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O ROMANTISMO EM
PORTUGAL
Na literaturaAgrupamento de escolas João da Silva Correia História
Introdução
Depois de um século XVIII iluminado pela razão e inspirado pelo equilíbrio clássico, a
centúria de Oitocentos despertou sob o signo do
sentimento,
da
sensibilidade,
da
ausência de
regras e constrangimentos.
Eis a época do
romantismo,
que podemos definir como um movimento cultural e como
estado de espírito. Manifestou-se na literatura, nas artes plásticas, na música e em muito mais,
até ao final do século XIX.
Países como Itália, Alemanha e Inglaterra podem ser considerados o berço do romantismo.
Porém, na França, o romantismo ganhou força como em nenhum outro país e, através dos
artistas franceses, os ideais românticos espalham-se pela Europa e pela América.
As gerações românticas
Há uma nítida evolução através de três gerações de autores, cada geração é marcada por certos traços e temas. * Primeira geração
Os primeiros autores conservavam características clássicas (apego às regras da produção literária). Principais temas:
- nacionalismo
- romance histórico - medievalismo
* Segunda geração
Período do Ultrarromantismo: exagero pelo subjetivismo e emocionalismo (o tédio, devaneio, sonho, desejo da morte estão sempre presentes)
* Terceira geração
Esta fase antecipa caraterísticas da Escola Realista, que veio a substituir o Romantismo. O subjetivismo e o emocionalismo darão lugar a uma literatura de tom exaltado, baseada nos grandes debates sociais e políticos da época.
De que maneira chegou a Portugal?
Antes de mais, é importante referir que a
literatura romântica se desenvolveu à margem
das regras e dos modelos clássicos. Cultivou o
modelo sentimental, onde os sonhos e as
paixões dominam.
Em Portugal o romantismo acompanhou,
também, a ideologia politica do liberalismo.
Almeida Garrett
e
Alexandre Herculano
foram
os grandes introdutores da nova corrente, na
literatura.
O Romantismo em Portugal
O Romantismo português detém, além, das caraterísticas do romantismo europeu
algumas diferenças:
•
Aos modelos clássicos, racionais e universais, opõe individualidades e
especificidades;
•
É sentimental e imaginativo;
•
Valoriza o pitoresco, o folclore, a tradição e a cultura popular;
•
Evoca a idade média (o distante no tempo, época de mais livre expansão dos
impulsos, com prestígio do ideal cavalheiresco);
Grandes autores
Falar Verdade a Mentir Viagens na minha terra O Arco de Sant'Ana Frei Luís de SousaAlmeida
Garret
D Amor de Perdição Coração, Cabeça e Estomâgo A Queda de um Anjo Camilo Castelo Branco O Bobo O Monge de Cister Alexandre Herculano As Cartas de Eco e Narciso A Primavera António Feliciano de CastilhoAlmeida Garrett
João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett nasceu no Porto em 1799. Em 1809, partiu para a ilha terceira devido às invasões francesas.
Em 1816, foi estudar para a Universidade de Coimbra e frequentou o curso de Direito.
Além da atividade política e legislativa, Garrett continuou sempre a trabalhar nas suas obras.
Foi opositor da ditadura de Costa Cabral, que o demitiu do cargo de inspetor geral dos teatros. Tendo sido a época mais criativa de toda a sua carreira literária.
Como romancista, Garrett é considerado o criador da prosa moderna em Portugal.
AS SUAS OBRAS:
Poemas:
•
Hino Patriótico (1820)
•
Ao corpo académico (1821)
•
Retrato de Vénus (1821)
•
Camões, poema (1825)
•
Dona Branca ou a Conquista do Algarve (1826)
•
Adozinda (1828)
•
Lyrica de João Mínimo (1829)
•
Miragaia, poesia (1844)
•
Flores sem Fruto (1845)
•
Os Exilados, À Senhora Rossi Caccia (1845)
Peças teatrais:
Catão (tragédia, 1822)
Catão (tragédia, 1830)
Catão (tragédia, 1833)
Mérope (tragédia, 1841)
O Alfageme de Santarém ou A Espada do Condestável
(1842)
Um Auto de Gil Vicente (1842)
Frei Luís de Sousa (1843)
Dona Filipa de Vilhena (comédia, 1846)
Falar Verdade a Mentir (comédia, 1846)
A Sobrinha do Marquês (1848)
•
Proclamações Académicas (folhetos, 1820) O Dia Vinte e Quatro de
Agosto (ensaio político, 1821)
•
Aos Mortes no Campo da Honra de Madrid, folheto (artigo, 1822)
•
Manifesto das Cortes Constituintes à Nação (folheto, 1837)
•
Conselheiro J.B de Almeida Garrett (autobiografia, 1844)
•
Da Poesia Popular em Portugal (ensaio literário, 1846)
•
Sermão pregado na dedicação da capela de Nª Sr.ª da Bonança (folheto,
1847)
•
A Sobrinha do Marquês (1849)
•
Memória Histórica de J. Xavier Mousinho da Silveira (1849)
•
Necrologia de D.ª Maria Teresa Midosi (1950)
•
Protesto Contra a Proposta sobre a Liberdade de Imprensa (1850)
AS CARACTERÍSTICAS DA POESIA DE GARRETT:
•
Sensibilidade pessoal;
•
Afeição à Idade Média,
•
A reação contra os cânones clássicos;
•
A observação da Natureza;
•
Predileção pelas lendas e tradições nacionais;
Camilo Castelo Branco
Camilo Castelo Branco, nasceu a 16 de Março de 1820 e faleceu a 1 de Junho de 1890. Foi um escritor, romancista, cronista, crítico,
dramaturgo, historiador, poeta e tradutor.
Para além disto, foi-lhe atribuído o título de visconde de Correia Botelho pelo rei D. Luís.
O seu percurso político não é consensual, mas há indícios de que lutou a favor dos miguelistas na revolta da Maria da Fonte.
Através da sua literatura subentende-se as suas convicções legitimistas (monárquicas) e conservadoras.
Por sua vez, Camilo Castelo Branco ficou incapacitado de trabalhar bastante cedo, pois começou a sofrer de graves problemas visuais
(diplopia e cegueira noturna), aflitivamente e progressivamente, começou a perder a visão e entrou num profundo estado de desespero e
desolação.
Em função disto, o escritor e romancista percorreu todos os especialistas da época, esforço esse que foi em vão.
Veio a suicidar-se em 1890 com um tiro na têmpora direita, mesmo assim sobreviveu em estado de coma agonizante durante mais 3h nesse dia.
Camilo Castelo Branco
A obra de Camilo Castelo Branco é quase toda
romântica. Foi profundamente influenciado por
Almeida Garrett, contudo os grandes modelos
clássicos e a literatura macabra e misteriosa de
Ann Radcliffe também o impressionaram.
É possível nas suas obras entender a
caracterização romântica nas peripécias e nas
explicações psicológicas das suas personagens.
Jacinto do Prado Coelho considera-o
«ideológico e flutuante (…) Camilo mantém-se um
narrador de histórias românticas ou romanescas
com lances empolgantes e situações humanas
comoventes».
Alexandre Herculano
Foi um poeta romancista, historiador e ensaísta português que
nasceu a 28 de março de 1810, em Lisboa, e morreu a 18 de setembro de 1877, em Santarém. Aos 21 anos, na revolta de 21 de Agosto de 1831 contra o governo ditatorial de D. Miguel é obrigado a exilar-se.
Era apoiante da Carta Constitucional de 1826, tendo sido eleito deputado. No entanto, ficou desapontado com o sistema político e retirou-se do seu cargo, tendo rejeitado honrarias e
condecorações.
Publicou enumeras obras e em 1860 participa na redação do primeiro Código Civil português. Em 1865 publicou “Estudos sobre o Casamento Civil”que foi imediatamente colocado no Índex. Retirou-se em 1867, desgostoso com a morte precoce de D. Pedro V, rei em que depositava muitas esperanças, e ainda desiludido com a vida pública.
Caraterísticas da poesia Herculana
• Insere-se num ambiente romântico;• Relacionam-se com pensamentos ou sentimentos;
• Referem-se à Guerra Civil e ao exílio, servindo de testemunho poético da crise da instauração do liberalismo em Portugal;
Acrescente-se ainda que Herculano foi um dos responsáveis pela introdução do Romantismo em Portugal, beneficiando do facto de ter estado exilado e assim teve a oportunidade de interagir com escritores românticos
franceses, ingleses e alemães. As suas principais obras são “O Bobo”, “A Harpa do Crente”, “O Monge de Cister” e “Eurico, o Presbítero”.
Castilho
António Feliciano de Castilho nasceu em Lisboa, em 1800. Aos 6 anos perdeu quase por completo a visão, devido ao sarampo. Apesar da cegueira, dedicou-se aos estudos afincadamente e, mais tarde, licenciou-se em Direito na Universidade de
Coimbra e publicou “As Cartas de Eco e Narciso” (1821) e “A Primavera” (1822). Com a polémica em relação à publicação de um prefácio ao “Poema da
Mocidade” de Pinheiro Chagas, deu-se a eclosão da Questão Coimbrã. Com isto, Castilho aproveitou para censurar um grupo de jovens de Coimbra (entre os quais Teófilo Braga e Antero de Quental), acusando-os de exibicionismo, de obscuridade propositada, de tratarem temas que não tinham a ver com poesia e de terem falta de “bom senso e de bom gosto”, acabando por pôr os jovens apoiantes do realismo e do naturalismo e os antigos defensores do ultra-romantismo em oposição.
Ganhou enfâse devido à cegueira e tornou-se injustamente um ser venerado. No entanto, a sua poesia caiu em total e merecido esquecimento.
Acabou por falecer em Lisboa a 18 de junho de 1875 e, dada à sua fama,
estiveram presentes no seu funeral pessoas de todas as classes sociais, como por exemplo: os seus colegas académicos, ministros e homens ilustres na magistratura e nas forças armadas.