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VIVIANE CORREA MONTEIRO (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ), ALINE MIRANDA FONSECA (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE).

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LEITURAS DA PERMANÊNCIA DOS TEXTOS DE ALICE DE LEWIS CARROLL: ÀS MULTIPLAS VERSÕES E OS PRODUTOS EM SÉRIE. VIVIANE CORRÊA MONTEIRO– UFF–RJ, PÓS–GRADUAÇÃO EM LITERATURA INFANTO–JUVENIL, NITERÓI–RJ.

VIVIANE CORREA MONTEIRO (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ), ALINE MIRANDA FONSECA (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE).

Resumo

Esta comunicação tem por objetivo compartilhar as experiências de uma pesquisa realizada no curso de especialização em Literatura Infanto–Juvenil, da Universidade Federal Fluminense, sobre as Alices de Lewis Carroll. Sob um olhar analítico das obras “Alice no País das Maravilhas“ e “Através do Espelho“, foram observadas, em traduções e adaptações brasileiras, estratégias diferenciadas no tratamento do texto e imagem, visando a captura de leitores de perfis etários e de níveis de escolarização distintos. Por um lado, o estudo põe em destaque o cotejamento de diversas versões, ilustrações, adaptações das obras e projetos gráficos. Por outro, faz uma reflexão sobre o enorme conjunto de produções culturais (pela indústria de massa ou não), derivado das criações literárias do autor em questão, como filmes, músicas, jogos, desenhos, enfeites de aniversários, entre outros. A produção literária e não literária identificada, evidencia a grande permanência das narrativas de Lewis Carroll, que além de serem caracterizadas pela não linearidade, são consideradas obras–primas do gênero Maravilhoso, tendo em vista que, ao longo do tempo, proporciona incentivo às diferentes práticas do ato de ler e, também, estímulos à imaginação e ao realismo mágico, por meio de uma lógica às avessas e nonsense de relevante importância na história da Literatura Infanto–Juvenil.

Palavras-chave:

Literatura Infanto–Juvenil, Leituras distintas, Lewis Carroll.

Alice no país das maravilhas e Através do espelho, obras do inglês Charles Lutwidge

Dodgson, mais conhecido por seu pseudônimo Lewis Carroll, receberam e permanecem recebendo inúmeras adaptações, traduções, ilustrações e novos projetos gráficos. Com isto, intenta-se tornar as obras interessantes para leitores de perfis etários e níveis de escolarização distintos, promovendo a tendência de adaptar a obra em conformidade com seu público-alvo. Esta propensão a adaptações propõe projetar as obras protagonizadas pela Alice de Carroll no universo das novas produções culturais, sejam elas voltadas para indústria de massa ou não. São incontáveis as traduções e adaptações, estudos e teorias acerca de suas criações, permeadas por questões matemáticas, jogos lógico-semânticos, inversões, quebra-cabeças, sempre traspassadas pelo nonsense, pela não linearidade e o realismo mágico, entre outras características que ressaltam sua autenticidade. Tal multiplicidade continua despertando o interesse das mais diversas áreas de estudo, da psicanálise à matemática. Sempre lembradas quando é feita referência aos clássicos, as Alices elencam os meios de comunicação e entretenimento e, por conseguinte, apresentam relevante importância para a História da Literatura Infanto-Juvenil.

Alice no país das maravilhas e Através do espelho foram escritas a partir de

histórias contadas para as filhas o Reitor da Universidade de Oxford. Elas haviam gostado muito e, por esta razão, pediram para Carroll escrever toda a narrativa. Ele levou a proposta a sério e demorou cerca de dois anos para redigir a primeira aventura, que ficou guardada no escritório do pai das meninas por um tempo até

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ser descoberta por outras pessoas. Aos poucos seu conteúdo foi se espalhando até ser finalmente publicado.

Seu conteúdo era inicialmente voltado para o público infanto-juvenil: paródias de

nursery-rhymes - canções populares canções populares inglesas - realizadas

através de personagens como Tweedledum e Tweedledee e Humpty-Dumpty, sequências de estímulo ao raciocínio lógico, quebra-cabeças, enfim, tudo aquilo que pudesse estimular a mente dos menores. As narrativas carrollianas encontram-se categorizadas como parte integrante da História da Literatura Infanto-Juvenil, uma vez que, apesar de algumas paródias e jogos de palavras terem se perdido ao longo do tempo em razão do excesso de adaptações sintetizadas, as Alices não se perderam por completo. Todavia, elas não são histórias apenas para crianças, uma vez que, a história narra as aventuras de uma menina que muda de tamanho frequentemente, tratando, assim, da instabilidade muitas vezes presente no sujeito humano. Logo, também são consideradas clássicos para todas as gerações. Esta continuidade através de gerações é consequência da qualidade literária das narrativas, distintiva em ambos os textos.

Apesar de o presente trabalho intentar uma análise acerca das versões e dos produtos em série como representação da permanência da personagem Alice de Lewis Carroll e não uma análise literária das duas obras, é necessário, ainda assim, contemplar alguns elementos predominantes nesse contexto. Dentre eles, é possível destacar o caráter estético muito bem trabalhado, sem quaisquer propósitos pedagógicos, cuja notabilidade é destacada pela não linearidade e onde a possibilidade de o leitor fazer quaisquer tipos de relação emocional ou cognitiva com o texto é descartada; características essas fundamentadas para o realismo mágico e que apresentam um espaço surreal onde lugares e animais encontram-se personificados.

Ademais, o nonsense é predominante, podendo ser exprimido através de ações e palavras ou expressões utilizadas na sociedade inglesa contemporânea a Carroll. Um bom exemplo de expressão é a inversão usada pela duquesa no capítulo A

História da Falsa Tartaruga, onde a duquesa diz: cuide do sentido, e os sons cuidarão de si mesmos. Na versão original a expressão é: "take care of the pence and the pounds will take care of themselves". A troca da letra "p" pela letra "s"

transforma totalmente o sentido: "Take care of the sense and the sound will take

care of themselves", numa referência à permanência de uma tradução que,

literalmente, poderia ser traduzidas como "cuide dos centavos e as libras cuidarão de si mesmas". Tal tradução, devido ao jogo semântico, seria incoerente com a estrutura da narrativa. Já nas discussões lógico-semânticas o nonsense é empregado, dentre outros momentos, em uma das discussões de Alice com o Chapeleiro Louco que parecia sem sentido, mas era, no entanto, baseado em bom vernáculo. Alice, sempre contestadora, apresenta nesse diálogo, uma crítica ao vazio de muitos discursos polissêmicos, possivelmente uma realidade contemporânea a Carroll e que é conservada até hoje. O autor, portanto, fomenta a arte da palavra, consolidando a relação entre matemática e linguística.

Inicialmente, Alice no país das maravilhas e Através do espelho mais parecem uma brincadeira. Contudo, consistem em uma reflexão dos exageros que as convenções dominantes durante aquele período submetiam seus subordinados. Envolvido com um projeto de nação, Carroll mostra, como nos sugere em suas obras, verdadeiramente o contexto sócio-político ao qual estava inserido.

Dotado de um mundo irreal e fantasioso, através do jogo com as palavras, os textos sugerem a permeação em um circuito fechado de referências linguísticas vinculados a relações abstratas da matemática e da lógica e conhecimento histórico

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e cultural que demandam conhecimento sobre a época em que foram escritos para serem melhor compreendidos. Com base nesta afirmação muitas traduções e adaptações vêm recontando das formas mais diversas essas narrativas, suprimindo diálogos relevantes às obras.

As Alices são consideradas obras-primas do gênero maravilhoso, uma vez que não estão inseridas no gênero de narrativas fantásticas ou contos de fadas, embora tomem "emprestados" alguns temas a fim de que o público infantil e juvenil sinta-se mais próximo da história e tenha interessinta-se em lê-las. Com o intuito de despertar o interesse destes jovens leitores, foram surgindo inúmeras adaptações de tradutores, ilustradores, projetistas gráficos e editores. Em uma passagem de Alice

no país das maravilhas, a protagonista questiona: "e de que serve um livro" - pensou Alice - "sem figuras e sem diálogo?". No entanto, para legitimar essa

pergunta, é necessário que as ilustrações - caso haja - tenham significados tanto denotativos quanto conotativos, ou seja, devem representar, mas também sugerir, insinuando e acrescentando formas e ações e não apenas atuando como uma tradução ou paráfrase da narrativa.

Acerca da relação personagem-narrativa, Sebastião Uchoa Leite (LEITE, 1980), em sua tradução e adaptação para as Alices:

Gattegno observa agudamente que a diferença das narrativas fantásticas de Alice em relação aos contos de fadas tradicionais é que estes não colocam em questão a validade lógica do discurso. Ao contrário, os personagens de Alice questionam essa validade, dentro de um sistema de raciocínio lógico todo particular. (Por isso os diálogos têm uma importância tão grande na leitura desses livros, que não significam nada se reduzidos a seus enredos).

Assim, as Alices, se e quando recontadas apenas por imagens e texto corrido, sem seus tão significativos diálogos, apresentam limitações para o desenvolvimento e compreensão da narrativa.

Sebastião Uchoa Leite faz alusão ainda aos obstáculos a que se depara todo tradutor e sugere uma crítica às histórias recontadas de forma sintetizada. A produção literária apresenta unicamente os elementos que, segundo o autor e tradutor, são considerados essenciais para que a história seja narrada. Desta forma, fugimos das narrativas fantásticas e do nonsense de Lewis Carroll e nos aproximamos muito dos contos de fadas tradicionais, onde não existe a preocupação com o discurso, que é, verdadeiramente, uma das propostas da produção literária carrolliana.

O cotejo das diversas adaptações e traduções que surgiram a partir das narrativas de Lewis Carroll apresenta, por um lado, algumas ilustrações, projetos gráfico-editoriais, adaptações e/ou traduções primorosas e, por outro, uma notável incompletude ou divergência em relação ao original. Isto se deve ao fato de muitos elementos presentes nas obras participarem de toda uma contextualização que se perdeu com o decorrer do tempo e/ou que hoje já não tem os mesmos significados. Tomando por base duas obras, primeiramente, a já citada tradução e adaptação de Sebastião Uchoa Leite e a segunda, conforme o arquivo ANEXO 1, uma adaptação de Ruy Castro, temos no primeiro uma linguagem que constroi o texto traduzido na descrição da queda de Alice na toca do coelho, nos proporcionando a sensação de sonho dentro do sonho (quando sonhamos que estamos caindo, só no caso de Alice, sonhando que cai dentro do próprio sonho). Já no segundo há a supressão da

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queda de Alice através da retirada de elementos da linguagem que detalham a queda.

Ana Maria Machado traduziu a versão ilustrada por Jô de Oliveira no arquivo ANEXO 2. Nela, a autora retoma à contemporaneidade as paródias e jogos de palavras perdidos com o passar do tempo, da qual escreve Margareth Mattos em resenha do livro para o site da FNLIJ:

(...) realizou uma tradução que alcança o público de crianças e jovens sem recorrer a estratégias que levariam à facilitação, redução ou empobrecimento do projeto original do autor. Seu grande desafio foi o de transpor para a língua portuguesa os variados jogos linguísticos que compõem a narrativa - jogos de sonoridade com palavras e expressões responsáveis por alterações de sentido, paródias a textos, autorais ou não, de domínio público, brincadeiras com expressões idiomáticas, entre outros - e que constituem o processo de nonsense destacado na obra. Assim, Ana Maria Machado busca correspondências para esses jogos de linguagem no português do Brasil, oferecendo-nos um texto integral e criativo que faz referências a cantigas populares, acalantos, poemas de Vinícius de Moraes e Gonçalves Dias, parodiando-os, como fizera Carroll com os textos ingleses. Quem ganha com isto é o leitor criança e jovem que tem a oportunidade de fruição e compreensão mais plenas ao ler a história".

As ilustrações de Jô de Oliveira, realizadas a partir da técnica de xilogravura, bastante difundida por intermédio das publicações de literatura de cordel, imprimem um caráter bem brasileiro à edição. As imagens em preto-e-branco permitem-nos, ainda, dar asas à imaginação e descobrir novas possibilidades de construção de imagens a partir da associação entre texto escrito e ilustrações. A ótima qualidade do projeto gráfico da obra é a confirmação definitiva da excelência desta edição de Alice no país das maravilhas[1].

Ao fazermos uma análise das adaptações e traduções das obras em questão, é possível notar que em alguns casos elas realmente subvertem o original, no entanto, todas as versões, adaptações e traduções à sua maneira se tornam, por fim, parte da obra original. Além disso, frequentemente a leitura de adaptações ou obras contendo apenas ilustrações é o primeiro passaporte para o mundo da leitura e um caminho para o conhecimento da obra em todas as suas variedades, promovendo a aquisição da leitura e mostrando-se útil como estratégia para a captura de leitores de perfis etários e de níveis de escolarização distintos. O objetivo principal de toda leitura é proporcionar prazer. Por esta razão, o contato com o livro, a curiosidade de conhecê-lo, seja por causa do formato, das ilustrações contidas, projeto gráfico, entre outros motivos, mesmo que não se trate da obra integral, possibilita que seja criado um estímulo à criança para que sejam realizadas leituras futuras até mais complexas.

As representações de Alice no país das maravilhas e Através do espelho estão muito além dos livros. Sempre lembrada quando perguntada sobre os clássicos, Alice acompanha o desenvolvimento tecnológico, os meios de comunicação e de entretenimento. Atualmente existem adaptações para cinema, peças teatrais, desenhos animados, histórias em quadrinhos, clipes musicais e até mesmo jogos de videogame/ computador, brinquedos, bonecos e roupas transportando suas personagens para todos os meios, popularizando-os ainda mais. Alice encontra-se presente em parques temáticos da Disney, em videoclipes de conjuntos de rock, em jogos de videogame, adaptações para o cinema, como as versões datadas de

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1933, 1966, 1976 para Alice in Wonderland (musical de Alice in Wonderland), 1983 e 1985 (Através do espelho), desenhos animados que narram a história de Alice no

país das maravilhas e Através do espelho em capítulos, no teatro entre outras

inúmeras versões e recontos.

Um exemplo deste processo de divulgação dos dois textos é verificado no desenho de origem alemã, cujo nome original é "Alice im Wunderland", produzido entre 1983 e 1985 e que foi traduzido para diversos países, incluindo Portugal e Estados Unidos. Como o desenho era transmitido em capítulos os textos de Carroll foram adaptados com bastante riqueza de detalhes. Anterior à criação desse desenho animado surgiu a versão considerada uma das mais conhecidas mundialmente para

Alice no país das maravilhas, criada pelos estúdios Walt Disney. Diversos clássicos

da literatura, sobretudo contos de fadas, ganharam adaptações do mesmo estúdio para cinema, sempre alvo das mais duras críticas. Com Alice não foi diferente, pois ao enfatizar apenas algumas passagens da obra na versão e aliar isto a uma modernização dos desenhos animados, desenvolveu-se uma narrativa visual resumida transmitida de maneira dissecada, subestimando a capacidade intelectual do público infanto-juvenil. A versão experimentou de maneira discutível o nonsense e extinguiu diálogos, levando a criação a ser considerada decepcionante quando comparada a outros sucessos de bilheteria dos mesmos criadores.

Uma pessoa que já tenha realizado a leitura da obra e tenha acesso à adaptação Disney perceberá a carência de cenas relevantes. No entanto, uma pessoa que assista a mesma versão sem ter lido a obra no original perceberá a presença de apenas algumas características típicas da escrita carrolliana. Entretanto, o desenho animado muitas vezes é o primeiro contato com a obra e pode ser o despertar do interesse pela leitura da narrativa, mesmo que seja em uma produção sintetizada. Cada leitor possui uma maturidade, disposição, sensibilidade e interesse distintos. Cabe a nós compreender os diferentes níveis para não frustrá-lo justamente no início do processo de aquisição da leitura.

Os recursos midiáticos, promotores diretos dos produtos em série, artigos para consumo imediato e bens de consumo em geral, vêm constantemente oferecendo recursos para impulsionar as vendas. Muitos produtos contendo estampas de personagens carrollianos inspirados nas ilustrações da Disney já foram e ainda são vendidos. A relação entre leitor e consumidor vem se sofisticando de tal forma que não é possível haver uma desvinculação integral entre produto e publicidade. A publicidade do século XXI encontra-se alicerçada numa vastidão de produtos que traduzem uma nova tendência do mercado consumidor: a visão da criança e do adolescente como uma nova e importante fatia das vendas, vistas pelo consumo massificado como um eficiente receptor e transmissor de conhecimentos e alvo de estratégias de marketing. Os futuros adultos, apesar de serem mais críticos, estão mais propensos à fácil sedução pela tecnologia, encaram o mundo de forma menos criativa e mais pragmática.

Muitos adultos que cresceram ouvindo e lendo os clássicos da literatura brasileira e universal hoje lêem as mesmas histórias para seus filhos, relêem para seu deleite e estão expostos aos produtos inspirados na tendência comercial de adultizar a literatura infanto-juvenil de sua infância muitas vezes a fim de resgatar e criar uma atmosfera inédita e cômica, muitas vezes voltada até mesmo para a pornografia ou para a excentricidade de seus criadores. Tim Burton, cineasta estadosunidense, criador de diversas animações e filmes com temáticas sombrias, vêm trabalhando em uma nova adaptação para Alice no país das maravilhas, conforme é possível verificar no arquivo ANEXO 3, e que está sendo produzido pelos estúdios Disney. Dele, certamente, derivarão diversos produtos em série, como lanches com brindes baseados no filme, camisetas, jogos de vídeo game, entre outros, dando

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prosseguimento ao universo publicitário que vê os adultos como consumidores de produtos com estampas infantis, jogos e até mesmo brinquedos.

Esse discurso publicitário nos atrai, pois sugere uma multiplicidade de sentimentos agradáveis que nos convidam a adentrar certos universos muitas vezes proibidos ou até mesmo impensáveis como uma necessidade de consumo. É aí que mora a natureza persuasiva do discurso publicitário.

Por fim, chegamos à conclusão de que Alice no país das maravilhas e Através do

espelho são obras que verdadeiramente podem ser classificadas como literatura

infanto-juvenil e que, assim como outras obras inseridas no gênero envolvem o leitor e permite que ele participe do universo do imaginário por meio de uma construção de narrativa capaz de incentivá-lo a estar constantemente aprimorando sua biblioteca interna.

À medida que as obras carrollianas vão ultrapassando gerações, as representações das Alices excedem o espaço dos livros e acompanham os meios de comunicação e ganham produtos em série, como até mesmo festas infantis inspiradas geralmente na adaptação da Disney, a qual foi fonte inesgotável de marketing à época do lançamento do desenho para as telas de cinema e ainda são encontradas inúmeras possibilidades de representação, pois as obras favorecem sua própria recriação através do tempo.

Entendemos que mesmo que as adaptações, ilustrações, projetos gráficos variados alterem a forma original das obras, eles também podem ser o caminho para o estímulo e acesso a outras leituras. Caminho este que podemos refletir e investir com trabalho e esforço com vista à captura de leitores de perfis etários e de níveis de escolarização distintos em prol da formação de um país de leitores.

Referências bibliográficas

CARROLL, Lewis. Aventuras de Alice no país das maravilhas. Através do espelho e o

que Alice encontrou lá. Tradução e organização de Sebastião Uchoa Leite. 3.ed. SP:

Summus, 1980.

_______________. Alice. edição comentada. Ilustrações originais John Tenniel. Introdução e notas Martin Gardner. Tradução Maria Luiza X. de A. Borges. RJ: Jorge Zahar Editor, 2002.

_______________.The complete works of Lewis Carroll: Alice's adventures in

wonderland, The hunting of the snark, Through the looking glass, Silvie and Bruno, Silvie and Bruno concluded, All the early and the late verse, short stories, essays, phantasmagoria, games puzzles, problems, acrostics and miscellaneous writings.

Introduction by Alexander Woollcott and illustrations by John Tenniel

________________. Alice no país das maravilhas. Adaptação de Ruy Castro e ilustração de Laurabeatriz. SP: Cia das Letrinhas, 1992.

________________. ________________________. Il. Jô Oliveira. Tradução de

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________________. ________________________. Il. Jô Oliveira. Tradução de

Ana Maria Machado. São Paulo:Ática, 1997. Resenha da obra, produzida por Margareth Mattos. Disponível em . Acesso em: 16 jul. 2009.

CULLER, Jonathan. Teoria Literária: Uma introdução. Tradução e notas de Sandra Vasconcelos. SP: Beca Produções Culturais Ltda, 1999.

MOYA, Alvaro de, 1930-. O mundo de Disney. São Paulo : Geração, 1996

ANEXO 1_COLE_4657.JPG. Largura: 130 pixels. Altura: 149 pixels. Formato jpg. Disponível em . Acesso em: 17 jul. 2009.

ANEXO 2_COLE_Web Alice do Jo Oliveira 01.JPG. Largura: 229 pixels. Altura 320

pixels. Formato jpg. Disponível em < http://roedoresdelivros.blogspot.com/2007/06/e-histria-fez-sentido.html>. Acesso

em: 17 jul. 2009.

ANEXO 3_

COLE_johnny_depp_helena_bonham_carter_alice_in_wonderland_tim_burton.jpg. Largura: 650 pixels. Altura: 366 pixels. Formato jpg. Disponível em . Acesso em 17 jul. 2009.

[1] Resenha do livro Alice no País das Maravilhas, de Lewis Caroll. Il. Jô Oliveira. Tradução de Ana Maria Machado. São Paulo:Ática, 1997. Produzida por Margareth Mattos.

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Referências

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