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AS TRANSFORMAÇÕES E PERSPECTIVAS DO TRABALHO NO VALE DO RIO SÃO MARCOS (SERRA DO FACÃO) SUDESTE GOIANO.

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TRABALHO NO VALE DO RIO SÃO MARCOS

(SERRA DO FACÃO) – SUDESTE GOIANO.

Aline Cristina Nascimento1 – alinenask@ig.com.br Helena Angélica de Mesquita2 – helena@wgo.com.br Campus de Catalão/UFG

Introdução

:

O Projeto “As Transformações e as Perspectivas do Trabalho no vale do Rio São Marcos (Serra do Facão) – Sudeste Goiano” do qual se originou este texto é um desdobramento do projeto de pesquisa: “Expropriados da AHE Serra do Facão – Rio São Marcos – Uma Trajetória de Incertezas”. A proposta é mostrar a problemática do trabalho e verificar as alterações que o trabalho vem sofrendo com o processo de implantação do AHE Serra do Facão, no rio São Marcos, entendendo que essa barragem corresponde á atual política energética brasileira. As mudanças no trabalho, como reflexo do processo da desterritorialização, provocada pela construção de grandes barragens são bastantes radicais para os camponeses. No vale do Rio São Marcos, o processo de trabalho vem sofrendo um processo de “engessamente”, criando outras características e novas funções, transformando camponeses em sujeitos da luta pela permanência na terra. A experiência da pesquisa bibliográfica e de campo possibilitou a sistematização de um conteúdo e um conhecimento da realidade vivida por aquele segmento social, importante para a geografia, especialmente para uma geografia socialmente generosa como ensina Milton Santos.

O modelo energético brasileiro e o processo de exclusão social.

A energia elétrica gerada no Brasil é destinada, em menor escala aos consumidores residenciais e ainda somente aqueles que podem pagar. É grande o número de famílias, cerca de 17 milhões de pessoas (dados do Movimento dos atingidos por Barragem - MAB), que não possuem energia em suas casas por não poderem pagar a conta ou porque vivem

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Graduanda e Pesquisadora vinculada ao Núcleo de Estudos e Pesquisas Sócio-Ambientais do Campus de Catalão/UFG (NEPSA/CAC/UFG).

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em lugares que não existe infra-estrutura para a distribuição da energia seja no campo ou na cidade, afetando, inclusive as condições de trabalho.

No ano de 2001, o país enfrentou uma crise de fornecimento de energia – causada pela política neoliberal de “sucateamento” do Estado. Atos simples e corriqueiros como acender uma lâmpada ou assistir televisão, passaram a ser marcados pela vigilância e pela programação. A pressão sobre a população foi tamanha que dormir com a televisão ligada ou tomar banho de meia hora foram ações condenadas crime contra o bem comum. Mas o verdadeiro culpado de tamanho transtorno foi poupado e a culpa foi atribuída a fatores climáticos, a “São Pedro” e aos próprios consumidores residenciais acusados de desperdício. Associados a todos estes fatores há outro grande problema do atual modelo energético no Brasil: a exclusão de milhares de famílias de suas terras, porque estas são inundadas por represas para a geração de energia. Águas que ocupam áreas férteis e expulsam trabalhadores de campo, contribui para o agravamento dos diversos problemas sociais. O homem, que através de seu trabalho construiu seu lugar, é expropriado, arrancado do seu espaço, com isso vê sua identidade espacial, seu referencial de vida afogado pelas águas.

A ideologia do progresso é usada para justificar o atual modelo da política energética brasileira, cerceando o debate sobre os custos de sua geração/produção, custos ambientais e sociais. Outra grande questão é a matriz energética unimodal, baseada em grandes barramentos, então toda vez que houver um período de seca prolongada os riscos de apagão são os mesmos independentemente do número de barragens construídas. Então solução é diversificar a matriz energética, inclusive com utilização de outras fontes tão abundantes no nosso país como o sol, os ventos, a biomassa e até as correntes marinhas.

O que está em curso, se não houver mudança de rumo é o processo de privatização do potencial hídrico brasileiro com proliferação de barragens, aumentando o número de população excluída. A exemplo de Goiás, que segundo o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), tem sete usinas hidrelétricas de grande porte – inclusive o lago de Serra da Mesa, o segundo maior lago artificial do mundo, quatro usinas de pequeno porte, e vários projetos de construção de barragens em processo de licitação ou aguardando licenças do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Na região Sudeste do Estado de Goiás se somarmos as barragens já existentes com as projetadas, serão treze barragens que vão gerar energia para exportação, uma vez que, atualmente Goiás é responsável por 9% da produção nacional, e consome apenas

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cerca de 2% (MAB). É a apropriação e destruição das áreas do Cerrado gerando conflitos entre os interesses globais e locais. De acordo com Santos 1996,

A ordem global funda as escalas superiores ou externas à escala do cotidiano. Seus parâmetros são a razão técnica e operacional, o cálculo de função, a linguagem matemática. A ordem local funda a escala do cotidiano, e seus parâmetros são a co-presença, a vizinhança, a intimidade, a emoção, a cooperação e socialização com base na contigüidade. (SANTOS 1996:272).

Para compreendermos melhor tal situação, necessário se faz uma leitura da organização do setor de geração de energia elétrica no Brasil. O primeiro período é o que vai de 1879 (marco da primeira experiência pública com a iluminação da Estação Central da Estrada de Ferro D. Pedro II – atual Central do Brasil no Rio de Janeiro) até 1934 com a implantação do Código das Águas. Nesse período, a geração de energia estava nas mãos de duas empresas estrangeiras – LIGTH Serviço de Eletricidade S/A e ANFORD – e de pequenas companhias privadas em pequenas cidades.

Na década de 1920, a geração hidráulica de energia (turbinas e rodas-d’água) já era majoritária nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Goiás, Santa Catarina e Espírito Santo. Nos demais Estados, a eletricidade era produzida, na sua maior parte, por geradores térmicos (máquinas a vapor e combustão interna). O Estado de Minas Gerais foi precursor na instalação de usinas hidrelétricas. (Santos e Silveira, 2001:71).

Uma característica desse período foi a não intervenção do Estado, que apenas conferia autorizações para o funcionamento das companhias. Não havia nenhuma legislação sobre o aproveitamento hidrelétrico e nem sobre os recursos hídricos. As regiões servidas por energia das companhias existentes tinham as tarifas corrigidas de forma abusiva e um serviço de qualidade ruim. (www.mabnacional.org.br)

Em 1934 foi aprovado o Código da Águas que estabelecia regras para o uso e produção de energia elétrica. Alguns pontos importantes foram definidos referentes à propriedade dos rios, das quedas d’água e do potencial hidrelétrico que passaram a ser controlados pelo Estado, que emitia autorização ou concessão para o aproveitamento do potencial hidrelétrico e, na maioria dos casos concedia empréstimos para a realização das obras. Além do poder de concessão, o Estado ficava responsável também pela fiscalização dos serviços prestados pelas empresas. Nesse período as duas grandes empresas (LIGHT e ANFORP) muito pouco investiam na expansão da geração e redes de distribuição de energia e diante da pressão exercida pela urbanização e nascente industrialização, o Estado é obrigado a intervir.

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Em 1945 dava-se a primeira intervenção direta do governo federal na produção de eletricidade: foi criada a Companhia hidroelétrica do São Francisco (Chesf) que tinha como tarefa a construção e operação da Usina de Paulo Afonso. Em 1954, no segundo governo de Getúlio Vargas, foi elaborado o Plano Nacional de Eletrificação, uma tentativa de acabar com os problemas na geração e distribuição de energia elétrica.A forte demanda energética no Sudeste e no Sul, causada por uma industrialização acelerada, e ao mesmo tempo a chegada invasora dos modelos globais de aproveitamento hidrelétrico e a crise do petróleo nos anos 70 foram decisivos para assegurar o processo de substituição da energia térmica pela hidreletricidade. Os macrossistemas técnicos que possibilitam a produção hidrelétrica em grande escala implantam-se primeiro no Sudeste, onde a capacidade instalada aumenta de 1.427.083 quilowatts em 1950 para 22.042 milhões de quilowatts em 1992 e, por ultimo na região Norte. (Santos e Silveira, 2001:71).

Em 1960 foi criado o Ministério de Minas e Energia e, em 1962, a Eletrobrás. Era o momento de construir a infra-estrutura para as grandes empresas consumidores de energia, que se transferiram dos países centrais para os periféricos, ricos em potencial hídrico e com grande extensão territorial – uma vez que as indústrias que chegavam eram grandes consumidores de espaço e energia. Desta forma, o Estado investe bilhões de dólares na construção de barragens e redes de transmissão por todo o território ocupado pelo capital estrangeiro.

Na década de 1990 teve início um amplo processo de privatização no Brasil por pressão do FMI (Fundo Monetário Internacional), do Banco Mundial, do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), com a submissão dos governantes à política Neoliberal. Setores como telecomunicações, transportes, saneamento básico, abastecimento de água e outros passaram por um processo de sucateamento através da redução progressiva de investimentos até a privatização. Não foi diferente com o setor de eletricidade e apenas para ilustrar a importância deste setor, assim como os outros, Santos e Silveira lembram que a dependência da geração hidrelétrica é hoje relevante, uma vez que

esse tipo de energia abastece 96% do consumo nacional.(2001:71). O Brasil está se

tornando cada vez mais dependente de interesses que obedecem a uma lógica estranha. Isso é bem demonstrado por Santos e Nacke:

A partir de meados dos anos noventa, o processo de privatização foi acelerado. Empresas nacionais e estrangeiras, isoladas ou, na forma de consórcios, passaram a disputar a aquisição de segmentos do setor elétrico. Nesse processo o governo brasileiro fez diversas concessões, em particular assegurando financiamentos substanciais através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e

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promovendo alterações na legislação que eventualmente poderia obstar o “sucesso” dos novos empreendedores. (SANTOS & NACKE, 2001:76)

Segundo estudos do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), no Brasil existes mais de 2000 barragens construídos alagando uma área de mais de 34 mil Km2, com perdas de terra fértil e regiões com grande densidade populacional. Ainda dados da mesma fonte mostram que um milhão de pessoas já foram atingidas diretamente pela construção de barragens e que grande parte dessas são de famílias que viviam da terra e hoje estão em favelas das grandes e médias cidades brasileiras ou estão engrossando os movimentos sociais em luta pela terra. Famílias foram expulsas do seu lugar, recebendo apenas uma indenização - quando recebem - que não leva em consideração anos de trabalho dispensados para a construção de benfeitorias e plantações. Estas indenizações nunca são suficientes para cobrir os prejuízos econômicos. A perca do lugar, do entorno, das teias de relações sociais são impagáveis.

Muitos trabalhadores que não são proprietários, mas trabalham na terra e com a terra, ficam sem o lugar de trabalho e não recebem nenhum tipo de indenização, apenas a esperança de conseguir um emprego na construção da barragem – esperança logo desfeita pela chegada da mão de obra especializada, os “barrageiros”. Resta a este trabalhador, que sempre viveu da terra, a alternativa de migrar para as cidades em busca de emprego, ou engrossar os movimentos sociais que lutam por terra. O homem que sempre viveu no campo encontra várias dificuldades na cidade, como encontrar emprego, de se adaptar ao novo ritmo, aos novos valores, ao novo lugar.

Na década de 1990, diante do processo de privatização do setor de energia associado ao grande número de barragens construídas e de famílias expulsas de suas terras, é que o problema entrou em foco, questionando o modelo de geração e distribuição de energia e seus impactos sobre o meio e a sociedade. É procurando compreender esse processo que estamos enfocando a questão da barragem Serra do Facão, no rio São Marcos, alto Bacia do Paraná. Depois de dois anos de pesquisa cada vez mais nos convencemos que Serra do Facão reproduz, em escala local, o grande problema que é o modelo energético brasileiro.

O AHE-Serra do Facão

Da introdução de uma nova realidade imposta pelo capital, que vem modificando a vida de ribeirinhos no Brasil, têm surgido grandes lutas pelo trabalho, pela terra e pela vida. Thomaz Júnior retrata bem essa questão quando fala: a riqueza da dialética da luta

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de classe nos permite entender as diferentes faces da relação capital e trabalho e, particularmente, as ações dos movimentos sociais, sobretudo aqueles comprometidos com a emancipação social da classe trabalhadora.

A região do Planalto Central do Brasil possui um grande potencial para geração de energia elétrica, se for mantido e considerado o atual modelo energético. Afinal o modelo não considera as questões ambientais como a destruição de veredas, nascentes e o Cerrado como bioma. E ainda, não considera que nas áreas de Cerrado as populações que não puderam modernizar suas propriedades foram empurradas para o vale dos rios e cederam as chapadas planas para os mares de soja. Com a inundação dos vales pelas hidrelétricas essa população será novamente expulsa, mas agora sem alternativa de fuga para outras terras. O Centro-Oeste tem se consolidado como pólo industrial e de grande produção agrícola – principalmente as cidades de Uberlândia em Minas Gerais e Catalão e Rio Verde em Goiás. Isso contribuiu para o aumento da demanda de energia elétrica. Associado ao crescimento populacional o aumento do consumo reforça o discurso da necessidade da construção de novas barragens. Mas isso, não é peculiaridade do Centro-Oeste.

A crise energética enfrentada pelo país em 2001 só fez piorar o já caótico fornecimento de energia e reforçou a ideologia da privatização do setor. O Estado não teria como investir na construção de novas barragens para geração de energia e na manutenção das linhas de transmissão. Assim a ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica – decidiu realizar leilões de projetos de construção de usinas hidrelétricas para a geração e distribuição para empresas privadas.

Há várias décadas foram realizados estudos na região das Bacias do Rio Paranaíba e demais rios do alto Paraná para levantamento do potencial hidrelétrico. Desde então vários projetos foram elaborados para a construção de barragens e, se “ouvia falar na construção da barragem Serra do Facão no Rio São Marcos”3, entre os municípios goianos de Catalão e Davinópolis.

No início de 2001 aconteceu na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro o leilão da concessão para a construção, geração e distribuição do AHE – Serra do Facão. O leilão foi vencido pelo grupo GEFAC – Grupo de Empresas Associadas Serra do Facão (composto pelas empresas: ALCOA, Construtora Camargo Corrêa, Votorantim Cimentos, CBA e DME energética).

A barragem está situada no Estado de Goiás nos municípios de Catalão, na margem direita, e Davinópolis, na margem esquerda, sendo que no

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ultimo localizam-se também o canal de adução e a casa de força. Além desses municípios, o reservatório abrange áreas de Campo Alegre de Goiás, Ipameri e Cristalina, em Goiás, e Paracatu, em Minas Gerais. (RIMA, 2000:06).

Os mapas em anexo (1 e 2) mostram a localização da microrregião de Catalão no Brasil e no Estado de Goiás, a área do projeto e os municípios atingidos. A tabela abaixo mostra a área atingida em cada município.

Área de Influência Direta da barragem Serra do Facão

Municípios Área inundada em Km2

Campo Alegre de Goiás 49,3

Catalão 159,9 Ipameri 0,4 Davinópolis 0,8 Cristalina 1,4 Paracatu 8,0 Total 219,8

Fonte: EIA-RIMA-Serra do Facão

A questão do trabalho no vale do rio São Marcos

A barragem Serra do Facão, mesmo antes de ter suas obras iniciadas, trouxe grandes transformações à vidas dos ribeirinhos no que se refere à questão social, econômica e política alterando a organização territorial. Quanto à questão político-social destaca-se principalmente a questão de alterações no trabalho, que trouxe significativas mudanças a economia do lugar.

O trabalho no vale do rio São Marcos, deve ser visto sob a iminência da perca da terra que é o meio de trabalho dos camponeses, causado, a partir da ameaça da construção da barragem, que chegou como algo novo e moderno. Santos nos ensina que: “a conseqüência de uma modernização é gerar um efeito de especialização, isto é, uma possibilidade de dominação” (Santos, 1988:34)

Vários autores4 discutem as transformações ocorridas no mundo do trabalho com a implementação de grandes empreendimentos hidrelétricos. Proprietários, meeiros, arrendatários, empregados, índios e quilombolas vêem sua vida ser ultrapassada pela

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dinâmica do capital que promete empregos temporários como forma de recompensa. As formas assumem novas funções com as mudanças provocadas com a ameaça do represamento do rio, ou seja, o trabalho que visava que garante as condições de vida familiar agora é “deixado de lado”, pois investir em um lugar que ficará debaixo d’água é

perca de tempo.

Nesse processo de espacialização e territorialização do grande capital, os atingidos envolvidos pelo enigma de propagandas, discursos que enfatizam a necessidade do “progresso” e vantagens políticas para região, acreditam e incorporam a ideologia de que alguém tem que ser sacrificado para a realização de tais projetos. Nesse sentido ANTUNES (2003:25) nos ensina:

E, na vigência de um sistema de mediações de segunda ordem, que se sobrepõe às mediações de primeira ordem (em que os indivíduos relacionavam-se com a natureza e com os seres sociais dotados de algum grau de autodeterminação), nesse processo de alienação, o capital degrada o sujeito real da produção, o trabalho, à condição de uma objetividade reificada – um mero fator material de produção -, subvertendo desse modo, não só na teoria, mas também na prática social mais palpável, a relação real do sujeito/objeto.

A realização de interesses capitalistas incorporados na barragem passa a ser predominante, enquanto os interesses da coletividade (atingidos) são percebidos como particulares, corporativos, hostis ao desenvolvimento, ou seja, o GEFAC se apresenta com a “missão” de resolver o problema energético do país que precisa de energia para se desenvolver e os moradores do vale do rio São Marcos são empecilhos a esse desenvolvimento.

Os moradores do vale do São Marcos, atualmente são responsáveis por uma significativa produção de alimentos que abastece Catalão e municípios vizinhos. A população do vale se dedica às atividades agropecuárias que são desenvolvidas em pequenas e médias propriedades. Na sua maioria são pessoas que construíram suas vidas no ritmo e no cotidiano do campo.

Inicialmente, com o anúncio da construção da barragem, grande parte dos atingidos ficou entusiasmada, pois acreditava que ficaria rica e poderia comprar outra terra melhor, maior e já formada, que não precisasse de muito investimento físico, nem financeiro, já que muitos não tem condições de começar tudo de novo.

Quando, em 2002, o GEFAC iniciou o processo de delimitação da área da barragem, sem, contudo, iniciar o processo de indenizações das propriedades, a população atingida começou a se indagar sobre a integridade da empresa e os objetivos da construção da AHE

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Serra do Facão. Nesse momento, os atingidos e setores da sociedade organizada5 entraram em ação, procurando mostrar os descasos e exclusão com que a população atingida é tratada por parte dos construtores de barragens em todo Brasil. A partir desses esclarecimentos os atingidos começaram a se interessar e procurar por mais informações. Com a presença do curso de Geografia CAC/UFG, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) nacional, e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) que já estava presente anteriormente, surgiu o movimento popular de resistência á barragem Serra do Facão. Nesse processo os atingidos começaram a discutir os problemas e impasses entre vizinhos, comunidades e municípios e viram que o problema era bem mais complexo do que imaginavam.

Alguns proprietários tinham a perspectiva de que iriam receber muito bem por suas propriedades.

“eu achava que quando eles viesse construir a barrage iria passar pagando nós tudo e que o dinheiro ia dá pra nós comprar duas terras igual a essa daqui.” (Sr. Carlindo – atingido da Comunidade Anta Gorda. 10/01/04).

As várias categorias de moradores do vale percebiam de forma diferenciada o processo. Os meeiros acreditavam que seus direitos seriam reconhecidos e os arrendatários, que iriam ter mais terras na região para arrendar e trabalhar, pois os proprietários iriam comprar mais terras do que tinham e os trabalhadores iriam somente mudar de endereço. Assim a nova realidade trazida pela construção da barragem estaria arrancando dos atingidos somente os costumes e crenças, adquiridos e construídos na região que viviam, mas o trabalho despendido ali a décadas seria ressarcido de forma a continuar sua reprodução.

Depois de um ano, em 2003, após muitos debates, discussões e experiências trazidas por atingidos de outras barragens, os atingidos de Serra do Facão, formaram o Movimento dos Atingidos por Barragem Serra do Facão (MABSF) em defesa de sua terra de trabalho, seus costumes e todas as relações construídas no vale do rio São Marcos. Nesse período uma das grandes dificuldades que os atingidos tiveram para organizar foi o fato da empresa divulgar na área atingida, na cidade de Catalão e no Plano Básico de Ação (PBA) que a construção da obra traria muitos empregos para a região e tiraria muitas famílias da miséria.

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- Comissão Pastoral da Terra (CPT), Curso de Geografia da UFG/Campus de Catalão, Sindicatos e Diocese de Ipameri.

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Com um cronograma de 36 meses de duração, está prevista a criação de 1600 empregos diretos no pico de demanda para a execução da obra. Estima-se que 50% desses trabalhadores serão mão-de-obra especializadas, contratados fora dos municípios da área de influência direta do empreendimento, o que significa 800 trabalhadores diretos atraídos para a região. Com base em experiências anteriores, espera-se que, para cada emprego direto seja criados mais 2 empregos indiretos sendo mantida a mesma relação entre trabalhadores residentes na região e os de fora, resultando em 1600 trabalhadores com empregos indiretos. (PBA:15-2)

A intensa propaganda de geração de empregos atraiu desempregados de várias outras regiões, que assumem o discurso do progresso plantado pela empresa. Milton Santos nos ensina que:

Na medida em que as exigências da produção são outras, diferentes da produção tradicional, visto também que o investidor distante necessita de um controle político mais estreito dessa mão-de-obra de fora. Há um deslocamento primeiro do mercado de trabalho e, em seguida, muitas vezes, um deslocamento geográfico conduzindo os trabalhadores ou proprietários até então presentes a migrarem para outras áreas. (SANTOS 1988:45)

A propaganda de empregos despertou na população não atingida maior aceitabilidade da obra e resistência ao Movimento, porém á medida que o movimento foi se espacializando através de discussões e atos realizados pelas comunidades, a situação começou a se reverter.

A empresa apresentou então, a proposta de compra das terras no vale. Esse processo foi iniciado pela desapropriação das áreas onde seriam implantados o canteiro de obras da barragem, a casa de máquinas e a linha de transmissão de energia para a obra.

A divulgação da proposta de indenização irrisória pela desapropriação de R$ 4730,006 o alqueire de terra, onde seria implantado o canteiro de obras, provocou mais debates e mais conscientização. Estudos realizados sobre o modelo energético do Brasil e sobre os currículos das empresas nacionais e internacionais e do GEFAC fizeram com que os atingidos fortalecessem a luta em defesa de suas terras, de seu trabalho, entendendo que eles não precisam ser “sacrificados” em nome de um processo que só trará lucro às grandes empresas e que a única perspectiva para eles é a luta por seus direitos, inclusive o direito de lutar contra a construção da barragem Serra do Facão.

Nesses mais de dois anos de MABSF foram muitos avanços e muitas incertezas. O processo de luta contra/favor do discurso ideológico de progresso que a barragem trouxe e

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Enquanto o mesmo pedaço de terra estava avaliado por R$ 20.000,00 o alqueire, isso mesmo antes da especulação imobiliária provocada pela notícia da barragem.

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da resistência dos atingidos pela garantia de suas vidas é que o movimento vem se consolidando e criando um novo reordenamento da vida e do trabalho no vale do Rio São Marcos.

Todas as atividades no vale do São Marcos sofrem impactos, uma vez que o aumento da densidade do capital nas áreas vizinhas alterou as atividades complementares. E para SANTOS (1988), isso muitas vezes conduz a uma desculturação da área, na medida em que as pessoas são substituídas e se introduz nova forma de fazer que leva a um desequilíbrio, ou seja, quebra das tradições e habitat, nos relacionamentos construídos ao longo do tempo que serão substituídas por novas e exógenas formas de relacionamento cuja adaptação ao lugar tem um fundamento puramente mercantil. Santos (1988:46) ainda nos fala:

Isso significa que há um duplo procedimento de alienação, talvez menos sensível para os que chegam, em virtude de seus objetivos, ou pelo fato de que já estão habituados a um estilo de vida menos vinculado a um só lugar. Além do mais, os que estão chegando, vêm, já, com um emprego ou com a esperança de obtê-lo. Para os que saem, a situação é mais dramática porque são deslocados de uma posição social, política e empregatícia cuja estabilidade se criou através dos tempos (e até mesmo por herança) e cuja existência tinha uma certa comunhão com as condições da área á qual estavam intimamente ligados e de onde de vêem, de uma hora para outras, obrigados a êxodo que os põe diante de um novo espaço, uma nova economia, uma nova sociedade, onde vão ter grande dificuldade para desempenhar um novo papel.

Esta realidade marca a história do Brasil desde o início de 1970 com a construção de grandes barragens, o que tem gerado um contínuo e conflituoso processo de (re) territorialização do trabalho, além de apresentar faces específicas em relação ao retorno a terra, ou ainda, a luta pela permanência na terra. Enfim teríamos dificuldades em entender o conteúdo e a espacialidade do mundo do trabalho se não considerássemos as contradições do processo social que define as determinações em todos os níveis do trabalho, por exemplo: entre trabalho produtivo x trabalho improdutivo, formal x informal, etc. Não perceber as contradições desses processos nos distanciaria da compreensão da realidade vivida dos camponeses e de qualquer possibilidade de enxergarmos as

alternativas e possibilidades de unificação orgânica internamente à classe-que-vive-do-trabalho, com vistas à sua emancipação social, que está na Geografia que procuramos

exercitar. Assim, concordando com Thomaz (1998:18)

....a geografia pode contribuir para o desvendamento das manifestações territoriais do processo social, possibilitando o entendimento das transformações do trabalho a partir dos rearranjos espaciais que dão formas e contornos e se fundamentam sobre conteúdos sociais diversos,

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ou seja, enquanto processo histórico de construção e transformação, que por sua vez, substancia-se em ordenamento territorial diferencial.

O desenvolvimento do projeto do qual originou este texto, especialmente a pesquisa de campo permitiu verificar que é possível apreender as especificidades da dinâmica do trabalho na área atingida pela barragem Serra do Facão e ainda compreender os significativos da subjetividade que (re)definem ações, posturas e projetos políticos. A Geografia do trabalho, os movimentos sociais, diversidades culturais e o conhecimento científico contribui para a compreensão da sociedade capitalista, as suas contradições e as transformações do trabalho no vale do rio São Marcos.

O mundo do trabalho, naquela região, sofre os impactos da barragem, mesmo que esta seja somente um projeto, que não tenha sido iniciada as obras civis, os moradores do vale tiveram suas atividades comprometidas. Funcionários do GEFAC ao visitar as pequenas propriedades para a realização do cadastramento “avisavam” que só seriam ressarcidos os benefícios que estivessem “registrados” no cadastro, isso imobilizou os atingidos e provocou um verdadeiro engessamento das atividades, pois acreditavam que seria tudo “perdido” e novos investimentos seriam desperdício de trabalho e dinheiro. Assim alguns pequenos proprietários até abandonaram suas glebas e migraram para a cidade, é o caso da família Carapina, que com a morte do pai, que segundo a própria família “morreu de desgosto por causa da barragem” vendeu a propriedade e hoje vive na periferia de Catalão em condições precárias7.

Dentre as atividades desenvolvidas no decorrer da pesquisa, o questionamento de informações do Estudo de Impacto Ambiental/ Relatório de Impacto de Meio Ambiente (EIA/RIMA) do empreendimento, em estudos elaborados pelos pesquisadores do projeto, fez com que a Agência Ambiental de Goiás fizesse novos estudos e divulgasse um laudo, considerando o rio São Marcos Impróprio para Barramentos. No entanto este laudo não foi considerado pelo órgão licenciador e a Licença de Implantação (LI) foi concedida. Mas, as obras que deveriam ter sido iniciadas em março em 2002 ainda não começaram e esse atraso tem sido aproveitado pelos atingidos e pelos apoiadores para fortalecer o movimento popular de resistência a construção da barragem.

De acordo com o cadastro do GEFAC serão atingidas diretamente 315 propriedades e 1 assentamento do INCRA. A amostragem do Levantamento sócio-econômico efetuado

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Informações levantadas pela Bolsista PIBIC Sandra Aparecida Alves. 06/01/04, que desenvolveu outro subprojeto vinculado ao projeto original: “Expropriados do AHE Serra do Facão – Rio São Marcos – Uma Trajetória de Incertezas”.

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por esta pesquisa evidenciou que esse número está subestimado. Ainda, os trabalhos de campo nas propriedades dos atingidos pelo AHE Serra do Facão, mostram que o cadastramento das famílias atingidas feito pelo GEFAC é incompleto e precário, pois não foram cadastrados os posseiros, arrendatários e muitos empregados. Ainda a significativa produção agrícola que abastece as feiras e o comércio local é omitida pela empresa.

São muitos empregos gerados nas propriedades do vale do rio São Marcos e na maioria das unidades prevalece o trabalho familiar. É considerável o número de postos de trabalhos permanentes, pois as propriedades mantêm sua produção com trabalho de toda a família e em muitos casos empregam outras pessoas.

A foto n 01, tirada na propriedade do Sr. Dílson Duarte, mostra o mesmo executando a forma de trabalho predominante nas pequenas propriedades do vale do rio São Marcos. A produção diversificada e não mecanizada absorve a mão-de-obra de toda a família desde a plantação, a limpeza e a colheita. Homens e mulheres se envolvem no trabalho dividido em tarefas. Os homens cuidam do gado leiteiro e cultivam as roças, inclusive criando formas alternativas para as irrigações.

FOTO 1

Foto 1 - Pequeno proprietário da Comunidade Forquilha / Catalão – GO, em terra de 6 alqueres, cultivando feijão. Autor: Helena Angélica de Mesquita / Data: 31/05/03.

Nas roças se cultivam predominantemente produtos da cesta básica, como o arroz, o feijão, o milho, a mandioca e hortaliças. As áreas destinadas à preservação ambiental são respeitadas e as nascentes são protegidas como sinônimo da manutenção e permanência da sobrevivência tirada da terra.

A mulheres cuidam dos afazeres domésticos, do quintal, da horta e ainda são responsáveis pela produção dos derivados do leite: o queijo, o requeijão, os doces. Há também outros produtos como o polvilho, a farinha e o fubá, rapaduras...

A foto 2 mostra a Sra. Cleuza no estágio final da produção da farinha de mandioca. Essa produção, assim como outras atividades, envolvem o trabalho de toda a família.

A farinha de mandioca, polvilhos e fubá são feitos para o consumo das famílias, característica do campesinato, e o excedente é comercializado para a complementação da renda familiar, compra de remédios, roupas e calçados.

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FOTO 2

Foto 2 - Farinheira na Comunidade Rancharia / Campo Alegre – GO Autor: Sandra Aparecida Alves / Data: 12/08/04

Há algumas propriedades maiores onde a atividade principal é a criação e engorda de gado de corte, que é mais lucrativa que o gado de leite. Geralmente os donos dessas propriedades vivem na cidade e visitam suas terras apenas nos fins de semana Alguns não criam nem gado e têm a terra apenas para especulação. Em uma das propriedades está instalada uma fábrica de aguardente cujo proprietário é um grande latifundiário da região. As maiores propriedades serão atingidas parcialmente, o que não gerará nenhum transtorno para os proprietários, diferentemente dos pequenos produtores, cujas glebas estão mas partes mais próximas ao leito do rio, em áreas que serão completamente inundadas. Então são estes pequenos produtores que estão na iminência de perder tudo que possuem e é isso que os move para o movimento de resistência.

A pesquisa que realizamos mostrou que existem grandes divergências entre a realidade vivida pelos ribeirinhos do vale do São Marcos e os documentos (PBA, EIA/RIMA) apresentados pela empresa empreendedora da barragem Serra do Facão. Nos documentos se coloca que existe uma produção econômica irrisória, o que percebemos é que existe uma produção bem maior do que a inventariada pela empresa.

Outra questão importante que pode se perceber é a criação da consciência de classe que os trabalhadores do vale estão desenvolvendo, especialmente depois que se organizaram no movimento (MAB), isso fica explícito nos Atos Públicos que realizam, como por exemplo, no ato realizado em Catalão, cujo tema era Ato Público em defesa da vida e da terra de trabalho.

Vale destacar também que, com a organização do MAB na região, se ampliam as experiências do trabalho coletivo, por exemplo, a organização dos atingidos da comunidade Anta Gorda em um projeto nacional do MAB, no qual a comunidade foi beneficiada com um projeto de R$ 28.000,00. Este projeto irá beneficiar, inicialmente 13 famílias, com um tanque de resfriamento de leite, podendo ampliar à atividade econômica desenvolvida na comunidade gerando mais empregos diretos e indiretos.

A experiência da pesquisa foi extraordinária e ensinou que existe uma realidade brasileira que a Geografia e os geógrafos precisam conhecer e interferir. É preciso exercitar essa Geografia generosa e tão cara à alguns geógrafos que nunca perderam de vista que a Geografia é uma ciência social.

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Depois das considerações finais...

O desenvolvimento desse projeto de pesquisa mostrou e nos inseriu na realidade vivida pelos camponeses do vale do rio São Marcos. Acompanhar traços, situações, lidas produções, festas mostraram a necessidade de continuar os estudos, mesmo diante das limitações dos projetos de pesquisa. O problema vivido pelos moradores do vale do rio São Marcos, a ameaça de perder o meio de trabalho em um país assolado pelo desemprego deve ser uma das nossas preocupações como cidadãos e como geógrafos.

O envolvimento no cotidiano de camponeses se tornou mais do que atividade de cunho acadêmico transformou condutas e iniciativas.

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Fontes Primárias:

Entrevistas e aplicação de questionários Sócio-Econômicos. Fontes Secundárias:

Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) Caderno MAB nº 06

Referências

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