• Nenhum resultado encontrado

DESIGN DE EMBALAGEM: O ENSINO DE PROJETOS ORIENTADOS À SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "DESIGN DE EMBALAGEM: O ENSINO DE PROJETOS ORIENTADOS À SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

DESIGN DE EMBALAGEM: O ENSINO DE PROJETOS ORIENTADOS À SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

PACKAGING DESIGN: EDUCATION PROJECTS DIRECTED TO ENVIRONMENTAL SUSTAINABILITY

Priscila Zavadil Pereira1 Régio Pierre da Silva2

RESUMO: O presente artigo é resultado da aplicação de um método orientado pela sustentabilidade ambiental para o design de embalagens, realizada para o ensino projetual a acadêmicos de Design Visual e Design de Produto na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O objetivo foi integrar questões ambientais ao desenvolvimento de embalagens de comercialização, visando a concepção de projetos ecologicamente mais eficientes e a contribuição para a formação de novos designers conscientes de suas possibilidades para a inserção do design sustentável na prática profissional. Os projetos foram realizados durante o primeiro semestre letivo de 2010 e concluídos ao final do mesmo, cujos resultados estão relatados no presente estudo. A partir da inserção de parâmetros de sustentabilidade ambiental no método para o design de embalagens, verificou-se o melhor entendimento a respeito do assunto, visto não mais como um conceito complexo, mas sim como passível de equalização com os demais fatores projetuais envolvidos no design.

PALAVRAS-CHAVE: Design de embalagem. Sustentabilidade. Ensino de Design.

ABSTRACT: This paper is the result of applying a method driven by environmental sustainability for packaging design, carried out for the projectual teaching to academic of Visual Design and Product Design at the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS). The objective was to integrate environmental issues with the development of packages, in order to design more eco-efficient projects and contributing to the formation of new designers aware of their possibilities for the integration of sustainable design in pratice. The projects were implemented during the first semester of 2010 and finished by the end of it, whose results are reported in this study. From the integration of environmental parameters in the method for packaging design, there was better understanding about the subject as no more like a complex concept, but as a candidate for equalization with the other factors involved in design.

KEY WORDS: Packaging design. Sustainability. Design Education.

INTRODUÇÃO

As embalagens fazem parte da vida do homem desde que foi necessário transportar e acondicionar mercadorias, quando eram utilizadas plantas, couro e partes de animais para a realização de tais funções. Conforme surgiam novas necessidades, as embalagens foram evoluindo em termos de materiais e processos, ganhando novas funções e adquirindo maior

1 Mestranda em Design - Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. E-mail: prizav@yahoo.com.br 2 Doutor em Engenharia de Produção - Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. E-mail:

(2)

relevância, sobretudo com a entrada dos supermercados na sociedade moderna (CAVALCANTI, 2006; MESTRINER, 2007).

A dimensão que o segmento de embalagens assume atualmente pode ser verificada em alguns dados numéricos. O Brasil está entre os 15 maiores mercados do mundo neste setor, sendo que 81,76% da produção está localizada nas regiões Sul e Sudeste do país (HAYASAKI, 2009). A produção da indústria nacional de embalagem corresponde a cerca de 1,5% do PIB e, em 2008, o segmento gerou aproximadamente 200 mil empregos, de acordo com o Estudo Macroeconômico da Embalagem, realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE-FGV) para a Associação Brasileira de Embalagem (HAYASAKI, 2009, NEGRÃO, 2008). Além disso, em 2009, o consumo de embalagens no mundo pelos usuários finais foi estimado em US$ 583,8 bilhões, o que demonstra o impacto deste mercado na sociedade (HAYASAKI, 2009).

Devido a sua grande relevância, sobretudo econômica, como demonstram os números, este setor é responsável por constantes inovações em tecnologias, processos e materiais, aprimorando as funções das embalagens. Dentre as diversas definições para embalagem e suas funções, pode-se considerará-la como o recipiente que contém o produto para venda, armazenagem e transporte, e, portanto, sua função é a de guardar, proteger, conservar, identificar e facilitar o manejo e a comercialização (GIOVANNETTI, 1995).

Diante dos mercados cada vez mais competitivos, a função de identificação, ou comunicação, bem como a formação e consolidação da imagem do produto e promoção da venda do mesmo (NEGRÃO, 2008), tornaram-se tão relevantes quanto às funções básicas de contenção, proteção e transporte. Sobretudo quando se tratam de embalagens de comercialização, que representam uma interface entre o produto e o consumidor, disputando a atenção e a preferência dos usuários, o papel mercadológico assumido é fundamental, visando impulsionar as vendas do produto.

Nesse sentido, as embalagens de comercialização estão totalmente associadas às relações de consumo e, por normalmente possuírem um ciclo de vida curto, representam um volume significativo de material descartado rapidamente. Além disso, embora a reciclagem seja passível para muitos materiais, a constante evolução tecnológica, visando melhor acondicionamento e durabilidade dos produtos contidos, principalmente os alimentícios, propiciou embalagens com múltiplas camadas e materiais diversos, muitas vezes de difícil separação ou de baixo valor para a reciclagem.

Por isso, reduzir o impacto ambiental das embalagens é uma necessidade para os desenvolvimentos neste campo, por meio da inserção de fatores ecológicos nos projetos.

(3)

Além disso, por serem também um veículo de comunicação com os consumidores, as embalagens apresentam o potencial de auxiliarem na educação de atitudes mais sustentáveis por parte dos usuários, promovendo mudanças culturais. Para tanto, é preciso que os designers tenham consciência da importância do seu papel e de suas possibilidades de atuação. Portanto, a inserção destes parâmetros no ensino do design de embalagem torna-se uma oportunidade para a formação de novos profissionais que contribuam para o desenvolvimento de projetos sustentáveis.

DESIGN DE EMBALAGEM E SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

Embora o design de embalagens seja fortemente orientado por questões mercadológicas e econômicas, os fatores ambientais vêm sendo abordados de modo mais enfático, pois uma das primeiras evidências é relativa ao rápido descarte das embalagens de comercialização, gerando excessivos acúmulos de resíduo pós-consumo. Conforme Brody e Marsh (1997), as embalagens são responsáveis por cerca de 65% do volume global de resíduos (BRODY and MARSH apud SAMPAIO, 2008, p.25). Tal índice confirma a afirmação de Mestriner: “depois de utilizada, a embalagem transforma-se em um componente do lixo urbano” (MESTRINER, 2002, p.9), apesar das iniciativas existentes em torno da reciclagem dos materiais.

Por isso, projetar embalagens sustentáveis em termos ambientais tem sido uma preocupação corrente. O termo sustentabilidade ambiental

[...] refere-se às condições sistêmicas a partir das quais as atividades humanas, em escala mundial ou em escala local, não perturbem os ciclos naturais além dos limites de resilência dos ecossistemas nos quais são baseados e, ao mesmo tempo, não empobreçam o capital natural que será herdado pelas gerações futuras (MANZINI, 2008, p.22).

Quando se fala em condições sistêmicas, presume-se a consideração de todas as fases do ciclo de vida3 de um produto e suas interações, além dos agentes envolvidos e suas relações. Por isso, o conceito de sustentabilidade é complexo para as atividades projetuais,

3 Neste caso, faz-se referência a expressão Life Cycle Design, pela qual entende-se, “uma maneira de conceber o desenvolvimento de novos produtos tendo como objetivo que, durante todas as suas fases de projeto, sejam consideradas as possíveis implicações ambientais ligadas às fases do próprio ciclo de vida do produto (pré-produção, (pré-produção, distribuição, uso e descarte) buscando, assim, minimizar todos os efetos negativos possíveis” (MANZINI, VEZZOLI, 2008, p. 23).

(4)

pois envolve o conhecimento e a capacidade de interligar um grande conjunto de informações, abrangendo economia, sociedade e meio ambiente (MARGOLIN, 1998; KRUCKEN, 2009). Por outro lado, este modo de compreensão das conexões entre os fatores envolvidos em um ciclo de vida de produto é que, de fato, pode conduzir a projetos sustentáveis.

As embalagens, por possuírem um ciclo de vida próprio, incluindo as fases de pré-produção, pré-produção, distribuição, uso e descarte, além de desempenharem funções específicas, também podem ser consideradas produtos e, portanto, geram trocas com o meio ambiente e impactos ambientais (MANZINI, VEZZOLI, 2008, p.98).

Neste sentido, a embalagem é um bem de consumo monouso, um produto no qual o impacto gerado é, normalmente, maior em sua produção e descarte e, assim, pertence a uma categoria de bens que “poderiam ser reutilizados, reciclados ou substituídos”. O aumento da vida útil desse tipo de produtos é uma estratégia importante, “tendo em vista substituí-los com outros reutilizáveis ou tornando-os reutilizáveis (ao menos em parte)” (MANZINI, VEZZOLI, 2008, p.110).

Conforme Brod Jr., o impacto ambiental das embalagens pode ser reduzido levando em conta ações antes do consumo, considerando parâmetros ecológicos no projeto, e após o descarte, facilitando a degradação das embalagens após o consumo (BROD JR, 2004, p.26). Entretanto, essas medidas envolvem uma série de outros quesitos, e, para que de fato gerem soluções ambientalmente sustentáveis, devem considerar todas as fases do ciclo de vida da embalagem, reduzindo impactos e promovendo inovações.

ENSINO DE DESIGN DE EMBALAGEM: ÊNFASE NOS FATORES ECOLÓGICOS

Visando contribuir para a formação de designers conscientes do seu papel como agente ativo e transformador em prol de uma sociedade sustentável, a disciplina de Design de Embalagem I, oferecida no curso de Design Visual e Design de Produto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) vem abordando a questão da sustentabilidade ambiental. A disciplina é de caráter obrigatório para o curso de Design Visual e eletivo para os discentes de Design de Produto, entretanto, em geral, as turmas oferecidas contemplam um número equivalente de alunos de ambos os cursos. A ênfase da disciplina é em projetos de embalagens em papel, cartão e papelão, visto que o currículo dos cursos contempla uma segunda disciplina de embalagem, que abrange os demais materiais. No primeiro semestre de

(5)

2010, os acadêmicos desenvolveram projetos de embalagens com ênfase em fatores ecológicos, a partir de briefings previamente estabelecidos pela docente.

Para tanto, inicialmente os acadêmicos são preparados para o design de embalagens por meio de aulas teóricas, visto que esta é a primeira disciplina do currículo sobre o assunto. São apresentados conteúdos relativos à: história; conceitos, classificação e funções das embalagens; aspectos mercadológicos; materiais, impressão e acabamentos; tipos de embalagens em papel e papelão; elementos do projeto gráfico e a sustentabilidade em design de embalagens. Neste último, são abordados os conceitos a respeito da sustentabilidade, sobretudo a ambiental, ciclo de vida, parâmetros ecológicos, como os 3 R’s (reduzir, reciclar e reutilizar), a classificação das embalagens quanto ao descarte, reciclagem e simbologias para a rotulagem ambiental.

Por fim, antes dos acadêmicos iniciarem o desenvolvimento dos projetos, são apresentados os principais métodos em design de embalagem, como Bermiller et al (1976), Seragini (1978), Giovannetti (1995) e Mestriner (2002). Cabe ressaltar que tais metodologias, embora eficientes para a condução de projetos de comercialização, com suas devidas especificidades, não contemplam de forma evidente questões relativas à sustentabilidade ambiental. Outras propostas mais recentes, como Brod Jr. (2004), Sampaio (2008) e Boylston (2009), enfocam a sustentabilidade ambiental nos procedimentos metodológicos que propõem. Após a apresentação dos métodos, propõem-se as fases a serem contempladas no design das embalagens e são repassados briefings para o desenvolvimento dos projetos, bem como os requisitos ambientais a serem contemplados.

(6)

A partir de então, os discentes desenvolveram os projetos durante onze semanas, assessorados sistematicamente durante as aulas. As embalagens foram desenvolvidas em duplas, visando à integração entre os acadêmicos dos cursos de Design de Produto e de Design Visual, trocando experiências e habilidades. Durante todas as fases de desenvolvimento, os fatores ecológicos foram enfatizados e priorizados, contemplando também os aspectos funcionais, estéticos, culturais e econômicos.

Os critérios ecológicos propostos inicialmente visaram à minimização dos impactos ambientais e foram apresentados como requisitos de projeto. O requisito prioritário era projetar a embalagem para que a mesma tenha uso postergado, adquirindo uma nova finalidade após o consumo do produto, evitando, ou protelando, o seu descarte. Além disso, era necessário:

• reduzir o número de componentes da embalagem, evitando o uso de embalagens acessórias ou de conjunto desnecessárias

• reduzir o consumo de material utilizado;

• selecionar materiais e utilizar acabamentos que permitam a reciclagem dos componentes da embalagem;

• priorizar encaixes em vez de colas e adesivos;

• permitir a planificação da embalagem para montagem no momento do acondicionamento do produto, otimizando espaços no transporte;

• procurar o entendimento dos fatores de influência socioculturais para que o novo produto-embalagem seja culturalmente apreciável e/ou promova mudança de hábitos de consumo, utilização e descarte do produto.

Com base nestes parâmetros, foram projetadas um total de oito embalagens a partir de três briefings diferentes. O primeiro caso refere-se a um redesenho de embalagem de lápis de cor, para uma empresa de grande porte, tradicional por seus produtos para desenho e escritório. No exemplo, um dos objetivos do projeto está relacionado à busca de um reposicionamento no mercado, conquistando novos espaços, visto que há um concorrente líder no segmento de lápis de cor que reponde pela maior parte das vendas.

Foram realizados três projetos para esta necessidade, sendo que dois focaram no público infanto-juvenil e um dirigiu-se para o público adulto, visando o mercado profissional. Todas as embalagens atenderam ao requisito principal, propondo um uso postergado, sendo que, no projeto A e no projeto B (Fig.2), direcionados ao público infantil, o uso se dá pela

(7)

interação do usuário com a embalagem por meio de brincadeiras, como a possibilidade de pintura da caixa, personalizando-a (caso A) e a montagem e desmontagem dos módulos que a compõem, constituindo novas formas e figuras (caso B). Além disso, ambas permitem o uso como um estojo, mesmo que os lápis contidos tenham seus tamanhos reduzidos em função da utilização ou substituídos por outros. No projeto C (Fig.2), além da embalagem também ser um estojo, que permite o uso sobre a mesa, como um display ou porta-lápis na posição vertical, ou na posição horizontal, para transporte, o usuário pode optar por destacar parte frontal da caixa, tornando-a um porta-retrato de mesa.

O segundo briefing disponibilizado para os acadêmicos referia-se a um redesenho para determinada embalagem de bombons, visto que tal estudo de caso apresentava um número de embalagens acessórias e de conjunto excessivo, além de ser confeccionada em materiais diversos, não identificados, dificultando uma possível reciclagem. Entretanto, tal embalagem possuía um atributo importante, pois se configurava como um produto presenteável, requisito que não poderia ser descartado. Parte da embalagem também era reutilizada por muitos consumidores, devido às características do material utilizado – polímero transparente – e a forma do recipiente. As três propostas para este briefing mantiveram o atributo presenteável e indicaram um uso postergado. No projeto D (Fig.3), a embalagem pode ser utilizada como um porta-joias ou objetos após o consumo dos bombons. Na proposta E (Fig. 3), a caixa de bombons é também uma luminária, cuja lâmpada e suporte já estão acondicionados, bastando o usuário retirar o fio e conectá-lo à eletricidade para o funcionamento. A embalagem F (Fig. 3) possui uma tampa especial com imã, que pode ser destacada e transforma-se em marcador de página. Mesmo após a retirada desta aba, a caixa permanece utilizável como um porta objetos, podendo ser fechada novamente.

(8)

Por fim, o terceiro briefing trazia a necessidade do desenho de uma embalagem multipack, para o transporte de bebida alcoólica em garrafas long neck contendo 275ml. A embalagem deveria acondicionar entre três e quatro garrafas, garantindo a segurança das mesmas no transporte pelo usuário. Foram desenvolvidas duas propostas para este caso, sendo que ambas utilizaram apenas encaixes para os fechamentos, eliminando colas e adesivos, o que neste caso era um desafio, devido à necessidade de garantir a integridade das garrafas de vidro acondicionadas e ao peso que deveria ser suportado. O uso postergado, no projeto G (Fig. 4), dá-se pela transformação da embalagem em um pequeno mural de mesa, permitindo a colocação de fotos e recados, visando o público-alvo definido para o produto, que pertence a uma faixa etária jovem. O projeto H (Fig. 4) possui picotes em áreas determinadas, transformando a embalagem em pequenos porta-copos, atrelando o uso do produto – bebida – à nova função do multipack.

Figura 3 - Embalagens desenvolvidas para bombons

Com relação aos demais requisitos ambientais, a redução do número de embalagens, seus componentes e do material utilizado foi atingida com maior eficácia no projeto H. Nas caixas para bombons, considerando a embalagem atual do caso em questão, também houve um ganho neste quesito. Porém, para priorizar a possibilidade de uso postergado e o outro requisito proposto, relativo à facilidade de reciclagem, priorizando encaixes em vez de colas e adesivos, a redução do consumo de papel foi hierarquizada em terceiro lugar. Com relação a

(9)

eliminação de colas, todos os projetos foram altamente satisfatórios, em sua maioria utilizando apenas encaixes, ou reduzindo ao máximo o seu uso, como na proposta B que necessitou de um ponto de cola na tampa da caixa. Os acabamentos especiais que impossibilitam ou dificultam a reciclagem, como metalizações, plastificações, entre outros, foram totalmente descartados. Todas as embalagens podem ser enviadas planificadas para montagem posterior. As propostas também conciliaram as demais necessidades de projeto, culturais, estéticas e funcionais, com os requisitos ambientais. Além disso, a indicação de uso postergado, bem como a correta aplicação da rotulagem ambiental e suas simbologias, contribui para a educação e mudança de pequenos hábitos dos consumidores com relação ao uso e descarte das embalagens

Figura 4 - Embalagens desenvolvidas para acondicionamento de garrafas

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A experiência apresentada vem contribuir para a relevância da inclusão de parâmetros ecológicos no design de embalagens. A sustentabilidade ambiental é emergencial e não deve ser percebida como um conceito complexo e inatingível, mas sim como um caminho a ser adotado, buscando formas de inseri-la nos projetos da atividade do designer.

Dessa forma, percebe-se a necessidade da formação de novos profissionais que sejam capazes de inserir a sustentabilidade ambiental no design, ainda que promovendo pequenas –

(10)

mas importantes – contribuições em prol da preservação dos recursos naturais e da educação de consumidores e usuários para a construção de uma sociedade mais sustentável. Os resultados atingidos foram relevantes e satisfatórios neste sentido, dado o atendimento aos requisitos e as melhorias apresentadas nos projetos.

A implementação de práticas projetuais no meio acadêmico que contemplem a sustentabilidade é um modo de contribuir tanto para a reflexão crítica a cerca do assunto quanto para a adoção destes parâmetros no mercado profissional do design.

REFERÊNCIAS

BERGMILLER, K. H. Manual para planejamento de embalagens. Rio de Janeiro : Ministério da Indústria e do Comércio, 1976.

BOYLSTON, S. Designing Sustainable Packaging. London: Laurence King, 2009.

BROD JR, M. Desenho de embalagem: projeto mediado por parâmetros ecológicos. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2004. CAVALCANTI, P. História da embalagem no Brasil. São Paulo: Grifo Projetos Históricos e Editoriais, 2006.

GIOVANNETTI, M. D. El mundo del envase – manual para el diseño y producción de envases y

embalajes. 2ª. Ed. México: Gustavo Gilli, 1995.

HAYASAKI, M.. O mercado de embalagem no Brasil e no mundo. In:INSTITUTO DE EMBALAGENS. Embalagens: design, materiais, processos e máquinas. São Paulo: Instituto de Embalagens, 2009.

KRUCKEN, L. Design e Território: valorização de identidade e produtos locais. São Paulo: Studio Nobel, 2009.

MANZINI, E. Design para a inovação social e sustentabilidade: comunidades criativas, organizações colaborativas e novas redes projetuais. Rio de Janeiro: E-papers, 2008.

MANZINI, E.; VEZZOLI, C. O desenvolvimento de produtos sustentáveis. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008.

MARGOLIN, V. O design e a Situação Mundial. Revista Arcos. Rio de Janeiro, v. 1, 1998. MESTRINER, F. Design de embalagem: curso básico. 2 ed. São Paulo: Makron Books, 2002. ______. Gestão Estratégica de Embalagem. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

NEGRÃO, C. Design de Embalagem – do marketing à produção. São Paulo: Novatec, 2008.

SAMPAIO, C. P. Diretrizes para o design de embalagens em papelão ondulado movimentadas entre empresas com base em sistemas produto-serviço. Dissertação (Mestrado em Design) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008.

Referências

Documentos relacionados

forficata recém-colhidas foram tratadas com escarificação mecânica, imersão em ácido sulfúrico concentrado durante 5 e 10 minutos, sementes armazenadas na geladeira (3 ± 1

Ficou com a impressão de estar na presença de um compositor ( Clique aqui para introduzir texto. ), de um guitarrista ( Clique aqui para introduzir texto. ), de um director

Para Souza (2004, p 65), os micros e pequenos empresários negligenciam as atividades de planejamento e controle dos seus negócios, considerando-as como uma

%PCuC – Percentagem de passes curtos corretos %PLC – Percentagem de passes longos corretos %PTD – Percentagem de passes corretos no terço defensivo %PTM – Percentagem de

Na apropriação do PROEB em três anos consecutivos na Escola Estadual JF, foi possível notar que o trabalho ora realizado naquele local foi mais voltado à

O valor da reputação dos pseudônimos é igual a 0,8 devido aos fal- sos positivos do mecanismo auxiliar, que acabam por fazer com que a reputação mesmo dos usuários que enviam

Para analisar as Componentes de Gestão foram utilizadas questões referentes à forma como o visitante considera as condições da ilha no momento da realização do

Neste estudo foram estipulados os seguintes objec- tivos: (a) identifi car as dimensões do desenvolvimento vocacional (convicção vocacional, cooperação vocacio- nal,