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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO ES Curso de Fisioterapia

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO – ES

Curso de Fisioterapia

Fernando César Rodrigues da Silva

EFEITOS DA CORRENTE RUSSA E DA CORRENTE

AUSSIE NO TRATAMENTO DA FIBROEDEMAGELÓIDE

GRAU I BRANDA

Cachoeiro de Itapemirim – ES

Novembro/2011

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Fernando César Rodrigues da Silva

EFEITOS DA CORRENTE RUSSA E DA CORRENTE

AUSSIE NO TRATAMENTO DA FIBROEDEMAGELÓIDE

GRAU I BRANDA

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado

ao

Curso

de

Fisioterapia

do

Centro

Universitário

São

Camilo,

orientado pela Profa. Sabrina

Cunha Vargas, como requisito

parcial para obtenção do título de

bacharel em Fisioterapia

Cachoeiro de Itapemirim – ES

Novembro/2011

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EFEITOS DA CORRENTE RUSSA E DA CORRENTE

AUSSIE NO TRATAMENTO DA FIBROEDEMAGELÓIDE

GRAU I BRANDA

Fernando César Rodrigues da Silva - centaurius.fc@uol.com.br Graduado em História pelo CUSC-ES

Pós-graduado em História do Brasil pelo CUSC-ES

Acadêmico do 8º período do curso de Fisioterapia do CUSC-ES Sabrina Cunha Vargas - sabrinavargas@saocamilo-es.br

Mestranda em Ensino de Ciências da Saúde e do Ambiente - UNIPLI-RJ Especialista em pneumo-funcional - UCB - RJ

Especialista em saúde da mulher - UCB – RJ Trabalho de Curso de Graduação em Fisioterapia

Cachoeiro de Itapemirim - ES - 2011

Resumo

O fibroedemagelóide é caracterizado por um espessamento de característica não inflamatória do tecido subcutâneo, manifestando em forma de nódulos ou placas com variada extensão no tecido. O estudo visa verificar a eficiência da corrente Aussie e da corrente Russa no tratamento da FEG de grau I branda. Estudo de revisão bibliográfica de caráter qualitativo, a coleta de dados foi realizada de fevereiro de 2010 a novembro de 2011, a partir de artigos escritos em língua portuguesa e inglesa, no período de 2005 a 2011. Esse estudo contribui com levantamento de dados bibliográficos que comprovam a eficácia das Correntes Russa e Aussie no tratamento do fibroedemagelóide, contudo, a Corrente Aussie, por gerar menor desconforto pode ser a melhor indicação.

Palavras-chave: Fisioterapia; Terapia por Estimulação Elétrica; Celulite.

Introdução

O termo fibroedemagelóide (celulite) tem se tornado uma preocupação feminina nos dias atuais seja por questões estéticas ou mesmo por padrões de beleza. “A influencia da moda, sua imposição de restrições, coloca as mulheres numa difícil situação, já que é provocada e atraída permanentemente para que se ponha de acordo com os padrões de beleza atual” (CORRÊA, 2005).

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As exigências impostas pelo atual padrão de beleza têm trazido maior preocupação com o diagnóstico e controle de algumas síndromes dermato-funcionais. Dentre elas o FEG aparece como uma das mais agressivas formas de interferência nesse parâmetro. O alto grau de insatisfação por parte das pessoas acometidas pelo FEG determina, além de problemas estéticos, sérias alterações psicológicas e sociais. (OENNING e BRAZ, 2004, pág. 2)

Azevedo (2007) relata que a FEG não é somente um problema estético, mas sim uma doença, o fato de não estar ligado diretamente à obesidade diz que a FEG tem vários outros fatores como, por exemplo, a má alimentação, resultando em um maior acúmulo de água, sódio e potássio comprimindo veias e vasos linfáticos. A FEG não é considerada apenas uma deformidade estética, mas uma doença, pois não está ligada a obesidade e sim a outros fatores.

A fibroedemagelóide é caracterizada por um espessamento de característica não inflamatória do tecido subcutâneo, manifestando em forma de nódulos ou placas com variada extensão no tecido, é uma patologia multifatorial, determinada por efeitos hormonais, sedentarismo, obesidade, dieta inadequada e alterações posturais, podendo ou não esta ser dolorida (GUIRRO E GUIRRO, 2006; TOGNI, 2006).

O FEG inicia-se com o aumento de líquido dentro dos adipócitos, com conseqüente mudança no seu ph e alterações nas trocas metabólicas, sendo que o adipócito comprime as células nervosas provocando dor à palpação, e por aumento do adipócito ocorre a distensão do tecido conjuntivo perdendo a elasticidade, tendendo o organismo a formar tramas de colágeno que tentam encapsular todo o extravasamento do adipócito, formando os nódulos que desenvolvem o aspecto da casca de laranja. (LEITE, 2009, pág. 16) A FEG branda coincide com o grau I, onde no grau I é visível somente ao fazer o teste da “casca de laranja”. Nesta fase não há alteração da sensibilidade e dor, é caracterizada como uma fase congestiva, pois ocorre uma diminuição na drenagem do líquido intercelular, inundando o tecido (GUIRRO e GUIRRO, 2006).

Segundo Cesar e Duarte (2009), na FEG branda grau I está presente uma elevada quantidade de gordura intracelular, alterando o volume das

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células do tecido gorduroso. Na área afetada pela FEG não há comprometimento circulatório aumentando apenas as veias do tecido adiposo.

Lopes e Brongholi (2005) concordam que a corrente russa é caracterizada como uma corrente de média frequência muito utilizada no tratamento da flacidez. Consiste numa corrente de média frequência portadora de 2500 Hz aplicada com uma série de disparos separados, objetiva aumentar a potência muscular sendo mais agradável ao paciente.

“Uma das principais funções da corrente russa é aumentar a capacidade muscular visando o enrijecimento e tonificação muscular” (BORGES et al, 2007).

A Corrente Aussie (AUSS) e uma modalidade terapêutica que se baseia na estimulação neuromuscular por meio de corrente alternada despolarizada de media freqüência, a qual apresenta vantagens sobre os tradicionais métodos de estimulação (Russa, Interferencial, TENS e FES). A Corrente Aussie pode ser utilizada para tratamento corporal e facial [...] (IBRAMED, 2009, pág. 16).

Segundo Davini (2007), a corrente Aussie proporciona estimulação elétrica, sensorial e motora, recupera a função muscular devido a estimulação dos diferentes tipos de fibras através de uma combinação de parâmetros terapêuticos específicos. Essa combinação de parâmetros terapêuticos proporciona uma estimulação motora mais eficiente, uma produção de torque maior promovendo menos fadiga muscular.

Ward et al (2009), concordam que a estimulação elétrica, a corrente Aussie, é um tratamento popular usado por fisioterapeutas para diversos fins, entre os principais, temos, fortalecimento muscular, controle de espasmo, controle de edema e promove a circulação sanguínea e linfática.

O estudo visa verificar a eficiência da corrente Aussie e da corrente Russa no tratamento da FEG de grau I branda, confrontando os resultados encontrados na literatura.

Materiais e Métodos

Trata-se de estudo de revisão bibliográfica de caráter qualitativo. O período de coleta de dados foi realizado entre fevereiro de 2010 até novembro

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de 2011. A coleta de dados foi realizada a partir de leituras dos artigos encontrados e da construção de um quadro que permitiu comparar e analisar dados dos artigos selecionados com os relatos, resultados e discussões de cada um. Pesquisaram-se artigos em língua portuguesa e língua inglesa, no período de 2005 a 2011. Nas bases de dados Scielo, Copac Periodical Search,

BIREME, LILACS, e Google Academic e no acervo da biblioteca do Centro

Universitário São Camilo-ES utilizando as seguintes palavras-chave: Fisioterapia, Terapia por Estimulação Elétrica, Celulite (Fibroedemagelóide).

Foram encontrados 22 artigos sobre a Corrente Aussie em língua inglesa com o nome de seu criador, o australiano Alex R. Ward. Foram selecionados 9 artigos, excluindo-se treze destes por não terem sido publicados no período proposto e sim entre os anos de 1998 a 2004. Sobre a corrente russa foram encontrados 26 artigos em língua inglesa e portuguesa, sendo selecionados 6 artigos. Foram excluídos 20 artigos por serem produzidos entre os anos 1996 a 2004.

Resultados e discussões

A preocupação feminina quanto a fibroedemagelóide é esclarecedora quando se diz que a: “fibro edema geloide (FEG), popularmente conhecido como “celulite”, e uma alteração comum da topografia da pele, indesejável esteticamente, que acomete milhões de mulheres no mundo (SADICK e MAGRO, 2007)”.

As exigências da vida contemporânea têm gerado uma insatisfação crescente com relação ao corpo. [...] O controle sobre o corpo exercido pela sociedade vai “ao encontro” dos interesses do mercado (moda, mídia, publicidade, etc.) e da indústria da metamorfose (cirurgias, tratamentos, equipamentos e medicamentos com fins estéticos), criando novos sentidos e necessidades para os “consumidores”. Por outro lado, pode ir “de encontro” às questões psíquicas dos sujeitos, caso suas metamorfoses sejam malsucedidas, gerando transtornos nem sempre aparentes, já que os corpos não são dóceis e escapam em parte às estratégias de dominação. (FERREIRA, 2010, pág. 3)

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Para Azevedo (2007), atualmente o fibroedemagelóide não é considerado apenas uma deformação estética, e sim uma doença, devido ao fato de não estar ligado necessariamente à obesidade, mas a vários outros fatores incluindo uma alimentação inadequada, resultando no aumento da retenção de água, sódio e potássio, levando a compressão de veias e vasos linfáticos.

A FEG pode também ser definida, segundo Guirro e Guirro (2006), como um aumento na espessura das camadas subepidérmicas, não inflamatória, por vezes doloroso, manifestando-se em forma de nódulos ou placas de variadas extensões e localização. Sendo a primeira fase do fibro edema gelóide caracterizada por hipertrofia das células adiposas, um acúmulo patológico de lipídios se desenvolve no adipócito provocando a hipertrofia da célula e empurrando o núcleo para a periferia.

Togni (2006) relata que a FEG é uma patologia de múltiplos fatores, e estes podem ser hormonais, predisposição genética, dietas rica em gordura, obesidade, tabagismo e alterações posturais.

Quanto a FEG de grau I ou branda, Machado et al (2009), diz que esse tipo ocorre quando a FEG se destaca apenas com a compressão dos tecidos, ou seja, teste da casca de laranja, esse teste é feito com a paciente em posição ortostática.

Sobre o uso de correntes elétricas no tratamento da fibroedemagelóide, Davini et al (2005), concordam que o uso destas correntes elétricas desenvolvem ações terapêuticas nos tecidos biológicos possibilitando a manutenção de suas funções e seu uso é extensamente preconizado como recurso em nosso país.

Concordando com a ideia de Davini et al (2005), Sant’Ana (2010), relata que a utilização de correntes elétricas em membros inferiores aumentam o fluxo sanguíneo e a contração muscular, aumentando assim a pressão em vasos linfáticos e sanguíneos, e isso propulsiona os fluidos neles contidos.

Sobre a Corrente Russa, sua caracterização e seus parâmetros encontram-se os seguintes registros:

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“A eletroestimulação russa é um recurso bastante utilizado no tratamento da estética corporal (LOPES & BRONGHOLI, 2005)”.

Uma das principais funções da corrente russa “é aumentar a capacidade muscular visando o enrijecimento e tonificação muscular (BORGES et al, 2007)”.

Lopes e Brongholi (2005), relatam que a corrente russa é uma corrente alternada, portadora de 2.500Hz, portanto uma corrente de média frequência, sua utilização tem o objetivo de potencializar os músculos a se contraírem com um mínimo de desconforto para o paciente.

A estimulação elétrica neuromuscular (EENM) e uma estratégia clínica bem documentada, por meio de pesquisas realizadas, para aumento da performance muscular. Diversos estudos disponíveis na literatura da área investigaram o papel da estimulação elétrica como forma de induzir fortalecimento muscular. O cientista russo Yakov Kots foi um dos primeiros pesquisadores a relatar ganhos de forca em músculos saudáveis de atletas de elite com a aplicação de uma corrente elétrica alternada simétrica, sinusoidal, de 2.500 hertz (Hz) (media frequência), que era modulada em bursts a cada 10 milissegundos para fornecer 50 bursts por segundo. (LIEBANO e ALVES, 2009, pág. 50)

Sobre a Corrente Aussie ou Australiana vale salientar que por ser nova no mercado brasileiro há poucos artigos que tratam desse tipo de corrente no país. Davini (2007), classifica a corrente Aussie como uma forma inédita de estimulação elétrica sensório-motora e que a recuperação da função muscular por estimulação de diferentes tipos de fibras é conseguido por combinação de diferentes parâmetros terapêuticos específicos. Sendo, assim, os poucos estudos indicam como ponto positivo da corrente a combinação dos parâmetros terapêuticos da Aussie proporcionando uma estimulação motora mais eficiente, com maior produção de torque e menor fadiga muscular, proporcionando maior circulação sanguínea e linfática.

A corrente aussie é uma corrente de estimulação senoidal com frequência portadora de 4000Hz, modulada em bursts de duração de 4ms, utilizada para estimulação sensorial. Para conseguir uma estimulação motora essa corrente é modulada para 1000Hz com bursts de duração de 2ms. Essa

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corrente ainda pode variar a modulação dos bursts na faixa de 10Hz a 120Hz (IBRAMED, 2009).

Diferentemente, a análise, de Borges et al (2007), a seguir, estende a faixa de estimulação observando que corrente russa apresenta onda senoidal com uma frequência portadora de aproximadamente 2500 a 5000 Hz, modulada de forma a produzir 50 bursts por segundo (bps). Sendo que é improvável que o motivo de se usar a frequência de 2500 Hz seja apenas em relação ao conforto da estimulação, sendo que essa faixa foi escolhida por que a frequência implica em pulsos de 50 a 200 microssegundos representando uma confortável estimulação.

Para Stefanello e Ribeiro (2006), o ponto básico do tratamento da FEG reside no estímulo para a melhoria da circulação local, a redução do edema e da fibrose instalados entre várias formas de estímulo inclui-se a estimulação russa. Esta corrente promove a contração muscular e consequentemente o efeito mecânico que age sobre os tecidos moles e influencia a circulação, ativando o retorno venoso.

Andrade (2005) argumenta que, movimentos da contração muscular provocam a quebra de fibras que ficam entre as aglomerações de gordura, melhorando a oxigenação e reduzindo os nódulos de gordura que causam a celulite.

De acordo, com o manual IBRAMED (2009), existem modulações que beneficiam a estimulação da drenagem linfática com a corrente aussie: frequência portadora de 1 KHz, duração de bursts de 2 ms, frequência de modulação de 50 Hz, tempo de subida do pulso (rise) de 4 segundos, tempo de aplicação de 30 minutos, intensidade de acordo com a sensibilidade e tolerância do paciente, sendo que a contração deve ser visível. A técnica de aplicação, segundo este manual, consiste no posicionamento dos eletrodos nos ventres musculares distalmente e proximalmente nos membros em que se deseja promover a drenagem.

Borges et tal (2007), sobre a corrente Russa, abordam considerações questionáveis, tais como, embora haja muitos relatos associando a intensidade da contração a força ganha, algumas vezes há relatos de queixas de dor pelos

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pacientes e que durante a eletroestimulação com intensidade maior sendo que isso acontece por conta do aumento excessivo da amplitude da corrente diante da pouca ou quase nenhuma contração do muscular sendo necessário observar se há presença de grossa camada de gordura subcutânea, comuns nos tratamentos dermato-funcionais cujas áreas mais trabalhadas são as regiões glútea e abdominal, nesses casos a gordura atuaria como um isolante da corrente elétrica dificultando a excitação dos tecidos, assim seriam necessárias modificações na técnica da aplicação, como, tamanho dos eletrodos e modulação dos parâmetros da eletroestimulação.

Atualmente a corrente russa vem sendo fabricada sem um consenso tecnológico unificado, muitas vezes motivado por um apelo mercadológico e/ou falta de conhecimento tecnológico, levando algumas empresas a disponibilizarem no mercado unidades de corrente russa construídas totalmente fora dos padrões técnicos descritos na literatura. Isto tem limitado a utilização deste tipo de recurso eletroterapêutico (BORGES et al, 2007, pág. 11).

Ward et al (2009), explica o fato da corrente Aussie ser mais confortável em relação a corrente Russa. Os bursts de curta duração da corrente Aussie, quando estimulam as fibras nervosas de diâmetro menores não tem tempo para o completo fenômeno da somação sendo que as fibras de maiores diâmetros apresentam o fenômeno da somação. Havendo menor ativação das fibras em decorrência de uma maior ativação de fibras sensoriais com a utilização da corrente Aussie, além, de uma maior e mais confortável estimulação.

Davini (2007) caracteriza a corrente Australiana como uma corrente elétrica terapêutica alternada com uma frequência na faixa de kHz, sem, contudo, especificar a quantidade de Hz, assemelhando-se a corrente Russa. A diferença está no valor da corrente de kHz utilizada e o formato da onda. Sendo que a duração de pulso da corrente Aussie por ser curta é exatamente o que faz com que a estimulação seja mais eficiente em comparação a outras correntes elétricas terapêuticas.

Para explicar o tipo de modulação usada na corrente Aussie, Ward et tal (2009), falam da modulação em bursts de curta duração para as correntes

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alternadas de frequência média promovendo maior eficiência na estimulação sensório-motora baseada no princípio proposto por Gildemeister resumindo-se em que os bursts da corrente alternada são usados para estimulação e que o limiar de disparo das fibras nervosas diminui de maneira direta e proporcional ao aumento dos bursts. Isso ocorre por conta do fenômeno de somação de despolarização subliminar. No referido fenômeno, cada pulso da corrente alternada modulada em bursts despolariza de forma parcial a fibra nervosa até quase ao seu limiar, contudo a despolarização só ocorre após um número suficiente de pulsos. Gildemeister sugere, ainda, que há um valor máximo de duração dos pulsos na qual a somação ocorre. Ele chamou o fenômeno de

tempo de utilização da fibra nervosa.

Fig. 1. Tipos de ondas elétricas das correntes Russa e Aussie Fonte: http://issuu.com/fastsaude/docs/heccus

Liebano e Alves (2009), questionam que a escolha entre a utilização de correntes de baixa ou média frequência não deve ser feita levando-se em consideração o desconforto sensorial gerado por elas, pois existem outras

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variáveis que ainda necessitam de investigações científicas. Sendo que novos estudos são necessários para a inferência dessa conclusão.

Já Ward e Oliver (2007), afirmam que devido a curta duração da rajada dos pulsos existe a probabilidade de uma maior aceitação e adesão dos pacientes quando submetidos a esses pulsos mais curtos. Sugerindo que clinicamente seja mais eficaz em relação a outros tipos de correntes. Em estudos realizados, os participantes da pesquisa identificaram as correntes Russa e Aussie como as geradoras de menos desconforto e que em particular a Aussie apresentou um maior torque muscular com a maior intensidade tolerável possível, enquanto a corrente Russa com a maior intensidade tolerável provocou torque significativamente menor. A implicação é que a corrente Aussie pode ser melhor para o fortalecimento muscular do que a corrente Russa.

Os efeitos fisiológicos tanto da corrente Russa quanto da corrente Aussie na contração são: “A estimulação elétrica provoca a despolarização da membrana nervosa gerando potenciais de ação nos motoneurônios resultando na contração muscular.” (PORTELA, 2006).

Ward, Oliver e Buccella (2009) compararam em seus estudos as duas formas de correntes (Russa e Aussie) que são consideradas de média frequência e afirmaram que as correntes de média frequência são mais agradáveis se comparadas as de baixa frequência, pois essas, poderiam levar a alterações eletroquímicas locais devido o efeito polar e aumentando o desconforto.

O princípio proposto por Gildemeister ou Gildemeister effect trata da formulação do fenômeno de somação de despolarizações sub-limiares e é assim explicada:

[...] cada pulso de corrente alternada modulada em Bursts a fibra nervosa é parcialmente despolarizada e se aproxima do limiar de despolarização, porém a despolarização somente acontecerá após um número suficiente de pulsos. Assim, se a duração dos Bursts for longa demais, um estímulo de baixa intensidade será necessário necessitando da ocorrência de mais somação para que o limiar possa ser alcançado. Todavia Gildemeister sugere que existe um valor de duração máxima de pulsos na qual a somação pode ocorrer

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e Gildemeister chamou esse fenômeno de tempo de utilização da fibra nervosa. Pesquisas recentes sugerem que o tempo de utilização é maior para fibras nervosas de tamanhos menores. Fibras nervosas de grande diâmetro como os motoneurônios Alfa (motora) e A Beta (sensorial) apresentam curtos períodos de utilização e o fenômeno de somação ocorre rapidamente enquanto as fibras de pequenos diâmetro A Delta e C (dor) apresentam períodos de somação mais lentos (IBRAMED, 2009, pág. 17).

No estudo de Ward e Chuen (2009), concluíram que a impedância da pele é mais baixa em 4 kHz e que menos energia elétrica seja dissipada através da pele, sendo assim, mais energia elétrica fica disponível para estimular o fortalecimento muscular através da contração gerada pelo estímulo.

Conclusão

O presente estudo constatou que apesar da grande produção de artigos e estudos sobre a utilização da Corrente Russa em nosso país e sobre seus efeitos na drenagem linfática e na contração muscular que consequentemente age no fortalecimento muscular estimulando a drenagem linfática, o maior problema é o desconforto gerado por essa corrente. Analisa, também, uma nova modalidade de corrente com características parecidas com a Corrente Russa com um diferencial muito importante que é gerar um menor desconforto por conta de um menor tempo de pulso elétrico agindo sobre as fibras musculares e maior tempo de repouso, sendo chamada de Corrente Aussie ou Corrente Australiana.

Esse artigo contribui com levantamento de dados bibliográficos que comprovam a eficácia das Correntes Russa e Aussie no tratamento do fibroedemagelóide, contudo, a Corrente Aussie, por gerar menor desconforto pode ser a melhor indicação. Devido a curta duração da rajada dos pulsos há a probabilidade da maior aceitação dos pacientes quando submetidos a esses pulsos mais curtos, sugerindo, clinicamente, que seja mais eficaz em relação a outros tipos de correntes, além, do exposto, a Corrente Aussie apresenta um maior torque muscular com maior intensidade tolerável possível, implicando que pode ser melhor para o fortalecimento muscular do que a corrente Russa,

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apesar de existirem mais artigos afirmando que a corrente russa produz um melhor tônus e fortalecimento muscular.

Apesar de se tratar de um estudo bibliográfico, futuramente, será feito um novo estudo exploratório onde será comparado o uso da Corrente Russa e Corrente Aussie no tratamento da fibroedemagelóide.

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