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No colendo SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, diverso não é o entendimento, sendo oportuno conferir:

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Academic year: 2021

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A

APPEELLAADDOOSS::OOSSMMEESSMMOOSS

VOTO VENCIDO

Com todo o respeito devido ao brilho e à cultura jurídica dos eminentes Desembargadores que compõem a douta maioria vencedora, dela ousei divergir por entender que, na hipótese retratada nos autos, diante da evidência de cláusulas abusivas, teria direito a Autora à modificação destas, à luz do artigo 6º, V, do Código de Proteção e Defesa do Consumidor e, em conseqüência, deveria ser revisto o valor do seu suposto débito.

Com efeito, a relação jurídica de direito material existente entre as partes é de consumo e, portanto, subsumida ao campo de incidência principiológico-normativo do Código de Proteção e Defesa do Consumidor.

O ponto nodal de toda a discussão está, justamente, na verificação da regularidade ou não das cláusulas e condições contratuais que orientaram a postura do Banco Réu, em relação ao negócio jurídico celebrado. No caso em tela, estamos diante de questão de direito e de fato. Assim, impõe-se abordar o tema especificadamente.

A

A..IINNCCIIDDÊÊNNCCIIAADDOOCCÓÓDDIIGGOODDEEDDEEFFEESSAADDOOCCOONNSSUUMMIIDDOORR

Inicialmente, cumpre firmar a incidência ao caso presente do Código de Proteção e Defesa do Consumidor, vez que presentes estão os elementos da relação de consumo.

A Segunda Apelante se apresenta como consumidora padrão, nos termos do artigo 2º, caput, da Lei n.º 8.078/90. O Primeiro Apelante se apresenta como fornecedor de serviços, nos termos do artigo 3º, caput, do Código de Proteção e Defesa do Consumidor, notadamente em razão do artigo 3º, § 2º da referida lei. Presentes os elementos da relação de consumo, inafastável a incidência do Código de Proteção e Defesa do Consumidor, por se tratar de diploma jurídico composto por normas de ordem pública e interesse social e, portanto, inderrogável pela vontade de quem quer que seja, principalmente de seus intérpretes.

B

B..PPRROOTTEEÇÇÃÃOOCCOONNTTRRAATTUUAALLEEPPRRÁÁTTIICCAASSAABBUUSSIIVVAASS

Fixada a incidência da legislação consumerista à hipótese em discussão, de se concluir, forçosamente, que as relações decorrentes do contrato celebrado entre as partes devem respeitar os princípios que norteiam as relações contratualizadas, a partir da vigência da Lei nº 8.078/90 que, por sua vez, traduz em normas jurídicas as novas tendências mundiais no que se refere a questões contratuais.

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A

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ANTONIO HERMAN DE VASCONCELLOS E BENJAMIN, em seus comentários ao Código de Proteção e Defesa do Consumidor, Ed. Forense Universitária, 5a. ed., p. 294, conceitua “práticas abusivas”, em sentido amplo, como sendo aquelas em “desconformidade com os padrões mercadológicos de boa conduta, em relação ao consumidor”. Citando GABRIEL STIGLITZ, define-as como “as condições irregulares de negociação nas relações de consumo”, condições essas, prossegue Benjamin, “que ferem os alicerces da ordem jurídica, seja pelo prisma da boa-fé, seja pela ótica da ordem pública e dos bons costumes”.

O Código de Proteção e Defesa do Consumidor veda, de maneira expressa, que o fornecedor exija do consumidor vantagem manifestamente excessiva (artigo 39, V). Na hipótese dos autos, consistiria esta nos altos juros cobrados pela instituição financeira que, a bem da verdade, não correspondem ao repasse do custo da captação do empréstimo supostamente contraído em nome do consumidor para financiamento de suas compras, mas, sim, à remuneração pela intermediação – informação essa, todavia, não prestada de maneira adequada, clara e precisa ao consumidor, o que importa em vício de informação.

Deve-se deixar bem claro que nem a lei, nem o Poder Judiciário, poderiam se colocar contra o lucro, pois que este faz parte da atividade empresarial e, ademais, está assegurado na própria Constituição. O que se deve coibir, e de modo efetivo e veemente, é o abuso, o lucro excessivo, escorchante, imoral.

Na mesma esteira de raciocínio, a lei reputa abusivas e, conseqüentemente, nulas de pleno direito, as cláusulas contratuais que estabeleçam obrigações iníquas, que coloquem o consumidor em exacerbada desvantagem em relação ao fornecedor (art. 51, IV). Não é por outra razão que se nega validade às cláusulas que importam na capitalização de juros.

Dois são os aspectos que devem ser enfrentados neste julgado: a) a existência ou não de cláusulas abusivas, a impor a modificação das mesmas; b) a existência de um desacerto no equilíbrio contratual desejado, a justificar a revisão do negócio jurídico.

b

b..11))AANNAATTOOCCIISSMMOOEEJJUURROOSSAABBUUSSIIVVOOSS

A capitalização mensal de juros é prática expressamente vedada pelo ordenamento jurídico pátrio, eis que não se enquadra a hipótese dos autos em qualquer uma das exceções admitidas pelo Direito.

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O anatocismo, portanto, é prática vedada quer pela Lei de Usura, quer pelo Código de Proteção e Defesa do Consumidor, e repudiada, quer pela doutrina, quer pela jurisprudência, inclusive do Excelso Supremo Tribunal Federal (Súmula 121), como ilustram os seguintes arestos:

“ “AAÇÇÃÃOO DDEECCLLAARRAATTÓÓRRIIAA –– RREEVVIISSÃÃOO DDEE CCLLÁÁUUSSUULLAASS CCOONNTTRRAATTUUAAIISS –– C COONNTTRRAATTOO DDEE CCAARRTTÃÃOO DDEE CCRRÉÉDDIITTOO –– EEMMPPRREESSAA AADDMMIINNIISSTTRRAADDOORRAA DDEE C CAARRTTÃÃOODDEECCRRÉÉDDIITTOONNÃÃOOSSEECCOONNFFUUNNDDEECCOOMMIINNSSTTIITTUUIIÇÇÃÃOOFFIINNAANNCCEEIIRRAA–– P PRROOVVAAPPEERRIICCIIAALL––CCOONNCCLLUUSSÃÃOOPPEELLAAPPRRÁÁTTIICCAADDEEAANNAATTOOCCIISSMMOO––VVEEDDAAÇÇÃÃOO L LEEGGAALL –– TTEENNDDOO AA SSEENNTTEENNÇÇAA SSEE CCOONNDDUUZZIIDDOO PPOORR BBEEMM EELLAABBOORRAADDOO LLAAUUDDOO QQUUEE C COONNCCLLUUIIUUPPEELLAAPPRRÁÁTTIICCAADDOOAANNAATTOOCCIISSMMOO,,SSEENNDDOOEESSTTAAPPRRÁÁTTIICCAAIILLEEGGAALLEESSUUJJEEIITTAAAA I INNCCIIDDÊÊNNCCIIAA DDEE DDIISSPPOOSSIITTIIVVOOSS LLEEGGAAIISS PPRROOTTEETTOORREESS DDAASS RREELLAAÇÇÕÕEESS DDEE CCOONNSSUUMMOO,, C COORRRREETTAA AA DDEECCLLAARRAAÇÇÃÃOO DDAA AABBUUSSIIVVIIDDAADDEE DDAA CCLLÁÁUUSSUULLAA CCOONNTTRRAATTAADDAA, , a a ququaall a

addmmiittee ccaappttaaççããoo dede jujurrooss e e ccuummuullaaççããoo dede mumullttaa ccoonnttrraattuuaall.. IInnaapplliiccáávveell à à esesppéécciiee aa d

diissppoossiiççããoo ddoo paparráággrraaffoo únúniiccoo dodo ararttiiggoo 4242 dodo CóCóddiiggoo ddee DeDeffeessaa dodo CoConnssuummiiddoorr qquuee p

prreevvêê a a rreeppeettiiççããoo dede ininddéébbiittoo emem ddoobbrroo,, nono cacassoo dede ccoobbrraannççaa ininddeevviiddaa,, jájá ququee tatall p

prreetteennssããoo nnããoo fofoii obobjjeettoo dodo pplleeiittoo ininiicciiaall e e nenemm memessmmoo aaddmmiittiiddoo pepellaa sesenntteennççaa.. P Prreelliimmiinnaarr rreejjeeiittaaddaa.. RReeccuurrssoo iimmpprroovviiddoo.. (T(TJJRRJJ –– AACC 1166996600//22000011 –– ((22000011..000011..1166996600)) – – 66ªª CC..CCíívv.. –– RReell.. DDeess.. LLuuiizz ZZvveeiitteerr –– JJ.. 1188..1122..22000011))”” “ “CCOOBBRRAANNÇÇAA DEDE JUJURROOSS CACAPPIITTAALLIIZZAADDOOSS –– ANANAATTOOCCIISSMMOO –– CHCHEEQQUUEE E ESSPPEECCIIAALL –– VEVEDDAAÇÇÃÃOO LELEGGAALL – – ININCCIIDDÊÊNNCCIIAA TATAMMBBÉÉMM SOSOBBRREE OSOS C COONNTTRRAATTOOSS BBAANNCCÁÁRRIIOOSS –– II––OOAANNAATTOOCCIISSMMOOÉÉPPRRÁÁTTIICCAAIILLEEGGAALL,,PPOORRFFOORRÇÇAA D DOO DDEECCRREETTOO NNºº 2222..662266 DDEE 19193333,, SSEENNDDOO VVEEDDAADDAA SSUUAA CCOOBBRRAANNÇÇAA MMEESSMMOO PPEELLAASS I INNSSTTIITTUUIIÇÇÕÕEESS FFIINNAANNCCEEIIRRAASS,, AASS QQUUAAIISS EESSTTÃÃOO AAUUTTOORRIIZZAADDAASS AA CCOOBBRRAARR JJUURROOSS R REEMMUUNNEERRAATTÓÓRRIIOOSS DDEE MMEERRCCAADDOO (S(SÚÚMMUULLAA 559966 DDOO STSTFF)),, SSEEMM,, CCOONNTTUUDDOO,, C CAAPPIITTAALLIIZZÁÁ--LLOOSS. .IIII –– OO coconnttrraattoo ddee ""cchheeqquuee eessppeecciiaall"" nnããoo ppooddee enensseejjaarr a a ccoobbrraannççaa ddee j juurrooss ssoobbrree jujurrooss,, uummaa vevezz ququee ttaall pprroocceeddiimmeennttoo nãnãoo ssee inincclluuii enenttrree asas hihippóótteesseess l

leeggaallmmeennttee aacceeiittaass nnaa pprrááttiiccaa bbaannccáárriiaa.. PPrreecceeddeenntteess nnoo SSTTJJ.. IIIIII –– AAppeellaaççããoo ddoo bbaannccoo--rrééuu n

nããoo prproovviiddaa.. ((TTJJRRJJ – –AACC 2323992288//22000011 –– (2(2000011..000011..2233992288)) – –1177ªª C.C.CCíívv.. –– ReRell.. DeDess.. B

Beerrnnaarrddoo GGaarrcceezz –– JJ.. 2288..1111..22000011))””

No colendo SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, diverso não é o entendimento, sendo oportuno conferir: “ “PPRROOCCEESSSSOOCCIIVVIILLEECCOOMMEERRCCIIAALL––AARRTT..553355,,CCPPCC––CCOONNTTRRAATTOODDEEAABBEERRTTUURRAA D DEECCRRÉÉDDIITTOOEEMMCCOONNTTAA--CCOORRRREENNTTEE––IINNSSTTIITTUUIIÇÇÃÃOOFFIINNAANNCCEEIIRRAA––TTEETTOODDEE 1 122%%EEMMRRAAZZÃÃOODDAALLEEIIDDEEUUSSUURRAA––IINNEEXXIISSTTÊÊNNCCIIAA––LLEEII44..559955//6644––EENNUUNNCCIIAADDOO N Nºº 559966DDAASSÚÚMMUULLAA//SSTTFF –– CCAAPPIITTAALLIIZZAAÇÇÃÃOO MMEENNSSAALL––EEXXCCEEPPCCIIOONNAALLIIDDAADDEE –– I INNEEXXIISSTTÊÊNNCCIIAADDEEAAUUTTOORRIIZZAAÇÇÃÃOOLLEEGGAALL––CCÉÉDDUULLAADDEECCRRÉÉDDIITTOOIINNDDUUSSTTRRIIAALL – –JJUURROOSS––TTEETTOODDAALLEEIIDDEEUUSSUURRAA––TTAAXXAASSLLIIVVRREESS––NNÃÃOO--DDEEMMOONNSSTTRRAAÇÇÃÃOO P POORR PPAARRTTEE DDOO CCRREEDDOORR DDEE AAUUTTOORRIIZZAAÇÇÃÃOO DDOO CCOONNSSEELLHHOO MMOONNEETTÁÁRRIIOO N NAACCIIOONNAALL –– CCAAPPIITTAALLIIZZAAÇÇÃÃOO MMEENNSSAALL PPAACCTTUUAADDAA –– AADDMMIISSSSIIBBIILLIIDDAADDEE –– D DEECCRREETTOO--LLEEII441133//6699––PPRREECCEEDDEENNTTEESS––RREECCUURRSSOOPPAARRCCIIAALLMMEENNTTEEAACCOOLLHHIIDDOO –

– II –– NNããoo aappoonnttaaddaass rraazzõõeess qquuee ddeemmoonnssttrreemm vviioollaaççããoo ddaa lleeggiissllaaççããoo ffeeddeerraall,, iimmppeeddiinnddoo aa e

exxaattaa cocommpprreeeennssããoo dada ccoonnttrroovvéérrssiiaa,, inincciiddee oo enenuunncciiaaddoo nnºº 282844 dada ssúúmmuullaa//SSTTFF.. IIII-- A A d

deesssseemmeellhhaannççaa enenttrree asas sisittuuaaççõõeess fáfáttiiccaass dedessccrriittaass nono aarreessttoo paparraaddiiggmmaa ee nono aaccóórrddããoo i

immppuuggnnaaddoo imimppeeddee aa didivveerrggêênncciiaa jujurriisspprruuddeenncciiaall hháábbiill aa ininssttrruuiirr a a vviiaa dodo rereccuurrssoo e

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Caappiittaaiiss,, aaoo didissppoorr nnoo sseeuu aarrtt.. 44ºº,, IXIX qquuee ccaabbee aaoo CCoonnsseellhhoo MMoonneettáárriioo NNaacciioonnaall lliimmiittaarr t

taaxxaass ddee jjuurrooss,, rreevvooggoouu,, nnaass ooppeerraaççõõeess rreeaalliizzaaddaass ppoorr iinnssttiittuuiiççõõeess fifinnaanncceeiirraass,, ssaallvvoo e

exxcceeççõõeess leleggaaiiss,, ccoommoo nonoss múmúttuuooss rururraaiiss,, ququaaiissqquueerr ououttrraass rreessttrriiççõõeess a alilimmiittaarr o otteettoo m mááxxiimmoo dadaqquueelleess.. IVIV – – SSOOMMEENNTTEE NNAASS HHIIPPÓÓTTEESSEESS EEMM QQUUEE EEXXPPRREESSSSAAMMEENNTTEE A AUUTTOORRIIZZAADDAA PPOORR LLEEII EESSPPEECCÍÍFFIICCAA,, AA CCAAPPIITTAALLIIZZAAÇÇÃÃOO DDEE JJUURROOSS SSEE MMOOSSTTRRAA A ADDMMIISSSSÍÍVVEELL..NNOOSSDDEEMMAAIISSCCAASSOOSSÉÉVVEEDDAADDAA,,MMEESSMMOOQQUUAANNDDOOPPAACCTTUUAADDAA,,NNÃÃOOTTEENNDDOO S SIIDDOO RREEVVOOGGAADDOO PPEELLAA LLEEII 44..559955//6644 OO AARRTT.. 44ºº DDOO DDEECCRREETTOO 2222..662266//3333.. OO A ANNAATTOOCCIISSMMOO,,RREEPPUUDDIIAADDOOPPEELLOOVVEERRBBEETTEENNºº112211DDAASSÚÚMMUULLAADDOOSSUUPPRREEMMOOTTRRIIBBUUNNAALL F FEEDDEERRAALL,,NNÃÃOOGGUUAARRDDAARREELLAAÇÇÃÃOOCCOOMMOOEENNUUNNCCIIAADDOONNºº595966DDAAMMEESSMMAASSÚÚMMUULLAA. . VV –– À Àss ccéédduullaass dede crcrééddiittoo inindduussttrriiaall apaplliiccaa--ssee oo eenntteennddiimmeennttoo coconncceerrnneennttee aoao mmúúttuuoo rururraall,, s seegguunnddoo oo qquuaall éé dedeffeessaa a a ccoobbrraannççaa ddee jjuurrooss aalléémm dede 1212%% aaoo aannoo sese nnããoo dedemmoonnssttrraaddaa,, p peelloo ccrreeddoorr,, aa pprréévviiaa eessttiippuullaaççããoo,, ppeelloo CCoonnsseellhhoo MMoonneettáárriioo NNaacciioonnaall,, ddaass ttaaxxaass ddee jjuurrooss v veennccíívveeiiss paparraa oo crcrééddiittoo inindduussttrriiaall,, ccoorrrreessppoonnddeenntteess à àdadattaa dede eemmiissssããoo dada ccéédduullaa.. VVII –– N Nããoo sese coconnffiigguurraa o odidissssííddiioo,, nnoo totoccaannttee aoao lilimmiittee dodoss jujurrooss,, ssee osos arareessttooss paparraaddiiggmmaass,, i inncclluussiivvee o o eennuunncciiaaddoo nnºº 595966 dada súsúmmuullaa//SSTTFF,, nnããoo sese rereffeerreemm aoao ccaassoo eessppeeccííffiiccoo dodo c crrééddiittoo inindduussttrriiaall,, qquuee tetemm ddiisscciipplliinnaa prpróópprriiaa,, mamass àsàs ooppeerraaççõõeess fifinnaanncceeiirraass emem gegerraall.. V VIIII –– LLíícciittoo ssee mmoossttrraa ppaaccttuuaarr,, eemm nnoottaa ddee ccrrééddiittoo inindduussttrriiaall,, aa cacappiittaalliizzaaççããoo memennssaall dede j juurrooss,, ccoonnffoorrmmee auauttoorriizzaa o o DDeeccrreettoo--LLeeii 414133//6699.. (S(STTJJ – – RREESSPP 262644556600 –– SESE –– 44ªª T.T. –– R Reell.. MMiinn.. SSáállvviioo ddee FFiigguueeiirreeddoo TTeeiixxeeiirraa –– DDJJUU 2200..1111..22000000 –– pp.. 330022))”” “ “RREECCUURRSSOOEESSPPEECCIIAALL––DDIIRREEIITTOOCCOOMMEERRCCIIAALL––AARRRREENNDDAAMMEENNTTOOMMEERRCCAANNTTIILL – –VVAALLOORRRREESSIIDDUUAALL––PPAAGGAAMMEENNTTOOAANNTTEECCIIPPAADDOO––DDEESSCCAARRAACCTTEERRIIZZAAÇÇÃÃOODDOO C COONNTTRRAATTOO –– DDIIRREEIITTOO EECCOONNÔÔMMIICCOO –– JJUURROOSS –– LLIIMMIITTEE –– IINNSSTTIITTUUIIÇÇÃÃOO F FIINNAANNCCEEIIRRAA––IINNAAPPLLIICCAABBIILLIIDDAADDEEDDAALLIIMMIITTAAÇÇÃÃOODDOODDEECCRREETTOONNºººº2222..662266//3333–– A ANNAATTOOCCIISSMMOO –– IIMMPPOOSSSSIIBBIILLIIDDAADDEE –– PPRREECCEEDDEENNTTEESS –– TTRR PPAACCTTUUAADDAA –– P POOSSSSIIBBIILLIIDDAADDEE––FFIIXXAAÇÇÃÃOODDOOSSEENNCCAARRGGOOSSDDEEVVIIDDOOSS –– ""AA ooppççããoo ddee ccoommpprraa,, ccoomm p paaggaammeennttoo ddoo vvaalloorr rreessiidduuaall aaoo ffiinnaall ddoo ccoonnttrraattoo,, éé uummaa ddaass ccaarraacctteerrííssttiiccaass eesssseenncciiaaiiss ddoo l

leeaassiinngg.. AA ccoobbrraannççaa aanntteecciippaaddaa dedessssaa ppaarrcceellaa,, eemmbbuuttiiddaa nana pprreessttaaççããoo mmeennssaall,, ddeessffiigguurraa o o ccoonnttrraattoo,, qquuee ppaassssaa aa sseerr uummaa ccoommpprraa ee vveennddaa aa pprraazzoo ((aarrtt.. 55ºº,, cc,, ccoommbbiinnaaddoo ccoomm oo aarrtt.. 1 111,, §§ 1º1º,, ddaa LeLeii nnºº 6.6.009999,, ddee 1122..0099..7744,, aalltteerraaddaa pepellaa LeLeii nºnº 7.7.113322,, ddee 2266..1100..8833)),, cocomm oo d deessaappaarreecciimmeennttoo ddaa ccaauussaa ddoo ccoonnttrraattoo ee pprreejjuuíízzoo ddoo aarrrreennddaattáárriioo.."" ((RREEsspp 118811..009955 –– RRSS,, R Reellaattoorr o o eemmiinneennttee MMiinniissttrroo RRuuyy RRoossaaddoo ddee AgAguuiiaarr,, iinn DJDJ 0909..0088..9999)).. AA lliimmiittaaççããoo dodoss j juurrooss rreemmuunneerraattóórriiooss nnaa ttaaxxaa ddee 1122%% aaoo aannoo eessttaabbeelleecciiddaa ppeellaa LLeeii ddee UUssuurraa ((DDeeccrreettoo nn..ºº 2

222..662266//3333)) nnããoo ssee aapplliiccaa ààss ooppeerraaççõõeess rreeaalliizzaaddaass ppoorr iinnssttiittuuiiççõõeess iinntteeggrraanntteess ddoo ssiisstteemmaa f fiinnaanncceeiirroo nanacciioonnaall,, sasallvvoo eexxcceeççõõeess leleggaaiiss,, iinneexxiisstteenntteess nana esesppéécciiee.. SSaallvvoo exexpprreessssaa p prreevviissããoo eemm lleeii eessppeeccííffiiccaa,, ccoommoo nnoo ccaassoo ddaass ccéédduullaass ddee ccrrééddiittooss rruurraaiiss,, iinndduussttrriiaaiiss e e ccoommeerrcciiaaiiss,, ÉÉVVEEDDAADDAAÀÀSSIINNSSTTIITTUUIIÇÇÕÕEESSFFIINNAANNCCEEIIRRAASSAACCAAPPIITTAALLIIZZAAÇÇÃÃOODDEE J JUURROOSS. . AA TTaaxxaa RReeffeerreenncciiaall ppooddee sseerr uussaaddaa paparraa aa ccoorrrreeççããoo mmoonneettáárriiaa dodo ddéébbiittoo,, ddeessddee q quuee papaccttuuaaddaa eemm coconnttrraattoo poposstteerriioorr àà edediiççããoo ddaa LLeeii 88..117777//9911,, ccoommoo nnoo cacassoo.. D Deessccaarraacctteerriizzaaddoo o ococonnttrraattoo paparraa cocommpprraa e e vveennddaa aa prpraazzoo,, cucummpprree sseerreemm fifixxaaddaass ooss e ennccaarrggooss ddeevviiddooss.. RReeccuurrssoo eessppeecciiaall ppaarrcciiaallmmeennttee ccoonnhheecciiddoo e,e, nenessssaa exextteennssããoo,, pprroovviiddoo.. ( (SSTTJJ –– RREESSPP 221188336699 –– RRSS –– 44ªª TT.. –– RReell.. MMiinn.. CCeessaarr AAssffoorr RRoocchhaa –– DDJJUU 2211..0088..22000000 – – pp.. 0000114422))”” “ “FFIINNAANNCCIIAAMMEENNTTOOBBAANNCCÁÁRRIIOO.. JJUURROOSS.. TTEETTOODDEE 1122%% EEMM RRAAZZÃÃOO DDAA LLEEII DDEE U USSUURRAA.. LLEEII 44559955//6644.. EENNUUNNCCIIAADDOO DDAA SSÚÚMMUULLAA 559966 DDOO SSTTFF.. CCAAPPIITTAALLIIZZAAÇÇÃÃOO M MEENNSSAALL.. IINNEEXXIISSTTÊÊNNCCIIAA DDEEAAUUTTOORRIIZZAAÇÇÃÃOOLLEEGGAALL. .A ALeLeii 45459955//6644,, qquuee rreeggee aa p poollííttiiccaa eeccoonnôômmiiccoo--mmoonneettáárriiaa nnaacciioonnaall,, aaoo ddiissppoorr nnoo sseeuu aarrttiiggoo 44ºº,, IIXX,, ccaabbee aaoo CCoonnsseellhhoo M Moonneettáárriioo NaNacciioonnaall lilimmiittaarr tataxxaass dede jujurrooss,, rerevvooggoouu,, nanass ooppeerraaççõõeess rereaalliizzaaddaass poporr i

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O contrato de celebrado entre as partes é de adesão, subsumindo-se ao disposto nos artigos 46 a 54, do Código de Proteção e Defesa do Consumidor, normas cogentes e inderrogáveis pela vontade das partes, diretamente emanadas da Constituição da República. Assim sendo, para que opere com força vinculante ao consumidor, é preciso que a manifestação de vontade deste seja esclarecida, refletida e consciente, o que só seria possível se todas as informações necessárias tivessem sido prestadas de maneira adequada, clara e precisa, nos termos do artigo 6º, III, c/c 31, do Código de Proteção e Defesa do Consumidor. Não é o que se verifica na hipótese destes autos.

Destarte, as cláusulas que permitem a incidência de juros em patamares extorsivos e capitalizáveis mensalmente são, à toda evidência, ABUSIVAS E, PORTANTO, NULAS DE PLENO DIREITO, à luz do artigo 51, IV, da Lei nº 8.078/90.

b

b..33))AAPPOOLLÊÊMMIICCAADDOOSSJJUURROOSS

Em relação aos juros contratados, RESSALVANDO O NOSSO POSICIONAMENTO PESSOAL, consolidou-se no Superior Tribunal de Justiça o entendimento de que as instituições financeiras podem cobrar juros acima do patamar de 12% ao ano, que somente poderão ser considerados abusivos quando forem excessivos em relação à taxa média de mercado (RESP 271214, Segunda Seção, maioria, j. 12/03/2003, desig. Rel. Min. Carlos Alberto M. Direito).

Destarte, AINDA QUE SE RECONHEÇA A POSSIBILIDADE DE COBRANÇA DE JUROS ACIMA DO LIMITE DE 12% AO ANO, ISSO NÃO SIGNIFICA DIZER QUE NÃO HÁ LIMITES PARA OS JUROS, JÁ QUE DEVERÃO OBSERVAR VALORES MÉDIOS DE MERCADO.

Dois são os referenciais possíveis: 1) a taxa média de mercado estabelecida pelas instituições financeiras para o consumidor/tomador (taxa final = custo ao tomador) e; 2) a taxa média de mercado estabelecida pelo BACEN, correspondente à captação de recursos no mercado pelas instituições financeiras (taxas básicas = de captação).

Evidentemente, não se pode considerar referencial válido a média das taxas finais estabelecidas unilateralmente pelas instituições financeiras fornecedoras, já que

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pautadas sobre cláusulas abusivas, eis que em afronta ao disposto no artigo 51, X, do Código de Proteção e Defesa do Consumidor.

Basta dizer que, se as instituições financeiras do país resolvessem, hoje, estabelecer juros finais que variassem entre 20% e 30% ao mês, por mais absurdo que isso seja, nos dias atuais, a taxa final média de mercado repassada ao tomador/consumidor seria de inacreditáveis 25% ao mês. Sobressai cristalino que tal entendimento não se coaduna com os princípios da dignidade da pessoa humana, da eqüidade, da boa-fé, nem com os princípios que vedam a lesão enorme e o locupletamento indevido.

Logo, só se pode assumir como referencial válido aquele que não pode ser manipulado pelas instituições financeiras, mas que é estabelecido, de modo razoável, pela entidade responsável pela fiscalização e regramento do sistema financeiro nacional – o Banco Central – e que, por sua vez, consiste, efetivamente, na média do custo do dinheiro nas operações celebradas entre as próprias instituições financeiras.

Neste último caso, duas são as taxas referenciais existentes no mercado, dependendo da forma com que os recursos repassados ao consumidor foram captados pela instituição financiadora. Ou esta foi buscar recursos junto a um banco comercial, ou foi aquela buscar recursos junto a um banco de investimentos. Para a primeira hipótese, a operação realizada entre as instituições financeiras teve por lastro os Certificados de Depósito Interbancário – CDI, cuja remuneração equivale à da taxa SELIC. Para a segunda hipótese, a captação tem por referencial a TBF – taxa básica de financiamento e que, de igual modo, não se distancia da taxa SELIC.

O custo de captação, para agosto de 2007, esteve em torno de 11,3% ao ano, para pessoas físicas, segundo dados coletados no site do Banco Central -

http://www.bcb.gov.br/pec/indeco/port/ie2-31.xls.

A inflação prevista para 2007 está girando em torno dos 3% ao ano. Nesta ordem de idéias, pode-se perceber que a taxa de juros reais suplanta, em qualquer um dos casos, o patamar de 8% ao ano, o que coloca o Brasil como o país com a segunda maior taxa de juros reais do mundo!

Nada obstante isso, o spread em favor das instituições financeiras, isto é, a diferença entre o custo de captação e a taxa final repassada ao consumidor é, na maioria das vezes, superior a 145,4% ao ano !!!! No caso dos autos, cheque especial, segundo dados do Banco Central, o spread em favor das instituições financeiras está em torno de

139,5% ao ano – agosto de 2007 (http://www.bcb.gov.br/pec/indeco/Port/ie2-33.xls)!!! É uma vergonha!! Isso tem de acabar !!

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Não se está, porém, a negar o direito de lucro às instituições financeiras. O que se quer coibir, que fique bem claro, é o abuso, a lesão.

Por esta razão, tenho que deve ser considerada abusiva a taxa nominal final ao consumidor que ultrapasse em mais de 25% a remuneração do custo de captação provado da instituição financeira. Ou seja, ilustrativamente, para uma taxa SELIC de 15% ao ano, uma remuneração que excedesse a 19,% ao ano e, para uma TBF (média/mensal) de 1,0%, uma remuneração superior a 1,25% ao mês.

Note-se que não se está, de qualquer forma, prejudicando a instituição financeira, vez que lhe estaria sendo permitido cobrar um spread de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o seu custo presumido de captação, visto que, isso ninguém desconhece, as instituições financeiras emprestam dinheiro que têm em depósitos, líquidos em caixa, raras vezes se socorrendo de outras instituições financeiras e, quando necessário, nunca extrapolando os parâmetros antes mencionados. Acima disso, a nosso sentir, há cobrança de juros abusivos, sendo oportuno enfatizar que o spread a favor da instituição financeira corresponde à remuneração pela intermediação ao consumidor e pela garantia do financiamento obtido em seu nome.

Em outras palavras, está se discutindo a remuneração do mandato, o que nada tem a ver com as taxas de juros do mercado financeiro.

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Para concluir, algumas observações:

1a) ainda que se reconheça a validade da cláusula-mandato (por força de jurisprudência predominante que, nada obstante, afronta disposição jurídica explícita e clara, de ordem pública e de interesse social), mesmo assim, o mandante só está obrigado pelos atos do mandatário nos limites do mandato outorgado, nos termos do artigo 675, parte inicial, do Código Civil.

Nesse sentido, o mandato outorgado pelo consumidor ao fornecedor seria para a captação de recursos no mercado financeiro para viabilizar o parcelamento (financiamento) do débito do primeiro para com o segundo.

Assim, o consumidor deve honrar as obrigações assumidas pela instituição financeira, nos exatos termos do mandato outorgado. Logo, deve o consumidor repassar ao banco a remuneração por este comprovadamente contratada.

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2a) Não há transparência na comprovação do exercício da cláusula-mandato. As instituições financeiras, por exemplo, não prestam contas do mandato, não sabendo o consumidor qual o custo da captação do valor financiado que, afirme-se, nunca são provados. Ora, não provado o exercício do mandato, não faria jus o mandatário ao reembolso dos custos da suposta captação de recursos, nem à correspondente remuneração.

3ª) do mesmo modo, não é claro o spread cobrado pelas instituições financeiras, isto é, aquilo que excede ao custo de captação, e que, na verdade, configura, como já dissemos, a sua comissão, isto é, a sua remuneração pelo exercício do dito mandato. Não se trata, evidentemente, de questão de política monetária, da atribuição exclusiva do Banco Central. Ao contrário, trata-se de questão de direito contratual. Assim, nos termos do artigo 46, do Código de Proteção e Defesa do Consumidor, o consumidor não está obrigado ao cumprimento de cláusulas contratuais das quais não teve ciência prévia de seu conteúdo, sendo certo, ainda, que as mesmas devem ser redigidas em termos claros e as informações devem ser adequadas, corretas e precisas – conforme determina o art. 6º, III, do Código de Proteção e Defesa do Consumidor. Qualquer dúvida interpretativa deve ser resolvida à luz do artigo 47, da legislação consumerista (interpretatio contra stipulatorem). 4ª) finalmente, não se trata, como poderiam argumentar alguns, de indevida intervenção do Poder Judiciário no mercado financeiro, visto que, a bem da verdade, não estamos discutindo juros (básicos do mercado – estes, sim, matéria de política monetária), mas, sim, o spread que, em essência, corresponde à remuneração da instituição financeira. Esta pode – e deve – ser analisada e discutida à luz das legislações civil e consumerista, mormente em homenagem aos princípios da eqüidade, da boa-fé, da transparência e dos princípios que vedam o locupletamento indevido e a lesão.

Se é certo que a Constituição, em seu artigo 170, caput, assegura a livre iniciativa, não menos correto é afirmar-se que o inciso V, deste mesmo artigo, assegura a defesa dos consumidores, estabelecendo-a como princípio da ordem econômica e social.

Logo, impõe-se alcançar o termo médio, o ponto de equilíbrio, a harmonia desejada (artigo 4o, III, Lei nº 8.078/90). Todos os desvirtuamentos devem ser evitados, mormente o que privilegia o capital em detrimento da produção. Há de imperar a razoabilidade, a moderação e a sensatez.

E, em derradeiro arremate, não incide à espécie o artigo 5º, da Medida Provisória nº 2.170/2001, já que a dívida da Autora fora contraída em contrato celebrado em data anterior a de sua entrada em vigor. Nada obstante isso, com fundamento no prefalado dispositivo, a douta maioria considerou admissível a capitalização mensal de juros.

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No que pese a flagrante inconstitucionalidade do dispositivo em questão, firmou-se no egrégio Superior Tribunal de Justiça o entendimento de que tal prática firmou-seria admissível, desde que expressamente prevista, nos contratos celebrados após a edição da referida medida provisória e, portanto, inadmissível nos contratos celebrados anteriormente àquela data. Senão, confira-se:

DIREITO PROCESSUAL CIVIL E ECONÔMICO – CONTRATOS BANCÁRIOS – COMISSÃO DE PERMANÊNCIA – CUMULAÇÃO COM JUROS MORATÓRIOS – INADMISSIBILIDADE – CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS – CONTRATO ANTERIOR À EDIÇÃO DA MP 2.170-36 – IMPOSSIBILIDADE – COMPENSAÇÃO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – É válida a comissão de permanência após o vencimento da dívida, desde que não cumulada com juros remuneratórios, multa contratual,

juros moratórios e/ou correção monetária. Precedentes. - A Segunda Seção desta Corte, na

assentada do dia 22/09/2004, por ocasião do julgamento dos Recursos Especiais 602.068/RS e 603.043/RS, ambos da relatoria do Ministro Antônio de Pádua Ribeiro, pacificou entendimento no sentido da impossibilidade de capitalização mensal nos contratos celebrados em data anterior à publicação da MP 1.963-17/2000. (atualmente reeditada sob o n.º 2.170-36/2001). - A compensação dos honorários de advogado, como decidido pela Corte Especial, é permitida. Agravo no Recurso Especial improvido. (STJ – AGRESP 200300685808 – (539917 RS) – 3ª T. – Relª Min. Nancy Andrighi – DJU

13.06.2005 – p. 00291)

Os valores discutidos nestes autos têm origem em contrato firmado muito antes da entrada em vigor da prefalada medida provisória, o que inviabiliza, por completo, a capitalização mensal de juros. Ademais disso, neste Tribunal de Justiça a matéria já se encontra devidamente apreciada pelo colendo Órgão Especial, no Incidente de Inconstitucionalidade nº 03/2004, Rel. Des. Murta Ribeiro, em que se declarou a inconstitucionalidade do dispositivo em tela, cujos efeitos, nos termos do artigo 113, do Regimento Interno desta Corte, são vinculantes a todos os demais órgãos julgadores.

O laudo pericial, a fls. 117/126, finalmente, concluiu pela existência do anatocismo e pela cobrança de juros abusivos.

À conta de tais fundamentos, ousei divergir da douta maioria, votando no sentido do parcial provimento ao recurso da Autora, para fixar os critérios de revisão do saldo devedor nos moldes antes referidos.

JDS Desembargador Werson Rêgo

Revisor vencido

Referências

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