equação linear de 1º grau a uma reta no plano cartesiano; sistema de equações polinomiais

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de 1º grau (resolução algébrica e representação no plano cartesiano); e equação polinomial de 2º grau.

No entanto, alguns dos sujeitos afirmaram não terem estudado a temática, o que gera preocupação, pois de acordo com a BNCC (BRASIL, 2018, p. 270), “no Ensino Fundamental – Anos Finais, os estudos de Álgebra retomam, aprofundam e ampliam o que foi trabalhado no Ensino Fundamental – Anos Iniciais”. Portanto, entende-se que eles estudam essa temática desde os anos iniciais do Ensino Fundamental, e deveriam saber desses conteúdos, que só se acumulam nas séries posteriores.

Com o objetivo de evidenciar as dificuldades na unidade temática Geometria, constatou-se que a maioria dos sujeitos pesquisados tem dificuldade em compreender os conteúdos trabalhados, desenvolver questões envolvendo medidas, construções geométricas e ângulos e desenvolver cálculos. A justificativa, de acordo com as observações realizadas, pode ser devida a falta de atenção/interesse no momento da abordagem dos conteúdos, além de lacunas de aprendizagens de conteúdos necessários para baseá-los.

Nesse enfoque, Perrenoud (apud TESTON; COELHO, 2016, p. 11) afirma que:

Para a maioria dos professores, a mente do aluno permanece uma caixa preta, na medida em que o que aí se passa não é diretamente observável. É difícil reconstituir todos seus processos de raciocínio, de compreensão, de memorização, de aprendizagem a partir daquilo que diz ou faz o aluno, porque nem todo funcionamento se traduz em condutas observáveis e porque a interpretação destas últimas mobiliza uma teoria inacabada da mente e do pensamento, das representações, dos processos de assimilação e de acomodação, de diferenciação, de construção, de equilíbrio das estruturas cognitivas.

Na mesma direção, analisou-se a unidade temática Grandezas e Medidas, em que a maioria dos pesquisados afirmou ter estudado áreas de figuras planas. No entanto muitos alunos afirmaram não terem estudado essa temática. Isso é preocupante, pois considerando que é uma das unidades temáticas que consta na BNCC, e a professora afirma ter trabalhado, salientando que, “se é 6º ano, tem que seguir o conteúdo que nos deram, não podemos inventar conteúdo” (PROFESSORA, 2019). Assim, anos finais do Ensino Fundamental,

[...] a expectativa é a de que os alunos reconheçam comprimento, área, volume e abertura de ângulo como grandezas associadas a figuras geométricas e que

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consigam resolver problemas envolvendo essas grandezas com o uso de unidades de medida padronizadas mais usuais. Além disso, espera-se que estabeleçam e utilizem relações entre essas grandezas e entre elas e grandezas não geométricas, para estudar grandezas derivadas como densidade, velocidade, energia, potência, entre outras (BRASIL, 2018, p. 273).

Vale ressaltar, conforme as observações em aula, que problemas de aprendizagens nessa temática, possam ser justificados pelo desinteresse e/ou dificuldades de interpretação. A professora disse que procura variar a metodologia utilizada em aula, registrando que “quando é possível, eu venho com eles para a sala de vídeo [...] por exemplo, trago algo lúdico para eles verem: gráficos e figuras geométricas. Assim é mais fácil visualizar [...]” (PROFESSORA,2019).

Na unidade temática Probabilidade e Estatística, muitos alunos informaram não ter tido nenhum contato com a temática. No entanto, pode ser que eles tenham tido algum contato, porém não a reconhecem pelas mesmas dificuldades que permeiam nas unidades temáticas anteriores. Corrobora Lorenzato (apud ALVES, 2010, p. 12) que “[...] o sucesso dos estudantes diante aos desafios matemáticos depende da relação estabelecida desde os primeiros dias escolares entre a Matemática e o aluno”.

Nesse sentido, vale ressaltar que alguns alunos não souberam identificar quais eram as dificuldades em relação a essa unidade temática, enquanto que outros disseram ter dificuldade em compreender os conteúdos trabalhados, questões envolvendo organização dos dados de uma variável contínua em classes e em desenvolver os cálculos, principalmente envolvendo a soma, o que é alarmante e preocupante, uma vez que são conteúdos fundamentais para a vida desses alunos, onde esses assuntos são inseridos em séries posteriores e em vestibulares.

4. Considerações finais

A partir dos resultados obtidos na pesquisa, foi possível registrar que as principais dificuldades encontradas pelos participantes foram: resolução de adição, multiplicação, potências, divisão e variação de grandezas. Vale ressaltar, que esses conteúdos são básicos e abordados desde os anos iniciais, e no 8° ano não são mais estudados de forma isolada/específica, mas sim, introduzidos a outros conteúdos destinados a esse ano, o que

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demonstra que os sujeitos dessa pesquisa possuem sérias lacunas de conhecimento necessárias as etapas posteriores da educação. E, o que é mais preocupante é que se trata de operações básicas da Matemática, que são de extrema relevância para o estudo e compreensão dessa ciência.

Constatou-se que as dificuldades nos conteúdos das unidades temáticas da BNCC voltadas para a OBMEP, em relação ao 8° ano do Ensino Fundamental, são muitas e graves, dadas a sua importância na vida desses alunos. Porém, se faz necessário não somente identifica-las, mas também intervir da forma mais individual possível, para que se construa uma coletividade forte, em relação ao conhecimento de conteúdos básicos para a OBMEP e para a sua vida acadêmica em geral. É nesse sentido, que os resultados dessa pesquisa podem contribuir, tanto para a escola onde foi realizada tanto para outras que tem essas mesmas outras problemáticas.

5. Referências

ALVES, Washington José Santos. O impacto da olímpiada de matemática em alunos da escola

pública. Dissertação de mestrado. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP. São Paulo,

2010. Disponível em:

<https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/10840/1/Washington%20Jose%20Santos%20Alves.pdf>. Acesso em: 29 mar. 2019.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular - BNCC. 2018. Disponível em:

<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf >. Acesso em: 4 abr. 2019.

IMPA – Instituto de Matemática Pura e Aplicada. 15º Olimpíada Brasileira de Matemática das

Escolas Públicas – OBMEP 2019. Disponível em: <http://www.obmep.org.br/apresentacao.htm >.

Acesso em: 29 mar. 2019.

MARTINS, Lucione de Bitencourt. Um estudo sobre as estratégias de resolução de questões da

OBMEP. Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2015.

Disponível em:

<https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/131243/000980618.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 27 mar. 2019.

PROFESSORA. Entrevista I. [mar. 2019]. Entrevistador: Gabriela Silva do Monte; Larissa Santos Barbosa. Marabá, 2019. 1 arquivo .mp3 (50 min.).

TESTON, R. V. P.; COELHO, J. P. P. Avaliar para quê? Metodologias para a análise de erros dos

alunos nas avaliações do ensino fundamental. 2016. Disponível em:

<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2016/2016_artig o_cien_unespar-paranavai_roseanevalentimpaveziteston.pdf>. Acesso em: 29 abr. 2019.

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