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GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

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GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS RESUMO

INTRODUÇÃO

DESENVOLVIMENTO 2.1 Gestão escolar

2.2 Aspectos Legais da Gestão Democrática 2.3 Formação do Gestor Escolar

2.4 Projeto Político Pedagógico e Gestão Democrática CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA: DESAFIOS E

PERSPECTIVAS

Patrícia Lays Dias de Souza Lima* Silvana Cavalcanti Leal Morais** COMO CITAR:

LIMA, Patrícia Lays Dias de Souza; MORAIS, Silvana Cavalcanti Leal. Gestão Escolar Democrática: desafios e perspectivas. Revista Base Científica – ISSN:2675-7478, v.2, n . 1 , p . 1 8 - 2 9 . M a i o d e 2 0 2 1 . D i s p o n í v e l e m : https://revistabase.com.br/2021/05/19/gestao-escolar-democratica-desafios-e-perspectivas/

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo realizar uma pesquisa documental e bibliográfica a respeito da gestão democrática escolar, em seu aspecto conceitual, bem como o seu arcabouço legal. Tem-se o intuito de discutir acerca do conceito de gestão escolar, o referencial legal da gestão democrática, a formação dos gestores escolares e, por fim, o projeto político pedagógico na perspectiva democrática. Nesse sentido, pode-se perceber que gestão democrática é um dos meios de viabilizar a escola autônoma e de qualidade social para todos, pautada na participação efetiva de todos os membros da comunidade escolar.

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Palavras-chave: Gestão Democrática; Descentralização; Autonomia; Escola.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho busca realizar uma análise bibliográfica acerca dos aspectos ligados à gestão democrática, bem como busca discutir os principais pontos desse modelo de gestão, considerando a gestão democrática como um dos meios mais importante para a construção de uma educação de qualidade social para todos.

No primeiro tópico, realiza-se uma conceituação do que vem a ser gestão escolar. Em seguida, apresenta-se o aparato legal que fundamenta tal gestão. No terceiro, discute-se com relação à formação dos gestores escolares, e por fim, no último tópico aborda-se a questão do Projeto Político Pedagógico associado à gestão democrática. O método utilizado foi a análise bibliográfica sobre a temática abordada, realizando-se um levantamento teórico de autores, leis e conceitos que abordassem a gestão escolar democrática. O arcabouço teórico levou em considerações ideias e conceitos de autores como Libâneo (2001), Paro (1986), Luck (1981), Gadotti (1992), entre outros, além de documentos legais como a Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional, Plano Nacional de Educação e Constituição Federal.

DESENVOLVIMENTO

2.1 Gestão escolar

A palavra gestão deriva do verbo latino gero, gessi, gestum, gerere, cujo significado é levar sobre si, carregar, chamar para si, executar, exercer e gerar. Nesse sentido, a gestão é a geração de um novo modo de administrar uma dada realidade, de levar sobre si a responsabilidade de gerir essa realidade. A gestão, no Brasil, em uma concepção autônoma, já era discutida e reivindicada há muito tempo, porém, apenas a partir de 1980 é que ganha mais força.

Na visão de Libâneo (2001), a gestão é a atividade pela qual são mobilizados meios e procedimentos para se atingir as metas de organização, os quais envolvem os aspectos gerenciais e técnico-administrativos. Assim, a gestão seria a atividade que coloca em ação a organização do sistema organizacional. Nesse sentido, os vários setores da sociedade necessitam de gestores para organizar, coordenar e planejar suas ações.

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em que se ocorre uma disputa de poder, explícita ou implícita, por meio da qual as pessoas agem sobre ela, tendo por referência seus próprios olhares interesses acerca de todas as etapas desse processo, visando a garantir que suas visões de compreender a instituição e seus objetivos prevaleçam, em detrimento dos demais sujeitos, fazendo com que os demais sujeitos ajam conforme sua vontade.

De acordo com Paro (1986), a gestão e a administração são sinônimos, e esses visam à utilização racional de recursos para a realização de fins específicos. Ainda segundo o autor, a gestão costuma ser associada como chefia ou controle das ações do outro, visto que se vive na sociedade com o arbítrio e a dominação, o que faz com que a gestão/administração seja confundida com mandar, chefia. Destarte, o autor vê a gestão como sendo uma mediação para atingir os fins determinados.

A escola, hoje, tem como seu principal objetivo formar o cidadão crítico e transformador. No entanto, esse foco principal não se dá apenas em sala de aula, com a interação professor e aluno. Esse objetivo se concretiza também nas relações do aluno com toda a comunidade escolar, como a gestão, os funcionários de apoio, pais e demais nas funções também de tomada de decisões, como por exemplo, a elaboração do projeto político pedagógico da escola.

Nessa perspectiva, a gestão escolar se torna um mecanismo de participação de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, sendo uma forma de viabilizar a escola de qualidade para todos. Destarte, é fundamental que a figura do gestor escolar não seja vista como único detentor de todo poder de decisão da escola, mas aquele que gerencia os conflitos e opiniões para que a decisão seja resultado de uma participação de todos os sujeitos envolvidos no dia a dia da instituição.

A gestão escolar tem a missão de descentralizar o movimento administrativo e pedagógico no sistema educativo, viabilizando, consequentemente, uma crescente autonomia da escola, a qual considera as inovações a implantação do processo que envolve a gestão participativa nas escolas públicas, diante do compromisso e envolvimento de todos os atores que participam dessa construção democrática. Desta forma, a gestão está ligada a vários indicadores, como a gestão participativa, relações interpessoais, desempenho e autoavaliação.

Conforme afirma Luck (1981, p. 59), “a gestão escolar se configura em uma liderança democrática, porém de ressonância dialética junto a um grupo unificado, a partir dos conflitos existentes na realidade e que possam ser reconstruídos em perspectiva dialógica na busca do bem comum”. Nesse sentido, a escola pública deve partir do princípio

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democrático o qual possibilita ao gestor escolar construir suas ações de forma democrática e coletiva, já que a gestão democrática requer mudanças de postura e mentalidade de todos os envolvidos na escola.

Gadotti (1992; p. 29) afirma que a gestão democrática requer “uma mudança de mentalidade de todos os membros da comunidade escolar, mudança que implica deixar de lado o velho preconceito de que a escola pública é apenas um aparelho burocrático do estado e não uma conquista da comunidade”. Desta forma, a escola deve ser vista por todos que dela participam como uma instituição de todos, que exige mudanças de mentalidade para a efetiva integração e participação da comunidade. Assim, é preciso que velhas ideias sejam deixadas de lado, e novas perspectivas sejam criadas.

A visão da escola mudou em todo o mundo, e essa passa a ser vista não apenas como aquela instituição que serve para ensinar o conhecimento científico, mas como a instituição que deve propiciar aos seus alunos condições de acesso, qualidade de ensino, o que requer em seu processo de transformação uma gestão democrática com o fito de que a escola deve formar para o exercício consciente e crítico da cidadania, exigindo, assim, uma nova sociedade, formada por indivíduos competentes e capazes de participar efetivamente das práticas sociais.

2.2 Aspectos Legais da Gestão Democrática

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – 9.394/96) estabelece em seu artigo 3º, VIII, como um dos princípios que rege o ensino das instituições de educação básica, “gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da legislação dos sistemas de ensino”. Desse modo, a LDB preconiza a participação efetiva de todos os envolvidos na escola, como professores, funcionários, alunos, pais e representantes da comunidade local, bem como não normatiza a gestão democrática, mas deixa para os estabelecimentos de ensino a normatizarem, de acordo com sua legislação. Ademais, as escolas públicas são obrigadas a implantar a gestão democrática em seu sistema de ensino, pois a mesma é um direito da população e um dever do Estado.

Além disso, a LBD versa, em seu artigo 14º, que “os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica […]”, assim como traz dois princípios para a gestão democrática que são: participação dos profissionais da educação na elaboração do PPP; participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. Dessa forma, a lei enumera 2 princípios básicos para a efetivação da gestão democrática nas escolas, como também deixa espaço para que as instituições criem suas

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próprias formas de trazer a participação de todos nos processos da escola, sobretudo processos decisórios.

Destarte, a efetivação da gestão democrática requer mais do que a participação em alguns momentos decisórios, eleições de diretores ou cotidiano da escola. Esse tipo de gestão exige uma participação efetiva de todos os envolvidos no processo educativo, a qual os envolva em todas as atividades da escola, sejam administrativas, financeiras ou pedagógicas. De acordo com Luck (2000, p. 11), a gestão democrática tem como fundamento inicial a descentralização da educação, entendendo que:

[…] apenas localmente é possível promover a gestão da escola e do processo educacional pelo qual é responsável, tendo em vista que, sendo a escola uma organização social e o processo educacional que promove, altamente dinâmico, qualquer esforço centralizado e distante estaria fadado ao fracasso, como de fato, tem-se verificado. Também, é sobretudo como reconhecimento da força dos movimentos democráticos, como condição de transformação e desenvolvimento social.

Nesse sentido, a descentralização dos processos da escola deve ser praticada não apenas com a perspectiva de democratização da sociedade, mas também a de promover uma melhor organização dos processos e recursos existentes no ambiente escolar. Além da descentralização, há também o conceito de autonomia da escola como um dos princípios mais comentados como forma de viabilizar a gestão democrática. Ainda de acordo com Luck (2000, p. 19):

O conceito de autonomia da escola está relacionado com tendências mundiais de globalização e mudança de paradigma que têm repercussões significativas nas concepções de gestão educacional e nas ações dela decorrentes. Descentralização do poder, democratização do ensino, instituição de parcerias, flexibilização de experiências, mobilização social pela educação, sistema de cooperativas, interdisciplinaridade na solução de problemas são estes alguns dos conceitos relacionados com essa mudança. Entende-se, nesse conjunto de concepções, como fundamental, a mobilização de massa crítica para se promover a transformação e sedimentação de novos referenciais de gestão educacional para que a escola e os sistemas educacionais atendam às novas necessidades de formação social a que a escola deve responder, conforme anteriormente apontado.

Desta forma, como apresentado o conceito de autonomia pela autora, a autonomia está ligada a várias características, desdobrando-se de outras, formando todas um único conjunto. Dessarte, autonomia e descentralização constituem-se em um binômio, construído reciprocamente, por meio de processos democráticos.

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Já a Constituição Federal de 1988 (CF) enfatiza a gestão escolar em sentido amplo, como demonstra em seu artigo 205º:

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (Constituição Federal do Brasil, art. 205, 1988).

Além disso, a CF traz a gestão democrática do ensino também como um princípio o qual deve reger a educação escolar. Nesse cenário, são notórias a preocupação e a abordagem dos documentos normativos no que tange a efetivação de uma gestão democrática do ensino público. Assim, gestão democrática requer autonomia dos sistemas de ensino, e ambas fazem parte da natureza do ato pedagógico.

Segundo Freitas (1998), orientam a busca desse padrão de gestão educacional os princípios de focalização, flexibilização e mobilização. Na realidade, trata-se de princípios que têm dirigido a ação do Estado na área social, segundo critérios político-econômicos postos pelo ajuste estrutural, como pontua Freitas (1998, p. 63):

O princípio da focalização sinaliza a prática da seletividade na atuação do Estado e a concentração desta em determinadas áreas e problemas. Este princípio é indicativo do caráter restrito e emergencial que tem marcado a política social do Estado brasileiro. A flexibilização, como princípio, orienta a criação e garantia de uma institucionalidade dotada de mecanismos e instrumentos legais, técnicos e burocráticos que possibilitem o rompimento da rigidez formal das estruturas do sistema de ensino e de sua gestão. O princípio de mobilização dirige a ação gestora do Estado no sentido de fomentar o envolvimento ativo dos indivíduos (professores, alunos, pais e outros), das comunidades (em especial a escolar), das organizações sociais e dos setores produtivos da sociedade na implementação das políticas educacionais. Este princípio norteia a gestão no sentido da busca de responsabilização das instituições, dos indivíduos e segmentos sociais pelos resultados que se têm em vista com a escolarização.

Além do que, outros esforços normativos foram empregados para viabilizar a gestão democrática, como é o caso do Plano Nacional de Educação – 13.005/14, o qual traz a gestão democrática como diretriz e como a meta 19 a serem alcançadas pelos sistemas de ensino, além de estratégicas para a implementação da gestão democrática na escola:

Meta 19: assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos, para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a critérios técnicos de métodos e desempenho e à

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consulta pública à comunidade escolar, no apoio técnico da União para tanto (Lei Federal, n. 13.005, 5 jun. 2014).

Para ocorrer a gestão participativa na escola, é necessário aprimorar as inter-relações pessoais ligadas ao planejamento e organização pedagógica e administrativa da escola, sobretudo dos objetivos educacionais e dos planos estratégicos da escola como o PPP, o regimento escolar, o plano de ação anual e os planos de aula elaborados pelos sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.

2.3 Formação do Gestor Escolar

Outro fator fundamental para uma efetiva gestão democrática encontra-se na figura do gestor escolar. O diretor da escola tem uma importância fundamental na organização e funcionamento da instituição escolar, em todos os seus aspectos: físico, sócio político, relacional, material, financeiro e pedagógico. O trabalho de gestão escolar exige do gestor o desenvolvimento de várias competências específicas, visto que essa figura é responsável pela articulação das ações que levarão a inserção da gestão democrática no cotidiano escolar.

Desse modo, levando em consideração a diversidade de competências e a dinâmica constante de situações no dia a dia escolar, que impõem aos gestores novos desdobramentos e novos desafios, Ghanem (1998, p. 12) aponta que:

[…] não se pode deixar de considerar como fundamental para a formação de gestores, um processo de formação continuada, em serviço, além de programas específicos e concentrados, 4 como é o caso da formação em cursos de Pedagogia e em cursos de pós-graduação, assim como os frequentes cursos de extensão oferecidos e/ou patrocinados pelos sistemas de ensino. […] É necessário ressaltar a necessidade de os sistemas de ensino adotarem uma política de formação continuada de gestores, de modo a estabelecer unidade e direcionamento aos seus programas e cursos. É necessário, também, articular política de formação com política de gestão.

Portanto, assim como aos docentes deve ser assegurada uma formação continuada e qualificação profissional, isso também se faz necessário com os gestores, já que tais profissionais devem estar capacitados para a efetivação da gestão democrática, bem como capazes de mediar conflitos existentes na realidade escolar.

No entanto, a gestão democrática não está atrelada apenas ao ambiente escolar, essa é um valor público definido na lei que se relaciona tanto à gestão escolar, quanto à gestão

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educacional. Assim, como aponta Rosar (1992, p. 38):

[…] a redefinição da estrutura de poder, desde o nível macro do Ministério da Educação na sua forma de organização e funcionamento, até o nível micro de cada escola. As ações do MEC deveriam estar adequadas às deliberações de um Fórum Nacional de Educação que pudesse definir, a partir de amplo debate nacional, as diretrizes político-pedagógicas, as prioridades educacionais, a garantia de recursos para todos os níveis de ensino considerados como um todo, e as formas de avaliação dos mesmos, com a participação de diversos setores sociais.

Nesse sentido, a gestão democrática é um bem público, que deve estar atrelado a todos os níveis de gestão educacional, além de todas as esferas do setor público, sendo um direito de todos os cidadãos a participação plena e efetiva nos processos decisórios. A qualidade da educação básica é de interesse tanto da escola, como instituição que tem a função de formar cidadãos críticos e transformadores, quanto dos alunos e de suas famílias. Assim, sua melhoria dependerá da busca de sintonia entre esses atores. Conforme pontua Souza (2011, p. 84):

[…] uma escola de qualidade tem uma personalidade especial, que integra os perfis (aspirações e valores) de suas equipes internas, alunos, pais e comunidade externa. Desenvolvimento profissional de professores e funcionários. Os Estados planejaram investir em programas de capacitação de professores e dirigentes escolares, Incluiu um programa de capacitação em liderança de escolas estaduais inovador baseado na escola. O enfoque da capacitação prático e não teórico. Os programas e seu material de apoio são desenvolvidos por grupo de treinamento central. O objetivo dos estados participantes é reforçar o conteúdo de capacitação e desenvolver escolas para demonstração. O fator crítico para o alcance do objetivo do estado é de descentralizar o processo divisório das escolas. Por que incentivar o desenvolvimento dos professores e 11 funcionários. As duas razões principais para que se tenha uma forte ênfase ao desenvolvimento dos funcionários e professores são: crescimento profissional e desenvolvimento pessoal.

Nessa perspectiva, é fundamental que os funcionários da escola se sintam motivados para treinar e aprender mais sobre a área em que atuam, tornando-se cada vez mais capacitados. Os gestores escolares poderão cada vez mais em seus projetos e desenvolver o seu perfil de trabalho, sendo capazes de solucionar conflitos e problemas que venham a existir no ambiente escolar. Tanto os professores como os gestores devem estar envolvidos na concepção de programas de desenvolvimento de pessoal.

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2.4 Projeto Político Pedagógico e Gestão Democrática

De acordo com Veiga (2008), o planejamento, elaboração e execução do Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola é a principal competência das escolas, devendo, portanto, a gestão realizar ações buscando alcançar esse objetivo. O PPP é a bússola da escola, define os caminhos e objetivos que a escola e todos que dela fazem parte devem trilhar, buscando realizar seus objetivos, deve estar embasado em princípios que norteiam a escola democrática, pública e gratuita, dando identidade à instituição escolar. A LDB traz em seu ordenamento jurídico como uma das competências dos estabelecimentos de ensino elaborar e executar sua proposta pedagógica, conforme apontado em seu artigo 12º, “I – elaborar e executar sua proposta pedagógica;” .

O PPP deve ser elaborado de forma coletiva, com a participação de todos os sujeitos da escola, como professores, gestão, funcionários, pais, alunos e comunidade local. É um dos meios de viabilizar a escola democrática e de qualidade social. Todas as atividades desenvolvidas pelos sistemas de ensino aspiram ao avanço dos indicadores na avaliação escolar e a contribuição da comunidade escolar (pais, alunos, professores, diretores, coordenadores, ex-alunos). Portanto, a gestão democrática pode ser considerada como sendo princípios de integração da escola a família, comunidade e sociedade, descentralização, participação democrática no processo educacional, maioria dos professores em colegiados e comissões.

De acordo com Veiga (1991), os princípios do PPP são: igualdade, qualidade, gestão democrática, liberdade/autonomia e valorização do magistério. Esses possuem um caráter permanente e fundamentado nas ações pedagógicas. Ainda segunda a autora, a importância desses princípios está em garantir sua operacionalização nas estruturas escolares, pois uma coisa é estar no papel, na legislação, na proposta, no currículo pensado, e outra é estar ocorrendo na dinâmica interna da escola, na ação-reflexão-ação, no real, no concreto. Assim, Veiga (1991) aponta para a construção do PPP em uma perspectiva democrática, na qual todos os sujeitos da escola participem da sua construção e efetivação. Nesse sentido, cabe aos gestores e coordenadores pedagógicos a efetivação de ações que visam a efetivar a participação dessas pessoas na escola, bem como promovendo medidas dentro da escola para estimular alunos, funcionários, docentes e firmar um compromisso com a gestão escolar democrática.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho educativo necessita de ações coletivas de todos os sujeitos envolvidos com a escola, fazendo com que essa ação se torne uma representação participativa de gestão escolar, principalmente democrática. Somente se operará qualquer mudança significativa na escola ou na gestão escolar, a partir da conscientização de que a democracia é uma forma de vida, um estilo de agir eticamente, uma mentalidade.

Desse modo, a gestão democrática só se efetivará na educação escolar por meio da mudança de mentalidade daqueles que dela fazem parte, aprimorando as relações interpessoais vinculadas ao planejamento e organização pedagógica e administrativa da escola. O individualizado da gestão democrática é a plena participação dos atores da escola mediante ações a serem alcançadas, superadoras de ações individualistas.

A gestão participativa propõe compromissos e envolvimento dos diretores, pedagogos, docentes, funcionários e pais dos alunos, coletivamente organizados na busca de soluções para superação dos problemas existentes no espaço escolar. Portanto, a busca de uma gestão democrática da educação deve ser objetivo de todos, visando formar o cidadão crítico e transformador da realidade em que vive.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Presidência da República. Lei n° 9.394 de 20 de dezembro de 1996 – Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, de 23 de dezembro de 1996. Disponível em: http://www.mec.gov.br/legis/defaut/shtm. Acesso em: 01 abr. 2021.

BRASIL, Presidência da República. Lei n° 13.005/2014. Plano Nacional de Educação. Brasília: Senado, 2014.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988.

FREITAS, D. N. T. de. A gestão educacional na interseção das políticas federal e municipal. Rev. Fac. Educ. São Paulo , v. 24, n. 2, p. 29-50, July 1998 . Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-25551998000200003&l ng=en&nrm=iso>.Acesso em : 05 out. 2011.

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GHANEM, E.. Democracia: uma grande escola- alternativas de apoio à democratização da gestão. São Paulo: Ação Educativa, 1998.

GADOTTI, M.. Escola cidadã. São Paulo: Cortez, 1992.

LUCK, H.. Perspectivas da gestão escolar e implicações quanto à formação de seus gestores. In: Em Aberto, n° 72 (Gestão Escolar e Formação de Gestores, Jun de 2000, p. 11-34). LIBÂNEO, J. C. A organização e a gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Editora Alternativa, 2001.

LÜCK, H.. Em Aberto / Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. Brasília: O Instituto, 1981. Disponível em: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/em_aberto_72. Acesso em: 13 dez. 2013.

PARO, V. H.. Administração escolar: introdução crítica. São Paulo, Cortez : Autores Associados, 1986.

ROSAR, M.F.F. A dialética entre concepção e a prática da “gestão democrática” no âmbito da educação básica no Brasil. Educação & Sociedade, vol.20, n.69, pp.165-176, Campinas, Dezembro, 1992.

S O U S A , V . A . d e . G e s t ã o E s c o l a r . D i s p o n í v e l e m : http://www.webartigos.com/articles/1509/1/A-Gestao-Escolar/pagina1.html. 2007. Acesso em: 02/08/2011.

VEIGA, I. P. (Org.). Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. 13. ed. Campinas: Papirus, 2001.VEIGA, I. P. A. Escola, currículo e ensino. In: VEIGA, I. P. A.; CARDOSO, M. H. (Orgs.). Escola Fundamental: currículo e ensino. Campinas, SP: Papirus, 1991.

Sobre os autores:

Patrícia Lays Dias de Souza Lima, graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Campina Grande – UFCG; pós-graduada em Educação Infantil, Anos Iniciais e Psicopedagogia pela UniBF; pós-graduada em Gestão, orientação e supervisão escolar pela (UniBF).

Silvana Cavalcanti Leal Morais (graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual da Paraíba – UEPB; especialista em Inclusão Escolar: necessidades educativas

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especiais-Faculdades Integradas de Patos (FIP); Mestranda em Educação pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

Referências

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