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AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DO PROGRAMA DE IMUNIZAÇÕES (SI-API)

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Academic year: 2021

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IMUNIZAÇÕES (SI-API)

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Aglaêr Alves da Nóbrega1, Antonia Maria da Silva Teixeira2, Tatiana Miranda Lanzieri3

Resumo

O Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde tem como finalidade contri-buir para o controle, eliminação e/ou erradicação de doenças imunopreveníveis utilizando es-tratégias diferenciadas de vacinação. Para subsidiar sua gestão, conta com um sistema informatizado denominado Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI), composto de seis subsistemas. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o Siste-ma de InforSiste-mação de Avaliação do PrograSiste-ma de Imunização (SI-API), que registra a quantidade de imunobiológicos aplicados e população vacinada, utilizando as Diretrizes Atualizadas para Avaliação do Sistema de Vigilância em Saúde Pública (MMWR) do Centro de Controle de Doen-ças (CDC) de Atlanta. O sistema mostrou-se simples, flexível, estável representativo, útil, po-rém, subutilizado. Recomenda-se aos serviços de vigilância a avaliação sistemática e regular dos dados do SI-API.

Palavras-chave

Sistema de Vigilância, Sistema de Informação, Cobertura Vacinal Abstract

The Programa Nacional de Imunizações (PNI – Brazilian National Immunization Program) of the Brazilian Ministry of Health aims at contributing to the control, elimination and/or eradication of preventable diseases using several vaccination strategies. It uses as a management tool, an electronic information system (SI-PNI) that comprises of six sub-systems. The objective of this study was to evaluate the SI-PNI sub-system that records the number of immune-biological products administered to the population, using the CDC Updated Guidelines for Evaluating Public Health Surveillance Systems. The system is simple, flexible, stable, representative, and useful, however, underutilized. We recommend that surveillance services conduct regular analysis of data generated by the system.

Keywords

Surveillance System, Information System, Immunization Coverage.

1Mestre em Saúde Pública. Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (EPISUS)/ Centro

de Informações Estratégicas e Respostas em Vigilância em Saúde (CIEVS)/ Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS)/Ministério da Saúde (MS). End: Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Ed. Sede, sala 156 - Brasília/DF – CEP: 70.058-900 – Email: aglaeran@yahoo.com.br e aglaer.nobrega@saude.gov.br

2Mestre em Saúde Coletiva. ,Programa Nacional de Imunizações (PNI)/ Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS)/Ministério da Saúde (MS)

3Mestre em Saúde Coletiva. Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (EPISUS)/ Centro

de Informações Estratégicas e Respostas em Vigilância em Saúde (CIEVS)/ Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS)/Ministério da Saúde (MS)

1. Introdução

A vacinação é uma importante medida de pre-venção de doenças, de baixa complexidade e de grande impacto nas condições gerais de saúde de uma população. Ela se constitui uma das

me-didas mais custo-efetivo na prevenção primária, sendo também um dos fatores associados à re-dução da mortalidade infantil. Estima-se que 35.000 mortes de crianças foram prevenidas no mundo pela vacinação somente em 2002. Uma avaliação de custo-benefício sobre a erradicação

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146 C C C C CADADADADAD. S. S. S. S. SAÚDEAÚDEAÚDEAÚDEAÚDE C C C C COLEOLEOLEOLEOLETTTTT., R., R., R., R., RIOIOIOIOIO DEDEDEDEDE J J J J JANEIRANEIRANEIRANEIRANEIROOOOO, 18 (1): 145 - 153, 18 (1): 145 - 153, 18 (1): 145 - 153, 18 (1): 145 - 153, 18 (1): 145 - 153, 2010, 2010, 2010, 2010, 2010 da poliomielite concluiu que os benefícios finan-ceiros em longo prazo são duas vezes mais altos que os custos com a vacina(Barata et al., 2005; Silva et al., 1999; Peny et al., 2005).

A vacinação das crianças no primeiro ano de vida associada à vigilância epidemiológica são dois componentes fundamentais para prevenção de doenças transmissíveis. As informações so-bre cobertura vacinal (CV) são necessárias para determinar o nível real de cobertura, se uma área tem um nível de cobertura adequada, monitorar as tendências ao longo do tempo e como estão sendo conduzidas as atividades de vacinação (Dietz et al., 2004).

No Brasil, no ano de 1973, o Ministério da Saú-de criou o Programa Nacional Saú-de Imunização (PNI), regulamentado em 1975 pela lei 6.259/ 75 que instituiu o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE). Ao ser instituído, o PNI teve como objetivo reunir em uma única estru-tura organizacional as ações de imunizações, até então realizadas de forma isolada em programas específicos de controle de doença, destacando-se a descontinuidade das ações e as baixas co-berturas vacinais (Risi Junior, 2003).

Atualmente, o PNI tem como finalidade con-tribuir para o controle, eliminação e/ou erradicação de doenças imunopreveníveis utili-zando estratégias diferenciadas de alcance da po-pulação, como vacinação de rotina e as campa-nhas anuais de vacinação desenvolvidas de for-ma hierarquizada e descentralizadas.

Nos primeiros anos, o PNI priorizou a popula-ção infantil como alvo das ações de vacinapopula-ção. Até os dias atuais já foram publicados quatro ca-lendários que normatizam a vacinação. O mais recente desses calendários amplia a população-alvo, na concepção de proteção da família, inte-grando de forma rotineira a vacinação para cri-anças, adolescentes, adultos e idosos conforme Portaria Ministerial 1.602/06.

Para que a proteção individual e coletiva seja assegurada, são estabelecidos índices mínimos de coberturas vacinais. As metas nacionais de vacinação são de 95% para a vacina tetravalente constituída dos componentes DTP+Hib – (difte-ria, coqueluche e tétano + hemófilo influenza tipo b), para tríplice viral (sarampo, rubéola e caxum-ba), vacina oral contra poliomielite (VOP) e a va-cina contra hepatite B (HB); 90% para a vava-cina BCG (Bacilo de Calmette-Guerin) e a vacina oral contra rotavírus humano (VORH) e 100% para a vacina contra a febre amarela nas áreas endêmicas e limítrofes dessas áreas. Para a

va-cina contra influenza, a meta nacional foi 70% até o ano de 2006, atualmente expandida para 80% de cobertura na população de 60 anos e mais de idade (Brasil, 2008).

Para subsidiar a gestão do Programa em âm-bito nacional, o PNI conta com um sistema informatizado denominado de Sistema de Infor-mação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI), composto por seis módulos ou subsistemas: Sistema de Informação de Estoque e Distribui-ção de Imunobiológicos (SI-EDI) que controla o estoque, distribuição, utilização e perdas de imunobiológicos; Sistema de Informação de Apu-ração dos Imunobiológicos Utilizados (SI-AIU); Sis-tema de Informação de Eventos Adversos Pós-Vacinais (SI-EAPV) que avalia os eventos adver-sos ocorridos após aplicação das vacinas; Siste-ma de InforSiste-mação do PrograSiste-ma de Avaliação de Instrumento de Supervisão (SI-PAIS) que emite relatórios para análise das supervisões; Sistema de Informação do Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (SI-CRIE), que registra a aplicação de imunobiológicos para clientes em condições clínicas especiais; e o Sistema de In-formação de Avaliação do Programa de Imuni-zação (SI-API), que registra a quantidade de imunobiológicos aplicados e população vacina-da. Este último será o objeto desta avaliação. 2. Metodologia

Este trabalho seguiu as Diretrizes Atualizadas para Avaliação do Sistema de Vigilância em Saú-de Pública do Centro Saú-de Controle Saú-de Doenças (CDC) de Atlanta(Centers dor Disease Control and Prevention, 2001) e é composto pela descrição do sistema, avaliação de seus atributos qualitati-vos (simplicidade, flexibilidade, estabilidade, qua-lidade dos dados e aceitabiqua-lidade), atributos quantitativos (sensibilidade, representatividade, oportunidade e valor preditivo positivo) e utili-dade. Procedeu-se uma revisão documental acer-ca da estrutura do PNI e mais especifiacer-camente em relação ao SI-API além de diálogos com téc-nicos da área de informação na Coordenação Geral do PNI e do Datasus (Rio de Janeiro) sobre a criação do Sistema de Informação e dos pro-pósitos para os quais foi desenvolvido. Para co-nhecer a opinião a cerca da simplicidade e utili-dade desse sistema, foi elaborado e aplicado um questionário semiestruturado aos coordenadores estaduais do PNI das 27 Unidades Federadas (UF), enviados por meio eletrônico com prazo estabe-lecido de sete dias para a resposta e prorrogável

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CADADADADAD. S. S. S. S. SAÚDEAÚDEAÚDEAÚDEAÚDE C C C C COLETOLETOLETOLETOLET., R., R., R., R., RIOIOIOIOIO DEDEDEDEDE J J J J JANEIROANEIROANEIROANEIROANEIRO, 18 (1): 145 - 153, 2010 , 18 (1): 145 - 153, 2010 , 18 (1): 145 - 153, 2010 , 18 (1): 145 - 153, 2010 , 18 (1): 145 - 153, 2010 147147147147147 por mais sete dias, caso não houvesse resposta.

Como parte complementar da avaliação realizou-se consulta ao banco de dados do SI-API visando a compreender o funcionamento e os produtos oferecidos pelo Sistema.

3. Resultados

3.1. Descrição do sistema

O SI-API foi desenvolvido entre os anos de 1992/93 numa parceria firmada pela Coordena-ção Nacional do PNI e o DATASUS, tornando-se o sistema oficial do Ministério da Saúde pela Porta-ria MinistePorta-rial nº 130/GM, de 12 de fevereiro de 1999. Constitui-se um sistema informatizado que consolida os dados nacionais de imunizações, sen-do capaz de emitir relatórios a qualquer época, a fim de proporcionar análise da CV e taxa de aban-dono para a tomada de decisão oportuna(Brasil, 2003). A descentralização da informatização ocor-reu de forma gradual de 1994 a 1997 para os es-tados, e de 1997 a 2002, regionais e municípios. O SI-API propõe-se a registrar sistematicamente o número de doses administradas na população na rotina e nas campanhas de vacinação por faixa etária e imunobiológico e calcular a cobertura vacinal e taxas de abandono nos âmbitos Fede-ral, Estadual e Municipal.

Define-se como cobertura vacinal o percentual da população vacinada em um determinado pe-ríodo de tempo. Esse percentual é obtido pela divisão entre o número de doses aplicadas de determinada vacina em um grupo etário e área geográfica específica pelo número de pessoas no mesmo grupo etário (população-alvo) multipli-cado por cem. Utiliza no denominador a popula-ção estimada do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), exceto para os menores de um ano e um ano de idade, que são representa-dos pelo registro de nascirepresenta-dos vivos do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc), do Ministério da Saúde. O SI-API realiza o cálculo automático gerando relatórios referentes às co-berturas vacinais de rotina e campanhas de vaci-nação e emite dois tipos de relatórios:

• Relatório de cobertura vacinal simples: emi-te a CV do mês informado sem considerar os an-teriores. Este é também o relatório emitido pelo sistema para as CV de campanhas de vacinação. • Relatório de cobertura vacinal acumulada: emite a CV compreendendo um período de tem-po solicitado.

A taxa de abandono expressa a proporção de crianças que não completaram o esquema de

vacinação necessário para ser protegido da do-ença. Este cálculo é realizado para as vacinas que têm esquema com mais de uma dose (VOP; DTP+Hib; VORH; contra HB). Para essas vacinas, a criança só é considerada completamente vaci-nada quando o esquema for completado com a administração da última dose(Brasil, 2001).

3.1.1 Componentes e Operação do Sistema

O PNI conta atualmente com cerca de 30 mil salas onde são realizados os procedimentos de vacinação. Tem como instrumento de registro de dados o Boletim Diário de Doses Aplicadas (BDDA), disponível para cada imunobiológico em todas as salas. Dessa forma, os dados para ava-liação das coberturas vacinais são obtidos roti-neiramente, a partir da produção dos serviços, por isso denominada CV administrativas.

O SI-API é descentralizado em todo país e informatizado em cerca de 5.300 (95%) dos mu-nicípios. Apenas os estados do Acre, Amazonas, São Paulo e Minas Gerais têm municípios para os quais os dados são digitados nas regionais de saú-de (4, 12, 24 e 250, respectivamente).

As Secretarias Municipais de Saúde coletam as quantidades de doses de vacinas administra-das por faixa etária e imunobiológico em cada sala de vacina por meio dos BDDA (Anexo 1), consolidam esses dados nos Boletins Mensais (Anexo 2) e digitam no API (Figura 1). Esses da-dos são repassada-dos mensalmente as Regionais de Saúde, destas para os estados e dos estados para a esfera nacional, onde são consolidados numa base nacional. A transferência de dados pode ser feita por duas modalidades: e-mail ou diretamente pelo site www.pni.datasus.gov.br. A base de dados nacional é disponibilizada no sítio eletrônico do Datasus, de domínio público, po-dendo ser acessado por qualquer usuário.

O consolidado dos boletins pode ser feito por unidade da federação e/ou regional e/ou muni-cípio e/ou unidade de saúde. A partir daí, o sis-tema fornece seis tipos de relatórios que apre-sentam finalidades diferentes: coberturas bási-cas, taxa de abandono, doses aplicadas, acom-panhamento mensal, cobertura por imunobiológico e série histórica (Quadro 1).

3.2. Atributos Qualitativos do Sistema 3.2.1 Simplicidade

O SI-API constitui-se um sistema de informa-ção que agrega dados de vacinainforma-ção e possibilita

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148 C C C C CADADADADAD. S. S. S. S. SAÚDEAÚDEAÚDEAÚDEAÚDE C C C C COLEOLEOLEOLEOLETTTTT., R., R., R., R., RIOIOIOIOIO DEDEDEDEDE J J J J JANEIRANEIRANEIRANEIRANEIROOOOO, 18 (1): 145 - 153, 18 (1): 145 - 153, 18 (1): 145 - 153, 18 (1): 145 - 153, 18 (1): 145 - 153, 2010, 2010, 2010, 2010, 2010

Quadr Quadr Quadr Quadr Quadro 1o 1o 1o 1o 1

Relatórios fornecidos pelo Sistema de Informação de Avaliação do Programa de Imunização (SI-API)

Apresenta as coberturas para menores de 1 ano

Apresenta percentual de abandono para vacinas multidose

Fornece a quantidade de doses aplicadas por vacina e faixa etária no período desejado

Fornece todas as doses por faixa etária, durante todo o ano Apresenta o cálculo da taxa de cobertura por imunobiológico Fornece a cobertura vacinal do esquema básico no período de 5 anos

BCG, Hepatite B, Poliomielite, Febre Amarela, Tetravalente, tríplice bacteriana (DTP), rotavirus

Poliomielite, Hepatite B, Tetravalente, DTP e Rotavirus

Todas as vacinas

Todas as vacinas Todas as vacinas

Todas as vacinas do esquema básico Coberturas Básicas

Taxa de Abandono Doses Aplicadas

Acompanhamento Mensal Cobertura por Imunobiológico Série Histórica

Vacinas Função

Relatório

o monitoramento dos níveis de cobertura vacinal e, portanto, não se aplica a este uma definição de caso. A captação do dado ocorre a partir de uma única fonte informante (salas de vacinas) e embora exista um instrumento de coleta de da-dos para cada imunobiológico, as fichas são de fácil preenchimento. Tudo isso facilita o gerenciamento, a entrada e edição dos dados.

Embora o SI-API não seja compatível com os demais subsistemas do SIPNI, a exemplo do subsistema de Informação do Centro de Refe-rência de Imunobiológicos Especiais (SI-CRIE), que precisa ser digitado no SI-API para compor os dados de cobertura vacinal, a sua operacionalização não exige uma formação mais complexa, podendo ser feita por um profissional de nível médio devidamente treinado. Os treina-mentos contínuos que necessitam ser realizados ocorrem mais em função da alta rotatividade de profissionais nos estados e, principalmente, dos municípios do que pelas alterações no sistema. A simplicidade da operacionalização do sistema foi citada por nove coordenadores (90%) dos dez que responderam ao questionário. Em função da estrutura e facilidade de operação, o sistema é considerado simples.

3.2.2 Flexibilidade

O SI-API pode ser considerado um sistema fle-xível, pois permite alterações no seu formato à medida que se faça necessário inserir novas va-cinas, grupos e faixas etárias relativas às

mes-mas, bem como a retirada daquelas que não fa-zem mais parte do calendário do PNI. Quando isso acontece, o sistema fica bloqueado apenas para entrada de dados daquele imunobiológico específico que foi excluído do Programa, entre-tanto, continua sendo possível utilizar os dados já digitados para análises.

Nos primeiros anos de desenvolvimento do sistema duas versões eram criadas anualmente, uma para os estados e outra para os municípios. Atualmente, uma nova versão é produzida a cada ano para atender a necessidade das três esferas de gestão do sistema. Por isso, da sua criação até então (2007) foram geradas 40 versões. No processo de aperfeiçoamento do sistema, a ver-são utilizada é a 9.6 que apresenta quatro módulos (entrada de dados, produtos, base de dados e segurança), tendo cada um deles dife-rentes funções (Figura 1).

3.2.3 Aceitabilidade

A alimentação dos dados do SI-API é compul-sória e, segundo a Portaria Ministerial nº. 1.172/ 04, a não alimentação do mesmo, de forma re-gular e oportuna, implica bloqueio dos recursos do Piso de Atenção Básica (PAB fixo) e do Teto Financeiro de Vigilância em Saúde (TFVS) (Seção da Competência dos municípios, art. 3 alínea a). Embora esse fator possa funcionar como impulsionador da decisão do usuário em alimen-tar o sistema, não é perceptível dificuldades de aceitação enquanto instrumento gerencial.

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Embora desde sua implantação até o mo-mento já tenham sido desenvolvidas 40 ver-sões, o SI-API é um sistema que confere boa estabilidade em relação ao tipo de informações geradas, pois permite avaliar a tendência das coberturas vacinais, número de doses adminis-tradas e taxas de abandono ao longo do tem-po. Entretanto, a grande rotatividade de técni-cos operadores do sistema pode comprometer a qualidade, confiabilidade e a disponibilidade dos dados.

3.3. Atributos Quantitativos 3.3.1 Representatividade

O sistema fornece informações sobre toda a rede de municípios e dentro dos municípios por microáreas administrativas de abrangência ao longo do tempo. Dessa forma, o sistema é re-presentativo.

3.3.2 Oportunidade

É avaliada a partir da análise da agilidade do sistema em cumprir todas as suas etapas, desde o registro da dose aplicada na sala de vacina até a distribuição das informações por meio eletrô-nico. O PNI preconiza que os bancos de dados sejam repassados para o nível federal a cada 30

dias. A data de repasse dos dados dos municípi-os e regionais para municípi-os estadmunicípi-os é estabelecida pelos estados, porém deve ser feita mensalmen-te para adequação ao nível federal. Das dez res-postas obtidas, quatro coordenadores (40%) re-cebem os dados com 21 dias em média de atra-so e repassam para o nível federal com uma média de 22 dias de atraso. Os demais relatam que a maioria transfere no prazo estabelecido, porém têm que devolver frequentemente os re-sultados ao município para correções por apre-sentarem erros de digitação.

Por outro lado, a alimentação dos dados das três campanhas de vacinação que ocorrem anu-almente, uma contra influenza dirigida à popula-ção idosa e duas etapas da campanha de vaci-nação contra poliomielite dirigida a crianças me-nores de cinco anos, é feita de modo on line por cada município ligado a internet e posteriormente alimentados na base do SI-API. Para aqueles municípios que não dispõem de rede, os dados são repassados para os estados e estes repasssam para o nível nacional. Além disso, os estados devem repassar para o nível federal o consolidado dos dados duas vezes no dia D e uma vez por semana ao longo do mês que dura a apuração da campanha. Dessa forma, a avalia-ção dos dados é inoportuna na rotina, mas opor-tuna durante as campanhas.

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Figura 1a 1a 1a 1a 1

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150 C C C C CADADADADAD. S. S. S. S. SAÚDEAÚDEAÚDEAÚDEAÚDE C C C C COLEOLEOLEOLEOLETTTTT., R., R., R., R., RIOIOIOIOIO DEDEDEDEDE J J J J JANEIRANEIRANEIRANEIRANEIROOOOO, 18 (1): 145 - 153, 18 (1): 145 - 153, 18 (1): 145 - 153, 18 (1): 145 - 153, 18 (1): 145 - 153, 2010, 2010, 2010, 2010, 2010 3.4. Utilidade

A avaliação regular e sistemática dos dados do API possibilita a observação de áreas com coberturas inadequadas, o que demonstra a im-portância desse sistema para o planejamento das ações e da alocação de recursos gerenciais (de pessoas, financeiros, materiais). O sistema dis-põe de ferramentas capazes de monitorar as ta-xas de cobertura vacinal em cada nível, por faixa etária e imunobiológico específicos. Dessa for-ma, se as análises forem realizadas de forma adequada e oportuna, o sistema é capaz de de-tectar áreas vulneráveis (coberturas baixas) à ocorrência de surtos de doenças imunoprevení-veis. Entretanto, dos dez coordenadores estadu-ais que responderam ao questionário, seis (60%) afirmam que não sabem se os municípios fazem avaliação dos seus dados ou afirmam que eles não fazem.

Por isso, o sistema é útil, mas subutilizado nas três esferas de gestão.

3.5. Limitações do SI-API

Como o registro de dados do sistema ocorre por doses aplicadas e não por indíviduo vacina-do não é possível fazer busca ativa de faltosos e avaliar se a aplicação da vacina está ocorrendo conforme o aprazamento do cartão de vacina-ção. Além disso, não é possível avaliar a qualida-de dos dados visto que o sistema não permite verificar duplicidade na entrada de dados e qual a procedência do indivíduo vacinado o que pode levar a alterações nas estimativas das cobertu-ras.

Os dados de doses aplicadas em clínicas pri-vadas só são possíveis de observar nos estados e municípios impedindo, dessa forma, que a con-solidação dos dados nacionais observe qual a contribuição daquelas clínicas nos níveis de co-bertura nacional.

4. Conclusões

A distribuição da cobertura vacinal deve ser homogênea e em níveis elevados de modo a evitar a formação de bolsões de susceptíveis. A Programação das Ações Prioritárias de Vigilância em Saúde (PAP-VS), compromisso assumido en-tre as instâncias de gestão do Programa (muni-cipal, estadual e federal), propõe que 80% dos municípios de cada estado atinjam as coberturas vacinais mínimas preconizadas pelo PNI em cam-panhas de vacinação contra poliomielite e no mínimo 70% dos municípios atinjam as CV

míni-mas de 95% preconizadas para a maioria das vacinas do calendário da criança. Sendo este um dos instrumentos de avaliação do desempenho do PNI, especialmente nos municípios.

A alimentação desse subsistema, a partir do registro dos imunobiológicos aplicados, possibi-lita avaliar as coberturas alcançadas, identificar áreas de baixas coberturas, acompanhar a ten-dência das coberturas vacinais e subsidiar as áreas técnicas de vigilância epidemiológica e imuniza-ções na identificação de áreas de risco para a ocorrência de surtos de doenças imunoprevení-veis.

Não foi possível avaliar a sensibilidade do Sis-tema e o Valor Preditivo Positivo (VPP). Tais limi-tações se devem, em parte, ao fato de as Diretri-zes Atualizadas para Avaliação do Sistema de Vi-gilância em Saúde Pública (MMWR) do CDC Atlantaterem sido elaboradas para avaliar siste-ma de vigilância e não um sistesiste-ma de inforsiste-ma- informa-ção que foi desenvolvido para fazer o monitoramento dos níveis de cobertura vacinal e que utiliza dados agregados.

O formato simples do sistema facilita as adap-tações necessárias do PNI e confere uma boa fle-xibilidade ao mesmo. Embora ele exista em to-dos os municípios e tenha capacidade de esti-mar áreas de baixa cobertura, o atraso na ali-mentação dos dados durante a rotina compro-mete a oportunidade da informação. Como o denominador utilizado no cálculo de cobertura vacinal no menor de um ano de idade até 2003 foi composto pelas estimativas IBGE e atualmente são compostas pelos registros do Sinasc, tem-se observado diferenças importantes nos resulta-dos resulta-dos níveis de cobertura sendo as taxas fornecidas com este denominador acima daque-les. Por isso, seria útil realizar um inquérito de cobertura vacinal para verificar as razões pelas quais algumas áreas aumentaram, diminuíram e outras não apresentaram mudanças em seus ní-veis de cobertura vacinal com a introdução do novo denominador. Com isso, seria possível cal-cular o VPP e a sensibilidade do sistema.

Devido à impossibilidade de verificar o cum-primento dos prazos agendados no cartão de vacinação, pode-se dispor de boa cobertura vacinal, mas com a proteção individual compro-metida por atraso na aplicação das doses, visto que a eficácia da vacina só é assegurada quando a sua aplicação ocorre segundo os prazos e es-quema estabelecido. Se isto ocorre em um gran-de número gran-de indivíduos, numa gran-determinada área geográfica há formação de grupos

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CADADADADAD. S. S. S. S. SAÚDEAÚDEAÚDEAÚDEAÚDE C C C C COLETOLETOLETOLETOLET., R., R., R., R., RIOIOIOIOIO DEDEDEDEDE J J J J JANEIROANEIROANEIROANEIROANEIRO, 18 (1): 145 - 153, 2010 , 18 (1): 145 - 153, 2010 , 18 (1): 145 - 153, 2010 , 18 (1): 145 - 153, 2010 , 18 (1): 145 - 153, 2010 151151151151151 veis e consequente risco de adoecer. A

constru-ção de um sistema de informaconstru-ção que possibili-te o registro nominal do vacinado seria o ideal, especialmente no nível local, pois facilitaria a identificação do não vacinado. No entanto, isto aumentaria sua complexidade e poderia vir a comprometer, em principio, a aceitabilidade. Por-tanto, esta é uma condição que exige boa estru-tura operacional do sistema nas três esferas de gestão.

Por fim, as informações fornecidas pelo siste-ma são úteis e devem ser usadas pelos serviços de vigilância das doenças imunopreveníveis para subsidiar o planejamento das ações. Dessa for-ma, é imprescindível que os programas de imu-nizações e os serviços de vigilância caminhem juntos. Por isso, recomenda-se aos serviços de vigilância a avaliação sistemática e regular dos dados do SI-API e, ao PNI, estimular os estados a realizar a análise dos dados e utilizar o sistema como instrumento de gestão.

Referências

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Recebido em: 30/04/2009 Aprovado: 18/01/2010

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