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Prematuridade: Ocorrência, fatores de risco, complicações e atuação fisioterapêutica em uma UTI Neonatal. Cristina Midori Morita Hagio Pesquisadora

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Academic year: 2021

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F

isioterapia

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Prematuridade:

Ocorrência, fatores de risco, complicações

e atuação fisioterapêutica em uma UTI Neonatal

Cristina Midori Morita Hagio

Pesquisadora

Msª. Ana Damaris Gonzaga

Orientadora Resumo

Introdução: A prematuridade é um dos principais fatores do desencadeamento de diversas patologias. Um recém-nascido é considerado prematuro quando apresenta a idade gestacional menor que 36,6/7 semanas. Os principais fatores de risco são a morbidade materna e a gemelaridade. Prematuros são mais propensos a com-plicações como displasia bronco pulmonar e hemorragia peri-intraventricular, resultando em hospitalização prolongada com custo sócio-econômico elevado. Em países desenvolvidos o índice de prematuridade está entre 6 e 8%; no estado de São Paulo esse índice sobe para 22%.

Objetivos: traçar o perfil dos prematuros, avaliar a ocorrência, fatores de risco, complicações e atuação fi-sioterapêutica em uma UTI neonatal.

Métodos: Estudo do tipo retrospectivo, transversal e analítico a ser realizado no Hospital Maternidade Muni-cipal Amador Aguiar, no período de Janeiro a Agosto de 2008. Após consentimento da Diretoria do Hospital e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, foi realizado um levantamento nos prontuários dos recém-nascidos. Os dados foram analisados por meio do programa SPSS®, e calculadas as médias, desvios padrão e aplicados os testes t-Student e Qui-quadrado.

Resultados: A amostra foi composta por 131 prematuros, a média de idade gestacional e peso de nascimento foram 32,8±3,28 semanas e 1812,6±638,5 gramas, respectivamente.Os diagnósticos neonatais mais frequentes foram Síndrome do Desconforto Respiratório e Icterícia neonatal. As principais morbidades maternas

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encontra-pelo serviço de fisioterapia. A mortalidade foi baixa graças às terapias utilizadas e às poucas complicações apresentadas.

Palavras chave: Prematuridade. Complicações. Ventilação mecânica. Fisioterapia.

Abstract

Introduction: The prematurity is one of the main factors of to unchain of diverse pathologies. One newborn is considered premature when it presents the gestational age lesser that 36 6/7 weeks. The main factors of risk are morbidities maternal and gemelaridade. Premature are more inclined the complications as Dysplasia Bron-coPulmonar and Hemorrhage Peri Intra Ventricular resulting in hospitalization drawn out with raised partner-economic cost.In developed countries the prematurity index is enters 6 or 8%, in the state of São Paulo this index goes up for 22%.

Objectives: to trace the profile of the prematures, to evaluate the occurrence, factors of risk, complications and physioterapy in a neonatal UTI.

Methods: Study of the retrospective, transversal and analytical type to be carried through in the Hospital Municipal Maternity Amateur Aguiar in the period of January the August of 2008. After assent of the Direction of the Hospital and approval of the Committee of Ethics in Research, was carried through a survey in given handbooks of the newborn. The had been analyzed by means of program SPSS®, and calculated the averages, shunting lines standard and applied the tests t-Student and Qui-square.

Results: The sample was composed for 131 prematures, the average of gestational age and weight of birth weeks and 1812,6±638,5 had been 32,8±3,28 gram, respectively. The diagnosis neonates more frequent had been Syndrome of Discomfort Respiratory and neonatal Jaundice. The main found morbidities maternal had been: DHEG (22%) and ITU (26.7%). The complications most frequent had been Dysplasia BroncoPulmonar (2.3%) and PNTX (1.5%).

Conclusion: The joined profile was of bordering RNPT, AIG, carriers of SDR and INN and that they had made use of ventilatório support. The main joined complication was sepse neonatal. All the prematures had been folloied by the fisioterapia service. Mortality low was related to the used therapies and presented complications

Key words: Prematurity. Complications. Ventilation mechanics. Physiotherapy

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Introdução

A prematuridade tem tido um grande aumento no Brasil devido ao número de gestantes tabagistas, con-sumistas de álcool, condição socioeconômica desfa-vorávele gestantes adolescentes (SUZUKI et al, 2007).

O recém-nascido é considerado pré-termo (RNPT), quando apresenta idade gestacional (IG) menor que 37 semanas de gestação, ou seja, até 36 semanas e seis dias, e muito baixo peso (RNMBP) quando apresenta peso ao nascer menor que 1500 gramas. No mundo, nascem anualmente 20 milhões de bebês prematuros e com baixo peso (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).

No Brasil, número de RNPT nascidos vivos mante-ve-se estável entre 2000 a 2004, sendo a maior inci-dência nos estados de Mato Grosso do Sul, Rio Gran-de do Sul e Distrito FeGran-deral (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).

O acompanhamento pré-natal influencia direta-mente nos indicadores de saúde e nos números de óbi-tos. No Brasil o número de mães que realizaram sete ou mais consultas subiu para 52% no ano de 2004 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004).

O trabalho de parto prematuro (TPP) é uma das principais causas de mortalidade e morbidade em pre-maturos, portanto sua incidência é cerca de três vezes maior se o parto for prematuro (OLIVEIRA et al, 2000).

A prematuridade é um fator importante para o

Complicações neurológicas como apnéia e hemor-ragia peri-intraventricular (HPVI) apresentam-se 20 vezes mais em RNPT (BITTAR, 2001). A apnéia da pre-maturidade é uma ausência de movimentos respirató-rios por mais de 20 segundos, ou seja, é uma alteração no ritmo respiratório que pode ser acompanhada por cianose e bradicardia (FALCÃO, 1998).

Dentre todos os problemas respiratórios do RNPT, a Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR) é consi-derada uma das mais frequentes, cerca de 80% a 90% dos casos (DINIZ, 2004). Além disso, podemos citar a displasia broncopulmonar (DBP), uma das compli-cações a longo prazo do sistema respiratório, devido à prematuridade e ao uso de oxigênio aos 28 dias de vida (REBELLO, 1999)

O uso de corticosteoide pré-natal diminui a inci-dência da SDR, portanto é de extrema importância seu consumo durante a gestação. Em gestantes provoca o amadurecimento pulmonar fetal (REBELLO, 1999; AL-BUQUERQUE, 2002).

A aplicação da ventilação mecânica invasiva (VMI) e não invasiva previne o colapso alveolar (CONSOLO

et al, 2002); porém pode ocasionar maior

probabili-dade de pneumotórax pela aplicação de altas pressões inspiratórias (BRUNHEROTTI et al, 2003).

O emprego de surfactante exógeno em RNPT con-tribui para diminuição de mortalidade e demais com-plicações que podem estar associadas à síndrome de

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complicações e fatores de risco, a atuação fisiotera-pêutica torna-se mais especifica e primordial numa UTI neonatal.

O objetivo principal desse trabalho foi traçar o per-fil dos prematuros avaliando a ocorrência, fatores de risco, complicações e atuação fisioterapêutica em uma UTI neonatal.

Resultados

Durante o período de estudo, ocorreram 3.591

nas-Gráfico 1: Frequência mensal da prematuridade no período do estudo

cimentos no HMMAA, onde 407 (11,33%) eram pre-maturos, 131(32,18%) foram transferidos para UTI e fizeram parte de nossa amostra. Todos os prontuários foram analisados, não havendo exclusão. As médias de IG e PN da amostra foram 32,8±3,28 semanas e 1812,6±638,5 gramas, respectivamente.

A média do índice de Apgar apresentados foram de 6,8±2,1 no 1º minuto e 8,4±1,4 no 5º minuto.

Os resultados encontrados estão demonstrados nas tabelas e gráficos abaixo.

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Gráfico 2: Principais diagnósticos encontrados

Legenda: SDR=Síndrome do Desconforto Respiratório, INN=Icterícia Neonatal SPU=Síndrome do Pulmão Úmido, PCA=Persistência do Canal Arterial, HPP=Hipertensão Pulmonar Persistente,SAM=Síndrome da Aspiração de Mecônio,

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Gráfico 4: Principais complicações encontradas.

Figura 5: Frequência da utilização de corticoide pré-natal e surfactante

Discussão

Por ser um hospital de referência na região, o nú-mero de nascimentos no período do estudo foi eleva-do; porém, apenas 11,33% foram considerados partos prematuros.

Em um levantamento bibliográfico de dados reali-zado no Lilacs e Mediline, Silveira et al (2008), pode constatar que no Estado do Maranhão, em um estudo transversal realizado no período de Março de 1997 a

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fevereiro de 1998, em dez maternidades estaduais, dos 2831 nascimentos, 13,9% eram prematuros. Barros et al (2006), estudaram todos os 4231 nascidos vivos da cidade de Pelotas no ano de 2004, onde 15% eram prematuros. No HMMAA dos 3591 nascidos vivos no período do meu estudo, 407 (11,33%) eram prematu-ros, um baixo índice considerando que esta é uma po-pulação de baixa renda e que o hospital faz acompa-nhamento de gestantes de alto risco

Segundo o IBGE, no Brasil no ano de 2000, cerca de 32% das mulheres tiveram filhos antes dos 20 anos, e para Ramos et al (2009) a gravidez na adolescência é um grande fator de risco para parto prematuro. Neste estudo, apenas 16,8% tinham menos de 18 anos, esse baixo índice pode ter ocorrido devido às variáveis não analisadas como campanhas de prevenção, nível de escolaridade.

O Ministério da Saúde preconiza que as gestan-tes devam realizar no mínimo 5 consultas pré-natais, uma vez que o acompanhamento pré-natal é funda-mental para se evitar trabalhos de parto prematuro ( MINISTÉRIO DA SÁUDE, 2004). No Brasil, no ano de 2004, 52% das mães referiram ter realizado sete ou mais consultas pré-natais. Neste estudo, o índice foi de apenas19%, bastante inferior ao desejado, estando de acordo com o estudo de Coimbra et al, (2003),em que-dos 2540 atendimentos realizaque-dos em maternidades públicas do estado do Maranhão, 90,8% das púepéras realizaram um pré-natal inadequado, ou seja, apenas

senta alguma complicação que impede o parto vagi-nal, (gestações de alto risco), portanto, a incidência de complicações maternas relacionadas a cesárea é bem maior. Em seu estudo, 56,5% dos partos realiza-dos no Hospital Universitário de SP, foram cesarianas. No presente estudo encontramos um índice menor de cesáreas, 48,9% dos partos, porém considerando que o HMMAA é o hospital amigo da criança e preconiza o parto humanizado, foi um índice elevado, provavel-mente pelo fato de ser uma maternidade de referencia para gestantes de alto risco.

A utilização de corticoide pré-natal ocasiona a ace-leração da maturação funcional pulmonar, o que reduz a ocorrência de SDR e diversas outras complicações advindas desta patologia. Apenas 18% dessa amostra fizeram utilização de corticoide pré-natal, índice mui-to baixo devido ao grande número de gestantes que chegam ao hospital já em trabalho de parto avançado

Observamos neste estudo que dentre as compli-cações maternas apresentadas a DHEG representou 22,1% índice elevado quando comparado com o es-tudo de o Nomura et al (2004), que encontrou apenas 17,6% de DHEG dentre as 2410 gestantes, tendo ava-liadosomente gestantes graves. Provavelmente esse índice foi devido à baixa condição econômica da po-pulação atendida no HMMAA, sem condições de uma assistência médica adequada.

A VM, segundo Brunheroti et al (2003) tem sido

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ventilatório não invasivo.

Segundo Rego e Martinez (2000) a utilização do CPAP é uma boa opção de suporte ventilatório, uma vez que pode ser aplicado independentemente do peso do RN. Neste estudo, 36,2% dos RN’s utlizaram o CPAP. As médias de tempo de uso de VM, CPAP e oxigenoterapia foram baixas. O que demonstra a pre-ocupação da equipe na prevenção de DBP e ROP.A utilização da oxigenoterapia representou 55,2% da amostra deste estudo.

Conclusão

Podemos observar que o perfil apresentado pela amostra foi de RNPT limítrofes de BP de nascimento, AIG, portadores de SDR e INN.

A ocorrência de prematuridade no período do estu-do foi baixa, e os principais fatores de risco encontra-dos foram a DHEG e ITU.

Os recém-nascidos apresentaram peso de nasci-mento com média de 1500 a 2500gr e com maior pre-dominância do sexo masculino.

A idade gestacional apresentada foi de recém-nas-cidos limítrofes de 32 a 36 semanas e AIG.

A média do índice de Apgar apresentados foi de 6,8±2,1 no 1º minuto e 8,4±1,4 no 5º minuto.

A principal complicação apresentada pelos prema-turos foi a sepse neonatal, e o índice de outras compli-cações como Pntx, DBP e HPIV foi baixo.

O índice de parto cesáreas e normais foram similares,com predomínio da apresentação cefálica e rotura de membranas no ato.

O uso de corticoide e surfactante pré-natal foi bai-xo.

O uso de suporte ventilatório e oxigenoterapia foi baixo considerando as características da amostra.

A média de dias de internação da amostra foi de 21,74±25,93dias.

Todos os prematuros foram acompanhados pelo serviço de fisioterapia.

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Referências

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